Finalizada em: 11/04/2021

Um

- O festival de talentos da Los Feliz High School não vai ser o mesmo sem você, . - Trevor comentou, desanimado com a negativa da melhor amiga em se inscrever para o festival de talentos que acontecia anualmente no colégio.
- Você sabe que tenho meus motivos. - deu de ombros, afastando qualquer pensamento sobre aquele festival do qual ela não fazia questão alguma de participar. Estava afastada da música há um bom tempo, mais precisamente há dois anos, desde quando perdera seu irmão em um trágico acidente e era ele a quem ela devia todo o seu conhecimento acerca da música, não fazia mais sentido continuar. O seu amor pelo canto e pelas composições havia sido enterrado junto com o seu irmão naquele fatídico dia e era exatamente assim que as coisas deveriam seguir.
- Eu respeito a sua decisão, mas eu não me conformo em você estar desperdiçando todo seu talento! - deu de ombros, ignorando o drama do melhor amigo, sabia que ele poderia ser muito convincente quando queria e ela não estava nem um pouco a fim de ouvir de novo a listagem de motivos pelo qual Trevor achava que ela deveria voltar a cantar. Estava decidida e ponto final, a música já não era mais um atrativo para ela, tampouco fazia parte de sua vida agora.
- Vem, vamos para aula, não quero ser chamada atenção de novo pelo senhor Alaric e ir parar na sala da diretora Lessa. - arrastou Trevor pelo braço pelo corredor da escola enquanto ouvia-a resmungar sobre o lance da música.
Os dois adentraram a sala quase vazia e acomodaram-se nos seus lugares de sempre, conversando sobre assuntos diversos enquanto a primeira aula daquela manhã não começava, porém calaram-se quando - a garota mais popular do colégio - passou pela porta com suas aprendizes, como ela mesma gostava de rotular.
- Meninas, o meu pai liberou o cartão de crédito para compramos o nosso figurino do festival de talentos, e nós não vamos economizar no brilho, não vai ter para ninguém! - e Trevor reviraram os olhos, ignorando totalmente a presença de e companhia naquela sala. Estavam fartos da futilidade daquelas garotas que só sabiam falar de sapatos, roupas e bolsas caras, sem se importar com nada que não fosse o cartão de crédito sem limites dos pais.
- Será que existe algum outro assunto pelo qual elas se interessem sem ser cartão de crédito e lojas caras? - Trevor indagou bem baixinho para que elas não ouvissem e riu.
- O time de lacrosse, com certeza.
Bastou tocar no assunto para que Justin, o capitão do time de lacrosse e namorado de , passasse pela porta, sendo seguido por seus amigos, que também faziam parte do time.
- Disfarça melhor esse seu interesse pelo namorado da miss perfeitinha ou então terei que comprar um babador para você. - Trevor disse e recebeu um tapa de em seguida, atraindo todos os olhares da sala para si.
- Shhh, cala a boca, idiota.
- Perdeu alguma coisa aqui, ? - a pergunta feita por foi o suficiente para atrair todos os olhares em cima de , que odiava com todas suas forças ser o centro das atenções.
- Acho que seu batom está meio borrado. - risadas contidas ecoaram pela sala, deixando furiosa com a petulância de . Afinal, quem ali era maluco o suficiente para bater de frente com a garota mais popular do colégio? A grande maioria a idolatrava e beijava seus pés, e a outra pequena parte que sobrava, não ousava sequer olhar feio para ela.
- Boa garota! - Trevor balbuciou para a amiga num tom divertido. Amou ver a cara de tacho de Ross diante da sala toda, pois sua arrogância era tamanha que se achava no direito de pisar em todos.
Era até triste para Trevor lembrar que , ele e formavam um trio inseparável anos atrás, com um projeto de banda de garagem saindo do papel e muitos planos pelos corredores do colégio. E ele lembrava exatamente quando aquele laço havia se rompido, logo após a tragédia que ocorreu com o irmão de , um pouco antes do festival de talentos do colégio, dois anos atrás. O trio ensaiava arduamente para a primeira apresentação da banda da qual o irmão de também fazia parte e que aconteceria no festival de talentos anual da Los Feliz High School. Mas o que ninguém esperava, era que fosse se recusar a entrar novamente na garagem onde aconteciam os ensaios da banda e se fechar totalmente para o mundo da música, deixando de lado tudo o que pudesse lembrá-la do irmão. E os acontecimentos que vieram a seguir fizeram com que tomasse um rumo totalmente diferente dos amigos, tornando-se a garota mais fútil e popular do colégio.

