Prólogo. Girl, I see it in your eyes, you're disappointed
Sim, a vida amorosa dos dois era um tremendo de um clichê. Mas era um clichê mágico, um clichê deles.
E ela não estava pronta para se despedir de tudo aquilo. Talvez nunca estivesse.
-, por favor, fica aqui! –Chorava. permanecia impassível. Amava , mas sua decisão já fora tomada: iria morar com o pai na Itália.
-... Isso já está difícil o suficiente sem minha mãe, só... Me dá um tempo, por favor.
Aqueles soluços estavam acabando com o rapaz, só que ele não podia ficar. Mesmo se quisesse, e deixando bem claro que não queria, teria que morar com os dois tios, que ele por sinal odiava. Eram irmãos, donos de um grande restaurante do centro, que o tratavam como escravo. Jamais contou isso a , mas desde que sua mãe morreu, tem sofrido na mão daqueles dois. Sua única e clara opção era mudar-se para Itália.
Seus pais nunca se casaram, mas ele via seu pai até com certa frequência, se considerar o fato de que moravam em países diferentes. Gostava do homem e naquele momento sabia que o melhor para si seria viver com ele.
Giuseppe ficou feliz com a notícia. Era um daqueles típicos italianos alegres e calorosos, e sentia que naquele meio ele poderia se reerguer. Tinha consciência de que o pai não preencheria o espaço vazio que a mãe deixou ao partir, mas aliviaria.
Uma figura paterna era tudo que ele precisava, e tentava encontrar um jeito de dizer isso a . Ele a amava mais do que tudo, porém era necessária sua partida e seu maior desejo era que ela entendesse isso.
O que com certeza não iria acontecer tão cedo.
-, eu te amo, por favor. –Soluçava ela. Estava com metade de si de coração partido e a outra metade furiosa pela garota não poder atender a um desejo tão simples. Teria que dar a cartada final. Ela não iria gostar, e ele sabia disso, mas não podia mais viver em Portugal, não com aqueles dois irmãos tão cruéis.
-Se me ama mesmo, , deixe-me ir. –Falou, abaixando a cabeça e virando-se de costas. Não podia ver a reação dela, não queria mais ver suas lágrimas.
Mas não aconteceu o que ele imaginou. Pelo contrário, as lágrimas cessaram.
-Eu te amo o suficiente para isso. –Sussurrou. se virou. – Mas não é justo. Se me ama mesmo, , então fique.
O rapaz ficou estático, não percebendo que as lágrimas recomeçaram. A garota deu um passo incerto para trás.
-Você não ama. –Afirmou.
não respondeu. Ficou apenas pensando no quanto sentiria falta dela. No quanto sim, a amava. Ele não queria deixá-la, deixar significaria arrancar pela raiz tudo que eles plantaram, derrubar tudo o que construíram. Mas nada que ela dissesse o faria mudar de ideia.
-Meu Deus, você não ama! –Gritou, em prantos, se afastando cada vez mais.
Havia várias coisas que poderia fazer ou dizer naquele momento. Poderia correr até ela e dizer que iria ficar. Poderia tomar suas mãos e dizer que ficaria tudo bem. Poderia só abraçá-la. Mas ao invés disso ficou olhando para a garota que o encarava com um misto de raiva e choque. Quando ele não confirmou e nem negou a afirmação dela, secou as lágrimas e ergueu a cabeça.
E tudo que ele viu foi o corpo magro da garota que ele tanto amava sumindo no final da rua.
não sabia porque ele havia feito isso com ela. Tudo bem, a mãe tinha morrido e ela sentia muito, mas poxa, eles se amavam, era uma relação normal até... Ele surgir com essa ideia de se mudar para a Itália. Conhecera o pai de em uma ocasião, e gostou de verdade dele. Sabia que cuidaria bem do rapaz. Pelo tempo que passou em Portugal, pode perceber que Giuseppe tinha aquela personalidade descontraída, uma mistura de euforia e animação que fazia todo mundo querer ficar perto dele.
A escolha de era óbvia considerando tudo que ela vira com seus próprios olhos. Deveria parar de ser tão hipócrita, sabia que tomaria a mesma decisão se estivesse no lugar de . Mas estamos falando de amor aqui, e na hora de sofrer por amor não há razão que nos faça ser empática.
sabia que poderia ter sido mais fácil, mas não conseguiu se aguentar. Achou que poderia fazê-lo mudar de ideia, achou que se contasse a ele o verdadeiro motivo ele talvez ficasse, mas lembrou da cabeça dura do namorado.
Ou ex.
não estava acreditando. Poderia ter sido muito mais simples. Ela provavelmente estaria chorando agora ou, pior, estaria brava com ele e nenhuma das duas opções eram boas. Cogitou passar na casa dela para se despedir, mas não sabia o quão benéfico ou maléfico essa atitude seria. Deixou para lá e foi para o aeroporto direto.
Já no avião, antes de pisar os pés na Itália pela enésima vez na vida, pensou se por um acaso se mudar para a Itália não teria sido uma péssima decisão.
Mas era tarde demais.
1. I'll be here, by your side
Ela mal podia acreditar, estava finalmente formada! Animada, acompanhou os outros formandos naquela famosa encenação de jogar os chapéus para cima. Gritou, aplaudiu, sorriu. Parou para as fotos, cumprimentou familiares, comeu, dançou. Não podia esquecer nada dessa noite, não podia deixar de notar o quão perfeito tinha sido tudo. E foi do jeito que ela imaginou, a melhor noite da sua vida.
