Capítulo Único
assistiu com um ar desconfiado seu amigo esticar o braço mesmo sem abrir os olhos para alcançar o celular que vibrava jogado no tapete. Aquela cena, no fundo, não tinha nada demais. Ambos jogados no quarto de hotel que dividiam era uma rotina que seguiam quase que religiosamente, assim como passar boa parte do tempo passeando por suas redes sociais. Até ali, nada de anormal também. O que despertava a desconfiança do garoto era o sorriso repentino que tentava conter vez ou outra, que sempre era seguido de seus dedos nervosamente digitando algo.
Aquilo era bastante suspeito, e motivo para preocupação.
- Falando com quem? – perguntou um dia, quando aquela rotina de mais de um mês começou a irritar sua curiosidade, embora tivesse uma boa suspeita de quem se tratava.
- Fãs – respondeu , desviando o olhar da tela do aparelho para o amigo. Seu riso divertido chegou bem perto de convencer o garoto – Eles pensam numas piadas tão boas, dá para passar o dia inteiro vendo essas coisas.
assentiu sem muita confiança, se levantando sob o pretexto de buscar outra cerveja no frigobar do quarto. não desconfiou por um momento sequer, continuou entretido na tela de seu aparelho, o indicador rolando uma conversa que aparentava ser longa, checando as mensagens que trocara anteriormente.
- Até que você não mentiu para mim... Dá para dizer que a é sua fã – comentou o garoto, seu tom nada feliz combinando com a expressão fechada – Só não acho que seja piada que ela esteja contando.
chegou a pular em seu lugar, surpreso ao ouvir o amigo tão perto, ainda mais por descobrir que talvez ele não estivesse dizendo completas verdades esse tempo todo.
- O doido do metrô voltou, ela estava narrando – o ator tentou desconversar, mudando logo de tática quando notou que seguia o fuzilando com os olhos, os braços bem cruzados em frente ao peito – E para de xeretar minhas coisas.
- Você disse que não ia mais falar com ela – lembrou . Ele arriscara se adiantar para o amigo idiota e tentar tomar seu celular, mas logo tratou de manter a distância entre eles, mantendo o aparelho mais perto do corpo, como se isso assegurasse sua posse.
- Não disse, não.
- .
- Não enche.
Não era a coisa mais madura a se fazer, mas começou a correr ao redor do sofá quando percebeu que estava mais determinado a confiscar seu celular, os dois jovens fazendo os percursos mais aleatórios possíveis tanto para despistar o outro como para pegá-lo na curva.
- Você praticamente me pagou para não deixar você falar com essa garota de novo! Apaga o número dela, bloqueia, sei lá! – resmungou já irritado, pulando a cadeira que o amigo derrubara para atrasá-lo na perseguição – Não dá para deixar essa coisa entrar na sua vida de novo.
- Ei! – parou de repente, o braço onde segurava o celular bem esticado às suas costas, a mão livre apontando ameaçadoramente para o amigo – Ela é sua amiga também!
- Mas ela não é minha ex!
hesitou com a colocação do amigo, sendo isso o suficiente para ele conseguir alcançar o aparelho de sua mão, ignorando suas reclamações enquanto checava os tópicos aleatórios da conversa aberta.
- Eu não posso simplesmente parar de falar com ela! – lembrou mal-humorado, sua careta emburrada não sendo o suficiente para ganhar a atenção do assistente – E nem quero.
Um curto silêncio se estendeu, mais ocupado em estudar as mensagens trocadas do que dar atenção de fato ao amigo, que esperava ansioso por alguma reação, qualquer que fosse. Bom, se ele podia escolher, optaria por uma bastante compreensiva, mas sabia que estava apenas se iludindo esperando tal cenário.
- Ela quer voltar? – foi a primeira coisa que ele disse depois de um certo, tempo, os olhos ainda acompanhando as movimentações que fazia na tela do aparelho.
- Tipo isso...
- ...
- Mas eu não vou, ok? – ele cortou o choramingo do amigo, que até deixara os ombros caírem em sinal de cansaço. não ganhava tão bem assim para isso, inclusive, não recebia nada pela aquela amizade de anos – Foi uma decisão adulta e tomada por nós dois, e que eu não vou voltar atrás. Estamos melhor assim. Podemos ser amigos.
Certo, naquele momento chegou a vacilar, a sinceridade na voz de parecendo real demais. Tinha algo a mais em seu timbre também, algo que não era difícil de identificar como mágoa. e se gostavam, praticamente desde sempre, não era segredo para ninguém. Claro que algumas pessoas próximas agora diziam que eles realmente não funcionavam juntos, que tinham notado indícios de que aquele namoro não duraria muito mais – se encaixava nesse último grupo –, só que nada disso cancelava o que sentiam um pelo outro, e isso ninguém ousava negar até hoje. Por isso, odiava tocar naquele assunto, seja com quem fosse.
- Não acredito nisso – disse ele por fim, e bufou cansado. acreditava piamente que estava certo. O amigo estava mais tentando se convencer do que convencer a ele, esperando que, depois de tanto dizer aquelas palavras, elas passassem a ser verdade.