🎤🎤🎤

chegou em casa ao cair da noite, depois de uma tarde intensa de estudos na casa de Trevor. Estava tão concentrada em suas leituras que mal havia se dado conta que já estava quase na hora do jantar e muito provavelmente seus pais já estariam em casa, aguardando sua chegada.
Antes de atravessar o jardim para a entrada principal, observou que a luz da garagem estava acesa e uma música consideravelmente alta podia ser ouvida. Ela estranhou, já que fazia muito tempo que aquele espaço estava trancado e não era utilizado. Ao se aproximar mais um pouco da entrada da garagem, pôde ouvir uma voz que não soou familiar para ela e aquilo lhe intrigou.
- Decolagem, última parada! Contagem regressiva até explodirmos no topo, enfrente primeiro, carga total, martelo elétrico no coração!
se pôs sobre a ponta dos pés para espiar através da pequena parte de vidro da porta e ficou furiosa ao ver três garotos fazendo a maior bagunça lá dentro.
"Como eles entraram aqui?" Era a pergunta que martelava na cabeça de agora.
E, num impulso, a garota abriu a porta, assustando os garotos, que imediatamente pararam de cantar e tocar.
- QUEM SÃO VOCÊS E O QUE ESTÃO FAZENDO NO ESTÚDIO DO MEU IRMÃO? - gritou o mais alto que conseguiu, atraindo olhares assustados para si.
- AAAAAAAA! - os quatro gritaram juntos, causando uma grande confusão de vozes por ali.
- Será que dá para parar de gritar? - Alex tampou os ouvidos com as mãos para abafar o som das vozes que se misturaram em gritos muito altos.
- Esse estúdio agora é nosso, você não sabia, não? - Luke perguntou, recebendo um balançar de cabeça negativo de .
- Ah, quer dizer que três caras gatos invadiram a minha garagem do nada e ninguém me avisou? - os garotos se entreolharam e riram, fazendo corar após perceber o que havia acabado de dizer.
- Ah, somos gatos? - Reggie perguntou, convencido.
- Somos a Sunset Curve, a propósito. - Luke explicou, mas recebeu um olhar desconfiado de , que ainda não estava entendendo como eles haviam ido parar ali.
- O que diabos é Sunset Swerve? - perguntou e os três garotos direcionaram um olhar feio para ela.
- É Sunset CURVE! - responderam em uníssono.
- E, só para você saber, é o nome da nossa banda. - Alex falou, ofendido. Era sensível demais para ser esnobado daquela forma. Quem aquela garota pensava que era para zombar deles assim?
- Indica para os amigos! - Reggie disse, animado, em meio à tensão que havia se formado por ali, mas desistiu de fazer suas piadinhas após lhe lançar um olhar ameaçador.
- Tá, eu já entendi. Mas quem deu permissão para vocês entrarem aqui? - Reggie e Alex deram de ombros, deixando para Luke a missão de responder as perguntas de .
- Charles cedeu esse lugar para gente ensaiar, provisoriamente. É que perdemos o nosso antigo estúdio e precisávamos de um novo lugar para ficar, então é basicamente isso. - o garoto explicou enquanto Reggie e Alex cochichavam algo ao fundo. estava furiosa por seu pai ter permitido que três garotos desconhecidos entrassem no estúdio que pertenceu a seu irmão e onde mantinham todas as coisas dele guardadas.
- Olha, eu sinto muito pelo o que aconteceu com vocês, mas não podem ficar, ok? Vão embora. - Alex, Reggie e Luke se entreolharam, espantados e chateados ao mesmo tempo, não tinham outro lugar para ir e tampouco a garota estava se importando com aquele fato, mas pela forma como ela parecia furiosa, imaginaram que aquele lugar tinha um significado especial para ela.

virou de costas, prestes a sair do estúdio, precisava falar com seus pais urgentemente, mas parou quando ouviu a voz de um dos garotos se dirigir a ela.
- Ow, ow, pera aí, a gente nem sabe o seu nome. - Luke estava curioso para saber mais sobre a garota, apesar de ela não ter demonstrado nem um pouco de simpatia para com eles.
- É ! - ela respondeu, sem paciência para continuar aquela conversa.
- Ah, legal, sou Luke, falando nisso. E esses são…
- Reggie. Sou o Reggie, oi. - ele acenou para ela e sorriu.
- E eu sou o Alex. É.
- Ok. Tudo bem. - foram as únicas palavras que direcionou a eles antes de virar as costas e deixá-los para trás com cara de paisagem.

