03. Anti-Hero

Fanfic Finalizada

Parte I - CUIDADO EM QUEM CONFIA.

1 ano atras — Algumas horas antes…


não conseguia desligar sua mente, nunca. Diante de uma situação em que estava prestes a atingir um dos maiores objetivos de sua vida só parecia ainda amis impossível, mesmo que se esforçasse muito. Tinha prometido a Dean que aquele seria um dia para aproveitarem e, talvez, aproveitarem o que poderia ser o último dia de suas vidas.
Queria poder compartilhas com ele todas as coisas que vinha escondendo para protegê-lo, porque cada vez que encarava seus olhos sentia que morria por dentro ao contar as mentiras mais deslavadas que já havia inventado. Por outro lado, se aquele era o preço para não o vê-lo sofrer por toda uma eternidade, ela estava disposta a continuar.
— Preciso que me prometa uma coisa, . — A voz de Dean reverberou ao lado de seu ouvido, calma e sem preocupação alguma.
Mais promessas que ela não seria capaz de cumprir, mas faria mesmo assim.
— O que e agora? — Nem fez questão de o encarar dessa vez, ou talvez não tivesse coragem.
O Winchester respirou fundo e ela sabia que era um claro sinal de que ele estava preocupado, mas muito pior do que isso, era com ela.
— Pensei que não tivéssemos problemas em fazer promessas.
Tinha algo de estranho naquela frase e isso fez a mulher se levantar, sentando-se na cama sem ainda precisar encará-lo.
Por que não só dizer a verdade? Porque aquele era um privilégio para os humanos e ela não fazia parte deles, não mais.
— Não temos — mentiu, mais uma vez.
Dean levou as mãos até as costas nuas da mulher e passou os dedos suavemente. Seus pensamentos estavam tão conturbados quanto o dela, mas não tinha ideia alguma daquilo — ou fingia não ter —, pois simplesmente não era de seu interesse diante de tantas coisas relativamente mais importantes.
Egoísta? Sim, mas o egoísmo era o que levava a sobrevivência em sua concepção.
— Você tem certeza? — Dean parecia estranhamente calmo a deixando em alerta.
— Então, o que vamos prometer? — virou para olhá-lo, vendo um vazio quase tangível nos olhos do homem que amava e aquilo quebrou seu coração.
— Que não trocamos vidas, — Dean deu um salto da cama e vestiu sua cueca, para longe em seguida colocar a calça. Não trocamos vidas. A frase reverberou na cabeça da mulher, que logo entendeu do que aquilo se tratava. Sua conversa com seu pai na noite anterior parecia ter passado pelas paredes.
— Então agora você escuta conversas por aí? — ela indagou com irritação e se levantou para encará-lo.
Quando estava com raiva ela era capaz de encarar qualquer um.
— Não foi a minha intenção, mas sim, escutei sua conversa com Anthony — ele admitiu sem rodeios. — “Pelas razoes certas nos trocamos vidas, sim.” O que isso quer dizer, ?
Ela riu exasperada, irritada e ao mesmo tempo nervosa com a possibilidade de Dean ter escutado toda a conversa.
— Eu estava apenas argumentando com o velho, você sabe como ele fica antes de uma grande caçada. — Deu de ombros.
Porra, estava ficando cada vez melhor em contar mentiras.
O Winchester bufou demonstrando como ficava frustrado com as desculpas que ela vinha arrumando, mas a mulher manteve a postura. Estava tão perto de atingir seus objetivos e não poderia deixar os sentimentos estragar tudo as vésperas de serem concretizados.
Em um clima de tensão e desconforto os dois se encararam, até que o homem caminhou para perto dela. Com os olhos cravados ao de ele segurou seu rosto com as duas mãos.
— Então olhe nos meus olhos e me prometa que vidas não serão trocadas amanhã. — O desespero naquele pedido fez seu coração se partir, mas não o suficiente para fazê-la dizer a verdade.
— Eu prometo.

1 ano atras — agora.