- Ah, me deixa...
- Não, não deixo. Você sabe como ela consegue ser manipuladora quando quer – insistiu o assistente, acompanhando o ator rumar para o frigobar. Se não ia mesmo largar aquele assunto, ele pelo menos precisava beber alguma coisa – Ou já esqueceu da fantasia ridícula que ela te fez usar ano passado?
- Eu perdi uma aposta – retrucou , seu tom claramente defensivo sendo intensificado pelas forma que apontara para o amigo – E a fantasia era maravilhosa, nem vem.
- Eu só quero o seu bem, bro – choramingou, enquanto aceitava a garrafa que lhe fora oferecida – E não é mais ela, e você sabe. Por isso vou, sim, continuar a te vigiar. Estou aqui para impedir que te convença a voltar com ela.
- Então você pode se considerar dispensado porque eu, meu caro amigo, não quero voltar com ela – a voz de soou mais firme, determinada. O tintilar do gargalo de sua garrafa batendo de leve no vidro da garrafa do amigo servindo quase como o martelo de um juiz, que decretava o verídico – Ela pode insistir o quanto quiser, não vai rolar.
ficou estático por um bom tempo, acompanhando apenas com os olhos a movimentação de , que voltou a se jogar no sofá como nada tivesse acontecido. Quando voltou a si, ele estava nada menos do que orgulhoso.
- É assim que eu gosto de ver! – riu o rapaz, seu riso morrendo quando o aparelho esquecido em sua mão voltou a vibrar. dessa vez não pareceu irritado, sequer checou a origem da notificação. Apenas devolveu o celular ao amigo, confiando que ele seguiria o rumo certo e deixaria claro para que toda aquela história de reatarem era furada.
---
era conhecido mundialmente, mas não pela sua característica mais marcante: fazer péssimas escolhas de vida.
Tudo bem, ele estava de volta a sua cidade natal depois de muito tempo fora gravando, era natural sair para rever os amigos, e festas que coincidiam com sua breve estadia eram muito bem-vindas. Só que isso significava que também estaria lá, por se tratar de amigos em comum, e ele definitivamente não tinha condições de encarar a garota.
- A gente não devia estar aqui – repetiu ele, pelo que deveria ser a milésima vez do dia, virando seu copo de cerveja quase de uma vez. Harisson queria debochar do amigo, mas ao notar como sua testa começava a acumular gotículas de suor, acabou deixando para lá. Ele já estava sofrendo o suficiente, podia deixar para torturá-lo no dia seguinte.
- Pegaria muito mal para gente se não viéssemos – lembrou o assistente, relutante se deveria ou não sinalizar para o bartender para mais um refil. Hm, bêbado passando vergonha ou sóbrio neurótico? É, não era uma escolha tão difícil, por isso ele logo ergueu a mão para chamar a atenção do portador das bebidas – Você disse antes que não tinha problema.
- E não tem! Mas ela vai estar aqui, e ela vai estar linda como sempre... – choramingou o ator, sua voz morrendo quase como que sua vontade de não resistir. apenas balançava a cabeça em reprovação, sem perceber que a atenção do amigo agora era de outra pessoa.
- Se controla, cara.
- Droga, como eu queria estar errado – ofegou ele, devolvendo seu copo pela metade ao balcão de uma vez antes que chegasse perto o suficiente para ver suas mãos tremendo e agitando o líquido.
Talvez fosse o tempo sem se verem, mas podia afirmar que nunca vira a garota tão bonita como agora. Seu rosto parecia ter algumas novas cicatrizes leves de espinhas que marcaram a pele, seu cabelo parecia ter passado por um corte ruim e estava mais rebelde do que ele se lembrava, seu uniforma da loja parecia ainda ser o mesmo de quando eles namoravam, e dava para dizer isso pelo rasgo discreto na barra da camiseta, que agora parecia ter alguns amigos. Deus, ela estava maravilhosa.
- Ma boys! – festejou , quando perto o suficiente para abraçar os dois amigos de uma vez – Se não fossem as mil fotos em sites de celebridades eu dificilmente ia lembrar do rosto de vocês agora. Faz tanto tempo que não vejo vocês!
Ambos os garotos apenas desconversaram sem muita convicção, agora um tanto sem jeito por estarem ao lado da amiga de infância depois de tanto tempo, ainda mais com as conversas que vinham tendo sobre ela nos últimos dias.
- Como vão as coisas, astro de Hollywood? - perguntou , se apoiando em e dando um tapa de leve no braço de , que riu e virou um pouco o rosto, tentando disfarçar o rosto que ficara mais corado – Quantas dietas você está quebrando só por respirar esse ar?
