Capítulo Único
Pov
“!” Acordo com batidas fortes e o grito de Laura na minha janela. “Quer se atrasar no primeiro dia de aula, porra?”
“Foi mal, fiquei até tarde no trabalho ontem.” Aviso enquanto me levanto e vou em direção a minha janela, abrindo-a e deixando a garota entrar. Claro que não tinha mais ninguém em todo o supermercado para cobrir o turno de uma das funcionárias que havia entrado em trabalho de parto. Para que se indispor quando poderiam muito bem botar a novata para fazê-lo?
“Você com certeza precisa de mais férias. Mas olha, eu já tô avisando que esse ano vai ser diferente.” Laura diz, indo na direção de meu armário e passando a mão pelas várias roupas. “A gente precisa aproveitar, você principalmente.” Ela pega uma das peças e põe na minha frente, analisando como ficaria em mim. “É essa blusa, com certeza. E uma calça, tá fazendo frio. Mas sem ser moletom.”
“Claro, mãe.” Reviro os olhos em diversão, pegando a blusa e uma calça jeans, e vou ao banheiro para me trocar.
“Sabe, hoje vai ter uma festa no campus, para comemorar o início das aulas.”
“Comemorar?”
“Claro que não, é só para todos se encontrarem e os veteranos analisarem as novas opções.”
“Vulgo a gente?”
“Não me diga que você não está animada para conhecer os bonitões do campus.”
“Eu estou mais animada para conhecer o campus.” Saio do banheiro já pronta e desço as escadas, seguida por Laura, que tenta me fazer comer alguma coisa para eu não passar mal na frente de todo mundo no nosso primeiro dia.
Eu e Laura nos conhecíamos desde crianças e, além de estudarmos juntas, éramos vizinhas de apartamento, o que com certeza contribuiu para virarmos melhores amigas. E agora iríamos estudar no mesmo curso, não poderia existir uma situação melhor. Pelo menos eu conheceria alguém lá.
Nos despedimos de meus pais e Laura nos leva de carro até o campus.
“Como eu estou?” Ela pergunta, se virando para mim, e dou um sorriso.
“Linda.”
“Você também, caso queira saber.” Fala assim que saímos do carro e me puxa antes de irmos na direção da entrada do campus. “Tá legal, conversa rápida sobre autoestima aqui.”
“Para, Laura.”
“Não, você é bonita pra caralho e só você pensa o contrário.”
“Não é que eu pense o contrário, eu só… ah, sei lá. Podemos ir?”
“Repete comigo: eu sou uma mulher foda.”
“Virou coach agora?” Rio, mas Laura aparentemente falava sério ao ameaçar me bater depois de eu me recusar a repetir a frase. “Eu sou uma mulher foda.”
“Agora podemos ir.”
“Obrigada.” Falo sarcasticamente, me dirigindo para a entrada do campus com Laura em meu encalço.
“Você tem razão, eu seria uma ótima coach.”
"Coach violenta.”
Após passar no escritório e sermos guiadas até nossos respectivos armários, Laura e eu fomos para a sala, onde teríamos nossa primeira aula, até sermos liberados para o intervalo.
“Oi! Vocês são novatas, né?” Um grupo de garotos se aproxima e nós apenas assentimos com a cabeça, ainda confusas se aquilo era com a gente ou não. “Vocês sabem da festinha de mais tarde?”
“Com certeza. Laura.” Ela estende a mão para um deles, que faz o mesmo.
“. E você?" O garoto me olha de cima a baixo e, antes de eu responder, alguém chega por trás dele.
“Já tá importunando as novatas, ? Ei, , não é?” Drew, um dos meus colegas de setor no supermercado, aponta para minha direção. “Que coincidência.”
“Vocês se conhecem?” pergunta ao amigo, que confirma.
“Vão para a festa hoje?”
“Claro!” Laura responde sem eu nem mesmo ter a chance de ponderar sobre o assunto e, depois de um tempo conversando, os meninos se afastam. “Então esse é o cara gato do supermercado?” Ela cochicha e eu assinto. “Uau. Você tem duas ótimas opções aqui.”
“O que?”
“ e !”
“Você só pode estar brincando.”
