Capítulo Único
Assim que null viu a luz verde da câmera do celular piscando em sua frente o moreno sentiu um arrepio percorrer seu corpo inteiro, a queimação da bile subindo pela garganta em ansiedade ao que aconteceria após começar a falar. A luz piscando indicava que estava ao vivo e apesar de querer saber quantas pessoas estavam do outro lado o assistindo, ele não achava que era capaz de conseguir olhar em direção aos números no canto da tela. Precisava de coragem. Precisava reunir toda a força que restara e falar. O homem era um performer, um artista, um idol; falar não deveria ser um problema.
– Oi pessoal. Aqui é o null.
A frase era ridícula. Todos sabiam quem ele era.
Todo. O. Mundo.
Dizer seu nome artístico daquela forma fazia com que se sentisse ainda mais como o personagem que vinha vivendo diariamente em frente as câmeras. Ali, na sala de reuniões da empresa em que trabalhava, cercado de pessoas que o observavam, ele era realmente apenas uma peça em um jogo gigantesco de xadrez.
Tomando um gole de água da garrafa em sua frente, o rapaz respirou fundo e por um segundo sua mente viajou até uma memória de quatro meses antes.
Fazia calor naquela noite, null havia bebido muito com alguns amigos e pensou estar sozinho quando chegou ao apartamento do melhor amigo e manager, Sam. O mais velho dividia o lugar com uma amiga e staff da empresa, null, mas ambos tinham ido aproveitar os dias de folga com as famílias. O rapaz gostava de estar ali, era calmo, seguro e reservado. Então começou a tirar as peças de roupa ainda com as luzes do apartamento apagadas. Ele cambaleava enquanto jogava a camiseta em um canto qualquer, mas quando estava apenas de cueca, foi surpreendido pela luz da sala sendo acesa. null olhava de forma interrogativa para o homem quase pelado e bêbado em sua frente.
– Que porra é essa? – ela conseguiu verbalizar enquanto ria chocada com a cena. Seu primeiro pensamento foi de que Sam havia voltado mais cedo ou que um ladrão tinha invadido o apartamento. null estava confuso com a presença da garota ali e em meio a um soluço bêbado, ele notou os fones no pescoço da mais nova que vestia apenas uma camisola de seda do Mickey. O rapaz gargalhou.
O relacionamento deles se baseava em dividir momentos na companhia de Sam e no ambiente de trabalho. null ficava nos bastidores, sendo parte da equipe de staffs da Big Hit Entertainment, ajudando ocasionalmente Sam com o BTS. Sam passava a maior parte do tempo a disposição do grupo, sendo muito próximo dos membros. Tão próximo que deixava que eles circulassem por sua casa. Ela queria bater no melhor amigo até ele entender que ela também morava ali.
Basicamente null era seu chefe. E bem, ele estava praticamente pelado naquele momento. A garota sentiu seu rosto esquentar e tentou não baixar os olhos. O ato se mostrou absurdamente difícil já que o corpo bronzeado do mais velho parecia esculpido pelos deuses.
– null, você está aqui! – null exclamou assustado se desequilibrando e caindo sentado no chão. null correu até o rapaz preocupada, ele parecia estar fora da realidade. Eles nunca estiveram tão próximos e droga, o cara estava com tanta pele a mostra.
– Você tá bêbado null! – ela afirmou apesar de óbvia.
– Bonita camisola. – Ele riu olhando para os desenhos. null respirou fundo, percebendo que ele não estava no melhor momento para ser xingado por invadir o apartamento e se aproximar dela daquela forma. Seria perda de tempo argumentar.
– Vem, vou ligar pra um dos staffs enquanto você toma um banho frio. – A mais nova agarrou o braço forte do rapaz ajudando-o a se levantar e direcionando-o para o banheiro que tinha a maior banheira da casa. Ele resmungou quando ela o empurrou para se sentar embaixo da água fria.
– Não liga, está todo mundo aproveitando o feriado com a família, não quero incomodá-los. – Ele pediu falando de forma embolada enquanto tirava a única peça de roupa que ainda o cobria.
null colocou um pouco de sabonete líquido na água e viu as bolhas de espuma preencherem a banheira, cobrindo parcialmente a imagem nua do rapaz. Ela estava incomodada com a situação esquisita que se formou ali. null era um cara educado, mantinham uma relação profissional distante, mas respeitosa e por conta disso não estava confortável em dividir o ambiente com ele daquela forma. A empresa tinha regras muito duras e específicas sobre relacionamentos entre equipe e idols; null tinha certeza que ajudar null bêbado a tomar banho deveria estar no topo da lista de coisas altamente reprováveis. Na verdade, a empresa tinha regras sobre absolutamente tudo.
null cantarolava em meio a resmungos. Ele era um dos membros mais novos do grupo de kpop do qual fazia parte, o BTS. O rapaz exalava sensualidade, tendo o corpo moldado por exercícios, um rosto igualmente belo e uma voz poderosa e rouca. Seu senso de humor era contagiante, fazendo todos ao redor sorrirem com seus comentários inteligentes e sua forma amável de se relacionar com todos. Era o pacote completo para fazer a cabeça de uma mulher se perder. null estava acostumada a estar rodeada por homens tão belos e atraentes quanto ele, trabalhando na indústria e lado a lado com idols há anos, vendo-os quase como bonequinhos fabricados em grande escala. Talvez por isso não se abalasse com a aproximação física, sendo imune aos olhares, danças e cantadas diárias, mas null era, bem... null era além da conta!
O rapaz mordia os lábios carnudos e bem desenhados com certa força por conta da água fria que tocava sua pele desnuda e null pensou em ir até a cozinha preparar um café forte e alguns remédios enquanto ele estivesse ali. Mas a mais nova foi pega de surpresa quando null a puxou para dentro da banheira. Sua camisola ficou encharcada, assim como a fina calcinha que vestia. Ela soltou um palavrão, mas o rapaz apenas gargalhou, achando graça. Eles eram opostos. null era séria, distante, centrada e parecia ter tudo sob controle.
– Você é tão irritante null. – null reclamou, mas sorriu, até perceber que sua camisola estava grudada ao corpo, moldando perfeitamente seus seios. O cantor fez um bico adorável, aproximando–se da mais nova.
– Você pode me chamar de null, você sabe... Vamos tomar banho juntos, está calor, null. – sua voz estava mais rouca que o normal. null sentiu involuntariamente um arrepio percorrer seu corpo, apesar do calor no ambiente. Ela nunca havia lhe dado permissão para usar seu apelido, assim como insistia em usar seu nome completo. null desceu os olhos pelo busto molhado da mulher, apreciando a visão de seus seios. O rapaz estava completamente lúcido, incapaz de ignorar o que o corpo da morena causava em si próprio. Ele não mediu seus atos, apenas queria sentir e tocá-la. Suas mãos alcançaram a lateral do rosto da mais nova e null fechou os olhos aproveitando o toque. null lembrou-se de todas as vezes em que observou a mulher durante o trabalho, das vezes em que visitara o apartamento na companhia de Sam e ela estava por perto, lembrou-se de pensar porque ela nunca o olhou por mais de alguns segundos e seus olhos caíram de encontro aos seus lábios, observando o desenho. No momento em que null abriu os olhos o observando, o rapaz notou que ela tinha a mesma curiosidade que o dominava. null se aproximou, piscando demoradamente, e null não pensou muito no instante em que seus lábios se encostaram. Ela gemeu em resposta e o som desencadeou uma onda de prazer nele. O mais velho sugou a língua dela, lambendo devagar, sentindo seu membro enrijecer na hora. Ele estava tão excitado, como nunca havia estava antes. null mordeu o lábio inferior dele, sorrindo e chegando seu corpo mais perto. Ela pôde sentir a excitação em sua coxa. null agarrou os cabelos molhados da mais nova, aprofundando o beijo e o contato dos corpos. Ele beijava null com desejo, ouvindo os gemidos que escapavam de seus lábios. As mãos da mulher foram de encontro ao membro rígido de null, que tombou a cabeça para trás em apreciação ao sentir a mão delicada movimentando-se por sua extensão. null sorriu ao ver a expressão de satisfação no rosto do mais velho. Os gemidos roucos preenchiam o ambiente. A morena continuou estimulando-o, apreciando o tamanho do membro em sua mão e indo mais uma vez de encontro aos lábios que lhe pareciam ainda mais desejosos. O beijo era uma mistura de línguas e mordidas pela pele do pescoço de ambos, eles compartilhavam uma sintonia absurdamente prazerosa que impedia que pensamentos lúcidos sobre o que estava realmente acontecendo ali tomassem conta.
