02. Uh huh

Última atualização:19/01/2019

Parte I

Foram três longos anos, em um país desconhecido, em uma cidade desconhecida e uma família um tanto conhecida. chegava da Universidade de Iowa, era a última semana de provas e depois estaria livre para atuar no ramo que escolheu Letras. Bom não tão livre assim, ela ainda teria a apresentação do seu Trabalho de Conclusão de Curso, o que para ela seria mais fácil que as provas.
Colocou a chave no chaveiro, e andou olhando cada lugarzinho daquela casa vazia. , estava com uma Host Family. Onde passou o natal, aniversário e até mesmo tensões de prova ali, sob aquele teto. Não podia deixar de se recordar o dia que passou pela primeira vez pela aquela porta, ela sorria só de lembrar; O medo da família não gostar dele e fazer de tudo para ela mudar de host, o medo de fazer algo e sair daquela casa, e quem dirá que hoje, eles eram realmente uma família todos juntos e contando com ela.
Subiu as escadas de madeira clara, depois de ligar o aquecedor da casa e colocou sua bolsa na cama, levou uma muda de roupa para o banheiro e lá relaxou os músculos para mais uma nova tensão de estudos e pré-prova.

Com o almoço do lado e o livro em sua frente, ela estudava incansavelmente, ela escutou as chaves destrancando a porta e passos calmos no andar de baixo. Olhou no relógio do computador e pela hora não podia ser Chantel, sua host mom, já que ela ia chegar um pouco mais tarde junto de Shawn, seu marido. Curiosa ela deslizou sua cadeira para longe da mesinha e esticou o pescoço para ter uma visão melhor da escada. E quando a pessoa pontou na escada seu coração mudou de ritmo.
! – O garoto falou com um sorriso grande nos lábios. O apelido tirou um sorriso tímido de .
— Oi, , mas o que está fazendo aqui? – Se levantou para abraçá-lo.
— Vim passar o natal com vocês, está nevando forte.
— Como assim nevando? Não havia previsão de neve para hoje.
— Mas está, eu deixei meu tênis lá embaixo senão mamãe me mata.
— Quanto drama, ei. – Disse ao olhar para o rosto dele mais de perto. – Esse machucado aqui? – Acariciou o local esperando que ele contasse o que causou.
— Cai do skate, lá na pista fechada, fui direto para o chão de cara. – Ela riu da história.
— Será que não tem um momento que você não vai se machucar? – Zombou. – Vai, eu cuido disso para você.
— Não precisa.
— Por que não?
— Porque já está melhor.
— Claro e você lavou?
— Não.
— Então para de falar senta ai na cama que eu já volto.
Praticamente ordenou. e haviam se entendido depois do primeiro ano que ela estava na casa, quando precisou aceitar que eles eram de fato uma host family. Desse ano em diante eles ficaram inseparáveis, como se conhecessem desde criança, como se fosse realmente irmão, sendo ela a caçula.
A menina voltou com a caixinha de curativos, limpou o corte na bochecha do rapaz com todo cuidado que cabia em seu coração. O mesmo que estava mais calmo em vê-lo em casa novamente, e agitado por está tão perto dele, e sentir aquele perfume a levava a loucura, mas nada comprava aos olhos que para ela era o paraíso mais perfeito que já tinha visto.
— Pronto. – Falou baixinho. – Está devidamente cuidado.
— Lógico depois de você colocar uma arma na minha cabeça e me fazer sentar aqui. – Arrancou risadas dela.
— Voltou cheio de drama. Como está a casa lá?
— É legal, mas Jesse ronca muito alto. – Riram. – Eu acordei achando que tinha alguém cortando grama em plena madrugada.
— Me lembre de nunca dormir na mesma casa que ele.
— E quem disse que vai dormir na mesma casa que ele.
— Eu né?
— Jesse tem medo de chegar perto de você.
— Por eu não ser daqui?
— Não, por acharem que ele quer algo com você, ele tem sérios problemas nem da Alex ele chega perto.
Alex era a irmã mais velha que , três anos mais velha que ele. Um doce de menina e incrivelmente forte, quando se mudou para a casa dos ela foi a primeira a abraçar sem receio, a abraçou como se fosse a irmã mais nova que fazia um bom tempo que não havia.
— Me esqueci desse detalhe. – Ela riu.
— E a universidade? – Ele deitou na cama dela.
— Me matando como sempre, terminei o estágio antes do inverno então isso já está ok, agora me resta a última prova e o tcc. – Falava enquanto brincava com a barra da blusa larga dele.
— Estou convidado para o tcc né?
— Não, quero que você fique bem longe, porque se eu tiver ataque de riso das suas gracinhas eu não vou ter meu dez, entendeu senhor ?
— Poxa, , achei que você gostava quando te distraia.
— É necessário responder? – Ele negou com a cabeça. – Vê se não faz nenhuma gracinha, por favor.
— Dessa vez vou ficar bem sério, dou minha palavra.
O olhou desconfiada, ele gostava sempre de fazer as gracinhas independente do momento que fosse.
— É sério, . – Levantou e apoiou o braço na cama. – Eu não vou fazer isso na sua apresentação. – Segurou a mão dela.
— Eu acredito.
— Bom já que a senhorita acredita, eu vou te deixar estudando e enquanto isso vou tirar a neve da garagem.
— Ok.
Ele se levantou e deu um beijo em sua testa e ela sorriu em retribuição, ela não gostava muito disso, não de receber beijo, mas... Ela só queria que uma boa parte daquela sensação não tivesse ido para o caminho errado. Respirou fundo e voltou a estudar, ficaria ali até às cinco horas e depois pararia para ficar com a família.

Última prova. não havia dormido direito, estava mais alerta que qualquer outro aluno daquela sala. Fez a prova de literatura II e depois seguiu para a apresentação, que também fazia parte da prova, aquilo era uma tortura sem fim, o professor fez de propósito sendo que a apresentação não valia nota, e o motivo? Para não chegar atrasado na prova. só não xingou o professor no dia que ele alertou sobre a apresentação, porque era seu último semestre e não queria perder a bolsa.
— E tcc já está tudo decorado? – Sua amiga sentou ao seu lado na mesa do refeitório.
— Bem, tenho tudo gravado na cabeça e você?
— Nem decorei metade dele. – Sua cara era de desespero. – Sério eu não decorei a forma que vou apresentar o tema.
— Não se estressa. – Ela riu e bebericou seu suco. – Você consegue, só mantenha a calma, e aproveitar esses dias e o natal.
— Disse a especialista.
— Só por eu ter feito um tcc no meu ensino médio não quer dizer que sou especialista. – Se levantaram da mesa, e colocaram a bandeja no lugar certo.
— É claro, você sabe muito bem como se comportar amiga, é muito simples para você... É amiga?
— Sim.
— Jesse e vai vim na sua apresentação?
vai, Jesse não sei, por quê? – Tentou não demonstrar seu ciúme com a pergunta.
— O é muito bonitinho não acha?
— Não, Jane, como vou achar meu irmão bonito? – Colocou um sorriso falso no rosto. O pior, é que ele não era só bonito era extremamente lindo.
— Como não, aqueles olhos dele não parece o céu? ? estou falando com você. – Balançou a amiga pelo braço.
— Perdão eu estava só pensando como vamos embora com essa neve toda. – Mentiu, mas não era mentira, a neve estava bem alta na calçada bem mais do que a previsão do tempo alertou. – E não acho tudo isso, sabe Jane você devia parar de fantasiar ele de verdade.
— Ele não deve ser tudo isso que você fala.
— É sim, acredite. – Mexia no celular. – Droga, todos os carros de aplicativos estão em vermelho.
— Perdão, , eu te levaria mas papai vai vir de moto. – Bloqueava o celular.
— Tudo bem, não se preo... – Parou ao olhar para frente, precisou conter o riso daquele cachecol todo vermelho, amarelo e branco, mal colocado no pescoço de . – Eu acho que minha carona chegou, beijo qualquer coisa você me chama viu. – Se despediu.
— Quem dera desse para ir junto de você, tchau amiga ligo sim, desesperada e chorando. – Elas rindo.
colocou a touca e caminhou até o carro dos pais de , o mesmo estava encostado na porta do carro.
— Vai me dizer que veio aqui só porque viu a previsão do tempo? – Se aproximava dele.
— Claro, com essa neve toda você só chegaria em casa amanhã.
, você voltou bem sarcástico viu. – O abraçou.
— Simon também falou isso. A minha mãe pediu para irmos comprar algumas coisas, tudo bem para você?
Simon era o irmão mais novo de , e que sonhava em ajudar o pai nas turnês da banda, ao lado de seu irmão.
— E ele está certíssimo. Está sim, só podemos comprar algo para comer. – Deu a volta no carro.
— Como você consegue?
— O que?
— Um saco sem fundo? Pensa sempre em comer.
— Já devia está acostumado.
— E estou, só não sei como cabe tudo aí.
— Nem queria saber.
Ele riu dela enquanto estavam parados no semáforo vermelho. mexia no celular com um sorriso doce em seus lábios, queria se mexer no banco para saber com quem falava, mas se conteve precisava conter seus sentimentos e principalmente o ciúmes, não havia motivos para sentir tudo isso, afinal ele era “seu irmão”.
— Abriu o semáforo. – Ela disse olhando para frente.
— Obrigado.