“, olha o que você tem nas mãos.”
“Você exagera muito. Sem falar que o trabalha comigo.”
“E é gato. Mas você tem até hoje à noite para resolver.” Ela me puxa para a sala e eu olho uma última vez na direção deles, onde falava animadamente sobre algo e os outros riam, meu olhar se encontrando rapidamente com o de ao virar o corredor.
Eu e Laura adentramos o local indicado para a festa, que estava repleto de pessoas, algumas já bêbadas, outras levemente animadas e algumas ainda sóbrias. Encontramos alguns conhecidos e ficamos conversando com eles até sermos abordadas por , que nos guia até onde ocorria um beer pong.
“Que bom que vieram!” Ele fala, apoiando as mãos nos nossos ombros. “Finalmente eu e vamos ter adversárias para embebedar do zero.”
“Oi, garotas.” nos cumprimenta, o cabelo atraentemente bagunçado e o começo da blusa desabotoado por conta da bebida.
“Você acha que consegue nos vencer nesse jogo?” Laura pergunta, rindo alto logo depois, e recebendo uma confirmação dos dois meninos. “Então vamos lá.” Ela se posiciona de frente para a mesa e me chama.
Eu nunca tinha jogado aquilo, nem sequer sabia como funcionava. Mas jogar uma bolinha num copo não parecia ser tão difícil.
“É o seguinte, se uma dupla acertar a bola num dos copos, a outra bebe.” Laura cochicha para mim, que apenas assinto com a cabeça, tentando parecer o mais confiante possível.
Nós começamos perdendo algumas rodadas, mas, depois que pegamos o jeito, e como os dois já estavam alterados desde o começo do jogo, nós vencemos a maioria das vezes.
“Não sabia que você era boa nisso.” Laura se vira para mim depois de mais uma rodada ganha.
“Nem eu.” Rio e olho para os dois meninos à nossa frente, percebendo o olhar de sobre mim enquanto dançava animadamente qualquer que fosse a música que estivesse tocando na cabeça dele. “Acho melhor pararmos por aqui, se vocês não quiserem perder o fígado.”
“Também acho, se eu ficar mais bêbado, te arrasto pra um lugar que só tenha nós dois.” fala com um sorriso brincalhão e se afasta de onde estávamos. Não sei se acho o que acabei de ouvir babaca ou se fico nervosa por ter falado aquilo.
“Ele acabou de te dar uma cantada?” Laura pergunta e comemora logo em seguida, se juntando a em sua dança maluca. “, você sabe que eu te amo. Eu juro que volto. Não sai daí.” Ela se afasta e eu fico sozinha com um completamente bêbado ao meu lado. Essa era a hora em que eu ia comer ou ficava conversando com outras pessoas enquanto Laura se pegava com alguém aleatório que conhecia durante a festa.
“E você em, que música tá dançando?”
“Locked Out of Heaven! Não tá escutando?”
“Isso é o que escutam antes de terem um coma alcoólico?” Pergunto, o guiando até onde parecia ser a cozinha.
“É o que escutamos quando estamos no paraíso. Eu tô no paraíso, !”
“Eu pensei que tinha entrado na faculdade, entrei no hospício.” Pego um dos salgadinhos postos sobre a mesa e ofereço ao garoto, que agora parava de dançar e encarava o nada. “Vem cá… enquanto você tava ocupado no Americas Got Talent da sua cabeça, o meio que soltou um negócio.”
“Ele deu em cima de você. Eu tô bêbado, não surdo, .” Ele me olha indignado e eu levanto as mãos em defesa.
“Você não parecia estar prestando muita atenção.”
“Isso é o que ninjas fazem.”
“Tá bom, ninja. E o que você achou do que o seu amigo disse?”
“Achei o mesmo de sempre. Olha, o é meu amigo, mas toma cuidado, ele é meio assim.”
“Assim como?”
“Não quero esse rostinho bonito machucado.”
“Assim como, Drew?”
“Assim, problemático… Você é bem bonita mesmo.” Sua mão encosta em minha bochecha de leve, mas, antes que eu pudesse ter qualquer reação, ele se afasta. “Te vejo amanhã no trabalho.”