- Melhor não dizermos que estive aqui, para poupar broncas futuras – brincou ele. Para a sorte do ator, alguns amigos de seus irmãos chegaram no salão, e ele foi obrigado pedir licença a e ir cumprimentar o grupo.
assistiu a forma quase nostálgica que a garota acompanhou o ator se afastado e logo sumindo no meio do mar de pessoas que começava a aumentar exponencialmente. Quando notou que era observada, riu sem graça e se inclinou sobre o balcão, cumprimentando o bartender com um beijo no rosto, dizendo algumas poucas palavras que era seguidas de risos altos, e saindo de lá com um copo cheio em mãos. Um grupo ao fundo passou a gritar pela garota, que se despediu rápido de para ir de encontro a eles.
Apenas horas mais tarde, depois de muitas bebidas e petisco que definitivamente não fariam muito bem no dia seguinte, que voltou a ver a garota. estava sentada no bar agora não mais tão cheio, passeando entediada o dedo pela borda de seu copo, até notar alguém parando ao seu lado enquanto fazia um novo pedido.
- E aí, ? – suspirou ela, com a voz arrastada e mole de quem já tinha atingido o limite do dia – Eu realmente sinto falta de vocês.
- Já bebeu tanto assim? – brincou ele. Como estava do lado de fora aproveitando o ar livre, não viu mal em puxar uma cadeira e se sentar com a antiga amiga.
- Eu tô falando sério, idiota. Crescemos juntos, agora vocês me trocaram por amigos de Hollywood e nem falam mais comigo! – brincou a garota, mas no fundo estava falando a verdade. O contato entre os três tinha diminuído drasticamente nos últimos meses, e estaria mentindo se disse que não sentisse falta dos dois – Tenho que saber o que está acontecendo na vida de vocês por tabloides.
Certo, aquilo fez com que uma luz de atenção se acendesse na mente do assistente.
- Pensei que você e o não parassem de trocar mensagem – contou ele, sem pensar duas vezes. Fosse o tanto de bebida que tivesse ingerido ou o leve choque por uma revelação como aquela, o fato foi que sequer cogitou abordar o assunto de outra forma – Ele sempre fala que está conversando com você.
- Só se for outra , porque essa aqui não é – a garota riu nervosa, ainda mais quando se virou para a porta mais próxima, seu olhar distante parecendo sério demais – Você tá com uma cara estranha, o que foi?
- Já volto, preciso falar com o idiota do meu chefe – avisou ele antes de se colocar de pé, para a surpresa e confusão da garota.
- Mas o é seu chefe.
- E ele vai ouvir agora.
Não foi difícil encontrar o ator, já que ele estava cercado com alguns amigos e os risos altos eram uma boa forma de rastreamento. Assim que viu a expressão fechada de , já soube que devia ter feito algo errado, por isso logo se afastou do grupo para que a conversa fosse a mais privada possível.
- Ela não te disse nada disso, não é? – disse ele acusadoramente, e para sua confirmação, sequer precisou de um nome para entender do que se tratava, seu olhar logo caindo ao chão – Eu não acredito que você estava fazendo pose esse tempo todo e você que quer ela de volta!
- Certo! – exclamou o ator, um pouco mais alto do que devia. Um grupo ao longe na calçada chegou a olhar na direção da dupla, que logo tratou de abaixar o tom – Talvez eu tenha stalkeado um pouquinho ela nos últimos tempos. Pensei em mandar algumas mensagens, mas nunca cheguei a apertar o enviar...
- Por que, cara?! Você estava tão b...
- Nem termina essa frase porque eu estou miserável, ok? – interrompeu o amigo sem delicadeza alguma, o que chegou a assustar . Sua voz adotara uma certa agressividade que era novidade vindo do ator, que, percebendo como tinha explodido repentinamente, respirou fundo e voltou ao seu tom de lamúrias – Eu sinto a falta dela pra caralho! É um saco não falar mais com ela todo dia, ver quando ela fica enfurecida de eu achar graça dela brava... É um porre ficar sem ela. Eu não consigo mais. Não consigo e também não quero.
- E não fez nada a respeito disso ainda por quê?
ficou em silêncio por dois motivos bastante claros: o primeiro era a surpresa pela mudança drástica de discurso de , e a segunda foi para dar brecha para ele dizer que estava brincando e logo retornar para sua política Anti-.
Quando percebeu que a determinação – e indignação – no rosto do amigo era sincera, o ator ficou ainda mais confuso.
- Mas... Voc... Quê?!
- Eu só estava na missão manter longe porque você disse que queria – explicou , uma mão no ombro do ator lhe passando um aperto amigável – Tô aqui querendo o melhor para você, sempre. Eu cresci vendo aquela garota te ter na palma da mão, sei como você é louco por ela.
- Acha mesmo que eu devia ir falar com ela? – planejara soar incerto, como se buscasse testar a nova abordagem do amigo, mas acabou que tudo que se ouvia em sua voz era esperança, como se o que precisasse naquele momento fosse apenas um empurrão para uma decisão que já havia sido feita há muito tempo.
- Eu é que não vou – brincou ele – Inclusive, ela já deve estar suspeitando de algo.
- E se ela não quiser mais v...?
