02. I've Got You

Última atualização: 02/08/2018

Capítulo Único

dirigia pelas ruas cantarolando a música nova dos Backstreet Boys, uma boyband que fez parte de sua adolescência. Estava animado, queria encontrar sua melhor amiga e lhe contar sobre seu dia, ouvir sobre o dela e vê-la, pois aquilo era a melhor parte de tudo.
e se conhecem há anos, desde que caíram na mesma turma no ensino médio. Viraram amigos de imediato, viveram aventuras juntos e eram, de fato, inseparáveis, mesmo com a vida os separando.
foi estudar fora, deixando uma melhor amiga com um coração despedaçado. Não que o dele também não estivesse da mesma maneira.
Só descobriram seus sentimentos enquanto viviam longe um do outro. tinha outra, ela tinha outro, e eles não se completavam. Não como e se completavam.
Avistou a fachada da casa dos pais da garota. Um tom de azul que parecia ser retocado a cada ano, pois nunca parecia velho ou desbotado. Era a casa mais impecável daquela rua.
Saiu com um buquê de girassóis nas mãos, suando frio conforme caminhava para a varanda da casa, iluminada pelas luzes de natal. Bobby, o cachorro da família, brincava de escavar o quintal, ignorando qualquer proximidade de alguma pessoa.
toca a campainha e aguarda, ansioso, para ver . Não sabia o que o aguardava, afinal, a moça estava distante há quase dois meses. Esse foi, sem dúvidas, o maior tempo distante de sua garota desde que ele retornou a sua cidade natal, há alguns anos, após terminar sua faculdade.
abre a porta, sorrindo ao ver seu melhor amigo. Não era acostumada a ver de terno, mas, quando via, era um espetáculo que merecia ser apreciado devidamente. Tinha inveja de todas as mulheres que trabalhavam, diariamente, com ele. Vê-lo de terno todo santo dia seria uma maravilha.
- Você nunca mais fica tão longe. – ele fala ao abraçá-la, entrando em casa com a garota entre seus braços. – De verdade, .
- Eu senti sua falta. – ela diz, sorrindo de lado, fazendo o coração do homem acelerar como a bateria de uma escola de samba. – Meus pais saíram. Sabe como é. Comemorar aniversário de casamento, essas coisas.
- Então você cozinhou? – ele indaga, fazendo uma careta, arrancando uma risada irônica da amiga.
As experiências de na cozinha nunca são tão boas. era sempre chamado, pois a garota tinha o dom de queimar ou incendiar coisas.
- Adoraria dizer que sim, mas não. Eu não fiz nada. – ela fala, fazendo o mais velho suspirar aliviado.
caminhou junto da mulher até a cozinha, conversando sobre os mais diversos assuntos até a hora de poderem jantar.
- O que fez aqui sem mim? – ela indaga enquanto coloca uma porção de fritas na mesa.
- Saí com os caras, fui a festas, trabalhei, fechei negócios importantes. Nada além do que já estou acostumado. – ele fala, dando de ombros em seguida.
- E você encontrou alguém? – ela indaga, fazendo o rapaz suspirar.
Ela não fazia ideia de que, esse alguém, era ela. E vice-versa.
- Não... E você? Encontrou alguém? – ele indaga, sentindo medo da resposta.
O fato de perder a garota que tanto ama sem ao menos tentar o atormentava. sempre foi acostumado com as garotas, mas, quando se tratava de , ele não sabia como e o que fazer. Era sempre assim.
Eles jantaram conversando sobre a viagem. contava sobre as aventuras que viveu na Austrália, fazendo olhá-la com um sorriso apaixonado. Como ela podia ser tão apaixonante sem o mínimo de esforço?
Terminaram e foram para o quintal brincar com Bobby, que havia desistido de enterrar alguma coisa e estava deitado, apenas observando o céu estrelado.
- Lembra de quando deitávamos aqui para ver as estrelas? – indaga, apontando para o céu.
- É, eu prometia a você que iria te dar uma estrela. – ele fala, sorrindo em seguida. – O tempo passa rápido...
