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Finalizada em: 07/06/2022

Capítulo Único

olhava para o vazio, sem realmente focar em nada. Era inacreditável estar passando pela mesma situação mais uma vez. Talvez ela realmente não tivesse amor próprio ou fosse tão insegura que abraçava qualquer mínima demonstração de amor como se fosse o suficiente. Spoiler: não era.
A Sala Precisa já não transmitia o sentimento de paz que trouxera outrora. A sua personificação em uma típica sala de estar, com uma lareira, responsável por afastar o incômodo frio dos corredores de Hogwarts, pufes coloridos e confortáveis distribuídos por todo o local, além de um carpete fofinho que conseguia cobrir todo o chão, no momento, era equiparável à sensação de vazio que apenas Azkaban conseguia proporcionar. E o pior: ela não tinha ninguém para desabafar sobre isso. Como falaria para o seu irmão e seus amigos que estava apaixonada por Draco Malfoy? Ou pior, que eles viviam uma espécie de relacionamento desde a primeira prova do Torneio Tribruxo, que havia acontecido no ano anterior?
Não, eles não iriam entender. Principalmente, pelo fato de que Harry havia reconhecido Lúcio Malfoy como um dos comensais da morte presentes no cemitério de Little Hangleton, quando havia vivenciado a morte de Cedrico Diggory e a ressurgência dele. O Lorde das Trevas. Você-sabe-quem havia retornado e a iminência de uma guerra se fazia cada vez mais palpável. Desse modo, com a família dele ligada diretamente ao lado das trevas, era previsível que não achassem o loiro confiável, até porque o seu histórico, desde o primeiro ano, era bastante manchado com os seus preconceitos de cunho elitistas e puristas.
Somado a isso, tinha-se ainda Dolores Umbridge, que havia acabado de ser nomeada Alta Inquisidora e estava provocando uma ditadura ministerial dentro da escola, destinando ao seu grupinho particular de imbecis, a Brigada Inquisitorial, a vantagem de agir como detentores de todo o poder bruxo. Enquanto isso, a Armada de Dumbledore, clandestinamente, tentava instruir algum tipo de conhecimento de Defesa Contra as Artes das Trevas, o que transformava os caminhos entre ela e Malfoy em cada vez mais divergentes.
Não dava mais para continuar desse jeito. Fingindo que se odiavam, enquanto se encontravam às escondidas nos armários de vassouras e nas salas vazias corredor afora. Draco ofendia os seus pais, seus irmãos, seus amigos… eram tantas atrocidades saídas da boca do sonserino que era até injusto consigo mesma pensar que a coisa mais impactante que os lábios dele podiam fazer era beijá-la. Ele não era bom o suficiente para ela. Em nenhum sentido, se fosse parar para analisar. Nem coragem o suficiente para assumi-la para sua família e amigos ele tinha! Não que ela quisesse ser apresentada oficialmente aos Malfoy e aos fantoches sonserinos com quem o loiro andava pela escola. Mas, toda essa obsessão em manter o que tinham em segredo era apenas mais uma prova de que ele não se orgulhava em namorá-la.
O fato de ser uma Weasley, grifinória e, sobretudo, uma traidora de sangue, eram as únicas coisas que pareciam importar para Draco. No baile de inverno, por exemplo, ela foi com Simas Finnigan, enquanto Malfoy desfilava por aí com Pansy Parkinson. A justificativa dada foi: , você realmente quer se estressar com todos os comentários sobre nós? E ela, bobamente, disse claro que não, você tem razão. Assim, mais uma vez, em um looping infinito de repetições, acreditou que ele estava pensando no que era melhor para eles, como um casal, e não o melhor para ele.
Harry também tinha a convidado, mas pensando nos sentimentos de Draco, que odiava o moreno com todas as suas forças, a menina preferiu ir com Finnigan.
Idiota.
Não que não tivesse se divertido com Simas, o rapaz era adorável e tinha feito questão de mantê-la entretida durante todo o tempo, mas ela sabia que iria se divertir mais caso optasse aproveitar o baile com o melhor amigo e com o irmão gêmeo, os quais passaram todo o evento com caras emburradas e estressados pelo fato dela e de Hermione estarem com outros pares. Ridículos, mas levemente fofos, precisava admitir.
