02. Decide aí

Capítulo Único

Pov's

mexia na bolsa com certo desespero, provavelmente procurando algum dos 20 remédios que ela carrega pra todo lugar, enquanto eu a encarava, esperando ela me dar atenção suficiente para entender o que eu havia dito e na mala que estava no canto do corredor.
– Mas então, o que você estava falando mesmo?
– Não dá mais pra mim, ! Eu tô perdendo tempo aqui com você. Eu não sou o tipo de pessoa que aceita um relacionamento aberto, mas eu achei que podia dar certo, achei que poderia fazer você mudar seu pensamento.
– Você sabia que isso não iria acontecer desde o princípio!
– Eu sabia, e achei que seria forte pra aguentar. Mas eu não sou! Eu não consigo sair com alguém estando comprometido, mesmo que seja um relacionamento como o nosso!
– Mas ...
– Não, chega! Você não vai me convencer dessa vez. Eu vou dar uma volta, e venho aqui pra buscar as minhas coisas quando você não estiver mais aqui! – Eu me levantei indo em direção à mesa onde estavam as chaves, mas fui impedido por uma mão que agarrou meu braço.
, por favor! – Os olhos dela estavam cheios d'água e eu senti minhas pernas vacilarem. Deus, como eu era apaixonado por aquela garota!
, você tem uma opção, você sabe disso! – Disse enquanto soltava meu braço, pegando a chave e abria a porta
– sua voz vacilou, mas ela logo se recompôs. – Você não vai conseguir me esquecer tão fácil, desiste disso.
– É claro que eu não vou te esquecer em questão de segundos, mas pra facilitar as coisas, eu sumo. Você não vai me ganhar tão fácil, . Não dessa vez! Decide aí o que você vai fazer.

Bati a porta e sai, desci pelas escadas mesmo, afinal o apartamento ficava no terceiro andar e não era nada absurdo. Quando eu comecei a acelerar o carro mais que o normal, entendi que não conseguiria dirigir por muito tempo sem causar um acidente e optei por encostar em um parque qualquer, observando um casal de adolescentes que riam bobamente um pro outro, diria facilmente que era o primeiro amor de ambos. Ver aquilo deixou meu coração apertado. Não ia ser fácil esquecer aquela garota, mas se fosse necessário eu sumiria. O casal de adolescentes saiu correndo atrás de um pequeno cachorro que estava com eles e eu não tinha visto antes, e foi impossível manter as memórias longe.

Flashback on

saiu correndo atrás de Puppy, a cadela da minha tia que ficaria conosco durante o final de semana, e eu podia jurar que se colocassem ela e a minha sobrinha de 9 anos em uma disputa de quem é mais madura, minha sobrinha ganharia de goleada. Sentei embaixo de uma árvore, me preparando pra começar a ler um livro, quando um terremoto passou, e logo depois um peso foi depositado no meu colo. Se você acha que isso foi a Puppy e a , você está totalmente certo!
– Você tá vermelha, garota! É o resultado do seu sedentarismo, você deveria larga-lo e começar a correr comigo. – Eu disse enquanto gargalhava da cara de cansaço dela
– Ah, mas eu me recuso a largar meu laço afetivo construído há anos com o sedentarismo só porque você está incomodado com o meu cansaço.
– A decisão é sua! O que você tá fazendo? – perguntei enquanto ela remexia sua bolsa inseparável
– Procurando um remédio!
– Meu Deus! Hipocondríaca que fala, né? – vi seu olhar passar da bolsa para os meus olhos com um ar de diversão
– Então quer dizer que você agora rouba meus memes?
– Parece que sim
– Então, agora eu vou roubar alguns beijos seus, tá? – Ela sorria enquanto encostava os lábios nos meus.
Eu abracei , puxando–a pra mais perto do meu corpo e ficamos ali até sermos interrompidos por uma bolinha de pelo que olhava com certa ansiedade para querendo voltar a brincar, a mesma engoliu o remédio que tinha pego a seco mesmo é correu pra brincar com a pequena cadela, enquanto eu ria voltando pro meu livro.