-! –Ouviu a voz de , que vinha correndo em sua direção.
-Formanda 317! –Gritou de volta. As duas se abraçaram, rindo.
-Nem acredito que amanhã seremos efetivadas! –Falou a amiga, passando os braços em torno do pescoço de . Começaram a andar pelo salão.
-Nem eu. Eu amo aquelas crianças e elas serão oficialmente minhas!!
-Nossas! -Corrigiu a morena.
gargalhou.
-Certo, posso pensar em dividir.
Foram para a pista de dança novamente, que estava mais cheia do que no início da noite. Pegavam quase toda bebida que ofereciam e lá pelas duas da manhã se encontravam perfeitamente alegrinhas, digamos.
-Uou, para tudo. – parou de dançar e indagou de um jeito meio bêbado. –Quem é aquele bofe novato?
riu, tentando se equilibrar no salto e olhar para aonde a amiga apontou.
-Não é novato, é só o . –Confidenciou . Ela estava bêbada além da conta, não fazia ideia do que estava pensando. Se esquecera até mesmo de Danny, que a mãe dela resolveu levar para casa ao ver a situação da filha. –Ei, ! Oi! –Gritou animada, e riu tanto que teve que ir ao banheiro por ter urinado nas calças.
ouviu quando ela gritou. Não sabia que a encontraria tão facilmente, mas vamos concordar, era óbvio que ela estaria na formatura. Era uma das formandas.
-Oiiii, ! –Falou, dessa vez do lado dele. Ele percebeu na hora que ela estava bêbada, e soube que se estivesse sóbria, teria feito o impossível para evitá-lo. Bom, essa seria a reação esperada depois de ela passar cinco anos ignorando seus telefonemas, e-mails e ligações no Skype. Resolveu aproveitar, apesar de saber que ela estaria soltando fogo pelas ventas quando acordasse mais tarde.
-Olá, . –Cumprimentou, erguendo um copinho de whisky e sorrindo de lado. esboçou um sorriso meio lânguido.
-Você é tão lindo e eu te amava tanto, . Porque foi embora?
O sorriso do rapaz morreu.
Não pelo elogio, mas sim por causa daquele maldito verbo conjugado no passado. Nada é pior para alguém do que escutar a palavra "amava".
tirou o copo da mão dela e a guiou para fora do salão.
-Ei, o que está fazendo? É a minha festa de formatura!
-Você está bêbada, tonta e não faz ideia de quem eu sou.
Ela revirou os olhos.
-Eu sei quem você é, . O cara que me deixou. Esse é você.
segurou firme os pulsos da garota.
-Não vamos falar sobre isso agora. Você está bêbada e eu vou te levar para casa antes que cometa alguma loucura.
-Tipo correr pelada no salão? –Perguntou em tom de dúvida. não conseguiu, deu risada.
-Algo desse nível. –Respondeu.
-Bom, se vai me levar mesmo eu preciso ir avisar a . Ela fez xixi na calça de tanto rir. –Comentou , rindo do que disse e depois começou a rir da própria risada.
Começou a se afastar, mas foi impedida pelo braço de .
-Ah, qual é. Eu não vou correr pelada.
-Prefiro não arriscar. –Falou o rapaz, guiando até , de quem ele se lembrava vagamente. Achou a moça um tempo depois, em uma situação pior que a de . estava jogada na cadeira, com os olhos meio fechados e não parava de subir e descer os braços. Provavelmente pensava estar dançando na cabeça dela. Não sabia como, mas concluiu que uma ia dormir na casa da outra e como não teria coragem de deixar naquele estado mesmo que seu julgamento estivesse incorreto, resolveu levá-la também.
Acordou , pegou as duas pela mão e as guiou até seu carro. Na dura, seu maior medo era de que vomitassem no veículo, mas para seu alívio isso só aconteceu quando chegou a calçada.
-Que eu to fazendo aqui? Essa é a casa da . –Falou, de um jeito tão enrolado que quase não entendeu o que ela tinha dito.
-Vai dormir com ela hoje. –Respondeu. –?
A garota havia capotado. chegou por trás de e deu um tapão na perna da amiga.
-Quero um banho, amiga, levanta.
saltou do carro, lutando consigo mesma para se manter ereta. Apenas depois que saiu lembrou dos sapatos que ficara no interior do veículo. Deu um resmungo frustrado, mas já os havia pegado antes mesmo de a moça dar meia volta.
Olhou para ele atenta, com um sorriso nos lábios e um olhar agradecido.
-Eu senti sua falta, seu babaca. Por favor, não desiste de mim. –Sussurrou do jeito menos bêbado que conseguiu e em seguida tascou um selinho em . Um selinho bêbado, que não deixava de ser um selinho.
Ele não conseguiu transmitir uma resposta imediata, só ficou olhando as duas entrarem na casa. Ficou com certo receio de deixá-las sozinhas, mas sabia que não havia mais nada que ele pudesse fazer.
É claro que as palavras aparentemente simples de causaram seu efeito naquela madrugada. E finalmente entendendo a proporção do que aquela frase significava, sorriu consigo mesmo.
-Eu não vou desistir, .
