02. Dancing With The Devil

Finalizada em: 21/10/2021

Capítulo Único

Você sabe como é ser a vergonha da família só por não entrar na faculdade que eles queriam que você entrasse? Porque sabia, vindo de uma família de cirurgiões, ela não conseguiu nota para a faculdade de medicina, e seus pais simplesmente cancelaram todos os planos que tinham para ela, e passaram para sua irmã. Depois de uma discussão árdua em sua casa, ela decidiu sair com suas amigas para espairecer. É só um pouco de vinho, eu vou ficar bem, ela pensou. Ela vinha sendo boa tanto tempo, ela merecia aquilo, por ela, merecia ter um momento em que não estivesse sendo torturada por seus pais ou por ela mesma. No momento em que levantou para voltar para casa, ela sentiu tudo girar, caindo na gargalhada assim que percebeu, mas como seu horário já estava próximo de terminar, ela tinha que voltar assim mesmo. Decidiu ir dirigindo, pois ficou com medo de viajar naquele estado com um táxi ou uber. Para o seu azar, foi parada pela polícia.

— Senhorita, documento do carro e carteira de habilitação. — Disse o policial parado ao lado do vidro do seu carro, rolou os olhos e entregou o que ele pediu, depois de verificar e ver que estava tudo certo, ele pegou o bafômetro. — Poderia soprar aqui, por favor?
— E se eu não quiser? — Perguntou ela.
— Complicaria muito mais a situação. — Respondeu o guarda. — Você estava dirigindo em alta velocidade em uma pista de 60km/h, isso já vai entrar para a sua lista… — Ela o interrompeu.
— Eu não quero aumentar essa lista. — Sorriu, tentando se safar.
— Por favor, senhorita, sopre o bafômetro. — Ela rolou os olhos e soprou, o policial analisou o aparelho por um tempo e chamou o outro que estava no carro. Ela pegou o celular e discou o número do seu pai estúpido.
— Pai, pode vir até aqui? Vou te enviar a localização, estou com um problema. — Disse ela, o homem suspirou do outro lado da linha.
— Espero que não seja mais desgosto. — Respondeu, antes de desligar.
— Senhorita, eu vou precisar que nos acompanhe até a delegacia e nos entregue sua habilitação. — Disse o policial.
— Vocês podem esperar até o meu pai chegar, por favor? — Os dois policiais se encararam e assentiram. Não demorou muito para que Robert chegasse em uma limusine, descendo do veículo de terno, como se estivesse acabando de sair de uma comemoração, e se lembrou que era a formatura de sua irmã no ensino médio, mas que seus pais haviam retirado seu nome da lista após seu fracasso. Depois de conversar com os policiais, que se retiraram do local sem falar mais nada, ele caminhou até .
— Desce do carro. — Disse ela, obedeceu e abaixou a cabeça. — Vá para casa com sua mãe e sua irmã, conversamos amanhã. — A garota entrou no carro, e se juntou à mãe e à irmã. O silêncio reinou até chegarem em casa, onde seu pai estava sentado no sofá esperando por elas, Maria segurou o braço de sua filha mais nova e subiu as escadas, deixando a sós com Robert.
— Uma semana, , em uma semana você conseguiu me decepcionar duas vezes, em um dia tão alegre, onde eu posso sonhar que pelo menos uma das minhas filhas vai se tornar uma médica, você faz questão de estragar a noite de todos, se você quer beber, beba! Mas não saia por aí sendo imprudente, porque isso destrói a reputação que lutamos tanto para ter. — virou os olhos, mesmo com tanta coisa horrível sendo dita, ela estava bêbada o suficiente para não se importar.
— Vá para o inferno você e sua reputação de merda, pai, eu vou dormir. — Ela virou de costas e caminhou em direção à escada.
, eu não terminei com você! — Disse Robert se levantando.
— Mas eu terminei. — Respondeu ela, mostrando dedo do meio, enquanto subia as escadas. Ela se jogou em sua cama e apagou, quando se deu conta, já eram 7:00h e Lily batia na porta do seu quarto, para que ela acordasse. Ela colocou o travesseiro sobre a cabeça, e fechou os olhos com força, mas não demorou muito para que Maria abrisse a porta com a chave que ela tinha do quarto das duas irmãs, e caminhasse até a janela, abrindo as cortinas, deixando a luz entrar.
— Café da manhã. — Disse a mulher, saindo pela porta. Não era como se eles tomassem café da manhã juntos, mas era uma regra estar na mesa do café às sete. se arrastou até o banheiro, sua cabeça doía, tomou um banho e escovou os dentes, desceu e apenas tomou um suco, que ficou com um gosto horrível. Foi com o motorista até seu campus da faculdade, que era diferente, pois a garota havia optado por biomedicina, seus pais não consideravam como um sucesso, porque não era o que eles tinham sonhado para ela. encontrou seus amigos e Alice, sua melhor amiga, acendeu um cigarro de maconha para ela, assim que a viu se aproximar.
— Ressaca? — Perguntou a mesma, fazendo assentir, levando o cigarro até a boca.
— O que cura ressaca mesmo é isso aqui. — Lucas mostrou uma carreirinha de cocaína em cima de um cartão.
— Não, eu não posso. — riu.
— Ah, é verdade, seus pais tem regras. — Lucas e os outros garotos riram dela, que cruzou os braços e pegou o cartão, puxando o pó branco com o nariz.
— Olha só, parece que a filhinha de papai cresceu. — Disse Robbie, um dos seus amigos.
, tem certeza? — Perguntou Alice.
— Ah, é só uma carreirinha. — tranquilizou a garota, mas ela não imaginava o que estava por vir. Quanto mais os dias passavam, mas carreirinhas entravam pelo seu nariz, até o momento em que ela foi apresentada a um traficante, e as carreirinhas se transformaram em pinos de cocaína. Observando seu comportamento nos últimos dias, Robert reduziu sua mesada, fazendo com que a garota começasse a vender suas coisas. Um dia, quando estava saindo de casa com uma caixa de som na mão, foi abordada por Lily.
— Para onde vai com isso? — Perguntou a mais nova.
— Vai ter uma festinha na faculdade. — Explicou , os olhos dela estavam estranhos, e ela estava fungando em períodos curtos de tempo, sem contar o fato de não conseguir ficar parada. Todos naquela casa eram médicos, então por que estava ignorando aquilo?
, você está bem? — Perguntou Lily, preocupada.
— Sim, estou. — sorriu e saiu pela porta, deixando a irmã preocupada. De noite, quando chegou em casa, todos estavam reunidos na sala, apenas ignorou, mas foi abordada pelo seu pai.
— Sente-se. — Disse ele, fazendo virar os olhos e sentar no sofá. — Em anos, que eu criei vocês duas, eu nunca as privei de nada que não fosse que não fosse fazer mal para vocês, eu tentei ignorar tudo que você tem feito, , mas você está dançando com o diabo! — Ele apontou o dedo na cara da filha, Maria se levantou.
— Robert, por favor. — Disse a mulher, antes de ser empurrada pelo marido.
— E parte disso é culpa sua, que não soube criar direito! — Gritou ele.
— MInha mãe não soube me criar direito? — Riu . — Pelo menos ela me criou, e você, onde estava?
— Trabalhando para te dar essa vida! — Respondeu ele, se virando para ela.
— Que ótima vida você me deu, não acha? Talvez você devesse ter trabalhado mais, para que eu não me afundasse tanto! — Esbravejou ela, levando um tapa na cara. — Isso! Me bate mesmo! Além de me torturar psicologicamente todos os dias por causa dessa maldita faculdade, ainda me tortura fisicamente! Robert, você é um merda como pai! — Gritou ela, antes de cair no chão, inconsciente. Sua família rapidamente a socorreu.

