Finalizada em: 12/12/2018

Capítulo Único

~ * ~
Dezembro

Dentro do táxi, fazendo o caminho até a festa do trabalho, observava as luzes e a agitação que tomavam conta de Montreal e do resto do mundo naquela época do ano. Ela confessava a todos que não era a maior fã do Natal, mas mantinha uma relação muito boa com o Ano Novo e todo o simbolismo que aquela data trazia consigo. Sabia que a virada de um ano para outro não significaria “vida nova” a menos que ela corresse atrás de realizar o que quer que fosse. Imersa em suas reflexões, só notou que o carro havia parado de se mover quando o taxista diminuiu o volume do rádio para anunciar o valor da corrida. Alcançou-lhe a quantia exata e saiu em direção a recepção do evento, onde conferiram seu nome e deixaram-na entrar no salão. O tema circense acompanhava o espírito jovem da empresa, embora tudo fosse feito com muito estilo e sofisticação.
— Obrigada. — Agradeceu o garçom assim que o mesmo lhe ofereceu uma taça de Champagne.
— Vai com calma, coleguinha! Você ainda está de estômago vazio... — Escutou pronunciar ao seu lado assim que ela deu o primeiro gole em sua bebida, mostrando a língua em resposta, já que ali não poderia mostrar seu velho amigo, também conhecido como o dedo do meio.
— Eu sempre me preparo para essas coisas, . Pode ficar tranquila! — Ambas riram. — Esse lugar está me lembrando aquele episódio de Grey’s Antomy em que eles fazem uma festa para angariar fundos para o hospital, lembra?
— Como esquecer daquela tíbia exposta no final do episódio? – riu do olhar de desprezo que a amiga lançou em sua direção. Antes que pudesse ser xingada, as mulheres foram cercadas por mais colegas que estavam admiradas com o evento. Muitas empresas comemoravam o final de mais um ano de maneira simples, mas aquele não era o caso da empresa de consultoria em que elas trabalhavam. Os profissionais eram extremamente exigidos no dia a dia, mas as retribuições também eram feitas quase que na mesma proporção.