- Você está fazendo as perguntas para a pessoa errada – logo o cortou, segurado o amigo pelos ombros e o girando em direção à porta, num alinhamento perfeito onde era possível ver se aproximando com passos cautelosos e olhos curiosos.
de repente sentiu que podia vomitar, e talvez não tivesse nada a ver com o tanto de bebida que tinha ingerido naquela noite, era apenas a reação da aproximação de depois de tanto tempo, vindo exclusivamente em sua direção. não demorou para retornar ao pub, amigavelmente empurrando a garota com o ombro quando passou ao seu lado, recebendo de volta o mesmo gesto e um riso baixo.
- Nossa, tinha bastante coisa para falar, hm? – comentou ela, assim que estava a uma boa distância e bastante afastados de todos. estava visivelmente sem jeito, algo a incomodava, mas nada que o ator à beira de um ataque de nervosos pudesse notar – Ele parecia bastante irritado quando foi atrás de você. Devo me preocupar?
- Você ainda gosta de mim? – soltou ele de uma vez, todo o roteiro de conversa que planejara sendo jogada pela janela, aparentemente. Nada de chegar aos poucos no assunto, sentir a temperatura da água com o dedão do pé. Ele tinha que se jogar de cabeça e aumentar ainda mais o nervosismo ao ver parecer levar um tapa com a pergunta, quase da mesma forma que ele ao perceber que ignorava aos próprios planos.
- , o q...?
- Eu estou falando sério. É a única coisa que eu preciso saber. Você ainda gosta de mim? – ele tornou a repetir a pergunta, agora com muito mais firmeza e clareza do que da primeira vez, o que apenas assustou ainda mais a garota – Porque não tem um dia que eu não confirme que terminar foi a coisa mais idiota que fizemos, e olha que temos uma boa lista, tanto juntos como separados.
- Qual é, ... – começou a garota com cuidado, suas mãos trêmulas e que começavam a suar bem afundadas nos bolsos de suas calças. Com a cabeça, ela sinalizou para a porta às costas – Não vamos ter essa conversa, ok? Melhor entrarmos.
- Vai mentir para mim e dizer que não quer que as coisas voltem a ser como antes?
não mexeu uma célula do lugar, da mesma forma que não conseguiu tirar o pé do chão um centímetro que fosse. Seu maior medo estava acontecendo diante de seus olhos, e, ela já tinha imaginado tantas vezes aquele cenário acontecendo que até já sabia como contornar a situação para sair daquilo com o mínimo de dano possível.
- Aí é que está, : eu quero, só que não tem mais como isso acontecer. Você é uma estrela agora, não me entenda errado – a garota disse rápido, emendando a explicação quando notou a olhar ofendido e machucado do ator – Você não faz ideia de como estou orgulhosa de você, isso sempre foi seu sonho. Só que eu não me encaixo mais nele. Você é um astro de Hollywood, sua agenda está sempre lotada. Não tem mais espaço para “mofar no sofá no domingo, ou fazer vários nada na segunda de tarde”. Nossas realidades mudaram, não temos muito o que fazer. Sem contar que meio mundo de garotas está correndo atrás de você agora, e sempre fui um pouco ciumenta... Péssima combinação.
optou por voltar a ficar em silêncio quando percebeu que começara a tagarelar, seu riso de nervoso para tentar descontrair morrendo um pouco depois de começar, a expressão séria demais de fazendo com que ela se encolhesse enquanto esperava a resposta.
Quando abaixou a cabeça e riu, foi como se o coração da garota se encolhesse no peito.
- Talvez seja aí que eu errei... Eu não quero que as coisas voltem a ser como antes – tomado por uma coragem que ele não fazia ideia de onde estava saindo, arriscou um passo em direção à garota, próximo o suficiente para tocar seu rosto sem precisar esticar muito o braço, quase suspirando aliviado ao sentir mais uma vez sua pele contra a palma de sua mão – Foi um bom tempo? Cara, foi maravilhoso. Só que eu quero mais que isso, como fazer planos de longa data, te ouvir reclamando de algum cliente chato enquanto eu reclamo de algum entrevistador porre, Brigar sobre ter um gato ou um cachorro e acabar escolhendo os dois. Eu quero coisas novas. E sempre que eu tento imaginar algo assim, um futuro... É sempre com você.
não ter se afastado e a forma como ela abria a boca para retrucar e torná-la a fechar foi interpretado como um bom sinal pelo ator, que diminuiu ainda mais a distância entre eles, o suficiente para quase ter a garota contra seu peito, a mão livre também seguindo para seu rosto estático. Quando ainda assim não houve represálias, apoiou sua testa contra a de , que, assim como ele, não ousou fechar os olhos.
- Não quero alguém só para posar para fotos comigo no tapete vermelho, eu quero minha melhor amiga de volta. E se for só isso que eu possa ter, tudo bem, já fico feliz pra caramba – sussurrou ele, seu hálito quente batendo contra os lábios entreabertos de , que acabou espelhando seu sorriso quando o ator também passou a sorrir, suas mãos passando para os cabelos soltos da garota. O apoio dele se tornara mais firme, e a trouxera para mais próximo de seu corpo, as mãos de institivamente não indo parar em seu peito, como se fosse se afastar, mas sim em seus ombros, buscando apoio – Mas passo o resto da semana sorrindo de orelha a orelha se isso também significar ter minha namorada de volta.