No mercado, passou a lista que eles teriam que comprar para ser mais rápido. Era um erro os dois saírem juntos, despertava o lado mais idiota de , eles não podiam ir até a sessão de brinquedos. Nem parecia que ela tinha vinte anos e ele três anos mais velho que ela.
— De novo aqui.
— Agora tem motivo, preciso enviar presente para minha sobrinha.
— Eu esqueci do detalhe da sua sobrinha, ela não quer uma arma? – Apontou para ela e fingiu está atirando.
— Não obrigada, eu agradeço por ela.
— Ela ia adorar, qual o nome dela mesmo?
— Você que ia adorar, . – Revirou os olhos. – Não sei o que comprar para ela, Alicia.
— Uma Barbie?
— Não, mandei no último natal, ah vamos depois eu resolvo isso. – Empurrou ele pela barriga, em direção do carrinho. — E não vai comprar aquela Narf.
— Agora. Olha. – Disse mudando de assunto. – Quando você avisou que o semáforo estava aberto, eu estava olhando essa maravilha aqui. – Destacou a palavra, logo entregou o celular.
Burra, ela foi burra demais com aqueles ciúmes desnecessário no carro, na frente do semáforo vermelho.
— Onde ela está? Porque não veio junto de você?
— Ficou com Jesse, não consegui trazê-la, estou sem carro.
— Ah, estou com saudades da Mya.
Mya era a Pit bull de , ele a adotou em dois mil e treze, o mesmo ano que chegou em Iowa. A pequena Mya se apaixonou por , e a garota não conseguiu esconder seu grande amor por Pit bull e cuidou dela o tempo que ficava fora de casa – o que era praticamente as vinte e quatro horas do dia, quando não estavam em tour.
— Eu queria trazê-la, mas vai ser complicado. – Se encaminharam para o caixa.
— Vê se seu pai não vai com você. Não calma, vamos para o setor de doce.
— Já pegamos doce e seu almoço, , e não verei.
— Ficar emburrado com ele não vai dá em nada, e quero vê se dessa vez tem leite condensado.
— Teremos brigadero. – Ignorou sobre o pai.
BrigadeIro. – Enfatizou o i entre risos. Procurava entre as prateleiras, nunca era fácil achar a caixinha em supermercado americanos, até mesmo no Walmart. O motivo era simples e até compreensivo, não era tão popular nos mercados. – E sim teremos brigadeiro. – Pegou a caixinha.
Não havia nenhuma conversa que ficasse enjoativa na volta para casa, os dois dividiam o salgadinho e a coca-cola, ela conseguiu convencê-lo em não levar nenhuma bebida alcoólica e aquilo foi maravilhoso para ela, e para ele, bom não precisava dizer muita coisa.

Ainda naquele dia, depois de um bom e grande prato de brigadeiro, a família que estava sentados no sofá assistindo um programa de comédia e apreciando aquele doce brasileiro maravilhoso.
— Tenho que assumir. – Alex começou a falar no intervalo. – Você foi um presente para a gente, ainda mais com esse doce. – Tirou um riso tímido da, agora, irmã de coração.
— Que isso, não faço o melhor brigadeiro.
— Se não faz, então não sei o que é melhor. – Simon disse de boca cheia, e em milésimos Chantel o advertiu pelo modo.
— Aproveitando que estão todos aqui. – a olhou, estava sentado ao lado dela no chão, e sabia que o assunto era sério, ela nunca falava daquele jeito só quando precisou de dinheiro para comprar um livro bem caro por sinal. – Queria agradecer mesmo do fundo do coração a hospitalidade de vocês, eu não sei o que seria de mim nesses três anos sem o apoio e o amor de vocês, mesmo não sendo aceita logo no primeiro ano. – Todos riram.
— Eu nem acredito que você já vai, passou tão rápido. – Chantel estava com os olhos marejados. – Queria conseguir fazer você ficar conosco mais tempo.
— Confesso que eu também.
— Você realmente virou nossa filha nesses três anos, não imaginei que além de uma intercambista, ter uma grande fã da banda foi bem diferente, você realmente se tornou uma filha para mim . – Ela riu do Shawn.
— Se eu soubesse que era vocês eu acho que nem teria aceito, não estou falando por mal, mas eu ia ficar olhando vocês bem diferente, ainda bem que fui salva pelo nervosismo.
— Não ia aguentar se você percebesse logo de cara. – comentou.
— Engraçadinho, minha família vai vim para a minha formatura, mas queria saber se todos vocês vão?
Era uma dúvida grande para ela, principalmente para Shawn e ; Os três queriam altamente ir a formatura dela, mas as datas dos shows teriam que bater certinho com o dia, o que seria difícil de dizer já que a formatura foi adiada.
— Eu vou tentar ir. – Shawn a olhava com ternura. – Mas se eu não for, sei que Chantel, Simon e Alex vão representar bem a minha ausência, mas temos que ver com a data dos shows, já sabe para quando foi remarcado?
— Negativo. – Estava tristonha. – Eles falaram que depois do TCC vamos saber quando vai ser o dia, mas tenho quase que certeza que não passa de Janeiro.
— E nesse meio tempo você pode ficar com a gente? – Alex questionou.
— Posso. – Sorriu. – Não vai se livrar tão cedo de mim.
— Quando souber o dia me avisa, para ver com a agenda.
— Pode deixar. – Manteve um pequeno sorriso nos lábios.

Durante a noite a neve aumentou, estava muito forte que acabou acordando no meio da noite. Desceu enrolada no casaco mais quente que havia comprado com seu emprego, quer dizer ex emprego.
Olhava para fora enquanto esquentava o leite, a neve estava indelicada, não se comparava com o primeiro dia que a viu cair sob o quintal dos . Colocou açúcar na caneca e depois o leite morno, e permaneceu olhando a neve cair.
— Está sem sono também? – falou arrastado e com a voz rouca.
— Pode ser, dizer que sim. – Ainda olhava a neve. – Acordei com a neve contra a janela.
— Não foi a única, está nevando bem forte. – Chegou perto dela para se servir do leite também.
Foi nesse momento que ela derramou leite em si, estava apenas de moletom e meia, a falta da busca demonstrar as tatuagens do braço, tórax e a mais recente a mesma ficava acima do cós da calça, no lado direito dele. A única vez que viu a mesma, foi por foto.
Limpou rapidamente e desviou o olhar do abdômen dele – definido. No fundo torcia para que ele não tivesse percebido a medida que ela fez nele.
— Está sim. – Concordou. – Parece que está se despedindo de mim, o dia que caiu neve pela primeira vez que eu estava aqui, ela estava tão sutil, em todos os dias, não parecia nem um pouco com essa.
— Deve ser saudades, ai resolveu te acordar para você vê-la.
— Não sabe o quanto eu vou sentir saudades de ver esses flocos caírem.
, não vai ser só ela que vai sentir saudades de você.
— Sua mãe então. – Sorriu com o pequeno filme que passou em seus pensamentos. – Nunca vi ninguém tão feliz por ajudar a escolher o vestido de formatura.
, n. – Ela o interrompeu.
— Mas ela disse que queria que minha mãe também ajudasse escolher. – Foram para o sofá. – Então ela vai vim primeiro que meu pai aqui.
— Conhecerei então a fera. – Causou a amiga. E o que ia falar, deixou para outro momento.
— Sim, uma grande fera pode acreditar, pior que eu quando estou brava.
— Vou está com o skate quando eu vê-lo.
— Skate? Não precisa de Skate para isso. – Tentava controlar o timbre da risada. – Só não deixa ele saber que você tem sérios problemas mentais.
, eu sou normal.
— Ah, tá. – Bebericou seu leite. – Não está com frio não?
— Não sinto tanto frio dentro de casa, agora você. – Sorriu. Foi até o baú da sala e pegou uma coberta para eles. – Aqui se cobre, achei que já tinha se acostumado com o frio daqui.
— Queria, da mesma forma que não queria ir embora.
— Embora?! – sentiu seu coração comprimir. Não tinha planejado isso, quer dizer ele não tinha planejado uma despedida decentemente para sua , ele não queria viver longe dela.
Se estava vivendo com um controle sobre o álcool era por conta de , ela sempre conversava com ele, sempre fazia trocas para ele não tomar, nem sempre era fácil e nem sempre ela conseguia. Além de tudo isso, foi a única estranha que o apoiava em sair das bebidas, era totalmente diferente quando sua família conversava sobre o assunto e se demonstram preocupados, tinha um jeito único. Talvez fosse o amor que ela sentia por ele que ajudava, um amor que ela não tinha a ideia se era ou não recíproco.
— Como assim ir embora?
— Para o Brasil. – Disse o óbvio.
— Não é daqui? – se referiu a casa de seus pais, e ela negou com o dedo enquanto tomava o último gole do leite. se ajeitou no sofá ficando perto dele, aproveitou e segurou a mão dela onde fazia um carinho suave.
— Se fosse daqui ia ser melhor, não quero ir embora de Iowa, não queria deixar vocês, a Mya... – Suspirou. – Como sai do meu último emprego e a universidade acabou, não tem como eu ficar, o cartão de estudante vai expirar quando minha formatura acabar.
— Tão rápido.
— Eu sei. – Encostou sua cabeça no braço dele, que estava bem quente por sinal.
— Não tem como fazer esse dia demorar um pouco?
— Se eu conseguir um emprego até lá, mas agora no natal, duvido que alguém me contrate.
Aquela conversa levou os pensamentos de o mais longe. Enquanto dormia em seu peitoral ele mexia no celular de uma forma ou de outra queria ajudar a garota, e foi nas fotos do Whatsapp dele que a luz apareceu. Devia ter pensado naquilo antes.
Com carinho, ele a pegou no colo sem o cobertor – que dobrou antes de pegá-la –. Devagar, ele subiu as escadas forrada de carpete temporário e com cuidado para não esbarrar nenhuma parte do corpo dela na parede; Entrou no quarto dela e a colocou na cama a cobriu com o cobertor felpudo e quentinho.
— Eu não quero que você vá, , eu perderei minhas forças se você for. Ai, , se você soubesse o quanto você é importante para mim. – Acariciava o rosto dela. – Eu vou dar um jeito, não posso, não podemos ficar sem você, a Mya te ama.
Levantou-se da beirada da cama dela e terminou de cobri-la. Se a ideia que teve era a melhor ele não tinha a certeza, mas que poderia dar um jeito dela poder continuar com eles, ele daria.