— Boa noite a todos! — Saudou Gilles, o presidente da empresa, no microfone. Todos imediatamente viraram-se em sua direção, fazendo-o alargar o sorriso. — Confesso que sou melhor em fazer relatórios do que em discursos, mas… vamos lá. Graças a cada um de vocês aqui presentes o ano da Brain Consulting Company foi um dos melhores que já tivemos. Conquistamos contas importantes, mantivemos nossos fiéis clientes, e o mais importante de tudo, vocês estão satisfeitos! Acreditem quando eu digo que satisfação de vocês faz toda a diferença. A filosofia de trabalho de um de nossos maiores clientes também é compartilhada por mim: as pessoas em primeiro lugar. Mais uma vez, meu mais sincero obrigado pela intensa dedicação e que esse novo ano que se aproxima seja ainda melhor! Comam, bebam, dancem, divirtam-se, vivam! — assim que ele terminou de falar o salão foi inundado por gritos e salva de palmas, além de uma chuva de papel picados.
sorria de orelha a orelha, ela adorava Gilles e admirava seu jeito de gerir a empresa e liderar seus funcionários. Apesar do cargo importante, ele era uma pessoa humilde e já havia lhe ensinado muita coisa. Queria cumprimentá-lo, mas o aglomerado de pessoas em volta dele eram um empecilho para sua bexiga que já implorava por alívio. Uma garçonete lhe informou que havia banheiros no segundo andar do casarão e que provavelmente a fila estaria menor. Ela agradeceu pela dica e logo subiu as escadas, encontrando o cômodo sem dificuldades. Aproveitou para retocar o batom, já fraco pelas taças de Champagne que havia entornado. Todo aquele luxo não habitual em sua vida deixou-a com vontade de explorar mais do local, que com certeza deveria pertencer a uma família renomada na cidade “ou quiçá no país”, pensou. Saiu do banheiro e caminhou até o final do corredor, abrindo vagarosamente a porta a sua esquerda e pronta para soltar a desculpa esfarrapada que estava procurando alguém, caso fosse pega. Suspirou aliviada ao ver que o ambiente estava completamente vazio e caminhou vagarosamente em direção a sacada.
Mesmo um pouco distante, ela conseguia identificar as luzes do Place dês Arts e ficou extremamente feliz por ter subido ali, mesmo que sem perceber, com outra taça cheia em mãos. A vista era incrível e ela soltou um risinho de felicidade, que virou uma gargalhada gostosa ao perceber que saia “fumacinha” de sua boca. Poucos segundos depois ouviu a porta atrás de si bater e seu corpo congelou. Droga, droga! Provavelmente levaria uma bronca de algum staff do evento informando que ela não deveria estar ali. Preparou seu melhor sorriso amarelo e girou o corpo para frente, dando de cara com um olhando-a curiosamente.
— Caralho, ! Quase me matou do coração. — Exclamou, levando a mão direita até o peito.
— Fazendo o que não deve, ? — Encarou-a sério.
— Falou o Sr. Certinho, né? — Retrucou sorrindo. Voltou a admirar a vista da cidade e logo sentiu a presença de ao seu lado. Não podia negar que ele a deixava um pouco nervosa e hesitante, principalmente quando estavam fora do ambiente de trabalho. “A carne é fraca e o coração é vagabundo” é uma das frases que ela utilizava para responder quando o assunto surgia. Sorriu de canto, o que não passou despercebido.
— Muito álcool no sangue? — Levantou uma sobrancelha para olhá-la.
— Você não imagina qual é meu limite... — Somente depois de respondê-lo percebeu o duplo sentido da frase e se reprendeu mentalmente por alguns segundos. , por outro lado, adorou a brecha e não iria deixá-la passar em branco. Aproximou-se do ouvido dela e sussurrou:
— Adoraria que você me mostrasse... — Deixou a frase pairando no ar e deu um leve passo para o lado. Sem reação, ela apenas tomou o gole restante da bebida em sua taça. — Eu já volto, . Não sai daqui.
não entendeu muito bem o que estava acontecendo, mas permaneceu parada. A música do andar abaixo de si invadiu seus ouvidos e ela simplesmente não pode deixar de balançar o corpo ao som de “Despacito”. Teve vontade de descer para dançar com , mas queria ver até onde aquela situação com iria. Deixou que o ritmo da canção ditasse a velocidade dos movimentos de seu corpo e se perdeu enquanto acompanhava a letra cantando baixinho. Para a tristeza dele, ela parou alguns segundos depois quando notou que ele havia voltado acompanhado de uma garrafa. Sorriu malicioso e, ao contrário do indicado pela etiqueta social, completou até a borda ambas as taças com o líquido borbulhante e transparente.Déjame sobrepasar tus zonas de peligro — Dessa vez quem cantava era ele, que começou a movimentar o corpo de acordo com a intensidade da música. tomou um gole e voltou a dançar, entrando na onda.