Aquilo era bastante suspeito, e motivo para preocupação.
- Falando com quem? – perguntou um dia, quando aquela rotina de mais de um mês começou a irritar sua curiosidade, embora tivesse uma boa suspeita de quem se tratava.
- Fãs – respondeu , desviando o olhar da tela do aparelho para o amigo. Seu riso divertido chegou bem perto de convencer o garoto – Eles pensam numas piadas tão boas, dá para passar o dia inteiro vendo essas coisas.
assentiu sem muita confiança, se levantando sob o pretexto de buscar outra cerveja no frigobar do quarto. não desconfiou por um momento sequer, continuou entretido na tela de seu aparelho, o indicador rolando uma conversa que aparentava ser longa, checando as mensagens que trocara anteriormente.
- Até que você não mentiu para mim... Dá para dizer que a é sua fã – comentou o garoto, seu tom nada feliz combinando com a expressão fechada – Só não acho que seja piada que ela esteja contando.
chegou a pular em seu lugar, surpreso ao ouvir o amigo tão perto, ainda mais por descobrir que talvez ele não estivesse dizendo completas verdades esse tempo todo.
- O doido do metrô voltou, ela estava narrando – o ator tentou desconversar, mudando logo de tática quando notou que seguia o fuzilando com os olhos, os braços bem cruzados em frente ao peito – E para de xeretar minhas coisas.
- Você disse que não ia mais falar com ela – lembrou . Ele arriscara se adiantar para o amigo idiota e tentar tomar seu celular, mas logo tratou de manter a distância entre eles, mantendo o aparelho mais perto do corpo, como se isso assegurasse sua posse.
- Não disse, não.
- .
- Não enche.
Não era a coisa mais madura a se fazer, mas começou a correr ao redor do sofá quando percebeu que estava mais determinado a confiscar seu celular, os dois jovens fazendo os percursos mais aleatórios possíveis tanto para despistar o outro como para pegá-lo na curva.
- Você praticamente me pagou para não deixar você falar com essa garota de novo! Apaga o número dela, bloqueia, sei lá! – resmungou já irritado, pulando a cadeira que o amigo derrubara para atrasá-lo na perseguição – Não dá para deixar essa coisa entrar na sua vida de novo.
- Ei! – parou de repente, o braço onde segurava o celular bem esticado às suas costas, a mão livre apontando ameaçadoramente para o amigo – Ela é sua amiga também!
- Mas ela não é minha ex!
hesitou com a colocação do amigo, sendo isso o suficiente para ele conseguir alcançar o aparelho de sua mão, ignorando suas reclamações enquanto checava os tópicos aleatórios da conversa aberta.
- Eu não posso simplesmente parar de falar com ela! – lembrou mal-humorado, sua careta emburrada não sendo o suficiente para ganhar a atenção do assistente – E nem quero.
Um curto silêncio se estendeu, mais ocupado em estudar as mensagens trocadas do que dar atenção de fato ao amigo, que esperava ansioso por alguma reação, qualquer que fosse. Bom, se ele podia escolher, optaria por uma bastante compreensiva, mas sabia que estava apenas se iludindo esperando tal cenário.
- Ela quer voltar? – foi a primeira coisa que ele disse depois de um certo, tempo, os olhos ainda acompanhando as movimentações que fazia na tela do aparelho.
- Tipo isso...
- ...
- Mas eu não vou, ok? – ele cortou o choramingo do amigo, que até deixara os ombros caírem em sinal de cansaço. não ganhava tão bem assim para isso, inclusive, não recebia nada pela aquela amizade de anos – Foi uma decisão adulta e tomada por nós dois, e que eu não vou voltar atrás. Estamos melhor assim. Podemos ser amigos.
Certo, naquele momento chegou a vacilar, a sinceridade na voz de parecendo real demais. Tinha algo a mais em seu timbre também, algo que não era difícil de identificar como mágoa. e se gostavam, praticamente desde sempre, não era segredo para ninguém. Claro que algumas pessoas próximas agora diziam que eles realmente não funcionavam juntos, que tinham notado indícios de que aquele namoro não duraria muito mais – se encaixava nesse último grupo –, só que nada disso cancelava o que sentiam um pelo outro, e isso ninguém ousava negar até hoje. Por isso, odiava tocar naquele assunto, seja com quem fosse.
- Não acredito nisso – disse ele por fim, e bufou cansado. acreditava piamente que estava certo. O amigo estava mais tentando se convencer do que convencer a ele, esperando que, depois de tanto dizer aquelas palavras, elas passassem a ser verdade.
- Ah, me deixa...