Estar coberta de sangue deveria ser sua maior preocupação enquanto se encontrava parada na sala sem conseguir dizer sequer uma palavra, mas diante do olhar de raiva que o homem direcionava a ela aquilo parecia banal. Ele andava de um lado para o outro com a arma em mãos e a pele vermelha como se tivesse passado longas horas exposto ao sol.
não odiava sua vida, mas também não amava. O sentimento que tinha por ela era verdadeiramente inexplicável e pensando em tudo que a levou ali, ela se desligou momentaneamente do maior caos que poderia acontecer em sua vida: perder mais alguém que amava. Ver tudo aquilo sendo causado por sua sede de vingança incansável só a deixava com mais raiva de si mesma. Uma tragedia que agora a afundava em meio a vampiros, metamorfos e muitos outros tipos de criaturas.
Caçar monstros no início não pareceu uma má ideia quando sua mãe foi encontrada com a garganta cortada e resquícios de enxofre espalhados pela casa. Sua obsessão se tornou procurar quem havia sido o autor daquele crime, o motivo e matá-lo era um objetivo que deveria ser cumprido a qualquer custo. O problema de querer algo a qualquer preço e que o valor pode ser muito alto e ela descobriu aquilo da pior maneira possível. Ver pessoas que você ama cair por demônios de seu passado nunca foi o plano dela quando aceitou entrar naquela guerra.
Seu dever era salvar e não matar inocentes.
Seu próprio pai.
— Me dê só um motivo — Dean recomeçou a cuspir palavras e assim chamou a atenção da mulher para si —, para eu não te matar aqui e agora, .
— Dean, qual e, pega leve — Sam interferiu, mas a mulher apenas os encarou sem demonstrar o arrependimento que a corroía.
— Pegar leve? — O irmão mais velho riu indignado. A lagrimas em seus olhos seriam forcadas a ficar ali dentro daquele globo ocular, ou ele não sabia do que seria capaz de fazer. — Você entende a gravidade da situação, Sammy? O quanto as coisas saíram do controle? Do normal?
Samuel sabia que ele não estava errado, em partes, mas aquela raiva não resolveria e nem traria ninguém de volta. dessa vez tinha pisado na bola de uma maneira que nunca trairia nada de volta, mas não cabia e ele julgar as escolhas da mulher diante de tudo que ela já tinha enfrentado. Por outro lado, Dean acreditava que ela merecia ir logo para o quinto dos infernos.
— Eu não sabia... — sussurrou, sentindo que seus lábios não iriam parar de tremer nunca mais.
— Não sabia do que, ? — Sam franziu o cenho um tanto confuso. — Do que você está falando?
Dean soltou uma risada, que logo se transformou em uma gargalhada. Nenhum dos outros dois conseguiu conter o olhar de pavor direcionado a ele, pensando que o homem só poderia ter enlouquecido ou batido a cabeça naquela caçada.
— Dean, não tem graça — Sam o repreendeu.
— Na verdade tem sim — o mais velho soltou com ironia. — Tem muita graça pensar que um dia eu pude confiar em alguém que nem mesmo fosse da família ou tivesse feito o mínimo esforço para fazer parte.
A palavras dele atingiram a mulher como um soco, exatamente como ele desejara e Samuel, pois que entendesse as circunstâncias da situação desejou que o tivesse feito calar a boca quando ainda tinha tempo.
— Tudo o que aconteceu já e ruim o suficiente, será que podemos acalmar os ânimos?
— Não importa mais o que eu sabia ou não — finalmente decidiu colocar para fora o que pensava. — Nada do que eu disser agora vai mudar o que aconteceu ou trazer meu pai de volta. Você acha que a culpa e minha? Ótimo, ao menos nisso concordamos, Dean.
Tudo já tinha ido por água abaixo, jogar a merda no ventilador não mudaria absolutamente nada. não tinha mais nada a perder.
Sam encarava tudo sem saber mais o que falar, desejando que ao menos um deles pudesse ter a capacidade de perceber que discutir no calor do momento não resolveria nada, mas o oposto aconteceu. pegou a mochila já feita que ela carregava, deixando visível que a mala havia sido feita há semanas considerando a quantidade de coisas dentro.
, calma, aonde você vai? — Sam levou as mãos aos cabelos, sentindo raiva e impotência. `
Ele não queria forcar nada, mas deixá-la ir não parecia certo.
— Você me prometeu, sabia? — Dean gritou assim que chegou à porta, abrindo-a logo em seguida.
Os dois acharam que ela partiria daquela forma e por um momento a mulher pensou que iria, mas ao invés disso ela se virou para encará-los uma última vez.
— Fiz promessas ao meu pai também, Dean e veja só onde ele esta agora. Da próxima vez escolha bem em quem depositar sua fé.


Parte II - APENAS DIGA A VERDADE.

1 anos depois.
SIOUX FALLS — DAKOTA DO SUL.



