02. Problem

Finalizada em: Fanfic finalizada

Capítulo 01

estava sentado na varanda de sua casa desde as cinco da manhã, quando o céu ainda sustentava parte da escuridão noturna com sua característica morbidez. No intuito de amenizá-la, porém, havia uma tênue neblina preparando-se para retrair-se horas depois, quando o sol espreguiçou-se na linha do horizonte, deixando assim que seus raios atingissem lugares inimagináveis, aquecendo-os.
O jovem pintor liberou um suspiro pesado. Há dias aquela havia sido sua rotina: acordava no meio da noite com os pulmões cansados e o corpo dolorido, dirigia-se à varanda e ali instalava-se até o amanhecer. Após certo tempo, a realidade tornou-se incontestável: sentia falta dela. E se estava ali todas as auroras desde que ela se fora, não era porque tinha esperanças de que voltasse – apenas queria ser aquecido também, principalmente a parte de si que sustentava a ideia de um coração destruído.
Ao resolver ir a busca de café quente, acabara por usar como estratégia algo não convencional, pois precisava desviar o pensamento do que lhe afligia: concentrou-se em aleatoriedades, como o som rítmico de seus chinelos contra o assoalho para maltratá-lo; arrastava, empurrava e estalava outra vez, num padrão cansativo que por fim não lhe prendeu a atenção, o conflito interno sobre a própria sanidade não demorando a assolá-lo.
- Você pode me chamar de Eva... – Ela havia murmurado contra a pele de seu pescoço na primeira vez, o tom suave ocultando perfeitamente a malícia expressa através dos gestos e toques.
Eva era tão corpórea que, quando despertara, gastou um grande intervalo de tempo para absorver o fato de que ela não era real, apenas parte de um sonho. Naquele dia, ele pintou o primeiro esboço do rosto da mulher, acentuando o brilho animalesco de seus olhos, que eram dois globos azuis ardendo em fúria inefável.
Quando ela voltou na noite seguinte, foi puro veneno. Os lençóis estavam bagunçados por conta de seus corpos rolando pela cama; Eva instigava para silenciosa e brandamente fasciná-lo. Por mais que ele a quisesse, contudo, o ímpeto de atacá-la não existia. Era tudo tranquilo, sem qualquer peso sobre seus ombros, e ele não se importaria em permanecer ali para todo o sempre, por mais que o riso da mulher estivesse-o fazendo serpentear rumo à mais profunda insanidade.
Pouco a pouco, seu ateliê era fogo, porque ela estava em todos os lugares – suas visitas noturnas eram tão inspiradoras que mal notava-se o quanto enfraqueciam o anfitrião. Mas ele não podia livrar-se do sol, tampouco daquilo de parecia fornecer luz ao próprio.
Deveria ter sido mais sábio...
Eva era ímpeto para todos os lados.
Eva era vida, apesar de, talvez, não possuir uma.

Toda vez que você me toca
E diz que me ama
Eu fico um pouco sem fôlego
Eu não deveria querer, mas é você

Até que um belo dia dormiu por sete horas inteiras sem que ela viesse. E isto se repetiu ao longo da semana, do mês. Ele havia tentado de tudo – desde procurá-la num banco de dados até dopar-se para arriscar encontrá-la em sua mente. Por fim, teve de render-se à verdade incontroversa: Eva não voltaria. Agora lhe restava somente um cemitério desnudo em constante tempestade, visto que a ilusória figura feminina era a única vertente entre e o Éden. Ele abrigava-se ali mesmo, no ar frio, onde seu coração estava mais apto a hibernar; a única cor em seu rosto encontrava-se nas olheiras, que lhe amparavam os olhos num grande local sombreado onde todo o inferno facilmente aconchegar-se-ia para um descanso.
era pura melancolia, menos que um zumbi.