– Mais... Ah... Mais rápido. – null pediu em meio a um suspiro. As mãos da mais nova se movimentavam dolorosamente devagar, torturando-o. null passou os dentes pela mandíbula do moreno, deixando uma mordida em seu pescoço. null abriu os olhos com puro tesão, gemendo por mais. O rapaz se desfazia ao redor da mulher.
– Geme meu nome, null. – null pediu intensificando os movimentos e sussurrando no ouvido do homem.
– Oh null, eu vou... Ah... Vou gozar. – Segundos depois null o sentiu tremer ao redor de suas mãos.
null respirava com dificuldade, sentindo null beijar seus lábios de forma calma. Seu corpo respondia aos estímulos dela, ansiando por mais. Ele não pensou muito quando fez com que null se sentasse na borda da banheira. Seus olhos percorreram o rosto atraente da mulher, observando sua reação ao rasgar a camisola que impedia que ele explorasse seu corpo de forma livre. A morena soltou um grito de surpresa ao ver o pano se romper, logo a calcinha seguiu o mesmo caminho. null tocou seus seios, beijando-os com delicadeza e calma em contraste aos atos anteriores. Sugou com vontade, sentindo sua pele se arrepiar ao seu toque. Ele gostava de ver que a mulher que o tratava de forma tão indiferente no dia a dia, estava ali, se derretendo com seu toque. null gemeu alto quando o mais velho se abaixou até a altura de sua intimidade e lambeu demoradamente. Ele parecia ansiar por conhecer cada centímetro do corpo dela. Quando a língua quente entrou nela, null sentiu o mundo ao seu redor girar mais devagar. O rapaz sugava e penetrava dois dedos, intensificando os movimentos ao ouvi-la pedir por mais.
– Oh, meu Deus. Isso... – a mais nova alcançou os cabelos dele, movimentando seu corpo em direção aos lábios que lhe dedicavam a melhor sensação já sentida, em busca de mais contato. null queria sentir o gosto de null o preenchendo, queria ouvi-la implorar por mais. Seus lábios sugavam mais rápido e ela sentia as mãos macias percorrerem suas pernas, lhe causando arrepios. – Você... Ah... null, você é maravilhoso. – Ela gemeu em apreciação.
– Quero sentir seu sabor. – null respondeu lambendo demoradamente enquanto observava a feição de prazer absoluto que tomava o rosto dela. Quando ouviu essas palavras, null sentiu seu corpo pulsar, liberando-se nos lábios do rapaz.
Ambos descansaram seus corpos na água fria, olhando um para o outro em silencio. null estava confusa, mas satisfeita. Nunca havia experimentado tamanho prazer. null parecia tranquilo, como se já estivesse preparado para o que aconteceu. O rapaz apenas se entregava ao momento. Em meio a um suspiro, o mais velho se aproximou da mulher, que o olhava incerta.
– Você quer terminar isso? – ele disse baixinho, vendo null olhar em apreciação para seus lábios carnudos. Não demorou muito para estarem ambos deitados na cama de casal de null, mãos percorrendo corpos desnudos. null sentiu os lábios da mais nova ao redor de seu membro, ela parecia esfomeada, ansiosa por experimentá-lo. null queria senti-lo fundo em sua garganta, queria ser totalmente entregue. Antes que pudesse se liberar, null assumiu o controle, fazendo-a ficar de costas, alcançando um preservativo, o mais velho vestiu e calmamente entrou na mulher. Sentindo-o fundo, null gemeu.
– Ah, null... Isso é tão bom. – Ela desejava mais contato, rebolando a cintura no membro do mais novo.
null urrou ao ver a cena. Seus corpos dançavam em sincronia, seu corpo indo fundo em null. Estava no auge do prazer. Quando um tapa estalou em sua bunda, null gemeu alto, pedindo por mais. Ele a estapeou, indo casa vez mais forte. Sua parte dominante tomando conta. Ambos se desfizeram em gemidos altos quando seus corpos suados caíram exaustos de prazer. null se sentiu verdadeiramente ele mesmo.
De volta ao presente, encarando a câmera, null se sentiu um fracasso. Lembrar da primeira noite com null lhe causava uma tristeza profunda. Quando as palavras saíram de seus lábios, soube que não podia mais voltar atrás.
– Oi pessoal. Estou aqui para anunciar que estou namorando. Yerin e eu estamos juntos. – O rapaz disse sorrindo forçadamente e alcançando a mão da namorada que estava ao seu lado. Ambos passaram os próximos minutos fazendo declarações de amor e respondendo os comentários dos fãs. Os fandoms estavam em uma explosão de felicidade, as ações das empresas de ambos os idols haviam disparado, o CEO sorria em apreciação. O relacionamento falso havia atingido o objetivo planejado e nada poderia estragar isso, nem mesmo o fato de que null estava completamente infeliz.
**
null caminhava apressada pelos corredores da empresa carregando a bolsa que null havia esquecido no carro. O mais novo era também o mais esquecido do grupo. O dia havia começado com o anúncio do namoro de null e Yerin. null não tinha tempo para estar arrasada ou decepcionada, apesar de seu coração estar quebrado em mil pedacinhos que se desfizeram no ar, sobrando apenas um buraco vazio no lugar. Ela sabia que aquilo não passava de uma farsa e que na realidade ela e null eram um casal. Ela tentava pensar no que tinham juntos, na ligação extrema, nas risadas e cumplicidade. Mas saber sobre o namoro – mesmo que falso – e pensar sobre como o resto do mundo veria o rapaz com a atriz, fazia com que ela questionasse os sentimentos de null. null tentava ser positiva, compreensiva e madura, ele precisava de uma namorada que pudesse ser apresentada para mídia, alguém que acompanhasse sua carreira e que fosse aceita por suas fãs, algo que ela nunca seria. Mas a mulher não podia ignorar que sua barriga doía toda vez que era obrigada a interagir com o homem em público e isso se intensificou ao imaginar ter que vê-lo ao lado de Yerin.
Se jogar de cabeça no trabalho a impedia de pensar muito no assunto. null mantinha um fone no ouvido e o rádio da equipe na cintura, olhos atentos ao celular enquanto andava até a sala de ensaios. Sua mente trabalhava sem parar, absorvendo todas as informações que precisava cuidar e problemas a serem resolvidos.
Quando entrou na sala de ensaios com a bolsa pesada do mais novo nos ombros, seus olhos se depararam com a sala lotada. Os sete já se alongavam e ela podia sentir a testosterona no ar, cheiro de perfume masculino, loção pós barba, suor e principalmente, um olhar queimando seu corpo de cima a baixo.
– Ei null, obrigado. – null veio ao seu encontro, alcançando a bolsa. A mulher sorriu educada, sentando-se em um sofá enquanto observava o ambiente. null a encarava sério e interessado do outro lado. – Você vai acompanhar a gente hoje? – o mais novo perguntou curioso, tirando a camiseta suada do corpo, null não precisava olhar para saber que os outros estavam atentos a sua resposta, eles eram todos curiosos.