- Não, não deixo. Você sabe como ela consegue ser manipuladora quando quer – insistiu o assistente, acompanhando o ator rumar para o frigobar. Se não ia mesmo largar aquele assunto, ele pelo menos precisava beber alguma coisa – Ou já esqueceu da fantasia ridícula que ela te fez usar ano passado?
- Eu perdi uma aposta – retrucou , seu tom claramente defensivo sendo intensificado pelas forma que apontara para o amigo – E a fantasia era maravilhosa, nem vem.
- Eu só quero o seu bem, bro – choramingou, enquanto aceitava a garrafa que lhe fora oferecida – E não é mais ela, e você sabe. Por isso vou, sim, continuar a te vigiar. Estou aqui para impedir que te convença a voltar com ela.
- Então você pode se considerar dispensado porque eu, meu caro amigo, não quero voltar com ela – a voz de soou mais firme, determinada. O tintilar do gargalo de sua garrafa batendo de leve no vidro da garrafa do amigo servindo quase como o martelo de um juiz, que decretava o verídico – Ela pode insistir o quanto quiser, não vai rolar.
ficou estático por um bom tempo, acompanhando apenas com os olhos a movimentação de , que voltou a se jogar no sofá como nada tivesse acontecido. Quando voltou a si, ele estava nada menos do que orgulhoso.
- É assim que eu gosto de ver! – riu o rapaz, seu riso morrendo quando o aparelho esquecido em sua mão voltou a vibrar. dessa vez não pareceu irritado, sequer checou a origem da notificação. Apenas devolveu o celular ao amigo, confiando que ele seguiria o rumo certo e deixaria claro para que toda aquela história de reatarem era furada.
era conhecido mundialmente, mas não pela sua característica mais marcante: fazer péssimas escolhas de vida.
Tudo bem, ele estava de volta a sua cidade natal depois de muito tempo fora gravando, era natural sair para rever os amigos, e festas que coincidiam com sua breve estadia eram muito bem-vindas. Só que isso significava que também estaria lá, por se tratar de amigos em comum, e ele definitivamente não tinha condições de encarar a garota.
- A gente não devia estar aqui – repetiu ele, pelo que deveria ser a milésima vez do dia, virando seu copo de cerveja quase de uma vez. Harisson queria debochar do amigo, mas ao notar como sua testa começava a acumular gotículas de suor, acabou deixando para lá. Ele já estava sofrendo o suficiente, podia deixar para torturá-lo no dia seguinte.
- Pegaria muito mal para gente se não viéssemos – lembrou o assistente, relutante se deveria ou não sinalizar para o bartender para mais um refil. Hm, bêbado passando vergonha ou sóbrio neurótico? É, não era uma escolha tão difícil, por isso ele logo ergueu a mão para chamar a atenção do portador das bebidas – Você disse antes que não tinha problema.
- E não tem! Mas ela vai estar aqui, e ela vai estar linda como sempre... – choramingou o ator, sua voz morrendo quase como que sua vontade de não resistir. apenas balançava a cabeça em reprovação, sem perceber que a atenção do amigo agora era de outra pessoa.
- Se controla, cara.
- Droga, como eu queria estar errado – ofegou ele, devolvendo seu copo pela metade ao balcão de uma vez antes que chegasse perto o suficiente para ver suas mãos tremendo e agitando o líquido.
Talvez fosse o tempo sem se verem, mas podia afirmar que nunca vira a garota tão bonita como agora. Seu rosto parecia ter algumas novas cicatrizes leves de espinhas que marcaram a pele, seu cabelo parecia ter passado por um corte ruim e estava mais rebelde do que ele se lembrava, seu uniforma da loja parecia ainda ser o mesmo de quando eles namoravam, e dava para dizer isso pelo rasgo discreto na barra da camiseta, que agora parecia ter alguns amigos. Deus, ela estava maravilhosa.
- Ma boys! – festejou , quando perto o suficiente para abraçar os dois amigos de uma vez – Se não fossem as mil fotos em sites de celebridades eu dificilmente ia lembrar do rosto de vocês agora. Faz tanto tempo que não vejo vocês!
Ambos os garotos apenas desconversaram sem muita convicção, agora um tanto sem jeito por estarem ao lado da amiga de infância depois de tanto tempo, ainda mais com as conversas que vinham tendo sobre ela nos últimos dias.
- Como vão as coisas, astro de Hollywood? - perguntou , se apoiando em e dando um tapa de leve no braço de , que riu e virou um pouco o rosto, tentando disfarçar o rosto que ficara mais corado – Quantas dietas você está quebrando só por respirar esse ar?
- Melhor não dizermos que estive aqui, para poupar broncas futuras – brincou ele. Para a sorte do ator, alguns amigos de seus irmãos chegaram no salão, e ele foi obrigado pedir licença a e ir cumprimentar o grupo.
assistiu a forma quase nostálgica que a garota acompanhou o ator se afastado e logo sumindo no meio do mar de pessoas que começava a aumentar exponencialmente. Quando notou que era observada, riu sem graça e se inclinou sobre o balcão, cumprimentando o bartender com um beijo no rosto, dizendo algumas poucas palavras que era seguidas de risos altos, e saindo de lá com um copo cheio em mãos. Um grupo ao fundo passou a gritar pela garota, que se despediu rápido de para ir de encontro a eles.