—  Pasito a pasito, suave suavecito — Ela cantarolou, não acreditando que aquilo estava realmente acontecendo. Antes que a música terminasse, ele delicadamente retirou a taça da mão dela, colocando no chão ao lado da sua. Apesar do frio do inverno congelante de Montreal, deu alguns passos para frente a fim de alcançar o parapeito da sacada e tomar um pouco mais de ar. Sentiu as mãos de envolverem sua cintura, ainda balançando conforme Luís Fonsi e Daddy Yankee ditavam. Quando ele resolveu cantar o refrão final próximo de seu ouvido, ela sentiu todo o corpo arrepiar-se, nada tendo a ver com a baixa temperatura do local. Inclinou o corpo para trás, buscando aquecer-se com o calor do corpo dele, o que fez com que ele apertasse suas laterais sob o vestido preto que usava. Gentilmente, foi virando-a de frente para si. o encarava com os lábios vermelhos entreabertos e, quando percebeu que a atenção dele estava totalmente naquela área, fez questão de mordiscar o lábio inferior, sorrindo ao ver os olhos dele brilharem de desejo. Encarando-se, ambos foram aproximando seus rostos, até suas bocas entrarem em choque uma contra a outra.
A urgência com que suas bocas se exploravam fez pensar que também desejava aquilo há algum tempo, assim como ela. A mão esquerda dele foi parar em sua nuca, enquanto a direita deslizava pelo corpo da mulher até repousar sobre sua cintura. Ela, por sua vez, o abraçou pelo pescoço, aproveitando para puxar o cabelo dele conforme os beijos ficavam mais intensos. Quando a mulher tomou a iniciativa de sugar e mordiscar o lábio inferior de , ele não conseguiu controlar o grunhido que escapou de sua boca. começou a dar passos lentos para trás, separando apenas suas bocas por alguns segundos, e parou ao sentir o frio do concreto bater em suas costas. Com as duas mãos segurando-a pela cintura, a puxou para mais perto de si, se é que isso era possível. Procurou pela boca da mulher, que desviou de sua busca. Sem pressa, desceu os lábios para o pescoço dele, fazendo algum desenho abstrato com a língua, antes de mordiscar a pele exposta. Perdendo ainda mais o controle, ele espalmou as mãos na bunda da mulher, apertando suas nádegas e foi a vez dela deixar um gemido escapar. O batom vermelho certamente já havia desaparecido e restavam apenas borrões em seu rosto, mas ela pouco se importava, estava inebriada pelo desejo. Sentiu puxar seu cabelo e jogou a cabeça para trás, a fim de deixá-lo brincar com seu pescoço. Ele intercalava o caminho com selinhos e mordidinhas, o que fez com que ela fechasse os olhos para se entregar totalmente ao momento. Embora estivesse insanamente bom, ela forçou a cabeça para frente novamente, procurando os lábios inchados de para mais um beijo intenso. Aquilo havia levado tanto tempo para acontecer que ele, mais do que nunca, queria fazer valer a pena. Com isso em mente, ele deslizou uma mão para o interior das coxas dela, roçando o local por cima da meia-calça grossa que ela usava. Sorriu ao que ela mordiscou seu lábio e decidiu ser ainda mais ousado, direcionando seus dedos a intimidade dela. Essa ação fez com que prendesse a respiração e encolhesse o abdômen, logo depois puxando a gravata que ele usava como forma de punição. No entanto, ela abriu um pouco mais as pernas, tentando intensificar a sensação causada pelo toque dele. Na verdade, ela queria mais, muito mais, e pelo visto as coisas não demorariam muito a sair totalmente dos trilhos, se não fosse um barulho em um dos cômodos ao lado, fazendo com que eles se afastassem e olhassem assustados em direção a porta.
— Caramba, que susto! — foi a primeira a falar algo após aquele momento de tensão.
— Justo agora... — choramingou em desaprovação.
— Talvez tenha sido um sinal divino nos mandando parar enquanto ainda temos chances de manter nossos empregos.
, — Ele pressionou sua ereção nela enquanto sussurrava o restante da frase pausadamente em seu ouvido — Você. Tem. Certeza. De. Que. Quer. Parar? — a cada palavra proferida um beijo, mordida ou chupão eram depositados na região da orelha dela. Sem reunir forças para falar, ela apenas balançou a cabeça negativamente. — Foi o que eu imaginei... — colou seus lábios novamente, em um beijo calmo, mas cheio de desejo.
— Vamos sair daqui? — Dessa vez ela sussurrou, assim que conseguiu organizar um pouco a bagunça de seus pensamentos. Ele olhou-a surpreso pela tomada de iniciativa, mas abriu um largo sorriso.
— Existe uma saída alternativa pela porta lateral do salão, vou te esperar lá. — Ele pronunciou enquanto ajeitava o traje social que vestia. “Não vejo a hora de te bagunçar todinho”, era o que a mente de gritava internamente.
— Uhum... me dê alguns minutos, preciso dar um perdido bem convincente na . — piscou em resposta e viu o colega de trabalho deixar o cômodo rindo. Ela caminhou em direção ao banheiro que havia utilizado antes de toda essa loucura ter início. O reflexo no espelho fez com que ela desse uma risada gostosa, um misto de diversão causada pelo álcool e orgulho pelo feito dos minutos anteriores, que a prepararam para o que estava por vir. Ajeitou os cabelos e tratou de limpar os borrões vermelhos causados pelo choque de sua boca com a de , tentando cobrir a vermelhidão com um pouco mais de base e pó. Finalizou passando uma camada nova de seu batom preferido.
— Onde você estava? — questionou assim que viu a amiga descendo as escadas.
— Amiiiiiiiga.... que bom que nos encontramos! Esse final de ano está sendo uma loucura e euprecisoirembora. — O nervosismo misturado as espumantes entornadas anteriormente fizeram com que embolasse as últimas palavras em uma única.
— Quê? Fala direito, sua maluca!