Flashback off

Balancei a cabeça tentando esquecer aquela, e todas as outras lembranças. Mas é impossível enganar a si mesmo, eu sabia que não esqueceria tão cedo a minha menina e seus cabelos castanhos, seus olhos cor de mel e seu vício incontrolável por remédios.
Voltei a ligar o carro, pois eu sabia que enquanto continuasse aqui, milhares de memórias me levariam ao que eu mais quero esquecer. O problema é que não importava para onde eu fosse, tudo nesse lugar, tudo nessa cidade me levava de volta a ela. Desliguei o carro, frustrado. Queria gritar pra liberar a raiva que estava sentindo, de mim e dela, naquele momento, mas acabei optando por ligar o rádio na tentativa de encontrar um refúgio, mudei pra uma estação qualquer e encostei a cabeça no apoio do banco do carro, até ouvir os primeiros acordes da música que começou a tocar.
Eu comecei a gargalhar.
Histericamente.
E provavelmente assustei quem estava ao redor do carro, de tão alta que havia sido meu riso.
Depois de me recuperar, abaixei a cabeça me perguntando o que eu fiz pra Deus me castigar desse jeito. De todas as estações, eu escolhi justamente a que tocava a merda da dupla preferida da .

Flashback on

– Ei, tem certeza que a gente precisa ir mesmo para esse show? – Perguntei enquanto girava pela quinquagésima na cadeira. Meu TCC vai ser sobre como as mulheres demoram pra se arrumar, decidido.
– Sim, eu tenho! Para de reclamar!
– Ah, finalmente! Sabe a quantas horas eu estou te esperando.
– Hm, duas? – Ela se jogou no meu colo, fazendo com que a cadeira ficasse parada.
– E trinta minutos! Você não podia chamar nenhum dos outros caras pra ir com você? Por que eu fui o escolhido pra forca?
– Porque é um show especial e eu quero estar com alguém especial.
– Ah, conta outra!
– É sério, ! Por favoooor, vamos! – Sua boca se juntou, formando um biquinho fofo. Como se ela precisasse disso pra me convencer.
– E o que é que eu nego pra você, hein? – Disse revirando os olhos enquanto pegava a chave – Vamos logo, quanto mais rápido, melhor!

A viagem de 20 minutos até a casa de show foi embalada pela voz de , que tentava me ensinar alguma das músicas do show de logo mais. E eu só conseguia pensar em como aguentaria o show inteiro sem morrer de tédio.

– 1 hora depois –

Eu só queria sair desse aglomerado absurdo de gente, mas eu olhei pra baixo confirmando minha teoria de que a pessoa que tinha me arrastado até ali não estava com a menor vontade de ir embora. O show tinha acabado de começar. Sim, isso mesmo. De começar. Porque a teve a brilhante ideia de inventar que o show começava 1 hora antes pra poder chegarmos cedo o suficiente pra ela ficar na bem de frente pro palco.
Na primeira música, ela me olhou e eu sorri.
Na quinta música, eu forcei o sorriso.
Na décima, eu respirei fundo pra não surtar.
Na décima segunda, eu comecei a me questionar quantas horas esse cacete desse show ia durar.
Na décima quarta, que eu descobri ser a penúltima depois, ela me abraçou e nós ficamos dançando do jeito que dava ali naquele mar de gente.
Na última, ela chegou perto de mim e gritou "essa é a nossa música”, eu questionei o porquê e ela mandou eu prestar atenção na letra e bom, foi o que eu fiz.

"E aí, o que é que a gente vai fazer?
Diz aí, se você quer e eu também tô querendo você

Tantos sorrisos por aí, você querendo o meu
Tantos olhares me olhando e eu querendo o seu
Eu não duvido não, que não foi por acaso
Se o amor bateu na nossa porta, que sorte a nossa

Tantos sorrisos por aí, você querendo o meu
Tantos olhares me olhando e eu querendo o seu
Eu não duvido não..."

Flashback off

"... que não foi por acaso
Se o amor bateu na nossa porta, que sorte a nossa
Ai, ai, aí...

Fala galera, vocês estavam ouvindo “Que sorte a nossa”, da dupla Matheus e Kauan. Os caras mandam muito, pode falar..."

