Capítulo Único
Boa parte da alta sociedade sul-coreana estava presente no leilão beneficente organizado por madame Nana, uma socialite famosa por seu gosto excêntrico -a parede roxa e verde que ostentava sua sala de estar confirmando tal fato- e suas inúmeras plásticas. No espaçoso cômodo, ministros, governadores e outros representantes políticos de peso se misturavam a empresários, atores e diretores, todos preparados para dar qualquer tipo de lance para agradar a bem relacionada Nana.
Quando me viu entrar no abarrotado espaço, ainda incomodado ao estar usando o velho terno preto do meu pai, Nana abriu um imenso sorriso, vindo sorrateira em minha direção:
- , meu amor. Fico feliz que você tenha vindo. - os finos lábios de Nana repuxaram, seu tom de voz mudando para um zombeteiro. - Ela já chegou. Mesmo que me custe afirmar isso, atraiu todos os olhares só por pisar naquela porta.
- Isso é bom! - sorri, fingindo indiferença. - Nosso objetivo é atrair um peixe grande dessa vez. Quem sabe ela agarre um daqueles milionários do petróleo e finalmente nos tire do fundo do poço?
- Meu menino… - ela acariciou meu rosto. - Cuidado com o que deseja. Seu pedido pode se realizar.
Franzi a testa, tentando a perguntar a Nana o que ela queria dizer com aquilo, quando a vi.
Ela estava deslumbrante dentro daquele vestido vermelho. Com o corpo moreno curvilíneo, os cabelos encaracolados e o batom vermelho tingindo sua boca, não parecia em nada a doce menina que eu conhecera anos atrás.
Eu me lembrava perfeitamente do momento em que ela foi apresentada à família como a enteada que tio "ganhara" ao casar com tia Mônica, uma estilista brasileira que ele conhecera em uma de suas constantes viagens. Aos 18 anos, seu corpo era magro e sem curvas, o rosto ainda exibia traços infantis e sua boca não tornava meu corpo responsivo como o fazia agora. Na época, ela era delicada, tímida e introvertida; em nada se comparando à luxuriosa mulher que no momento acariciava minha coxa coberta pela calça social enquanto bebericava uma taça de vinho tinto e conversava animadamente com um dos maiores investidores da empresa da família.
Eu, no meio dos meus trintas anos, tentava me controlar para não olhar a cada meio segundo para o tentador vão entre seus volumosos seios. Não podia pôr tudo a perder. Ninguém poderia perceber meu envolvimento com . Muito menos ele.
Ele, Dan Stiller, era o alvo da vez. Setenta anos, viúvo, sem filhos. Dono de uma fortuna invejável e com um excelente faro para bons e maus negócios. A empresa precisava do investimento de Stiller. Eu precisava do dinheiro dele. E, mesmo que seja difícil para mim assumir, investir na empresa da minha família, , certamente não seria um bom negócio.
E é aí que entra .
Nada mais convincente e desnorteante do que o sorriso de uma mulher. Nada mais excitante do que um decote mais profundo e um cruzar de pernas. Os três se fundiam em numa bola de tesão e luxúria do qual nenhum homem em 1000 quilômetros sairia ileso. Nem eu e muito menos o pobre Stiller.
Os olhares do grisalho milionário se cruzavam a cada instante com o mesmo vão que eu me controlava a não olhar. O dilatar dos seus olhos não fugiam à minha percepção, eu que observava de perto a cena de "encantamento da serpente".
era uma serpente. Uma deliciosa e sexy serpente, mas ainda uma serpente. À diferença que seu veneno era revestido no mais belo cetim vermelho. No caro conjunto Victoria's Secret. No doce mel do vão entre as suas pernas.
Meu veneno e meu antídoto.
{...}
O relógio já marcava duas horas da manhã quando entrou no quarto que sempre dividia com após seus amassos e noites de sexo com possíveis investidores e compradores. Seu corpo era a melhor e maior porta de entrada para a empresa , os dois sabiam bem disso. Ela ainda estava vestida com o pecaminoso vestido vermelho, mas o batom vermelho que ostentava em sua boca estava borrado. Sinal que Stiller andara se aventurando por ali, mas que não tivera forças para seguir adiante. Certamente o mesmo não imaginara que fosse necessário levar o azulzinho a um leilão beneficente, e Watson agradecia mentalmente a falta de ereção do mais velho.