Parte II

Faltava duas semanas para o natal, repassava suas falas do trabalho de conclusão de curso em seu quarto enquanto escutava e Simon jogando iguais uns loucos no videogame, o que não atrapalhava muito. Apenas desviou a atenção do caderno cheio de rabiscos e escritas quando sua porta abriu depois de duas batidas na mesma.
, mamãe perguntou se você não quer ir fazer a compra de mais enfeite de natal? – Alexandria estava apoiada na maçaneta da porta.
— Tenho que terminar de estudar o TCC.
, você já estudou isso a dias, para com isso, ele é amanha você precisa se distrair, agora entendi porque Simon está jogando com o .
— Mas, Alex...
— Sem mas, vem, deixa esse caderno aí e vamos sair. – Fechou a porta atrás de si. – Tem que ser uma roupa bem quentinha, já tem a roupa de natal? – Olhava o closet da irmã e escolhia um bom casaco para ela.
— Não, tenho que comprar ainda, ia fazer isso depois do TCC, vai querer ir comigo?
— Que pergunta. – Elas riram.
— Aqui coloca esse, e essa calça está boa para sair?
— Está sim. – Colocava a bota e pegou o casaco. – Aqui fica com você, você já sabe né.
— Não vai parar de revisar até amanhã, vou guardar no meu quarto nesse meio tempo você avisa os meninos, por favor? – apenas concordou com a cabeça.
Pegou sua bolsa e passou no quarto de que foi muito bem recebida com a vitória de Simon, avisou que iriam sair e não teriam hora para voltar, e como sempre poderiam ligar para a senhora Chantel, mas quando já estava de saída do quarto, não perdeu tempo e a provocou:
— Com elas você sai, agora para jogar comigo, não.
— Ela me ama mais. – Alex apareceu atrás de , a abraçando pelo pescoço. O que tirou risos dela.
— Infelizmente, , comprar enfeites de natal é mais divertido. – Ele fechou a cara. – Mas eu te amo também viu, você também Simon. – Falou só para não ficar meio estranho.
— Traz alcaçuz, então. – Simon pediu mais uma vez.
— Claro, vamos fazer um contrato com a fábrica, até.
— Tchau.
— Você acha mesmo mais legal a decoração do que o videogame? – Alex perguntou enquanto desciam as escadas.
— É claro, eu sempre amei decorar a casa para o natal.
— É oficial, somos irmãs de mães diferentes. – Riram.
— Prontas?
— Sim.
— Então vamos, não quero voltar tarde, temos que decorar a casa e fazer a janta.
— Podíamos pedir alguma coisa, era mais fácil mãe. – Alex sentou na frente. – E não teríamos que nós preocupar com a louça nesse frio.
— Apoio.
— Verei quando chegar em casa, as vezes acho que eles fizeram sua cabeça, Shawn também.

As inúmeras decorações que estavam na sacola agora decorava até o corrimão de madeira da escada, a árvore estava mais colorida, Simon também ajudou a decorar a árvore. Logo o cheiro da comida estava tomando conta da sala de estar e todos reunidos em volta da mesa comendo seus pratos italianos, rindo e conversando; Lembrava muito os comerciais de margarina que passava na televisão... Se desse ela juntava todos, sua família de sangue e a de coração.
Ficou sentada no sofá da sala olhando aquele lugar todos colorido de vermelho, verde e dourado, com as luzes da árvore acesas. Nunca se imaginou que iria tão longe assim, que passaria a viver com outra família só para viver o seu sonho. Sempre foi incentivada pela sua mãe e seu pai, mas teve medo que no meio da universidade, ela tivesse que voltar por situação financeira.
Os a ajudaram, até quando não era necessário. Não era apenas para fazer “a boa família” mas era porque eles realmente gostaram dela e isso passou ser mais evidente quando Shawn tirou do próprio bolso o dinheiro para pagar a taxa de hospedagem dela.
Entretanto nada nesses três anos que ela viveu em Iowa, Des Miones, poderia ser melhor do que conhecer . Aquela postura dele todo skatista, fechado, bravo e bem idiota com os amigos era só uma pequena parte dele, pois ele por completo era com a família e principalmente com , e era aquele que ela sentiria tanta falta ao ir embora.
— Não vai me dizer que está decorando cada lugar dessa casa. – Ele sentou ao lado dela.
— Eu acho que estou decorando o natal aqui, lá é quente, parece que alguém deixou o sol ligado durante a noite, não temos neve e nem biscoito quentinho com chocolate quente, muito menos pessoa que ficava me enchendo o saco e me chamando de o natal todo.
— Depois eu que faço drama, você não vai embora, eu armei um plano. – Falou animado. – Depois do seu baile, nós saímos damos uma volta por aí, e depois eu sequestro você. – Ela riu.
— Claro, , até porque vai funciona, eu volto para ver você e você vai até lá eu te apresento São Paulo todinha.
— Não vai ser a mesma coisa.
— Eu sei. – Suspirou tristonha. “Não vai ser a mesma coisa acordar todos os dias e não escutar “Bom dia, !” logo cedo.” – Pensou.
— Até lá alguma editora contrata você. – Disse convicto.
— Espero que sim, agora eu vou dormir porque tenho meu trabalho de conclusão de curso amanhã, e por favor, sem gracinhas.
— Você vai ver um que você nunca viu.
— Tenho medo, ah, eu esqueci, obrigada por ter me levado para o quarto, eu acho que dormir muito rápido. – Andavam lado a lado.
— Não tem problema. – Encostou no batente da porta dela. – Dá um jeito de ficar. – Segurava a mão dela.
— Qual? Eu fiz muita coisa já, tenho uma semana depois do baile depois disso eu volto para o Brasil.
.
, eu não posso fazer nada, só se eu casar com algum americano.
— E ver minha irmã casar com outro só para ficar, não seria uma ótima forma. – Forçou o riso.
— Boa noite. – Beijou a bochecha do rapaz e o empurrou rapidamente para fechar a porta.
Estava muito bom tudo, até ouvir que ela era irmã dele. Ele não era obrigado a saber que a garota do quarto ao lado guardava os sentimentos mais sinceros por ele, e também não podia implicar com aquela palavra, afinal Simon e Alex também a chamavam de irmã, mas ele... Podia estar louca, ou então considerar que só pelo fato de “conhecê-lo” por fotos e vídeos por conta da banda, ela já sentia uma ligação forte com ele, como se o conhecesse bem antes de viajar para Des Miones.