, eu vou embora. Não me olha com essa cara de quem comeu e não gostou! — Ralhou com a outra, mas logo tratou de baixar o tom de voz. Aproximou-se e disse no pé do ouvido da amiga — Eu vou embora com o , ok? Amanhã eu te conto tudo, mas, por favor, mantenha a calma e a compostura.
— Ca-ra-lho! — Ela ria sozinha e batia palmas para a amiga, tamanha era sua felicidade. — Vai logo, some daqui! Curta o seu momento — Juntou as mãos em palmas curtas, reprimindo a vontade de subir no palco e anunciar para todo mundo que a amiga e o crush finalmente se pegariam.
O caminho até a casa de não levaria mais de 15 minutos, conforme ele havia dito assim que entraram no táxi. O único barulho ouvido dentro do carro era o do rádio, mas a tensão sexual era palpável. estava sentada atrás do motorista, o que contribuiu para que repousasse sua mão no joelho da ao seu lado. Quando notou que estavam quase chegando ao destino, ele por diversas vezes deixou sua mão deslizar para o meio das pernas dela. Em sua última tentativa, segurou a mão dele e abaixou a cabeça para que o motorista não pudesse ver o que ela faria a seguir. Lambeu toda a extensão do indicador, de cima a baixo, para depois chupá-lo. Finalizou com uma mordida na ponta, como se o reprendesse, avisando que deveriam deixar para quando saíssem do veículo.
— Seja muito bem-vinda. — disse assim que abriu a porta de casa, dando espaço para que entrasse no lugar. A cabeça dela girava um pouco e ela não sabia dizer se era o álcool ou tudo o que estava acontecendo. — Você quer algo para beber ou comer?
— Nós acabamos de sair de uma festa... ou você bebeu tanto que já esqueceu?
— Engraçadinha! Estou apenas tentando ser gentil.
— Milagres acontecem, né? — Ela riu ao assisti-lo fazer uma careta ofendida. — Eu aceito água, obrigada. — Enquanto ia até a cozinha, ela sentou-se no sofá e passou a observar o ambiente. Sorriu ao ver uma foto dele quando bebê, adicionando a nota mental de que ele ainda é tão fofo hoje quanto naquela época.
— Aqui está, senhorita .
— Gracias, .
Ao terminar de consumir o líquido, ela fez menção de ficar em pé para levar o copo de volta a cozinha, mas a agarrou pela cintura, fazendo-a cair de lado sobre seu colo.
— Ooooopa! — ela exclamou fazendo ambos rirem. Tratou de apoiar o objeto na mesinha de centro e depois virou o rosto para o homem, que a olhava atentamente. Agradeceu por não estar com um vestido colado, pois assim pode virar-se, apoiando uma perna de cada lado do corpo dele.
— Enfim totalmente sozinhos... — Ele disse baixinho, enterrando o rosto no pescoço dela, ao que aproveitou para fazer carinho na nuca dele. Para ambos, a pressa da festa havia sido substituída e em seu lugar surgiu a vontade de tornar a noite inesquecível. roçava o nariz na pele descoberta de , que mantinha os olhos fechados apenas sentindo o movimento. depositou um beijo no local e subiu o rosto, traçando uma trilha de beijinhos pela face da mulher. Sempre que suas bocas se aproximavam, ele desviava, deixando apenas o gostinho na trave. Fez isso algumas vezes, até que não mais aguentou. Ela precisava sentir o gosto dele em sua boca mais uma vez, por isso o segurou pelo rosto e o beijou de maneira lenta, mas cheia de segundas intenções. espalmou as mãos nas costas dela, subindo e descendo conforme seus lábios movimentavam-se.  Ficaram apenas trocando beijos e carícias leves durante alguns minutos, até cortar o beijo com pequenos selinhos. Ela ficou em pé em frente ao sofá e ofereceu sua mão, em um claro convite para que ele imitasse seu gesto. Assim que ficou em pé, ele girou o corpo de , deixando-a de costas para ele. Abraçou-a pela cintura, começando a guiá-la até o quarto. Ao pararem em frente a cama, a mulher decidiu que era hora de voltar ao ritmo da festa, e começou a movimentar o corpo, que ainda estava colado no de , para cima e para baixo, fazendo questão de aumentar a força do movimento próximo ao membro dele.
, sua gostosa... — praticamente grunhiu, arrancando um sorriso dos lábios da a sua frente. Quando ela subiu o corpo novamente, ele rapidamente a virou para que ficassem cara a cara. O olhar dele ardia em desejo e ele não perdeu tempo, avançando para a boca dela. Enquanto beijavam-se, começou a retirar o blazer que ele usava. No momento que a peça caiu no chão, ela agilmente começou a desabotoar a camisa social que cobria o corpo que ela tanto desejava desbravar, sem perder a chance de dar pequenos arranhões propositais entre um botão e outro. Colocou as mãos nos ombros dele por baixo do tecido da camisa e começou a empurrá-la para baixo, abrindo os olhos e separando seus lábios para deliciar-se com aquela cena.
— Nossa... — Ela exclamou admirada quando a parte superior de estava toda descoberta.
— Gosta do que vê? — Ele sorriu sacana e a resposta dela foi uma lambida que começou no tórax dele e estendeu-se até a barra da calça. sentiu sua ereção latejar e agarrou os cabelos de , puxando-a para cima, depositando um belo chupão no pescoço dela. — Estou em desvantagem aqui... — Apontou sua pele descoberta.
