Capítulo Único
— O mesmo de sempre, não? — ouvi uma voz conhecida falar atrás de mim e deixei a garota em minha frente com mais rapidez do que esperava.
— ? — meus olhos se arregalaram ao olhar para a mulher que me encarava. A olhei da cabeça aos pés e ela deu um tapa em minha cabeça, rindo. — Eu não acredito! — joguei meus braços em sua cintura e a tirei do chão, apertando seu corpo com força. — O que você está fazendo aqui? — perguntei quando a coloquei no chão. Ela usou as mãos para abaixar novamente a saia que usava e ajeitar sua roupa.
— Pode achar que não, mas o James ainda é meu amigo e eu não perderia o noivado dele por nada.
— Você veio da França pro noivado do James? Isso que é amiga. — eu ri e ela me acompanhou, dando de ombros.
— Você não perde uma, huh? — ela apontou para a menina que havíamos deixado de lado e se retirava dali ao perceber que tinha sido esquecida. Rolei os olhos e ela gargalhou, divertida. — Não acredito que já se passaram dois anos e você nem ao menos tem alguém.
— E a senhorita teria, por acaso? — ela parou para pensar e então negou.
— Droga, acho que estamos na mesma.
— Mas eu tento pelo menos...
— Claro, já pegou metade da cidade, só esqueceu cada uma no próximo dia, com certeza.
— Olha a visão que você tem de mim! Mais respeito, por favor. — rolei os olhos, brincando. — Como vão os croissants? — perguntei.
— Queimados. — ela deu de ombros e eu arqueei a sobrancelha. — Estou de volta faz uma semana, consegui um emprego aqui, finalmente!
— O James não me falou nada! — a abracei novamente, girando nossos corpos grudados. — Vou tirar satisfação com aquele menino depois! – olhei para ela, indignado — , eu encontrei seus pais no mercado essa semana, como eles nem se preocuparam em me falar? — falei, irritado.
— Não preferiu ouvir de mim? — ela sorriu, doce.
— Poderia ter vindo me encontrar antes, não? — ela negou com a cabeça. — Não tô valendo nada mesmo. — fiz bico e ela apertou minhas bochechas. — Estou muito feliz por você estar aqui, não gostei de ficar sem minha criança comigo, pra me dar lição de moral para qualquer coisa.
— Deveríamos sair juntos algum dia, também senti sua falta. — ela esticou seus pés e beijou minha bochecha enquanto me abraçava de lado.
— Vou ao bar pegar alguma coisa. – Jake falou gritando e eu apenas assenti, vendo-o se distanciar.
Andei pelo pub por entre as mulheres, procurando alguém interessante para o dia. Esbarrei em algumas meninas que ficaram me encarando e apenas sorri para elas, sem interesse. Uma tentou puxar meu braço, mas me desvencilhei com facilidade, ainda mais quando localizei uma garota em especial.
— Eu reconheço essa bunda brasileira em qualquer lugar. – falei baixo em seu ouvido, a abraçando por trás.
— ! – ela se virou e esticou seus braços para meu pescoço, me abraçando. – Tarado! – senti seu tapa em meu ombro e gargalhei. – Meninas, esse é o , irmão mais velho do James. – todas me cumprimentaram rapidamente e logo me puxava para fora da rodinha delas.
— Querendo me afastar das suas amigas? – arqueei as sobrancelhas. – Gostei da ruiva. – falei olhando por cima de seu ombro.
— Menos , longe delas. – resmunguei um tudo bem e ela sorriu.
— Finalmente tem idade pra entrar aqui, não? – falei para a irritar e ela me mostrou seu dedo do meio. – Agora pode marcar de vir comigo.
— Você sabe que não sou muito de baladas.
— Eu também não sou. – falei, sério. gargalhou e eu fui obrigado a fazer o mesmo. – Só bato cartão, só isso.
— Só. – ela riu.
— Realmente quero sair com você, , quero saber tudo que aconteceu na sua vida desde que você foi embora. Facebook não é o suficiente. – fiz bico. – Você sabe que ainda é a única mulher da minha vida né? – repeti o que sempre falava para ela, me abaixando para colar nossos corpos e sussurrar em seu ouvido. Vi seu corpo estremecer e sorri.
— Menos, . Deixa o James escutar isso de novo, você sabe que da última vez ele não curtiu muito.
— Não é como se eu me importasse. – ela riu.
— Eu me importo um pouquinho.
— Ele já tá pra casar poxa... Por sinal, grandes chances de sermos padrinhos não? Vai ter que entrar na igreja comigo. – beijei a bochecha dela.
— , eu acho que ele traumatizou um pouquinho, não acho que vá fazer isso.
Flashback
— Ah, não acredito. – a garota riu quando viu seu nome ser tirado do potinho das meninas no sorteio. – Minha sorte é sensacional, não consigo me livrar uma vez. – todos a olharam, rindo. A garota esperava ver quem iria para a despensa com ela, quando James puxou o nome e torceu seu nariz.
— . – ele rolou os olhos e sorriu, divertido.
O garoto se levantou e esticou a mão para levantá-la também, já caminhando em direção à despensa para aqueles 7 minutos eternos. Era um tanto quanto estranho entrar ali com , a garota o adorava, eles se davam muito bem, mas nunca havia existido aquela malicia para os fazer aguardar por um momento daqueles.
O quarto estava escuro e quando a porta foi fechada, viu James colocando o cronômetro para rolar o mais rápido possível, ele não parecia muito feliz em ver o irmão com sua melhor amiga daquela forma.
— Hm... Oi. – ela disse, tímida.
— Oi . – o garoto falou, provavelmente sorrindo. – Tudo bem? – tentou puxar assunto, por mais infantil que parecesse.
— Tô bem e você?
— Também...
— Será que já passou quanto tempo? – ela perguntou, nervosa.