E, novamente, estava em uma nova situação de desconsideração por parte de Draco Malfoy. O casal tinha marcado de se encontrar logo após o jantar, na Sala Precisa, para poderem curtir um tempo juntos, visto que as suas rotinas não estavam mais se conversando devido ao número de atividades extracurriculares de ambos. No entanto, o sonserino estava mais de duas horas atrasado. Sem nenhuma justificativa, Malfoy somente a deixou esperando, feito a tola que era. Porque ele sabia que ela iria esperar.
A Weasley tinha feito um grande esforço para despistar o trio de amigos, recebendo apoio de Gina, que havia acobertado a irmã afirmando que tinham marcado de estudarem juntas. Não que a Weasley mais nova soubesse de seu envolvimento com Draco. Na verdade, a ruiva, desde o baile de inverno, acreditava que e Simas viviam algum tipo de romance escondido, que só não era explicitado devido à característica ciumenta de Rony, cujo comportamento era - por vezes - sufocante em cima das irmãs. Por isso, várias vezes quando precisou, Gina ajudou a sumir das vistas dos amigos, que não estranhavam a proximidade entre as duas ruivas. A Weasley mais velha até tentou contar para a irmã sobre o seu caso com o sonserino, mas desistiu antes mesmo de começar, já que Gina tinha iniciado a conversa desabafando sobre os abusos do insuportável do Malfoy que, além de monitor da Casa das Cobras, também fazia parte da Brigada de Umbridge. Felizmente, a menina nunca tinha encontrado Finnigan quando ele, supostamente, deveria estar com , fato que contribuía para a persistência do apoio da irmã mais nova perante as suas fugas oportunas.
Contudo, no momento, acreditava que seria até melhor ter sido descoberta. Talvez a reprimenda por parte de seus amigos e familiares tivesse sido tão grande que ela teria desistido de Draco antes mesmo de se apaixonar. Antes de Malfoy ser capaz de machucá-la. Mas, agora, era tarde demais.
Draco já havia conseguido partir o seu coração.
Encostada em uma das paredes, com a cabeça apoiada nos joelhos, não conseguia colocar os seus pensamentos em ordem. Naquele instante, era como se estivesse com a cabeça embaixo d’água, sufocando com os próprios gritos estridentes de sua mente barulhenta.
Claro que ele nunca gostaria de você. Ele é um Malfoy, membro de uma das famílias mais ricas e poderosas do mundo bruxo. E você? É só mais uma das muitas crianças dos Weasley, gente sem classe e quase miserável. Do que adianta ter um sangue tão puro, se vocês são a vergonha do mundo bruxo? Patética, isso que você é, Weasley.
Como forma de torturá-la, a sua mente fazia questão de relembrar as falas que Pansy Parkinson, meses antes, direcionou a ela, quando a viu franzindo o cenho para os seus braços que estavam entrelaçados aos de Malfoy. Fora e Draco, a morena sonserina era a única pessoa a saber de um envolvimento entre o casal. Nada planejado, obviamente. Um dia, Parkinson decidiu seguir Draco, quando o rapaz saiu sorrateiramente para encontrar com , e acabou se deparando com os dois jovens aos beijos, na Torre de Astronomia.
Os gritos foram inevitáveis. A sonserina achava um ultraje que o seu amor de infância estivesse com uma pessoa considerada tão inferior como a ruiva, que sempre seria conhecida como a pobretona traidora do sangue. Embora fosse bastante popular, sobretudo por sua amizade com Potter, não era respeitada pelos sonserinos, que sempre a olhavam com ojeriza e superioridade. Em resposta, a Weasley fazia questão de revidar as provocações com as melhores azarações conhecidas, ensinadas pessoalmente por Fred e Jorge, que consideravam a irmã mais nova uma terceira gêmea nascida fora de hora. Muitas vezes, os dois tinham irritado Rony ao afirmar que não merecia o sacrifício que era ser a irmã gêmea dele, declarando, assim, uma promoção de à trigêmea deles. Devido ao fato de adorar ver Rony bravo, endossava as provocações dos gêmeos, até aprendendo a falar de forma síncrona com os rapazes de modo a ressaltar a sintonia entre os três.
Contudo, apesar do seu desejo de enfeitiçar Parkinson com uma azaração bastante dolorosa, a garota não conseguiu responder aos insultos por ela proferidos. apenas paralisou, sobretudo ao ver o ar arrogante presente nas feições do loiro. Pelo o que sabia, Draco tinha conseguido convencer a sonserina de que o beijo de ambos tinha acontecido apenas uma vez, e que nada tinha significado para ele. não havia ficado para presenciar a conversa dos sonserinos, uma vez que não se sentia na obrigação de dar satisfações para Parkinson, uma das pessoas que menos suportava dentro de Hogwarts. Ou do mundo, se fosse para analisar objetivamente.