— Isso pode e será facilmente resolvido, . — Sentou-se na ponta da cama. Com a maior paciência do mundo, desafivelou a sandália preta que calçava. Depois, iniciou um cuidadoso movimento para retirar a meia-calça grossa que vestia, sem deixar de encarar . Com uma calma que não era sua, foi lentamente puxando o vestido para cima, permitindo que se deliciasse com cada parte do seu corpo que ia, pouco a pouco, ficando descoberta. —  Satisfeito? — Questionou, piscando e sorrindo de maneira angelical.
— E precisa perguntar? — Passou a língua sobre os lábios antes de começar a se livrar do cinto e da calça social que vestia. , que ainda estava sentada na beirada da cama, observou a peça deslizar pelo corpo dele até o chão e o chamou com o indicador. Parou em pé em frente a mulher, que já havia ajoelhado no colchão. Ela sorriu ao ver o volume dentro da boxer dele e começou a fazer carícias por cima do tecido com uma mão, enquanto a outra passeava pelos braços e pelas costas dele. Em outra situação, ela poderia estender a brincadeira por um pouco mais de tempo, mas, naquela noite, já estava fora de si de tanto tesão.  Pediu para que ele se despisse por completo e assim que o fez, segurou o pênis dele entre as mãos para que pudesse manuseá-lo. Massageou a glande apenas com a ponta da língua e logo sentiu as mãos de tomando seus cabelos para ajeitá-los em um rabo de cavalo. Pouco a pouco, foi colocando o membro ereto em sua boca, ao mesmo tempo em que uma de suas mãos brincava com os testículos. aproveitava cada movimento e não controlava os gemidos e as palavras desconexas que saiam de seus lábios. Ele queria manter os olhos abertos para acompanhar cada ação de , mas quando ela iniciou o movimento de vai e vem com a boca, ele apenas firmou ainda mais a pressão sobre os fios de cabelo dela e fechou os olhos, aproveitando cada segundo. Ao perceber que, caso ela continuasse naquele ritmo, ele logo chegaria ao ápice, tratou de afastar-se e logo voltou a se aproximar para tirar o sutiã que cobria aquela parte do corpo dela com a qual ele estava louco para poder brincar. Demoradamente, passava a ponta da língua nos mamilos da mulher, até decidir dar atenção completa a um deles. Enquanto acariciava o esquerdo com uma mão, intercalava os movimentos no direito: lambia, sugava, dava mordidinhas. As reações de estavam deixando-o louco, mas, com o pouco de consciência que ainda restava, ele sabia que não poderia ultrapassar nenhuma etapa, pois aquela não era apenas uma noite qualquer com uma garota qualquer. Pensando nisso, ele desceu os beijos para as coxas dela, divertindo-se ao vê-la arfar cada vez que ele ameaçava chegar perto de sua intimidade.   distribuiu beijos por cima do tecido rendado da calcinha de e ela riu em desespero, sedenta. Quando a única peça de roupa que ela ainda vestia atingiu o chão, o homem sorriu maravilhado. Ainda encarando , ele passou os dedos sobre toda a extensão da intimidade dela, fazendo-a prender a respiração. Ela agarrou a mão dele e tentou empurrá-la para dentro de si, mas ele conseguiu afastá-la.
— Vamos com calma, mocinha. — grunhiu em resposta e ele sorriu malicioso, descendo a boca para sugar e acariciar o clitóris dela com a língua. Ela até tentou reprimir um pouco os gemidos, mas foi tudo em vão: sabia muito bem o que estava fazendo. Passou algum tempo dedicando-se apenas aquela área de maior prazer, antes de deslizar os dedos, deixando tudo mil vezes mais prazeroso. aproveitou cada segundo daquelas sensações que ele causava em seu corpo, mas também sentiu que não duraria muito, então puxou para cima, selando seus lábios mais uma vez. Ele entendeu o recado e abriu a gaveta do criado-mudo ao lado da cabeceira da cama, tirando de lá um pacote de camisinha. Devidamente protegidos, foi lentamente penetrando-a, aproveitando cada segundo antes de começar a estocá-la com mais intensidade e velocidade.  As mãos de passeavam por toda a extensão do corpo de , indecisas se deveriam parar em algum ponto específico ou não, e sua boca passeava entre a orelha e o pescoço dele. Quando ela contraiu a vagina, apertando-a em volta do pênis de , ele a estocou com força, perdendo o controle.
— Isso é jogo baixo, .
— Você não disse que queria ver qual era o meu limite? Não estamos nem perto... — Ela  sorriu sacana e ele, que havia parado por alguns segundos, voltou o movimento de vai e vem. — Que tal invertemos o jogo? — Agora foi a vez dele sorrir malicioso e jogar-se para o lado dela na cama.
ficou em pé na cama, posicionando uma perna em cada lado do corpo dele. Ao perceber qual era a intenção dela, endireitou o corpo e levou uma mão até seu pênis, segurando-o de forma que ficasse fácil para ela encaixar-se sobre ele. começou a descer o corpo lentamente até sentar completamente no membro enrijecido dele, o tesão aumentando a cada momento, se é que aquilo era possível. levou as mãos até a cintura dela a fim de ajudá-la a movimentar-se sobre ele. Assim que encontraram um ritmo bom para ambos, ele levou dois dedos ao clitóris dela, numa massagem deliciosa que fez com que ela aumentasse a intensidade dos movimentos. Em questão de minutos e com pouca diferença de um para outro, e relaxaram seus corpos ao atingirem o ápice de prazer. Assim que seus batimentos normalizaram, ela girou, caindo ao lado dele na cama.