Eu nunca entendi o motivo dela dizer que essa era nossa música, afinal ela queria muitos sorrisos além dos meus. Voltei a rir dessas pequenas ironias da vida. Mexi no pequeno chaveiro que ela havia me dado há uns anos, antes mesmo de começarmos a namorar, e depois arranquei ele do espelho onde estava pendurado, jogando na sacolinha que servia de lixeira no carro. Peguei o telefone mandando uma mensagem para o meu irmão avisando que faria uma visitar, aproveitei para ligar o despertador para um horário no qual não estivesse em casa, ainda precisava pegar as minhas coisas. Ajustei o banco do carro e me arrumei do jeito que deu, e no momento eu só tinha uma certeza: Aquela ia ser uma longa noite.


Pov's

Ele foi embora. Ele realmente foi embora. Não fazia ideia de quanto tempo fiquei encarando a porta, mas eu sentia cada vez mais a minha esperança dele voltar se esvaindo.
IDIOTA. IDIOTA. IDIOTA!
Eu não tinha certeza para quem aqueles xingamentos eram direcionados, mas provavelmente era só a forma do meu coração dizer para o meu cérebro “eu te avisei que você estava fazendo a escolha errada”. Às vezes é melhor ouvir a emoção. Ironicamente ou não, eu nunca soube interpretar o momento certo de deixar a emoção falar mais alto.
Depois de perceber que ele realmente não voltaria, me arrastei até o quarto e encarei minha imagem no espelho: Eu estava acabada! Maquiagem borrada, cabelo bagunçado, roupa amassada, descalça... Acho que foi ali que eu entendi o que eu sentia por , eu o amava. Amo. Meu medo de amar sempre foi tão grande que me impediu de perceber isso.
Abri o armário na tentativa de encontrar uma roupa confortável, o pano do vestido, que antes era confortável e macio, agora me pinicava. Depois de tacar um amontoado de roupa no chão, enxerguei no fundo do armário a blusa que estava ali há pouco mais de 6 meses, puxei a blusa e deitei agarrada nela como se fosse um urso de pelúcia, sabia que aquela era uma das poucas coisas que eu ainda teria de , já que logo ele pegaria a mala e partiria, e daqui a alguns anos, quando eu começasse a esquecer as coisas, aquela camisa de time me levaria a uma das poucas lembranças que eu teria dele....

Flashback On

, o que você acha de ir ao jogo comigo? – Olhei pra ele com a minha melhor cara de “você só pode estar louco”, mas ele continuou sorrindo pra mim como uma criança que pede doce pra mãe.
– É sério?
– Claro!
– Mas eu não tenho nenhuma camisa do .
– Você pode ir com qualquer camisa ou eu posso te emprestar uma minha... – Ele continuava sorrindo e me olhando com certa ansiedade.
– Ah, pode ser!
– Sério? Sério mesmo?
– É, ué! Você não me chamou pra ir? – Eu perguntei enquanto observava ele vir na minha direção.
– Eu não achei que você fosse topar.
– Mas eu só quero saber como você vai conseguir comprar ingresso pra mim, já que jogo é hoje e pelo que eu sei, esgotou. – Olhei pra ele com um olhar divertido, era a minha cartada final.
– Um amigo meu não vai e perguntou se eu queria o ingresso, não pense que você vai se livrar agora que você topou.
– Tá, tanto faz.