Apenas horas mais tarde, depois de muitas bebidas e petisco que definitivamente não fariam muito bem no dia seguinte, que voltou a ver a garota. estava sentada no bar agora não mais tão cheio, passeando entediada o dedo pela borda de seu copo, até notar alguém parando ao seu lado enquanto fazia um novo pedido.
- E aí, ? – suspirou ela, com a voz arrastada e mole de quem já tinha atingido o limite do dia – Eu realmente sinto falta de vocês.
- Já bebeu tanto assim? – brincou ele. Como estava do lado de fora aproveitando o ar livre, não viu mal em puxar uma cadeira e se sentar com a antiga amiga.
- Eu tô falando sério, idiota. Crescemos juntos, agora vocês me trocaram por amigos de Hollywood e nem falam mais comigo! – brincou a garota, mas no fundo estava falando a verdade. O contato entre os três tinha diminuído drasticamente nos últimos meses, e estaria mentindo se disse que não sentisse falta dos dois – Tenho que saber o que está acontecendo na vida de vocês por tabloides.
Certo, aquilo fez com que uma luz de atenção se acendesse na mente do assistente.
- Pensei que você e o não parassem de trocar mensagem – contou ele, sem pensar duas vezes. Fosse o tanto de bebida que tivesse ingerido ou o leve choque por uma revelação como aquela, o fato foi que sequer cogitou abordar o assunto de outra forma – Ele sempre fala que está conversando com você.
- Só se for outra , porque essa aqui não é – a garota riu nervosa, ainda mais quando se virou para a porta mais próxima, seu olhar distante parecendo sério demais – Você tá com uma cara estranha, o que foi?
- Já volto, preciso falar com o idiota do meu chefe – avisou ele antes de se colocar de pé, para a surpresa e confusão da garota.
- Mas o é seu chefe.
- E ele vai ouvir agora.
Não foi difícil encontrar o ator, já que ele estava cercado com alguns amigos e os risos altos eram uma boa forma de rastreamento. Assim que viu a expressão fechada de , já soube que devia ter feito algo errado, por isso logo se afastou do grupo para que a conversa fosse a mais privada possível.
- Ela não te disse nada disso, não é? – disse ele acusadoramente, e para sua confirmação, sequer precisou de um nome para entender do que se tratava, seu olhar logo caindo ao chão – Eu não acredito que você estava fazendo pose esse tempo todo e você que quer ela de volta!
- Certo! – exclamou o ator, um pouco mais alto do que devia. Um grupo ao longe na calçada chegou a olhar na direção da dupla, que logo tratou de abaixar o tom – Talvez eu tenha stalkeado um pouquinho ela nos últimos tempos. Pensei em mandar algumas mensagens, mas nunca cheguei a apertar o enviar...
- Por que, cara?! Você estava tão b...
- Nem termina essa frase porque eu estou miserável, ok? – interrompeu o amigo sem delicadeza alguma, o que chegou a assustar . Sua voz adotara uma certa agressividade que era novidade vindo do ator, que, percebendo como tinha explodido repentinamente, respirou fundo e voltou ao seu tom de lamúrias – Eu sinto a falta dela pra caralho! É um saco não falar mais com ela todo dia, ver quando ela fica enfurecida de eu achar graça dela brava... É um porre ficar sem ela. Eu não consigo mais. Não consigo e também não quero.
- E não fez nada a respeito disso ainda por quê?
ficou em silêncio por dois motivos bastante claros: o primeiro era a surpresa pela mudança drástica de discurso de , e a segunda foi para dar brecha para ele dizer que estava brincando e logo retornar para sua política Anti-.
Quando percebeu que a determinação – e indignação – no rosto do amigo era sincera, o ator ficou ainda mais confuso.
- Mas... Voc... Quê?!
- Eu só estava na missão manter longe porque você disse que queria – explicou , uma mão no ombro do ator lhe passando um aperto amigável – Tô aqui querendo o melhor para você, sempre. Eu cresci vendo aquela garota te ter na palma da mão, sei como você é louco por ela.
- Acha mesmo que eu devia ir falar com ela? – planejara soar incerto, como se buscasse testar a nova abordagem do amigo, mas acabou que tudo que se ouvia em sua voz era esperança, como se o que precisasse naquele momento fosse apenas um empurrão para uma decisão que já havia sido feita há muito tempo.
- Eu é que não vou – brincou ele – Inclusive, ela já deve estar suspeitando de algo.
- E se ela não quiser mais v...?
- Você está fazendo as perguntas para a pessoa errada – logo o cortou, segurado o amigo pelos ombros e o girando em direção à porta, num alinhamento perfeito onde era possível ver se aproximando com passos cautelosos e olhos curiosos.
de repente sentiu que podia vomitar, e talvez não tivesse nada a ver com o tanto de bebida que tinha ingerido naquela noite, era apenas a reação da aproximação de depois de tanto tempo, vindo exclusivamente em sua direção. não demorou para retornar ao pub, amigavelmente empurrando a garota com o ombro quando passou ao seu lado, recebendo de volta o mesmo gesto e um riso baixo.