~ * ~

, me empresta umas moedas para comprar um chocolate quente da máquina? Por favorzinho? — pediu, sabendo que a amiga sempre guardava (muitas) moedas em sua gaveta.
— Vou cobrar juros pelo empréstimo, hein. — Riu e alcançou as moedas para a amiga. caminhou até a copa, inseriu as moedas na máquina e aguardava ansiosa pela bebida quente quando ouviu alguns passos se aproximando.
— Bom dia, ! — Um extremamente sorridente apareceu ao seu lado.
— Bom dia... — Ela deu um sorriso contido, tamanha era a vergonha que sentia dele.
— Você está bem?
— Tô sim, só muito trabalho.... Sabe como é.... — Antes que ele pudesse pensar em responder ela já havia pego a bebida e saído do local, voltando a sua mesa.
— Aquele cujo nome não deve ser mencionado chegou e eu quero me enfiar num buraco! — Comentou com .
, você já é bem grandinha para ter essas reações, não acha? — Encarou a amiga com as sobrancelhas levantadas.
— Ha, ha, há! Falou a rainha da sensatez agora. — A outra respondeu sarcástica, mas logo tiveram que parar a conversa, uma vez que o assunto se aproximava.
— Bom dia, .
— Muito bom dia, ! — Ela deu seu melhor sorriso e fez o outro rir. “Ela provavelmente já sabe de tudo”, pensou. Nesse momento, queria que uma cratera se abrisse e que ela fosse sugada para dentro da mesma. nunca perdia uma chance de sacaneá-la e em outras ocasiões e com outros caras ela até riria, mas com era tudo diferente. Eles eram colegas de trabalho, por céus! Ela bem que podia colaborar.
Por sorte, estava realmente cheia de trabalho e o dia passou mais rápido do que ela imaginou, sempre tomando o cuidado necessário para desviar de qualquer encontro com . Mas é claro que o destino ia dar mais um jeito de zoar com a cara dela. Quando a porta do elevador estava a poucos centímetros de fechar, uma mão grande apareceu no meio, fazendo-a abrir novamente. entrou no elevador e, mais uma vez, a mulher quis sumir.
— Por que você passou o dia fugindo de mim? — Ele logo lançou o questionamento.
— Eu não fugi de você... — Ela forçou um sorriso, tentando desviar o assunto.
...
— Está bem, . Foi por vergonha! Ou você acha super normal sair por aí pegando os colegas de trabalho e depois ser fácil fingir que nada aconteceu? — Ela o bombardeou.
— Você não me pareceu nada envergonhada na sexta... — Sorriu sacana e recebeu um tapa no braço por isso. — Desculpa, isso foi inapropriado. — Deixaram o elevador e caminhavam rumo aos seus carros no estacionamento quando ele confessou o quanto havia gostado daquela noite. — Mas foi tão bom que... Eu pensei.... Que poderíamos repetir... — Coçou a cabeça em um claro sinal de nervosismo.
— Wow, eu não esperava por isso, mas nós somos colegas de trabalho, . Isso pode complicar as coisas para nós lá dentro. — vasculhou a área do estacionamento com os olhos e quando não encontrou ninguém conhecido, aproximou-se de , prensando-a entre seu carro e seu corpo.
— Escondido é bem melhor, perigoso é divertido — Sussurrou no ouvido da , que se arrepiou dos pés à cabeça.
— Você é maluco, .
— Por você! — Beijou o canto dos lábios dela, antes de descolar seus corpos.
— Onde é que eu fui me meter? — Ela perguntou, levando as mãos até o topo da cabeça em um sinal de desespero. — Bom, quem está na chuva é para se molhar, não é mesmo? — Sorriu maliciosa, fazendo o sorriso de aumentar ainda mais.
— Você não vai se arrepender. — piscou, logo selando seus lábios em um selinho. Não queria arriscar tanto, pelo menos não ali.
— Me prove, então! —  Agora foi a vez dela piscar. No entanto, antes que ele pudesse formular uma resposta sacana, ela já havia entrado em seu carro. ficou ali, sorrindo, até ver o veículo sair de seu campo de visão.