Chego no supermercado e já ponho o uniforme, me dirigindo para a sala de reuniões. Conversei com Laura assim que saímos da festa e ela havia me aconselhado a falar com assim que eu o visse na faculdade para tentar esclarecer as coisas, o que não foi o caso, porque eu não tive sinal de , muito menos de o dia todo.
“Ei, ! Chegou bem a tempo de me ver sendo promovido.” se aproxima de onde eu havia me sentado para aguardar a reunião matinal. A gente mal se falava quando eu comecei a trabalhar aqui,
“Como assim?”
“De agora em diante você pode me chamar de chefe.” Olho surpresa para o garoto, que mantinha um semblante vitorioso no rosto.
“O dono é seu parente?”
“Eu não posso ser bom no que eu faço?” Ele me olha indignado e eu permaneço calada. “Meu tio é o dono, mas…”
“O que?” Me levanto imediatamente, mas ele me segura.
“Não conta pra ninguém! Eu só ganhei o cargo porque mereci, juro.”
“Enfim, não vou questionar mais. Só preciso saber de uma coisa… Ontem você falou uma coisa sobre o .”
“Falei? Eu não lembro de quase nada do que aconteceu ontem. Nem consegui ir para a aula.”
“Eu percebi. Mas o que…”
“Você quer ajuda para ficar com o , não é?” pergunta se sentando na cadeira de frente a minha com um semblante meio decepcionado.
“Para de me interromper! Eu não falei isso.”
“Achei que fosse menos previsível.”
“Tá me chamando…”
“Tô te chamando de previsível. Nem vem com essa pra cima de mim, tá na cara que vocês se querem.”
“Eu não…” Tento formular alguma frase, mas não consigo pensar em nada para terminar.
“Posso te ajudar a ficar com o … mas não conta aquilo pra ninguém.”
“Que seu tio…”
“Shh, não precisa falar em voz alta.”
Acabamos firmando um acordo, ele me ajudava a ficar com e eu não falava para ninguém sobre o parentesco dele com o dono do supermercado. Não que, se não houvesse um, eu fosse contar a todo mundo sobre .
Durante as semanas que se passaram, e Laura, que começou a fazer parte do plano também, faziam de tudo para eu e ficarmos a sós, o que não funcionava muito, porque eu ficava com vergonha de trocar uma palavra com o garoto. passou meu número para ele e começamos a conversar sobre coisas aleatórias. Na verdade, nós falávamos sobre tudo por mensagem ao invés de pessoalmente, o que era bastante frustrante, principalmente por estudarmos na mesma faculdade e nos vermos praticamente todo dia.
“Oi, Drew.” Me aproximo de , que estava conferindo algumas coisas no balcão da farmácia, e ele me cumprimenta com um sorriso. “Você sabe que eu te adoro, né?”
“Quer o que?”
“O me chamou pra sair.”
“Chamou?” Ele olha para mim animadamente e eu assinto com a cabeça.
“Então, eu estava pensando, já que hoje é fim de semana… posso largar mais cedo?”
“Claro! Mas fala que ficou passando mal para eu não ter que dar satisfação para os outros.”
“O melhor chefe do mundo.” O abraço impulsivamente e sinto suas mãos irem parar na minha cintura como reflexo. Ficamos nos encarando por milésimos de segundos, até ele soltar um pigarro e afastar suas mãos de mim.
“Acho que…” se agacha rapidamente e busca por algo. “Você vai precisar disso.” Ele me entrega dois pacotes de camisinha.
“Você tá louco?” Olho perplexa para o garoto à minha frente e jogo as duas camisinhas nele de volta, começando a rir logo depois, acompanhada por ele.
“Boa sorte.” fala com um sorriso e eu retribuo, me afastando depois.
Chego chorando em casa, me dirigindo para meu quarto e agradecendo por meus pais não estarem em casa.
“Que porra, Laura!” Grito assim que a vejo escancarando minha janela.
“Eu vi você correndo para dentro e imaginei que precisaria de mim.”
“Eu preciso que você me deixe sozinha.” Sento-me na cama, olhando fixamente a notificação que havia chegado em meu celular.
: Você está com raiva de mim?