— Provavelmente nem um minuto. – ele riu. – Desesperada pra fugir de mim? Achei que éramos amigos.
— E somos ué, mas isso é um tanto quanto constrangedor. – confessou.
— Por? – ele perguntou, se aproximando da menina, fazendo com que ela segurasse o ar.
— Sei lá. — ela se afastou, encontrando uma prateleira atrás de si.
— A gente podia aproveitar do jeito que todo mundo aproveita né? — o garoto falou, malicioso, mas delicado. A menina não saia de sua cabeça o tempo todo, e aquela talvez fosse a única oportunidade que ele teria dela leva-lo a sério.
— , eu acho que você se perdeu na vida, só pode. – ela ria, descontrolada.
— Eu gosto de você. – ele falou, sincero, e levou sua mão ao cabelo da garota, fazendo carinho.
— Eu também gosto de você, você é incrível, mas não acho que seja assim que as coisas funcionem. Vamos sair daqui? – a menina tocou a maçaneta, ansiosa por sair dali de dentro.
— Por que não podem funcionar assim? — suas mãos puxaram a garota pela cintura, fazendo-a voltar de encontro a ele.
— Você sabe que não vou deixar você brincar com a ingênua amiga mais nova do seu irmão, sinto muito, você me conhece o suficiente pra isso.
— Se sabe que te conheço o suficiente, deveria saber que nunca brincaria com você, te levo muito a sério para isso. — seus corpos estavam a poucos centímetros, e já podia sentir suas respirações descompassadas frente um ao outro.
— Ah, meu Deus. — a garota sussurrou, mais para si mesma, e então permitiu que grudasse seus lábios com a urgência que ele tinha. Aquela garota era incrivelmente boa o suficiente para fazê-lo sair de seu normal.
Antes que pudessem se separar, ouviram a voz de James falando "Chega" e abrindo a porta, revelando-os.
— Que porra é essa? — o garoto gritou, enquanto as outras pessoas aplaudiam.
tinha um sorriso bobo no rosto e parecia assustada, levando as duas mãos em sua boca, sem saber o que fazer. O garoto segurou seus ombros, a chacoalhando.
— Você é a mulher da minha vida! — ele disse e roubou um selinho da garota, antes de sair correndo pela casa com James gritando em seu encalço.
— Não sei qual o problema dele com isso, você é propriedade dele? — rolei os olhos.
— Pare de falar como se realmente tivesse algum interesse. — ela riu e eu coloquei minha mão em sua nuca, a trazendo para perto.
— Não vá perceber muito tarde o quão sério eu falo. Senti sua falta. — a puxei em direção ao meu corpo e beijei sua testa, vendo-a respirar fundo. — A gente se vê. — me afastei antes de perder a cabeça e caminhei até o bar, sem olhar para trás. Como uma garota podia mexer com a minha cabeça daquele jeito?
Eu me lembrava de como sempre fora, ela e James ficavam em casa jogando vídeo game, vendo filmes, conversando e eu algumas vezes ficava junto a eles e até mesmo me responsabilizava pelos dois, já que nossa mãe acreditava que James fosse engravidar a qualquer momento. Os dois tinham uma amizade que eu nunca tivera com alguém, e o mais próximo que eu havia chegado, era com a própria garota devido a aproximação que tivemos com o tempo em que passávamos todos juntos. Meu irmão era um tanto quanto ciumento, dividir sua melhor amiga parecia o fim do mundo para o garoto, o que fazia eu e rirmos, mas a garota não o provocava, apenas gostava de ter amizade com os dois. Quando mais novos, logo que se conheceram, ela já tinha uma mentalidade mais evoluída que a dele, meu irmão era uma eterna criança, então para alguns casos, ela parecia gostar de nossa amizade.
Talvez eu tenha começado a me apegar à garota mais do que ela a mim, e talvez isso tenha feito com que nossa amizade crescesse e eu acabasse a chamando mais vezes para ir a minha casa do que James, o que talvez, também, tenha gerado inúmeras brigas. Eu a ajudava em algumas coisas e ela me ajudava em outras, como quando eu sai da escola e ela e James ficaram e a garota se tornara líder de torcida. Ela me passava o telefone de todas suas companheiras e arrumava alguns esquemas, bons tempos.
E apesar de tudo, eram apenas casos. Eu tentara namorar apenas uma vez, mas a própria pegara a garota me traindo e armara um barraco que eu só vira porque o vídeo acabou circulando entre diversos amigos em comum. Resumidamente, ela era melhor amiga do meu irmão, mas também era minha melhor e única amiga. A única também, que não me dava bola. E mesmo depois de três anos fora, as coisas pareciam não ter mudado. Como eu sentira falta daquela menina.
Flashback
— Não vou te prometer que vamos nos falar todos os dias, porque a gente sabe que isso não acontece. — falou quando abraçou o garoto, no aeroporto.
— Não valho nem mesmo a tentativa? — ele perguntou.
— Vale, você sabe, mas não quero te iludir.
— Você? Me iludir?
— Claro, todo mundo sabe que você no fundo é apaixonado por mim. — ela riu, convencida.
— Pode ser verdade. — o garoto deu de ombros e a menina rolou os olhos. — Você volta? — ele a abraçou, sentindo seu perfume.
— Um dia, provavelmente.
— Vou ficar te esperando. — ela apertou o garoto e então se distanciou, indo de encontro com James que já chorava por ver a partida da amiga.
Juntei-me aos caras no bar e pedi uma cerveja, entrando no assunto que eles conversavam enquanto apenas observava de um lado para o outro com as amigas. Vi alguns homens se aproximarem e ela os dispensar, apenas tentando se divertir com as garotas e segui bebendo uma atrás da outra, sem nem ao menos perceber.
O ambiente girava quando notei uma garota se aproximar e me surpreendi ao reconhecer em minha frente.
— Quer dançar? — ela falou, sorridente. Apenas assenti, balançando a cabeça mais que o necessário, o que gerou uma tontura um tanto quanto exagerada. Tentei me levantar do banco e notei que minhas pernas estavam mais moles que o habitual. — Está tudo bem?
— Bebi um pouco. — falei, enrolado.
— Um pouco? — ela riu. — Outro dia dançamos.
— Não, por favor! — implorei, me sentindo idiota. Coloquei minha mão em sua cintura e a puxei em minha direção. — Não vai.
— Você tá bem ruim, , quer que eu te deixe em casa? — eu assenti, inconscientemente. – Vem.
Ela me apoiou em seu corpo e me levantou, andando por entre as pessoas, esbarrando em alguns e se desculpando pelo caminho. Mantive-me em silêncio durante o percurso até o lado de fora, até mesmo quando ela viu algum de meus amigos e o avisou que estava me levando para casa.
— Abaixa a cabeça, . – ela riu quando ouviu minha cabeça batendo na parte de cima.
— Aí. – reclamei. – Desculpa. – falei, enrolado.
— Você tá pedindo desculpa pro carro?
— Não, pra você. – ela apenas negou com um sorriso no rosto e jogou seu corpo por cima do meu pra colocar o cinto.
— Fica quietinho e tenta dormir, pelo menos melhora um pouquinho. – disse enquanto já se sentava no banco do motorista.
— Não quero dormir, quero conversar.
— Na sua atual situação, você não aguenta meio minuto de conversa, então fica quieto aí.
Cruzei meus braços e respirei fundo olhando para cima, irritado.
— Chegamos. – senti sua mão em meu ombro e despertei. Deviam ter se passado apenas 15 minutos e parecia que eu tinha dormido por uma hora. Abri a porta virando meu corpo para fora e dando de encontro com .
— Acho que já estou menos pior. – consegui falar a frase toda sem parar que estava chorando, mas quando me coloquei de pé, tive que me encostar ao carro e balançou a cabeça negativamente. Que vergonha.
— Estou vendo. – olhei em volta e arqueei minha sobrancelha. – Eu não sabia se você morava no mesmo lugar e você estava dormindo muito pra me contar, desculpa. Descansa um pouco e já te levo pra casa. – assenti, sorrindo.
— Obrigado. – me enrosquei novamente em seu corpo, sendo levado em direção ao elevador do que provavelmente seria seu apartamento. – Já falei que você é a mulher da minha vida hoje? – perguntei e ela gargalhou.
— Depois da meia noite ainda não tinha falado não. Mas amanhã você fala de novo, já que provavelmente nem vá se lembrar disso.
— Ei! Eu fico ruim, quase caio, mas não esqueço o que falo ou faço. – rolei os olhos e senti meu corpo tontear com isso.
— Vamos ver. – saímos do elevador e ela virou para a direita, parando em frente a primeira porta, a abrindo e já acendendo a luz. – Tenta não trombar em tudo. – falou rindo. – Nossa, , quanta olheira. – ela me encarou.
— Talvez façam três dias que eu vou para lá toda noite. – dei de ombros, rindo. – Droga, devia ter falado que não dormi porque não parava de pensar em você. – me enrolei todo para falar.
— Claro, eu acreditaria. – sua gargalhada ecoou no apartamento e ela saiu de perto de mim, seguindo em direção a um corredor que provavelmente levaria aos quartos. Fui atrás delas e vi que ela tirava seus sapatos e vasculhava as gavetas. – Toma um banho, vou te dar uma roupa.
— Toma comigo? – fiz bico.
— , pelo amor de Deus, menos. – seus olhos reviraram e ela apontou para a porta ao lado do quarto, indicando o banheiro. – Já deixo uma toalha e a roupa lá, vai.
Entrei no banheiro e rapidamente me despi, um banho não era mesmo uma má ideia, minha cabeça ao menos pararia de girar, provavelmente. Liguei o chuveiro e esperei que a água esquentasse antes de me colocar embaixo dela, dizem que o banho frio é bom pra bebedeira, mas estar bêbado já não era uma das melhores sensações, imagina estar bêbado e ter que aguentar aquela água gelada no corpo, sem chances. Vi a porta abrir e de dentro do box consegui ver cobrindo os olhos com as mãos.
— Duvido que você nunca tenha visto um homem sem roupa.
— Ainda assim prefiro não ver você, vamos manter as coisas da forma que estão. – ela sorriu e saiu do cômodo, me deixando sozinho novamente.
— Ei! Isso aqui é meu! – falei quando sai do banheiro, apontando para a blusa de manga comprida que ela havia me entregado.
— É? Nem sabia. – a garota fingiu não saber do que eu estava falando, mas logo começou a rir. – Nunca tive vontade de devolver, gosto tanto dela. – ela deu de ombros e eu me aproximei, beijando sua cabeça.
— Nem precisava mesmo, mas não imaginei que você guardaria por tanto tempo.
— Ela fica bem em mim. – me sentei na cama e vi que ela segurava algumas coisas em suas mãos. – Vou tomar um banho também, tudo bem? – assenti e ela entrou no banheiro.
Levantei-me e notei alguns comprimidos na cômoda ao lado, junto a um copo de água, imaginei que fossem para mim e os tomei. Andei pelo quarto e parei em frente a um mural que estava no outro lado do quarto, cheio de fotos. Sorri ao ver algumas fotos da garota sozinha, sendo a turista que ela tanto amava ser, em diversos países da Europa. Tinham fotos dela com a família brasileira, suas tias e diversos primos que ainda moravam no país e ela visitava com os pais às vezes. Fotos com os amigos na França, do período que ela passara lá. E meu sorriso aumentou ao ver fotos daqui, fotos dos seus primeiros anos na escola, diversas fotos com James, incluindo a foto deles juntos no baile de fim de ano, e também algumas fotos comigo, como a do mesmo baile, quando alguém nos fotografou dançando em um canto. Ela tinha um sorriso incrível em seu rosto e o meu combinava com o seu, eu nem sabia que ela ainda teria aquela foto. Passei algum tempo observando aquela e outras imagens, como a do dia em que a ajudei a subir em uma árvore e se sentar ao meu lado enquanto James estava sentado do lado contrário com a expressão emburrada.
— Nostalgia? – ela perguntou, me abraçando. Senti o cheiro de sabonete invadir o ambiente e joguei meus braços por cima dela, a abraçando também.
— Muita, esse dia foi incrível. – apontei para a foto da árvore. – Eu achava que o James gostava de você de alguma forma, sabia? Eu tinha certeza! Eu não podia chegar perto que ele torcia o nariz.
— Nunca pensei nisso. – ela riu. — Você sabe que sempre foi tudo muito inocente entre nós.
— Talvez pra ele não. — dei de ombros. — Não sei, era só uma impressão. Ficava com ciúmes da mulher da minha vida, claro. — empurrei nossos corpos até a cama e a joguei, caindo ao seu lado, nos fazendo rir.
— Você sempre vai falar isso?
— Sim, bêbado ou não.
— Quer que eu te leve pra casa? — ela perguntou, se virando para mim.
— Não posso aproveitar que já estou aqui e a gente aproveita pra você me falar tudo que quero saber?
— E o que você quer saber? — ela perguntou.
— Primeiro, quando você vai me dar uma chance? — falei, sério. Vi seus lábios reprimirem um sorriso e então ela riu, descaradamente. — Você acha mesmo que eu estou brincando, não acha? — ela parou de rir e arqueou suas sobrancelhas, tentando entender.
Em questão de segundos, me levantei e a encarei de longe, logo voltando para a cama, colocando meu corpo por cima do seu, nos deixando com os olhos na mesma altura. me encarou e pude ver sua respiração se tornar entrecortada e seu corpo se reprimir.
— ...
— Porque é tão difícil levar a sério que eu gosto de você? – aproximei nossos rostos e ela suspirou, deixando com que seu olhar caísse em minha boca, assim como meu já se dividia entre seus lábios e seus olhos.
— Eu... Eu não sei, . – sua voz saiu falhada e em um súbito desespero não pude evitar, grudei meus lábios nos da garota.
se assustou, mas em questão de segundos suas mãos foram parar automaticamente em meu pescoço, fazendo com que eu me desequilibrasse e jogasse meu corpo em cima do dela. A garota arfou, porém isso apenas facilitou para que ela cravasse suas unhas em minha nuca, ansiosa por aprofundar o beijo, entreabrindo os lábios. Nossas línguas se tocaram como em um choque, tão desesperadas por contato quanto nós, ansiando por aquele momento.
As mãos de se moviam com rapidez por minhas costas e ela brincava com o cós de minha calça, fazendo carinhos indecentes em minha cintura, pronta para me enlouquecer. Rapidamente inverti a situação, fazendo com que a garota ficasse de quatro por cima de mim para que eu pudesse tirar sua blusa. Joguei a peça de roupa longe e aproveitou para dar o mesmo fim a minha, perdendo-a no chão e logo voltei a ficar por cima da mulher. Olhei para seus seios e para o sutiã que ela usava, e sorri, levando minha mão até ali para apertá-los, fazendo com que eles se soltassem do bojo da peça e ficassem a mostra. Beijei os dois e em seguida comecei a chupa-los sem qualquer delicadeza enquanto ouvia a garota falando palavras desconexas e me acertando com seus joelhos quando esfregava suas pernas uma na outra, provavelmente tentando saciar a sensação de excitação que passava pelo meio de suas pernas.
Mantive minhas mãos em seus seios, mas direcionei minha boca novamente para a sua, calando seus gemidos de uma vez só. Movimentei minhas mãos por entre a cama e o corpo dela, alcançando o feixe do sutiã e soltando-o, deixando seu tronco agora, completamente nu. Direcionei minha atenção para seu pescoço e passei a deixar alguns beijos e também mordidas delicadas por ali, logo trilhando o caminho por entre seu colo e abdome, vendo seu corpo se contorcer com os arrepios. Cheguei próximo à sua calça lambendo acima do cós enquanto minha mão alcançava o cordão para soltar o elástico e poder finalmente me livrar daquela peça que não deixava com que nos sentíssemos por completo.
Afastei-me um pouco de seu corpo e coloquei sua calça para baixo até tirá-la por completo, revelando o corpo nu da garota que sorriu luxuriosa, mas envergonhada por se mostrar sem a última peça que eu esperava encontrar. Sorri para ela e me levantei rapidamente, jogando minha própria calça no chão para aliviar a situação de meu membro que já apertava contra o pano, impedindo que eu me movimentasse direito. se ajeitou na cama e puxou meu cabelo, tentando me levar até ela, mas neguei com a cabeça, indo diretamente para o meio de suas pernas e me deitando de bruços enquanto encaixava meus braços por baixo de suas coxas. Senti a garota tentar fechar as pernas, como em reflexo, mas logo minha língua alcançou sua intimidade e ela relaxou, deixando um gemido alto escapar por entre seus lábios.
Suas pernas tremiam insistentemente enquanto eu pressionava minha língua em direções diferentes e ela arfava, desesperada. Alcancei seu clitóris e me dediquei aquela parte, fazendo com que ela gritasse, me deixando saber que estava no ponto certo. Enquanto massageava seu clitóris com minha boca, passei minhas mãos levemente por suas pernas, me ajeitando e trocando de posição de modo que pudesse alcançar sua intimidade com meu dedo, introduzindo-o de uma vez só e fazendo-a pular na cama, gritando meu nome. Comecei a fazer movimentos de vai-e-volta insistentemente até que ela relaxasse o suficiente para que eu pudesse colocar o segundo dedo e trabalhar perfeitamente até deixá-la da mesma forma que ela estava me deixando, louco. Meu membro pulsava e eu sabia que não aguentaria muito tempo até gozar, pois já estava louco o suficiente pra que se encostasse meus lábios no da garota, tudo fosse para os ares.
estava completamente molhada, fazendo com que a movimentação de meus dedos dentro dela fosse feita praticamente sozinha e meus lábios não dessem conta do líquido que escorria dali. Ela então puxou meus cabelos em direção a ela e se sentou em um único impulso, grudando seu corpo no meu, fazendo com que minha cueca quase se partisse em dois.
— Por favor. – ela implorou, desesperada, e eu sabia ao que ela se referia. Tentei respirar fundo e vi ela sair de cima de mim, alcançando a gaveta de sua cômoda e tirando de lá um pacote de camisinhas. Ela separou uma e abriu o pacote, entregando para mim. A garota se aproximou e começou a mexer na barra de minha cueca e eu apenas neguei com a cabeça.
— Não vou aguentar muito. – falei. Ela assentiu, fazendo bico. Mordi seu lábio inferior e me levantei, tirando a cueca e vendo me encarar, com os olhos brilhando de desejo. Sorri para ela e então a puxei para mim, lhe dando um selinho e a empurrando de volta para a cama, de modo que ela ficasse de quatro em minha frente.
Vesti a camisinha em meu membro e acariciei de forma delicada sua bunda virada para mim, talvez não fosse a melhor posição para quem tentava se controlar para não gozar, mas eu precisava daquilo, ouvir gemendo próximo ao meu ouvido não me ajudaria. Posicionei meu membro em sua intimidade e pude ouvi-la gritar exageradamente.
— Puta que pariu. — a garota gemeu e eu continuei alternando entre estocadas lentas e rápidas, mas sempre mantendo uma intensidade forte que parecia agradar ela. Apesar de estar fazendo os movimentos, a garota rebolava insistentemente se movendo em direção ao meu corpo de modo que deixava a intensidade cada vez maior. Nossos corpos estavam em sintonia quando a ouvi me chamar, pedindo pra que eu parasse.
— Senta. – ela falou, com a voz cansada, procurando ar. Me sentei na ponta da cama e ela se encaixou em meu corpo, amarrando suas pernas por trás de meu corpo, me fazendo gritar quando atingi o mais fundo que poderia. rebolava e gemia grudada em meu ouvido, com os braços agarrados em meu pescoço de modo a tornar nossos corpos mais próximos do que eu achava ser possível.
— ... – suspirei alto e ela entendeu o que eu quis dizer, saindo daquela posição. A garota sorria abertamente, e se deitou na cama, parecendo cansada. Me virei para ela e usei meus braços para abrir suas pernas novamente e me colocar entre elas, voltando a chupa-la. Antes que eu pudesse penetra-la com meus dedos, ela gozou, fazendo com que todo seu corpo tremesse.
Levantei e fui até o banheiro jogar a camisinha fora, quando voltei, encontrei estirada na cama, adormecida. Sorri e me deitei ao seu lado, dando um beijo em sua testa e vendo-a sorrir, se ajeitando próxima a mim.
— ? – ouvi chamando de dentro do quarto.
— Tô aqui. – falei, da sala. Me levantei e andei até ela, encontrando-a colocando sua roupa.
— Achei que tinha ido embora. – ela riu.
— Achou que eu ia fugir? – soei um pouco desapontado.
— Não, é que...
— Tá tudo bem, sei que não me leva a sério mesmo. – dei de ombros e me aproximei, a abraçando pela cintura. – Deveria, mas não leva. Afinal, eu ainda estou aqui, e louco pra levar você pra tomar café naquele lugar que a gente tanto gostava. – beijei seu rosto.
— , não sei. Não sei nem se isso foi certo. – ela apontou para cama e torceu a boca, como se não estivesse gostando do que falava.
— Caralho, , você só pode estar de brincadeira comigo, o que eu fiz pra você? – levantei meu tom de voz, mas logo me arrependi. – Desculpa. – ela balançou a cabeça, dizendo que estava tudo bem e se sentou. Me ajoelhei em sua frente e segurei suas mãos. – Poxa, . Eu realmente gosto de você. Desde o dia em que te encontrei aqui, eu não paro de pensar em você. Eu já fui pra todos os lugares, bebi de tudo e não consigo deixar pra lá sabe? Sei que pode ser surpresa pra você, mas se você olhar bem, você sempre foi a única garota que eu me apeguei.
— E esse é meu medo. – ela soltou, suspirando.
— Por que? – perguntei. – Quando você foi embora, eu entendi, eu sofri, mas eu superei. Eu não pude tentar falar com você ou qualquer coisa, e talvez nem eu mesmo entendesse esse sentimento bagunçado, mas quando vi você aquele dia aqui de novo... Nem consigo explicar. – sorri e ela passou a mão em meus cabelos.
— , eu não sei se consigo confiar em alguém que não para em casa. Tenho medo de encontrar alguém que você já pegou a cada dois passos que der na cidade e me incomodar. Eu não faço o tipo ciumenta ou qualquer coisa assim, mas porra, é difícil sabe?
— Isso quer dizer que você gosta de mim? – ignorei todo o resto que a garota falara. Ela assentiu, tímida.
— Talvez eu tenha tido uma queda por você durante um longo tempo, irmão mais velho do melhor amigo, aqueles clichês. – ela sorriu e eu roubei um selinho seu.
— Me deixa tentar, por favor. Eu só quero uma chance, , eu sossego, é só uma chance. Você não vai me ouvir pedir mais nada, essa é a primeira que tô pedindo e a última também. Me dá um voto de confiança. – notei o quão desesperado eu soei e quase me arrependi, mas percebi que seria difícil simplesmente deixar aquela mulher pra lá, eu não a perderia. Eu estava cansado de tentar procurar alguém por aí, e ninguém me fazer sentir o que sentia com quando nem eu entendia meus pensamentos. – Você é a única pessoa que consegue me fazer falar as coisas, a única que eu falo sobre literalmente o nada, a única que me faz ir pro meio das pessoas e dançar sem segundas intenções, a única que me enlouquece sem nem mesmo saber, porque é a única que consegue mexer com a minha cabeça de cima. – a garota gargalhou e eu ri também, percebendo o quão ridículo aquela frase ficara, mas era a mais pura verdade. – Não que não mexa com a de baixo também, claro... Pudemos ver. – mostrei a língua e ela deixou que um tom avermelhado tomasse seu rosto.
— Posso pensar? – ela perguntou.
— Enquanto a gente toma café no lugar que também é único? – ela arqueou as sobrancelhas. – Não fui nenhuma vez desde que você foi embora. É um lugar que gosto de ir com você, e não sozinho pra lembrar de uma amiga que estava comendo croissants na França. – dei de ombros e ela apertou minhas bochechas, se levantando da cama.
— Vamos, vou me trocar.
— Quer ir ao cinema mais tarde? – perguntei enquanto saíamos da padaria onde costumávamos tomar café uns anos antes.
— Você vai ao cinema? Pra ver filme? – a garota perguntou, se fingindo assustada e eu parei de andar, a olhando, fingindo indignação.
— Claro! – ela riu – Que não, fala sério! Pelo menos nunca fiz, mas já te falei que com você é diferente e sou o homenzinho perfeito. – dei de ombros e ela sorriu.
— Eu aceito.
— Isso quer dizer que tenho minha chance? – perguntei, a abraçando pela cintura.
— Não vou te negar isso, mas vamos com calma, okay? Nada de me levar pra cama tão rápido assim. – seguiu andando em frente e eu parei, com as sobrancelhas franzidas, esperando uma explicação. Depois de alguns passos ela deu conta de que andava sozinha e olhou para trás, me procurando.
— Ahn...
— Foi uma ironia, ! – ela riu e então eu entendi, rindo também e batendo em minha própria testa.
— Isso quer dizer que eu posso, então? – me aproximei de seu corpo e deixei um beijo rápido em sua nuca, vendo-a se arrepiar.
— Não. – ela disse, ríspida.
— Imagina, fazer amor o dia todo. – falei em seu ouvido enquanto ela abria o portão de seu prédio. – Eu poderia fazer isso.
— ! – ela advertiu, sorridente. – Tenho que sair com o outro agora a tarde, nos encontramos no shopping?
— Ah. – fiz bico. – James sendo um empata foda. – rolei os olhos.
— . – a menina gargalhou.
— Vou falar pra ele que quero entrar na igreja com você, agora mesmo. – peguei o celular e abri uma mensagem de texto para meu irmão, enquanto entravamos no elevador. pulou em cima de mim tentando pegar o aparelho de minhas mãos. – Tudo bem, eu falo mais tarde. – avisei quando ela conseguiu pegá-lo. Ela revirou os olhos e me devolveu, entrando em seu apartamento.
— Pronta? – falei quando bati na porta do apartamento de , pronto para levá-la ao cinema.
— Sim. – ela disse quando abriu a porta e pude sentir o seu perfume invadir minhas narinas. Ela usava um vestido florido um pouco acima dos joelhos em um tom de branco com flores rosas e detalhes azuis, e calçava um all star branco nos pés. Seus cabelos estavam soltos e a garota usava uma bolsa de lado para colocar suas coisas.
— Você está linda. — falei, beijando sua testa e ela sorriu.
— Espera só um minutinho que eu tô guardando um negócio. — ela se virou e deixou a bolsa na bancada, pegando um prato e o colocando na geladeira. Vi que ela pegava uma panela de cima do fogão e colocava na pia, não sem antes passar o dedo e colocar na boca, provando com uma expressão de satisfação.
— Ah, eu não acredito! — me aproximei e ela riu, entendendo minha reação. — A gente não vai sair, eu quero! — encostei-me ao balcão e cruzei os braços, emburrado.
— Tem que deixar gelar, vamos! — a garota desenroscou meus braços e segurou minha mão, tentando me puxar, mas me mantive parado.
— ! — reclamei.
— A gente come quando voltar. — falou.
— Tá me chamando pra ficar aqui de novo? Não acha muito cedo pra isso? — me aproximei de seu ouvido e grudei meu corpo no seu.
— Não estou te chamando pra ficar, estou fazendo o sacrifício de dividir com você o meu brigadeiro.
— Fala de novo. – sorri, a encarando.
— Ah, , você nunca vai parar com isso. – ela gargalhou e eu a abracei.
— É uma palavra tão linda, e quando você fala da até uns arrepios de lembrar o gosto, é bom demais! Graças a Deus essa menina incrível que tá comigo veio sob encomenda pra mim, do Brasil. – dei um rápido selinho nela.
— Podemos ir? – ela assentiu, dessa vez me dando um selinho, qual fiz questão de esticar e tornar em um beijo, me agarrando à sua cintura e sentindo suas mãos serem jogadas por cima de meus ombros. Antes que eu pudesse me agarrar mais a ela, a garota se soltou abruptamente. – Se ficarmos mais um segundo aqui, não vamos sair, e você sabe.
— Nem tô ligando, pra ser sincero. – dei de ombros e ela deu um tapa em meu braço, fazendo barulho. – Tá. – revirei os olhos e segurei sua mão, saindo da cozinha já em direção a porta.