Samuel sentiu uma dor descomunal como se o coração fosse ser arrancado de seu peito. Assistir alguém que ama morrem bem diante de seus olhos de novo pareceu algo muito distante, porque ele desejou do fundo de sua calma que nunca mais acontecesse. Não depois do que tinha acontecido com sua mãe quando era apenas um bebê.
Dean encontrava-se no chão com o rosto todo machucado e visivelmente apagado. Castiel parecia ter desaparecido no ar conforme tentava achar uma forma de vencer aquela batalha que poderia ser a última de sua vida, enquanto agonizava contra uma parede ao ser torturada por demônios.
Ele estava desesperado.
Não só estavam em menor número, como também não possuíam o poder de lutar contra tantos servos do inferno de uma só vez. Pela primeira vez nos longos anos, desejou que tivesse seus poderes de volta.
— Por favor — implorou ao fechar os olhos, procurando aquela forca maligna reviver mais uma vez dentro de si.
Sua cabeça parecia que ia explodir, os gritos de só pioravam as chamas dentro dela e ele caiu de joelhos com uma forca descomunal. Então, sem compreender muito o que aconteceu em seguida uma luz o fez voltar a abrir os olhos.
Tudo aconteceu muito rápido.
Seus joelhos ganharam vida de novo e ele correu em direção a grande amiga para segurá-la, pois a mulher despencou da parede. Só teve tempo de segurar a cabeça dela para que não se despedaçasse no chão como aconteceu com o resto de seu corpo e ele a puxou apoiando-a sobre seu corpo.
— Não, não, não — balbuciou desesperado, a chacoalhando na esperança de que acordasse.
Contudo, quando a vida despertou dentro dela Sam arrependeu-se de seu desejou. Mais uma vez o inferno reinaria sobre a terra.
havia se tornado um deles. Os olhos pretos, o frio que vinha dela e sua presença que fazia o corpo do jovem estremecer só confirmaram aquilo. Não era apenas a aparência que tinha mudado, mas também sua essência.
— Não! — Um grito estridente atravessou a garganta de Sam Winchester quando o corpo de foi afastado do seu.
Assistiu em desespero uma lâmina prata atravessar o corpo da mulher e, então, tudo que viu, foi um quarto vazio.
Tudo não passava de um sonho. Um que Samuel nunca seria capaz de esquecer, teve certeza isso quando sentiu o suor colando a camisa ao seu corpo e os batimentos cardíacos acelerados de maneira assustadora.
. . Você sempre saberá onde me encontrar, Little Winchester.
— Dean! — Ele não fazia ideia de como tinha levantado da cama, mas suas mãos chacoalhavam o irmão com um desespero doloroso.
Por que ele tinha que dormir tão pesado as vezes?
— Sam, mas... — O mais velho estava atordoado, tinha passado a noite toda caçando e ser acordado o deixava puto da vida. — Cara, você esta todo molhado!
— Eu sei, eu sei — Sam murmurou já se afastando da cama, na esperança de que Dean iria se levantar, mas a única coisa que ele fez foi sentar-se na cama. — Levanta, nos precisamos cair na estrada.
O mais velho encarou aquilo completamente atordoado ao ver seu irmão daquele jeito. Dean cocou os olhos conforme o via pegar as coisas e arrumar as malas e cocou os olhos, procurando o relógio e quando o achou viu que marcava quatro horas da manhã.
Que porra estava acontecendo?
— Sammy, são duas horas da manhã. O que está acontecendo? E o Bobby? — Ele finalmente levantou da cama e colocou a camisa, mesmo sem entender muito bem se eles realmente iriam para algum lugar.
— Cara, por favor, só se arruma e vamos. — Os olhos do mais novo se transformaram em um vazio desesperado.
— Acho que eu mereço um pouco mais do que isso. — Dean já estava completamente vestido, mesmo dando a entender que não sairia dali tão cedo. Sam parou o que fazia e bufou frustrado, não era possível que seria está difícil para ele só ficar pronto e confiar nele.
— jogou o nome, sabendo exatamente o efeito que teria no outro.
O mais velho arregalou os olhos sentindo o coração palpitar e sua visão ficar até turva. Não tinha mencionado aquele nome desde o dia em que ele e Sam entraram em uma briga feia alguns meses após a ida dela.
1 ano tinha se passado desde então e ele tinha jurado que nunca mais olharia na cara dela, contudo, la estava ele momentaneamente paralisado e desesperado com a possibilidade de que qualquer coisa poderia ter acontecido a ela.
— Dean — Sam o segurou pelos ombros e ele nem conseguiu compreender em que momento se aproximaram. — Nos precisamos achar a , agora!
O Winchester estava pronto para dizer que não iria a lugar nenhum quando um barulho de assas batendo invadiu o quarto e ambos souberam exatamente o que aquilo significava.
— Ele esta atras de mim, não está?
— Dean — Castiel pronunciou o nome do seu protegido e melhor amigo, então seu corpo pendeu, mas teve tempo de ser segurado por ele. — Preciso que a encontrem.
— Castiel, o que aconteceu? — Sam perguntou ao ver que o anjo tinha uma ferida ensanguentada no abdômen onde apoiava sua mão direita.
— Os anjos...demônios, estão atras dela — Castiel gemeu de dor conforme procura as palavras. — Precisamos encontrá-la primeiro.
Um desespero tomou conta dos dois irmãos ao ouvirem as palavras do amigo. — Alguém pode me dizer que merda está acontecendo? — Dean vociferou ao deixar o amigo sentado em sua cama. — Um pouquinho de explicação não faria mal a ninguém.
— Dean! — Castiel deu um salto o puxando pelo colarinho da camisa. — Não temos tempo para birra, estamos em uma guerra. Na droga do apocalipse, então se puder, por favor, faca o que estou te pedindo!
Os irmãos se encararam e então, Dean foi o primeiro a pegar sua arma e a mala que o pertencia. Sam que já estava pronto riu da ironia de como ele era tão fiel aos pedidos de Castiel, mas naquele momento preferiu deixar o questionamento de lado e saiu porta a fora.
O mais velho começou a segui-lo, mas antes foi parado por Castiel.
— Não faca nenhuma besteira, Dean. Nos veremos em breve — frisou suas palavras com um olhar nunca já visto pelo outro e como um passe de magica despareceu no ar.

OMAHA — NEBRASKA.