Dois

- Filha, que bom que chegou. - Olivia sorriu e correu para abraçar a garota quando a viu entrar na cozinha com sua mochila nas costas e um semblante nada amigável. - Está tudo bem?
- Tirando o fato de que eu acabei de encontrar três garotos estranhos no estúdio do Nick? - esbravejou. - Quando iam me contar, mãe?
- Hoje mesmo, filhota. - Charles respondeu ao entrar na cozinha. Cumprimentou com um beijo na testa e a puxou para um abraço apertado em seguida. - Desculpe não ter falado com você antes, sim? Eu achei que não teria problema ceder o estúdio para os garotos por alguns dias até que eles achassem um outro lugar, já que ninguém estava utilizando aquele espaço desde quando Nick se foi.
- O pai do Reginald é um velho conhecido de Charles e quando ele comentou que os garotos estavam à procura de um lugar para ensaiar, seu pai não pensou duas vezes antes de ajudá-los, e não imaginávamos que isso te deixaria chateada dessa forma, meu amor. - explicou Olivia.
- Parece que os meninos foram expulsos do outro estúdio por um dos integrantes depois de um desentendimento e ele resolveu sair da banda sem muitas explicações. - os motivos pelos quais seus pais agiram daquela forma foram parecendo mais plausíveis para ela agora, e talvez estivesse achando a sua reação um tanto quanto exagerada. Não havia pensado racionalmente e deixou a raiva dominar quando viu aqueles garotos apossados do espaço que pertenceu a seu irmão, sem que ela soubesse de nada.
- Tá, tudo bem. Só fiquei chateada por não terem me comunicado, afinal de contas, havíamos combinado que eu arrumaria as coisas do Nick quando estivesse pronta. - desabafou, sentindo seu peito pesar de uma forma inexplicável. Odiava ser grossa com alguém sem necessidade, e aqueles garotos nem mereciam que fossem mandados embora daquele jeito.
- Tudo vai ficar bem, meu amor. - ambos sorriram fraternalmente para e a envolveram em um grande abraço que era capaz de curar qualquer sentimento ruim que ela estivesse sentindo no momento.
Após o jantar, decidiu que precisava ir até o estúdio para se desculpar com os garotos pela forma grosseira como os tratou mais cedo, entretanto, nem ao menos sabia se eles ainda estavam por lá.
- Eu vou até o estúdio ver se os garotos ainda estão lá. - comentou com os pais e levantou da mesa com pressa, deixando um beijo no ar para eles.
Ao refazer o caminho de volta, ouviu novamente a música que tocava quando chegou mais cedo, e de alguma forma aquela melodia divertida fez com que uma pontinha de alegria acendesse em seu coração de novo. A música costumava fazer sentido para ela antes, quando tinha Nick ao seu lado para cantar e compor, e agora, era como se tudo fosse apenas um borrão em sua mente. Entrar naquele estúdio era bem difícil quando boa parte de sua vida passara ali, aprendendo, compondo e se divertindo com seu irmão. Trevor e também fizeram parte de uma história que chegou ao fim quando Nick se foi para sempre naquele trágico acidente, e, desde então, o coração de se fechou totalmente para a música.
Pelos menos até agora.
- Eu acho que a gostou um pouco da gente. - a garota ouviu Reginald comentar com Luke e Alex e sorriu com a modéstia do garoto, já que ela não havia sido nem um pouco simpática com eles.
- Qual a parte de ela ter mandado a gente embora que você não entendeu, Reggie? - Alex perguntou, sarcástico.
- É, cara, acho que ela definitivamente não nos quer aqui. - foi a vez de Luke dizer.
Eles arregalaram os olhos quando viram a porta da garagem ser aberta por novamente e ela pôde perceber que os garotos já haviam arrumado suas coisas para irem embora.
- Nós já estamos indo, não precisa mandar de novo. - Luke tomou a frente e explicou. Sob o olhar atento da garota, Alex e Reggie começaram a juntar suas mochilas rapidamente para saírem correndo dali, mas foram interrompidos por .
- Vocês podem ficar. - os três direcionaram olhares surpresos para , que quase riu das expressões engraçadas.
- Viu, eu disse que ela tinha gostado da gente! - , apesar de não estar brava com os garotos naquele momento, decidiu manter a pose de durona e a sua expressão continuou séria.
- Você disse que ela tinha gostado um pouco, na verdade. - Alex sussurrou para Reggie, que concordou em silêncio.
- Bom, era isso que eu tinha para dizer e agora eu realmente preciso ir.
Assim que deu as costas e saiu porta afora, ela ouviu gritinhos animados e risadas, o que por algum motivo a fez sorrir verdadeiramente. Se Nick estivesse vivo, iria querer ajudar aqueles garotos de alguma forma, pois seu coração era gigante e ele era a pessoa mais bondosa que já havia visto em toda sua vida.
- Ei, ! - Luke a assustou quando chamou pelo seu nome e parou subitamente com as mãos em seu peito. - Desculpa, eu não queria te assustar.
- Tudo bem, eu só estava com o pensamento longe. - Luke assentiu e sorriu fraco. O olhar exalando gratidão e um certo encantamento pela garota.
- Eu só queria te agradecer por ter deixado a gente ficar. - sorriu em resposta ao agradecimento, deixando Luke ainda mais encantado por ela e uma sensação estranha, porém gostosa, percorreu por todo corpo do garoto.
- É o que Nick faria, tenho certeza. E eu não posso ser egoísta, meu irmão não iria gostar.
- Você sente muita falta dele, né?
- Demais. - a voz de , inaudível e sufocada pela vontade de chorar, não passou despercebida por Luke e ele deu um passo em frente com vontade de abraçá-la, mas se limitou a segurar uma de suas mãos e apertar com carinho.
- Eu sinto muito pelo seu irmão, .
- Obrigada. - ela olhou diretamente nos olhos azuis do garoto e sentiu algo acender dentro de si. Assustada com a sensação estranha que estava sentindo, ela tratou logo de se despedir - Boa noite, Luke.
- Boa noite, .