Eu sei que não deveria jamais te chamar de volta
Ou deixá-la voltar
Mas é você

Quando perguntaram a Eva pela primeira vez qual era o seu nome, ela ainda não havia batizado a si própria com um realmente agradável. Não que sentisse, de fato, a necessidade de ser chamada, já que, no início, ela trabalhava em função da vingança, esperando que tirar a vida dos homens com quem dormia fosse trazer algum tipo de alívio para sua alma corrompida. Ela sempre poderia afirmar ter um problema a menos sem eles.
Bem, não trouxera alívio algum.
Fora no segundo milênio que pegara o hábito de circundar as presas, visitando-as através de sonhos em que provocava e instigava apenas para divertir-se sozinha com a fraqueza humana. Não demorou muito para que começasse a testar limites, também, acumulando toda a energia do ser para que melhor pudesse apreciá-la no ataque final. Quando aquilo tornou-se uma praxe irrefreável, sempre perguntavam seu nome logo na segunda noite.
Aikaterhíne”, ela havia dito para um contemporâneo uma vez, algo irônico por denotar pureza. Quando gargalhou, ele manteve a expressão séria, não compreendendo. Optou por experimentar, então, “Qetziáh”, um pouco mais curto, porém havia algo em suas opções limitadas que não funcionavam tão bem. Frustrada, a ainda não Eva, quando diante da ânsia por chamá-la de alguma forma se não termos pejorativos, acabava por dizer “você não terá tempo para isso” antes de finalizar a brincadeira.
Ela se recordava bem do homem que a havia batizado: um cristão de fé discutível. Havia se divertido com a falsa inocência dele, mas o pouco de paciência que tinha não costumava ser duradoura. Então, enquanto invadia sua mente na noite do grand finale, ele ousara compará-la a Eva.
- Eu não posso resistir... – Ethan confessou, irrequieto. – Eu poderia te acusar de ser a serpente, mas é bela demais para interpretar esse papel. Talvez seja minha Eva, e só esteja transmitindo o que lhe foi ensinado...
- Sim, você pode me chamar de Eva, se quiser – ela disse, um canto de seus lábios erguendo-se com o fulgor da ironia. – Mas garanto ser superior a ela, querido. Pergunte ao próprio Adão, que gritou minha falta.
Ethan também gritara, afinal, perturbando a calmaria noturna antes de descansar para sempre. Este era o preço da fraqueza sexual masculina.
Tolos.
Mas, ainda assim, começou a se tornar difícil invadir a mente deles. O século XXI era imundo, e não havia por que dar a vida por uma noite com uma mulher se apenas com um olhar conseguiam três. Sobreviver àquilo era quase como nadar em lixo tóxico.
Eva, contudo, adaptou-se. Procurava pelos mais solitários ou, algumas vezes, com falhas psicológicas – eram os mais fáceis. Vez ou outra arriscava-se em missões mais pesadas, é claro, para não correr o risco de enferrujar.
Então encontrou . .
Daquele ela realmente gostou. Noites com ele passavam-se como o soprar do vento no verão: praticamente nulas e sempre insaciáveis. Ela não planejara o assassinato até ser impelida ao desfecho inalterável, e isso foi apenas ao encontrar-se numa situação de estúpida fraqueza.
Mas então houve um problema.
Um maldito problema.
Eva não conseguia encontrar . Sempre que achava estar próxima, algo a bloqueava, não permitindo que prosseguisse.
Ela não poderia achar outra vítima antes de acabar com ele, pois isso apenas a deixaria mais e mais impotente. Sentiu-se profundamente envergonhada, logo sequer cogitou pedir ajuda a algo, alguém. Recolheu-se num canto escuro, assumindo a invisibilidade e começando a definhar. Sua pele era a parte mais frágil: o tecido morto desprendia-se com facilidade, principalmente ao adotar uma forma carnal, o que Eva sempre fazia na busca apressada por .
Foi só ao fim do segundo mês que a fera rendeu-se. A tonalidade de seu corpo já era pálida por conta da perda excessiva do bronzeado que costumava adotar. Seus olhos, algo perto do cinza, sem cílios. Os cabelos da cabeça também caíam, esses em bolos espessos que deixavam algumas fendas na raiz morta.
Eva estava quase rastejando para o esgoto quando o viu.
O outdoor.
As letras que compunham “Jardim do Éden” emaranhavam-se borradas de vermelho escarlate. Era um anúncio para uma festa de Halloween na próxima sexta-feira, trinta e um de outubro. A parte interessante, contudo, eram as letras menores e menos chamativas centralizadas abaixo do título.
Um nome.
Um adjetivo.
Presença confirmada do pintor .
Era ele, Eva não teve sequer uma dúvida. Levou uma mão ao peito, cerrando os olhos num misto de alívio e excitação.
Só mais três dias.
Ela precisou de alguns rituais de magia antiga para continuar viva. Apesar disso, conseguiu apenas manter parte da aparência física da Eva que conhecia: a face. Seu corpo estava tão medonho que precisou utilizar uma capa para cobri-lo devidamente. E, na capa, dois grandes cortes por onde pudesse deslizar suas asas e deixá-las à mostra – as asas de um morcego, as asas de um súcubo. O cabelo escuro Eva havia conseguido prender de modo que as falhas nele mal fossem notadas; aproveitara-se, também, da luz noturna, enfiando tantos quilos de maquiagem seu rosto e pescoço pudessem suportar. No fim, os olhos acabaram por ser a única coisa capaz de conferir uma vida real em toda sua superficialidade: a impressão era de que absorviam a precária luz da noite para retê-la, fazendo com que Eva transbordasse, quase faiscando.