passou os olhos pelo ambiente rústico e cheio de bêbados. Trabalhar em um bar dentro de uma vila afastada pareceu uma ótima ideia depois de tudo o que tinha acontecido em sua vida. Depois da fatídica noite em que tirou a vida de uma das pessoas que mais a amou no mundo.
Determinada que já tinha se torturado demais no último ano ela voltou a limpar a bancada, pois estava exausta e só queria ir para casa descansar e aproveitar sua vida normal e mundana. Era seu dia de folga e ela não poderia pensar em mais nada além de muita Netflix, cerveja e uma boa pizza requentada no micro-ondas.
Não precisada de muito para ser feliz, não naquela altura do campeonato.
Como fazia em todo final de turno ela concluiu a limpeza do lugar, fez a reposição das bebidas, petisco e então checou que tinha trancado todas as portas e saiu. O inverno estava começando a chegar e o frio já castigava sua pele, uma brisa gelada se fez ainda mais presente quando ela deu alguns passos indo em direção a parte de trás do estabelecimento para checar uma última coisa antes de ir embora.
Os lixos precisavam estar todos retirados.
Por ser o início da manhã não tinha ninguém ali, Omaha não era uma cidade muito grande e isso facilitava a possibilidade de estar sempre sozinha. não tinha do que reclamar, gostava de não ter pessoas a incomodando, mas estranhamente sentiu um frio incomum percorrer sua espinha.
Todos os pelos de seu corpo se arrepiaram e ela ficou em alerta, mesmo que o único barulho capaz de escutar fosse o do vento se tornando cada vez mais forte e de seus passos batendo contra as pocas de lama deixadas pela chuva da noite passada. Se concentrou naquilo, até parecer ouvir um suspiro.
Ficou em alerta de um jeito que não fazia há muito tempo e virou bruscamente, procurando na leve escuridão por alguém que estivesse passando ali em uma corrida matinal, mas nada viu. Como já suspeitava, estava sendo paranoica.
Não tinha o que temer.
Terminou seu percurso em passos rápidos e checou todas as lixeiras, não tinha mais nada para ser feito. Achando um pouco de graça em sua respiração acelerada ela riu ao escorar-se contra a grande lataria de metal e levou as mãos ao bolso procurando por um maço de cigarro.
— Vocês humanos adoram uma vidinha entediante, não? — Uma voz feminina soou baixa e calma, colocando em alerta ao derrubar seus cigarros.
Aquela vadia pagaria por aquilo e muito caro.
Nem precisou a encarar nos olhos para saber que se tratava de um demônio, ela ainda era capaz de sentir a presença maligna de cada um deles. Sem pensar muito a mulher se colocou em posição de ataque, já fazia pelo menos uns oito meses que não cruzava com um deles tentando espreitar sua vida.
Só queria ficar em paz.
— Defina entediante, vadia. — Sorriu provocativa, mas seus lábios logo se enrijeceram ao ver mais três homens com ela.
— Eu vou arrancar essa sua língua, bonitinha.
Um chute atingiu o estomago de com uma forca descomunal a jogando contra a lixeira. A mulher gemeu de dor, mas não tardou em puxar a faca que carregava consigo, segurança nunca era demais e ela não era inocente para acreditar que estaria protegida e jamais seria encontrada.
Foi possível ver na expressão dos três demônios diante dela o quanto eles temiam aquela faca e isso a deixou ainda mais satisfeita. Sem dar muito tempo para fazerem alguma coisa a mulher partiu para cima da vadia que tinha dito que cortaria sua língua e atacou com a faca, mas surpreendida quando ela se afastou e os três homens se aproximaram.
— Vadia eu já esperava, covarde? Nem tanto — provocou.
A demônio riu de ironia, desejando ainda mais acabar com pedaço por pedaço, mas continuou apenas assistindo. A viu ser atacada pelos seus três capangas com chutes e socos sem cessar, se divertindo com cada vez que ela caia no chão.
A surpresa só apareceu em seu olhar quando ela matou dois deles com um golpe de faca bem abaixo do queixo. Furiosa ela empurrou o último demônio restante e partiu para cima daquela humana insolente com toda sua forca e determinação. Cumpriria sua promessa de cortar a língua dela para nunca mais blasfemar contra o inferno.
Seus goles foram rápidos e precisos e nem mesmo a faca de foi capaz de silenciar a fúria da mulher, que a atingiu com um último soco no rosto e logo em seguida a agarrou pelo colarinho da blusa. O rosto da mulher encontrava-se ensanguentado e a demônio se deliciou com aquilo.
Uma humana no lugar em que merecia, de submissão.
— Quando Lúcifer terminar com você — murmurou próximo ao rosto dela, calma e calculista —, eu mesma vou me encarregar de que morra sozinha.
riu, medo de sua morte não era algo que existia dentro dela, mas a menção de Lúcifer a deixou preocupada mesmo que não tivesse deixado aquilo transparecer em suas feições.
— Não, ela não vai. — Uma voz grossa, uma que conhecia muito bem, ecoou atras deles e ela viu aquela chance de distração da vadia como sal oportunidade para atacar.
Sam Winchester.
Sem piedade alguma a caçadora acertou a faca contra o peito da demônio, mas sem colocá-la completamente dentro dela.
— Espero que tenha gostado da minha vida entediante — cuspiu as palavras, para entrar cravar a faca a matando.
Sam já segurava o outro demônio pelos braços e ela não hesitou em acabar com ele, que foi jogado de lado pelo caçado logo em seguida.
encarou o velho amigo por alguns instantes, mas não foi capaz de dizer nenhuma palavra pois uma dor dilacerável tomou conta de sua costela direita. Sam a segurou quando suas pernas falharam e a mulher perdeu completamente o controle de seu corpo.
.... — Sam sussurrou, mas a mulher apagou em seus braços antes de conseguir dizer qualquer outra coisa.