{...}
Tirando os saltos e o vestido vermelho, a morena arremessou os papéis para o parceiro enquanto se jogava na cama king size. Pensara o dia todo em como contar a novidade ao primo, sabia que o mesmo não gostaria nem um pouco de ouvir o que ela tinha para lhe contar.
- Vem cá, vem! – chamou manhoso, já nu da cintura pra cima. A ereção que segurara durante toda a noite já pronunciada na cara calça social.
- Não acredito que se excitou me vendo dar em cima do velho. Você não tem jeito, priminho. - Trajando apenas a lingerie preta, a mais nova sentou-se com tudo no colo do primo, que gemeu ao sentir o pequeno atrito que tal movimento causou. – Já te disseram que você é um pervertido? – Jogando os cabelos pra trás, gargalhou gostoso enquanto friccionava com mais força no volume que aumentava ainda mais.
gargalhou junto com a prima, puxando os cabelos da mesma com força pra trás. Ele gargalhou ainda mais quando recebeu o resultado esperado, um altivo gemido e uma fricção deliciosamente mais forte em seu membro já excitado.
- Sempre fui um pervertido, sabe bem disso. Nós somos, na verdade. Você gosta tanto de sexo sujo e selvagem quanto eu, querida priminha. - Com o pescoço da parceira exposto, passou a depositar beijos molhados em direção ao colo, que implorava por uma atenção mais dedicada. Chegando ao lugar desejado, soltou com uma das mãos o sutiã dela, enquanto com a outra acariciava cada parte descoberta com os gemidos fracos de como plano de fundo.
- Como pode ter tanta certeza? – A morena arqueou a sobrancelha, revirando os olhos quando o mais velho abocanhou um seio, sugando-o com destreza.
Ela adorava questioná-lo. Conhecia como a palma da sua mão e sabia que quanto mais ela negasse, mais ele se esforçaria em provar seu ponto. E o resultado seria prazeroso para os dois.
- Não adianta nem negar, tenho certeza que você já está pingando aí embaixo. Provavelmente já ensopou minha calça, sei o quão responsiva é sua excitação. – E para comprovar, desceu sua mão até embaixo, fazendo-a sumir dentro da estreita calcinha. Um roçar de dedos depois e uns suspiros a mais, subiu com ela, os dedos indicador e anelar brilhando com o mel de . – Viu... eu sempre tenho um ponto.
Graças aos céus, ele sempre tinha um ponto.
- Quem te garante que eu não estou excitada por causa da foda com o Stiller? Que depois dele me comer várias e várias vezes, eu vim aqui apenas porque sou gulosa e quero sempre mais? – Enquanto jogava o jogo que os dois conheciam muito bem, agarrou a calça do amante, puxando-a até o joelho e deixando livre a boxe branca que ostentava o doloroso volume.
- Não fode, ! Eu já duvidava do velhote conseguir te comer uma vez, com toda essa fome que você tem. Agora várias e várias vezes? Viagra não ressuscita os mortos, querida.
A mais nova então abriu o sorriso que o enfeitiçara a primeira vez que a viu, mesmo com o corpo sem atributos e sem o rosto de mulher fatal que tinha hoje. Puta que pariu! Aquele maldito sorriso era o que mais gostava nela. Os seios eram deliciosos, a boca era uma luxúria, a bunda era de matar... mas aquele sorriso, aquele sorriso era a faísca para os seus sonhos molhados.
- Ele esqueceu o viagra! O velho esqueceu o viagra em casa. Me deu um beijo babado, me entregou esses papéis assinados e me prometeu uma "noite melhor". – O sorriso ainda estava ali, maior agora que ela ouvia gargalhar embaixo de si. – Porra! Eu ficaria puta se não soubesse que você estava aqui. Se não estivesse doida para que você me comesse do jeito que eu mereço.
- Pois eu vou te comer do jeito que você merece.
- Ah é? – sorriu marota. – E como eu mereço?
era quente. Sempre insaciável, pedindo mais. Eu estava sempre pronto para ela, assim como ela sempre estava pronta pra mim.
Sempre havia sido desse jeito. Até o final daquela noite.
Eu havia a comido do jeito que ela merecia. De quatro, como a puta que ela era. De lado, porque eu gostava. Embaixo dela, porque ela gostava de cavalgar. E por cima porque... bem... porque por cima eu conseguia ver seus olhos amendoados se revirarem enquanto eu impunha um ritmo mais forte, ou seu resmungo quando eu diminuía prazerosamente a velocidade. Porque eu podia sentir o acelerar das batidas do seu coração, ver as suas mordidas no lábio quando sentia que o clímax estava por vir e nossas mãos unidas quando chegávamos juntos ao ápice.