Depois de usar todas as minhas desculpas, inutilmente, lá estava eu, na catraca do estádio, esperando a luzinha verde acender (Mas torcendo mentalmente para isso não acontecer). Minha ideia não deu certo, a luz verde acendeu e agora eu realmente não tinha pra onde escapar. me puxou pela mão, correndo pelas rampas do estádio, ele falava algo sobre eu não poder perder a entrada do time, mas falava tão rápido que eu fiquei surpresa de conseguir entender, um pouco, do que ele estava falando. Entramos pelo “túnel” e aquilo era muito mais impressionante do que quando víamos pela televisão.
Faltavam 5 minutos pro jogo começar, e os times entravam em campo. Olhei para o outro lado da arquibancada e minha boca se abriu em um perfeito ‘O’. O estádio inteiro estava pintado de com um mosaico que me fez entender o porquê das pessoas virem assistir ao jogo aqui. O juiz apitou e o jogo começou, enquanto eu fechava os olhos e pedia a Deus que aquilo terminasse logo.
15 min/1º temp: já tinha xingado tantas vezes o cara que jogava no meio e vestia a 8 que eu já havia perdido as contas.
30 min/1º temp: Gol do . Festa. MUITA Festa. me abraçou enquanto pulava comemorando, depois me largou e foi abraçar alguns desconhecidos. Me questionei se aquilo era normal.
45 min/1º temp: O Juiz abençoado por Deus não deu nenhum minuto de acréscimo e metade do tempo já tinha ido.
– Ta tudo bem, amor?
Forcei o melhor sorriso que consegui e respondi que sim.
– Vou ao banheiro, você quer alguma coisa
Ir embora, respondi mentalmente.
– Só um refrigerante.
Observei ele se espremer naquele mundo de gente até finalmente conseguir chegar no túnel, e voltar dez minutos depois com dois copos personalizados.
– Que copos são esses? – Perguntei segurando o riso
– Não são sensacionais? Eles vendem copos personalizados da partida agora.
– Ah, claro! Sensacionais! – Usei toda a ironia possível pra pronunciar aquela frase
– Eu só não discuto com você porque o jogo vai começar! – Disse me dando um selinho e levantando pra conseguir ver o jogo.
Passei o primeiro tempo inteiro sentada, mas acabei optando por levantar pra ver se aquele segundo tempo seria menos tedioso.
1min/ 2º temp: Gol do time adversário. Talvez levantar não tenha sido a melhor ideia. E eu, definitivamente, nunca havia escutado tantos xingamentos como naquela hora.
17 min/2º temp: O coitado do atacante já tinha acertado a trave três vezes, mas a bola não queria entrar. Observei começar a ficar tenso.
24min/2º temp: Pênalti pro time adversário. Ninguém respirava. O camisa 15 deles se preparou pra bater. O goleiro pegou e outra festa começou, acabei contagiada dessa vez. Mas pulei timidamente na minha cadeira.
43 min/ 2º temp: Escanteio para o . O zagueiro que vestia a número 4 mergulhou e eu só vi a bola na rede. Pulei no , que me abraçou. Depois alguns desconhecidos me abraçaram e eu entendi que aquilo era mesmo normal. Eu estava elétrica, tinha sido contagiada pela alegria da torcida.
47 min/ 2º temp: O juiz apitou o fim do jogo. Mais festa. Eu juro que estava contente, até levar um banho de cerveja. Estádios realmente não eram a minha praia e agora eu lembrei o porquê.
Saímos de mãos dadas e sorrindo, enquanto pulava e cantava todas as músicas acompanhando a torcida. Ele me olhou e sorriu.
– Obrigada por ter vindo comigo, amor! – Olhei pra ele meio perplexa, mas ele já tinha voltado a olhar pra frente. Respirei tranquila, sabendo que ele sabia o tipo de relação que tínhamos e que não iria se apegar.
O problema era que alguém tinha que avisar isso pro meu coração, que batia dez vezes mais rápido desde que ouviu aquele apelido.

Flashback Off

Quando foi que eu comecei a chorar? Eu não tinha a mínima ideia! Mas eu sabia que aquilo tudo era culpa minha, fui eu que perdi ele, fui eu que deixei ele ir, fui eu que não disse que o amava quando tive a chance.
Troquei de roupa, colocando a blusa que estava na minha mão e fui até a minha bolsa caçando um remédio pra dor de cabeça. Virei a bolsa de cabeça pra baixo e a quantidade de embalagens que agora estavam sobre a minha cama. Baguncei eles e finalmente encontrei o que eu procurava, o que eu não contava era encontrar um post-it grudado nele...