Maio
— , você se importaria de entrar com o na igreja? – ouvi James perguntar quando cheguei perto dos dois, a procurando para cumprimenta-la. Não que não nos víssemos há muito tempo, faziam, não sei, 24 horas, mas né.
Eu e estávamos extremamente próximos e eu estava enlouquecendo com aquele sentimento, aquela mulher era um milhão de vezes melhor do que eu sempre imaginei, eu estava tão em suas mãos que se ela falasse agora pra mim que queria ter quatro filhos, eu saia correndo pra adotar pelo menos um pra não esperar nove meses na barriga. Bom, pra isso eu teria que roubar a criança sem passar pelo processo e tudo mais, mas tudo bem, eu estava tão louco que não tinha muito o que não faria.
— Claro que não, James, você sabe que gosto muito dele.
— De quem? – perguntei, me intrometendo e a assustando. Abracei seu corpo por trás e vi James revirar os olhos.
— É isso que me preocupa. – meu irmão falou e riu. Fingi que não sabia do que falavam, logo soltando seu corpo. – Bom, , a entrará com você, certo? Sei que ela não é a madrinha escolhida pela Lilly, mas nada mais justo que minha melhor amiga entre com meu “best man”. – arregalou os olhos e eu ri, assim como James.
— Como assim? – ela perguntou.
— Minha mãe obrigou. – James gargalhou quando ouviu aquela frase e eu dei um soco em seu braço.
— As coisas mudaram, você que está por fora, quem manda não passar mais tempo comigo?
— Mas... – ela me encarou e eu dei de ombros. – Seu filha da puta. – a garota me bateu, e James não entendeu, então apenas riu, de sobrancelhas franzidas.
— Vocês são doidos. Preciso ir cumprimentar outras pessoas, você dá atenção pra ? – James falou para mim e vi segurar o riso. Assenti, ele beijou a testa da garota e deu um tapinha em meu ombro, logo sumindo.
— Eu te odeio, . – ela sussurrou, rindo. – Porque não me contou?
— O que? – me fiz de inocente.
— Idiota. Desde quando vocês são tão amiguinhos? Sei que vocês nunca se deram mal, mas porra, “best man”?
— Ah , as coisas mudaram um pouco, aconteceram algumas coisas, mas não é como se eu contasse de nós dois, ele fosse parabenizar e falar ótimo, ele me tira até do casamento. – gargalhei e ela revirou os olhos, mas concordou.
— Nós dois o que? – ela perguntou, com um sorriso de lado.
— Nós dois, ué. – sorri e abracei sua cintura, sem demorar muito em seu abraço.
— Ainda acho estranho você falar algo assim. Não está com abstinência de sair e pegar todo mundo? – arqueei as sobrancelhas e ela me interrompeu antes que eu começasse a falar. – Mente, por favor.
— Você não existe. – falei, rindo. – Eu descobri que posso ter todas em uma só, agora esquece que eu não largo mais, okay?
— Sabia que já não estou com tanta dificuldade em te levar a sério? – ela fez uma expressão pensativa e eu rolei os olhos.
— Você tem uma cara de pau que não dá pra acreditar. – beijei sua bochecha. – Olha, minha mãe! Já estamos no passo em que te apresento pra ela? – a garota gargalhou e eu não consegui me segurar também.
— Mais fácil eu te apresentar pra sua mãe, .
— Oi, tia! – falou quando minha mãe se aproximou de nós, animada.
— Oi, mãe, conhece a mulher que vai entrar na igreja comigo? – apontei para a garota e vi seu rosto corar.
— James colocou vocês juntos? – ela perguntou, de olhos arregalados, e afirmou.
— Também estou surpresa, ele está bonzinho. Achei que ele me colocaria com algum cara estranho qualquer.
— Acho que ele finalmente cresceu, que orgulho desse menino. – ela falou, rindo. – Vocês ficarão lindos juntos. – minha mãe beijou a bochecha de e a minha também. – É incrível ter você de volta, meu amor. – e então ela saiu, indo conversar com outras pessoas.
— Você devia parar de chamar ela de tia. – falei.
— Devia?
— Claro. – dei de ombros e ela sorriu, tímida. Passei meus braços em volta de seu corpo e a conduzi para a mesa principal, onde o almoço seria servido.
Julho
— Queria sair, sério. – falei quando se sentou ao meu lado no sofá.
— Ah, , amanhã é o casamento.
— E qual o problema? O casamento não é à meia noite e um, é só a noite. A gente ainda vai poder dormir a manhã inteira.
— Você é muito chato. – ela revirou os olhos e eu beijei seus lábios rapidamente.
— Você também é muito chata e eu te aguento. – fiz bico e ela sorriu, dando um tapa leve em meu ombro descoberto.
— A gente podia continuar aqui juntinhos, a noite toda. – senti sua unha subir por meu abdômen, provocando arrepios em todo meu corpo.
— ... – suspirei alto.
— Mas tudo bem, já que você é chato a gente pode sair. – me agarrei em seu corpo e joguei o meu por cima dela, fazendo com que suas costas batessem no sofá.
— Agora a gente vai sair, mas mais tarde. – posicionei minha mão em sua nuca e a puxei para mim, beijando-a, enquanto sentia meu membro latejar novamente, já que não era a primeira vez daquele dia que ela me provocava daquela forma.
— Vou ter que grudar em você. — falei, segurando a mão de .
— Mais fácil eu ter que grudar em você né? Se bem que você é patrimônio desse lugar, não deve ter muita carne nova. — ela riu e me deu um selinho.
— Uns dois meses atrás eu vim aqui... — comecei a falar e a garota levantou a sobrancelha, desconfiada. — E encontrei uma menina linda... — ela revirou os olhos, e abriu a boca, pronta para me interromper. — Aí, eu sosseguei. — vi seus olhos brilharem antes que ela os revirasse, brincando. passou seus braços ao redor de meu corpo e me apertou, encostando sua cabeça em meu peito.