“Foi o ?” Ela se aproxima e eu permaneço calada, desejando que ela fosse embora. “O que ele fez?”
“Laura, dá pra me deixar sozinha, caralho?” Aumento o tom de voz, me sentindo completamente um lixo por estar sendo grossa com ela.
“Olha, você pode tentar, mas não vai conseguir me tirar daqui.” Laura se senta de frente para mim e apoia a mão em minha perna. “Eu não vou deixar você sozinha.”
“Eu fui pra porra de um encontro com o e, quando cheguei lá, ele estava com uma garota.”
“Mas os dois estavam se pegando?”
“Não, eles estavam conversando muito próximos… você sabe.”
“É, eu sei.” Ela dá um sorriso reconfortante e me abraça.
“Dorme comigo hoje?”
“Com certeza, amor.”
O resto do fim de semana eu mal toquei no celular e a sorte era que eu não tinha que trabalhar, para não encontrar com e ter que dar alguma satisfação.
“, você sumiu!” Ouço a voz de atrás de mim e reviro os olhos antes de olhar para ele. “Eu mandei mensagem, mas você não respondeu, aconteceu alguma coisa?”
“Sim.”
“Mudou de número?”
“Não, eu só mudei quem eu respondo.”
“Você realmente ficou com raiva? Olha, a gente não tinha nada…”
“Eu pensei que a gente estava começando a ter alguma coisa.”
“Não significa que eu não possa conhecer outras pessoas.”
“Você tem toda razão, . Está completamente certo, só me deixa em paz agora.”
“E aí, casal?” chega bem na hora com um sorriso e põe a mão em meu ombro. “Por que não me respondeu o fim de semana todo? Eu precisava que…”
“Quer saber, o tinha razão. Você é um problema.”
“Eu o que? Quando eu falei isso?”
“Por que você falou isso?”
“Olha, eu só quero ficar sozinha.” Me afasto dos dois e ouço gritar meu nome, mas me recuso a olhar para trás.
“, espera.” Ele consegue me alcançar e fica ao meu lado. “Olha, o tem seus defeitos.”
“Não, nem vem tentar defender seu amigo, Drew.”
“Mas você…”
“Eu te vejo no trabalho.”
Entro no supermercado e vou direto para os armários, guardando minhas coisas antes de ter que me dirigir para a sala de reuniões.
“Agora você não me escapa.”
“Se não for para falar de trabalho, nem tenta.” Interrompo antes que pudesse falar mais alguma coisa.
“Não, eu vim me desculpar.”
“Mas você me avisou, eu que não quis acreditar.”
“Eu devia ter falado também quando estava sóbrio.”
“Talvez ajudasse um pouco.” Dou um riso leve e ele me acompanha. “Você acha que eu exagerei? Eu nunca fui de me envolver com muita gente, não tenho experiência.”
“Claro que não. Você tem todo o direito de ficar com raiva e eu fui um babaca por tentar defender o para você.”
“Você não é um babaca.” Ficamos abraçados por um tempo considerável até sermos chamados para a reunião. “Quer ir pro cinema mais tarde?”
“Quê?”
“A Laura ia, mas ela vai ter um compromisso. Não quero ir sozinha.”
“Claro! Adoro ir para o cinema com minhas amigas.” Ele fala sarcasticamente e eu rio.
“Talvez não como amigos.”
“Isso foi uma cantada? Você está passando uma cantada para mim?”
“Quem sabe…”
“Tá bom, não me distrai mais, senão eu vou te rebaixar.”
“Esqueci que você é meu chefe.”
“Isso, agora já para o trabalho.” muda seu semblante para um mais sério e eu me aproximo dele.
“A gente ainda vai para a reunião.” Pego toda a coragem que eu poderia sentir e junto nossos lábios de leve, me afastando rapidamente. “Te vejo depois do turno, chefinho.”
“É… depois… depois do turno.”
Nunca foram duas opções, desde o começo havia somente uma.
“!” Acordo com batidas fortes e o grito de Laura na minha janela. “Quer se atrasar no primeiro dia de aula, porra?”