O som agudo ao lado de fora da boate fez com que sua coluna fosse remexida, desconfortável. Eva sentiu o som atravessar seu cérebro e fazer algo como cutucá-lo incansavelmente. Desorientada, a mulher – de acordo com sua aparência física, é claro – tropeçou nos próprios pés, caindo no chão de concreto.
Ela xingou alguma coisa em latim arcaico. A pele de sua mão direita, com a qual tentara apoiar-se, ralou no chão, e estava sensível a ponto de começar a sangrar instantaneamente.
- Moça, está tudo bem? – Ouviu uma voz grave questionar.
Humanos estúpidos.
Braços fortes envolveram seus ombros, puxando-a delicadamente para cima. Eva escondeu a mão ferida na capa, limpando o sangue e puxando o pouco de pele solta. Então, mal erguendo os olhos para o homem que questionava algumas coisas em murmúrios nada agradáveis, ela impulsionou um cotovelo para afastar-se e voltar ao que lhe era de interesse: .
Ela podia sentir a essência delicada sobrepondo-se às demais daquela festa. Eram, em suma, de insignificância palpável ao lado de .
Alguns caras soltavam cantadas baratas quando passava por eles. Imbecis. Se pudesse, teria matado um por um, principalmente agora, que seu único ímpeto restante era a ira. Cinco milênios e um único bloqueio quase a matara.
Quase.
Ao sentir uma atração peculiar para um canto mais distante da festa, inclinou a cabeça, deparando-se com uma luminosidade frouxa. Eva estreitou os olhos por um breve momento, então permitiu que seu rosto pendesse para o lado, procurando enxergar melhor.
Apoiado no parapeito do andar superior, um cara louro destacava-se trajando jeans e blazer. Os cabelos esparramavam-se por sua própria testa, e ele assentia vez ou outra para as pessoas que o acompanhavam, levando um copo até os lábios para bebericar o conteúdo. Algo parecia faltar...
Quando as batidas começaram a ficar mais baixas, dissipando-se de acordo com o fim da canção, o globo espelhado moveu-se, levando um pequeno fio de luz para os olhos azulados profundamente impetuosos de . Se Eva estava certa de que logo se cansaria de observá-lo, sentiu-se pronta para contradizer a si mesma, porque aquele homem afrontava o que poderia ser considerado perfeição, uma vez que tudo em seu corpo parecia ir além da amplitude pela qual o sentido da palavra se abrangia. Até mesmo seus sutis movimentos, como o roçar de seus lábios um no outro quando ele falava. Eva quase acreditou estar diante de um anjo, mas suas ilusões foram esmaecidas pela voracidade que detectara nos olhos dele, apesar da áurea inocente que tentara a todo custo camuflá-la.
Foi neste instante que a notou.
A surpresa logo modificou por completo a expressão facial dele. Até mesmo sua boca praticamente escancarou-se, e debruçou o corpo numa tentativa de aproximar-se dela, checar se Eva era real e não somente uma miragem.
Ela limitou-se a sorrir de um modo misterioso antes de lhe virar as costas.
Ouviu gritar seu nome. Não olhou para trás, contudo havia um sentimento incômodo dentro de si desejando dominar o território, e ela o chamou de receio; foi só ao sentir quase atrás de si que voltou a andar a passos rápidos para os fundos da casa noturna.
Haviam alguns carros de luxo estacionados em duas filas perpendiculares, consequentemente deixando um corredor extenso e vazio entre eles. Eva deu uma corridinha para tomar mais alguma distância antes de virar-se para a porta que dava acesso ao local.
estava lá, atônito. Ele precisou de momento para captar a imagem e balbuciar coisas desconexas antes de seus lábios tremerem num sorriso deprimido, cheio de saudades.
- Eva... – Ele disse, e foi como uma constatação.
- Sim... – Obteve em resposta. A voz dela era exatamente como se lembrava, baixa e adornada por uma rouquidão tão delicada que era como se tivesse sido lustrada ao som. – Sou eu, ... Sua Eva.
- Eu sabia! – Ele exclamou, os lábios erguendo-se sozinhos. – Sabia que não tinha me deixado, Eva. E que você era real.
- Sim... – Ela disse novamente, com a diferença de que estendeu uma mão, deixando implícito o convite para que fosse ao seu encontro.
E ele foi.
agarrou a fera como se sua vida dependesse daquilo. Como se, aliás, estivesse retomando os sentidos por tê-la nos braços. Eva era quente de um modo extraordinário, e sua respiração no pescoço dele fazia com o que local ficasse arrepiado, pesada como estava. Quando ela capturou seus lábios, ele retribuiu com avidez, segurando-a pela cintura e guiando ambos os corpos para o carro mais próximo, onde poderia grudá-los até que estivessem fundidos num só.
Mas começou a, literalmente, perder as forças. Ele demorou a perceber que a falta de ar não era por conta do beijo em si. Ao tentar afastar-se para tomar algum fôlego, não conseguiu. Estava preso a Eva.
Como tanto havia desejado...
Mas ela o estava atacando.

