Capítulo Único
Lá estava ela. Radiante. Um belo sorriso nos lábios pintados de vermelho. Suas bochechas estavam rosadas talvez pelo vinho que bebera a pouco tempo atrás, talvez pela pimenta presente nos tira gostos, talvez pelo calor da pista de dança. Pelo que o rapaz conhecia da mulher, poderia ser qualquer uma daquelas coisas.
Mas o que ele sabia na nova ela afinal? Quase dez anos haviam passado, eles não tinham mais 18 anos. Ele não tinha os mesmo sonhos e desejos daquela época. E aparentemente ela também não. Afinal, quem diria que ela antes dos trinta estaria com aquele anel enorme de noivado no dedo, agarrada a um cara alto, e muito boa pinta, antes de ter viajado o mundo todo, que era o que ela sempre quis.
Estar de volta aquela cidade depois de tudo e de tanto tempo também não era a intenção dele, mas lá estava, sentado em uma das banquetas do bar aquela boate badalada. Há quase dez anos atrás nenhum dos dois estaria em um lugar como aquele, e lá estavam, tão perto e ao mesmo tempo tão longe.
A cena deveria estar perfeita, afinal, quando se quer uma pessoa bem como eles diziam se querer no passado, se deseja que esta esteja bem de verdade e feliz. Mas o coração do rapaz nunca foi capaz de esquecer aquele sorriso, nem aquele cheiro de morangos frescos que emanava da mulher, ela sempre os adorou. Mesmo com o pouco contato que conseguiram manter durante todos aqueles anos, ele ainda a amava, nunca deixou de amar. Mas que direito tinha de se sentir daquela maneira, ainda se sentia abandonado e trocado, e o mais prejudicado na visão dele é claro, era somente ele e mais ninguém.
ALGUM TEMPO ATRÁS. br>
Para entendermos melhor a história desses dois precisaremos da ajuda da nossa grande amiga Wiki (sim, aquele site SUPEEEEEEEEER confiável da Internet que nossos professores sempre nos alertavam sobre) em um breve entendimento, para aqueles que não conhecem ou não sabem nada sobre MOTO3, que é uma modalidade do Grand Prix de motovelocidade que é principal campeonato de motociclismo, dividido em três classes: a Moto3 (que é a parte que aparece na nossa história), Moto2 e MotoGP (aposto que esse aqui você já viu em algum lugar) . O Moto3 utiliza motores monocilíndricos de 250cc (isso aqui é só para você pesquisar na internet depois, porque claro, embora nosso PP use uma dessas, essas coisas mais técnicas não vão aparecer) , em oposição aos motores de 125cc usados anteriormente. Os motores têm cilindros únicos, em oposição aos quatro cilindros usados no MotoGP. (E a parte que mais nos interessa é essa aqui) Moto3 é a classe em que jovens pilotos participam pela primeira vez nas corridas de motos do Grande Prêmio. A idade mínima para um motociclista é de 16 anos e a máxima é de 28 anos. Outro dado importante é esse aqui: Os pilotos de teste (e reservas) têm a missão de validar as últimas novidades preparadas pelas fábricas para a temporada. Choi vinha sendo um piloto de teste promissor da Repsol Honda Team (ok talvez vocês conheçam melhor somente como Honda, aquela mesma marca japonesa, dos carros e da F1) e ele era realmente muito bom e comprometido com tudo que se envolvia, fosse em sua vida pessoa. Tinha recebido uma proposta para que no ano seguinte, fizesse parte do time oficial de pilotos, e o céu era o limite, tinha competência, garra e equipe para chegar tranquilamente no MOTOGP (A principal modalidade) antes de completar seus trinta anos. Era a realização do sonho dele e um alívio para a família e amigos, tinha nascido para as pistas, mas se fosse para o mundo obscuro e clandestino, talvez não estivesse nem aqui para contar história.