~ * ~
Janeiro

O recesso de final de ano havia acabado e, embora ninguém estivesse com muita vontade de voltar ao batente, tanto quanto estavam ansiosos pelo reencontro. Nesse momento, encontravam-se sentados lado a lado na sala de reuniões, uma vez que eram da mesma equipe. Gilles marcava um encontro com cada grupo e depois fazia uma reunião geral, a fim de apresentar os planos, metas e ações para aquele novo ano que se iniciava. Discretamente, aproximou ainda mais sua cadeira da cadeira de , fazendo a mulher olhar assustada em sua direção ao sentir suas pernas roçando uma na outra. Ele passou a alisar a coxa direita dela, começando no joelho e parando mais acima, finalizando com um apertão. teve de bebericar um pouco de água a fim de acalmar as emoções e cutucou a perna dele por debaixo da mesa, arrancando uma careta de dor do homem. Por sorte, as reuniões com Gilles eram maravilhosas e todos estavam focados em sua fala, não percebendo nada do que se passava naquela sala.
— Muito obrigado pela atenção e parceria de vocês! Que esse novo ano seja ainda melhor. —  Gilles encerrou a reunião ao som de muitos aplausos. e eram os últimos a irem em direção a porta, mas foram interrompidos pelo mais velho. — e , eu ia deixar para falar com vocês mais tarde, mas já que estão aqui, posso ter mais um minuto da atenção de vocês? — e gelaram no mesmo instante. Será que haviam dado mole e agora seriam demitidos?
— Claro, Sr. Gilles. — , com toda sua cara de pau, foi quem deu uma acalmada no ambiente, já que ainda não havia se recuperado do choque.
— Com a fusão dos dois de nossos maiores clientes, nós teremos que unificar o trabalho de vocês, prestando um trabalho de consultoria em dupla para eles. Ambos são extremamente capazes, mas essa é uma conta muito grande e não podemos sobrecarregar ninguém. Espero que vocês entendam.
— Não há problema algum, Sr. Gilles. — sorriu sincera, aliviada por um lado e tensa por outro. Trabalhar mais próxima de poderia ser perigoso.
— Será uma honra trabalhar com a senhorita em prol de nossos maiores clientes. — respondeu com todo seu carisma.
— Sabia que vocês não me decepcionariam! — O homem sorriu sincero. —  Nas próximas semanas nos reuniremos novamente para acertar os próximos detalhes.
— Agora você não tem mesmo como fugir de mim, .... — sussurrou para ela assim que deixaram a sala de reuniões. , ainda atordoada com a notícia, apenas deu de língua e dirigiu-se até o banheiro feminino.

~ * ~
Fevereiro

— Pontual como sempre. — Ele sorriu ao ver adentrando o restaurante do hotel em que estavam hospedados em Toronto. Eles haviam viajado para a cidade para uma rodada de reuniões com a Phocus, seus maiores clientes.
— Eu sempre cumpro a minha palavra, . — Ela sorriu provocativa.
— Eu sei bem disso, . — Retrucou, sorrindo de canto.
Foram interrompidos por um garçom, que depositou na mesa uma champanheira e depois serviu a taça de ambos. Agradeceram o rapaz, e, assim que o mesmo virou as costas, olhou admirada para o colega/ficante.
— Não acredito que você fez isso... — Sorriu, sentindo-se verdadeiramente feliz.
— Fico feliz que você tenha gostado! Um brinde ao nosso novo ciclo profissional... E pessoal... — Ergueu sua taça e logo fez o mesmo, acompanhando-o no brinde.
Embora estivessem cansados das longas reuniões que haviam tido naquele dia, aproveitaram cada segundo daquele jantar. Ali, em uma cidade diferente, onde não precisavam ter medo de serem vistos por alguém da empresa, conversaram sobre os assuntos mais aleatórios, compartilharam detalhes pessoais ainda desconhecidos, riram muito. Aproveitaram ao máximo a companhia um do outro, descobrindo que a sintonia que os unia ia muito além do sexo maravilhoso que eles praticavam.
A empresa havia reservado um quarto para cada um, mas, obviamente, apenas um foi utilizado naquela noite.