Então, posteriormente, Draco tinha a informado que, com o objetivo de deixar tudo mais real, ele iria começar a tratar Pansy com maior intimidade, mostrando que era indiferente à . Desse modo, enquanto ouvia e aprovava os comentários repulsivos que os seus colegas destinavam à Weasley, Draco tentava convencer a menina de que tudo o que fazia era para o bem deles. Eu não quis chamar sua mãe de barrica, . Ou falar mal da sua casa. Foi apenas para deixar tudo mais convincente, sabe? Eu nunca faria nada para te machucar.
E ela acreditava. A fé cega que possuía no loiro e nos sentimentos que ele dizia por ela sentir, parecia nublar todo o seu senso de realidade, deixando-a vulnerável às suas manipulações e distorções.
Mas, isso teria fim. merecia mais. Por Merlin, ela não iria se rebaixar ou mudar quem era ou no que acreditava para caber no diminuto mundo de Malfoy! Ela era Molly Weasley e iria honrar o seu nome. Poderia não ter uma grande riqueza no Gringotes ou uma família com grande carreira no Ministério da Magia, mas ela possuía algo muito mais precioso do que isso. tinha princípios, valores e muito amor cultivados fortemente durante o decorrer de sua vida e, com toda a certeza, ela iria fazer valer todo o sacrifício diário que era para os seus pais mantê-la saudável e feliz. Não era um garoto qualquer que iria a diminuir ou fazê-la esquecer de quem era. Não, isso ela não iria permitir.
Assim, limpando as lágrimas que ela não havia percebido descer pelo seu rosto, a garota levantou e decidiu voltar para o salão comunal da Grifinória. esperava que suas feições não denunciassem o choro recente, visto que não tinha condições de responder perguntas sobre o assunto. Ela estava exausta, tanto física, quanto psicologicamente. Além de todo o estresse com a sua vida amorosa, as aulas da A.D e o fortalecimento de Voldemort, a Weasley ainda tinha os N.O.M.s para se preocupar. Embora fosse muito inteligente e sempre garantisse notas boas, principalmente em Transfiguração e Feitiços, não era nenhuma Hermione Granger, que parecia ter cada palavra dos livros didáticos na ponta da língua.
Suspirando baixinho, a Weasley bateu levemente em suas vestes a fim de retirar quaisquer vestígios de poeira do uniforme. Pela primeira vez, tinha vestes de primeira mão, compradas por Fred e Jorge, e não queria estragá-las tão cedo.
Quando chegou na porta, por sua vez, já pronta para sair, teve uma leve surpresa. Com uma expressão bastante feliz e satisfeita, Malfoy adentrou a Sala Precisa, quase trombando com a ruiva que, em instinto, deu um passo para trás.
-, você não vai acreditar! - começou risonho, ignorando a feição desconfortável no rosto da grifinória, que não esperava encontrar o loiro naquele momento. Ainda indiferente a reações adversas à sua presença, Malfoy parou ao lado da menina e depositou um beijo em sua bochecha esquerda, o que fez acompanhá-lo pelo local com um olhar atônito. Draco caminhou até um dos pufes ali espalhados e se jogou de qualquer jeito, arremessando a capa da sonserina para longe do seu corpo. - O Nott fez uma aposta com o Zabini - prosseguiu com o assunto, afrouxando a gravata que estava em seu pescoço - Mas não qualquer aposta – riu, malicioso, encarando que também o olhava, mas com o cenho franzido e os braços cruzados em uma postura tensa. Ele realmente iria fingir que não tinha a deixado esperando por mais de duas horas? - Ele desafiou o Nott a pegar a Greengrass, acredita?! - riu alto, jogando a cabeça para trás - Só que ele não especificou sobre qual Greengrass ele estava falando e, por isso, o Nott pegou as duas! - exclamou, como se tudo fosse uma grande piada - O Theo pegou a pirralha da Astória, ! A menina nunca tinha beijado na vida e acabou mordendo a língua dele. - continuou às gargalhadas, fazendo algumas pausas para controlar a respiração e conseguir prosseguir com o seu raciocínio - Estávamos na Madame Pomfrey até agora porque o Nott não conseguia parar de resmungar sobre a língua dele. - balançou a cabeça, fazendo um biquinho logo em seguida - Até pensei em te avisar, mas não poderia dar brechas para os caras desconfiarem de algo, né?! - questionou retoricamente, levantando do seu assento e indo em direção à ruiva, que enrijeceu ao ver a aproximação do loiro - Até porque sabia que você estaria aqui me esperando. - sorriu de lado, tentando abraçar o corpo da menina. Percebendo a intenção dele, o empurrou levemente, sem a intenção de machucá-lo, apenas tentando afastá-lo de si.