Seu relacionamento com era uma coisa boa na vida dele também, embora estivessem brigando muito ultimamente, ele sempre julgou viver por ela, mas de um tempo para cá achou que ela não estivesse fazendo o mesmo com ele, andava muito independente, com planos de viajar por alguns países do mundo antes dos trinta, ele achava uma grande loucura e bobagem, ele não poderia acompanhar ela, não tinha como aquela ideia dar certo, a amava demais para ficar mais que alguns dias longe, ele viajava com a equipe alguns dias no mês, mas não era como passar o tempo que ela estava pensando em passar fora e ele estava trabalhando, ela ia apenas para tirar o ano sabático.
— Ano que vem! — saiu de seus devaneios ouvindo somente a última frase que a mulher dizia.
— O que tem? — Ele olhou para ela que estava iluminada depois de falar o que disse, mas que foi perdendo o brilho quando percebeu que ele não prestou atenção.
— Minha viagem pelo mundo, eu vou começar no primeiro bimestre no ano que vem, vou aproveitar que você estará focado nos treinos pré campeonato e eu pretendo voltar antes de…
— Você não vai. — Ele disse simples, olhando para ela e voltando a tomar sua bebida.
— Como assim eu não vou, ? Você bateu a cabeça no treino essa semana? — Havia humor na voz de , mesmo que houvesse espanto em sua expressão.
— Não indo oras, que tipo de relacionamento se mantém com uma pessoa vivendo aqui e outra em vários países do mundo. — Disse como se fosse óbvio, era para ele.
— A gente não vive assim há algum tempo? Com as viagens com a equipe? E fará muito mais ano que vem, quando for o piloto oficial? — O tom de humor tinha mudado para incredulidade, tal qual sua expressão.
— É diferente , eu passo só alguns dias longe e sempre que eu volto você está aqui, eu posso te ver, e a gente fica feliz, você não fica feliz? — Era impressionante para ele como aquilo não era um consenso entre os dois, pensava que a namorada se sentia da mesma forma.
— O fato de eu realizar o meu sonho, não quer dizer que eu te ame ou deixe de te amar, a gente pode se ver entre as suas folgas, é só viajarmos para um lugar mais próximo que o outro estiver, eu não preciso ficar presa aqui levando uma vida medíocre, esperando que você viva os seus sonhos, enquanto os meus são engolidos. — sabia que ele era um pouco grudento e dependente dela, mas achou que era claro pros dois desde o início do relacionamento que os sonhos de ambos eram aqueles e que eles se permitiriam viver aquilo acima de tudo.
— Então eu desisto também, eu não aceito a proposta da equipe e ficamos os dois aqui, vai ser melhor pra gente e…
— Pelo amor de Deus! Não! Você não vai jogar toda a sua carreira fora e eu não vou largar a minha viagem pra continuarmos estagnados aqui, chega, pra mim essa foi a gota d'água, esse relacionamento já vem me sufocando há tempos e agora você vem com essa de que eu não posso ir viajam simplesmente porque você não quer. Não , acho que isso aqui não está rolando mais. — Foi sincera, estava se sentindo sufocada mesmo, ele vivia grudado nela e querendo saber cada coisa que ela fazia, além é claro daquele papo de que deviam passar todos os segundos juntos quando ele não estava trabalhando, não era assim que planejou viver, não ia se sujeitar aquilo.
++++++++++++++++ br>
— , precisamos conversar! — mesmo de costas ele conseguia reconhecer quem dizia aquilo, não pelo timbre da voz, mas pelo doce perfume de morangos frescos que invadia o lugar.
— O que você quer? — Respondeu sem se virar, ela era cega ou o quê? Ele estava ocupado, conversando com os amigos.
— Eu quero que você se vire para mim, em primeiro lugar. — O tom autoritário estava presente, mas quem disse que ela mandava em nele?
— Tenha dó , você acha que detém algum poder sobre mim? — Riu ironicamente, seria realmente algo engraçado se não fosse extremamente trágico.
— Pelo amor de Deus, , não estou brincando, você tem quantos anos, 5? — A impaciência na voz dela, na verdade o divertia, se fosse em outro momento de sua vida, teria virado e abraçado ela, desde o momento em que aquele perfume idiota invadiu seus sentidos, quando ela entrou naquela oficina mecânica.