Três

Pela manhã, após tomar a sua xícara de chocolate quente como fazia todos os dias, decidiu dar uma passada na garagem para ver como as coisas estavam, já que os garotos haviam saído bem tarde de lá.
Os pequenos raios de sol a atingiram em cheio quando colocou os pés para fora de casa e a felicidade invadiu seu peito de uma forma que foi impossível conter um sorriso largo.
atravessou o jardim em direção da garagem. Ela abriu a porta e encontrou tudo no mais absoluto silêncio, então notou que os instrumentos da Sunset Curve estavam montados no centro do cômodo, entretanto, o que mais a chamou atenção foi o violão que estava sobre o sofá velho. Ela arriscou chegar perto e tomá-lo em seus braços, admirando o instrumento como se fosse a primeira vez. Sem pensar muito nas lembranças que viriam à tona, ela dedilhou algumas notas, sentindo o coração pulsar. Nick estava tão presente naquela melodia que ele a ajudou a compor, com sua sensibilidade aflorada e paixão pela música, que podia ouvir a voz suave dele em sua mente. E naquele momento, viajou para o passado, quando Nick e ela passavam horas a fio enfiados na garagem compondo, cantando e fazendo planos para um futuro que jamais chegaria para ele.
- Eu sinto tanto a sua falta.
deixou o violão de lado e enxugou seu rosto molhado pelas lágrimas de saudade. Mas, de certa forma, aquele momento lhe causou um alívio, e, aos poucos, o peso que sentia em seu peito estava se esvaindo.
Após alguns minutos em silêncio e perdida em seus próprios pensamentos, ela se deu conta que estava quase atrasada para a escola e decidiu que estava na hora de ir.
Ela pegou sua mochila com pressa e acabou derrubando no chão um caderno que estava em cima do sofá e ela não havia notado antes. juntou o objeto, notou que de dentro havia caído uma foto onde Luke estava abraçado a uma garota e ambos sorriam. Ela abriu o caderno para guardar a foto onde estava e percebeu que tinham muitas anotações naquelas páginas, porém, mesmo sentindo que era errado fazer aquilo, ela folheou cada uma delas e uma acabou lhe chamando atenção. O título daquela página em letras garrafais continha um nome feminino, o que fez imaginar que tinha alguma ligação com a foto.
- Unsaid Emily. - ela leu em voz alta o título e quando estava prestes a ler o restante, o barulho da porta sendo aberta a assustou.
colocou o caderno novamente em cima do sofá e colocou a mochila nas costas, tempo o suficiente para ver Luke entrando pela porta e se assustando com a presença da garota.
- Ah, oi. Eu não esperava te encontrar aqui a essa hora. - ele sorriu para ela, que logo tratou de dar passos largos até a porta e se despedir de Luke.
- Bom dia para você também, tchauzinho! - ela lhe lançou um sorriso amarelo e deixou o garoto para trás, com cara de paisagem, sem entender o nervosismo aparente dela.
tratou de sair correndo dali, sentindo-se uma bisbilhoteira por ter pego o caderno de Luke para ler, porém, em sua cabeça pairava a curiosidade sobre aquela foto e o título daquela música que conseguiu ler, se perguntando se tinham alguma ligação.
E uma única pergunta agora rondava sua mente: Afinal, quem era Emily?