“Foi mal, fiquei até tarde no trabalho ontem.” Aviso enquanto me levanto e vou em direção a minha janela, abrindo-a e deixando a garota entrar. Claro que não tinha mais ninguém em todo o supermercado para cobrir o turno de uma das funcionárias que havia entrado em trabalho de parto. Para que se indispor quando poderiam muito bem botar a novata para fazê-lo?
“Você com certeza precisa de mais férias. Mas olha, eu já tô avisando que esse ano vai ser diferente.” Laura diz, indo na direção de meu armário e passando a mão pelas várias roupas. “A gente precisa aproveitar, você principalmente.” Ela pega uma das peças e põe na minha frente, analisando como ficaria em mim. “É essa blusa, com certeza. E uma calça, tá fazendo frio. Mas sem ser moletom.”
“Claro, mãe.” Reviro os olhos em diversão, pegando a blusa e uma calça jeans, e vou ao banheiro para me trocar.
“Sabe, hoje vai ter uma festa no campus, para comemorar o início das aulas.”
“Comemorar?”
“Claro que não, é só para todos se encontrarem e os veteranos analisarem as novas opções.”
“Vulgo a gente?”
“Não me diga que você não está animada para conhecer os bonitões do campus.”
“Eu estou mais animada para conhecer o campus.” Saio do banheiro já pronta e desço as escadas, seguida por Laura, que tenta me fazer comer alguma coisa para eu não passar mal na frente de todo mundo no nosso primeiro dia.
Eu e Laura nos conhecíamos desde crianças e, além de estudarmos juntas, éramos vizinhas de apartamento, o que com certeza contribuiu para virarmos melhores amigas. E agora iríamos estudar no mesmo curso, não poderia existir uma situação melhor. Pelo menos eu conheceria alguém lá.
Nos despedimos de meus pais e Laura nos leva de carro até o campus.
“Como eu estou?” Ela pergunta, se virando para mim, e dou um sorriso.
“Linda.”
“Você também, caso queira saber.” Fala assim que saímos do carro e me puxa antes de irmos na direção da entrada do campus. “Tá legal, conversa rápida sobre autoestima aqui.”
“Para, Laura.”
“Não, você é bonita pra caralho e só você pensa o contrário.”
“Não é que eu pense o contrário, eu só… ah, sei lá. Podemos ir?”
“Repete comigo: eu sou uma mulher foda.”
“Virou coach agora?” Rio, mas Laura aparentemente falava sério ao ameaçar me bater depois de eu me recusar a repetir a frase. “Eu sou uma mulher foda.”
“Agora podemos ir.”
“Obrigada.” Falo sarcasticamente, me dirigindo para a entrada do campus com Laura em meu encalço.
“Você tem razão, eu seria uma ótima coach.”
"Coach violenta.”
Após passar no escritório e sermos guiadas até nossos respectivos armários, Laura e eu fomos para a sala, onde teríamos nossa primeira aula, até sermos liberados para o intervalo.
“Oi! Vocês são novatas, né?” Um grupo de garotos se aproxima e nós apenas assentimos com a cabeça, ainda confusas se aquilo era com a gente ou não. “Vocês sabem da festinha de mais tarde?”
“Com certeza. Laura.” Ela estende a mão para um deles, que faz o mesmo.
“. E você?" O garoto me olha de cima a baixo e, antes de eu responder, alguém chega por trás dele.
“Já tá importunando as novatas, ? Ei, , não é?” Drew, um dos meus colegas de setor no supermercado, aponta para minha direção. “Que coincidência.”
“Vocês se conhecem?” pergunta ao amigo, que confirma.
“Vão para a festa hoje?”
“Claro!” Laura responde sem eu nem mesmo ter a chance de ponderar sobre o assunto e, depois de um tempo conversando, os meninos se afastam. “Então esse é o cara gato do supermercado?” Ela cochicha e eu assinto. “Uau. Você tem duas ótimas opções aqui.”
“O que?”
“ e !”
“Você só pode estar brincando.”
“, olha o que você tem nas mãos.”
“Você exagera muito. Sem falar que o trabalha comigo.”
“E é gato. Mas você tem até hoje à noite para resolver.” Ela me puxa para a sala e eu olho uma última vez na direção deles, onde falava animadamente sobre algo e os outros riam, meu olhar se encontrando rapidamente com o de ao virar o corredor.