- O que foi, linda?! - perguntou, tentando novamente abraçá-la e, mais uma vez, recebendo um empurrão em resposta - Ah, , você não ficou realmente chateada por causa de um atrasinho, né?! - balançou a cabeça em descrença, bagunçando os cabelos e finalmente se afastando da menina - Nem foi tanto tempo assim…
- Foram mais de duas horas, Malfoy. – disse, séria, encostando-se na porta de saída. A presença de Draco não estava lhe fazendo bem. Olhar para ele ocasionava uma dor física, bem no estômago, que a fazia ter vontade de vomitar. Definitivamente, ela não estava bem. apenas queria esquecer não só essa noite, mas todos os momentos que passara ao lado do sonserino. A sua vontade era de deixá-lo falando sozinho e simplesmente rumar até a Torre da Grifinória, onde sabia que ele não poderia perturbá-la. No entanto, queria terminar as coisas de uma forma clara e sincera. Só assim conseguiria deixar Draco para trás. - Mas não é como se você se importasse comigo e com os meus sentimentos.
- Do que você está falando? – questionou, confuso, buscando o olhar da ruiva - É claro que eu me importo com você, ! Eu te a…
- Não se atreva a dizer isso! - apontou para ele, em um tom cortante. Na primeira vez que tinha ouvido essas palavras de Draco, tinha caído no choro, realmente emocionada por ter seus sentimentos envolvidos em uma relação de reciprocidade. Todavia, desde então, Malfoy nunca fez a grifinória se sentir realmente amada. As palavras pareciam carecer de significado, surgindo apenas com o efeito de amolecê-la para seus caprichos egoístas. - Você não me ama, Draco. Você ama o poder que tem sobre mim. – falou, incisiva, alertando o rapaz da gravidade da conversa que estava se desenrolando.
- , você enlouqueceu?! - perguntou, realmente transtornado, sem entender de que lugar estavam vindo aqueles questionamentos da ruiva. Tentando se acalmar, Malfoy respirou fundo, vendo a postura defensiva da Weasley e decidindo, por fim, ir para mais o fundo da sala para dar à menina maior liberdade. - Por que você está falando isso?
- Porque hoje, nesse longo tempo que tive para refletir - começou de forma irônica, tentando ser o mais direta e breve possível - Eu percebi que apenas eu me doava e cedia dentro desse nosso relacionamento. - cuspiu a palavra como se ela tivesse um gosto ruim - É até estranho falar em relacionamento. – riu, amarga, pressionando-se ainda mais na porta, de forma a conseguir o apoio necessário para não perder a sustentação e cair no chão - Você nunca quis me assumir, não é?! Sempre teve vergonha de mim. Eu nunca fui boa o suficiente para ser a sua namorada, aquela que você apresenta aos pais e, com orgulho, desfila para todos os lados, mostrando como se sente orgulhoso ao ter ao seu lado. - balançou a cabeça em negação, respirando fundo para não ceder à tentação de cair em lágrimas - Não, eu só era boa o suficiente para uns amassos no armário de vassouras.
- , pensei que nós tínhamos concordado que era melhor manter tudo em segredo. - começou ele, hesitando em se aproximar quando percebeu o olhar magoado, porém decisivo da ruiva.
- Concordamos, realmente. - assentiu, passando levemente a língua entre os lábios para umedecê-los - Concordamos porque eu achei que era o melhor para nós, não o melhor para você.
- , não estou te entendendo. - decidido a encarar a menina mais de perto, Draco ignorou os olhares de repreensão da Weasley e caminhou até parar em sua frente, segurando os instintos de tocá-la e tomá-la para os seus braços. O loiro só queria que ela parasse com essa conversa e voltasse ao seu estado de normalidade. - Do mesmo jeito que minha família e meus amigos não aceitariam nosso namoro, eu realmente não acredito que no seu lado as coisas seriam diferentes.