🎤🎤🎤

Especialmente naquele dia, estava absorta em seus próprios pensamentos e mal prestara atenção em suas aulas do dia.
Por algum motivo, ainda pensava em Luke e seu caderno de anotações, mais precisamente na foto que havia deixado cair quando pegou o objeto do chão.
- Sunset Curve? - ouviu Trevor perguntar ao seu lado, tirando-a do seu estado de transe, e só então ela percebeu que havia escrito o nome da banda de Luke involuntariamente em uma folha de seu caderno.
- É uma longa história. - limitou a dizer.
- Você tá muito esquisita hoje, , tem algo que você queira me contar? - Trevor perguntou já aflito com o comportamento estranho da amiga.
- Ontem, quando cheguei em casa, vi três garotos na garagem e descobri que meu pai emprestou o espaço para eles ensaiarem, e Sunset Curve é o nome da banda. - explicou sob o olhar atento do amigo.
- E você tava aí toda pensativa por quê?
- Hoje de manhã eu fui até a garagem, sei lá, me deu vontade de entrar e ficar um pouquinho, faz tanto tempo desde que eu, você e Nick ensaiamos lá, antes de tudo acontecer… - Trevor segurou a mão de ao perceber que os olhos dela encheram de lágrimas, e ela respirou fundo, não querendo chorar ali.
- Como você se sentiu?
- Eu toquei violão e cantei de novo, me senti tão viva, sabe? - Trevor a olhou, boquiaberto, surpreso com a confissão da melhor amiga, mas pôde notar um certo brilho no olhar dela e isso o deixou muito feliz.
- Isso é tão incrível, , fico feliz por você! - ele a puxou para um abraço apertado e confortante.
- Acho que, de certa forma, aqueles garotos trouxeram uma energia legal para o antigo estúdio do meu irmão, a música deles é bem maneira, você precisa ouvir. - Trevor observou que o semblante de havia mudado de repente quando mencionou os tais garotos e aquilo aguçou ainda mais a sua curiosidade.
- Humm, é impressão minha ou alguém está caidinha por esses garotos? - Trevor debochou e as bochechas de coraram, mas ela deu de ombros e tentou ser indiferente àquela fala.
- Eu nem reparei muito neles, para ser sincera. - falou, mas não convenceu o amigo, que soltou uma risadinha descrente.
- Aham, sei.
O sinal tocou, indicando o fim da última aula daquela manhã, e agradeceu mentalmente por poder encerrar o assunto sobre os garotos, sabia que Trevor a conhecia melhor do que ela mesma e iria insistir naquele assunto em qualquer oportunidade. levantou rapidamente, dando uma desculpa qualquer para ir embora dali o mais rápido que podia.
Ela atravessou o corredor a longos passos e sem prestar muita atenção no caminho, até que esbarrou em alguém.
- Outch, você está bem? - Justin perguntou e sorriu ao perceber que era .
- Ah, tô sim. Desculpa, eu não estava prestando muita atenção, machuquei você?
- Eu tô bem, , relaxa. - ela sorriu amarelo, querendo sair correndo dali imediatamente. O sorriso de Justin era capaz de hipnotizar qualquer uma e ela tinha medo de parecer uma idiota olhando para ele.
- Bom, eu preciso mesmo ir. Tchau, Justin, e me desculpa de novo. É, isso… - xingou a si mesma mentalmente por parecer uma garota boba na frente de Justin, mas esse era o efeito que ele causava nela todas as vezes em que se encontravam pelos corredores do colégio, mas ela sempre precisava lembrar-se que Justin tinha namorada e que ela a odiava.
- Ei, ! - ele chamou pela garota quando ela se afastou um pouco, fazendo-a virar o corpo bruscamente para encará-lo e quase cair.
- Droga. - ela murmurou baixinho, morrendo de vergonha.
- Vai rolar uma festa na minha casa hoje, se quiser aparecer, pode levar seu amigo também! - ela sorriu em agradecimento e acenou para ele, refazendo o seu caminho novamente para a saída do colégio.

🎤🎤🎤

Ao final da tarde, depois de ter passado a tarde inteira em seu quarto, estudando e organizando seus materiais de estudo, resolveu descer para comer alguma coisa e ver se seus pais já estavam em casa, porém, não encontrou ninguém no andar debaixo.
foi até a cozinha, preparou um sanduíche e encheu um copo de suco, sentou-se ao redor da bancada e comeu enquanto checava o Twitter.
Não demorou muito até ouvir um som vindo da garagem, uma melodia mais suave do que ouvira a primeira vez, e a voz de Luke logo invadiu seus ouvidos de forma que a fez pensar no quanto ele cantava bem.
preparou mais três sanduíches e pegou uma garrafa de suco na geladeira. Se os garotos ficariam ali por um tempo, não custava nada ser um pouco hospitaleira e simpática.
- In times that I doubted my self, I felt like I needed some help, stuck in my head, with nothing left… - Luke parou de cantar quando viu parada na porta com os sanduíches e a garrafa de suco nas mãos.
- Desculpa, eu não queria interromper você. - ele fez sinal para que ela entrasse e sorriu.
- Não precisa pedir desculpa por entrar na sua garagem, nós somos os intrusos aqui, . - a garota deu de ombros e sentou ao lado de Luke no chão, entregou os sanduíches e percebeu que ele estava sozinho ali.
- Alex e Reggie? - perguntou.
- Acabaram de sair, tinham planos para essa noite. - Luke explicou enquanto mordiscava o sanduíche feito por .
- E você, não tem nenhum plano para essa noite também? - o garoto negou com a cabeça e assentiu, observando ele saborear a comida feita por ela.
- Isso aqui tá muito bom, você que fez?
- Uhum.
e Luke permaneceram em silêncio por alguns minutos, até que o garoto terminou de comer e voltou sua atenção para ela.
- E você, não tem nenhum plano para essa noite? - ele perguntou.
- Ouvir você cantar. - Luke sorriu, convencido, pegou o violão que antes tinha deixado de lado e começou a dedilhar as primeiras notas da música que estava cantando antes de entrar.
- Essa música chama Bright, eu compus há algum tempo, mas nunca gravamos.
- Posso ler? - Luke entregou o seu caderno de anotações nas mãos de e ela lembrou do ocorrido de manhã cedo, até pensou em contar para Luke e se desculpar, mas achou melhor deixar para lá.
- And rise through the night, you and I, we will fight to shine together, bright forever... - Luke começou a cantarolar o refrão da música enquanto tocava o violão, entretanto, se surpreendeu ao ouvir cantar também.
- And rise through the night, you and I, we will fight to shine together. - eles cantaram juntos.
- Isso, aí sobe. - Luke disse, referindo-se ao tom.
- Bright foreveeer.
Luke e se encararam por alguns instantes, ele totalmente surpreso pelo talento da garota, e ela feliz por deixar a música entrar novamente em sua vida.
- Garota, você canta muito bem, uau! - o elogio direcionado a ela fez com que as suas bochechas corassem, mas, apesar disso, sorriu sinceramente para Luke.
- Eu e meu irmão tínhamos uma banda também e eu devo todo o amor que tenho pela música a ele. - explicou.
- Se você gosta tanto de cantar, por que nunca mais entrou aqui? - Luke quis saber, mas sentiu que aquele era um assunto meio delicado para ela ao notar que seu semblante, que agora estava triste - Tudo bem se não quiser falar.
- É difícil estar aqui sem meu irmão, acho que me fechar foi o jeito que encontrei de não pirar, sabe, não pensar em coisas que me lembravam ele ou não fazer mais coisas que antes fazíamos juntos. A música era o que mais nos unia e a ideia de não poder mais cantar e compor com ele me assustou e me devastou de uma forma que eu nunca vou saber explicar. - sentiu um peso sair de suas costas ao confidenciar a Luke algo que ela nunca tinha falado para ninguém, nem mesmo seus pais. Estava cansada de carregar consigo aquela dor, precisava reagir e voltar a ser o que era antes de tudo acontecer.
- A música é o elo entre vocês, mesmo que ele não esteja aqui fisicamente, é o que uniu vocês para sempre. - o sorriso surgiu no rosto de ao ouvir aquelas palavras ditas por Luke e um sentimento muito bom acendeu dentro dela como uma árvore de natal.
- Agora eu tenho certeza disso. - Luke sorriu de volta, sentindo aquela velha sensação de borboletas fazendo festa em seu estômago, como há tempos não sentia e sem imaginar o quanto ajudara a querer ser a melhor versão de si mesma dali por diante.