Flashback On

Vi que estava deitado, ou seria melhor dizer largado(?), no sofá da minha casa e estranhei. Okay, a gente tinha um relacionamento, mas não era um namoro sério, e aquilo era esquisito demais.
– Por acaso eu posso saber o que você está fazendo aqui? – Perguntei enquanto tropeçava numa mala.
– É, eu fui enxotado.
– Como assim? – Empurrei ele do sofá pra conseguir sentar.
– Resumidamente? Você sabe que eu divido o apartamento com um colega da faculdade certo? – A penas afirmei com a cabeça – Então, ele ficou meio revoltado com umas roupas que eu deixei bagunçadas e me expulsou.
– Sem mais nem menos?
– Yep! Mas relaxa que eu não vim morar com você, só vim passar a noite aqui. Você tinha dito que eu podia vir pra cá caso precisasse, e eu sabia que você não traria ninguém pra cá!
– Tudo bem, você pode ficar, mas com uma condição!
– Manda!
– Me leva na farmáciaaaaa?
– Sério?
– Eu PRECISO de um remédio para dor de cabeça.
, você tem remédio pra cacete ai!
– Mas não tem nenhum de dor de cabeça. POR FAVOOOOOR
– Tá, garota chata! Vamos logo.

Depois de dez minutos de uma discussão interminável sobre biscoito x bolacha, encontramos uma farmácia. E fazia questão de me lembrar (e gravar!) o quanto eu parecia uma criança quando entrava na farmácia.
– Vamos? Eu vou levar só esses! – Perguntei enquanto insistia em continuar me gravando.
– Só esses? tem 7 embalagens na sua mão.
– Deixa de ser insuportável, !
– É assim que você me trata? Eu vou embora da sua vida, eu não mereço isso!
– Era só te tratar assim pra você ir embora? Por que não me avisou antes?
– Pensa bem no que você fala, . Na farmácia não vende remédio pra saudade...

Flashback off

Gargalhei com lembrança e arranquei ao post-it, colando no armário. Engoli o remédio e deitei, sabendo que dormiria em poucos minutos por causa do efeito forte. Talvez dormir fosse tudo o que eu precisasse, talvez fosse um jeito de acordar deste pesadelo.

Pov’s

Eram quase 5 da manhã e eu rezava para que ainda estivesse fora de casa pra eu poder pegar as minhas coisas sem mais nenhuma dificuldade. Eu fugiria dali o mais rápido possível. Vi minha mala no canto da sala e fui em direção ao quarto para pegar minhas coisas que estavam no banheiro da suíte. Eu só não espera ver a imagem que eu estava tentando evitar.
estava dormindo. Com uma blusa minha do . E coma cara inchada.
Merda. Deus, o que foi que eu te fiz?
Tentei fazer o mínimo de barulho possível, mas o sono dela era tão leve que até o barulho do edredom caindo no chão a acordaria. Eu não podia esperar que, com a sorte que eu estava, ela continuasse dormindo.
? – Ela me olhou forçando os olhos como quem quer ter certeza do que está vendo.
– Oi, eu vim pegar o resto das minhas coisas, mas eu ja vou!
, espera! – Encostei no batente da porta do banheiro enquanto observava ela sentando na cama e começando a se ajeitar. – Eu tomei uma decisão.
– Tudo bem, ! Você não quer nada sério, eu entendo. Eu só não consig... – Parei de falar no instante em que o furacão pulou da cama e me agarrou.
– Não vai embora, por favor! Eu sempre quis um relacionamento sério, mas eu tive medo... Eu te amo!
piscava sem parar enquanto eu olhava assustado pra ela, eu mal podia acreditar que ela havia dito que queria um relacionamento sério, quanto mais que me amava.
– Fica comigo, por favor! – Vi seus olhos começarem a marejar.
– Eu.. Eu fico. Eu também te amo. – Me senti tonto logo depois, havia pulado no meu colo e me beijando. Interrompi o beijo determinado a resolver minha maior dúvida no momento – O que te fez mudar de ideia? Descobriu que não vai encontrar uma mercadoria tão boa quanto eu no mercado?
Ela gargalhou e eu vi meu riso refletir através do sorriso dela.
– Não – ela arrancou um post–it que estava colado na porta do armário. – Descobri que remédio nenhum cura a saudade. – Ela riu enquanto me entregava o post-it laranja.
Sorri com a lembrança que aquele post-it trazia, e meu sorriso aumentou quando li a mensagem que estava escrita.

“Remédio para curar a sua saudade de mim quando eu resolver te largar por ser tão chata.





Fim.



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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