2. No more fears, no more crying
Suspirou, se jogando no sofá.
Cacete, ela não estava acreditando nisso. Ela queria, mas não conseguia se lembrar de nada relacionado à noite anterior. Não lembrou nem mesmo quem a trouxe para casa. Na verdade ficou confusa quando acordou no tapete e encontrou dormindo em cima de sua confortável cama. Porque dormi no chão e essa folgada na minha cama?, pensou encarando brava a amiga desfalecida na cama. Como se não bastasse seu tronco rígido por ter dormido no chão duro, ainda estava com uma baita dor de cabeça. Pudera, deviam ter bebido todas as bebidas da festa, no mínimo.
Como não acordava, decidiu ir pelo menos tentar tomar seu café da manhã, ou almoço, já que eram quase cinco da tarde. Parou no armário do banheiro para caçar algum remédio que aliviaria a dor de cabeça, mas se decepcionou quando não encontrou nada.
Depois de decorrido vinte minutos de sua refeição, surgiu na cozinha cheia de energia, com uma cara maravilhosa e usando um dos vestidos de .
Como ela podia estar tão bem? Ah, mas é claro, ela dormiu na minha cama.
-Bom dia, amor! -Gritou a mulher, beijando o topo da cabeça de . Apesar de ter ficado confusa, a moça sorriu.
-Bom dia, querida. Só não grite que eu, ao contrário de você, estou péssima. –Avisou, bebericando um gole do leite.
revirou os olhos.
-Querida, hoje é o nosso grande dia! O dia da nossa efetivação tão esperada! Não acredit...
-Eu esqueci! –Gritou , sem esperar a amiga terminar a frase.
Tirou a roupa a caminho do banheiro, tomou um banho na velocidade da luz e vestiu a coisa mais bonitinha que encontrou na frente. Em seguida deu um jeito de ajeitar os cabelos curtos e enrolados no lugar e passou um brilho labial para finalizar o visual.
Acabou tudo em meia hora, borrifando seu perfume preferido no pescoço antes de finalmente sair do quarto.
-? –Chamou, entrando sala adentro. –Let's go!
A morena riu, se encaminhado também para a saída do sobrado.
Chegaram cerca de meia hora atrasadas para a reunião, mas a diretora do colégio estava tão ocupada cuidando de seus afazeres para a volta às aulas que nem percebeu o relevante atraso. Recebeu as duas com um enorme sorriso, e sem muito o que conversar encaminhou as jovens professoras direto para sua sala.
-Bem, não há muito o que fazer. –Começou Maristela, pegando um maço de papéis de dentro de uma das muitas gavetas. – continua com seus alunos. Estão ansiosos pela volta às aulas e acho que ficarão felizes quando verem que a professora é a mesma.
abriu um largo sorriso, no entanto, ficou confusa. Será que seus alunos seriam diferentes? Suas crianças seriam passadas para outro? Ela sabia que havia grande probabilidade de isso acontecer, já que o diploma retirado há dois meses garantia a ela a vaga de uma professora de fundamental e não mais da educação infantil, mas ela fizera Maristela prometer fazer tudo ao seu alcance para não separá-los. Ela tinha que estar junto de Danny.
-E , espero que não fique brava comigo. –Murmurou Maristela, franzindo os lábios. –Mas tive que mudar sua turma.
-O que? –Falou , se controlando para não gritar. Maristela era sua chefa afinal de contas.
-Desculpa mesmo, , mas tive que passar sua turma para um outro professor. Você é mais experiente, está com a gente a mais tempo e tenho certeza que posso confiar em você para lidar com o terceiro ano.
deu um muxoxo na cadeira. Que droga! As aulas começariam dali a duas semanas e ela nem conhecia nenhum aluno. Teria que fazer amizades novas, cativa-los e ainda havia a chance de eles nem se darem bem. Crianças pequenas eram mais fáceis de lidar, Danny era a prova real disso. Ele entendia tudo, a seu modo, e sempre te dava um beijo de despedida, mesmo se fosse só para o recreio.
suspirou. Mas apesar dos apesares, sorriu. Tinha certeza que crianças de oito anos não seriam tão cruéis assim.
Ou pelo menos era isso que ela esperava.
-Certo. Não faz mal, de verdade. Vai ser bom fazer novas amizades. –Respondeu sinceramente, mas ainda insegura.
Maristela bateu palmas, alegremente.
-Ótimo! A presença de vocês aqui na próxima semana é indispensável! De verdade, vou precisar de toda a ajuda possível.
-Nós vamos vir, com certeza! –Confirmou , com uma certa simpatia exagerada. não sabia se a amiga estava ou não sendo sincera, mas também concordou em ajudar.
Todos os anos, no início do período letivo, a escola fazia uma festa de boas vindas no primeiro dia de aula. Era uma escola pequena, tinha menos de quatrocentos alunos, mas todos contribuíam de uma maneira inacreditável. As crianças da pré-escola geralmente não faziam nada, isso ficava ao critério da professora e sendo a professora daquele ano, não teve coragem de pedir trabalho para as férias. Eram praticamente bebês. O fundamental geralmente fazia cartazes das melhores coisas que fizeram nas férias e deixavam de exposição. Os alunos mais velhos faziam até maquetes, às vezes. E por fim, os adolescentes do ensino médio encerravam a festa cantando algumas músicas ou recitando algum poema. Nesse ano rolava um boato de que iria ser uma peça de teatro, mas não tinha nenhuma certeza. Estava ansiosa pela festa, principalmente para rever seus, bom..., ex-alunos.