Quatro

Com o passar dos dias, ponderava ainda mais a ideia de participar do festival de talentos da escola, mas não havia dito para ninguém, nem mesmo para Trevor, que parecia ter desistido de insistir. Entretanto, havia uma vontade de cantar gigante dentro dela, querendo ser colocada para fora a todo custo, e sabia que toda essa vontade havia sido desencadeada por Alex, Luke e Reggie.
A relação de amizade que surgira de repente entre eles e de forma até engraçada, agora ia se fortalecendo aos poucos e arriscava até dizer que estava se apegando aos garotos. Todas as noites assistia aos ensaios da Sunset Curve em sua garagem, cantava junto e até participava de algumas composições, e isso fazia crescer ainda mais a vontade de subir em um palco e seguir o sonho de viver de música.
- Até que enfim você vai me apresentar esses seus amigos. - Trevor falou enquanto ajudava a arrumar a mesa. Haviam pedido pizzas e convidado os garotos para o jantar, por muita insistência do melhor amigo, mas não que não quisesse estar na presença deles também.
- Eu falo muito de você para eles, então, eles meio que já te conhecem. - ambos riram.
- Espero que tenha falado bem do seu melhor amigo, viu, bonitinha? - revirou os olhos e Trevor atirou o pano de prato bem no rosto dela.
- Ai, idiota, lógico que falei bem de você!
- Acho bom, tá?
Passaram os próximos quarenta minutos esperando as pizzas chegarem e conversando sobre o festival de talentos, Trevor estava ansioso pela sua apresentação e estava lhe ajudando com tudo. Pensou em mencionar para o melhor amigo a ideia de participar, porém, não tinha nada pronto, tampouco se inscreveu, e o festival aconteceria em duas semanas, não tendo tempo para pensar em algo. então resolveu deixar para lá e aguardar o próximo ano, também achou melhor não comentar nada com Trevor, não queria decepcioná-lo, nem criar expectativas para algo que não aconteceria.
- Acho que as pizzas chegaram, vou lá ver. - disse quando ouviu a campainha tocar e saiu correndo para atender a porta.
Ela sorriu quando viu Alex, Luke e Reggie parados na porta de sua casa com as caixas de pizzas nas mãos.
- Entrega para ! - ela agradeceu, dando espaço para que os três entrassem.
- Espera, eu nem paguei o entregador, cadê ele? - ela perguntou, não vendo nenhum entregador por ali.
- Nós pagamos para você, em agradecimento por tudo que tem feito pela gente. - Alex sorriu para ela, que retribuiu em agradecimento.
- É, acho que não é fácil aturar três garotos tocando na garagem da sua casa todo dia, o barulho e tudo mais. - ela discordou de Luke, já estava mais do que acostumada com a presença deles ali e com certeza sentiria falta quando eles conseguissem outro lugar para ensaiar.
- Eu gosto da música de vocês, o que facilita o processo todo.
- É um bom começo. - todos concordaram.
- Bom, acho que a gente pode ir lá para cozinha e comer, né, eu e Trevor estamos famintos e aposto que vocês também! - os garotos seguiram até a cozinha, onde Trevor aguardava, mexendo no celular, estava tão distraído que mal se deu conta quando os quatro entraram na cozinha.
- Ah, vocês estão aí. - o amigo de disse, um pouco sem graça por estar sendo observado por eles enquanto estava distraído no celular.
- E você está aí. - Alex brincou e arrancou risadinhas do restante, enquanto Trevor lançava um olhar intimidador - Ok, foi só uma brincadeirinha. Eu sou o Alex, a propósito.
- E eu sou Luke. fala muito de você, então a gente meio que já te conhece. - Trevor olhou para ele, surpreso por ter dito a mesma coisa que minutos antes.
- disse a mesma coisa, acredita? - Luke olhou para a garota e riu.
- Eu sou o Reggie, prazer te conhecer, Trevor, né? - Reginald esticou o braço para cumprimentar o melhor amigo de , que retribuiu.
- Trevor estava ansioso para conhecer vocês, então, agora que estão devidamente apresentados, podemos comer? - todos concordaram e se acomodaram rapidamente em volta da mesa. Não demorou muito para que as caixas de pizzas estivessem espalhadas pela mesa e os cinco estivessem totalmente envolvidos em um bom papo.

🎤🎤🎤

- Então quer dizer que você não se inscreveu no festival de talentos porque não tinha nada pronto? - Luke perguntou após lhe contar sobre o festival. Trevor havia mencionado o assunto na noite anterior, deixando Luke triste por saber que a garota estava desperdiçando uma grande oportunidade de retornar aos seus planos de antes, mas sabia que grande parte se devia a sua insegurança e estava disposto a ajudá-la.
- É, basicamente isso. - ela admitiu, envergonhada.
- , até se você cantasse uma canção de ninar as pessoas iriam te aplaudir, porque você é muito talentosa. - ele elogiou da maneira mais sincera para que soubesse de uma vez por todas do poder que ela tinha de impressionar as pessoas com sua voz.
- Eu não sei, Luke, faz tanto tempo, não sei se eu consigo subir em um palco e cantar para muitas pessoas assim. - as mãos dela suavam frio só de imaginar uma cena daquelas e seu coração disparava como se fosse rasgar seu peito a qualquer momento.
- Por Deus, você é incrível! - Luke já estava quase desistindo de convencê-la quando lembrou que poderia ajudá-la muito mais do que lhe oferecendo palavras de incentivo.
Ele daria a ela uma música para se apresentar no festival e esperava que aceitasse. Luke tirou do bolso da calça um papel e entregou na mão dela, que logo abriu para ler.
- O que isso quer dizer? – perguntou, confusa.
- Quer dizer que você não tem mais desculpas para não participar do festival de talentos. Topa cantar Bright? - ela ponderou por alguns segundos, mas Luke logo tratou de convencê-la - Ela é perfeita para o seu tom, é só colocar um pianinho e tá perfeito.
- Você é um anjo, Luke, obrigada por me ajudar! - a garota se jogou nos braços dele e o abraçou forte em agradecimento.
- De nada, , eu acredito muito em você.