Diga-me, diga-me, querido Por que você não pode me deixar?

- Me desculpe, docinho... – Foi o que murmurou, e alguns filetes de sangue escorriam por sua boca. – Eu queria ter planejado uma espécie diferenciada de ato final, mas você foi malcriado e desapareceu sem me dar uma oportunidade...
Os olhos dela pareciam faróis no estacionamento deserto, e suas bochechas estavam coradas. quis desvencilhar-se daquele amplexo mortífero, mas antes que pudesse retribuir a surpresa com uma descarga de adrenalina, algo no âmago de seu ser pareceu ser sugado. Houve uma última tentativa do jovem pintor de proferir alguma frase, mas não fora bem-sucedida; uma espécie de fumaça espessa escapou por entre seus lábios, e adentraram os de Eva, que revirava os olhos de um modo que , quase desfalecendo, não compreendeu.
Mas a partida dele foi impedida.
No segundo seguinte, quando lhe restavam apenas visão e audição falhas, Eva deu um grito gutural.
- Moça, está tudo bem? – ouviu a indagação irônica.
Eric. Seu melhor amigo. O estúpido que o havia arrastado até aquela festa.
Quis gritar exasperado e ao mesmo tempo suplicante. Quem o fez, porém, foi Eva.
O súcubo sentiu uma picada profunda em sua nuca, e aquilo ardeu como o inferno. Seu próprio sangue. Ela empurrou do capô do carro e apoiou-se ali com ambas as mãos, desejando poder amassar a lataria com os próprios dedos.
Conhecia aquela voz, a sádica risada atrás de si.
- Deve ser bom provar do próprio veneno... O que acha, ?
O cara da entrada da boate.
Adão.
Eva grunhiu em meio aos gemidos.
- Finalmente eu te encontrei – ele murmurou num falso tom sentimental, puxando os cabelos dela até lhe inclinar a cabeça para trás. – Mas a missão foi completada com maestria, não acha? Tão fraca, Eva – cuspiu o nome, enojado. – Alguns símbolos pelo apartamento de e você mal podia chegar perto... E essas asas? – Debochou.
- O seu erro, Adão... – Eva começou, apertando a seringa entre os dedos. – É acreditar que está sempre por cima.
Quando ela arrancou a agulha da própria carne, um último grito de fraqueza rasgou o caminho seco para fora de sua garganta.
Aconteceu rápido demais: seus passos tortos até Adão foram instáveis o bastante para fazê-la cair sobre ele e ao lado de . As unhas da fera afundaram-se na carne daquele que costumava ter como marido, fazendo que com ele rolasse os olhos e grunhisse de dor. Eva aproveitou sua fraqueza para atingi-lo com uma cotovelada no rosto, então rolou o próprio corpo uma única vez, montando-o sobre o quadril de .
Os olhos do pintor eram mudos, um mar tranquilo que o súcubo capturou enquanto lhe abria a boca para sugar o restante daquela alma, pois tomá-la para si era a única maneira de perpetuar a existência da fera.