Depois da breve reunião com Maristela, e resolveram jantar fora, já que estava na hora do jantar de qualquer forma, e foram para um restaurante francês no fim da rua, que era novo e ambas queriam conhecer. Só não podiam demorar muito, já que Danny ainda estava na casa da avó e muito provavelmente se perguntando onde estava.
-Acho que minha cabeça vai explodir. –Reclamou , passando os dedos pela têmpora. Como não disse nada, olhou para a amiga e a encontrou encarando a parede com uma careta concentrada. –!?
-! –Gritou , dando um tapa na mesa. se assustou com o tapa e mais ainda com o nome de seu ex-namorado nessa conversa.
-Que ?
-Oras, o cara que levou a gente pra casa ontem. Estava tentando me lembrar desde que acordei, e agora lembrei. –Contou, indiferente ao que se passava na cabeça turbulenta de .
Como assim, voltara? E o que tinha acontecido a noite passada? Será que ela disse algo absolutamente impróprio? Estremeceu só de pensar.
-Não é o que eu estou pensando, é? -Perguntou . deu de ombros, bebendo o suco de hortelã que tinha pedido.
-E eu é que sei em quem você está pensando?
ficou calada, com essa nova informação ainda vagando em seu subconsciente. A pergunta já não era mais porque havia voltado a Portugal e sim o que ele tinha ido fazer por lá.
3. Can we fall, one more time?
revirou os olhos, sem responder. Pegou a chave do carro e arqueou as sobrancelhas para a amiga estirada no sofá. Suspirou impaciente.
-Sim, vamos. A gente disse que ia. –Falou , se lembrando de que tinha que pegar a blusa que deixara em cima da cama. Quando voltou, encontrou ainda deitada, sem mexer um único musculo.
-Vai você, , diga que estou com enxaqueca.
riu, indo até o sofá e puxando a mulher preguiçosa de lá.
-Se eu for dizer alguma coisa, vai ser “Ela não veio porque não estava a fim de ajudar”.
se levantou, fazendo uma cara emburrada para a amiga.
-Você não faria isso.
cruzou os braços.
-Experimente. –Desafiou, se afastando em direção a porta. Derrotada, bufou, seguindo até a saída da casa.
Não conversaram muito no caminho para a escola, dando brecha para pensar em . Ele não a procurou em nenhum dia dessa última semana, apesar de, ao que tudo indicava, saber onde ela morava. Ela esperou que ele aparecesse em sua porta pelo menos dois dias seguidos. Quando isso não aconteceu, ela se surpreendeu quando se pegou triste. Abandonou o pensamento, colocando na cabeça que tinha sido melhor daquele jeito. Ela nem ao menos saberia o que dizer se por um acaso se vissem.
-Oh, que bom que vocês vieram! –Exclamou Maristela, assim que viu as duas amigas.
-Não que eu tivesse tido escolha. –Sussurrou , de modo que só ouvisse. riu, dando uma cotovela até que forte nas costelas da outra.
-Claro que viemos. –Disse , com seu melhor sorriso.
-Bem, hoje estamos com tanta mão de obra que provavelmente nem precisarão vir amanhã.
-Glória a Deus!
-Desculpe, querida, o que disse? – enrubesceu, pensando em uma maneira de contornar a situação.
-Ah, eu disse “Meu Deus!”. Seus sapatos, meu Deus, são lindos! Agora que vi, são novos?
Maristela sorriu desconfiada, olhando para os simples e gastos sapatos pretos de sempre.
-Não, querida, eu os tenho há pelo menos cinco anos.
se beliscou para não rir da cara de , e dando mais uma levantada de sobrancelha, Maristela seguiu pela escola, pedindo que as acompanhasse.
Trabalharam duro aquele dia. Prenderam bandeirinhas, montaram o cenário do palco (ao que parecia haveria mesmo uma peça de teatro aquele ano), prenderam os cartazes na faixada da escola, organizaram os trabalhos dos alunos cada um em sua respectiva mesa e arrumaram algumas salas do ensino médio, que iria servir de camarim para o pessoal do teatro.
Quando já estavam exaustas e prontas para irem embora, Maristela foi até elas agradecer pela participação.
-Obrigada, meninas, vocês ajudaram muito. –Comentou, dando um tapinha amigável no ombro de . –Ah, querido! Venha conhecer as novas colegas de trabalho.
se virou para ver de quem Maristela estava falando e quase caiu para trás.
Depois de quase duas semanas se perguntando sua reação ao vê-lo, já deveria ter realizado pelo menos metade delas. Imaginou que seu interior se encheria de raiva. Imaginou que daria um tapa na cara dele. Imaginou que o olharia de cima a baixo, e depois o ignoraria. Também imaginou que ficaria triste, ou até que choraria.
Mas nunca imaginou fazer o que fez a seguir.
O olhar dos dois se encontraram.
Ela estava maravilhada, não conseguia acreditar que depois de tantas ligações que ignorou, ele estava bem ali, na sua frente.
Ele estava estático, estava ainda mais bonita do que no dia da festa. Não era nada demais, era uma beleza dela, a que ela sempre tinha sido.