Porra. Como eu amava aquilo. Amava cada parte do sexo. Amava cada conversa enquanto ainda estávamos suados, nus e enrolados no lençol da cama, ainda nos recuperando de mais uma noite selvagem.
E eu, definitivamente, a amava.
Talvez seja por isso que, quando ela me comunicou, após se vestir e calçar os saltos tão vermelhos quanto seu vestido, que aquela seria nossa última vez, senti algo dentro de mim murchar. Um órgão que por muito tempo pensei que só existisse para exercer sua função primordial, mas que já sabia desde bem antes de eu saber, que eu estava irrevogavelmente apaixonado por essa mulher.
Eu havia por muito tempo pedido para ela me deixar em paz. Quando pedia por mais que uma noite de sexo e conversa. Por um jantar à dois. Uma noite de cinema. Férias no Havaí. Pedidos simples, que sempre recebiam como resposta que entre nós dois só poderia haver um tipo de conexão, a sexual.
Frio, distante e arrogante.
, o babaca-mor.
E agora ela estava ali. Linda. Os cabelos encaracolados bagunçados, o rímel escorrendo ao redor dos olhos, a alça do vestido vermelho caindo, o olhar nublado. Simplesmente linda. Me comunicando que aquela seria nossa última noite, porque estaria se casando na semana seguinte. No Havaí. Como sempre sonharia. Com o corno do noivo escritor dela. Gordon tiny-dick Hudson. O almofadinha britânico. E ela não poderia mais fazer isso com ele. Não por apenas uma conexão sexual. Se doeu? Pra caralho.
E como bom masoquista que sou, dei a outra face.
- Não vá embora! E-eu... preciso de você.
- Eu já fui.
Me dando um singelo beijo na bochecha, se levantou da cama, ajeitando a alça do vestido que teimava em cair. Eu ainda tentei levantar da king size, mesmo ainda desnudo e em estupor, mas a mesma fez sinal para que eu não o fizesse.
Antes mesmo dela sair do quarto e o baque da porta sendo batida se fazer audível, eu já havia entendido. Eu pedi tanto para ela me deixar em paz que eu finalmente tive meu desejo atendido. Infelizmente demorei muito para perceber o óbvio.
Eu não queria que ela me deixasse em paz.
Quando me viu entrar no abarrotado espaço, ainda incomodado ao estar usando o velho terno preto do meu pai, Nana abriu um imenso sorriso, vindo sorrateira em minha direção:
- , meu amor. Fico feliz que você tenha vindo. - os finos lábios de Nana repuxaram, seu tom de voz mudando para um zombeteiro. - Ela já chegou. Mesmo que me custe afirmar isso, atraiu todos os olhares só por pisar naquela porta.
- Isso é bom! - sorri, fingindo indiferença. - Nosso objetivo é atrair um peixe grande dessa vez. Quem sabe ela agarre um daqueles milionários do petróleo e finalmente nos tire do fundo do poço?
- Meu menino… - ela acariciou meu rosto. - Cuidado com o que deseja. Seu pedido pode se realizar.
Franzi a testa, tentando a perguntar a Nana o que ela queria dizer com aquilo, quando a vi.
Ela estava deslumbrante dentro daquele vestido vermelho. Com o corpo moreno curvilíneo, os cabelos encaracolados e o batom vermelho tingindo sua boca, não parecia em nada a doce menina que eu conhecera anos atrás.
Eu me lembrava perfeitamente do momento em que ela foi apresentada à família como a enteada que tio "ganhara" ao casar com tia Mônica, uma estilista brasileira que ele conhecera em uma de suas constantes viagens. Aos 18 anos, seu corpo era magro e sem curvas, o rosto ainda exibia traços infantis e sua boca não tornava meu corpo responsivo como o fazia agora. Na época, ela era delicada, tímida e introvertida; em nada se comparando à luxuriosa mulher que no momento acariciava minha coxa coberta pela calça social enquanto bebericava uma taça de vinho tinto e conversava animadamente com um dos maiores investidores da empresa da família.
Eu, no meio dos meus trintas anos, tentava me controlar para não olhar a cada meio segundo para o tentador vão entre seus volumosos seios. Não podia pôr tudo a perder. Ninguém poderia perceber meu envolvimento com . Muito menos ele.