- Nossa, tinha bastante coisa para falar, hm? – comentou ela, assim que estava a uma boa distância e bastante afastados de todos. estava visivelmente sem jeito, algo a incomodava, mas nada que o ator à beira de um ataque de nervosos pudesse notar – Ele parecia bastante irritado quando foi atrás de você. Devo me preocupar?
- Você ainda gosta de mim? – soltou ele de uma vez, todo o roteiro de conversa que planejara sendo jogada pela janela, aparentemente. Nada de chegar aos poucos no assunto, sentir a temperatura da água com o dedão do pé. Ele tinha que se jogar de cabeça e aumentar ainda mais o nervosismo ao ver parecer levar um tapa com a pergunta, quase da mesma forma que ele ao perceber que ignorava aos próprios planos.
- , o q...?
- Eu estou falando sério. É a única coisa que eu preciso saber. Você ainda gosta de mim? – ele tornou a repetir a pergunta, agora com muito mais firmeza e clareza do que da primeira vez, o que apenas assustou ainda mais a garota – Porque não tem um dia que eu não confirme que terminar foi a coisa mais idiota que fizemos, e olha que temos uma boa lista, tanto juntos como separados.
- Qual é, ... – começou a garota com cuidado, suas mãos trêmulas e que começavam a suar bem afundadas nos bolsos de suas calças. Com a cabeça, ela sinalizou para a porta às costas – Não vamos ter essa conversa, ok? Melhor entrarmos.
- Vai mentir para mim e dizer que não quer que as coisas voltem a ser como antes?
não mexeu uma célula do lugar, da mesma forma que não conseguiu tirar o pé do chão um centímetro que fosse. Seu maior medo estava acontecendo diante de seus olhos, e, ela já tinha imaginado tantas vezes aquele cenário acontecendo que até já sabia como contornar a situação para sair daquilo com o mínimo de dano possível.
- Aí é que está, : eu quero, só que não tem mais como isso acontecer. Você é uma estrela agora, não me entenda errado – a garota disse rápido, emendando a explicação quando notou a olhar ofendido e machucado do ator – Você não faz ideia de como estou orgulhosa de você, isso sempre foi seu sonho. Só que eu não me encaixo mais nele. Você é um astro de Hollywood, sua agenda está sempre lotada. Não tem mais espaço para “mofar no sofá no domingo, ou fazer vários nada na segunda de tarde”. Nossas realidades mudaram, não temos muito o que fazer. Sem contar que meio mundo de garotas está correndo atrás de você agora, e sempre fui um pouco ciumenta... Péssima combinação.
optou por voltar a ficar em silêncio quando percebeu que começara a tagarelar, seu riso de nervoso para tentar descontrair morrendo um pouco depois de começar, a expressão séria demais de fazendo com que ela se encolhesse enquanto esperava a resposta.
Quando abaixou a cabeça e riu, foi como se o coração da garota se encolhesse no peito.
- Talvez seja aí que eu errei... Eu não quero que as coisas voltem a ser como antes – tomado por uma coragem que ele não fazia ideia de onde estava saindo, arriscou um passo em direção à garota, próximo o suficiente para tocar seu rosto sem precisar esticar muito o braço, quase suspirando aliviado ao sentir mais uma vez sua pele contra a palma de sua mão – Foi um bom tempo? Cara, foi maravilhoso. Só que eu quero mais que isso, como fazer planos de longa data, te ouvir reclamando de algum cliente chato enquanto eu reclamo de algum entrevistador porre, Brigar sobre ter um gato ou um cachorro e acabar escolhendo os dois. Eu quero coisas novas. E sempre que eu tento imaginar algo assim, um futuro... É sempre com você.
não ter se afastado e a forma como ela abria a boca para retrucar e torná-la a fechar foi interpretado como um bom sinal pelo ator, que diminuiu ainda mais a distância entre eles, o suficiente para quase ter a garota contra seu peito, a mão livre também seguindo para seu rosto estático. Quando ainda assim não houve represálias, apoiou sua testa contra a de , que, assim como ele, não ousou fechar os olhos.
- Não quero alguém só para posar para fotos comigo no tapete vermelho, eu quero minha melhor amiga de volta. E se for só isso que eu possa ter, tudo bem, já fico feliz pra caramba – sussurrou ele, seu hálito quente batendo contra os lábios entreabertos de , que acabou espelhando seu sorriso quando o ator também passou a sorrir, suas mãos passando para os cabelos soltos da garota. O apoio dele se tornara mais firme, e a trouxera para mais próximo de seu corpo, as mãos de institivamente não indo parar em seu peito, como se fosse se afastar, mas sim em seus ombros, buscando apoio – Mas passo o resto da semana sorrindo de orelha a orelha se isso também significar ter minha namorada de volta.