Ela instigou seu cérebro a apagar todas as coisas ruins que pensou dele quando ele se fora, e ficou no homem lindo e realizado que estava diante dela. Era o mesmo , mas estava diferente. Era o mesmo sorriso, mas estava diferente. Ele era exatamente a mesma pessoa de cinco anos atrás, mas ao mesmo tempo não era.
Ele subitamente se esqueceu que a vira a menos de duas semanas atrás e fitou como se a visse pela primeira vez.
Em meio a tanto tempo separados, tanta coisa por dizer, tantos sentimentos reprimidos, os dois, ali naquela pequena escola, finalmente se reencontraram. E com um sorriso tímido de ambos os lados, falaram suas primeiras palavras.
-.
-. –E sorriu mais largamente. Depois murchou o sorriso. Não entendia até agora o motivo de ela ter ignorado tantos e-mails e ligações. Ele escreveu vários explicando o verdadeiro motivo de ter se distanciado, mas ela nunca o respondera. No mínimo apagou os e-mails sem os ler, não era do feitio dela ignora-lo dessa forma.
-Oh, que maravilha! Vocês se conhecem! –Exclamou Maristela, com um sorriso encantado.
"Mais do que você imagina...", pensou , com um sorriso bobo. E depois seu sorriso também murchou. Qual seria a reação dele quando descobrisse sobre Danny? não queria nem imaginar.
Tinha sido difícil seus primeiros anos como mãe solteira. Terminar a faculdade, trabalhar na escola e criar um filho, tudo isso somado a grande falta que fazia, não tinha sido muito bom. Mas aos poucos ela foi estabelecendo uma rotina e com a ajuda de familiares e de , conseguiu superar. Hoje em dia ela trabalhava na mesma escola em que Danny estudava, então não dependia de ninguém para cuidar dele. Na verdade, até o ano passado ela era a professora dele.
teve seus motivos para ir embora, assim como teve seus motivos para esconder a gravidez. No exato dia em que ela foi lhe contar sobre isso, ele lhe dera a notícia de que iria partir. Ela queria muito que ele ficasse, mas não por uma gravidez indesejada, e sim por ela, por amar ela.
Estava com o coração batendo acelerado e não sabia o que faria quando eles se encontrassem. Sempre que Danny, com seu jeito infantil, perguntava por onde andava seu pai, não mentia. Dizia exatamente por onde andava o pai dele, em um país chamado Itália, e que tinha ido embora há muito tempo. Não queria que Danny nutrisse ódio pelo , então também dizia que ele o amava muito, mesmo que não fizesse a mínima ideia sobre a existência dele. Danny perguntava bastante sobre ele, até que suas perguntas ficaram cada vez menos frequentes e ele não tocou no assunto nunca mais.
Teríamos sido uma família feliz, pensou .
-Sim, nos conhecemos do colegial. –Explicou à Maristela, com um sorriso meio torto.
sorriu.
-Quanto tempo, . Maristela soltou uma risadinha.
-A propósito, esse é o professor que roubou seus alunos, .
O sorriso antes brilhante de murchou na hora. Merda! Como se a vida quisesse curtir uma com a cara dela, Danny era a cópia de . Todos os mínimos detalhes em seu rosto lembravam . O homem iria perceber na hora. Será que ficaria bravo com ela? Ou triste? Antes que alguém percebesse o desnível de seu sorriso, se pôs a sorrir novamente, reagindo positivamente ao comentário de Maristela, que tinha um tom de piada.
-Cuida bem deles, ladrão! –Exclamou, dando uma risadinha. Por trás do humor, o pedido era real.
-Com certeza, senhora. –Respondeu, com uma piscada.
achou que iria conseguir escapar suavemente, conseguindo esconder Danny por mais um dia, mas é claro que a avoada da fez o pior comentário na pior hora.
-, você não tinha que buscar Danny na...
-No veterinário! –Gritou, olhando para com os olhos arregalados. entendera o recado, mas Maristela não.
-Veterinário? Danny não é seu f...
-Meu cachorro, Maristela. Ele estava com muito pelo, resolvi levar para tosar. Nossa, nem acredito que quase esqueci ele lá! –Riu sozinha a princípio, depois e um muito confuso acabaram rindo com ela. Maristela tinha aquela expressão meia desconfiada de quem sabia de tudo, mas nada disse. Apenas agradeceu as duas mais uma vez e depois de um aceno rápido para Maristela e , foi direto ao estacionamento, com em seu encalço.
-Não me mata, eu juro que esqueci. –Falou com um certo tom de desculpas na voz, enquanto estavam a caminho de dona Leonina (lugar em que Danny realmente estava). bufou.
-Certo, desculpas aceitas.
Depois de mais quinze minutos dirigindo por Lisboa, chegaram à casa de Leonina. A mulher com certeza as receberia com um jantar e não errou. Tinha um verdadeiro banquete aguardando as duas quando viram a mesa na sala de jantar.
-Mamãe! –Escutou uma vozinha fina te chamando, vozinha essa que pertencia a um pequeno ser humano que no momento estava pendurado em sua perna esquerda.
-Oi, meu amor. -Exclamou , sorrindo ao vê-lo e o pegando no colo. –Se divertiu com a vovó hoje?
O pequeno assentiu com a cabeça várias vezes.