Eu e Laura adentramos o local indicado para a festa, que estava repleto de pessoas, algumas já bêbadas, outras levemente animadas e algumas ainda sóbrias. Encontramos alguns conhecidos e ficamos conversando com eles até sermos abordadas por , que nos guia até onde ocorria um beer pong.
“Que bom que vieram!” Ele fala, apoiando as mãos nos nossos ombros. “Finalmente eu e vamos ter adversárias para embebedar do zero.”
“Oi, garotas.” nos cumprimenta, o cabelo atraentemente bagunçado e o começo da blusa desabotoado por conta da bebida.
“Você acha que consegue nos vencer nesse jogo?” Laura pergunta, rindo alto logo depois, e recebendo uma confirmação dos dois meninos. “Então vamos lá.” Ela se posiciona de frente para a mesa e me chama.
Eu nunca tinha jogado aquilo, nem sequer sabia como funcionava. Mas jogar uma bolinha num copo não parecia ser tão difícil.
“É o seguinte, se uma dupla acertar a bola num dos copos, a outra bebe.” Laura cochicha para mim, que apenas assinto com a cabeça, tentando parecer o mais confiante possível.
Nós começamos perdendo algumas rodadas, mas, depois que pegamos o jeito, e como os dois já estavam alterados desde o começo do jogo, nós vencemos a maioria das vezes.
“Não sabia que você era boa nisso.” Laura se vira para mim depois de mais uma rodada ganha.
“Nem eu.” Rio e olho para os dois meninos à nossa frente, percebendo o olhar de sobre mim enquanto dançava animadamente qualquer que fosse a música que estivesse tocando na cabeça dele. “Acho melhor pararmos por aqui, se vocês não quiserem perder o fígado.”
“Também acho, se eu ficar mais bêbado, te arrasto pra um lugar que só tenha nós dois.” fala com um sorriso brincalhão e se afasta de onde estávamos. Não sei se acho o que acabei de ouvir babaca ou se fico nervosa por ter falado aquilo.
“Ele acabou de te dar uma cantada?” Laura pergunta e comemora logo em seguida, se juntando a em sua dança maluca. “, você sabe que eu te amo. Eu juro que volto. Não sai daí.” Ela se afasta e eu fico sozinha com um completamente bêbado ao meu lado. Essa era a hora em que eu ia comer ou ficava conversando com outras pessoas enquanto Laura se pegava com alguém aleatório que conhecia durante a festa.
“E você em, que música tá dançando?”
“Locked Out of Heaven! Não tá escutando?”
“Isso é o que escutam antes de terem um coma alcoólico?” Pergunto, o guiando até onde parecia ser a cozinha.
“É o que escutamos quando estamos no paraíso. Eu tô no paraíso, !”
“Eu pensei que tinha entrado na faculdade, entrei no hospício.” Pego um dos salgadinhos postos sobre a mesa e ofereço ao garoto, que agora parava de dançar e encarava o nada. “Vem cá… enquanto você tava ocupado no Americas Got Talent da sua cabeça, o meio que soltou um negócio.”
“Ele deu em cima de você. Eu tô bêbado, não surdo, .” Ele me olha indignado e eu levanto as mãos em defesa.
“Você não parecia estar prestando muita atenção.”
“Isso é o que ninjas fazem.”
“Tá bom, ninja. E o que você achou do que o seu amigo disse?”
“Achei o mesmo de sempre. Olha, o é meu amigo, mas toma cuidado, ele é meio assim.”
“Assim como?”
“Não quero esse rostinho bonito machucado.”
“Assim como, Drew?”
“Assim, problemático… Você é bem bonita mesmo.” Sua mão encosta em minha bochecha de leve, mas, antes que eu pudesse ter qualquer reação, ele se afasta. “Te vejo amanhã no trabalho.”
Chego no supermercado e já ponho o uniforme, me dirigindo para a sala de reuniões. Conversei com Laura assim que saímos da festa e ela havia me aconselhado a falar com assim que eu o visse na faculdade para tentar esclarecer as coisas, o que não foi o caso, porque eu não tive sinal de , muito menos de o dia todo.