- De fato. Meus pais possuem repulsa aos Malfoy e os meus amigos estão longe de serem os seus maiores fãs. - concordou, segurando o instinto de desviar os olhos do loiro. Não era fácil para si ignorar todos os efeitos que Draco causava em sua mente e corpo com ele tão próximo de si. Mas, ela realmente estava disposta a acabar com tudo aquilo. - No entanto, eu seria capaz de ligar o dane-se para a opinião de todos se, em troca, eu pudesse ficar com você. - suspirou baixinho, dando um sorriso fraco em seguida - Você não faria isso por mim, Draco. Não precisa negar, nós dois sabemos a verdade. - completou rapidamente, ao vê-lo fazer menção de rebater a fala da ruiva. Em resposta, Malfoy deu um passo para trás, bagunçando os cabelos em frustração. Queria poder discutir com a menina e rebatê-la afirmando que nada do que ela falava fazia o menor sentido. Mas, precisava ser sincero. Ela não estava errada.
Draco amava . Bem, pelo menos ele achava que sim. Nunca teve grandes exemplos de relações amorosas e nem sabia exatamente o que realmente significava amar e ser amado, mas tinha noção de que o sentimento que tinha por era algo realmente forte e que, se fosse para ser sincero, era a única coisa real em sua vida. Contudo, o rapaz também tinha a percepção de que, por mais que gostasse da garota, ele não abdicaria de seu nome, honra e todo o prestígio Malfoy para assumi-la publicamente à sociedade bruxa. Por vezes, o loiro se martirizou e questionou a Merlin porque diabretes não poderia ser de outra família. Alguém com amigos mais dignos e com um sobrenome mais prestigiado. Todavia, algo lhe dizia que, se fosse assim, provavelmente não teria se apaixonado por ela. Era o conjunto que constituía que a fazia ser tão incrível assim.
- Eu não sei o que falar. - disse, depois de alguns segundos de silêncio - Eu não sou burro, sei que você está acabando tudo comigo, mas não queria realmente assistir isso de braços cruzados.
- Por mais que seja difícil dizer isso, eu realmente acredito que você sente algo por mim, Draco. Não sei se é amor, mas isso acho que nem você sabe. - riu fraco, mexendo no cabelo em sinal de nervosismo - Desse seu jeito estranho, você buscou demonstrar isso. Mas, não é o suficiente para mim. Nem acho que será para alguém algum dia. - suspirou, arrumando a postura e seguindo até o local em que o loiro estava. Precisava dizer isso na frente dele. - Você quebrou muita coisa dentro de mim, Draco. Coisas que eu nem imaginava que poderiam se quebrar. Eu passei a questionar quem eu era e no que eu acreditava por sua causa e, sinceramente, isso é algo que eu não desejo a ninguém. - suspirou mais uma vez, vendo que o menino a encarava com os olhos marejados, realmente chateado com toda a situação - Mas você também me fez feliz em vários momentos. Querendo ou não, eu cresci muito nesse tempo que passamos juntos. Então, de verdade, eu espero que você seja feliz. – falou, sincera, limpando uma das lágrimas que desceram pelo rosto dele, que já estava levemente avermelhado. - Eu amo você, Draco. E talvez uma parte de mim sempre te ame. Mas, esse não é um sentimento que me faz bem. Eu preciso me amar antes de conseguir me doar para um outro alguém e, nesse momento, eu estou machucada demais para isso. - deu um sorriso fraco, depositando um beijo na bochecha molhada do rapaz - E eu preciso me reencontrar. - completou, antes de se virar e seguir novamente em direção à porta de saída. Contudo, antes que pudesse ir embora, ouviu o tom arrastado que tanto lhe afetava chamar o seu nome. Criando forças para encará-lo, virou novamente para onde o sonserino estava parado e se quebrou mais um pouco ao analisar, de forma mais objetiva, a expressão abatida do rapaz.
- Antes de você ir, só queria que soubesse que eu realmente sinto muito por tudo. Nunca foi minha intenção machucá-la, .
- Eu sei, Draco. Eu sei. - e com um último sorriso triste, saiu da Sala Precisa e seguiu em direção à Torre da Grifinória.
A menina sabia que já fazia um certo tempo desde que foi anunciado o toque de recolher. Contudo, ela não possuía condições o suficiente para andar se espreitando pelos corredores, de modo a evitar o encontro com monitores - sobretudo Rony e Hermione, visto que não queria ter que dar explicações sobre o porquê de estar perambulando sozinha pelo castelo tarde da noite - ou com Filch. Certamente, a garota não queria uma detenção, principalmente ao ver o estado que Harry havia ficado após algumas visitinhas à sala da Umbridge, mas, no momento, estava jogando a sua sorte no colo de Merlin e aceitando o seu destino incerto.