- Por que, Eva? Eu amo tanto você... – O rapaz lhe disse, seus lábios erguendo-se para sorrir de um modo fraco, melancólico.
Eva deslizou os dedos pelo rosto dele, sorrindo de volta.
- Baby, eu tenho um problema a menos sem você... – Murmurou em resposta. E, então, finalmente o matou.
A vida de adentrou-a com vigor, emaranhando-se à sua casca e aquecendo-a, um choque elétrico que fez com que Eva involuntariamente arqueasse as costas e gritasse um trovão para o céu.
Quando Adão segurou a fera pelo pescoço, no mesmo instante, os olhos dela acenderam-se, coléricos. Eva deixou-o acreditar que a tinha domado: gemeu, fez-se de fraca e deixou que Adão pusesse seu corpo sobre o dela. Foi então que trocaram sorrisos. O dele, cheio de audácia; o dela, puro veneno.
Eva impulsionou-se para frente, o pescoço ainda sendo apertado por ambas as mãos de seu agressor. Ela piscou os olhos algumas vezes, forjando a doçura que jamais fora capaz de possuir. Então, de maneira sôfrega, sorveu a essência corrompida de Adão. Desesperado, tudo o que ele fez foi usar mais força em sua frustrada tentativa de estrangulá-la. Eva tossiu, porém seu rosto inclinou-se para frente; ela girou a língua na boca, fazendo graça.
- , não! – O ouviu gritar. Ah, aquele nome... Há quanto tempo não o ouvia ser pronunciado? Havia deixado de existir, afinal, ou ainda seria ela um fio de luz negra impulsionando Eva a destruir o que há muito lhe causou tantos problemas?
Após menear a cabeça, a fera tornou a observar os olhos de Adão, estes sendo apagados pouco a pouco, envergonhados por conta de sua terrível falha. O corpo dele perdeu as forças, caindo para trás, e foi em seu tão detestado posto de submissão que alcançou o fim da vida.
Eva alternou o olhar entre os dois homens mortos por breves segundos. Ao levantar-se, chutou a ambos, o bico de seu salto quase perfurando o estômago de um. Aquilo não foi o suficiente para satisfazê-la, mas ainda assim girou os calcanhares, visando finalmente retornar ao Éden.
Só esperava que, em toda a hipérbole envolvendo o nome daquela festa de pecadores, ela tivesse mais facilidade em serpentear e oferecer-lhes uma maçã.

Acho que eu amo pensar em você Mais do que eu amo a sua presença



FIM?



Nota da autora: OLÁ!
Essa fanfic foi baseada numa suposta divergência de interpretação da Bíblia, em que Lilith seria a primeira mulher, mas deu ruim lá com Adão e ela foi expulsa do Paraíso, deu um rolê com Lúcifer e, finalmente, virou o Súcubo que tentei retratar para conferir um novo sentido à faixa Problem do My Everything. Sei que algumas partes ficaram chatas e o final talvez tenha deixado a desejar, mas ainda assim espero que gostem.



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