Fanfic Finalizada

Capítulo Único

Your touch, your skin, where do I begin?
No words can explain the way I'm missing you
(Sam Smith - Lay Me Down)


      “Era um domingo. Fevereiro, eu lembro. Você saiu e de alguma forma eu sabia que você estava saindo da minha vida também. Sabe aquela sensação de perda, que faz seu coração apertar a ponto de você não conseguir respirar? Então, aquilo me calou e assim eu te vi partir. Não vou dizer que foi culpa dela ou culpa sua. Pode ter sido, mas já não importava mais. Ia te trazer de volta? Não, não ia.
      “Não é você, sou eu” pode parecer clichê, mas no nosso caso foi real. Não era eu, pelo menos não naquele momento. Não era em mim que você pensava. Não era comigo que você queira ficar. Não era eu. Como ficar com uma pessoa que tem outra em seu pensamento? Não havia nenhuma possibilidade, nem mesmo remota, que isso desse certo. No fim das contas seriam três corações partidos. No nosso caso foi apenas um, o meu.
     Ninguém manda no coração, não é mesmo? Como eu iria adivinhar que um dia você se veria interessado por outra pessoa. É a vida, essas coisas acontecem. Às vezes até mesmo penso em te agradecer. Não por me deixar, mas por ser sincero. Sincero a respeito do que tínhamos e a respeito do que sentia. Você poderia ter ficado comigo e com ela, mas não. E isso faz doer ainda mais, porque nem te odiar eu consigo.
     Se você estava com ela? Não sei, provavelmente. Sei que as frases românticas que apareciam na sua rede social não eram mais pra mim. Eu as evitava, mas pareciam letreiros de neon, porque meus olhos sempre pousavam nelas, como se eu fosse uma pessoa masoquista e precisasse daquela dor que elas me causavam. Talvez eu precisasse da dor, pelo menos assim eu sentiria alguma coisa. Estava tão inerte, entorpecida, que nem parecia que vivia. Era uma máquina, a vida tinha me transformado num robô programado para tarefas básicas como respirar e me alimentar. Bem, isso não parece bom o bastante para chamarmos de vida, certo?
     E essa carta é apenas mais uma das mil que escrevi e nunca enviei ou enviarei. Talvez elas sejam uma forma patética de te deixar perto de mim de algum jeito. E acho que preciso deixar você ir. Não por você, mas por mim mesma.

Com amor.”            



The scars of your love remind me of us
They keep me thinking that we almost had it all
The scars of your love, they leave me breathless
I can't help feeling
(Adele - Rolling in the Deep)


Os dias passavam numa dicotomia engraçada: alguns passavam rápidos como um flash, outros pareciam que demoravam mais que um mês para que se contassem 24 horas. Eu estava do avesso, o dia virou noite e a noite virou dia. O sol era meu companheiro de sono e a lua minha parceira na solidão. De noite tudo é mais quieto, mais calmo, mais triste. É engraçado como estar na fossa parece algo como o Triângulo das Bermudas: uma vez nela, você não consegue sair. Tudo o que você quer é colocar aquela música triste, pegar um chocolate e chorar. E por mais que você chore, parece que aquela tristeza não sai de você, não para de pesar dentro do seu peito. Você tenta se libertar, mas as amarras estão tão fortes, que você apenas se entrega. Aceita sua condição e espera.
E assim o tempo passou, se foram dias, semanas ou meses, eu nunca saberei. Mas o tempo passou. Eu não sabia mais dele, evitava tudo e qualquer coisa. O que os olhos não veem, o coração não sente, não é mesmo? Mas o marasmo não passou, eu continuava prostrada, vendo a vida passar e me deixar para trás. Mas saber que precisa seguir em frente é uma coisa, conseguir é outra completamente diferente. Os amigos ligavam, vinham me ver, mas eu não tinha ânimo para fazer nada. Eu falava que estava bem, que só queria ficar sozinha. Mas eu não estava nada bem e muito menos queria ficar sozinha. Eu queria mesmo era que a tristeza fosse embora, mas parecia impossível.