— Sem graça. — ela resmungou. — Já faz tudo isso? — falou, olhando para mim novamente e andando em direção ao bar, para que nos sentássemos.
— Já fazem quase três. — dei de ombros.
— E como vai a vida de amarrado? — ela riu, me fazendo rir também.
— Vida de amarrado? — ouvi uma voz em minhas costas, questionando.
— James? — arregalou os olhos. — O que está fazendo aqui?
— Ouvindo a conversa alheia, se vocês podem se encontrar por aqui, eu também posso, mas acho que seria legal a gente combinar da próxima vez. — nós todos rimos. — Que história é essa de amarrado e por que a sabe e eu não? — ele estava com a testa franzida, tentando entender.
— Tô namorando. — falei e vi cuspir sua bebida, molhando levemente minha roupa. A encarei, sem entender.
— Está tão sério assim? Você não tinha me contado. — ela frisou a palavra não e então eu entendi sua reação, nós ainda não havíamos nomeado nossa relação, e eu tinha acabado de pedi-la em namoro de uma forma extremamente esquisita. Na verdade, eu acabara de entender que havia a pedido em namoro sem nem eu mesmo saber que faria.
— Caralho, ! Eu não acredito! Por que não me contou, seu filha da puta? — James gritou.
— Não xinga minha mãe, cara. — falei, brincando. — Relaxa, eu acho que eu tô namorando ela e ela nem sabe. — tossi e apenas ficou quieta ao meu lado, com um sorriso tímido nascendo em seus lábios.
— E você tá aqui? , você é meu irmão, mas isso não faz com que eu tenha que te proteger. Toma vergonha na sua cara, seja um homem direito.
— Tá se achando só porque vai casar. — mostrei a língua e ele deu um tapa fingido em meu rosto. — Acredite, eu sou homem de uma só mulher agora. Ela merece.
— Eu tô desacreditado. Você vai levar ela amanhã? — se levantou do banco, irritada.
— James, você é a pessoa mais lenta que existe no mundo, sério. Um bebê entende mais as coisas do que você.
— ... — ele tentou a interromper e eu apenas ri.
— Você acha que porque o estaria namorando ele não viria mais pra balada? Sabia que namorados podem curtir sair juntos? Inclusive eu adoro, e aproveito pra salientar aqui que estou aceitando o pedido de namoro. — pulei do banco a encarando, ela suspirou aliviada e me olhou, com calma, me dando um selinho. Abracei seu corpo e beijei seus cabelos, deixando um leve carinho em suas costas.
— O quê? — James falou, baixo. — Como assim? — ele nos encarou. — Ah, meu Deus, eu não mereço isso. Eu nem sei como reagir a isso. Porra, ! — senti seu braço puxar o meu e o apertar, me fazendo tropeçar no degrau do bar ao sair andando a passos largos comigo. Olhei para , que permanecia estática em seu lugar, e apenas acenei com minha mão livre, pra que ela deixasse.
— James, o que é, caralho! — gritei quando alcançamos o lado de fora. — Você tem que parar de ser infantil, antes eu até pensava que você gostasse da e fosse ciumento por isso, mas, porra, você vai casar!
— É a , ! Como você pode querer brincar logo com a ? Ela cresceu dentro de casa! Eu não tô acreditando. Você tá de sacanagem né?
— Será que é impossível levar uma pessoa a sério? Simplesmente por causa do histórico dela? — estourei. — Todo mundo achou o quê? Que eu passaria a vida inteira indo de bar em bar, bebendo todos, virando a noite, pegando várias meninas e esquecendo o nome delas depois? Caralho, que porra de impressão eu deixei pra todo mundo?
— A pior. — ele disse, ríspido.
— Sabe qual a melhor parte? Quem eu tinha que convencer, eu já fiz, que é ela. Você pode surtar o quanto quiser, mas tenta se lembrar de alguma vez que eu tratei essa menina mal, uma única vez, James. Porra, eu não mereço um voto de confiança do meu irmão? A gente chegou numa amizade tão legal, e eu não mereço ao menos isso? Dude, eu gosto tanto dela. Eu sempre gostei. — relaxei um pouco os ombros e falei mais calmamente. James estava em silêncio e apenas assentiu, sem abrir a boca.
— Vocês podiam ter me contado. — falou, depois de um tempo.
— Como você pode ver, não tinha muito bem o que contar, afinal, eu acabei de pedir ela em namoro indiretamente e ela acabou de aceitar. — dei de ombros e vi meu irmão rir abertamente.
— Você não presta, . Eu não sei como vou lidar com isso, eca, mas paciência né? — ele disse, menos alterado. — Mas você sabe, não? — vi sua mão fechada aparecer em frente aos meus olhos e balancei a cabeça afirmativamente.
— Se algo der errado, eu mesmo acabo comigo. É a , caralho. — falei, orgulhoso.
— Então você é homem de uma só mulher agora? — perguntou quando James voltou para seus amigos que haviam insistido naquela despedida de solteiro surpresa. Claro, depois que havia nos feito contar tudo sobre como estávamos ali.
— Então você é minha namorada agora? — ela sorriu e abaixou a cabeça, envergonhada.
Puxei a garota para mim e grudei nossos corpos, logo procurando por seus lábios para finalizar aquela conversa de uma vez, e começar a pensar em como apresentar para meus pais no dia seguinte alguém que eles já conheciam tanto quanto a mim.
Fim!
Nota da autora: Oi pessoal! Eu amo tanto essa música! Hahahaha Criei três plots pra tentar escrever essa fic e só foi dar certo no terceiro, então, o que acharam? Curtiram? Me digam, por favor! Até mais <3
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.