- Nós éramos dois adolescentes bobões. – ela fala, dando de ombros. – Você ainda continua bobão.
- E você também! – ele exclama, dando língua para a amiga, que retribuiu.
Naquela noite, tudo parecia conspirar para que eles ficassem juntos. O clima agradável para ficarem no jardim, a falta de seus pais ao redor para tornar tudo menos embaraçoso, a saudade que sentiam um do outro, devido ao tempo em que ficaram afastados.
deitou na grama gelada e recém aparada, encostando sua cabeça nas palmas das mãos. sorriu, deitando ao seu lado, mantendo uma distância mínima entre seus corpos.
- Você já se apaixonou? – indaga, acabando com o silêncio de longos minutos. – De verdade?
- Sim, uma única vez. – ele responde, suspirando em seguida.
- E deu certo? – ela indaga, voltando a encarar o céu.
- O que você acha? – ele indaga, fazendo a garota sorrir. – E você? Já se apaixonou?
- Sim. E também não deu certo. – ela fala, tocando a mão do amigo em seguida. – Acho que ele não sabe que eu gosto dele de verdade.
- Como não sabe? – indaga, olhando no rosto da mulher. – Você nunca contou?
- Você já? – ela indaga, fitando os olhos do amigo.
- Não tenho coragem. – ele fala, entrelaçando seus dedos nos dela. – E eu nem sei se é correspondido.
Silêncio. Aquele silêncio que os incomodava.
Carros passavam pela vizinhança. A senhora de idade da casa da frente varria a calçada, juntando todas as folhas caídas. Crianças brincavam na casa ao lado com trampolim, enquanto Bobby dormia tranquilamente no canto da cerca.
- Eu posso saber quem é? – indaga após o silêncio. - Você diz quem é o seu? – indaga, e assente, sentando e puxando a garota junto de si.
Suspiraram profundamente, olhando bem no fundo de seus olhos. Os brilhos inexplicáveis, capazes de iluminar duas cidades inteiras. O sorriso de lado, envergonhado.
“É você.” Disseram em uníssono, arrepiando seus corpos e acelerando seus corações.
não sabia o que fazer além de sorrir. Sentia que seu coração sairia pela boca a qualquer instante, e era bem provável que acontecesse.
não estava tão diferente. Tentava pensar no que falar depois daquilo, mas nada saia de sua boca. Nem mesmo um pouco de ar, fazendo com que ele respire com certa dificuldade.
O que eles faziam agora?
Normalmente, nunca chegavam a um ponto depois disso. Eles não sabiam o que fazer, como agir, o que falar. Era tudo uma grande novidade.
- O que fazemos? – indaga, passando seu indicador pelo cabelo macio da garota. – Eu não sei o que fazer.
- Eu acho que, nos filmes de comédia romântica, é nessa parte em que você fica com a garota. – ela fala, sorrindo em seguida. – Deveríamos tentar, então...
- Você tem razão. – ele fala, gargalhando.
Antes que pudesse abrir a boca, a beija, acabando com toda aquela angústia que tinha, anos atrás, de saber como seria beijar a sua garota.
Ele não saberia nem explicar, muito menos . ficou por cima, acariciando a garota por cima do vestido florido que utilizava para aquela noite em especial.
- Eu sou muito apaixonado por você. Droga! – exclama, beijando-a mais uma vez, fazendo a garota rir.
O que era que tinha de tão viciante naqueles lábios?
Era uma pergunta que eles não saberiam responder. Talvez nem quisessem, visto que estavam ocupados demais com outra coisa.
- Eu também sou apaixonada. – ela sussurra, passando o polegar pelos lábios de . – O que seremos agora?
- Não sei, mas eu tenho você. E isso, pra mim, já basta. – ele fala, fazendo a garota sorrir, beijando-o mais uma vez, aproveitando o resto da noite ao lado do cara que ela amava.




Fim.



Nota da autora: Sem nota.



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