 Chegando no hospital, foi concluído que ela estava tendo uma overdose, mas ela foi socorrida no tempo certo. Assim que acordou, Lily estava ao seu lado.
— Oi… — Disse ela, com a voz baixa.
! — Sua irmã a abraçou.
— Cadê eles? — Perguntou ela.
— Discutindo lá fora. — Respondeu Lily, a mais velha assentiu. — , isso que você está vivendo é uma realidade distorcida, dê uma chance para si mesma, a mamãe quer que você se trate em uma clínica, você quase morreu hoje! — Os olhos da mais nova se encheram de água. — Por favor, não nos deixe… — colocou a mão sobre a cabeça da irmã, que chorava com a cabeça em sua barriga. Seus pais entraram no quarto e assentiu.
— Eu vou para a clínica, mas é pela Lily. — Disse ela, Maria assentiu e Robert abaixou a cabeça.

 Algum tempo depois…

— Meu nome é , eu estou sóbria há 30 dias, hoje eu recebi a notícia que minha irmã mais nova entrou para a faculdade de medicina, e eu pensei em todas as coisas que meus pais me diriam nesse momento e eu tive tanta vontade de beber, de tomar minhas pílulas, mas aí eu me lembrei  de algo que meu pai me disse, que eu estava dançando com o diabo, e ele estava certo. Todas as vezes que eu penso em me drogar ou beber, eu peço perdão para Deus, por ter passado tanto tempo dançando com o diabo e por quase ter acabado com a minha vida, eu achei que conhecia meu limite e que poderia parar quando quisesse, mas aqui estou eu, pensando em me drogar mesmo estando 30 dias sóbria, caindo de joelhos e rezando para que dias melhores venham e lavem a dor.
— Obrigada, ! Peter? — Perguntou a terapeuta. Após a reunião acabar, um  cara que havia se juntado a eles naquele dia, foi até ela.
— Foi uma história e tanto a sua, né? — Perguntou ele, enquanto ela pegava um bolinho.
— Foi. — Ela sorriu amarelo.
— Me chamo , você é a , né? — Ela assentiu. — O que te fez vir parar aqui?
— Tudo, e você? — Perguntou ela.
— Álcool, mas já estou sóbrio há 1 ano, minha ex está se casando hoje e eu resolvi me internar, para não correr o risco de recair. — sorriu.
— Foi uma boa atitude, provavelmente eu teria recaído. — Brincou ela.
— Você tem pouco tempo sóbria, mas acredito que consiga. — Disse ele, sorrindo.
— E por que acha isso? Mal me conhece. — arqueou uma sobrancelha.
— Intuição, do mesmo jeito que eu sinto que se eu continuar aqui, vou me apaixonar por você. — gargalhou com o comentário do homem. — Pode rir, mas é verdade, e acho que você vai sentir o mesmo.
— Como pode ser tão convencido? — Perguntou ela, ainda rindo.
— Eu não sei, tenho olhos bonitos. — Os dois riram. — E seria uma honra te ajudar a vencer isso. — Os dois se encararam por um tempo e desviou o olhar.
— Eu te deixo tentar.



FIM.



Nota da autora: oii gente, tudo bem? espero que sim! espero que tenham gostado! vou deixar meu insta de autora, pra vcs conferirem minhas outras fics, e o grupo no whatsapp de leitoras, beijos!





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