— É, e se eu tiver, o que você tem a ver com isso? Não foi por isso que você me largou? Porque eu sou um imaturo, que só tinha olhos e amor por você, mas para "a senhora perfeitinha", parece que ser o meu melhor e dar o meu melhor não foi o suficiente, então sim, talvez eu tenha mesmo 5 anos de idade, mas você não é a minha mãe para vir cagar regra pra mim. Eu já sei tudo o que você vai me dizer , vai falar que eu tô jogando a minha vida fora, que eu vou acabar me matando, que eu não era assim, e você está certa em todos os sentidos, eu já te disse, cuide da sua vida e da vida do seu namorado, deixa que de mim e dos meus chifres, cuido eu. — Continuou de costas para ela, mas o tom ainda era ríspido, não tinha mais o direito de ir até lá falar nada para ele.
— Eu não te entendo , não, não foi porque você me amava e só tinha olhos para mim que terminados, foi porque você não vivia por você, e você me sufocava, se as coisas não fossem do seu jeito, você dava um jeito de estragar tudo, como está fazendo com a sua vida. Como você acha que a sua mãe dorme a noite, sabendo que o filho dela está metido numa corrida de motos e rachas clandestinos pela cidade? Você jogou fora sua carreira no moto3, um futuro promissor, um patrocínio, você estava em uma equipe, pelo amor de Deus. — estava indignada, e por mais que soubesse que ela estava certa, em certo ponto, as palavras doeram, doeram como aquela separação doeu.
— Ainda bem que a vida é minha, não é? — Ele estava mesmo querendo encerrar aquela conversa.
— Por enquanto, mas se você sofrer um acidente sem nenhuma ajuda de recuperação como teria em um grande campeonato, sua vida pode ser responsabilidade eterna da sua mãe ou pior, uma dor eterna para ela, por ter que enterrar o único filho, tão jovem, mas se você quer continuar nessa "vida", vá em frente, mas chegue para ela e fale "Mãe, eu quero morrer ou ser um peso para a senhora a minha vida toda".
saiu e deixou aquelas palavras no ar, mas naquele estágio da vida e da raiva dele, não podia se importar mais com aquilo. Era isso, ela tinha o deixado a algum tempo atrás, ele tinha largado a vida de piloto que tinha e a sua única paixão e entretenimento naquele momento eram aquelas corridas, a adrenalina que aquilo levava para a vida dele.
Atualmente br>
— ? — Ele ouviu alguém chamar em meio a música que tocava no local.
— ! — Ele respondeu confirmando a questão que a mulher.
— Quanto tempo, não é mesmo? Como sua mãe está? — Ela perguntou animada, embora as coisas entre eles tenham sido estranhas desde o último encontro, muitos anos haviam se passado, não tinha motivo para climões.
— Muito, você está linda… — As palavras saíram da garganta dele sem que ele conseguisse controlar. — Eu meio que sumi, não foi? Voltei faz pouco tempo, minha mãe ficou muito doente e sabe, eu vim cuidar dela. — Engoliu um pouco da sua bebida, estava triste pela condição de sua mãe, embora o tratamento estivesse sendo bem sucedido.
— Eu sinto muito por ela. E fico feliz que esteja vivo para cuidar dela, vou fazer uma visita qualquer dia desses, os preparativos do casamento estão tomando meu tempo, mas diga a ela que eu mandei um beijo. — As palavras o atingiram em cheio, tanto o fato dele ter quase morrido mesmo anos atrás nas corridas clandestinas que participou depois do término dos dois, quanto do fato dela estar realmente prestes a se casar com outro cara. Ainda doía um pouco, durante todos aqueles anos, ele nunca soube como superar aquele amor.
— Ela vai ficar feliz. E felicidades, espero que você seja feliz. — Disse com pouca verdade, quer dizer, desejava mesmo que ela fosse feliz, mas não conseguia expressar aquilo de maneira sincera. — E sobre estar vivo, eu saí daquela vida, agora estou com uma pequena oficina mecânica fora da cidade, ela não tem mais que se preocupar.
— Espero que você seja feliz também. E fico extremamente feliz que tenha tomado juízo e saído daquela vida. Agora eu preciso ir. Até a próxima, se cuida! — Ela foi sincera e ele sabia perceber quando ela era, se levantou de onde estava sentada perto dele, para que conseguissem ter aquele momento de conversa e logo voltou ao grupo que estava antes, junto do noivo e dos amigos.