Por isso, acabou se assustando quando sentiu alguém segurar o seu braço de forma repentina. O seu primeiro instinto foi gritar, mas sentiu alguém tapar a sua boca rapidamente. Lutando para se desvencilhar e tateando os bolsos em busca de sua varinha, apenas se acalmou quando ouviu uma voz que lhe era bastante conhecida.
- ! - exclamou, em um tom baixo para não chamar a atenção de ninguém - Para, ! Sou eu! - continuou, revelando o seu rosto que estava coberto embaixo da capa de invisibilidade.
- Harry?! – perguntou, assustada, desvencilhando-se do amigo e puxando-o para trás de uma pilastra - O que você está fazendo aqui?
- Bem… - coçou a cabeça, constrangido, saindo totalmente debaixo de sua capa da invisibilidade - Encontrei, há um tempo, Gina no Salão Comunal e ela não soube responder onde você estava, dizendo que vocês tinham parado de estudar cedo e que, depois disso, você tinha saído sozinha de lá. - Obrigada pela ajuda, irmãzinha. Muito útil o seu disfarce, realmente. - Então, olhei no mapa - parou de falar, ao perceber a feição reprovadora que estampava em seu rosto - Ei! Não me olhe assim. Eu pensei que você tivesse sido pega pelo Filch ou estivesse em alguma enrascada. - defendeu-se, levantando os braços em rendição - Mas, como eu não vi o seu nome em lugar algum, entendi que você estava na Sala Precisa e vim, com a capa, te esperar para que voltasse em segurança. Desde então, estou aqui. – falou, sincero, enrubescendo levemente ao ver o olhar divertido que a garota lançava para si. Por dentro, por sua vez, agradecia pelo fato de ter saído sozinha de dentro do local. Não queria imaginar o estresse que seria caso Harry descobrisse, logo no momento do término, toda a sua relação com Malfoy. Chamando-o para caminhar em direção ao Salão Comunal, quebrou o silêncio após alguns segundos.
- E você não quer saber o que eu estava fazendo na Sala Precisa? - olhou de soslaio para o amigo, ainda caminhando em direção à Torre da Grifinória.
- Só se você quiser me contar.
- Eu precisava finalizar um ciclo da minha vida, Cicatriz. Só assim poderei caminhar em paz. - falou em um suspiro, sendo abraçada lateralmente pelo amigo. Por mais tímido que Potter fosse, a relação dele com a Weasley sempre foi regada de bastante carinho e de demonstrações públicas de afeto. Rony achava totalmente desnecessária toda essa melosidade exagerada, tal qual Draco, que já tinha puxado algumas discussões acerca da relação entre Harry e . Não que ela se importasse. Amava Harry e gostava de transparecer isso, sobretudo, para ele, que carecia bastante de carinho dentro de suas relações fora de Hogwarts.
- E conseguiu? - questionou depois de algum tempo, parando de andar quando localizou o quadro da mulher gorda logo na sua frente - Digo, conseguiu finalizar esse ciclo? - completou, após entoarem a senha - ainda abraçados - e receberem um olhar reprovador do quadro, em virtude do horário que estavam entrando.
- Acredito que sim. - sorriu leve, recebendo um outro sorriso fofo em resposta - Acho que só o tempo dirá com certeza, H.
- Independente de tudo, você sabe que eu estou aqui por você, não sabe?! - questionou o rapaz, soltando a amiga para encará-la com um olhar cuidadoso.
- Eu sei, Harry. Eu sei. - assentiu, depositando um beijo na bochecha do rapaz e subindo em direção aos dormitórios femininos.




Fim!



Nota da autora: Meu primeiro ficstape, socorro! Sinceramente, eu nem sei o que dizer ahahaha. Eu não estou nenhum pouco acostumada a escrever sobre drama e fiquei em dúvida sobre qual plot iria utilizar para essa música em especial. Mas, estou numa fase tão potterhead que, se for possível enfiar Harry Potter, estou enfiando! Então, aqui estamos! Confesso que não foi fácil escrever um Draco não tão legal assim, visto que eu sou a maior fã do loirinho, mas não tinha outro jeito para abordar a história desse casal. Eu espero realmente que tenham gostado! Se quiserem deixar um comentário aqui embaixo, deixariam essa autora muito feliz. No mais, é isso! Até a próxima!

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