– Vou sim, estou cuidando da agenda durante a semana toda. Espero que você não enjoe de mim. – Sorriu brincando. Adorava o garoto, eles costumavam aproveitar o tempo livre pra conversar sobre edição de vídeos.
– Aguentaria o tempo todo se você deixasse, null. – null respondeu de imediato com uma voz sensual que a fez gargalhar. Todos os outros riram, exceto null.
Em meio a risadas, uma equipe de filmagem entrou rapidamente no ambiente. Atrás de um dos managers vinha Yerin. A atriz era linda. null a observou disfarçadamente a medida que o som dos saltos ecoava pelo espaço. Depois de uma conversa rápida, o câmera explicou que eles filmariam uma pequena interação entre a mulher e null e um pouco do ensaio. null pediu licença, mas antes de sair da sala seus olhos capturaram a cena dos lábios de seu namorado tocando os de Yerin. Cada detalhe foi filmado, exceto as lágrimas que escorreram por seu rosto enquanto ela se afastava.
O ensaio durou algumas horas, tempo esse que null sentiu que era mais forte do que imaginava, sendo capaz de assistir null ficar sem camisa e dançar sensualmente há dois metros de distância. Naquela altura apenas os sete e ela dividiam a sala de ensaios.
null se sentia com o estomago embrulhado. Ao ouvir a cantada que null lançou para null, manteve-se concentrado em não socar a cara do amigo. A medida que tinha que lidar com câmeras e beijos falsos, se sentia cada vez mais sufocado. Ele observava null com atenção, decorando cada traço de seu rosto, sua forma séria de trabalhar, sempre disposta a ajudar e atender a todos os membros. Sentindo-se cada vez mais infeliz ao vê-la o ignorando, era como se ele não existisse, como se eles não estivessem juntos – fora daquele mundo. Seus sorrisos eram direcionados aos outros membros, ela o tratava como um desconhecido. Então quando ele retirou a camisa e viu os olhos da morena lhe observarem, sentiu um pouquinho de esperança de que ela não fosse completamente imune a ele.
– Por hoje é só! – null anunciou enquanto se jogava exausto no chão da sala de ensaios. Seus corpos pingavam e null entregou uma garrafa de água para cada um. null alcançou o objeto ao mesmo tempo em que seus dedos se tocaram, causando um desconforto visível na mulher. Seu celular ressoou no instante em que seus olhos se encararam, null continuou a olhando em busca de que algo em seu rosto lhe dissesse o que pensava. A mulher atendeu o aparelho no segundo toque, falando baixo.
– Estou na sala de ensaios...
A voz de null cortou o ambiente com uma risada alta.
– Você viu que já estão fazendo montagens suas com a Yerin vestidos de noivos? – o mais novo disse apontando uma foto no celular. null ficou nitidamente desconfortável, se encaminhando até o aparelho de som que ainda tocava uma música do grupo enquanto terminava a ligação. null nem se atreveu a responder, apenas continuou olhando para a mulher. null que era seu melhor amigo e sabia sobre o que acontecia entre os dois, acenou com a cabeça para ele tomar uma atitude e logo mudou o assunto.
– Ei null, vamos rever aquele passo antes da gente ir embora, eu fiz errado da última vez. – O mais velho disse já se levantando. Os outros não comentaram sobre o anúncio do namoro, notando o desconforto no ambiente. Enquanto se arrumavam para ir embora, null foi até null.
– Precisamos conversar, null. – ele disse a puxando levemente pelo braço.
null tentou manter a compostura até ambos virarem o corredor, onde estavam sozinhos. Então a mulher puxou o braço para longe do aperto do mais velho e se dirigiu de forma firme.
– Eu não quero que você encoste em mim novamente enquanto estivermos trabalhando. – Seus olhos faiscavam ódio. null podia sentir a atmosfera ao redor deles tão pesada que foi difícil respirar. null sabia como acabar com qualquer traço de confiança que ele fingia ter. Só lhe restou contra-atacar.
– Ah! Finalmente! Então eu existo. Achei que tinha ficado completamente invisível pra você. – Sua voz saiu ácida e acusatória. null o encarou séria, olhando ao redor para ver se não tinha ninguém se aproximando.
– Qual. É. A. Porra. Do. Seu. Problema null? – as palavras saíram pausadas. – Você acabou de assumir seu relacionamento, sua namorada. Não importa se eu olho pra você, se eu falo com você, somos profissionais, você não deveria se importar se eu finjo que você é invisível. Essa foi a sua decisão.
Cada palavra o atingiu como um soco na cara. Ele não tinha o direito de cobrar nada dela e ele sabia disso.
– Olha, eu não acho que isso aqui vai funcionar. – Ela disse apontando para o espaço entre eles – Eu sei que disse que conseguiria segurar a barra, mas... – ela respirou fundo – Depois de hoje... Acho que não consigo. Você entende? Não consigo viver dessa forma. Não consigo ser como você, usar a máscara da staff e da namorada escondida. – null segurava as lágrimas com força, olhando no fundo dos olhos castanhos de null.
O mais velho sentiu sua garganta fechar. Não sabia como reagir àquelas palavras e ao iminente término. Ele a amava e precisava dela ao seu lado. Ele odiava ouvi-la falando sobre o relacionamento deles de forma tão fria, aquilo o fazia se sentir distante, irreal, como apenas um personagem.
A porta em frente era um banheiro e no instante seguinte, null estava sendo empurrada para dentro, porta batendo em suas costas. null a segurava pelos ombros, firme.
– Eu sinto as emoções mais fortes de toda a minha vida quando estou com você. Esperei por anos por isso, te olhava todos os dias desde que entrou na empresa, esperei pacientemente para te ter em meus braços, sentir que finalmente você era minha foi a realização de um sonho. Por favor... Não me deixe. Eu queria tanto, tanto, que pudéssemos... – ele sussurrava colando suas testas, uma lágrima escorrendo por seu rosto bonito. O rapaz mal conseguiu terminar a frase, não sabia como se expressar. null permaneceu parada, ouvindo a confissão ainda confusa.
Depois de um momento que se estendeu por uma eternidade entre o silencio que os preenchia, null suspirou.
– Eu te amo. – null se declarou em português, como sempre fazia.
– Saranghaeyo. – Ele correspondeu em coreano.
null a beijou com paixão, esperando que seus lábios dissessem tudo o que ele não sabia como dizer. null o abraçou chorando baixinho quando uma lembrança se fez presente.
null estava de costas cozinhando quando null entrou em sua cozinha silenciosamente. O homem vestia apenas uma cueca preta, expondo seu lindo corpo. Enquanto cantarolava uma música e dançava timidamente, null pensou no quanto amava aquela versão dele, o seu verdadeiro eu. null era doce, suave e amável. Ele trazia luz para seus dias e calmaria para o seu caos. No instante em que ele se virou e a encarou surpreso sorrindo, ela lhe entregou uma flor acompanhada de um dente-de-leão.
– São selvagens e livres, como você. – null sorriu ao ouvir as palavras. Achando adorável o gesto da mais nova, ele então lhe beijou os lábios feliz por compartilhar aqueles dias com ela. Se sentia tão completo.
Pensando naquele momento, null constatou que null estava muito longe de ser livre como ela achava.
**
Em casa, null já havia bebido metade da garrafa de vinho. Sam estava fora na companhia da namorada e o apartamento parecia gigantesco sem ninguém para conversar. null ignorava as redes sociais, mas no instante em que ligou a televisão foi capturada por um progrma de entretenimento que noticiava os mínimos detalhes do namoro mais importante da indústria do entretenimento.
Yeon Yerin era uma atriz, modelo e cantora sul coreana, escolhida a dedo pela empresa para ser a nova namorada e futura esposa de null, null sabia que o relacionamento era uma farsa, mas ainda assim, os dois ainda eram um casal. O rapaz não se opôs a decisão e a pressão da empresa, preferindo sua vida fictícia, sua máscara, ao que ambos compartilhavam em segredo.
Sentindo o álcool fazer efeito, null abriu uma pequena caixa onde guardava fotos dos dois. null sorria feliz abraçando-a, o mar azul brilhando ao fundo. Aquela tinha sido uma viagem muito feliz. Parecia uma outra vida. Mal percebeu quando as lágrimas começaram a cair por seu rosto, ela terminou de beber o liquido da taça e guardou todas as fotos dentro do armário, bem escondido. Tão escondido quando o amor que compartilhavam.
**
Na madrugada em que o anúncio do namoro completou seis meses, null acordou de um pesadelo. Ao seu lado na cama, null dormia profundamente e em paz. A mais nova levantou devagar e em silencio, evitando acordá-lo. Enquanto bebia um copo de água, tentando se acalmar pelo sonho ruim, analisou seu reflexo abatido na geladeira. Parecia que toda a sua alegria estava sendo drenada conforme os dias passavam. A cada nova foto tirada do casal favorito, ela se sentia ainda mais anulada.
Seu namoro sobrevivia somente dentro de um quarto.
**
A premiação mais importante do ano havia chego e dentro da van, aguardando os três membros atrasados, null bocejava por conta do sono de ter acordado tão cedo. null, null, null e null estavam sentados espalhados pelos bancos de couro, alguns dormiam, outros ouviam música ou conversavam alegremente. null, olhava para o relógio de pulso inquieta pela demora de null, null e null. O grupo precisava realizar a passagem de som e se preparar para a premiação daquela noite. O tempo era contado. Sem paciência, ela se esticou até o volante, pedindo licença para o motorista e apertou a buzina sem parar, o barulho ressoando. Dez segundos depois os três atrasados corriam em direção ao carro em meio a desculpas.
– Vocês precisavam enrolar logo hoje? – ela falou irritada fechando a porta. null a observou quieto, mas com um sorrisinho curioso no rosto.
Depois de passarem o som e reconhecerem o palco, todos descansavam na sala de espera. O lugar era enorme e em meio ao burburinho, null viu alguns olhares focarem nele. Logo a sala foi tomada por câmeras e Yerin entrou acompanhada por sua manager. null olhou ao redor procurando por null. A mais nova conversava alegremente com Bobby, rapper do grupo IKon que dividia a sala com eles. Ele não sabia que ambos eram próximos, mas o rapaz a fazia rir brincando com a pulseira em seu braço. Quando null tocou o cabelo bagunçado do mais velho com intimidade, null sentiu seu sangue ferver e esfriar. Bobby falava de forma lenta e descontraída, mas antes que null pudesse prestar mais atenção, Yerin o alcançou e tomou seus lábios em um beijo rápido. O rapaz viu quando null observou a cena, seu sorriso sumindo instantaneamente.
null perguntou se Bobby queria tomar um ar no jardim ao lado da sala em que estavam e o amigo concordou.
– Você parece nervosa. – comentou, observador como sempre. null o conhecia desde antes dele estrear como idol, acompanhando sua trajetória no Show me the Money.
– Acho que quebrei meu coração, Jiwon. – Ela não precisava se preocupar com honoríficos, eram íntimos.
O mais velho respirou fundo em compreensão e saudade. Se lembrava da sensação.
– Vai passar, null. Você é a mulher mais forte que eu conheço, sei que consegue superar isso.
null o abraçou, quebrando o espaço e qualquer sentimento de estranheza que pudesse restar entre eles. null observava a cena de longe, sentindo-se culpado.
**
null terminava de checar tudo para a apresentação do grupo quando uma transmissão foi anunciada na televisão da sala. O vídeo gravado mostrava null e Yerin na mesma sala de espera, o rapaz abraçava a atriz e quando as palavras ressoaram pelo ambiente, null sentiu que o mundo girou mais devagar. Ela podia estar facilmente desaparecendo.
– Vamos nos casar! – as vozes anunciaram em uníssono.
Antes que pudesse assimilar, null já estava saindo da sala. A garota não conseguia acreditar até onde aquela mentira havia chego. Sentindo-se como uma peça descartável na vida do artista, a mais nova se viu desejando que nunca tivesse o conhecido.
null não viu quando null saiu da sala, mas sentiu Bobby tocar seu ombro e dizer baixo em seu ouvido.
– Cara, eu ainda lembro de como foi ver ela partindo. Você não tem noção de como vai doer.
No instante seguinte null entendeu que havia perdido seu grande amor. Caminhando entre as pessoas nos bastidores, ele perguntava por null. Ela parecia ter desaparecido. A dor o atingiu no minuto em que percebeu que tinha feito a escolha errada. Ele era uma farsa, um boneco controlado por uma indústria gigante, alguém fraco demais para perceber que poderia ser amado por quem ele era realmente. null o amava.
null caminhava com a bolsa pesada entre o público, tentando alcançar a saída antes que as apresentações começassem. null iria se casar. A frase atingia sua mente sem parar, como uma música ruim. Ela segurava as lágrimas, evitando esbarrar nas pessoas. Queria desaparecer, fingir que não tinha sido burra o suficiente para acreditar que ele a escolheria.
A voz rouca ressoou na arena.
– null. null, estou aqui.
A mais nova parou no lugar. Olhando devagar por cima do ombro e vendo o rosto de null sendo exibido no telão. As lágrimas tomavam sua feição, bagunçando a maquiagem bonita. Ele parecia desesperado.
– Por favor, se você estiver em algum lugar aqui, me escute. – Implorou em um soluço de choro, parado no meio da enorme passarela, sendo iluminado por um holofote.
null não conseguia entender o que ele pretendia fazer. Aquilo estava sendo transmitido para o mundo inteiro. Milhares de pessoas assistindo ao vivo.
– Eu estou aqui para dizer que sou completa e insanamente apaixonado por null null. Meu coração, alma e corpo pertencem a essa mulher desde o instante em que meus olhos encontraram os dela. Sei que todos vocês me viram dizer coisas e me apresentar comprometido com outra pessoa, mas isso foi planejado pela minha agencia. – Tomando fôlego entre as lágrimas e as palavras que ele queria desesperadamente dizer, null continuou – Uma vez null me disse que o mundo deveria me conhecer, ver quem eu realmente sou, espero que meus fãs me apoiem, apoiem meu verdadeiro amor. Mas se vocês não puderem aceitar quem eu sou, quem eu amo... Isso não é ser fã. null me amou incondicionalmente, me amou por quem eu sou, sem as máscaras. Por isso, null, por favor, me perdoe, se você puder, se você ainda quiser tentar... Eu juro que farei com que cada dia de nossas vidas seja a celebração do nosso amor. null, eu amo você. – Ele terminou dizendo a frase em português, na língua materna de null.
A mais nova estava no corredor olhando chocada e sem saber como agir. Caminhando devagar até a borda do palco, ela mostrou o crachá para o segurança, sendo liberada. null procurava pela mulher, ansioso que pudesse ter sido ouvido, nervoso pela possível rejeição. Pela escada lateral o mais velho viu os cabelos da amada, ela vinha andando em sua direção e ele, sem pestanejar, correu lançando os braços ao redor de sua cintura, beijando-a. null correspondeu com amor, sorrindo e sussurrando entre o beijo.
– Saranghaeyo.
Ali, em meio a milhares de pessoas, com câmeras por todos os lados, abraçando seu verdadeiro amor, null se sentiu finalmente ele mesmo.
Não havia mais nenhuma máscara.
– Oi pessoal. Aqui é o null.
A frase era ridícula. Todos sabiam quem ele era.
Todo. O. Mundo.
Dizer seu nome artístico daquela forma fazia com que se sentisse ainda mais como o personagem que vinha vivendo diariamente em frente as câmeras. Ali, na sala de reuniões da empresa em que trabalhava, cercado de pessoas que o observavam, ele era realmente apenas uma peça em um jogo gigantesco de xadrez.
Tomando um gole de água da garrafa em sua frente, o rapaz respirou fundo e por um segundo sua mente viajou até uma memória de quatro meses antes.
Fazia calor naquela noite, null havia bebido muito com alguns amigos e pensou estar sozinho quando chegou ao apartamento do melhor amigo e manager, Sam. O mais velho dividia o lugar com uma amiga e staff da empresa, null, mas ambos tinham ido aproveitar os dias de folga com as famílias. O rapaz gostava de estar ali, era calmo, seguro e reservado. Então começou a tirar as peças de roupa ainda com as luzes do apartamento apagadas. Ele cambaleava enquanto jogava a camiseta em um canto qualquer, mas quando estava apenas de cueca, foi surpreendido pela luz da sala sendo acesa. null olhava de forma interrogativa para o homem quase pelado e bêbado em sua frente.
– Que porra é essa? – ela conseguiu verbalizar enquanto ria chocada com a cena. Seu primeiro pensamento foi de que Sam havia voltado mais cedo ou que um ladrão tinha invadido o apartamento. null estava confuso com a presença da garota ali e em meio a um soluço bêbado, ele notou os fones no pescoço da mais nova que vestia apenas uma camisola de seda do Mickey. O rapaz gargalhou.
O relacionamento deles se baseava em dividir momentos na companhia de Sam e no ambiente de trabalho. null ficava nos bastidores, sendo parte da equipe de staffs da Big Hit Entertainment, ajudando ocasionalmente Sam com o BTS. Sam passava a maior parte do tempo a disposição do grupo, sendo muito próximo dos membros. Tão próximo que deixava que eles circulassem por sua casa. Ela queria bater no melhor amigo até ele entender que ela também morava ali.
Basicamente null era seu chefe. E bem, ele estava praticamente pelado naquele momento. A garota sentiu seu rosto esquentar e tentou não baixar os olhos. O ato se mostrou absurdamente difícil já que o corpo bronzeado do mais velho parecia esculpido pelos deuses.
– null, você está aqui! – null exclamou assustado se desequilibrando e caindo sentado no chão. null correu até o rapaz preocupada, ele parecia estar fora da realidade. Eles nunca estiveram tão próximos e droga, o cara estava com tanta pele a mostra.
– Você tá bêbado null! – ela afirmou apesar de óbvia.
– Bonita camisola. – Ele riu olhando para os desenhos. null respirou fundo, percebendo que ele não estava no melhor momento para ser xingado por invadir o apartamento e se aproximar dela daquela forma. Seria perda de tempo argumentar.
– Vem, vou ligar pra um dos staffs enquanto você toma um banho frio. – A mais nova agarrou o braço forte do rapaz ajudando-o a se levantar e direcionando-o para o banheiro que tinha a maior banheira da casa. Ele resmungou quando ela o empurrou para se sentar embaixo da água fria.
– Não liga, está todo mundo aproveitando o feriado com a família, não quero incomodá-los. – Ele pediu falando de forma embolada enquanto tirava a única peça de roupa que ainda o cobria.
null colocou um pouco de sabonete líquido na água e viu as bolhas de espuma preencherem a banheira, cobrindo parcialmente a imagem nua do rapaz. Ela estava incomodada com a situação esquisita que se formou ali. null era um cara educado, mantinham uma relação profissional distante, mas respeitosa e por conta disso não estava confortável em dividir o ambiente com ele daquela forma. A empresa tinha regras muito duras e específicas sobre relacionamentos entre equipe e idols; null tinha certeza que ajudar null bêbado a tomar banho deveria estar no topo da lista de coisas altamente reprováveis. Na verdade, a empresa tinha regras sobre absolutamente tudo.
null cantarolava em meio a resmungos. Ele era um dos membros mais novos do grupo de kpop do qual fazia parte, o BTS. O rapaz exalava sensualidade, tendo o corpo moldado por exercícios, um rosto igualmente belo e uma voz poderosa e rouca. Seu senso de humor era contagiante, fazendo todos ao redor sorrirem com seus comentários inteligentes e sua forma amável de se relacionar com todos. Era o pacote completo para fazer a cabeça de uma mulher se perder. null estava acostumada a estar rodeada por homens tão belos e atraentes quanto ele, trabalhando na indústria e lado a lado com idols há anos, vendo-os quase como bonequinhos fabricados em grande escala. Talvez por isso não se abalasse com a aproximação física, sendo imune aos olhares, danças e cantadas diárias, mas null era, bem... null era além da conta!
O rapaz mordia os lábios carnudos e bem desenhados com certa força por conta da água fria que tocava sua pele desnuda e null pensou em ir até a cozinha preparar um café forte e alguns remédios enquanto ele estivesse ali. Mas a mais nova foi pega de surpresa quando null a puxou para dentro da banheira. Sua camisola ficou encharcada, assim como a fina calcinha que vestia. Ela soltou um palavrão, mas o rapaz apenas gargalhou, achando graça. Eles eram opostos. null era séria, distante, centrada e parecia ter tudo sob controle.
– Você é tão irritante null. – null reclamou, mas sorriu, até perceber que sua camisola estava grudada ao corpo, moldando perfeitamente seus seios. O cantor fez um bico adorável, aproximando–se da mais nova.
– Você pode me chamar de null, você sabe... Vamos tomar banho juntos, está calor, null. – sua voz estava mais rouca que o normal. null sentiu involuntariamente um arrepio percorrer seu corpo, apesar do calor no ambiente. Ela nunca havia lhe dado permissão para usar seu apelido, assim como insistia em usar seu nome completo. null desceu os olhos pelo busto molhado da mulher, apreciando a visão de seus seios. O rapaz estava completamente lúcido, incapaz de ignorar o que o corpo da morena causava em si próprio. Ele não mediu seus atos, apenas queria sentir e tocá-la. Suas mãos alcançaram a lateral do rosto da mais nova e null fechou os olhos aproveitando o toque. null lembrou-se de todas as vezes em que observou a mulher durante o trabalho, das vezes em que visitara o apartamento na companhia de Sam e ela estava por perto, lembrou-se de pensar porque ela nunca o olhou por mais de alguns segundos e seus olhos caíram de encontro aos seus lábios, observando o desenho. No momento em que null abriu os olhos o observando, o rapaz notou que ela tinha a mesma curiosidade que o dominava. null se aproximou, piscando demoradamente, e null não pensou muito no instante em que seus lábios se encostaram. Ela gemeu em resposta e o som desencadeou uma onda de prazer nele. O mais velho sugou a língua dela, lambendo devagar, sentindo seu membro enrijecer na hora. Ele estava tão excitado, como nunca havia estava antes. null mordeu o lábio inferior dele, sorrindo e chegando seu corpo mais perto. Ela pôde sentir a excitação em sua coxa. null agarrou os cabelos molhados da mais nova, aprofundando o beijo e o contato dos corpos. Ele beijava null com desejo, ouvindo os gemidos que escapavam de seus lábios. As mãos da mulher foram de encontro ao membro rígido de null, que tombou a cabeça para trás em apreciação ao sentir a mão delicada movimentando-se por sua extensão. null sorriu ao ver a expressão de satisfação no rosto do mais velho. Os gemidos roucos preenchiam o ambiente. A morena continuou estimulando-o, apreciando o tamanho do membro em sua mão e indo mais uma vez de encontro aos lábios que lhe pareciam ainda mais desejosos. O beijo era uma mistura de línguas e mordidas pela pele do pescoço de ambos, eles compartilhavam uma sintonia absurdamente prazerosa que impedia que pensamentos lúcidos sobre o que estava realmente acontecendo ali tomassem conta.
– Mais... Ah... Mais rápido. – null pediu em meio a um suspiro. As mãos da mais nova se movimentavam dolorosamente devagar, torturando-o. null passou os dentes pela mandíbula do moreno, deixando uma mordida em seu pescoço. null abriu os olhos com puro tesão, gemendo por mais. O rapaz se desfazia ao redor da mulher.
– Geme meu nome, null. – null pediu intensificando os movimentos e sussurrando no ouvido do homem.
– Oh null, eu vou... Ah... Vou gozar. – Segundos depois null o sentiu tremer ao redor de suas mãos.
null respirava com dificuldade, sentindo null beijar seus lábios de forma calma. Seu corpo respondia aos estímulos dela, ansiando por mais. Ele não pensou muito quando fez com que null se sentasse na borda da banheira. Seus olhos percorreram o rosto atraente da mulher, observando sua reação ao rasgar a camisola que impedia que ele explorasse seu corpo de forma livre. A morena soltou um grito de surpresa ao ver o pano se romper, logo a calcinha seguiu o mesmo caminho. null tocou seus seios, beijando-os com delicadeza e calma em contraste aos atos anteriores. Sugou com vontade, sentindo sua pele se arrepiar ao seu toque. Ele gostava de ver que a mulher que o tratava de forma tão indiferente no dia a dia, estava ali, se derretendo com seu toque. null gemeu alto quando o mais velho se abaixou até a altura de sua intimidade e lambeu demoradamente. Ele parecia ansiar por conhecer cada centímetro do corpo dela. Quando a língua quente entrou nela, null sentiu o mundo ao seu redor girar mais devagar. O rapaz sugava e penetrava dois dedos, intensificando os movimentos ao ouvi-la pedir por mais.
– Oh, meu Deus. Isso... – a mais nova alcançou os cabelos dele, movimentando seu corpo em direção aos lábios que lhe dedicavam a melhor sensação já sentida, em busca de mais contato. null queria sentir o gosto de null o preenchendo, queria ouvi-la implorar por mais. Seus lábios sugavam mais rápido e ela sentia as mãos macias percorrerem suas pernas, lhe causando arrepios. – Você... Ah... null, você é maravilhoso. – Ela gemeu em apreciação.
– Quero sentir seu sabor. – null respondeu lambendo demoradamente enquanto observava a feição de prazer absoluto que tomava o rosto dela. Quando ouviu essas palavras, null sentiu seu corpo pulsar, liberando-se nos lábios do rapaz.
Ambos descansaram seus corpos na água fria, olhando um para o outro em silencio. null estava confusa, mas satisfeita. Nunca havia experimentado tamanho prazer. null parecia tranquilo, como se já estivesse preparado para o que aconteceu. O rapaz apenas se entregava ao momento. Em meio a um suspiro, o mais velho se aproximou da mulher, que o olhava incerta.
– Você quer terminar isso? – ele disse baixinho, vendo null olhar em apreciação para seus lábios carnudos. Não demorou muito para estarem ambos deitados na cama de casal de null, mãos percorrendo corpos desnudos. null sentiu os lábios da mais nova ao redor de seu membro, ela parecia esfomeada, ansiosa por experimentá-lo. null queria senti-lo fundo em sua garganta, queria ser totalmente entregue. Antes que pudesse se liberar, null assumiu o controle, fazendo-a ficar de costas, alcançando um preservativo, o mais velho vestiu e calmamente entrou na mulher. Sentindo-o fundo, null gemeu.
– Ah, null... Isso é tão bom. – Ela desejava mais contato, rebolando a cintura no membro do mais novo.
null urrou ao ver a cena. Seus corpos dançavam em sincronia, seu corpo indo fundo em null. Estava no auge do prazer. Quando um tapa estalou em sua bunda, null gemeu alto, pedindo por mais. Ele a estapeou, indo casa vez mais forte. Sua parte dominante tomando conta. Ambos se desfizeram em gemidos altos quando seus corpos suados caíram exaustos de prazer. null se sentiu verdadeiramente ele mesmo.
De volta ao presente, encarando a câmera, null se sentiu um fracasso. Lembrar da primeira noite com null lhe causava uma tristeza profunda. Quando as palavras saíram de seus lábios, soube que não podia mais voltar atrás.
– Oi pessoal. Estou aqui para anunciar que estou namorando. Yerin e eu estamos juntos. – O rapaz disse sorrindo forçadamente e alcançando a mão da namorada que estava ao seu lado. Ambos passaram os próximos minutos fazendo declarações de amor e respondendo os comentários dos fãs. Os fandoms estavam em uma explosão de felicidade, as ações das empresas de ambos os idols haviam disparado, o CEO sorria em apreciação. O relacionamento falso havia atingido o objetivo planejado e nada poderia estragar isso, nem mesmo o fato de que null estava completamente infeliz.
null caminhava apressada pelos corredores da empresa carregando a bolsa que null havia esquecido no carro. O mais novo era também o mais esquecido do grupo. O dia havia começado com o anúncio do namoro de null e Yerin. null não tinha tempo para estar arrasada ou decepcionada, apesar de seu coração estar quebrado em mil pedacinhos que se desfizeram no ar, sobrando apenas um buraco vazio no lugar. Ela sabia que aquilo não passava de uma farsa e que na realidade ela e null eram um casal. Ela tentava pensar no que tinham juntos, na ligação extrema, nas risadas e cumplicidade. Mas saber sobre o namoro – mesmo que falso – e pensar sobre como o resto do mundo veria o rapaz com a atriz, fazia com que ela questionasse os sentimentos de null. null tentava ser positiva, compreensiva e madura, ele precisava de uma namorada que pudesse ser apresentada para mídia, alguém que acompanhasse sua carreira e que fosse aceita por suas fãs, algo que ela nunca seria. Mas a mulher não podia ignorar que sua barriga doía toda vez que era obrigada a interagir com o homem em público e isso se intensificou ao imaginar ter que vê-lo ao lado de Yerin.
Se jogar de cabeça no trabalho a impedia de pensar muito no assunto. null mantinha um fone no ouvido e o rádio da equipe na cintura, olhos atentos ao celular enquanto andava até a sala de ensaios. Sua mente trabalhava sem parar, absorvendo todas as informações que precisava cuidar e problemas a serem resolvidos.
Quando entrou na sala de ensaios com a bolsa pesada do mais novo nos ombros, seus olhos se depararam com a sala lotada. Os sete já se alongavam e ela podia sentir a testosterona no ar, cheiro de perfume masculino, loção pós barba, suor e principalmente, um olhar queimando seu corpo de cima a baixo.
– Ei null, obrigado. – null veio ao seu encontro, alcançando a bolsa. A mulher sorriu educada, sentando-se em um sofá enquanto observava o ambiente. null a encarava sério e interessado do outro lado. – Você vai acompanhar a gente hoje? – o mais novo perguntou curioso, tirando a camiseta suada do corpo, null não precisava olhar para saber que os outros estavam atentos a sua resposta, eles eram todos curiosos.
– Vou sim, estou cuidando da agenda durante a semana toda. Espero que você não enjoe de mim. – Sorriu brincando. Adorava o garoto, eles costumavam aproveitar o tempo livre pra conversar sobre edição de vídeos.
– Aguentaria o tempo todo se você deixasse, null. – null respondeu de imediato com uma voz sensual que a fez gargalhar. Todos os outros riram, exceto null.
Em meio a risadas, uma equipe de filmagem entrou rapidamente no ambiente. Atrás de um dos managers vinha Yerin. A atriz era linda. null a observou disfarçadamente a medida que o som dos saltos ecoava pelo espaço. Depois de uma conversa rápida, o câmera explicou que eles filmariam uma pequena interação entre a mulher e null e um pouco do ensaio. null pediu licença, mas antes de sair da sala seus olhos capturaram a cena dos lábios de seu namorado tocando os de Yerin. Cada detalhe foi filmado, exceto as lágrimas que escorreram por seu rosto enquanto ela se afastava.
O ensaio durou algumas horas, tempo esse que null sentiu que era mais forte do que imaginava, sendo capaz de assistir null ficar sem camisa e dançar sensualmente há dois metros de distância. Naquela altura apenas os sete e ela dividiam a sala de ensaios.
null se sentia com o estomago embrulhado. Ao ouvir a cantada que null lançou para null, manteve-se concentrado em não socar a cara do amigo. A medida que tinha que lidar com câmeras e beijos falsos, se sentia cada vez mais sufocado. Ele observava null com atenção, decorando cada traço de seu rosto, sua forma séria de trabalhar, sempre disposta a ajudar e atender a todos os membros. Sentindo-se cada vez mais infeliz ao vê-la o ignorando, era como se ele não existisse, como se eles não estivessem juntos – fora daquele mundo. Seus sorrisos eram direcionados aos outros membros, ela o tratava como um desconhecido. Então quando ele retirou a camisa e viu os olhos da morena lhe observarem, sentiu um pouquinho de esperança de que ela não fosse completamente imune a ele.
– Por hoje é só! – null anunciou enquanto se jogava exausto no chão da sala de ensaios. Seus corpos pingavam e null entregou uma garrafa de água para cada um. null alcançou o objeto ao mesmo tempo em que seus dedos se tocaram, causando um desconforto visível na mulher. Seu celular ressoou no instante em que seus olhos se encararam, null continuou a olhando em busca de que algo em seu rosto lhe dissesse o que pensava. A mulher atendeu o aparelho no segundo toque, falando baixo.
– Estou na sala de ensaios...
A voz de null cortou o ambiente com uma risada alta.
– Você viu que já estão fazendo montagens suas com a Yerin vestidos de noivos? – o mais novo disse apontando uma foto no celular. null ficou nitidamente desconfortável, se encaminhando até o aparelho de som que ainda tocava uma música do grupo enquanto terminava a ligação. null nem se atreveu a responder, apenas continuou olhando para a mulher. null que era seu melhor amigo e sabia sobre o que acontecia entre os dois, acenou com a cabeça para ele tomar uma atitude e logo mudou o assunto.
– Ei null, vamos rever aquele passo antes da gente ir embora, eu fiz errado da última vez. – O mais velho disse já se levantando. Os outros não comentaram sobre o anúncio do namoro, notando o desconforto no ambiente. Enquanto se arrumavam para ir embora, null foi até null.
– Precisamos conversar, null. – ele disse a puxando levemente pelo braço.
null tentou manter a compostura até ambos virarem o corredor, onde estavam sozinhos. Então a mulher puxou o braço para longe do aperto do mais velho e se dirigiu de forma firme.
– Eu não quero que você encoste em mim novamente enquanto estivermos trabalhando. – Seus olhos faiscavam ódio. null podia sentir a atmosfera ao redor deles tão pesada que foi difícil respirar. null sabia como acabar com qualquer traço de confiança que ele fingia ter. Só lhe restou contra-atacar.
– Ah! Finalmente! Então eu existo. Achei que tinha ficado completamente invisível pra você. – Sua voz saiu ácida e acusatória. null o encarou séria, olhando ao redor para ver se não tinha ninguém se aproximando.
– Qual. É. A. Porra. Do. Seu. Problema null? – as palavras saíram pausadas. – Você acabou de assumir seu relacionamento, sua namorada. Não importa se eu olho pra você, se eu falo com você, somos profissionais, você não deveria se importar se eu finjo que você é invisível. Essa foi a sua decisão.
Cada palavra o atingiu como um soco na cara. Ele não tinha o direito de cobrar nada dela e ele sabia disso.
– Olha, eu não acho que isso aqui vai funcionar. – Ela disse apontando para o espaço entre eles – Eu sei que disse que conseguiria segurar a barra, mas... – ela respirou fundo – Depois de hoje... Acho que não consigo. Você entende? Não consigo viver dessa forma. Não consigo ser como você, usar a máscara da staff e da namorada escondida. – null segurava as lágrimas com força, olhando no fundo dos olhos castanhos de null.
O mais velho sentiu sua garganta fechar. Não sabia como reagir àquelas palavras e ao iminente término. Ele a amava e precisava dela ao seu lado. Ele odiava ouvi-la falando sobre o relacionamento deles de forma tão fria, aquilo o fazia se sentir distante, irreal, como apenas um personagem.
A porta em frente era um banheiro e no instante seguinte, null estava sendo empurrada para dentro, porta batendo em suas costas. null a segurava pelos ombros, firme.
– Eu sinto as emoções mais fortes de toda a minha vida quando estou com você. Esperei por anos por isso, te olhava todos os dias desde que entrou na empresa, esperei pacientemente para te ter em meus braços, sentir que finalmente você era minha foi a realização de um sonho. Por favor... Não me deixe. Eu queria tanto, tanto, que pudéssemos... – ele sussurrava colando suas testas, uma lágrima escorrendo por seu rosto bonito. O rapaz mal conseguiu terminar a frase, não sabia como se expressar. null permaneceu parada, ouvindo a confissão ainda confusa.
Depois de um momento que se estendeu por uma eternidade entre o silencio que os preenchia, null suspirou.
– Eu te amo. – null se declarou em português, como sempre fazia.
– Saranghaeyo. – Ele correspondeu em coreano.
null a beijou com paixão, esperando que seus lábios dissessem tudo o que ele não sabia como dizer. null o abraçou chorando baixinho quando uma lembrança se fez presente.
null estava de costas cozinhando quando null entrou em sua cozinha silenciosamente. O homem vestia apenas uma cueca preta, expondo seu lindo corpo. Enquanto cantarolava uma música e dançava timidamente, null pensou no quanto amava aquela versão dele, o seu verdadeiro eu. null era doce, suave e amável. Ele trazia luz para seus dias e calmaria para o seu caos. No instante em que ele se virou e a encarou surpreso sorrindo, ela lhe entregou uma flor acompanhada de um dente-de-leão.
– São selvagens e livres, como você. – null sorriu ao ouvir as palavras. Achando adorável o gesto da mais nova, ele então lhe beijou os lábios feliz por compartilhar aqueles dias com ela. Se sentia tão completo.
Pensando naquele momento, null constatou que null estava muito longe de ser livre como ela achava.
Em casa, null já havia bebido metade da garrafa de vinho. Sam estava fora na companhia da namorada e o apartamento parecia gigantesco sem ninguém para conversar. null ignorava as redes sociais, mas no instante em que ligou a televisão foi capturada por um progrma de entretenimento que noticiava os mínimos detalhes do namoro mais importante da indústria do entretenimento.
Yeon Yerin era uma atriz, modelo e cantora sul coreana, escolhida a dedo pela empresa para ser a nova namorada e futura esposa de null, null sabia que o relacionamento era uma farsa, mas ainda assim, os dois ainda eram um casal. O rapaz não se opôs a decisão e a pressão da empresa, preferindo sua vida fictícia, sua máscara, ao que ambos compartilhavam em segredo.
Sentindo o álcool fazer efeito, null abriu uma pequena caixa onde guardava fotos dos dois. null sorria feliz abraçando-a, o mar azul brilhando ao fundo. Aquela tinha sido uma viagem muito feliz. Parecia uma outra vida. Mal percebeu quando as lágrimas começaram a cair por seu rosto, ela terminou de beber o liquido da taça e guardou todas as fotos dentro do armário, bem escondido. Tão escondido quando o amor que compartilhavam.
Na madrugada em que o anúncio do namoro completou seis meses, null acordou de um pesadelo. Ao seu lado na cama, null dormia profundamente e em paz. A mais nova levantou devagar e em silencio, evitando acordá-lo. Enquanto bebia um copo de água, tentando se acalmar pelo sonho ruim, analisou seu reflexo abatido na geladeira. Parecia que toda a sua alegria estava sendo drenada conforme os dias passavam. A cada nova foto tirada do casal favorito, ela se sentia ainda mais anulada.
Seu namoro sobrevivia somente dentro de um quarto.
A premiação mais importante do ano havia chego e dentro da van, aguardando os três membros atrasados, null bocejava por conta do sono de ter acordado tão cedo. null, null, null e null estavam sentados espalhados pelos bancos de couro, alguns dormiam, outros ouviam música ou conversavam alegremente. null, olhava para o relógio de pulso inquieta pela demora de null, null e null. O grupo precisava realizar a passagem de som e se preparar para a premiação daquela noite. O tempo era contado. Sem paciência, ela se esticou até o volante, pedindo licença para o motorista e apertou a buzina sem parar, o barulho ressoando. Dez segundos depois os três atrasados corriam em direção ao carro em meio a desculpas.
– Vocês precisavam enrolar logo hoje? – ela falou irritada fechando a porta. null a observou quieto, mas com um sorrisinho curioso no rosto.
Depois de passarem o som e reconhecerem o palco, todos descansavam na sala de espera. O lugar era enorme e em meio ao burburinho, null viu alguns olhares focarem nele. Logo a sala foi tomada por câmeras e Yerin entrou acompanhada por sua manager. null olhou ao redor procurando por null. A mais nova conversava alegremente com Bobby, rapper do grupo IKon que dividia a sala com eles. Ele não sabia que ambos eram próximos, mas o rapaz a fazia rir brincando com a pulseira em seu braço. Quando null tocou o cabelo bagunçado do mais velho com intimidade, null sentiu seu sangue ferver e esfriar. Bobby falava de forma lenta e descontraída, mas antes que null pudesse prestar mais atenção, Yerin o alcançou e tomou seus lábios em um beijo rápido. O rapaz viu quando null observou a cena, seu sorriso sumindo instantaneamente.
null perguntou se Bobby queria tomar um ar no jardim ao lado da sala em que estavam e o amigo concordou.
– Você parece nervosa. – comentou, observador como sempre. null o conhecia desde antes dele estrear como idol, acompanhando sua trajetória no Show me the Money.
– Acho que quebrei meu coração, Jiwon. – Ela não precisava se preocupar com honoríficos, eram íntimos.
O mais velho respirou fundo em compreensão e saudade. Se lembrava da sensação.
– Vai passar, null. Você é a mulher mais forte que eu conheço, sei que consegue superar isso.
null o abraçou, quebrando o espaço e qualquer sentimento de estranheza que pudesse restar entre eles. null observava a cena de longe, sentindo-se culpado.
null terminava de checar tudo para a apresentação do grupo quando uma transmissão foi anunciada na televisão da sala. O vídeo gravado mostrava null e Yerin na mesma sala de espera, o rapaz abraçava a atriz e quando as palavras ressoaram pelo ambiente, null sentiu que o mundo girou mais devagar. Ela podia estar facilmente desaparecendo.
– Vamos nos casar! – as vozes anunciaram em uníssono.
Antes que pudesse assimilar, null já estava saindo da sala. A garota não conseguia acreditar até onde aquela mentira havia chego. Sentindo-se como uma peça descartável na vida do artista, a mais nova se viu desejando que nunca tivesse o conhecido.
null não viu quando null saiu da sala, mas sentiu Bobby tocar seu ombro e dizer baixo em seu ouvido.
– Cara, eu ainda lembro de como foi ver ela partindo. Você não tem noção de como vai doer.
No instante seguinte null entendeu que havia perdido seu grande amor. Caminhando entre as pessoas nos bastidores, ele perguntava por null. Ela parecia ter desaparecido. A dor o atingiu no minuto em que percebeu que tinha feito a escolha errada. Ele era uma farsa, um boneco controlado por uma indústria gigante, alguém fraco demais para perceber que poderia ser amado por quem ele era realmente. null o amava.
null caminhava com a bolsa pesada entre o público, tentando alcançar a saída antes que as apresentações começassem. null iria se casar. A frase atingia sua mente sem parar, como uma música ruim. Ela segurava as lágrimas, evitando esbarrar nas pessoas. Queria desaparecer, fingir que não tinha sido burra o suficiente para acreditar que ele a escolheria.
A voz rouca ressoou na arena.
– null. null, estou aqui.
A mais nova parou no lugar. Olhando devagar por cima do ombro e vendo o rosto de null sendo exibido no telão. As lágrimas tomavam sua feição, bagunçando a maquiagem bonita. Ele parecia desesperado.
– Por favor, se você estiver em algum lugar aqui, me escute. – Implorou em um soluço de choro, parado no meio da enorme passarela, sendo iluminado por um holofote.
null não conseguia entender o que ele pretendia fazer. Aquilo estava sendo transmitido para o mundo inteiro. Milhares de pessoas assistindo ao vivo.
– Eu estou aqui para dizer que sou completa e insanamente apaixonado por null null. Meu coração, alma e corpo pertencem a essa mulher desde o instante em que meus olhos encontraram os dela. Sei que todos vocês me viram dizer coisas e me apresentar comprometido com outra pessoa, mas isso foi planejado pela minha agencia. – Tomando fôlego entre as lágrimas e as palavras que ele queria desesperadamente dizer, null continuou – Uma vez null me disse que o mundo deveria me conhecer, ver quem eu realmente sou, espero que meus fãs me apoiem, apoiem meu verdadeiro amor. Mas se vocês não puderem aceitar quem eu sou, quem eu amo... Isso não é ser fã. null me amou incondicionalmente, me amou por quem eu sou, sem as máscaras. Por isso, null, por favor, me perdoe, se você puder, se você ainda quiser tentar... Eu juro que farei com que cada dia de nossas vidas seja a celebração do nosso amor. null, eu amo você. – Ele terminou dizendo a frase em português, na língua materna de null.
A mais nova estava no corredor olhando chocada e sem saber como agir. Caminhando devagar até a borda do palco, ela mostrou o crachá para o segurança, sendo liberada. null procurava pela mulher, ansioso que pudesse ter sido ouvido, nervoso pela possível rejeição. Pela escada lateral o mais velho viu os cabelos da amada, ela vinha andando em sua direção e ele, sem pestanejar, correu lançando os braços ao redor de sua cintura, beijando-a. null correspondeu com amor, sorrindo e sussurrando entre o beijo.
– Saranghaeyo.
Ali, em meio a milhares de pessoas, com câmeras por todos os lados, abraçando seu verdadeiro amor, null se sentiu finalmente ele mesmo.
Não havia mais nenhuma máscara.
Fim
Nota da autora: Oi gente, uma restrita dramática, mas com final amorzinho pra vocês. Espero que alguém tenha lido, se você leu me conta nos comentários o que achou.
Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Outras Fanfics:
The Other Boy (Restritas – KPOP – Shortfics)
Efeito Colateral (Restritas – KPOP – Em andamento)
03. xanny (Ficstape #195 – Billie Eilish: When We All Fall Asleep, Where Do We Go?)
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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