“Ei, ! Chegou bem a tempo de me ver sendo promovido.” se aproxima de onde eu havia me sentado para aguardar a reunião matinal. A gente mal se falava quando eu comecei a trabalhar aqui,
“Como assim?”
“De agora em diante você pode me chamar de chefe.” Olho surpresa para o garoto, que mantinha um semblante vitorioso no rosto.
“O dono é seu parente?”
“Eu não posso ser bom no que eu faço?” Ele me olha indignado e eu permaneço calada. “Meu tio é o dono, mas…”
“O que?” Me levanto imediatamente, mas ele me segura.
“Não conta pra ninguém! Eu só ganhei o cargo porque mereci, juro.”
“Enfim, não vou questionar mais. Só preciso saber de uma coisa… Ontem você falou uma coisa sobre o .”
“Falei? Eu não lembro de quase nada do que aconteceu ontem. Nem consegui ir para a aula.”
“Eu percebi. Mas o que…”
“Você quer ajuda para ficar com o , não é?” pergunta se sentando na cadeira de frente a minha com um semblante meio decepcionado.
“Para de me interromper! Eu não falei isso.”
“Achei que fosse menos previsível.”
“Tá me chamando…”
“Tô te chamando de previsível. Nem vem com essa pra cima de mim, tá na cara que vocês se querem.”
“Eu não…” Tento formular alguma frase, mas não consigo pensar em nada para terminar.
“Posso te ajudar a ficar com o … mas não conta aquilo pra ninguém.”
“Que seu tio…”
“Shh, não precisa falar em voz alta.”
Acabamos firmando um acordo, ele me ajudava a ficar com e eu não falava para ninguém sobre o parentesco dele com o dono do supermercado. Não que, se não houvesse um, eu fosse contar a todo mundo sobre .
Durante as semanas que se passaram, e Laura, que começou a fazer parte do plano também, faziam de tudo para eu e ficarmos a sós, o que não funcionava muito, porque eu ficava com vergonha de trocar uma palavra com o garoto. passou meu número para ele e começamos a conversar sobre coisas aleatórias. Na verdade, nós falávamos sobre tudo por mensagem ao invés de pessoalmente, o que era bastante frustrante, principalmente por estudarmos na mesma faculdade e nos vermos praticamente todo dia.
“Oi, Drew.” Me aproximo de , que estava conferindo algumas coisas no balcão da farmácia, e ele me cumprimenta com um sorriso. “Você sabe que eu te adoro, né?”
“Quer o que?”
“O me chamou pra sair.”
“Chamou?” Ele olha para mim animadamente e eu assinto com a cabeça.
“Então, eu estava pensando, já que hoje é fim de semana… posso largar mais cedo?”
“Claro! Mas fala que ficou passando mal para eu não ter que dar satisfação para os outros.”
“O melhor chefe do mundo.” O abraço impulsivamente e sinto suas mãos irem parar na minha cintura como reflexo. Ficamos nos encarando por milésimos de segundos, até ele soltar um pigarro e afastar suas mãos de mim.
“Acho que…” se agacha rapidamente e busca por algo. “Você vai precisar disso.” Ele me entrega dois pacotes de camisinha.
“Você tá louco?” Olho perplexa para o garoto à minha frente e jogo as duas camisinhas nele de volta, começando a rir logo depois, acompanhada por ele.
“Boa sorte.” fala com um sorriso e eu retribuo, me afastando depois.
Chego chorando em casa, me dirigindo para meu quarto e agradecendo por meus pais não estarem em casa.
“Que porra, Laura!” Grito assim que a vejo escancarando minha janela.
“Eu vi você correndo para dentro e imaginei que precisaria de mim.”
“Eu preciso que você me deixe sozinha.” Sento-me na cama, olhando fixamente a notificação que havia chegado em meu celular.
: Você está com raiva de mim?
“Foi o ?” Ela se aproxima e eu permaneço calada, desejando que ela fosse embora. “O que ele fez?”
“Laura, dá pra me deixar sozinha, caralho?” Aumento o tom de voz, me sentindo completamente um lixo por estar sendo grossa com ela.