O sol apareceu para dar bom dia, mas não conseguia esquentar aquela manhã de brisa gelada. estava em cima do palco esperando o momento certo para começar sua apresentação; Brincava com a barra do blazer para aliviar o stress e a ansiedade.
Na primeira fileira estava os mestres, com duas garrafinhas d’água, a folha de anotação e o TCC impresso. Alguns bancos atrás, estava os , Shawn havia ido já que a banda estava em recesso por conta das festas de fim de ano, Simon havia faltado na escola e estava sentado ao lado de sua mãe e irmã, mas ainda não havia chegado. Será que até nesse momento ele preferiu beber de vez prestigiar a garota?
— Senhorita Oliveira, já pode começar. – A professora falou com um pequeno sorriso.
— Certo, obrigada.
Bebericou sua água enquanto olhava para Alex, que a mesa fez um gesto para , demonstrando que nem mesmo ela sabia onde ele estava. Ver triste não era tão reconfortante, enquanto escutava a amiga dar início a sua apresentação, ela discretamente enviou uma mensagem para seu irmão e torceu para que ele olhasse o celular logo independente da onde estivesse.
apresentava de acordo com o seu roteiro mental, falava calmamente enquanto rodava o pequeno broche quebrado que havia ganhado de sua tia; Era para esses momentos, momentos de tensão e nervosismo.
Quando foi da a introdução ao capítulo dois, ele apareceu na porta do teatro. Seu coração palpitou rapidamente, teve que tomar um pouco de água para esconder sua distração dos professores; realmente estava diferente e a calça jeans era nitidamente nova, juntamente da blusa social que escondia a despojada por baixo. Seu lugar estava reservado ao lado de Alex e a essa altura já estava em seu estado normal.
— Pelo amor de Deus, , não fale que você estava bebendo? – Alex cochichou.
— Não! Eu fui comprar uma roupa descente não está vendo? – Acompanhou o timbre de sua irmã. – É o TCC da não ia vim de qualquer jeito, e como Jesse e Petey foi comigo, a gente demorou para achar algo legal.
— Era só ter me chamado, agora vamos prestar atenção na .
A garota conseguiu entreter muito os professores e todos que quiseram assistir a apresentação dela. Até mesmo que nunca foi de literatura ficou atento em todos os detalhes, exemplos e explicações. Ela realmente literatura.
Ao término da apresentação, ela cumprimentou a bancada e desceu do palco, e sentou no lugar de Jane. Ela ajeitou suas coisas e esperou a bancada dizer que ela já podia começar, porém no tempo de espera Jane olhou para com um olhar de “Não consigo apresentar com o me olhando”.
— O que eu faço? – Moveu os lábios.
— Nada. – Riu. – Apenas, apresente. – Fez o mesmo que a amiga.
Não era o mesmo tema, nem pretendia usar a literatura. Seu trabalho de conclusão de curso está mais focado na alfabetização da terceira idade, o que sempre foi um encanto para Jane, e claro que a “matemática do português” ia está bem presente.

— Classe. – A professora Emma entrou na pequena sala. – Obrigada por todos terem vindo aqui hoje, sei que vocês duas apresentaram o TCC, mas preciso conversar com todos vocês. – Emma havia convocado todos para uma pequena reunião, e o assunto já era de se esperar, a formatura. – A formatura de vocês ficou para o dia quinze de janeiro, aqui está o convite de vocês, e de seus familiares, e queria agradecer por todo o ano letivo. – Todos aplaudiram. – Irei chamar o nome de vocês e vocês vem até aqui pegam seus convites e confirmem se a quantidade está certa.
pegou o seu ao escutar seu sobrenome ecoar pela sala; Conferiu se os oitos convites estavam no envelope e depois o seu, que era mais elaborado, tudo certo ela voltou para o teatro onde os estavam à espera dela.
— Você foi espetacular, nem parecia aquela menina que chegou e precisava de ajuda para compreender com detalhe a história do Estados Unidos. – Chantel falou abraçando a menina.
— A sua leveza ao explicar sobre literatura, foi melhor que a minha professora. – Simon fez todos rirem.
— O que acham de comemoramos em um restaurante? – Shawn sugeriu.
— Vamos naquele que você levou eu e o ? – Alex questionou.
— Sim.
— Então lá é onde vou fazer meu pequeno discurso.
— Se prepara, ela gosta de falar. – O patriarca falou segurando o riso.
— Eu vou vê se acho um travesseiro. – Eles riram com o comentário da . Até mesmo Alex que havia olhado para trás rapidamente.
— Vamos? , eu acho que você tem que falar ainda da formatura com sua professora né? – Enfatizou a palavra.
— Claro, claro. – Não entendeu nada.
Esperou eles se afastarem, e viu o garoto sentado na cadeira foi aí que compreendeu a enfatização de Alex; Logo após se aproximou de que permaneceu sentado quando chegou no começo da introdução do segundo capítulo. Sentou-se ao lado dele e esperou ele conversar.
— Você foi, de tirar o ar, não sei como conseguiu me prender no tema, eu odeio literatura.
— Você odeia tudo que é bem mais elaborado. – Riu.
— É você está certa. – Virou para ela muxoxo. – Eu fui tentar achar alguma forma de fazer você ficar, mas não consegui , foi bem mais difícil do que eu imaginei.
— Não tem problema. – Segurou a mão dele. – De verdade, temos tempo ainda até dia quinze de janeiro, serio só esperar um pouco e nesse meio tempo tem que prometer que não vai beber. – Ele concordou com a cabeça.
— Para você não se esquecer de mim.
tirou a pulseira que sempre usava em todas as ocasiões. Era a sua favorita. Com amor, ele segurou a mão esquerda de e colocou a pulseira nela, e ficou acariciando e se aproximou mais dela.
Seu corpo estremeceu todo, sentia-se nervosa apenas pela aproximação lenta dele, se tivesse que descrever o que estava sentindo naquele momento ela não conseguiria, só tinha a certeza que suas emoções estavam desejando aquilo bem mais que o nervosismo que a tomava conta.
— Tem certeza disso? – Era uma pergunta de duplo sentido para ela, já para ele, não se sabe se podia dizer o mesmo.
— Tenho, eu.
! ! Eu não achei que vocês estivessem aqui ainda. – Jade falou toda alegre. – Estava me esperando? – Falou diretamente com .
— Na verdade não, ficamos para conferir o convite, só que já estávamos de saída. – Ele se levantou.
— Hm, é uma pena.
— Concordo. – falou pela primeira vez depois que ela chegou.
— E vão em algum lugar?
— Restaurante, comemorar é claro. – disse inocentemente.
— Se não se incomodarem eu vou junto.
Jade aproximou mais do rapaz; Jade infelizmente acreditou na última vez que eles e os amigos de saíram juntos ele a olhava com desejo, na verdade seus olhares nunca foram para ela enquanto ela dançava ao lado de , soltas e sem precisar ingerir uma gota de álcool – diferente dele que já havia tomado uma boa quantidade –. Seus olhares na verdade era apenas para , e ninguém daquela pista de dança.
— Eu vou. – Ele disse meio áspero. – É apenas para família, então só a família vai, se a for fazer a despedida dela ai você pode ir. Desculpa. Vamos, , senhor Shawn não vai aguentar esperar mais.
— Vamos, tchau, amiga.
— Tchau. – Se afastaram da garota. – Ela gosta de você, vive perguntando de você.
— É uma pena, porque não sinto nada por ela.
— Hm, quer dizer que esse coração está livre?
— Não ele tem dona, mas infelizmente ela não me ama.
Ouch, que triste.
— Trágico não? – Sorriu.
— Muito, e antes que eu me esqueça, você está muito galanteador nessa roupa.
— Achei que nunca ia dizer. – Riram.

Depois de uma breve sessão de fotos com o percussionista da banda. Eles se sentaram na mesa e deixaram o rodízio de pizza passar por eles. Alex não fez seu discurso, por um motivo que ninguém compreendeu, o que agradeceu já que não queria chorar no meio do restaurante. não exagerou na bebida, o que deixou o coração da garota tão feliz que refletia em seu sorriso.
Agora era só esperar. Esperar o natal, o ano novo e até mesmo uma ligação pedindo para ela ir em na entrevista de emprego e ser contratada. Ou apenas esperar os dias passarem e ela se despedir deles no aeroporto.