-Ela me deixou comer sorvete antes do jantar! –Confidenciou, pouco tempo depois. e riram.
-Mãe! Eu já disse pra não fazer isso. –Falou , em tom de brincadeira. O olhar da senhora recaiu sobre a criança morena a sua frente.
-Danny, era segredo! –O menino não fez nada além de rir. As três logo começaram a falar sobre as aulas do dia seguinte, fazendo com que Danny se desinteressasse pelo assunto e fosse fazer alguma outra coisa.
Em meio a tanta conversa e risadas, as três comeram a refeição preparada por Leonina, que recebera uma chuva de elogios quando este acabou.
-Hora de ir, Danny! –Gritou da cozinha.
-Já to indo. –Foi a resposta que ele deu. Cinco minutos depois, Danny voltou com dois desenhos na mão.
-Um pra tia e um pra mamãe. –Explicou, entregando os desenhos.
-Aí que lindo! Da até vontade de por na exposição de amanhã! –Vibrou , admirando o que lembrava muito uma floresta.
Já não esboçou expressão nenhuma de alegria; pelo contrário, sentiu seu coração se partir no exato momento em que olhou para o que Danny havia desenhado.
Ele aparentemente estava no centro da folha, com o que parecia uma capa de herói. Ali estava ela, claro, já que embaixo lia-se a palavra "mamãe", entre muitos garranchos e rasuras que provavelmente tinha sido as várias tentativas de Leonina ensinar a criança a escrever a palavra. Mas havia mais alguém além deles dois. Danny, com seus infalíveis desenhos de palitinhos, tentou desenhar um homem, onde embaixo estava escrito "papai". O motivo do coração partido de era esse desenho em especial. No lugar da cabeça de uma pessoa, Danny havia feito um ponto de interrogação. Acima de tudo, no desenho ela percebeu que tanto ela quanto o próprio Danny, tinham as bocas viradas para baixo.
Ele estava triste.
e Danny tinham uma ligação incrível, não precisavam usar as palavras para se entenderem. E com aquele desenho, somado com o olhar suplicante que ele lhe lançara ao entregar, a mensagem era bem clara.
Danny queria saber quem era o pai dele.
4. And no woman in the world deserves this
-Bom dia, professora! –Gritou as crianças em uníssono, em um volume tão alto que precisou tampar os ouvidos, sorrindo.
-Meu nome é , vou ser a professora de vocês esse ano.
As crianças reagiram de uma forma positiva a ela, e se sentiu satisfeita. Depois do sucesso que havia sido a festa de ontem, não poderia esperar por menos. Conseguiu esconder Danny de sem nem mesmo saber como; provavelmente estavam os dois tão ocupados que nem se preocuparam em procurar um ao outro.
Ela explicou o assunto daquela aula e logo em seguida entrou no modo professora. As crianças a admiravam, encantadas.
gostou delas logo de cara. Mas sua preocupação ia para a sala um pouco atrás, onde seu pequeno estava frente a frente com o pai e não fazia a menor ideia disso.
parecia estar ficando louco, mas aquele menino era exatamente igual a ele. Não era possível tal semelhança.
As sobrancelhas, a maneira como ele pegava no lápis, o mesmo olhar questionador, era tudo incrível, e quanto mais olhava o garoto, mais se via nele.
Ele se apresentou e uma das meninas da frente havia perguntado o porquê de eles terem um professor homem. Foi quando aquele garotinho tão igual a ele respondeu com sua melhor pose de intelecto:
-Oras, se existe médico mulher e médico homem, porque não pode existir professora mulher e professor homem também?
sorriu.
-Excelente argumento, garoto. Qual o seu nome?
O menino corou.
-Daniel, mas todo mundo me chama de Danny.
teve que forçar um sorriso. Não era possível tanta coincidência. Ele devia estar imaginando coisas. Era o nome que eles... Era o nome deles.
Ela ria, desejando que o momento durasse para sempre. A cara de nesse momento fora a coisa mais épica da história toda.
-Como assim? -Perguntou, depois que ela disse que precisavam escolher os nomes das crianças.
-Ué, temos que definir os nomes. Isso é bem comum, , já estamos juntos há três anos. -Falou séria, antes de rir novamente.
-Certo, quero Davi. -Ele respondeu. Ela franziu o cenho.
-Não, Davi não. Gabriel. Gabriel é muito mais bonito.
Ele riu, passando a mão nos cabelos da namorada.
-Mas Davi é um nome bíblico.
-Gabriel também, dã. -Retrucou, rindo.
pensou por um momento.
-E se fosse uma mistura? Metade Davi e metade Gabriel? – riu da criatividade do namorado.
-E ficaria como? Davriel?
-Não, uma coisa mais normal, né .
-Tipo? –Desafiou, erguendo as sobrancelhas.
-Hm, Daniel?
Os olhos da garota brilharam.
-Amei. Amei. Amei. Amei, , amei. –Explodiu, subindo no colo dele e lhe dando um beijo a cada “amei”.
Eles tinham vários e vários planos e nada nem ninguém acabariam com eles. Nunca.
balançou a cabeça quando se lembrou do início da aula. Era só uma coincidência. Era coincidência demais, na verdade, mas não passava disso: uma mera coincidência. Observou o garoto que agora desenhava o que ele havia pedido, que era um retrato da família. Danny era canhoto também, assim como ele, fato que mais uma vez o intrigou. Estava faltando quinze minutos para acabar a aula quando pediu para os pequenos devolverem os desenhos. Alguns o fizeram de bom grado, aliviados, mas muitas meninas estavam desesperadas dizendo que “se esqueceram de pintar”. sorriu e deixou que as atrasadas terminassem. Em seguida, passou a olhar os desenhos das crianças.