Ele, Dan Stiller, era o alvo da vez. Setenta anos, viúvo, sem filhos. Dono de uma fortuna invejável e com um excelente faro para bons e maus negócios. A empresa precisava do investimento de Stiller. Eu precisava do dinheiro dele. E, mesmo que seja difícil para mim assumir, investir na empresa da minha família, , certamente não seria um bom negócio.
E é aí que entra .
Nada mais convincente e desnorteante do que o sorriso de uma mulher. Nada mais excitante do que um decote mais profundo e um cruzar de pernas. Os três se fundiam em numa bola de tesão e luxúria do qual nenhum homem em 1000 quilômetros sairia ileso. Nem eu e muito menos o pobre Stiller.
Os olhares do grisalho milionário se cruzavam a cada instante com o mesmo vão que eu me controlava a não olhar. O dilatar dos seus olhos não fugiam à minha percepção, eu que observava de perto a cena de "encantamento da serpente".
era uma serpente. Uma deliciosa e sexy serpente, mas ainda uma serpente. À diferença que seu veneno era revestido no mais belo cetim vermelho. No caro conjunto Victoria's Secret. No doce mel do vão entre as suas pernas.
Meu veneno e meu antídoto.
O relógio já marcava duas horas da manhã quando entrou no quarto que sempre dividia com após seus amassos e noites de sexo com possíveis investidores e compradores. Seu corpo era a melhor e maior porta de entrada para a empresa , os dois sabiam bem disso. Ela ainda estava vestida com o pecaminoso vestido vermelho, mas o batom vermelho que ostentava em sua boca estava borrado. Sinal que Stiller andara se aventurando por ali, mas que não tivera forças para seguir adiante. Certamente o mesmo não imaginara que fosse necessário levar o azulzinho a um leilão beneficente, e Watson agradecia mentalmente a falta de ereção do mais velho.
Tirando os saltos e o vestido vermelho, a morena arremessou os papéis para o parceiro enquanto se jogava na cama king size. Pensara o dia todo em como contar a novidade ao primo, sabia que o mesmo não gostaria nem um pouco de ouvir o que ela tinha para lhe contar.
- Vem cá, vem! – chamou manhoso, já nu da cintura pra cima. A ereção que segurara durante toda a noite já pronunciada na cara calça social.
- Não acredito que se excitou me vendo dar em cima do velho. Você não tem jeito, priminho. - Trajando apenas a lingerie preta, a mais nova sentou-se com tudo no colo do primo, que gemeu ao sentir o pequeno atrito que tal movimento causou. – Já te disseram que você é um pervertido? – Jogando os cabelos pra trás, gargalhou gostoso enquanto friccionava com mais força no volume que aumentava ainda mais.
gargalhou junto com a prima, puxando os cabelos da mesma com força pra trás. Ele gargalhou ainda mais quando recebeu o resultado esperado, um altivo gemido e uma fricção deliciosamente mais forte em seu membro já excitado.
- Sempre fui um pervertido, sabe bem disso. Nós somos, na verdade. Você gosta tanto de sexo sujo e selvagem quanto eu, querida priminha. - Com o pescoço da parceira exposto, passou a depositar beijos molhados em direção ao colo, que implorava por uma atenção mais dedicada. Chegando ao lugar desejado, soltou com uma das mãos o sutiã dela, enquanto com a outra acariciava cada parte descoberta com os gemidos fracos de como plano de fundo.
- Como pode ter tanta certeza? – A morena arqueou a sobrancelha, revirando os olhos quando o mais velho abocanhou um seio, sugando-o com destreza.
Ela adorava questioná-lo. Conhecia como a palma da sua mão e sabia que quanto mais ela negasse, mais ele se esforçaria em provar seu ponto. E o resultado seria prazeroso para os dois.
- Não adianta nem negar, tenho certeza que você já está pingando aí embaixo. Provavelmente já ensopou minha calça, sei o quão responsiva é sua excitação. – E para comprovar, desceu sua mão até embaixo, fazendo-a sumir dentro da estreita calcinha. Um roçar de dedos depois e uns suspiros a mais, subiu com ela, os dedos indicador e anelar brilhando com o mel de . – Viu... eu sempre tenho um ponto.
Graças aos céus, ele sempre tinha um ponto.
- Quem te garante que eu não estou excitada por causa da foda com o Stiller? Que depois dele me comer várias e várias vezes, eu vim aqui apenas porque sou gulosa e quero sempre mais? – Enquanto jogava o jogo que os dois conheciam muito bem, agarrou a calça do amante, puxando-a até o joelho e deixando livre a boxe branca que ostentava o doloroso volume.