Apenas uma semana para o natal, a neve havia dado uma trégua pela parte da manhã e da tarde; Chantel havia saído com alguns familiares para saber onde seria a festa de natal, o que pessoalmente queria ficar em casa e curtir o último natal de sua filha de coração. Simon estava na casa dos amigos e o mesmo, e Alex com o namorado. A única pessoa que estava naquela casa era ninguém menos que , só que agora aproveitando um filme com pipoca.
— Achei que ia encontrar você dormindo. – Alex apareceu na sala tirando o casaco.
— Eu também, mas quis esperar vocês chegarem.
— Mamãe e papai já chegaram? – Sentou-se ao lado dela.
— Sim, Simon também, estão todos dormindo e acho que logo farei o mesmo.
— Claro depois que o chegar.
— Depende, se até lá ele chegar então sim, se não, não. – Tentou transparecer que não estava esperando ele chegar.
Alexandria levantou e foi até a escada e enquanto subia deixou uma única frase ir até ela:
, eu não nasci ontem. – Riu, sabia que ela ficou vermelha igual os enfeites de natal.
E ela esperou, até a uma da manhã. Estava tão cansada que havia dormindo ali mesmo no sofá; Foi acordada por um som forte de alguém derrubando algo, abriu os olhos assustada e viu que o som vinha da porta e lá estava tentando não deixar que o enfeite caísse outra vez.
v-você ainda está acordada?
— Eu dormir na sala. – Respirou fundo, odiava vê-lo daquele jeito. – Vem eu te ajudo a subir.
— Não pre-precisa.
— Para de ser idiota , eu te ajudo, e fica quieto não vamos acordar ninguém dessa vez.
Passou o braço dele envolta do seu pescoço e o guiou para o banheiro, onde o ajudou a tirar apenas a roupa de frio e o calçado, e a penas de calça ela o colocou na água morna para fria, não queria da um choque térmico nele. E esperou que ele melhorasse daquela embriaguez, sentada no corredor dos quartos.
. – Alex apareceu na porta. – , está tudo bem?
— Está, só o que, bom você sabe. – Elas cochichavam. – Sabe o que é pior? Ele prometeu que não beberia até eu ir embora. – Seus olhos estavam marejados.
— Não é sua função fazer isso você sabe muito bem disso, mamãe já tentou, papai também, eu nem se fale, mas a vontade tem que vim dele.
— Eu sei, Alex.
— Só não sei como ele consegue se manter mais tranquilo com você aqui, é como se você tivesse um efeito muito grande sobre ele.
— Ah eu só converso com ele, mais nada, mas nem sempre funciona.
— Claro a cada cinco vezes, uma não funciona. – Pausou. – É o seu amor.
— Que amor? – Não quis encarar a mais velha.
— Ah, , eu disse, eu não nasci ontem, você o ama, e muito e não é de hoje nem do dia que você entrou pela aquela porta.
— Não consigo negar isso para você, só aumentou eu confesso.
— Então, se abra para ele, o máximo é ouvir um não, só não fica fazendo isso, não guarda esse sentimento para você só vai te prejudicar, e estou torcendo para dar certo, seria maravilhoso ter você na família.
— Já vejo suas imaginações, eu vou ajudar o , e depois vou dormir.
— Vá, é para ir mesmo.
— Ok, irmãzinha, boa noite.
— Boa noite.
Alguns minutos depois apareceu na porta enrolado no roupão e secando o cabelo. Os dois foram para o quarto dele onde entregou uma aspirina para o garoto e sentou na cama, na qual que ele já estava deitado.
. – Quebrou o silêncio. – Me desculpa, eu prometi para você e eu quebrei a promessa. – Segurou a mão dela.
Oliveira se questionou se ele havia escutado a conversa dela com a irmã de coração, e se escutou até onde havia escutado.
— Está tudo bem. – Deitou-se. – Só, por favor, você precisa querer se alto se ajudar, você não está só machucando você, você machuca todos dessa casa. – Olhava para o teto. – Eu também , eu odeio ver você daquele jeito, odeio ter que ajudar fazer você melhorar, odeio te dar remédio para dor de cabeça, odeio ver seu pai te ajudando quando você praticamente não tem forças. Realmente me machuca. – Eles mantinham seus olhares fixos. – Você sabe né?
— Eu sei, não depende só de vocês.
— Então, eu posso está a quilômetros de você, mas acredite eu venho te ver a cada quinze dias, eu ligo, fazemos transmissão de vídeo, tudo, só aceite a ajuda de verdade.
, você é incrível!
— Eu sei. – Tirou um sorriso dele. – Promete que pensa?
— Prometo que depois da sua formatura eu vou para a clínica.
Ela abriu um grande sorriso, o mais verdadeiro que já havia visto em toda sua vida; O que ele não fazia para ficar perto dela, para nunca perdê-la. , deu um beijo demorado na bochecha do rapaz e estralado, não conseguia negar que estava feliz por ele ter assumido que ia atrás de uma clínica.
Os dois adormeceram conversando de assuntos banais, e enrolados com o cobertor mais quente que ele tinha em seu quarto. Poderiam não lembrar quando acordasse, mas naquele momento os dois se amaram sem perceber, apenas o toque deles saberiam o quão forte era o amor dos dois.

Parte III

havia acordado com o cabelo enroscado em sua barba, ele riu era sempre aquele problema quando ela deitava em seu tórax. Se levantou sem sentir a cabeça doer graças ao cuidado de sua .
Ao olhar para ela, se lembrou da promessa e principalmente da conversa. Ela estava certa não eram eles que tinham que fazê-lo melhorar e sim ele; Faria isso por ela, e por sua família mas principalmente por si, pois sabia que não era mais o mesmo garoto que tinha todo pique para um andar de skate por vários quilômetros. O celular vibrou o tirando de seus pensamentos, era Jesse enviando uma foto de Mya. Era isso!
Trocou de roupa rápido e sem fazer barulho para não acordar a garota, esperou seu pai descer para poder conversar com o homem.
— Pai, bom dia. – Deu um abraço nele.
— Bom dia, filho.
— Você poderia ir comigo buscar a Mya?
— Nesse exato momento?
— Não, pode ser quando estiver mais livre.
— Posso. – Se servia de café puro. – Se quiser ir comigo, preciso resolver algumas coisas da banda.
— Não é uma má ideia.
— O que não é uma má ideia? Bom dia, filho. – Deu um beijo na testa do menino.
— Bom dia, mãe, ir com o pai resolver algumas coisas da banda e depois buscar a Mya.
— Isso, saiam um pouco vocês precisam desse momento. – Colocava a mesa. – Pode me ajudar, amor? – Pediu ao marido que logo foi ajudá-la.
— E eu estava pensando. – Pausou antes de falar sobre o assunto. – Se vocês poderiam ficar com a Mya por um tempo.
— Podemos, mas por quê?
— Eu vou me internar, em uma clínica para alcoólatras.
— Meu filho! – Chantel soltou o pote na mesa. – Isso é. – O abraçou não havia palavras para definir o aconchego que seu coração sentiu ao ouvir aquelas palavras.
— Precisa de ajuda para achar uma boa?
— Por favor, mas não quero a mais cara, espero que entendem, e também quero avisar isso para Alex, Simon e a também.
— Não iremos contar. – Os olhos de sua mãe transbordava alegria. – Não teria um presente de natal melhor que esse.
— Está tudo bem, mãe? – Alex entrou na cozinha.
— Sim, só que seu irmão gosta de ser carinhoso aleatoriamente.
— Me acostumei já. – Mostrou a língua para ele.
Simon apareceu logo depois e se juntou a família.
acordou um tanto desolada. Não reconheceu o lugar logo de cara, apenas alguns minutos depois ela viu que estava no quarto dele. Se levantou e escovou os dentes antes de descer, como se não tivesse saído do quarto dele.
Juntos na mesa, eles falaram o cronograma do dia, já havia planejado de sair com Alex para escolher a roupa de natal e ano novo dela, e depois iam passar em um restaurante para almoçar, dessa vez, quem ficaria sozinho em casa seria Simon, com uma grande responsabilidade, sem comer os doces da ceia.