sentiu os olhos pesados como um chumbo e gemeu de dor ao tentar se mexer, parecia que havia sido atingida por um caminhão. Seu corpo inteiro doía, mas a costela direita foi o que a massacrou ao virar onde quer que estivesse deitada.
Tentou enxergar mais sua visão encontrava-se turva, piscou algumas vezes conforme tentava com toda forca do mundo se levantar e seu olhar foi tomando novamente o foco que sempre teve. Estava em sua atual casa, graças a Deus. Por um momento achou que tudo não poderia ter passado de um sonho, mas a confirmação de que estava errada veio quando escutou passos leves ao seu lado e um Samuel visivelmente preocupado tomou conta do seu campo de visão.
Realmente havia lutado com demônios e sido salva por ele.
— Você salvou minha vida — murmurou em meio suas dores, sentando-se com dificuldade no sofá que acabara de reconhecer.
Sam sorriu negando com a cabeça.
— Você quem acabou com eles, . — Como ela se lembrava, o Winchester era sempre muito gentil.
— Eles que acabaram comigo — frisou apontando para sua costela e então se deu conta de estar com uma faixa enrolada no abdômen, provavelmente obra do Sam. — Obrigada apor isso.
— Não fui eu — o amigo negou, então ela sentiu o coração acelerar com a possibilidade de quem poderia ter sido.
— Dean ficou desesperado quando viu seu estado. — Samuel sentou-se ao lado dela a ajudando a ficar em uma posição mais confortável.
— Desesperado para me matar, só se for — riu irônica, mas mudou a expressão ao ver o olhar de Sam. — Desculpa...
— Só tenta pegar leve, pode ser? — pediu calmo. — Não foi fácil trazê-lo...
Sam parou o que dizia quando Dean se prostou na porta de entrada da sala que ficava acoplada a cozinha. A tensão no ar se multiplicou e sentiu seu coração ir parar na boca com a presença do homem diante de si depois do último encontro deles.
O Winchester mais velho não tinha mudado nada na aparência, mas algo dentro dele parecia ter se apagado e escurecido de um jeito que a fez se sentir ainda mais culpada do que no último ano. Ele estava com raiva dela e não podia julgá-lo por isso.
O homem não estava muito diferente dela, com o coração palpitando nas alturas e o nervoso evidente em seu maxilar travado. Tinha muitas coisas que gostaria de dizer a ela, mas que naquele momento talvez não fosse apropriado.
Se manteve em silêncio.
Uma parte de Samuel gostava de ver o irmão daquele jeito, absolutamente nada era capaz de silenciá-lo, a não ser por .
— Certo — se manifestou retórica. — Vão me contar de uma vez o que está fazendo aqui? Porque duvido que vieram só para me visitar.
Sam sorriu com as palavras dela, não tinha mudado nada mesmo e uma parte dele gosta de saber disso.
Dean abriu a boca para finalmente dizer algo, mas mais uma vez foi interrompido por aquele par de asas batendo.
— Castiel — murmurou entredentes, virando-se para dar de cara com o anjo, mas ele logo passou pelo homem e seguiu até .
não conseguiu conter o sorriso ao ver o velho amigo tão de perto mais uma vez, apesar de todas as coisas que tinham acontecido o anjo já tinha salvado sua vida muitas vezes e até mesmo traído o céu por ela.
— Eu estou bem, Cas — afirmou quando ele a abraçou logo depois de ela se levantar, mas logo passou a examinar seu corto e apontou para sua costela. — Não se preocupe com isso.
— Me deixe curá-la — Castiel quase implorou, o que fazer Dean revirar os olhos. Não era ciúmes, logico que não. só não achava que ela merecia a amizade de Cas, não depois de tudo.
— Não quero que gaste sua energia comigo — encerrou o assunto e então seu olhar foi parar nos dois irmãos que agora estavam lado a lado. — O que está acontecendo?
— O grandão aqui sonhou com você — Dean disse, fazendo uma careta ao se lembrar do conteúdo. — Por isso estamos aqui.
— Que tipo de sonho? — indagou e pela expressão de Samuel não parecia ter sido nada bom. — Sam, o que você sonhou?
Samuel levou as mãos aos cabelos sentindo o ar ficar rarefeito, vê-la morrer já era difícil demais, mas tem que falar abertamente sobre a possibilidade o destruía por dentro. só a ideia o deixava desesperado o suficiente.
— Nos precisamos sair daqui — Castiel de repente ficou agitado e passou a andar de um lado para o outro. — Não temos tempo para conversa, os demônios não podem te encontrar.
Dean parecia quieto demais, enquanto Sam a encarava tentando buscar uma forma de explicar seu sonho. Já estava começando a ficar impaciente, não queria mais confusão alguma com demônios ou qualquer outra coisa que envolvesse o apocalipse, era oficial, tinha se aposentado.
Contudo, precisava ao menos de uma explicação, afinal ver os Winchester na sua frente não estava nem perto de uma realidade para a mulher.
— Por que não? — questionou Castiel, que parecia estar concentrado em ouvir algo dentro de sua cabeça como as vezes acontecia no passado e não recebeu resposta alguma. — Sam?
— Nos precisamos sair daqui, agora! — Castiel ordenou ao parecer retornar a orbita da terra.
Dean sabia que quando o anjo falava daquele jeito e porque coisa boa não era, então logo ficou em alerta, mas Sam só conseguia focar no que precisava dizer para a amiga.
— Eu não vou a lugar nenhum antes de saber o que está acontecendo. — foi firme em seu posicionamento.
Eles não tinham o direito de aparecer depois de todo aquele tempo e exigir que ela largasse tudo, não dessa vez.
Samuel atravessou a sala e ficou bem de frente para , a encarando nos olhos como um claro pedido de desespero.
eu vi você morrer e não posso passar por isso de novo — jogou as palavras, mesmo sabendo que aquela não era a melhor forma.
Ela engoliu em seco com o que ele tinha acabado de dizer, sabia muito bem que os sonhos e visões de Sam não eram irreais. Seus poderes aparentemente tinham ido embora, mas poderiam voltar, nada era impossível.
— Sam... — Dean chamou a atenção do irmão ao escutar passos vindo do lado de fora.
Castiel não deu mais tempo algum para aquela discussão sem sentido e os tirou dali no momento exato em que a porta da casa foi arrombada.

— Cas, o que está rolando? — Dean vociferou ao perceber que se encontravam em um deposito escuro e fedido.
Sam segurava a mão de , mas aquilo parecer irrelevante no momento dada as circunstâncias.
— Eu preciso encontrar uma coisa — o anjo explicou com uma cara de poucos amigos.
— Por que estranhamente você não apenas desapareceu no ar? — Dean questionou irônico.
— Porque o que eu preciso está muito bem guardado e não posso ir sozinho — Cas encarou os três, la no fundo ele não conseguia esconder o quanto estava feliz por vê-los juntos de novo.
— Eu vou com você — se ofereceu, não tinha mais nada a perder.
Sam negou com a cabeça e Castiel concordou com aquele olhar de cachorro sem dono.
Mais uma vez em passe de magica Castiel tinha partido, mas dessa vez levado Sam Winchester com ele.
— Qual e! — Dean gritou ao ver que os dois tinham desaparecido, puto da vida com toda aquela merda.
não teve não palavras para dizer alguma coisa, sua cabeça parecia que ia explodir e um cansaço tomou conta de seu corpo de uma maneira que ela odiava.
Dean ignorou completamente a presença da mulher e passou os olhos pelo lugar, de repente ele teve a sensação de que sabia onde estava. Fechou os olhos momentaneamente levando a mão até a cintura onde ficava sua arma e escutou o barulho de água se movimentando.
Hidrelétrica.
Estavam de volta em Sioux Falls.
Bobby.
— Eu sei para onde vamos. — Foi tudo o que ele disse já caminhando em direção a uma porta que parecia ser a saída do lugar.
pensou em questioná-lo, mas não teve coragem para fazê-lo, não só porque estava se sentindo destruída, mas porque não queria deixar as coisas piores do que já estavam.
Castiel nunca fazia nada pela metade e por isso o empala se encontrava bem ao lado de fora. Ambos entraram no carro sem dizer nada, a tensão parecia ainda mais do que no primeiro momento em que se viram e o Winchester nem colocou uma música do Bom Jovi para tocar como sempre fazia. A canção traria muitas lembranças que nenhum dos dois saberia lidar naquele momento.
Seria melhor daquele jeito.
O caminho até o antigo ferro velho foi de exatos vinte e cinco minutos, que pareceram mais como vinte e cinco horas. foi a primeira a saltar do empala e abraçar Bobby Singer que já esperava na porta de entrada e logo depois Dean saiu e fez o mesmo.
Era perigoso ficar muito tempo do lado de fora, então logo entraram na casa.
— Então foi assim que vocês me encontraram — comentou ao entrar na sala e ver um mapa em cima da mesa, ou o resto queimado que sobrou dele.
— Você esta um caco, garota — Bobby resmungou. — Deveria nos agradecer por isso.
revirou os olhos e fez sinal de que iria dar um soco de leve no ombro do homem, mas foi impedida pelo grito que atravessou sua garganta ao sentir uma forte pontada na costela machucada.
Provavelmente tinha fraturado.
— Me deixa olhar isso — Bobby se ofereceu, enquanto Dean apenas observava os dois.
— Não é nada, Bobby, relaxa. — Deu de ombros, mas foi repreendida com o olhar pelo amigo e se deu por vencida.
Dean não conseguiu esconder em seu rosto o desconforto ao ver a mulher erguer camisa, mas ficou ainda pior quando Singer retirou a faixa do corpo dela revelando os roxos enormes. Ele tinha certeza de que aquilo era uma fratura.
— Dói quando respira? — Bobby questionou ao tocar de leve e ouvir a garota gemer.
— Um pouco — preferiu ser sincera, odiava ser repreendida por ele.
Bobby finalmente deixou a armadura que ele sempre vestia cair por terra e a olhou com uma cara de preocupação.
— Vamos torcer para não ter perfurado um pulmão. Castiel estava com vocês, por que o canalha não te curou?
— Ela não quis — Dean interrompeu a conversa dos dois, chamando a atenção de pelo tom de julgamento do Winchester. — Eu vou reforçar as barricadas.
Bobby a fuzilou com o olhar, mas não disse nada, apenas mandando-a ir tomar um banho para poder aplicar algo que ajudaria na dor.