- Não fode, ! Eu já duvidava do velhote conseguir te comer uma vez, com toda essa fome que você tem. Agora várias e várias vezes? Viagra não ressuscita os mortos, querida.
A mais nova então abriu o sorriso que o enfeitiçara a primeira vez que a viu, mesmo com o corpo sem atributos e sem o rosto de mulher fatal que tinha hoje. Puta que pariu! Aquele maldito sorriso era o que mais gostava nela. Os seios eram deliciosos, a boca era uma luxúria, a bunda era de matar... mas aquele sorriso, aquele sorriso era a faísca para os seus sonhos molhados.
- Ele esqueceu o viagra! O velho esqueceu o viagra em casa. Me deu um beijo babado, me entregou esses papéis assinados e me prometeu uma "noite melhor". – O sorriso ainda estava ali, maior agora que ela ouvia gargalhar embaixo de si. – Porra! Eu ficaria puta se não soubesse que você estava aqui. Se não estivesse doida para que você me comesse do jeito que eu mereço.
- Pois eu vou te comer do jeito que você merece.
- Ah é? – sorriu marota. – E como eu mereço?
era quente. Sempre insaciável, pedindo mais. Eu estava sempre pronto para ela, assim como ela sempre estava pronta pra mim.
Sempre havia sido desse jeito. Até o final daquela noite.
Eu havia a comido do jeito que ela merecia. De quatro, como a puta que ela era. De lado, porque eu gostava. Embaixo dela, porque ela gostava de cavalgar. E por cima porque... bem... porque por cima eu conseguia ver seus olhos amendoados se revirarem enquanto eu impunha um ritmo mais forte, ou seu resmungo quando eu diminuía prazerosamente a velocidade. Porque eu podia sentir o acelerar das batidas do seu coração, ver as suas mordidas no lábio quando sentia que o clímax estava por vir e nossas mãos unidas quando chegávamos juntos ao ápice.
Porra. Como eu amava aquilo. Amava cada parte do sexo. Amava cada conversa enquanto ainda estávamos suados, nus e enrolados no lençol da cama, ainda nos recuperando de mais uma noite selvagem.
E eu, definitivamente, a amava.
Talvez seja por isso que, quando ela me comunicou, após se vestir e calçar os saltos tão vermelhos quanto seu vestido, que aquela seria nossa última vez, senti algo dentro de mim murchar. Um órgão que por muito tempo pensei que só existisse para exercer sua função primordial, mas que já sabia desde bem antes de eu saber, que eu estava irrevogavelmente apaixonado por essa mulher.
Eu havia por muito tempo pedido para ela me deixar em paz. Quando pedia por mais que uma noite de sexo e conversa. Por um jantar à dois. Uma noite de cinema. Férias no Havaí. Pedidos simples, que sempre recebiam como resposta que entre nós dois só poderia haver um tipo de conexão, a sexual.
Frio, distante e arrogante.
, o babaca-mor.
E agora ela estava ali. Linda. Os cabelos encaracolados bagunçados, o rímel escorrendo ao redor dos olhos, a alça do vestido vermelho caindo, o olhar nublado. Simplesmente linda. Me comunicando que aquela seria nossa última noite, porque estaria se casando na semana seguinte. No Havaí. Como sempre sonharia. Com o corno do noivo escritor dela. Gordon tiny-dick Hudson. O almofadinha britânico. E ela não poderia mais fazer isso com ele. Não por apenas uma conexão sexual. Se doeu? Pra caralho.
E como bom masoquista que sou, dei a outra face.
- Não vá embora! E-eu... preciso de você.
- Eu já fui.
Me dando um singelo beijo na bochecha, se levantou da cama, ajeitando a alça do vestido que teimava em cair. Eu ainda tentei levantar da king size, mesmo ainda desnudo e em estupor, mas a mesma fez sinal para que eu não o fizesse.
Antes mesmo dela sair do quarto e o baque da porta sendo batida se fazer audível, eu já havia entendido. Eu pedi tanto para ela me deixar em paz que eu finalmente tive meu desejo atendido. Infelizmente demorei muito para perceber o óbvio.
Eu não queria que ela me deixasse em paz.
Fim.
Nota da autora: Olá! Quem quiser conversar/sofrer por coreanos, meu twitter é @bitterminho. :)
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.