Cinco

Com pouquíssimos dias para ensaiar, utilizava suas horas livres após estudar para os ensaios, e com a ajuda de Alex, Reggie e Luke, conseguiu deixar a sua apresentação para o festival de talentos impecável.
Trevor também se dividia entre ensaiar para a sua apresentação e ajudar a amiga com os mínimos detalhes, havia ficado muito feliz quando soube que havia mudado de ideia sobre a música fazer parte de sua vida.
Os pais da garota a apoiaram, claro, estavam muito orgulhosos da filha caçula e de como ela estava voltando para sua vida de antes aos poucos. A perda de Nick havia sido muito difícil para eles, mas sabiam que ainda teriam para cuidar, dar todo suporte e amor necessário para que ela enfrentasse tudo aquilo da melhor maneira possível, entretanto, a única coisa que não conseguiram foi fazê-la ver que a música sempre seria a sua vida, porém, de um jeito ou de outro, agora estavam mais aliviados de saber que ela tinha amigos que a fizeram abrir os olhos para o óbvio.
No meio de tudo isso, a Sunset Curve corria atrás de shows pela cidade e por uma única oportunidade de se apresentarem no Orpheum. Luke, mesmo não tendo o apoio dos pais, acreditava em seu sonho de criança e queria seguir nesse caminho com seus grandes companheiros, menos Bobby, que por puro capricho havia abandonado a banda. Reggie, apesar do conflito da quase separação de seus pais, ainda acreditava que podia ser muito feliz ao lado de seus amigos fazendo sucesso pelo mundo afora, e Alex estava passando por um grande conflito interno por ainda não ter tido coragem de contar aos pais que era gay.
- Nossa, eu nem tinha percebido que já era tão tarde. - Trevor comentou após checar o celular e constatar que sua mãe já estava procurando por ele.
- Acho que por hoje é só, pessoal, muito obrigada por me ajudarem nesses ensaios, eu realmente não sei o que seria de mim sem toda essa ajuda e tudo mais. - os garotos se juntaram ao redor de para um abraço coletivo, menos Alex, que se conteve em acenar e sorrir para ela. Não gostava de abraços e já estava acostumada com isso, mas isso não anulava o grande afeto que ele tinha pela garota
- Gostamos muito de você, , esperamos que você saiba disso. - ela jogou beijos no ar para Alex e seus olhos marejados entregavam a grande pessoa sensível que era.
- Eu acho que esse clima todo de afeto entre amigos está fazendo meus olhos encherem de lágrimas também, e não, vocês não vão me fazer chorar. - Reggie se recompôs e arrancou risadas de todos ali presentes, era sempre o mais engraçado, fazendo todos rirem até nos momentos mais tristes.
- O papo tá muito bom, mas eu realmente preciso ir, minha mãe tá me esperando para jantar. - Trevor adiantou-se, colocando sua mochila nas costas e se despedindo de todos.
- Eu vou com você, cara, também preciso ir. - a troca de olhares entre Alex e Trevor não passou despercebida por , que logo tratou de lançar um olhar fulminante para o melhor amigo, para que ele soubesse que teria que lhe contar tudo nos mínimos detalhes assim que chegasse em casa.
- Vocês vêm também? - Alex perguntou, referindo-se a Luke e Reggie, apenas para disfarçar o seu interesse em acompanhar Trevor.
- Acho que vou ficar um pouco mais, se a não se importar, é claro. Tudo bem para você se eu ficar? - perguntou e ela balançou a cabeça positivamente. Queria mesmo passar um tempo a sós com Luke, já que ultimamente sempre estavam na companhia de Reggie, Alex e Trevor. Sentiu que Luke havia passado o dia cabisbaixo, mal trocaram quatro palavras e ele sequer riu das piadas engraçadas de Reggie, queria mesmo perguntar se havia algum problema em que ela pudesse ajudar.
- Você pode ficar o quanto quiser, Luke, esse espaço já é mais de vocês do que meu, afinal. - foi a vez de Trevor lançar um olhar fulminante para , tinha certeza que a melhor amiga estava nutrindo um sentimento além de amizade pelo garoto, mas sempre que tentava dar alguma indireta, ela acabava fugindo do assunto. ignorou os olhares de Trevor por saber o que ele estava querendo dizer e tratou de lembrar os três de que precisavam ir.
- Então, vamos indo, né, eu acho que meus pais também estão me esperando para jantar.
- Eu posso falar com você um instante, ?
- Claro, Luke.

Despediram-se dos amigos, e, assim que todos foram embora, sentiu-se mais à vontade para conversar com Luke.
- Tá tudo bem? Você mal conversou hoje com a gente e nem riu das piadas do Reggie, isso é realmente muito estranho. - pela primeira vez naquele dia, Luke sorriu de verdade e o coração de aqueceu. Era pouco tempo, mas parecia que já conhecia Luke há uma vida inteira e essa ligação ainda a assustava um pouco, ainda não sabia lidar com esse sentimento que vinha crescendo dentro dela.
- Na real, eu queria te agradecer e dizer que você me faz bem. - os olhos azuis de Luke brilharam ao dizer aquelas palavras para , estava sendo sincero com seus próprios sentimentos e queria muito que ela soubesse.
- Acho que fazemos bem um ao outro.
Luke sorriu e aproximou-se de . Ele ajeitou uma mecha de cabelo dela que estava fora do lugar e acariciou suas bochechas coradas. Sentia-se muito ligado a e sabia que isso não tinha nada a ver com tempo, apenas com a energia que emanava de seus corações e, claro, o amor pela música era um ponto em comum.
Impulsionada pelo calor do momento, deu um passo em frente e beijou os lábios de Luke, materializando um desejo que já vinha crescendo a cada dia, sempre que ela o via.
Ele retribuiu, segurando seu rosto delicadamente entre as mãos e aprofundando ainda mais o beijo.
- Você é muito incrível e precisa sempre lembrar disso, promete? - ambos entrelaçaram seus dedinhos para selarem a promessa.
- Promessa de dedinho.
- Nossa promessa. - Luke sorriu e selou os lábios rapidamente aos de , que não conseguiu esconder a felicidade em estar exatamente ali, naquele lugar que havia se tornado especial de novo.



Fim!



Nota da autora: Hey, phantoms 👻
Vocês que chegaram até aqui, espero que tenham gostado. Acho que muitos de vocês que assistiram a série, em algum momento imaginaram como seria se a Sunset Curve não fosse apenas "espíritos musicais". Em breve, a continuação dessa história estará disponível para vocês. Palpites do que pode acontecer? Me conta aí ;)
Para saber mais sobre minhas fanfics, entra no meu grupo do facebook que está aqui embaixo. Vocês podem me encontrar também no Twitter ou Instagram.
Um super beijo,
@raissaamaral

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Nota da beta: Arrasou como sempre, amiga! Eu amei demais ver a banda viva, ver ela se relacionando com eles, a forma como você trouxe as coisas da série delicadamente... Você é demais, sério, ficou maravilhosa! Já tô ansiosa pela continuaçãoooooo! 💙

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