So I won't let you close enough to hurt me
No, I won't ask you, you to just desert me
I can't give you what you think you gave me
It's time to say goodbye to turning tables
To turning tables
(Adele - Turning Table)


Até que um dia eu acordei, em todos os sentidos que essa palavra pode ter. Abri os olhos e enxerguei. Vi o mundo e me a mim mesma, ou quase isso. Porque aquela que o espelho mostrava não era eu, era alguém parecida comigo, só que mais magra, mais abatida, com uma aparência cansada e quase doente. Tive que levantar o dedo e tocar a superfície que mostrava o meu reflexo para ter certeza. E então eu tive que acordar, porque vi que não poderia continuar daquela forma. Não haveria um bom futuro pra mim, caso eu continuasse daquela maneira. Lavei o rosto, disposta e certa que tudo seria diferente dali para frente, o período de luto estava terminado.
O processo de transformação começou de dentro para fora: uma nova rotina de sono; pequenas mudanças de comportamento, mais conversas e sorrisos, menos momentos de solidão forçados; depois um corte de cabelo novo, uma mudança na cor deles. E, em pouco tempo, eu era outra pessoa. Estava visivelmente melhor, com um pouco de cor no rosto e brilho nos olhos. Assim eu poderia voltar a viver. Acho que esse momento é aquele que você vê com quem pode contar, quem são os seus amigos e quem vai segurar a barra quando ficar pesada demais. Eu tive em quem me apoiar, talvez seja por isso que não enlouqueci. Eles estavam lá, me seguraram, me trouxeram pra superfície e eu pude respirar de novo.
Mesmo os meus amigos sendo os amigos dele, eles me poupavam de qualquer notícia. Eu não queria saber como ele estava, se estava bem, sozinho, com ela, feliz, triste... Não importava. Não me importava. Eu queria seguir em frente e isso significava não saber e nem pensar nele. Porque cada vez que eu me permitia pensar, era como se desse um passo para trás e isso ia totalmente contra tudo o que eu queria pra mim naquele momento.
Tá que um dia, quando eu menos esperava, eu recebi uma mensagem de um rapaz. Vamos chama-lo de G. Estranhei, porque nunca trocamos mais do que “oi, tudo bem?” quando nos esbarrávamos. As intenções dele eram claras, mas eu ainda não me sentia confortável. Trocamos mais algumas mensagens e combinamos de nos encontrar. Era o primeiro encontro que eu teria em muito tempo e eu estava certa que tinha perdido o jeito com aquilo. Marcamos num shopping, algo bem normal. Conversamos sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo. Aqueles assuntos simples e rasos, que nunca levam a nada. G não tomou nenhuma iniciativa, muito menos eu. Poucas horas depois eu estava a caminho de casa e chegando a conclusão que seguir em frente era muito mais difícil do que parecia.
“Não acredito que só ficamos conversando, você deve estar desacreditada de mim.” Ele disse através de uma mensagem, assim que chegou em casa.
“Tá tudo bem.” Respondi, querendo agradecê-lo eternamente por não ter feito nada, porque eu sabia que seria tudo por impulso e não porque eu realmente queria.
“Podemos marcar de novo outro dia.” Sua pergunta não deveria ter me pego de guarda baixa, mas pegou. Eu deveria saber que ele iria querer me ver de novo e, provavelmente, estava pensando que eu também queria.
“Pode ser.” Foi a minha resposta, a mais fria e indiferente que eu poderia lhe dar.

- Você realmente acha que não deve dar uma chance a si mesma? – minha amiga perguntou, depois que eu lhe contei tudo o que tinha acontecido com o rapaz. – Por mais que ele não seja o seu príncipe encantado, talvez sirva como um impulso pra você não se ver mais presa ao passado.
Em partes, ela tinha razão. Mas era muito a se pensar.
Outros dias se passaram, nós conversámos bastante. G fez com que eu me sentisse mais confortável e relaxada. Marcamos de nos encontrar de novo e dessa vez não demorou muito para tomar uma iniciativa. Ele me beijou e eu deixei.


      “Quando seu coração se parte, você passa muito tempo achando que ele não vai colar de novo. Acha que não conseguirá dá-lo para outra pessoa e que você ficará com aquele peso morto no peito para sempre. Parece exagero, mas eu pensei que seria assim. Que eu não conseguiria ter outra pessoa em minha vida. Você sabe como eu sou uma pessoa exagerada em tudo, então realmente achei que nunca teria espaço pra ninguém no meu coração, mas talvez fosse apenas uma questão de dar uma chance. E, meses depois, eu resolvi dar mais uma chance pra mim mesma. Não que você tivesse saído da minha cabeça por inteiro, mas eu não podia ficar me prendendo a algo que não existia mais. Nem era como se eu estivesse apaixonada ou algo do tipo. Eu só queria ter alguém me fizesse sentir um pouco menos sozinha, que pudesse fazer aquela sensação de vazio passar. Ele não era você, isso estava bem claro desde o começo, e eu nem queria que fosse, não tinha como. Nem mesmo parecidos vocês eram. Talvez fosse o que eu precisava, não tenho certeza. E não tenho tido certeza de nada nos últimos tempos. Mas resolvi arriscar, mantendo os dois pés atrás, claro. Nem sei por que eu te falaria isso. Te fazer ciúmes, talvez? Mas ciúmes de que?
     Deus, eu sou tão boba...

Com amor.”            



Sometimes I wake up by the door
That heart you caught must be waiting for ya
Even now when we're already over
I can't help myself from looking for ya
(Adele - Set Fire To The Rain)


Não que eu sentisse alguma coisa por ele, mas era como se as coisas estivessem se ajeitando dentro de mim, de uma forma que eu sabia que iria ficar bem. Na verdade, acho que era mais algo como gratidão do que qualquer sentimento que se encaminhasse pro lado romântico da coisa. Tanto que nunca me peguei pensando nele ou fazendo planos para o futuro. Eu estava vivendo o agora, conseguindo, felizmente, esquecer um pouco do passado e sem me importar com o futuro. E eu estava indo bem, até que... Bem, até que três meses depois o passado voltou para me assombrar.
Era aniversário de um amigo em comum e eu sabia que seria como um teste pra mim. Era a primeira vez que eu o veria depois que tudo acabou, a grande chance de saber se eu estava conseguindo seguir em frente ou não. Cheguei a cogitar por alguns minutos a possibilidade de levar G comigo, mas descartei logo depois, não tinha sentido nenhum. Isso poderia significar algo muito errado, então deixei a ideia sumir de vez. Também cogitei não ir e me poupar de qualquer tipo de teste, mas eu não podia me esconder pra sempre, não é mesmo? Tínhamos o mesmo círculo de amizades e em algum momento iriamos nos esbarrar. Então passei os dias me preparando e fui, esperando pelo pior, porque o que viesse seria lucro.
Quando eu cheguei, ele já estava lá. Pude ouvi a voz dele enquanto ainda caminhava pelo corredor. Senti o coração acelerar, pensei até em dar meia volta e ir pra casa, me poupar desse tipo de teste desnecessário, mas eu já tinha chegado até ali, não podia desistir. Então respirei fundo e continuei caminhando, chegando até onde todos estavam. Ele tava de costas, nem percebeu que eu estava ali. Pelo menos não até que falassem alguma coisa. Senti que o clima ficou meio estranho, todo mundo ficou desconfortável, como se quisesse sempre arrumar um assunto, algo para falar e não deixar o silêncio se instaurar. Falei como cada um e não pude evitá-lo, não havia motivos. Caminhei até ele, tentando não pensar muito em nada, tentando encarar tudo numa boa, sem colocar peso onde não deveria. Mas quando toquei sua mão e senti seus lábios encostarem em meu rosto, um nó formou em minha garganta. Deus, era difícil demais. Mas eu era forte, ou pelo menos tentava ser. Forcei um sorriso. Retribui o beijo. Fingi que estava tudo bem.

Touching him was like realizing all you ever wanted was right there in front of you
Losing him was blue like I’d never known
Missing him was dark gray, all alone
Forgetting him was like trying to know somebody you’ve never met
But loving him was red
Burning red
(Taylor Swift – Red)


Foi difícil, foi bem difícil. Todo mundo ficava nos olhando com uma expressão estranha, meio desconfortável. Era engraçado como todo mundo parecia não se sentir bem naquela situação, estavam todos meio que pisando em ovos, medindo as palavras e as ações. Talvez essa seja a problemática de dividir os amigos com o namorado: ter que continuar convivendo com ele depois que o relacionamento acaba. Se tudo acabou numa boa, ótimo. A convivência não será nenhuma espécie de tortura. Mas se ainda existe qualquer tipo de sentimento... Bem, aí já fica mais complicado.
Tentamos interagir sem deixar transparecer nenhum desconforto, até brincamos um com o outro. Mas aquela dorzinha no peito ficou lá o tempo todo. Como quando arrancamos a casquinha do machucado e ele ainda não está totalmente sarado, sabe? Mas eu aguentei, coloquei um sorriso no rosto e aguentei o dia todo. Mas não estava preparada para o que viria no final de tudo.
Estávamos todos nos despedindo do lado de fora, beijos de abraços para todos os lados, inevitavelmente nós nos esbarramos, mas da mesma forma que eu o cumprimentei quando cheguei, repeti o gesto quando estava indo embora. Mas ele não parecia satisfeito. Quase não acreditei quando ouvi a seguinte pergunta sair de seus lábios:
- Você quer que eu te acompanhe?


      “Fiquei congelada por um tempo, porque eu realmente não sabia o que responder, não estava esperando nada daquilo naquele momento. Na verdade, eu não estava esperando ou querendo nada de você. Não queria nem mesmo um “oi”, porque sabia que qualquer coisa poderia ser muita coisa pra mim. Mas antes que pudesse sequer pensar, fui arrancada do meu lugar e arrastada para longe, ouvindo a resposta sendo dada pela minha amiga. E não, ela não queria que você fosse comigo.
     Você sabe que se eu tivesse tido a chance, a resposta tinha sido outra, não é? Mas será que teria sido a melhor opção? Eu realmente não sei. Acabou que cada um seguiu para um lado diferente da rua, no exemplo mais claro possível para a afirmação de que estávamos seguindo caminhos diferentes na vida. E que era pra eu aceitar isso de uma vez por todas. Mas era tão difícil. Tão difícil, que confesso que fiquei correndo o caminho todo com os olhos para ver se, quem sabe, te via de novo. Confesso tive que lutar com as lágrimas no caminho todo até em casa. E também confesso que fui vergonhosamente derrotada.

Com amor.”            



And I hate to say I need you
I'm so reliant
I'm so dependant
I'm such a fool
(Sam Smith - Not in That Way)


Aquela foi a última vez que o vi em muito tempo. A vida realmente seguiu em frente e me forçou a caminhar com ela. Trabalhei um pouco, conheci novas pessoas e reencontrei antigas. As coisas com G não deram certo, nós não nos víamos com frequência, não sentíamos nada um pelo outro, não tínhamos nada em comum e não tem como funcionar dessa forma. Então nós afastamos, até que um dia não tínhamos mais nada, só faltava alguém falar isso. E eu falei. Foi a primeira vez que terminei com uma pessoa na minha vida. E isso diz muito sobre mim. Eu sou sempre a que tem o coração partido, nunca a que parte o coração. Talvez eu sempre tenha esperança que as coisas vão melhorar ou, simplesmente, não vejo as coisas ruins. Mas dessa vez eu vi e fiz.
Depois disso eu fiz coisas que a maioria das garotas de dezoito anos faz e estava me sentindo muito bem. Saia com as amigas, fazia algo diferente a cada fim de semana. Era como se vivesse outra vida. É até engraçado lembrar disso, porque parece que é um momento em que minha vida foi vivida por outra pessoa. Também fiz coisas que me arrependo um pouco, mas quem nunca, não é mesmo? Comecei a faculdade, conheci mais pessoas diferente, fiz novas amizades e sentia que a minha vida estava quase que por completo de volta aos eixos. Depois de seis meses, eu podia dizer que era eu novamente. Estava quase que nunca fase tardia de descobertas, até que eu conheci outro garoto. Vamos chamá-lo de R.
Ao contrário de G., R. e eu tínhamos muito em comum, gostávamos das mesmas coisas e nos divertíamos bastante. Passávamos muito tempo conversando sobre tudo, ele me ouvia, me apoiava e tentava ajudar naquilo que podia. Eu estava feliz, gostava da forma com que R. fazia eu me sentir. Mas não era como se eu tivesse encontrado minha alma gêmea, nunca foi. Era só que R. era uma pessoa muito legal e sempre se esforçava pra me deixar feliz. Era mais um amigo do que um interesse amoroso e eu gostava muito de conversar com ele. Só que isso não parecia ser o bastante, pelo menos não pra ele. Enquanto estava tudo bem pra mim, ele queria mais, queria que deixássemos de ser apenas amigos. E quando eu me senti confortável para tentar mais uma, uma coisa aconteceu.
Eu não esperava, não mesmo. Quando vi que ele estava falando comigo de novo, puxando assunto como se nada tivesse acontecido, como se fosse algo normal, eu até estranhei, mas não cortei. Eu respondia suas mensagens e conversava sempre que ele me procurava. Em certo momento pensei em como engraçado isso tudo era, como era grande a coincidência. Porque parecia que ele tinha pressentido que eu não estava mais sozinha. Parecia que ele havia sentido que precisava se reaproximar de mim por algum motivo. E por algum motivo também, eu aceitei. Eu não sei explicar, nem adiantar perguntar. Talvez seja algo que esteja além do meu entendimento. Eu só sei que em pouco tempo eu já me pegava pensando nele, sentia meu coração acelerar só de ver que tinha uma nova mensagem dele, ou sentia um aperto no peito todas as vezes que os dias passavam e ele não dava sinal de vida. Eu estava perdida, isso era um fato consumado.


      “É engraçado como uma pessoa pode ter tanto poder sobre você. Em pouco tempo, eu já estava totalmente entregue de novo. Não precisou de muito, bastaram algumas mensagens, uma aproximação despretensiosa e eu já estava toda boba e apaixonada. Eu nem mesmo sabia se você ainda pensava em mim dessa forma. Você podia estar apenas querendo conversar comigo, falar, pelos velhos tempos. Nós éramos amigos no fim das contas, certo? Mas vai dizer isso pro meu coração, vai convencê-lo que você me quer por perto como amiga. Aproveita e pede pra ele parar de acelerar loucamente cada vez que uma nova mensagem sua aparece, acho que eu estou muita nova para ter um ataque cardíaco. E também não fique muito tempo sem dar notícias, porque ao invés dele bater rápido demais, é capaz de parar de tanta apreensão.

Com amor.”            



If you want me like this
And if you need me like that
It was dead long ago
But it's all coming back to me
It's so hard to resist
And it's all coming back to me
(Celine Dion - It's all coming back to me)


Até que um dia, enquanto conversávamos sobre algo bobo, não lembro bem o que , acho que era coisas da faculdade, comentei sobre uma música que eu estava ouvindo e que me fazia lembrar dele. Curioso como sempre, é claro que perguntou qual era. Quando comentei, eu sabia que ele perguntaria e depois insistiria bastante até eu falar, mas se eu falasse, as coisas ficariam bem claras a respeito de como eu estava me sentindo sobre a nossa reaproximação. Era meio que um momento decisivo. Eu poderia muito bem mentir, inventar uma música qualquer e mandar o link pra ele, fazer uma graça e escolher uma engraçada. Ou então poderia enviar a que estava ouvindo de verdade e ver sua reação. Pensei por longos minutos. Coloquei tudo na balança, cogitei a possibilidade de voltar ao estado que eu fiquei quando terminamos, mas acho que a vontade de colocar todas as cartas na mesa e jogar limpo falou mais alto. Então eu peguei uma parte da letra e coloquei em nossa conversa:

“Eu vou ter que sair agora, mas vou colocar a música aqui pra você:

I don't care who you are
Where you're from
Don't care what you did
As long as you love me

I've tried to hide it so that no one knows
But I guess it shows
When you look into my eyes
What you did and where you're coming from
As long as you love me, baby”

Apertei o enter sem nem pensar e desconectei a internet, eu não queria ler a resposta. Na verdade eu queria, mas não conseguia. Fiquei encarando o computador, pensando se deveria reconectar ou arrumar outra coisa pra fazer. Resolvi escolher a segunda opção, fui tomar um longo banho e enrolar em diversas outras coisas. Gastei o maior tempo que consegui, fiquei fora por uma hora e quando voltei, vi que ele não estava mais online, mas tinha uma mensagem não lida dele. Meu coração acelerou, minhas mãos suaram e minha respiração ficou acelerada. Eu me desesperei como se aquela mensagem fosse a mais importante da minha vida. Mas poderia ser apenas um simples e singelo “tchau” ou “até depois”, mas mesmo assim eu desesperei. Me desesperei como se fosse a mensagem mais importante da minha vida. E foi. Abri a conversa e estava lá, como se não fosse nada de muito importante. Estavam lá. As três palavras curtas, que brilhavam mais que placas de neon:

“Eu te amo.”

Doesn't really matter if you're on the run, it seems like we're meant to be.


Essa história acima é real, se passou em 2009 e personagem principal é a pessoa que vos fala. E hoje, seis anos depois, eu ainda sou incondicionalmente apaixonada pelo rapaz da história, o meu Matheus. Quando peguei a música, pensei muito se deveria escrever essa história por dois motivos: 1. Exposição; 2. Porque ainda é difícil lembrar dessa época, porque não sei se consegui demonstrar o quanto foi barra pesada pra mim. Foi bem difícil! Mas nós voltamos a namorar alguns dias depois que ele respondeu essa minha mensagem, no dia no aniversário dele, mesmo dia em que completaríamos dois anos de namoro. Em 2015 nós fizemos oito anos de namoro e eu não poderia estar mais feliz. É claro que temos nossos problemas, mas qual casal que não tem, não é mesmo? Mas gostaria de aproveitar o espaço e dizer ao Matheus que eu o amo. O amo muito. Talvez eu não diga isso o bastante, talvez eu tenha problemas para expor meus sentimentos. Mas eu amo. E que, pela primeira vez, ele está tendo a noção de como foi difícil pra mim o tempo que passamos separados. Só que isso não diminuiu em nada aquilo que eu sentia. Dizem que se você ama uma pessoa, você deve deixá-la livre, se ela voltar, é sua. Você voou, voltou e ficou. Já faz seis anos e espero que fique pra sempre. São oito anos juntos e a única coisa que eu posso pedir é: vamos pegar esse 8, colocar de lado e fazer um infinito. Nosso infinito. E, "meu amor, você não imagina o tamanho da minha gratidão pelo nosso pequeno infinito".
E sim, somos nós dois na capa da fic. :)





Fim!



Nota da autora:(18/11/2015)
Peço desculpas pela história não ser interativa, mas eu não conseguia usar e/ou imaginar outros nomes nelas.





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