— Eu achei que você ia comprar roupa, e não ir para um desfile. – Puxou a cadeira para sentar.
— Engraçadinho, não vou de qualquer jeito, né.
— E porque não, olha eu. – A blusa velha e a calça jeans rasgada entregava que ele não ligava o que falavam dele.
— Falta o cachecol.
— Eu deixo você ir com ele. – Foi até ela. – Olha como fica lindo em você. – Colocou nela.
— Perfeito, vou com ele.
Saiu do quarto, arrumando o cachecol e o cabelo deixando numa sintonia bonita.
— Hey. – A puxou pelo braço com pouca força. ficou de frente para ele com um sorriso nos lábios, mesmo com o pequeno espaço que havia entre eles. – Eu não disse realmente que era para você ir com ele. – fica tão linda com aquele cachecol todo diferente, e não pode negar para si mesmo que sentiu seu coração disparar tão rápido só de ter aqueles olhos e sorriso tão pertinho. Uma de suas mãos estava na cintura dela.
— Ingrato, eu tinha ficado tão linda. – Colocou no pescoço dele e ficou segurando nos dois lados.
. – Sua voz saiu rouca, fazendo-a delirar um pouco. – Você é sempre linda.
Ela sorriu tímida para ele, com suas bochechas avermelhadas; Se não fizesse isso agora, ele teria certeza que se arrependeria mais tarde, quando ela já não estivesse mais em seus braços. Entretanto:
, está pronta? – Alexandria a chamou.
— Estou sim. – Elevou sua voz. – Até, . – Deu um beijo na bochecha dele e o abraçou apertado. – Vê se não apronta, não quero ser tia tão cedo.
— Não tenho planos em ter filhos com outras mulheres. – Disse serio.
! – Falou perplexa.
— O que!
— Não sabia que era gay.
, meu amor, vamos logo! – Alex a chamou novamente.
— Eu tenho que ir, daqui a pouco ela vem me arrastar pelo braço, e eu não tenho preconceito com isso, viu. Tchau até mais, amore.
saiu do quarto processando a informação, ele sempre foi galanteador com as mulheres, até mesmo quando eles saiam juntos. Entrou no carro em um silêncio bem estranho, já que Alex e sempre conversavam de qualquer assunto, e isso não passou despercebido pela garota.
— Está tudo bem?
— Claro, e por que não estaria?
— Você está quieta, , quieta até de mais.
— Estou não. – Sorriu. – Estou normal, acredite.
temporária , me responde, o que aconteceu no seu quarto? Por que eu passei na frente do quarto do e ele não estava lá e o banheiro estava vazio, então sim, eu sei que ele estava em seu quarto.
A moça respirou fundo antes de responder.
— Ele estava lá sim, mas só passou para me encher o saco, ele colocou o cachecol em mim, o dele, e eu levei na esportiva só que. – Ao parar no semáforo se virou para amiga. – Ele me puxou, entrou na brincadeira também e quando você me chamou eu disse para ele não aprontar pois não quero ser tia logo cedo, e ele simplesmente disse muito sério que não pretendia ter filhos com outras mulheres, Alex, seu irmão é gay?
— O QUE?! Eu não sei, eu, sei lá, , isso é muita novidade para mim.
— Imagina para mim. – Encostou no banco.
— Ele deu explicação? – Voltou a dirigir.
— Não, mas também não fez menção que ia explicar algo.
— Eu o conheço, acho meio improvável dele ser gay, mas bissexual quem sabe.
— Alex, você está ajudando muito. – Riu.
— Certo chegamos, hora de tirar o dos seus pensamentos e ir comprar sua roupa para o natal.
— Ok, ok.
Procurar a roupa realmente ajudou a esquecer daquele momento. com seu bom coração e alma de brasileira, sempre olhava primeiro o preço da etiqueta e depois olhava roupa. Ficaram nesse processo por longas horas, pois Alexandria também estava procurando uma roupa para as festas.
Em seguida, com suas roupas nas sacolas no porta malas e os pés doendo – já que foram de botas por conta do frio, as duas foram para um restaurante próximo ao shopping, fizeram seus respectivos pedidos e esperaram o garçom trazer enquanto curtia aquela melodia de natal bem suave.
— Você não conseguiu nada ainda?
— Não, e estou bem decepcionada, não queria ir embora.
— Mas não vai, você não pode se desanimar.
— Pretendia trazer minha família para morar aqui, com tudo certinho, sabe? Eles sabem falar inglês, então ficaria mais fácil.
— Só trazer, conseguiremos uma casa perto dos meus pais, assim nossas mães vão ficar conversando sempre da gente. – Fez a garota rir. – , você precisa mudar essa expressão, você não é assim triste e pra baixo.
— Ai, Alex... Está difícil.
— Não está difícil, acredite, mas mudando de assunto, quando é que você vai dizer para o meu irmão que você o ama?
se engasgou com o suco que tomava.
— Não vou me declarar não, eu vou embora Alex não vou chegar nele e dizer “Hey, , só estou aqui no seu quarto para dizer que eu te amo, agora preciso ir meu voo sai daqui uma hora”.
— E por que não?
— Porque não, Alex.
— Vai entender, só não vai se arrepender depois.
— Vou não. – Mexia no seu almoço.

e Shawn estavam de saída do estudo. Foi uma reunião rápida, os novos integrantes da banda precisavam ainda se ajustar com o ritmo dos shows; Em seguida foram para a casa de Jesse buscar Mya.
— Você não consegue manter a aqui?
— Com ela trabalhando para a gente? – Viu o filho concordar. – Eu já havia conversado com ela, mas ela não quer.
— Desde quando ela não quer fazer mais designer?
— Designer ela vai continuar a fazer, ela só quer trabalhar na área que ela se formou, ela não quer assinar o contrato com a banda.
— Ela não quer ficar com a gente.
— Filho, ela quer sim, mas se ela se formou em letras ela com certeza quer trabalhar nesse ramo.
— Porém desse jeito ela vai embora.
— Se for para ela ir, , se você precisa dela aqui você tem que dizer a ela. – Pensou antes de tocar no assunto. – Sua mãe e eu percebemos o quão ela te ajudou, e como você consegue escutar mais ela do que todos nós, se você precisa do apoio dela, você tem que conversar com a .
— Não dependo dela, pai, eu só não quero que ela vá embora, ela queria trabalhar aqui.
Shawn não ia continuar aquela conversa, depois de uns tempos e por conta da bebida seu filho ficou bem distante dele e aquele momento de pai e filho se tornou uma raridade, e não ia ser sobre aquele assunto que iria estragar o natal de sua família.
— Mya está na casa do Jesse ou na sua casa? – Mudou de assunto por completo.
— Na casa do Jesse, ele levou ela para ser mais fácil.
— Coloca no GPS, por favor?
— Mesmo ela indo embora. – Falava colocando o endereço. – Eu não vou deixar de ir para a clínica. – Falou para tranquilizar o patriarca.
— Como quiser, meu filho.
Não foi muito demorado, pegou as coisas de Mya, prendeu ela no banco de trás com os equipamentos certos – e dentro da lei, e voltaram para Des Miones.

ajeitou o cantinho de Mya em seu quarto e ficou por lá até sua irmã e chegarem, ele queria conversar sobre o assunto, que ela – – levantou antes de sair.
Estava no comecinho da noite quando as duas chegaram, Alexandria deu um grito da porta avisando que as duas haviam chegado já. Não paravam de rir do tombo da , quando saiu do carro.
— Eu vou subir, tirar essa roupa gelada, logo desço para tomarmos algo quente.
— Vou te esperar na sala.
— Sem tomar o meu, viu. – Ainda ria.
entrou no quarto e pegou seu moletom do closet e deixou as sacolas lá quando saiu do pequeno quadrado ela levou um susto com sentado em sua cama.
— Pretende me matar do coração?
— Não é uma má ideia.
— Nossa, , isso tudo é amor por mim?
Conteve-se para responder.
, da onde você tirou que eu sou gay?
— Você disse que não queria ter filhos com outras mulheres. – Disse o óbvio.
— Entendeu errado. – Riu. – Não pretendo ter filhos, você sabe disso.
Havia esquecido completamente daquele dia, como pode ser tão esquecida assim?! Além de ter brigado naquela noite e ela ter o ajudado a disfarçar todo o machucado.
— Apenas com uma única mulher, passei a mudar de ideia depois que conversei com ela esse ano. – Ele continuou.
— Ah, eu... Bom perdão. – Segurou a risada. – Eu só vou ter que avisar a Alex.
— Avisar?
— Me desculpa. – Ela ria. – Mas eu falei para ela. – Sentou-se ao lado dele.
— Realmente, você é lerda às vezes.
— Eu avisei, sou lerda.
— O que aconteceu com sua roupa?
— Então né, tomei uma taça de vinho no restaurante. – Ele a olhava. – Ai Alex falou para tomar cuidado porque eu mais vinho, mais salto, mais neve era igual combinação imperfeita, ai adivinha, quando eu saí do carro cai no gelo que estava derretendo logo na entrada.
— Meu Deus, .
— Eu vou me trocar e tomar algo quente, depois a gente joga.
— Quando terminar passa no meu quarto, quero te mostrar uma coisa. – Sorriu malicioso pra ela. Que só respondeu com a cabeça, toda ruborizada.
Sua mente criou tantas hipóteses que nem queria pensar no que poderia ser. Já com a roupa seca e quentinha, ele passou no quarto do rapaz com medo do que iria acontecer. Depois da permissão para entrar, ela abriu a porta e Mya pulou nela com todo amor.
— Meu amorzinho, ai que menina linda você. – Falava com a voz fina. – Quando você trouxe ela?
— Hoje, junto do meu pai, ele foi buscar comigo.
— Vem aqui, Mya. – Sentou-se na cama e bateu no colchão. – Não vai dizer que trouxe ela como meu presente de natal.
— Claro que não . – Estava deitado. – Você, eu não dou presente. Você não quer assinar o contrato com a banda?
— Não, , eu volto para a gente conversar sobre isso depois pode ser? Vou tomar o chocolate quente e aí eu volto aqui e jogamos.
— Te espero.
Puxou e deu um beijo na bochecha.
tomou o chocolate rapidamente com uma conversa tranquila finalizada com um “Conte logo para ele”.

. – Ele gargalhava. – Respira.
— Como respirar olha esse jogo, porque eu fui pedi para jogar.
jogava PT: Silent Hill, uma das piores betas de jogo de terror que ela já havia jogado, e claro que ele não conseguia deixar de rir da garota.
— Nossa sorte é que sabem que você está jogando.
— Credo . – Deu um tapinha de leve no braço dele. – Sobre eu assinar o contrato, é minha última hipótese.
— Então você vai ficar?
— Não logo de cara, mas volto para o Brasil.
— O que eu posso fazer para você ficar?
— Não precisa fazer nada.
— Dou minha casa de moradia.
— Jesse não ia saber lidar comigo lá.
— Bem lembrado.
— Eu volto. – Acariciava o pelo de Mya. – Acredite, eu volto por vocês.