Era hilário. Um deles havia desenhado, além dele mesmo, os pais e a irmã, e ao lado deles, desenhou um dragão. Quando perguntou o motivo de ter um dragão na família dele, o garoto abaixou a cabeça e disse que era o cachorro, que recebera o apelido de dragão justamente por ser bravo. havia perguntado se ele sentia medo do cão e o menino respondeu que não à pergunta que ele fizera.
Foi encarando os desenhos tão iguais, mas diferentes, quando parou em um que o intrigou. Olhou o nome atrás, e não teve dúvidas: era o desenho de Danny.
Ele havia desenhado a si mesmo usando uma capa de herói, um herói triste, a julgar pela curvatura da boca para baixo, e ao lado dele havia a mãe, pelo visto. pode perceber que ele tentou várias vezes escrever a palavra “mamãe” no papel, mas acabou escrevendo algumas letras ao contrário. Ao lado da mãe, que também estava com uma expressão triste, havia o pai.
Mas não era uma pessoa. No lugar da cabeça do homem de palitinho, havia um gigante ponto de interrogação vermelho. Abaixo do homem, viu uma coisa que o fez arregalar os olhos.
Era a bandeira da Itália.
Com o coração apertado e sentindo que aquilo era pessoal demais para ser perguntado na frente de toda sala de aula, chamou Danny até sua mesa.
-Por que não desenhou um sorriso no rosto deles? –Danny abaixou a cabeça.
-Porque eu não estou feliz. –Respondeu. sentiu o coração quebrando. Odiava ver crianças passando por uma situação dessas.
-Por que desenhou seu pai assim? –Perguntou, mesmo que já soubesse a resposta. O inteligente menino o encarou.
-Porque eu não sei como ele é.
-E a bandeira? Essa não é a bandeira de Portugal.
Danny abriu um sorriso, embora sua vontade fosse de chorar.
-Mamãe me disse que ele mora lá na Itália. É a única coisa que eu sei.
Espera aí...
Quando ia perguntar o nome da mãe dele, bateu o sinal. Algumas crianças levantaram e ele lembrou que tinha mais o que fazer.
Sorriu para o garoto.
-Excelente desenho, Danny.
Reuniu toda a criançada e as levou em fila para o pátio, onde a professora de artes cuidaria deles. Em seguida, foi seguindo a passos rápidos até a sala dos professores.
Tinha que ter uma séria conversa com Miller nesse momento.
e estavam rindo alegres e compartilhando as pérolas dos alunos naquele primeiro dia quando a porta abriu num rompante. entrou de supetão, com uma folha de sulfite na mão esquerda. até o cumprimentaria se ele não parecesse estar tão bravo.
-, posso falar com a , por favor?
olhou para a amiga, que conseguira ficar mais branca do que já era. Não disse nada, apenas saiu da sala.
Ele descobriu, pensou ela, tristonha. E se está bravo, a reação dele foi pior do que pensei.
-Pode me dizer o que é isso, ? –Perguntou, colocando o desenho na frente dela. Era o desenho de Danny e parecidíssimo com o que ele lhe dera alguns dias atrás. A única diferença era a bandeira da Itália que ele desenhara junto. Parecia que Danny sabia. Que ele estava testando ela.
-, eu queria te contar, juro. –Começou. Não fazia mais sentido querer esconder isso. Não mais. Um dia ele teria que saber. Danny também merecia isso, de certa forma.
se engasgou, olhando para o desenho. Então era verdade, e não apenas uma incrível sucessão de coincidências. Ele ainda estava confuso, queria saber por que diabos escondeu isso dele.
Não havia desculpas para uma coisa dessas. Estava tudo nos planos deles. E ela ainda escolheu aquele nome...
-. -Sussurrou. -Eu não acredito que você escondeu uma criança de mim por cinco anos. A nossa criança.
estava à beira do choro. Não sabia o porque, mas sentia uma enorme vontade de chorar. A situação de não estava diferente.
Os dois estavam com a respiração pesada, com lágrimas prontas a transbordar a qualquer momento.
-Me desculpa, .
Ele riu, uma risada amarga.
-Eu perdi cinco anos de uma criação, . Eu perdi minhas primeiras palavras, meus primeiros passos, as noites que a gente iria revezar para acalmar ele, e perdi minha paternidade inteira porque ele nem faz ideia de quem eu sou! -Explodiu.
Como já era de se esperar, uma lágrima silenciosa correu pela face de . Acompanhando a que desceu, uma a uma as lágrimas começaram a rolar pelo rosto dele. Isso foi a confirmação necessária para que , vendo o sofrimento do homem que ela ainda amava, também acompanhasse o choro.
-Eu ia te contar, naquele dia. -Admitiu.
a encarou.
-Era isso que ia me contar? Que estava grávida? - concordou. -Por isso queria que eu ficasse.
abaixou a cabeça, pensativo.
-É.
-Porque não me contou? Você sabe que eu teria ficado. Jamais deixaria você sozinha nessa. Deus, deve ter sido difícil. - ainda chorava, mas não estava mais bravo. Pelo contrário, agora estava sentindo compaixão.
Os dois eram muito novos e ingênuos e a única coisa que os atrapalhou foi o fato de terem omitido tantas coisas importantes um do outro naquele dia.
-É esse o problema. Eu queria que ficasse por minha causa. Não queria que mudasse seus planos por causa de uma criança. E foi difícil sim, mas só no começo. - sorriu, encarando . -Ter o Danny foi a melhor coisa que aconteceu comigo.
ainda estava arrasado por ter perdido tantos anos, mas sorriu com ela, imaginando como seria conhecer o filho recém-descoberto.
-, eu... Eu sei que fui um completo babaca em ir embora sem mais nem menos, mas... Não deixei de pensar em você um único minuto enquanto estive por lá. Eu amo você, sabe? Várias coisas mudaram durante esses anos, mas nós não. Éramos jovens e jovens cometem erros, mas nunca é tarde demais para voltar atrás. Talvez a gente possa se apaixonar mais uma vez. Talvez a gente possa se apaixonar um pouco a cada dia mais. Por favor, pense nisso.
O coração de amoleceu. Ele ainda a amava. Ele nunca havia deixado de amá-la. E ela sempre seria apaixonada por ele.
-O que está fazendo? -Perguntou baixinho.
-O que a bêbada me pediu pra fazer.
riu.
-E o que a bêbada te pediu? -Ela estava rindo, mas no fundo sentia medo da resposta.
sorriu, tomando a liberdade de passar os dedos pela face de , uma coisa deles.
-Ela pediu para eu não desistir dela.
Epílogo. It's gotta be you, only you
deve ter percebido a tensão de , pois lhe concedeu um sorriso reconfortante e disse que ia dar tudo certo.
-Vou lá chamar ele. -Disse, saindo da sala. ficou lá esperando, fitando a pequena, porém confortável sala de estar. Era uma casa pequena no geral, mas bem cuidada e com uma cara bem de . Era aconchegante estar ali.
-Mãe, o que o professor está fazendo na nossa sala? Me comportei mal? -Perguntou Danny preocupado olhando para . O homem piscou para ele, sorrindo.
-Nada disso.
-Vem, Danny, senta aqui. Preciso contar uma coisa.
Danny acompanhou a mãe até onde estava, e uma vez aconchegado no sofá encarou .
-Pode falar.
Ela suspirou.
-Você me pergunta isso a muito tempo e eu resolvi que devo te contar. -Ele a olhou, esperando ela continuar quando ela deu uma pausa. -O professor é seu pai, Danny.
Nenhum dos dois estavam prontos para a reação de Danny, mas mal sabiam eles que Danny já havia ensaiado essa reação várias vezes.
-Você é meu pai? -Perguntou infantilmente, para comprovar. gargalhou, abaixando-se para ficar na mesma altura de Danny.
-Eu sou.
O pequeno abriu o maio sorriso de alegria e se jogou nos braços de .
-Eu sabia que você ia voltar. -Sussurrou ele. -Fiz até um desenho para você, espera aí!
Danny saiu correndo e sumiu pela escada. aproveitou a deixa para tomar pelas mãos.
-Respondendo sua pergunta de ontem, não, eu nunca mais tive uma namorada. Você sempre foi e sempre será a minha única. -Ele esboçou um sorriso de lado. -Claro, se você quiser.
levou as mãos a boca, sorrindo.
-Isso foi um...?
-Interprete como quiser. -Falou, para curtir com a cara dela. -Mas se você não quiser, eu ainda vou ser seu. Não quero nenhuma outra, tem que ser você, .
A mulher sorriu, se aproximando dele e lhe dando um selinho.
-É claro que eu quero. -Sussurrou.
Talvez aquele selinho virasse algo mais, se não fosse um Danny elétrico de felicidade entrando na sala e exigindo a atenção de seu, agora, pai.
sorriu para , pegando o desenho.
Era o mesmo retrato de família que Danny fazia, com uma sutil diferença. No lugar do ponto de interrogação de sempre, o homem agora tinha uma cabeça, dois olhos e uma boca. Analisando o desenho como um todo, percebeu que Danny estava feliz.
No desenho, todos os três estavam sorrindo.
FIM
No todo, eu gostei muito da história. Não foi minha melhor história, mas foi a melhor que eu pude fazer :3 Então espero que vocês tenham gostado, de verdade!
Um beijo no core
Ass: Tia Lorh <3
Outras Fanfics:
→ Just A Girl (One Direction/Finalizada)
→ Chemical Of Love (Outros/Em andamento)
→ 01. Welcome To New York (Ficstape 1989, Taylor Swift/Finalizada)
→ 02. Good Thing (Ficstape In The Lonely Hour, Sam Smith/Finalizada)
→ 06. Unbroken (Ficstape Unbroken, Demi Lovato/Finalizada)
→ 17. Still The One (Ficstape Take Me Home, One Direction/Finalizada)
Nota da Beta: Que coisa mais fofa! Achei genial sua ideia Lorh, realmente um monte de gente já escreveu histórias baseadas na própria história que Gotta Be You conta, então meus parabéns, você merece! Ficou linda ♥ E por isso não se esqueçam de comentar, okay galera?
Xoxo-A
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