Mas o que ele sabia na nova ela afinal? Quase dez anos haviam passado, eles não tinham mais 18 anos. Ele não tinha os mesmo sonhos e desejos daquela época. E aparentemente ela também não. Afinal, quem diria que ela antes dos trinta estaria com aquele anel enorme de noivado no dedo, agarrada a um cara alto, e muito boa pinta, antes de ter viajado o mundo todo, que era o que ela sempre quis.
Estar de volta aquela cidade depois de tudo e de tanto tempo também não era a intenção dele, mas lá estava, sentado em uma das banquetas do bar aquela boate badalada. Há quase dez anos atrás nenhum dos dois estaria em um lugar como aquele, e lá estavam, tão perto e ao mesmo tempo tão longe.
A cena deveria estar perfeita, afinal, quando se quer uma pessoa bem como eles diziam se querer no passado, se deseja que esta esteja bem de verdade e feliz. Mas o coração do rapaz nunca foi capaz de esquecer aquele sorriso, nem aquele cheiro de morangos frescos que emanava da mulher, ela sempre os adorou. Mesmo com o pouco contato que conseguiram manter durante todos aqueles anos, ele ainda a amava, nunca deixou de amar. Mas que direito tinha de se sentir daquela maneira, ainda se sentia abandonado e trocado, e o mais prejudicado na visão dele é claro, era somente ele e mais ninguém.
Para entendermos melhor a história desses dois precisaremos da ajuda da nossa grande amiga Wiki (sim, aquele site SUPEEEEEEEEER confiável da Internet que nossos professores sempre nos alertavam sobre) em um breve entendimento, para aqueles que não conhecem ou não sabem nada sobre MOTO3, que é uma modalidade do Grand Prix de motovelocidade que é principal campeonato de motociclismo, dividido em três classes: a Moto3 (que é a parte que aparece na nossa história), Moto2 e MotoGP (aposto que esse aqui você já viu em algum lugar) . O Moto3 utiliza motores monocilíndricos de 250cc (isso aqui é só para você pesquisar na internet depois, porque claro, embora nosso PP use uma dessas, essas coisas mais técnicas não vão aparecer) , em oposição aos motores de 125cc usados anteriormente. Os motores têm cilindros únicos, em oposição aos quatro cilindros usados no MotoGP. (E a parte que mais nos interessa é essa aqui) Moto3 é a classe em que jovens pilotos participam pela primeira vez nas corridas de motos do Grande Prêmio. A idade mínima para um motociclista é de 16 anos e a máxima é de 28 anos. Outro dado importante é esse aqui: Os pilotos de teste (e reservas) têm a missão de validar as últimas novidades preparadas pelas fábricas para a temporada. Choi vinha sendo um piloto de teste promissor da Repsol Honda Team (ok talvez vocês conheçam melhor somente como Honda, aquela mesma marca japonesa, dos carros e da F1) e ele era realmente muito bom e comprometido com tudo que se envolvia, fosse em sua vida pessoa. Tinha recebido uma proposta para que no ano seguinte, fizesse parte do time oficial de pilotos, e o céu era o limite, tinha competência, garra e equipe para chegar tranquilamente no MOTOGP (A principal modalidade) antes de completar seus trinta anos. Era a realização do sonho dele e um alívio para a família e amigos, tinha nascido para as pistas, mas se fosse para o mundo obscuro e clandestino, talvez não estivesse nem aqui para contar história.
Seu relacionamento com era uma coisa boa na vida dele também, embora estivessem brigando muito ultimamente, ele sempre julgou viver por ela, mas de um tempo para cá achou que ela não estivesse fazendo o mesmo com ele, andava muito independente, com planos de viajar por alguns países do mundo antes dos trinta, ele achava uma grande loucura e bobagem, ele não poderia acompanhar ela, não tinha como aquela ideia dar certo, a amava demais para ficar mais que alguns dias longe, ele viajava com a equipe alguns dias no mês, mas não era como passar o tempo que ela estava pensando em passar fora e ele estava trabalhando, ela ia apenas para tirar o ano sabático.