“Olha, você pode tentar, mas não vai conseguir me tirar daqui.” Laura se senta de frente para mim e apoia a mão em minha perna. “Eu não vou deixar você sozinha.”
“Eu fui pra porra de um encontro com o e, quando cheguei lá, ele estava com uma garota.”
“Mas os dois estavam se pegando?”
“Não, eles estavam conversando muito próximos… você sabe.”
“É, eu sei.” Ela dá um sorriso reconfortante e me abraça.
“Dorme comigo hoje?”
“Com certeza, amor.”
O resto do fim de semana eu mal toquei no celular e a sorte era que eu não tinha que trabalhar, para não encontrar com e ter que dar alguma satisfação.
“, você sumiu!” Ouço a voz de atrás de mim e reviro os olhos antes de olhar para ele. “Eu mandei mensagem, mas você não respondeu, aconteceu alguma coisa?”
“Sim.”
“Mudou de número?”
“Não, eu só mudei quem eu respondo.”
“Você realmente ficou com raiva? Olha, a gente não tinha nada…”
“Eu pensei que a gente estava começando a ter alguma coisa.”
“Não significa que eu não possa conhecer outras pessoas.”
“Você tem toda razão, . Está completamente certo, só me deixa em paz agora.”
“E aí, casal?” chega bem na hora com um sorriso e põe a mão em meu ombro. “Por que não me respondeu o fim de semana todo? Eu precisava que…”
“Quer saber, o tinha razão. Você é um problema.”
“Eu o que? Quando eu falei isso?”
“Por que você falou isso?”
“Olha, eu só quero ficar sozinha.” Me afasto dos dois e ouço gritar meu nome, mas me recuso a olhar para trás.
“, espera.” Ele consegue me alcançar e fica ao meu lado. “Olha, o tem seus defeitos.”
“Não, nem vem tentar defender seu amigo, Drew.”
“Mas você…”
“Eu te vejo no trabalho.”
Entro no supermercado e vou direto para os armários, guardando minhas coisas antes de ter que me dirigir para a sala de reuniões.
“Agora você não me escapa.”
“Se não for para falar de trabalho, nem tenta.” Interrompo antes que pudesse falar mais alguma coisa.
“Não, eu vim me desculpar.”
“Mas você me avisou, eu que não quis acreditar.”
“Eu devia ter falado também quando estava sóbrio.”
“Talvez ajudasse um pouco.” Dou um riso leve e ele me acompanha. “Você acha que eu exagerei? Eu nunca fui de me envolver com muita gente, não tenho experiência.”
“Claro que não. Você tem todo o direito de ficar com raiva e eu fui um babaca por tentar defender o para você.”
“Você não é um babaca.” Ficamos abraçados por um tempo considerável até sermos chamados para a reunião. “Quer ir pro cinema mais tarde?”
“Quê?”
“A Laura ia, mas ela vai ter um compromisso. Não quero ir sozinha.”
“Claro! Adoro ir para o cinema com minhas amigas.” Ele fala sarcasticamente e eu rio.
“Talvez não como amigos.”
“Isso foi uma cantada? Você está passando uma cantada para mim?”
“Quem sabe…”
“Tá bom, não me distrai mais, senão eu vou te rebaixar.”
“Esqueci que você é meu chefe.”
“Isso, agora já para o trabalho.” muda seu semblante para um mais sério e eu me aproximo dele.
“A gente ainda vai para a reunião.” Pego toda a coragem que eu poderia sentir e junto nossos lábios de leve, me afastando rapidamente. “Te vejo depois do turno, chefinho.”
“É… depois… depois do turno.”
Nunca foram duas opções, desde o começo havia somente uma.
FIM
Nota da autora: Oi! Amei escrever essa fic e o desenvolvimento da relação dos pps, por mais que o tempo não tenha ajudado muito para abordar mais coisas. Espero que tenham gostado e comentem!!<
Nota da beta: Que história mais lindinha!! O ganhou meu coração, muito perfeitinho, até bêbado é um fofo! Parabéns, Aliu!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Nota da beta: Que história mais lindinha!! O ganhou meu coração, muito perfeitinho, até bêbado é um fofo! Parabéns, Aliu!
COMENTÁRIOS: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI