Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo 1

Caos. Fogo. Corpos. Destruição. As pessoas se tornaram inimigas uma das outras, a cidade estava em guerra e era como se, a qualquer momento, qualquer coisa pudesse acontecer. Duas famílias com nomes e poder foram quem iniciaram aquela desordem, sobrenomes inimigos que viviam se atacando. Ambas desejavam comandar aquela pequena cidade a todo custo. As famílias que ali viviam tomaram os seus lados, o sentimento era de ódio por quem quer que estivesse no sentido contrário. Matar, ferir e derramar sangue não era algo mais julgado como absurdo. Todos ali estavam cegos de raiva e não havia nada que alguém pudesse fazer para mudar aquela situação. Lutar pela própria sobrevivência era algo inevitável.

As ruas escuras pareciam perigosas demais, o silêncio da noite era quase uma ameaça para quem passava por ali. andava olhando atentamente para todos os lados, temendo que alguém pudesse aparecer. Não sabia como seria aquele encontro, quais palavras ele deveria dizer e, mais ainda, se teria oportunidade de ser ouvido. Ficou o dia inteiro pensando nos últimos acontecimentos, nas tragédias que o rodeavam e no sentimento mais puro e sincero que insistia em permanecer em seu coração. Sabia o quanto era arriscado nutrir aquele sentimento e o que poderia acontecer caso ele fosse descoberto. Por muitas vezes, sentiu raiva do sobrenome que carregava e da família que ele fazia parte. Sentia ódio pelo teu coração ter se apaixonado justamente por quem ele jamais poderia ter perante aos olhos dos demais.

Como nos filmes que ele costumava assistir, havia se apaixonado pela filha do maior inimigo de seu pai. Pela pessoa que tinha um sobrenome que ele cresceu ouvindo que devia odiar. O pior de tudo era que, diferente dos filmes, tinha quase certeza que, entre os dois, seria impossível existir um final feliz, embora o seu maior desejo fosse que ele estivesse errado.

Entrou na pequena casa abandonada onde apenas uma pequena luz podia ser vista, para que não chamasse a atenção de qualquer outra pessoa. Apesar da escuridão, ele conseguia ver o semblante de , que parecia não ter parado de chorar desde que soube daquela fatídica notícia. Por alguns segundos, os dois ficaram encarando um ao outro, tentando ler no silêncio o que cada um queria dizer. Como em um convite silencioso, correu até onde estava e segurou a garota, que se desmanchava em lágrimas em seus braços. Naquele abraço, ele percebeu que ela não o culpava por nada e que, independente do que estava acontecendo, ela sabia que o amor que ele sentia era verdadeiro. Assim como , tinha a consciência de que eles estavam apenas no lugar e nas famílias erradas.

— Eu sinto muito, — ele sussurrou para ela, enquanto ainda a mantinha em seus braços. — Se eu pudesse fazer algo para trazê-la de volta, eu juro que faria.

A morte de Kira, irmã de , já era notícia por toda a cidade. Os negavam e diziam não ter nada a ver com aquele assassinato, embora a maior vontade fosse ver os destruídos. Embora existissem os principais suspeitos, a família de não tinha provas o suficiente para culpar a família com o sobrenome inimigo, ainda mais que toda a cidade havia se transformado em um campo de guerra. Poderia ter sido qualquer pessoa.

Apesar de toda dor e sofrimento, aquela morte não fazia com que o seu pai mudasse de ideia e deixasse aquela rivalidade de lado. O Sr. estava com sangue nos olhos, jurando vingar a morte de sua filha mais velha, acabar com todos que possuíam o sobrenome e com qualquer outra pessoa que estivesse envolvida naquela perda.

— Eu não quero ficar aqui sendo plateia nesse campo de guerra, comentou entre as lágrimas. Era possível notar o quanto estava sendo difícil para ela. — Sei que você acha a minha ideia absurda, mas eu estou disposta a seguir em frente e vou entender caso você não queira me acompanhar.

Um novo silêncio nasceu entre eles, embora a mente de ambos não parasse por nada. sabia perfeitamente qual era o plano de e também o quanto ela desejava que ele embarcasse naquela aventura com ela. O que impedia o rapaz era a pequena esperança que ele nutria em seu coração de que tudo poderia voltar ao normal, ou pelo menos de acalmar. Só que todos os últimos acontecimentos eram suficientes para fazer com que mudasse de ideia.

— Ultimamente, ela faz mais sentido do que nunca — ele comentou e recebeu a atenção de , que não estava esperando por aquelas palavras. — Estou disposto a fazer isso, , também não vejo outra saída.
— Você não precisa...
— Mas eu quero — ele a interrompeu. — Prometi estar com você até o último dia da minha vida. Vou cumprir essa promessa, custe o que custar.

Sem forças para argumentar ou agradecer, apenas assentiu antes de depositar um selinho nos lábios do seu amado. Aquele gesto era mais um agradecimento do que qualquer outra coisa. Embora se sentisse sozinha em vários momentos, tinha certeza de que sempre estaria ali por ela e com ela.

— Eu te amo tanto — ela se declarou, enquanto mantinha o rosto de entre as mãos. — Te amo mais do que já amei qualquer outra pessoa.
— Eu também te amo, . Vamos passar por isso juntos, tudo bem? — perguntou e ela assentiu em resposta. — Só quero que façamos uma coisa antes. Depois, vai ser apenas eu, você e a nossa eterna felicidade.


Capítulo 2

Apesar de terem tido alguns dias mais tranquilos, todos daquela cidade sabiam que a próxima confusão estava próxima. A morte da filha dos não ficaria impune e, se não fosse através da própria família, os moradores que os apoiavam tomariam suas dores e tentariam descobrir de uma forma ou de outra quem havia feito aquilo. Mesmo negando qualquer participação naquela tragédia, os e todos os seus também já estavam se preparando para qualquer ataque por saberem que eram os principais suspeitos.

Era madrugada e a casa abandonada estava mais iluminada que o normal. Diferente dos outros dias, naquela noite em especial foi quem chegou primeiro. Quando adentrou o local, carregando consigo uma pequena mochila, ela não conseguiu conter o sorriso que nasceu em seus lábios. Em meio à guerra, ainda conseguia despertar nela um sentimento bom e seria eternamente grata por isso.

Aproveitou a claridade para observar o rapaz que estava extremamente arrumado. A roupa social e o cabelo bem penteado deixavam extremamente charmoso, de uma forma como ela nunca tinha visto. também conseguia sentir o perfume do rapaz mesmo estando a alguns centímetros de distância.

— Espero que esteja vestindo as suas melhores roupas — ele disse enquanto se aproximava. — Embora você fique linda de qualquer jeito.

Antes mesmo que pudesse responder, ela sentiu os lábios de sobre os seus em um beijo quente, calmo e reconfortante. Um beijo que fazia com que os dois esquecessem todo o ódio que os rodeava. Um beijo que fazia com que os dois jovens sonhadores acreditassem que dias melhores estariam por vir.

— Eu não sei se estou entendendo o que está acontecendo, mas estou muito feliz por estar aqui com você — confessou. Estar nos braços de fazia com que tudo ficasse mais leve.

A ideia de era fugir daquela cidade, ir para algum lugar onde ela e pudessem ser pessoas cujos sobrenomes não interferissem em nada. Naquele encontro, após a morte de sua irmã, foi onde o casal apaixonado combinou tudo sobre a fuga dos dois. O único pedido de foi que eles aproveitassem aquela última noite na cidade da melhor maneira possível, como se estivessem no último show da sua banda favorita, como se fosse um dia que não podia ser vivido de outra forma, senão da melhor maneira possível. Ele queria que levasse consigo uma lembrança especial daquele lugar que, infelizmente, lhe causou tanta dor.

Ele aceitou aquela ideia de fugir com e deixar tudo para trás quando percebeu que ela realmente não estava bem e que, se os dois não saíssem dali, poderia acontecer algo muito pior com eles. Temendo que fizesse algo, ou que toda aquela inimizade entre as famílias pudesse separar os dois, ele acabou concordando com a ideia de fugir e começar do zero a sua vida ao lado do seu grande amor. Apesar do medo que sempre esteve presente na vida do rapaz, tinha esperanças de que finalmente as coisas pudessem dar certo em sua vida e de que ele pudesse ser feliz como nunca havia sido antes. era o seu anjo e aquele lugar fazia mal demais para ela. Não permitiria mais que a pessoa mais importante de sua vida sofresse tanto assim.

Não queria mais viver fugindo de brigas, tiros e caos. Não queria ter que esconder o que sentia porque sabia que nenhuma das famílias aceitaria aquele relacionamento, sem contar que fariam de tudo para separar os dois. Seu coração implorava para que eles pudessem viver aquele sentimento sem nenhum medo ou receio. Queria andar com de mãos dadas, levá-la para conhecer lugares que ela sempre sonhou, queria cantar para ela e até presenteá-la com flores. Eram coisas simples, mas que resultariam até em mortes se acontecesse onde os dois estavam. Sabia que, tanto ele quanto , jamais aprenderiam conviver com aquela guerra, que já parecia ser algo normal para as demais pessoas.

— Eu nunca tinha bebido antes — ela falou depois de provar do vinho que foi servido por . — Obrigada por ter preparado essa noite pra gente com tanto carinho.
— Peguei na adega do meu pai — ele apontou para a garrafa, riu e ela a acompanhou. — Espero que seja a primeira vez de muitas. Ainda vamos viver muita coisa juntos , você vai ver — em seguida, beijou a testa dela em um ato de gentileza, já que estavam sentados lado a lado. — Fiz tudo isso apenas para que você leve alguma lembrança boa daqui.

Ele havia preparado um jantar à luz de velas para os dois. Era algo simples, mas que conseguia notar que ele havia pensado em cada detalhe. Admirava o rapaz por ter tido todo o cuidado de preparar aquele momento mais romântico para os dois sem que eles fossem descobertos. Se queria que aquela noite fosse especial, ele estava conseguindo sem muito esforço.

— Nosso primeiro beijo, nossa primeira noite de amor e nosso primeiro jantar nesta casa... — lembrava enquanto observava o local. Os dois já estavam deitados juntos para descansarem um pouco antes de colocarem em prática o plano que tiveram. — Nunca vou me esquecer daqui.
— Sem dúvidas aqui é o nosso ponto de paz, — respondeu com a voz um pouco sonolenta. — Vamos tentar descansar um pouco, tá? Vai dar tudo certo amanhã.

Ela apenas assentiu, aconchegando-se no corpo do rapaz e permitindo que o seu corpo tivesse alguns minutos de descanso. Ela não sabia o que os aguardava na manhã seguinte.


Capítulo 3

De todas as formas que eles pensaram em começar aquele novo dia, nenhuma delas foi fugindo de pessoas que procuravam por eles. Acordaram antes mesmo de o sol nascer com vozes chamando por ao redor da casa onde estavam. Ele não teve tempo de pensar em como ou quem havia notado a sua ausência em casa justamente na noite em que decidiu fugir. Naquele momento, ele só pensou em sair dali o quanto antes.

— Fique aqui escondida, . Se eu sair sozinho, eles não vão desconfiar que tem mais alguém aqui — em sua voz era possível notar seu estado de nervosismo.
— Eu não vou deixar você sozinho agora. Começamos e vamos terminar isso juntos — respondeu entre as lágrimas, sem nenhuma intenção de mudar de ideia.
— Para de chorar, , por favor — pediu enquanto segurava com delicadeza o rosto dela entre as mãos. — Me escuta. Fica atenta e, quando eu gritar, você corre, tudo bem? Se alguém entrar aqui, você se defende com isso — explicou e entregou a garrafa de vinho vazia em suas mãos. — Temos que sair daqui, mas eu prometo que vai ficar tudo bem, tá?
Ela assentiu, ainda com o rosto coberto por lágrimas. Recebeu um selinho rápido do rapaz antes que os dois se aproximassem da porta.

Perto de onde eles estavam, havia muitas outras casas abandonadas. Sabiam que não demoraria para que, quem quer que estivesse ali, chegasse até eles. Ficaram em um lugar onde conseguiam ver quando alguém entrasse na casa. Não demorou muito para que dois homens aparecessem. Sem ter tempo para pensar em qualquer outra coisa, atingiu um dos homens com a garrafa enquanto atingia com um soco o rosto do outro.