✡️ ✡️ ✡️

— NÃO!
Dean quase caiu da cama quando escutou os gritos de ecoarem pela parede do quarto dela que era acoplada a sua. Nem mesmo se eu o trabalho de vestir as calcas, apenas colocou uma camiseta e saiu porta a fora em.
Bobby parecia não ter escutado nada pois não o viu no corredor, então entrou no quarto com a arma em punhos, pronto para atacar o que que estivesse la dentro. Não encontro exatamente o que esperava, a mulher dormia calmamente em sua cama e não parecia ter nada de errado.
Estava ficando louco?
Ou talvez tenha sido apenas um sonho.
Por mais que uma parte ele o mandasse ir embora dali o homem não conseguiu. A passos lentos para não a acordar ele se aproximou da cama e pode ver seu rosto coberto com hematomas relaxado enquanto dormia, sentiu uma dor horrível tomar conta de seu peito.
Não era nada disso que tinha planejado e vê-la machucada daquele jeito só o fazia se sentir pior.
Dean se sentou no pouco espaço que tinha sobrado na ponta da cama onde ela estava deitada e a encarou por alguns instantes. Ali, na escuridão daquele quarto ele nãos e esforçou mais para segurar a angústia que sentia e deixou uma lagrima cair sobre sua bochecha.
Quando se reencontraram há dois anos não era nada daquilo que tinha planejado para eles. Tinha feito a promessa de que a protegeria e havia falhado miseravelmente por puro orgulho e falta de compreensão. tinha errado ao não o contar tudo que acontecida, mas ele também havia errado.
Uma parte dele não conseguia suportar o quanto sentia-se vulnerável diante da mulher, mas a outra o confortava por saber que ainda existia algo vivo dentro dele mesmo em meio a tanto caos.
era a melhor e pior coisa que já tinha lhe acontecido.
— Dean... — A voz da mulher o tirou de suas lamurias e ele logo tratou de se recompor e limpar o rosto, levantando-se rapidamente para ela não se dar conta do que acontecia ali. — O que você está fazendo aqui?
— Eu não faço ideia — riu da ironia de suas palavras, mas também da sinceridade com que elas saíram de sua boca.
o encarou e virou-se na cama para poder ter uma visão melhor do homem. O fato de ele estar apenas de camisa e cueca foi completamente irrelevante comparado ao olhar que ele lançava a ela enquanto a encarava no fundo dos olhos.
— Eu sei que te devo um bando de explicações — preferiu ser honesta de uma vez por todas, as mentiras não tinham a levado em lugar algum. — Eu só não sei por onde começar.
— Que tal me dizendo a verdade? — Dean pediu calmo e sem rancor na voz.
— Dean eu...
— Você em um demônio a mim, — agora a dor era visível em suas palavras e aquilo a dilacerou por dentro. — Acho que o mínimo que mereço e a verdade, mesmo que isso nos separe de uma vez por todos.
Então ele não acreditava que haviam sido separados para sempre? As palavras dele acendeu uma esperança ridícula dentro da mulher e ela se sentiu uma adolescente de novo, como quando o viu pela primeira vez.
— Não foi isso que aconteceu.... — sentia como se fosse sufocar em meio as suas palavras, então sentou-se na cama.
Parecia que tinha dormido por dias, até pensou em perguntar que dia era, mas não tinha muita relevância diante da conversa.
— Então o que aconteceu, ? — O Winchester esbravejou e passou a andar de um lado para o outro no quarto. — Porque eu passei os últimos trezentos e sessenta e cindo dias tentando entender e parece que sempre acabo no mesmo lugar.
— Eu menti para você naquele dia, eu menti quando prometi que não trocávamos vidas — admitiu e pode sentir o peso enorme quase sair por completo de suas costas. — E a minha escolha me custou a vida da pessoa que eu mais amava no mundo.
Dean franziu o cenho demonstrando que ainda não entendia o que ela queria dizer com aquilo, exceto pela parte da mentira.
— Eu não confiei em um demônio, eu confiei que poderia salvar a vida da pessoa que você mais ama no mundo — ela continuou, sentindo que sua garganta fechava a cada palavra dita.
O olhar do homem passou de decepcionado para assustado e até talvez um pouco admirado com as palavras dela.
— Sam... — Dean murmurou. — Do que você está falando, ? Mais uma de suas mentiras? — Ele não queria atacá-la, mas parecia um pouco difícil.
não se sentiu atingida, pois ele tinha razão.
— Eu descobri que eu pertencia ao inferno, uma parte de mim não é humana — jogou toda a merda no ventilador e nem precisou especificar demônio, ela sabia muito bem que o pensamento havia cruzado o pensamento do Winchester pela forma que ele a olhou e caminhou para mais perto da cama. — Sam era a chave para libertar Lúcifer da jaula e como eu já estava condenada ao inferno, me pareceu nobre entregar minha alma de uma vez para manter a de Sam intacta.
— Dean soprou seu nome com dor e sentou-se novamente ao lado dela.
Antes que ele dissesse mais alguma coisa ela se projetou colocando a mão sobre os lábios dele.
— Eu não sabia que isso custaria a vida do meu pai, mas não mudaria nada. Sam e tudo o que te restou e eu jamais tiraria isso de você sabendo que poderia salvá-lo — foi mais sincera do que jamais havia sido com ele, ao passo que levou uma mão até o rosto de Dean. — Eu via em seus olhos, babe. E me matava cada vez que eu via sua a dor ao falar que perderia seu irmão.
O apelido atrelado as revelações por parte da mulher o deixaram atordoado ao ponto de jogar tudo para o alto e beijá-la. Os lábios de Dean tocaram os da mulher com um desespero quase tangível e ela não hesitou em retribuir aquela demonstração de carinho.
Nenhum dos dois conseguiu esconder o quanto tinham esperado para aquilo acontecer.
Suas bocas se encaixaram em uma perfeita sintonia enquanto suas línguas se entrelaçavam. Seus corpos ferveram em questão de segundos e não teriam parado por ali, se não tivesse gemido de dor.
— Droga, — Dean vociferou. — Por que não deixou o Castiel te curar?
— Porque eu não sou completamente humana, Dean. Cada vez que ele me cura algo morre dentro dele — escolheu a verdade e não se arrependeu nem um pouco ao ver a expressão no olhar dele.
Dean a abraçou, pois não sabia mais o que dizer diante de tantas informações para digerir e foi bom a ter em seus braços dessa vez, mesmo sem saber o que seria deles depois da conversa.
— Está na hora. — A voz de Castiel invadiu o ambiente e o desconforto em seus olhos ao vê-los daquele jeito foi visível.
Sam apareceu logo atras dele, mas diferente do anjo ele tinha um sorriso de satisfação nos lábios.
— Finalmente, eu estava começando a ficar preocupado. Se passaram dois dias, Castiel — Dean esbravejou ao soltar . — Dois dias? — A caçadora questionou confusa.
— Você precisava descansar. — Dean deu de ombros. — Está na hora de que?
— Castiel tem um plano — Sam interferiu, mas algo na voz dele não parecia botar muita fé.
— Não temos tempo para conversas, eu conto no caminho — Castiel parecia ainda mais agitado e então se aproximou de . — Mas antes uma coisa. — O anjo colocou a mão sobre ela e a curou, não dando espaço para maiores questionamentos.