— Ano que vem! — saiu de seus devaneios ouvindo somente a última frase que a mulher dizia.
— O que tem? — Ele olhou para ela que estava iluminada depois de falar o que disse, mas que foi perdendo o brilho quando percebeu que ele não prestou atenção.
— Minha viagem pelo mundo, eu vou começar no primeiro bimestre no ano que vem, vou aproveitar que você estará focado nos treinos pré campeonato e eu pretendo voltar antes de…
— Você não vai. — Ele disse simples, olhando para ela e voltando a tomar sua bebida.
— Como assim eu não vou, ? Você bateu a cabeça no treino essa semana? — Havia humor na voz de , mesmo que houvesse espanto em sua expressão.
— Não indo oras, que tipo de relacionamento se mantém com uma pessoa vivendo aqui e outra em vários países do mundo. — Disse como se fosse óbvio, era para ele.
— A gente não vive assim há algum tempo? Com as viagens com a equipe? E fará muito mais ano que vem, quando for o piloto oficial? — O tom de humor tinha mudado para incredulidade, tal qual sua expressão.
— É diferente , eu passo só alguns dias longe e sempre que eu volto você está aqui, eu posso te ver, e a gente fica feliz, você não fica feliz? — Era impressionante para ele como aquilo não era um consenso entre os dois, pensava que a namorada se sentia da mesma forma.
— O fato de eu realizar o meu sonho, não quer dizer que eu te ame ou deixe de te amar, a gente pode se ver entre as suas folgas, é só viajarmos para um lugar mais próximo que o outro estiver, eu não preciso ficar presa aqui levando uma vida medíocre, esperando que você viva os seus sonhos, enquanto os meus são engolidos. — sabia que ele era um pouco grudento e dependente dela, mas achou que era claro pros dois desde o início do relacionamento que os sonhos de ambos eram aqueles e que eles se permitiriam viver aquilo acima de tudo.
— Então eu desisto também, eu não aceito a proposta da equipe e ficamos os dois aqui, vai ser melhor pra gente e…
— Pelo amor de Deus! Não! Você não vai jogar toda a sua carreira fora e eu não vou largar a minha viagem pra continuarmos estagnados aqui, chega, pra mim essa foi a gota d'água, esse relacionamento já vem me sufocando há tempos e agora você vem com essa de que eu não posso ir viajam simplesmente porque você não quer. Não , acho que isso aqui não está rolando mais. — Foi sincera, estava se sentindo sufocada mesmo, ele vivia grudado nela e querendo saber cada coisa que ela fazia, além é claro daquele papo de que deviam passar todos os segundos juntos quando ele não estava trabalhando, não era assim que planejou viver, não ia se sujeitar aquilo.
— , precisamos conversar! — mesmo de costas ele conseguia reconhecer quem dizia aquilo, não pelo timbre da voz, mas pelo doce perfume de morangos frescos que invadia o lugar.
— O que você quer? — Respondeu sem se virar, ela era cega ou o quê? Ele estava ocupado, conversando com os amigos.
— Eu quero que você se vire para mim, em primeiro lugar. — O tom autoritário estava presente, mas quem disse que ela mandava em nele?
— Tenha dó , você acha que detém algum poder sobre mim? — Riu ironicamente, seria realmente algo engraçado se não fosse extremamente trágico.
— Pelo amor de Deus, , não estou brincando, você tem quantos anos, 5? — A impaciência na voz dela, na verdade o divertia, se fosse em outro momento de sua vida, teria virado e abraçado ela, desde o momento em que aquele perfume idiota invadiu seus sentidos, quando ela entrou naquela oficina mecânica.
— É, e se eu tiver, o que você tem a ver com isso? Não foi por isso que você me largou? Porque eu sou um imaturo, que só tinha olhos e amor por você, mas para "a senhora perfeitinha", parece que ser o meu melhor e dar o meu melhor não foi o suficiente, então sim, talvez eu tenha mesmo 5 anos de idade, mas você não é a minha mãe para vir cagar regra pra mim. Eu já sei tudo o que você vai me dizer , vai falar que eu tô jogando a minha vida fora, que eu vou acabar me matando, que eu não era assim, e você está certa em todos os sentidos, eu já te disse, cuide da sua vida e da vida do seu namorado, deixa que de mim e dos meus chifres, cuido eu. — Continuou de costas para ela, mas o tom ainda era ríspido, não tinha mais o direito de ir até lá falar nada para ele.