— Corre, ! — ele gritou e os dois saíram correndo pelas ruas. Apesar de estarem caídos e machucados, os homens não estavam desacordados e não demorariam para ir atrás do casal.

Enquanto corriam, ainda conseguia pensar em tudo o que estava acontecendo. Por muito tempo, ela imaginou como seria viver ao lado de e longe de tudo e de todos. Mas, ao serem descobertos nas vésperas da fuga, tinha aquilo como um sinal de que, por mais que tentassem e quisessem muito, talvez o fim dos dois não seria juntos e felizes para sempre como eles tanto desejavam.

O sol já clareava o dia quando e pararam em cima de um penhasco. Não sabia por quanto tempo correram, mas era nítido o cansaço em ambos os corpos. As lágrimas também não demoraram a aparecer – se sentia destruída, sem forças para continuar o que os dois haviam planejado. também não estava muito diferente – sentia como se tivesse falhado no dia mais importante de sua vida, mesmo que não fosse culpa dele tudo o que estava acontecendo.

— Não chora, meu amor — ele pediu enquanto seus dedos deslizavam pelos cabelos dela. — Hoje era pra ser o dia mais feliz da sua vida... Mais uma vez eu falhei.

Antes mesmo ela pudesse responder, viu que alguém estava vindo correndo na direção onde os dois estavam. Estava longe, mas certamente também conseguia enxergar a presença deles dali. Não tinha dúvidas de que era alguém a mando de seu pai.

— O que a gente vai fazer agora? — perguntou, assustada. Sentiu o corpo de ficar tenso e logo seus olhos foram parar na mesma direção onde o rapaz olhava. — , eu não consigo nem pensar no que vai acontecer se virem à gente juntos.
— A única coisa que podemos fazer é tentar fugir, separados. Podemos nos encontrar de novo em algum lugar, um lugar longe daqui...
— Isso não vai dar certo, . Não duvido que a cidade inteira já saiba o que está acontecendo. Prefiro pular desse penhasco do que ir embora e deixar você pra trás — em meio ao desespero, conseguia deixar clara a verdade em suas falas.

Ele a olhou com atenção. Logo depois, seus olhos foram para o que existia abaixo do penhasco. A água abaixo parecia calma demais, completamente diferente de como os corações dos dois se encontravam. Sem saber o que fazer e, por ver suas chances de ser feliz ao lado de desaparecerem, permitiu que as lágrimas que ele lutava para segurar caíssem. o olhava com empatia e gratidão. Os dois sofriam porque estavam tentando passar por tudo aquilo juntos. Independente do que acontecesse, sabiam que sempre teriam aquele amor.

— Eu te amo pra sempre, , e sempre vou te amar — ele se declarou e a beijou nos lábios com certa urgência. Não precisava de muita explicação para entender o que estava acontecendo. Os dois conseguiam ler com facilidade um ao outro.
— Eu te amo, meu amor. Os melhores momentos da minha vida foram ao seu lado — ela olhou para o lado e viu que os homens já estavam se aproximando, mas aquilo não desesperou nenhum dos dois.
— Você tem certeza de que quer fazer isso? — ele ainda quis confirmar, embora já tivesse a resposta clara em sua mente. Também não precisaria falar com clareza para que ela entendesse sobre do que se tratava aquela pergunta.
— Desde que eu esteja com você, faço qualquer coisa.

Em meio ao caos, os dois ainda conseguiram sorrir depois daquela declaração. Abraçaram-se forte mais uma vez, selando aquele sentimento que seria pra sempre, independente de qualquer coisa que fosse acontecer. Não sabiam o que aconteceria a seguir, mas desejava que, independente de onde eles estivessem, os dois pudessem viver aquele sentimento como sonharam por tanto tempo.

E quando os homens chegaram ao penhasco, e já haviam tomado a decisão que mudaria as suas vidas e de suas famílias para sempre.

Sabiam que tudo aquilo que aconteceu com eles nas últimas horas era um sinal dos tempos e que eles precisavam ir embora. E eles foram...


Fim



Nota da autora: Espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar o que acharam. Acessem o meu grupo para conhecer outras histórias minhas. Beijos ♥




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