Uma semana parada, era isso que definia; , , Simon e Alex ficaram jogando na sala, e em algumas vezes Shawn se juntava as “crianças” para jogar. Apenas na véspera de natal as coisas se agitaram; não houve almoço naquele dia, Chantel e Simon ficaram encarregados da ceia, enquanto isso e saíram para dar uma volta, sem tombos dessa vez.
— A ceia está pronta, mamãe pediu para avisar. – Ouviu a voz abafada de através da porta.
— Estou pronta. – Abriu a porta.
Ela estava, deslumbrante. A saia preta e a blusa verde a deixava mais linda; ficou sem palavras, muito menos conseguiu dizer um simples “Vamos”.
Aquele natal esqueceria que seria seu último natal como uma temporário sem seus registros. também preferiu esquecer que seria o último natal que veria aqueles olhos apaixonados pela comida da ceia, e esse foi um dos fatores que o conquistou.
O jeito de ser tão única, não se incomodar por dizer que morava com uma família diferente e até mesmo que ama o Rock’n’Roll, e quando precisava está vestida “com as cores certas”, como naquele natal, onde apenas ele e ela não estavam de vermelho ou branco. E ironicamente sua camisa quadriculada em três cores combinava com o nuance verde de .
— Muito bem hora dos presentes. – Chantel avisou.
— Não é meia noite ainda, mamãe. – Simon avisou.
— Não tem problemas. – Ela distribuiu os presentes. – , esse é o seu.
— Obrigada. – Disse acanhada.
Era bem simples, mas nitidamente era com tanto amor que nem sequer cabia naquele presente. Era uma foto, dos seis, em um porta retrato maravilhoso e embaixo estava a frase que Shawn disse ao apresentar para Corey, Temporária .
— É com muito amor, acredite.
— Vocês conseguiram me fazer chorar com uma foto. Muito obrigada! – Abraçou cada um.
— Não acredito que você foi lá e comprou a Nerf. – abriu o presente dele.
— É claro, coloca uns petiscos ai e brinca com a Mya. – Sugeriu. parecia uma criança brincando.
— Você fez a pior coisa. – Senhor falou brincando.
— Eu sei, estou percebendo. Já volto, gente, vou ligar para minha mãe.
se retirou da sala e foi até seu quarto. Era duas horas de diferença e lá já era natal, ficaram um bom tempo na ligação, ela conversou praticamente com todo mundo que estava na casa de sua avó. Sentia tantas saudades daquele calor dos Oliveiras.
entrou no quarto depois de bater na porta entreaberta, e se aproximou dela.
— Tudo isso é saudades deles? – Enxugou a lágrima dela.
— Também. – Jogou o celular na cama e permaneceu na janela. – Eu não queria deixar vocês e nem deixar eles, se desse eu colocava todos juntos em um só país.
— Eu não sei fazer magia, mas se eu soubesse eu faria só para ver um sorriso nesse rosto.
— Você já faz tantas coisas por mim, você não tem a noção.
— Te deixar preocupada quando eu saio e bebo, chegar em casa caindo e sem rumo, desde quando essas coisas te trazem coisas boas?
— Porque eu não vejo só isso, você é, incrível, gentil, protetor, engraçado e isso posso dizer que é elevado ao cubo, e me ajudou sempre que eu precisava de algo para a universidade, porque você é você comigo, não é igual aqueles idiotas que tenta me impressionar.
— Caralho, , você é perfeita até falando de mim. – Ela riu da frase. – Eu não vou conseguir ficar sem você. – Segurou a mão dela.
— Confesso que também não.
. — . – Falaram ao mesmo tempo.
, eu não consigo mais guardar isso dentro de mim, é estranho dizer isso, mas eu sinto que se eu ficar longe de você por muito tempo eu não vou ficar bem, eu te amo. – Segurou o rosto dela. – É tão único como você consegue fazer um pânico em minha mente e ao mesmo tempo deixar tão gostoso.
— Para de enrolar, , você nunca foi bom com as palavras.
Ele a puxou pela cintura enquanto a beijava intensamente. Seu corpo queria mais do contato dele, mesmo não havendo nenhum espaço entre si; Aquela sensação eletrizante passava a cada toque dos lábios deles, que a essa momento não tinha mais nenhum batom em seus lábios.
— Eu demorei tanto para perceber isso, . – Falou de olhos fechados apenas acariciando o rosto dela.
— Não foi culpa sua, eu sempre te amei, mas nunca falei nada, não teria como você saber.
— Mas teria se eu tivesse percebido que nunca mais consegui ficar longe de você, e agora você vai embora.
— Entretanto eu disse que voltava, você vai se cuidar e eu vou voltar, gostei da camisa. – Eles riram. – Desde quando você usa blusa social?
— Eu estava tentando impressionar uma garota.
— Deu certo.
Selou seus lábios. Um tempo depois eles desceram juntos, o que para Alex ficou bem explicado. Desejaram feliz natal para cada um e comemoraram, com champanhe sem álcool, naquela mesma noite avisou seus irmãos que iria para a clínica e que eles teriam que cuidar da Mya por um tempo, o que foi aceito com muito bom grato.

Parte IV

Dias passaram, e um dia mais aquecido que estava deitada sob o peitoral de assistindo um filme aleatório, recebeu uma ligação que a mesma foi muito rápida; Seu coração tinha batido tão forte que podia jurar que até mesmo Mya havia escutado, o ano mal tinha começado e ele já estava deixando ela perdida. Para não dar um pedacinho de esperança para ela omitiu, dizendo que havia dado um problema no convite da formatura e teria que ir arrumar ainda hoje.
— Eu te levo. – A via passar o protetor labial.
— Não precisa, prometo ser rápida lá, ok? E o carro já chegou.
a acompanhou até a porta e deu um beijo rápido nela, iria esperar a menina jogando e conversando com Mya que amava deitar com a cabeça sob o colo dele.

Chegando no local, deu o seu nome para a recepcionista, e logo já estava com o cartão para poder liberar a catraca e o elevador. O lugar era bem grande, um prédio lindo, bem cuidado e decorado. As cores pastéis davam um toque mais elegante, já os móveis, de tecido e madeira clara, demonstra como era aconchegante. Nitidamente todos tinham seu espaço, o que deixava cada um trabalhar mais a vontade.
— Com licença. – chamou a atenção da recepcionista. – Me ligaram daqui, falaram que a senhora Henderson gostaria de falar comigo.
— Seu nome, por favor.
— Carolina Oliveira Guedes. – Ela viu a moça escrever devagar o seu nome.
— Poderia repetir, por favor? – Um sorrisinho constrangedor apareceu nos lábios da moça.
— Claro, Carolina Oliveira Guedes. – Disse mais devagar.
— Você está agendada para hoje, venha eu te acompanho até o lugar.
concordou com a cabeça e seguiu a mulher que a levou até a sala de Henderson. Depois da permissão para entrar, a mulher de longos fios platinados pelo o melhor cabeleireiro de Iowa virou a cadeira para a janela e se levantou. A sala era deslumbrante, o tapete felpudo branco que ficava sobre o sofá deixava a sala mais aquecida, a grande mesa de vidro oval tinha inúmeros livros para ser lido, uns nem continha capa, e não poderia deixar de reparar que as grandes janelas eram cobertas por um tecido fino e delicado no nuance branco.
— Sente-se. Deseja uma água ou um chá?
— Uma água por favor. – A mulher a serviu.
— Recebi seu currículo ano passado, e peço perdão pela demora para responder você.
— Sem problemas. – “Mas que currículo?” – Se questionou.
— Sou Shantal Henderson, proprietária da SH.Publishing Company, não sei se a senhorita já chegou a ouvir sobre nós. – concordou. – Então, depois de avaliar seu currículo pessoalmente vi que você atende aos requisitos da nossa editora e gostaria de ter você junto da nossa equipe.
SH era uma editora bem renomada no Estados Unidos, não só em Iowa. Além de um grande potencial com livros de romances e suspenses. não havia enviado seu currículo para ela até porque sabia que não tinha condição de trabalhar lá, para ela nunca seria o perfil da editora.
— Você precisa pensar?
— Senhora Shantal, eu fui pega de surpresa, não achei que seria aceita, mas tenho sim a resposta.

A mudança de clima foi drástica, quando ela saiu da editora se deu conta que não havia levado um casaco mais quente. Cumprimentou as pessoas que estavam na sala e subiu indo direto para o quarto de .
— Diga que está vestido. – Olhava para a porta.
— Eu estou vestido, eu não pretendo ficar pelado na casa dos meus pais.
— Por que que você não me contou?
— O que? De ficar pelado?
— Não, , do meu currículo, da editora, por que não meu contou?
— Não achei que eles iam te chamar, você mesmo disse que não era o perfil deles, foram eles que te ligaram?
— Foram, uma entrevista de emprego. – Sentou na cama. – E conseguiu comprovar que eu estava errada, eu sou tudo que eles querem.
— E você aceitou?
— Por que não me contou?
— Você ia ficar brava e não ia mais falar comigo, só que eu precisava fazer algo para tentar fazer você ficar e assim eu não ficaria longe. Eu levei no dia do seu TCC, foi quando eu consegui um horário com ela, não me vesti bem apenas para prestigiar você, eu tinha que falar de você, , não fica brava eu só não quero perder você.
— É. – Se aproximou dele. – Está perdoado. – Se beijaram. – E espero que tenha muita paciência para viver mais dias comigo aqui em Iowa. – Um sorriso grande apareceu nos lábios dos dois.
Ele a abraçou e deitou na cama enchendo-a de beijo. Não conseguia esconder a tamanha felicidade que havia dentro de si, era como se estivesse completo agora por um longo tempo. não tinha ficado brava com ele ou chateada, ela teria feito o mesmo só não queria que ele escondesse assim, por tanto tempo. Mas agora o que importava era dizer aos que ela poderia passar na casa deles quase todos os dias, e além disso, logo sua mãe estaria de volta, para procurar o vestido de sua formatura.

Como combinado, sua mãe havia voado para Des Miones primeiro que seu pai e irmão e as quatros mulheres foram em busca do vestido de formatura. Olharam todos os vestidos, desde o mais brilhante até o todo liso, até mesmo o estilo princesa experimentou, mas nada a agradou; Era como se não existisse o vestido ideal para ela.
Enquanto suas mães almoçavam no restaurante e Alexandria foram dar uma volta pelo shopping, para Alex era uma forma de aproveitar os últimos dias junto de sua irmã de coração, a verdade é que ela não sabia da proposta que havia aceitado.
— Daqui a pouco as duas vão surtar por você não ter achado um vestido. – Andavam de braços dados.
— Eu sei, mas até agora nada.
— O que te desanima? – Se entreolharam – Não me diga que quer a opinião do .
— Não, eu estou tão acostumada ir nessas lojas caras.
— Vem comigo.
perguntou aonde estavam indo mais a menina não respondeu. Até que pararam em uma loja, Alex a guiou até chegarem nos vestidos onde pela primeira vez naquele dia se sentiu mais leve em escolher.
— Então o que acha? – Saia do provador.
— Perfeita!
— É esse, então, obrigada por tudo, Alex. – Abraçou a moça.
— Acho que quem deve agradecer sou eu, não só pela companhia mas por tudo . Por ter alegrado mais a casa, por ter feito minha mãe e meu pai mais felizes, pela experiência de ter uma host sister, e até mesmo com , ele está mais . – Elas riram.
— Amei, ser uma temporária , e faria tudo de novo.
— Eu vou ficar esperando senhor assumir você logo.
— Não sei do que você está falando, mocinha.
Voltou rindo para o provador. Já com a roupa na sacola as garotas foram de encontro das mães que as esperavam um pouco preocupadas; Contaram tudo no caminho para o estacionamento e que agora a única coisa que tinham que se preocupar era se o voo do pai e irmão de chegasse a tempo.

— Chegaram cedo. – Shawn comentou.
— Amor é oito horas, não chegamos cedo. – Deu um selinho em seu marido. – Vai jantar, ?
— Não, eu vou sair agora com o , comemos algo na rua não se preocupe. – Subia as escadas. Trocou de casaco e de bolsa e passou no quarto de . – Pronto?
— Sempre pronto para você. – Puxou pela cintura e beijou. – Vou pegar as chaves com minha mãe e aí vamos.
— Eu já avisei ela.
— Ok.
Era normal os dois saírem juntos depois que se entenderam; Um grande Graças a Deus foi bem ressaltado quando isso aconteceu. Uma volta rápida, não iam demorar muito, ficariam uma hora e meia na casa de rock e depois voltariam para casa. falou da roupa que havia comprado mas sem muitos detalhes, queria ver a reação dele ao vê-la descer as escadas, e tinha deixado bem claro que ele tinha que se manter calmo já que o pai dela estaria na casa dos . Não era vergonha de ter um namorado, se é assim que poderia dizer, que tinha problemas com álcool é que às vezes – sempre – se empolgava de mais com algumas coisas e acabava fazendo alguns comentários absurdos o que para os era normal.

Dia do baile.
Alex tinha se encarregado de fazer o cabelo e a maquiagem de sua irmã, era um sonho dela, ter a irmã mais nova para poder fazer esse momento, e claro que não ia perder isso com a , como , a chamava.
Tudo pronto, ela desceu as escadas sem o casaco que usaria emprestado de Alexandria. Realmente teve que se conter para não falar algo que assustasse logo de cara os Guedes.
Os olhos dele brilhavam, sua boca ficou seca, e seu coração... Batia tão rápido que nem se quer percebeu que o mesmo estava tão acelerado. Nunca havia visto uma garota tão esplêndida assim, sempre foi linda aos olhos dele, mas aquela noite havia passado dos limites; Sabia que se tivesse que falar algo para dizer o quão perfeita estava, sairia como um palavrão.
— Está linda, minha filha. – Senhor Reinaldo falou.
— Obrigada, pai.
— Vamos para a foto de família. – Chantel falou. – Vai ser três fotos viu. – Ouviu seu filho mais velho reclamando.
não pode deixar de cutucar para fazê-lo rir, diferente de Simon que amava tirar fotos com a família e até mesmo com os amigos. Como combinado, senhor Reinaldo levaria a filha para a formatura, sendo guiado pelo carro dos .
Desceram do carro e foram para a mesa reservada para as duas famílias. se encaminhou para o pequeno camarim para vestir a beca e o capelo. Suas mãos estavam suando de tanto nervosismo e ansiedade, por sorte não seria a porta voz da turma o que já tirava o peso das suas costas.
E quando ouviu seu nome sair por aquelas caixas de som não conseguiu esconder a vermelhidão das suas bochechas, não teria um momento melhor que aquele, todos que ela amava estavam ali junto a ela, prestigiando esse momento.

— Desculpa te tirar de perto da sua família. – a levava para o jardim de inverno.
— Sem problemas.
— Vai avisar a eles sobre a editora?
— Sim, ainda hoje. – Estava envolvida nos braços dele.
— Amanhã eu vou para a clínica. – Acariciava o rosto dela. – Não quer aproveitar comigo as horas que restam?
— Já? Tão rápido.
— Quanto antes melhor. – Beijou brevemente.
E delicadamente com a música mais calma que vinha do salão os dois começaram a dançar entre as flores bem cuidadas e coloridas. encostou sua cabeça no ombro dele e aproveitou aqueles minutos de dança ao lado dele, sentindo o perfume suave que sempre a embriagou em cada abraço o desejando. Incrível como a vida sempre nos surpreende, um dia você deseja no outro você tem o seu desejo.
sempre desejou ter aquele pânico gostoso que causava nele, bem perto de si por todos os dias.
— Vamos, eu estou sem dinheiro viu, fica tudo por sua conta. – O beijou deixando o rosado do batom nos lábios dele.
contou sobre o emprego para todos e avisou Alex que sairia com e deixou um pedido a irmã: Controlar a situação lá depois que todos percebessem que eles não voltariam mais aquela noite.

Deitados sobre o tapete veloso. Com o terno dele e uma blusa mais solta, eles se beijavam, não conseguiam ficar mais um longe do outro, dependiam daquele amor, daquela sintonia eletrizante; Se amaram ali pelo resto da noite até adormecerem com um cobertor que ele havia tirado da cama dela.

Alguns meses depois.

estava ansiosa de mais, não parava de jogar seu cabelo de um lado para o outro Alexandria estava ao lado de seu, agora, noivo. Simon estava apoiado no carro quando viu seus pais voltando com , bem diferente daquele que ele havia conhecido, estava melhor mais vivo e corado, entretanto a cara amarrada permanecia até o momento que ele viu .
Ela saiu correndo em direção dele de braços abertos, era tão bom está de volta ao lugar que nunca quis sair.
— Você veio. – Cochichou ao pé do ouvido dela.
— Eu prometi, estaria aqui, eu não ia deixar o meu amor nesse dia.
— Ah, , eu te amo!


FIM!



Nota da autora: Eu AMEI fazer parte desse fisctape. Tirei um tema que estava a tempos na gavetinha só esperando 2020 chegar, pois sim eu quero muito fazer uma long com o , com a mesma pega com muitos mais detalhes contando desde o momento que ela vai para Iowa até o momento certinho que ela fica com .
Mas podem ficar calmas, vocês iram conseguir ler com o crush de vocês.
Para obter informação da long, só ir no grupo do Facebook Cantinho da Cevans que lá vai está tudo certinho sobre a mesma.
“Comentem o que acharam, obrigada pelo seu gostei, e nos vemos no próximo capítulo” – Alanzoka.

Vou deixar aqui os lugares onde vocês tem acesso a cada informação da Fic e também minha Pagina da Autora, com todas as Minhas Fanfics e informações sobre mim.

Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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