— Eu não te entendo , não, não foi porque você me amava e só tinha olhos para mim que terminados, foi porque você não vivia por você, e você me sufocava, se as coisas não fossem do seu jeito, você dava um jeito de estragar tudo, como está fazendo com a sua vida. Como você acha que a sua mãe dorme a noite, sabendo que o filho dela está metido numa corrida de motos e rachas clandestinos pela cidade? Você jogou fora sua carreira no moto3, um futuro promissor, um patrocínio, você estava em uma equipe, pelo amor de Deus. — estava indignada, e por mais que soubesse que ela estava certa, em certo ponto, as palavras doeram, doeram como aquela separação doeu.
— Ainda bem que a vida é minha, não é? — Ele estava mesmo querendo encerrar aquela conversa.
— Por enquanto, mas se você sofrer um acidente sem nenhuma ajuda de recuperação como teria em um grande campeonato, sua vida pode ser responsabilidade eterna da sua mãe ou pior, uma dor eterna para ela, por ter que enterrar o único filho, tão jovem, mas se você quer continuar nessa "vida", vá em frente, mas chegue para ela e fale "Mãe, eu quero morrer ou ser um peso para a senhora a minha vida toda".
saiu e deixou aquelas palavras no ar, mas naquele estágio da vida e da raiva dele, não podia se importar mais com aquilo. Era isso, ela tinha o deixado a algum tempo atrás, ele tinha largado a vida de piloto que tinha e a sua única paixão e entretenimento naquele momento eram aquelas corridas, a adrenalina que aquilo levava para a vida dele.
— ? — Ele ouviu alguém chamar em meio a música que tocava no local.
— ! — Ele respondeu confirmando a questão que a mulher.
— Quanto tempo, não é mesmo? Como sua mãe está? — Ela perguntou animada, embora as coisas entre eles tenham sido estranhas desde o último encontro, muitos anos haviam se passado, não tinha motivo para climões.
— Muito, você está linda… — As palavras saíram da garganta dele sem que ele conseguisse controlar. — Eu meio que sumi, não foi? Voltei faz pouco tempo, minha mãe ficou muito doente e sabe, eu vim cuidar dela. — Engoliu um pouco da sua bebida, estava triste pela condição de sua mãe, embora o tratamento estivesse sendo bem sucedido.
— Eu sinto muito por ela. E fico feliz que esteja vivo para cuidar dela, vou fazer uma visita qualquer dia desses, os preparativos do casamento estão tomando meu tempo, mas diga a ela que eu mandei um beijo. — As palavras o atingiram em cheio, tanto o fato dele ter quase morrido mesmo anos atrás nas corridas clandestinas que participou depois do término dos dois, quanto do fato dela estar realmente prestes a se casar com outro cara. Ainda doía um pouco, durante todos aqueles anos, ele nunca soube como superar aquele amor.
— Ela vai ficar feliz. E felicidades, espero que você seja feliz. — Disse com pouca verdade, quer dizer, desejava mesmo que ela fosse feliz, mas não conseguia expressar aquilo de maneira sincera. — E sobre estar vivo, eu saí daquela vida, agora estou com uma pequena oficina mecânica fora da cidade, ela não tem mais que se preocupar.
— Espero que você seja feliz também. E fico extremamente feliz que tenha tomado juízo e saído daquela vida. Agora eu preciso ir. Até a próxima, se cuida! — Ela foi sincera e ele sabia perceber quando ela era, se levantou de onde estava sentada perto dele, para que conseguissem ter aquele momento de conversa e logo voltou ao grupo que estava antes, junto do noivo e dos amigos.
FIM!
Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Yeom ta um babaquinha, mas ele mereceu tudo o que recebeu nessa fanfic, eu amei esse final, amo finais assim hahahahahahha, sério, muito bom. Espero que tenham gostado.
ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.
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