  ~ * ~
Março

— Aqui está, senhorita. — entregou um saquinho de pipoca doce a , sentando-se ao lado dela em seguida. O sol brilhante no céu e a temperatura girando próxima dos 10 graus fizeram despertar em ambos o desejo de passar um sábado à tarde em um dos parques da cidade.
— Eiii! Que liberdade é essa? — ela protestou ao vê-lo roubar alguns grãos coloridos de seu pacote.
— Não me faça começar a explicar... — respondeu sacana e ela rolou os olhos, sendo surpreendida por um selinho demorado. Ele tinha a intenção de aprofundar o contato, mas foi impedido quando sentiu algo bater em sua canela. Olhou para baixo e viu uma bola de futebol a sua frente, sorrindo ao ver que um garotinho de aproximadamente 4 anos chegava mais perto para resgatar o brinquedo que agora ele segurava em uma das mãos.
— Desculpa, tio!
— Promete nunca mais me chamar de tio? — O mais velho questionou, tentando manter uma feição séria.
— Prometo! — O pequeno respondeu prontamente.
— Então tudo bem! — sorriu e entregou a bola ao garoto.
—  Noah! Você já pediu desculpas? — Um senhor, que antes os observava de longe, vinha caminhando de encontro ao trio.
— Sim, vovô! O tio me desculpou. — Ele imediatamente tapou a boca com as mãozinhas ao perceber que havia pronunciado a palavra proibida, fazendo os dois adultos sentados gargalharem. Assim que ele estava ao lado do pequeno Noah, o homem e a mulher de frente para ele gelaram. Gilles estava ali. Gilles era o avô de Noah. Gilles provavelmente chamaria a gerente de RH para demiti-los ali mesmo.
. . — Ele os saudou. — Vocês dois... — Abriu um sorriso discreto.
— Tudo bem, eu retiro minhas coisas do escritório no primeiro horário na segunda-feira, eu prometo. — Ela desatou a falar, o desespero soando nítido em seu tom de voz.
— Quê? Você está maluca, ? — Ele começou a rir. — Eu jamais demitiria dois dos meus melhores funcionários! Só peço que sejam discretos durante o trabalho.
— Com certeza, Sr. Gilles. — pronunciou e completou com um “prometemos!”. — Só não briguem e façam como aqueles funcionários que fazem o chefe tomar um partido... E nem façam um desses tão cedo! — Ele apontou para Noah e as bochechas de ligeiramente adquiriram um tom mais rosado que o normal. Era pedir muito que ela fosse sugada por uma cratera?
— Vamos brincar, vovô! — Noah pediu a Gilles, que rapidamente atendeu ao pedido do neto, despedindo-se de e .
— Um “problema” a menos. — Ela fez aspas com as mãos.
— Eu sabia que ele nos apoiaria... — sorriu sincero, depositando um beijo na testa de .
Ficaram em silêncio por alguns minutos, até que o homem lhe ofereceu um lado dos fones de ouvido e ela lhe olhou confuso.
— Quero te mostrar o refrão daquela música.... Que me faz pensar em nós.... — Ele disse meio envergonhado. — ajeitou o fone no ouvido e logo foi invadida pelo refrão:
'Cause on the street, or under the covers We're stuck like two pieces of Velcro At the park, in the back of my car It don’t matter what I do, No, I can’t keep my hands off you
— Qualquer semelhança não é mera coincidência! — Ela declarou sorrindo e selou os lábios em um beijo apaixonado.





FIM!



Nota da autora: Quando eu vi músicas vagas no ficstape da banda da minha vida não tive dúvidas: eu precisava participar! Primeiramente, quero agradecer a duas amigas/autoras maravilhosas: Bruh Fernandes que deu a ideia para o enredo e a Jessica Franciele que acompanhou cada frase e sempre me incentivou com a história desse casal.
E você, leitor ou leitura, obrigada por ter dispensado uma parte de seu precioso tempo para dar uma chance a essa fanfic.
Aproveito para reforçar que o FFOBS é um site imenso e tem fanfic para todos os gostos, então se percam nele e encham as autoras de comentários, isso faz toda a diferença. Beijos da Stone! <3
Leia também:
- Around Here
- Taça do Amor
- Turma de 2003
- Turma de 2003: Após o reencontro





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