PARTE III — REDENCAO.

DETROIT.

Algumas horas antes...



— Cas — chamou o nome baixo, enquanto encarava o porão a sua volta.
Nem mesmo se lembrava dos momentos felizes que tinha tido ali, apenas da tragedia que vivenciou nele.
— Estou aqui — o anjo logo apareceu, com o mesmo sorriso de sempre nos olhos.
— Você sempre está — a mulher sorriu e abraçou o grande amigo.
— Por que sinto que não vou gostar da nossa conversa, ? — Castiel parecia estar ficando cada vez mais mundano e ela riu daquilo.
— Eu aprecio sua amizade e sua fidelidade a mim, Cas. Sei que já te pedi demais, mas mais uma vez irei fazer mais um pedido. — se afastou e o encarou no fundo dos olhos. — Eu e você sabemos que esse plano tem todas as chances de dar errado.
Cas apenas assentiu.
— Se o momento chegar, se souber que vamos perder essa batalha. Preciso que cumpra com o que me prometeu.
O anjo se afastou com um grande pesar nos olhos, na época daquela promessa era algo diferente. Castiel havia mudado.
— Não sou mais o Castiel que um dia conheceu, — soprou baixo.
não tinha tempo para discutir, precisava ir para aquela batalha com a certeza de que toas as suas escolhas não tinham sido em vão.
— Eu sei que não... — concordou. — Mas preciso que seja ele só mais uma vez, Cas.
— Não gosto de imaginar a ideia de que se torn....
— Você e o único que pode me salvar de me tornar um deles — afirmou o que só os dois sabiam por tanto tempo. — “Quando a espada daquele que um dia foi um servo do senhor atravessar a alma daquela prometida ao inferno, nunca mais poderá ser restaurada ao mundo”.
Castiel permaneceu em silencio, sabia muito bem qual era a profecia.
— Preciso que me prometa que fara a escolha certa, se isso significar a morde de Dean e Sam Winchester — implorou, ao segurar a mão do amigo.
— Você tem a minha palavra, .

DETROIT.

Agora.



O plano estava feito e precisaria ser cumprido, não tinha como voltar atras e os três sabiam muito bem disse. já tinha feito as pazes com a possibilidade de que um dia perderia sua vida na guerra entre anjos e demônios, Dean tentava ao máximo pensar positivamente e Sam não conseguia nem pensar que seu sonho poderia se tornar realidade.
Castiel, bem, ele precisava ser o ponto de apoio para o grupo.
Os quatro caminharam em direção ao prédio determinados a encarar aquilo de uma vez por todas, mas Dean parou no meio do caminho e segurou o braço de .
— Eu preciso de um momento — o homem pediu baixo, sentindo a garanta fica seca. — só com a .
— Dean, não temos tempo para isso — Castiel vociferou.
Sam queria apressar as coisas, mas entendi a posição do irmão e permaneceu em silencio.
— Castiel, por favor. Eu nunca te pedi nada, só preciso de uns minutos — O Winchester mais velho encarou o anjo com um olhar de súplica e foi atendido com o aceno positivo. — Se a aceitar, e claro.
— Tudo bem — a mulher concordou, sorrindo de leve.
— Vamos esperar vocês la dentro — Sam puxou Castiel, pois sabia que ele não sairia dali se não o fizesse.
Dean esperou que os dois saíssem de cena para então se virar para a encarando com aquele mesmo pesar nos olhos de sempre. Dessa vez ele queria fazer as coisas certas, se fosse perdê-la não queria deixar de dizer tudo o que estava dentro dele.
Secretamente pediu a Deus para aquilo não acontecer.
— Algum problema? — chamou sua atenção com aquela voz calma que ele tinha sentido tanta falta.
— Nenhum — riu fraco. — Eu só não quero me arrepender de não ter dito uma coisa.
franziu o cenho e sentiu seu coração palpitar, Dean a encarava de uma forma diferente, mas muito amável.
— Eu te amo, . — Nem mesmo o homem acreditou no que tinha acabado de sair de sua boca, mas foi aliviador. — E eu estou cansado de fingir que não, valeu? Eu não sei...
Foi interrompido pela mulher que colocou aos lábios ao dele o abraçando com forca. Seus corpos praticamente se fundiram e ele não hesitou em retribuir o gesto de carinho, a segurando em seus braços — pelo que poderia ser a última vez — e desejou que o tempo parasse.
— Eu te amo, Dean Winchester — sussurrou contra os lábios dele e então, seguiram em direção ao destino que os aguardava.

Dizer que o grupo lutou com alguns demônios seria um ultraje. O plano parecia estar caindo por água abaixo logo quando entraram no espaço principal do deposito escuro, os servos do inverno vinham cada vez em mais número e nem mesmo a presença de um anjo parecia ser capaz de fazê-los acreditar que poderiam vencer.
Todos já estavam com boa parte de seus corpos machucados, cortados ou até mesmo fraturados, mas não tinham escolha. Precisavam seguir em frente, não tinha como voltar.
Quando finalmente conseguiram cruzar o longo corredor e matar todos os demônios, foram surpreendidos por um grupo muito maior. Os quatro se entreolharam, prontos para atacar, mas foram interrompidos por uma voz que reverberou alta no ambiente.
— Devo dizer que estou impressionado — Lúcifer elogiou com orgulho. — Selecionei apenas os melhores e vocês conseguiram acabar com todos eles. — Bateu palmas ao se revelar na pouca luz que tinha ali.
sentiu seu coração ir parar na boca, enquanto Sam experimentou de uma queimação horrível em sua cabeça. Castiel não conseguia esconder o ódio que sentia pelo anjo caindo e Dean se abaixou para ajudar o irmão que agonizava gemendo de dor.
— Lúcifer — sussurrou o nome com ódio na voz.
— Não precisa tratar meu nome com tanto desdém, minha criança. — Ele estava se divertindo com aquilo. — Vocês acharam mesmo que tinham alguma chance contra mim?
Um silencio tomou conta do ambiente conforme ele andava de um lado para o outro, tinha um sorriso insuportável nos lábios deixando claro o quanto se divertia com o caos que causava.
O diabo parecia mais interessante se apenas vestisse Prada e nada mais.
Como havia acontecido no sonho de Sam, a caçadora foi jogada contra a parede por três demônios. Seus braços e pernas ficaram estirados e logo ela passou a gritar, como se eles a estivessem dilacerando pedaço por pedaço.
— Não! — Samuel gritou, então Dean partiu para o ataque, mas foi arremessado para longe no mesmo instante e bateu tão forte contra a parede que acabou desmaiado.
Não, não, não. Seu sonho não poderia estar se concretizando.
Castiel então, não desapareceu no ar como tinha antes acontecido. Ele passou a atacar cada um dos demônios presentes ali, enquanto Sam tentava com todas suas forcas trazer aquele poder maligno de volta para poder mudar o curso das coisas.
Lúcifer apenas assistia, demonstrando toda a confiança de que aquela batalha a estava ganha.
ainda gritava, mas dessa vez as coisas não aconteceram tão rápido quando o corpo da mulher despencou no chão depois que Cas matou o último demônio responsável pelas torturas.
Um fio de esperança cresceu dentro do Winchester, mas se esvaiu rápido o suficiente para fazer os batimentos de seu coração irem parar nas alturas. puxou Castiel para perto de si conforme encarava Samuel com um pesar quase palpável no olhar.
— Castiel, tem que ser você — escutou ela sussurrar e então viu Lúcifer em alerta.
Algo não estava saindo como o planejado.
— Tem que ser você, sempre foi você, Cas — a mulher continuou falando. — Preciso que olhe para mim, e minha chance de fazer a escolha certa dessa vez. Ainda com as dores de cabeça e atordoado pelo que acontecia, Sam não deixou de notar quando Lúcifer adentrou o círculo de óleo que eles mesmos haviam desenhado na noite anterior e sacou o isqueiro, tacando fogo e fazendo a chama se acender em volta do diabo.
— Não!!!!!!!!!!!!! — A voz estridente de Lúcifer reverberou no espaço e Samuel soube que não era pelo óleo.
Uma pontada dilacerou seu peito e ele elevou o olhar até Dean, seu irmão agora acordado tinha lagrimas nos olhos. Em desesperou direcionou o olhar para Castiel, que segurava o corpo de sua amiga nos braços.
estava morta.




Fim!



Nota da autora: Sem nota.



Nota da Scripter: CLIQUE AQUI PARA DAR AMOR À AUTORA!

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus