03. Diana

Última atualização: 12/07/2015

Capítulo Único

"How could someone not miss you at all?"

É incrível como Diana é parecida com a . Naquelas fotos espalhadas em minha cama estava o rostinho da criança mais linda do mundo, minha filha.
Ver as fotos dela com a em revistas faz o meu coração se partir em mil pedaços. Como pode alguém não sentir sua falta? Sinto sua falta mesmo nunca tendo a conhecido formalmente. Sinto falta de também, de como era uma menina viva, sonhadora, seu sorriso era contagiante.
Eu só queria conhecer Diana, fazê-la dormir, porém, nunca deixaria. Eu não a culpo por isso, na verdade, se alguém tiver culpa nessa história toda, essa pessoa sou eu.

[Flashback]

's POV

Estava eu em mais um dos eventos importantes da empresa em que meu pai é sócio. Neste dia, haveria um leilão beneficente. Eu, na verdade, queria estar em um pub enchendo a cara.
Minha vida era completamente o oposto do que eu queria. Eu sou filha única de uma família tradicional de Londres. Desde pequena, frequentei aulas de etiqueta, idiomas e ballet. Sempre fui uma princesinha aos olhos da minha mãe. Eu nunca gostei, mas nós tínhamos que ser (ou pelo menos fingir) ser uma família modelo. Meu pai não era muito presente, vivia na empresa, e quando chegava em casa ia dormir.
Eu estava extremamente entediada, e depois da terceira taça de champanhe, minha mãe já me dava uns cutucões nada amigáveis.
- Você está louca?! É a sua terceira taça, as pessoas vão reparar. – Falou ela, discretíssima.
- Eu vou ao banheiro. – Na verdade, eu só queria ficar longe dela o máximo possível.
Caminhei pelo salão, observando aquelas pessoas com vestidos caríssimos e bem cafonas. O salão era um lugar realmente lindo, e havia uma grande porta que dava acesso a um jardim mais bonito ainda. Eu estava encantada, mas uma pessoa me chamou a atenção. Ele era lindo, alto, forte. Eu queria muito ir flertar com ele, mas infelizmente avistei minha mãe me chamando para assistir um discurso que meu pai faria antes do leilão.
Eu dormiria se não fossem os gritos do leiloeiro. Minha mãe já tinha arrecadado umas duzentas mil libras em vasos de péssimo gosto. Ainda bem que aquele dinheiro todo seria doado à caridade.
Ao final do leilão, chegou em nossa mesa o cara mais sexy que eu já vi em toda minha vida.
- Senhor , é um prazer revê-lo! Quero lhe parabenizar pelas belíssimas palavras. – Falou, apertando a mão de meu pai.
- , como vai? – Meu pai sorriu para ele. – Aliás, estas são minha esposa, Elisabeth, e minha filha, .
- É um prazer conhecê-las. – Falou, em um tom galanteador. Este homem era incrível.
- O prazer é todo meu, senhor – Falei, descaradamente.
Ele ficou conversando com meu pai por algum tempo, sob minhas encaradas nada discretas. Depois ele se distanciou, e eu resolvi segui-lo.
- Senhor . - Chamei um pouco alto, devido ao barulho do local.
- Sim? – Ele me olhou confuso.
- Eu... – Droga, o que eu iria falar? Resolvi soltar qualquer coisa que veio em minha cabeça no momento. – Eu acho que eu conheço o senhor de algum lugar. – Eu sou péssima.
- É, pode ser. – Falou ele, dando de ombros. – Podemos ter nos encontrado em outras ocasiões como esta.
- Você tem razão. Mas então, não sabia que meu pai tinha sócios tão jovens. – E bonitos, completei mentalmente. Eu deveria estar muito bêbada, pois em meu estado normal, eu nunca chegaria em um homem daqueles. Ele riu do meu comentário.
- Senhorita – Falou, de uma maneira arrastada, completamente sexy. – Não sou tão jovem assim. Estou beirando meus trinta.
- O senhor realmente não aparenta, sua esposa tem muita sorte. – Meu Deus, o que eu estava falando?! Senhor riu novamente.
- Realmente, ela teria muita sorte se eu tivesse uma. – falou casual.
- Me desculpe. – Falei apenas.
- Então , você me seguiu esse tempo todo pra saber se eu era casado? – Falou debochado, e eu quase morri. Caralho, ele tinha reparado!
- É, talvez. – Falei, mordendo o lábio inferior com a maior cara de pau que eu tinha.
Senhor riu.
- Você é muito curiosa, senhorita . Gostaria de conhecê-la melhor. Talvez poderemos sanar nossas dúvidas em um lugar mais reservado. – Falou, de uma maneira irresistível. Eu queria muito aquele homem.

[Fim do Flashback]

Lembro me no dia em que nos conhecemos. era uma menina ainda, uma menina linda, encantadora.
Estávamos em um leilão da empresa da qual eu sou sócio. Ela ficou me olhando a festa inteira, e claro, eu estava adorando. Foi melhor ainda quando eu soube que ela era filha de Scott , um dos sócios mais importantes da Austen Petrolífera. seria uma mulher perfeita, pois me facilitaria muitas coisas.
Depois da festa, conseguimos sair juntos. era o completo oposto do que se apresentou na festa. Ela era tímida, falava baixinho, e qualquer elogio ela corava. Naquele dia conversamos e trocamos uns beijos, mas nada além disso.
Meu pai tinha desavenças com a família . Ele era um homem importante da Austen Petrolífera, porém Scott o prejudicou. Ele estava prestes a fechar um contrato bilionário, o que faria dele uma das pessoas mais importantes da Austen. Porém Scott, deu um golpe no meu pai, e acabou ficando com tudo o que era para ser nosso. Meu pai acabou perdendo prestígio, dinheiro, tudo. E eu, como único filho, tinha o dever de vingar meu pai.
Passado algum tempo, e eu começamos a sair com mais frequência. Estávamos ficando sério, e eu pretendia pedi-la em namoro.

[Flashback]

’s POV

e eu estávamos saindo a algum tempo. Hoje ele tinha me convidado para ir a um restaurante.
Estava me olhando no espelho pela milésima vez, quando meu celular tocou. Era uma mensagem do dizendo que estava me esperando lá em baixo.
- Demorei muito? – Perguntei, enquanto ele abria a porta do carro para eu entrar.
- Vai ter que compensar depois todo esse tempo que me deixou plantado aqui. – Falou, e eu ri.
Ele me levou a um restaurante lindíssimo. Era tudo incrível, a decoração, o jantar e, claro, a presença dele ali.
Depois disso, fomos para o apartamento do .
- Eu já te falei o quanto a senhorita está linda? – Falou , com aquela carinha de safado enquanto nós estávamos entrando no apartamento dele.
- Você já disse umas quatrocentas vezes, mas eu não me importaria de ouvir de novo.
- Então, senhorita , você está linda. – era um cara extremamente fofo. Eu estava apaixonada, por ele, pelo sorriso dele, pelos olhos dele, por tudo.
Ele de fato era o homem certo para mim. Eu sentia isso.
Seu apartamento tinha uma vista linda, era no décimo sexto andar, por isso tinha uma vista privilegiada da sacada. A sacada era enorme, tinha alguns sofás brancos que pareciam ser caríssimos, e também tinha uma piscina. Era um apartamento de luxo, cada detalhe ali valia milhões.
Estávamos no sofá da sacada quando eu notei que estava meio tenso.
- O que houve, ? – Falei preocupada.
- , eu... – Fez uma pausa e mordeu o lábio inferior. - Eu gostaria muito, muito mesmo, que você fosse minha namorada. Então, você quer namorar comigo?
Eu fiquei uns cinco minutos sem respirar depois da pergunta.
- Eu... AI MEU DEUS. – Eu estava histérica. – É obvio que eu quero, quero muito!

[Fim do Flashback]

Não posso dizer que foi ruim namorar com , ela era perfeita, em todos os sentidos. Eu acabei me encantando por ela, não posso dizer que estava apaixonado. Ela era uma garota interessante, eu gostava de ficar com ela. Ela, por sua vez, estava completamente apaixonada. Essa era minha deixa para me vingar do seu pai. E assim aconteceu. Consegui diversas informações, pois eu passava mais tempo com a família dela. Cheguei tão alto que virei braço direito e o melhor amigo do senhor .
Senhor estava se saindo um belo de um babaca. Ele confiava em mim, alguém que ele nem conhecia direito. Ele não sabia do meu passado e nem de meu parentesco. E foi assim que eu consegui informações valiosíssimas.

[Flashback]

- Senhor , você sabe que temos que avaliar bem estes contratos. São informações que temos que manter em sigilo. Peço ao senhor que não confie em ninguém. Quanto a mim, o senhor pode ficar tranquilo. – Falei com um tom sério. Aquelas informações seriam minha cartada final. Eu já tinha muitos materiais que poderiam incriminar o senhor devido aos desvios que ele fez da empresa. Aquela era minha chance.
- Claro, , eu confio em você. És um rapaz jovem, mas posso ver que estás se empenhando bastante em me ajudar. Lhe agradeço – Falou ele, com gratidão. Babaca. – Vou lhe enviar a cópia desse contrato por e-mail, mas tenha muito cuidado meu jovem, ninguém pode ver isso. Isso seria um escândalo, não só na minha família, mas como em toda a Inglaterra também.
Isso, senhor , agora eu tenho a faca e o queijo na mão.
- Pode deixar, senhor . Agradeço-lhe a confiança que o senhor está depositando em mim. – Falei sorrindo.
Saí da empresa, precisava contar as novidades para o meu pai.
Entrei no meu carro e fui rumo a dele. Ele iria adorá-las.
- Acabamos de ganhar na loteria! – Falei, assim que abri a porta do escritório dele.
- Não me diga que você conseguiu. – Falou ele, afobado.
- Eu falei que não iria te decepcionar. Aquele babaca vai pagar por tudo que nos fez pai. Graças a ele perdemos a mamãe, e eu não vou esquecer disso. – Falei, com os olhos ardendo. Eu não iria chorar, mas doía muito saber que aquele filho da puta foi o responsável pela morte da minha mãe. Ela se matou depois que viu meu pai na lama. A ambição de Scott fodeu com toda nossa família. Foi duro demais ver meu pai, o chefe da família, desempregado, sem ter como achar outro emprego, pois além de causar a demissão de meu pai, senhor sujou a imagem dele diante de todo o país. Minha mãe não aguentou ter que nos ver na merda, acabou surtando. Nós não tínhamos dinheiro para tratamentos e clínicas psicológicas. Ela acabou tomando veneno e morreu, bem ali na minha frente. Espero que eu consiga ter a mesma visão do senhor , porém, com os miolos estourados na minha frente.
- Você nos fará justiça, . Se temos alguma coisa hoje, foi graças a você, meu filho. – Me abraçou, e eu sabia que tinha que fazer aquilo por ele e pela memória de minha mãe. Mesmo que isso custasse a vida do pai de .
Fui pra casa, precisava analisar aqueles documentos com cuidado. O contrato falava de uma “parceria” milionária onde o senhor extorquiria milhões da Austen e esconderia no banco suíço com total sigilo. Eu li e reli o contrato, incontáveis vezes.
Minha campainha tocou e eu escondi os papéis. Poderia ser a .
- Será que eu posso dormir aqui hoje? – Falou ela, entrando no meu apartamento.
- Claro, , você sabe que a casa também é sua. – Falei dando um beijo nela, mas ela acabou me empurrando.
- Hoje não, , eu estou enjoada. – Falou, fazendo careta. – Desculpa, ok? Eu realmente não estou com vontade. Vomitei a tarde inteira.
- Sem problemas, – Abracei ela. – Hoje eu vou cuidar de você.
- Por isso que eu te amo. – Ela falou, beijando o meu pescoço, mas não demorou muito pra ela fazer outra careta e sair correndo para o banheiro.
Fui atrás dela a vi jogada no chão com a cara praticamente toda dentro do vaso sanitário.
- Hey , o que está havendo com você? – Falei puxando-a pelas mãos. – Você quer um chá ou algum remédio?
- Eu não sei , eu tô assim a alguns dias.
- Eu faço um chá e depois você descansa, você está péssima. – Falei e ela sorriu.
- Obrigada. – Falou e foi dormir.

[Fim do Flashback]

No dia seguinte em que eu acordei, foi que a bomba explodiu. Só Deus sabe o como eu desejei não acordar naquele dia.
descobriu tudo, e eu tive que fazer a pior decisão da minha vida. Tive que escolher entre e meu pai. Poderia ser bem fácil, já que eu estava ciente de que não estava apaixonado por . Mas foi nesse dia que eu me dei conta de que eu estava completamente enganado.

[Flashback]

’s POV

Acordei me sentindo mal devido à noite anterior. Eu estava tendo náuseas fortes fazia dias. Eu desconfiava do que poderia ser, mas não tinha coragem nem de proferir em pensamento. Talvez fosse bobagem, talvez eu tivesse comido algo estragado. Mas a voz chata da minha consciência insistia em dizer “nunca atrasou antes”. Eu sei que deveria comprar um teste de farmácia só para sanar essa dúvida, afinal, se isso fosse verdade, eu não poderia esconder por muito tempo. Eu sabia que eu tinha feito merda.
Acordei decidida a fazer um café da manhã para , já que ele foi tão cuidadoso comigo na noite anterior. Fui para cozinha e preparei algumas panquecas, café, separei alguns pães em uma cestinha e fui arrumar a mesa.
Chegando na sala, notei que o telefone estava piscando. Secretária eletrônica. Fui verificar o recado.
, sou eu. Analisei os documentos do Scott e temos a prova definitiva nas mãos. Esse babaca não perde por esperar. Vamos tirar tudo deles, meu filho. Essa é a chance. Pelo amor de Deus, não deixe a garota descobrir nada. Você sabe que se ela descobrir a única saída é apagá-la. Não estou brincando, você sabe que se essa garota mimada descobrir qualquer coisa, ela irá correndo contar para o papaizinho dela. Estamos entendidos? Enfim, só quero te agradecer mais uma vez por estar me ajudando a acabar com a vida dos . Mande notícias. ”
Eu esqueci o que era respirar naquele momento. Não podia ser verdade, não faria isso comigo. Ele não me usaria para prejudicar meu pai. Minha cabeça girava em uma velocidade incrível, eu senti minha visão embaçar, não, não podia ser verdade.

’s POV

Eu acordei e não encontrei do meu lado. Ela provavelmente já está de pé fazendo alguma coisa. Aquela garota não para quieta.
Levantei, escovei os dentes e fui para a sala. O cheiro de café estava muito bom. Mas não foi isso que me chamou a atenção, mas sim uma voz abafada que vinha do telefone. Eu conhecia aquela voz, era do meu pai.
Eu estava diante da decisão mais difícil da minha vida. O que eu faria com ela?
- Então foi tudo mentira? Nada disso, todo esse amor que você dizia ter era mentira? – Falou ela, com lágrimas nos olhos.
- Olha só, , eu poderia dizer qualquer merda. Mas eu prefiro te dizer a verdade. A essa altura, não adianta. Eu te usei, sim, entrei na sua família e descobri os piores podres do seu pai. Seu pai destruiu a minha família, graças ao seu pai minha mãe está morta. – Falei. Ela estava chorando.
Estava doendo ter que ver daquele jeito. Eu gostava dela, se eu pudesse, nunca a envolveria nessa história toda. Mas eu precisava fazer isso pela minha família, e ela foi o meio que eu encontrei de fazer isso.
- Para de mentir, ! Você está mentindo, meu pai tem mil defeitos, mas ele nunca faria mal a alguém. – Falou ela, gritando – Eu, não sei o que pensar, eu não sei o que fazer. Eu só queria que isso fosse mentira. Eu gostava de você. – Seu choro era alto.
Merda, , mil vezes merda, ela não tinha culpa, ela não merecia isso.
- Eu só quero ir embora. Nunca ouse se aproximar de mim ou da minha família novamente. Eu não acredito em você. Por favor, esqueça essa vingança ridícula, meu pai não tem culpa. – Falou ela, se afastando em direção a porta.
- , por favor, vamos conversar. Eu posso te explicar tudo. Só não vai embora. Eu sei que é seu pai, mas ele é um monstro. Acredita em mim. Sua família não presta. Você é diferente, eu tenho plena consciência disso. Mas ele destruiu minha família . Me escuta! – Falei com toda a sinceridade do mundo.
Segurei ela pelos braços.
- Me solta , deixa eu ir embora. Por favor. – Falou ela, tentando se desvencilhar das minhas mãos. Ela chorava igual a uma criança. Eu queria morrer.
- , por favor, fica, eu nunca iria machucar você. Vai ser pior se você for, eu te peço, meu amor, fica. – Falei angustiado, uma sensação ruim tomava conta do meu corpo. Eu sabia que não poderia segurá-la por muito tempo.
- Não me chama assim! Eu posso gritar para todo esse prédio ouvir. Me solta, . – Ela estava histérica em meus braços. E eu infelizmente não tinha mais o que fazer. A única saída era deixa-la ir.
- Ok, pode ir, mas eu peço, não fale nada para o seu pai. Se você tem alguma consideração por mim. Ele pode me matar. – Não iria adiantar, mas não custava tentar.
- Eu te odeio. – Falou apenas, e saiu pela porta do apartamento.

[Fim do Flashback]

Depois que foi embora, eu fiquei sem chão. Eu gostava dela, mas precisava fazer aquilo pelo meu pai.
No final das contas, meu pai me culpou pelo nosso “fracasso”. Foi embora para os Estados Unidos, tentar a vida. Eu, sem ter mais como trabalhar na Austen, pedi demissão. Scott não entendeu o motivo, mas alguns dias depois veio a notícia que chocou todos nós.
estava grávida.

[Flashback]

Fazia alguns dias que eu descobri que eu estava, de fato, grávida. Eu estava apavorada, tinha só dezenove anos!
Eu não sabia o que fazer. Mas não podia esconder isso para sempre. Eu não tinha ninguém para me ajudar, o jeito seria contar para minha mãe, mesmo que ela enfartasse ou algo do tipo.
Contei para ela que eu estava ficando com um cara e fiquei grávida. A reação dela foi de pavor, e logo depois soltou “o que as pessoas vão pensar de nós? ”. Depois vieram os xingamentos e “você não se previne? ”, mas eu não me importei, na verdade ela estava sendo minha mãe naquela hora. Claro que ela foi na hora contar para o meu pai. E foi aí que eu tive que pronunciar o nome dele.
Meu pai ficou sabendo que o era o pai. Ele ficou possesso, mas não trabalhava mais com o meu pai, então foi uma tragédia a menos.
Já eu, fui obrigada a ficar em cárcere privado em casa. Minha mãe contratou duas enfermeiras para me vigiar vinte e quatro horas por dia. Também procurou algumas clinicas de aborto, mas eu, apesar de não estar nada contente com essa gravidez, nunca deixaria ela tirar meu filho contra a minha vontade.
Nesse tempo todo, eles fizeram de tudo para eu perder o “bastardo”, como gostavam de chamar. Me deixavam sem comida e me faziam ficar trancada no meu quarto todos os dias. Eu não sabia mais o que era sair de casa. Caí em uma profunda depressão. Chorava todos os dias. Eu estava tão sozinha. E apesar de tudo ainda sentia falta dele. E é claro que eu ainda gostava dele. Mas a verdade é que eu estava ali, sofrendo sozinha. A melhor coisa era esquecê-lo e tentar seguir em frente.

[Flashback]

's POV

Eu estava com oito meses de gestação e nem sabia o sexo do meu bebê. Estava sendo tão difícil aguentar tudo aquilo. Durante longos meses na prisão domiciliar imposta pelos meus pais, eu refleti sobre todas aquelas acusações que fez ao meu pai, e conclui que apesar de ser difícil admitir, ele não estava errado. Meu pai era sim um criminoso. Fico pensando como eu pude ser tão ingênua. Claro que não justifica o que fez, eu nunca iria perdoá-lo. Ele deixou marcas irreversíveis, como esse filho que eu carregava. E não, de maneira nenhuma, estava culpando o bebê por isso. E se dependesse de mim, ele nunca iria chegar perto desta criança. Nunca!
Acordei em um dia estranho. Meu corpo estava dolorido e eu estava sentindo cólicas horríveis. Tentei me encolher com a intenção de fazer isso parar, mas não tinha jeito. Eu não sabia o que estava acontecendo, eu só não podia perder meu filho. Ia ser demais para mim. Era madrugada, levantei segurando minha barriga devida tanta dor. A porta estava trancada. Tentei de todas as maneiras abrir aquela porta, mas ela não abriu. Então eu gritei, gritei o mais alto que eu pude. Porém minhas forças todas se foram. Eu não conseguia enxergar nada, minha visão estava turva. Gritei mais uma vez e foi o suficiente. Meu corpo foi em direção ao chão e eu caí. Escutei um barulho na porta e avistei duas enfermeiras e minha mãe.
- Mãe, pelo amor de Deus eu preciso de um hospital! – Falei aos prantos.
Ela apenas me olhou com aquela expressão fria, e ordenou que ninguém me levasse dali em hipótese alguma. Ela não podia ser tão ruim assim!
- Senhora , sua filha terá que retirar o bebê o quanto antes. Não temos materiais para isso, precisamos levá-la a um hospital. O bebê e ela correm risco de vida. – Falou uma enfermeira, que eu não sabia o nome.
- Eu vou repetir uma vez e não aceito questionamentos. Ela fica. Se quiserem, façam o parto aí mesmo, ou então deixe este bastardo morrer. Um escândalo a menos para me preocupar. – Falou e se retirou do quarto.
Não tinha jeito, teria que ser ali mesmo.
As enfermeiras trouxeram uma caixa que parecia conter alguns objetos hospitalares. Me posicionaram em cima da cama e começaram a fazer o procedimento. O parto seria normal e eu estava desesperada. Doía de uma maneira desumana.
- Você precisa fazer muita força agora, . – E eu fiz, empurrei o bebê para fora com toda as minhas forças. Meus gritos eram altos e durante todo o procedimento meus gritos continuaram. A dor era terrível e pânico ao ver minha cama repleta de sangue fez eu ficar pior ainda. “Seja forte , seja forte por essa criança” eu repetia na minha cabeça.
Não lembro quantas horas se passaram. Senti algo rasgando dentro de mim, ele estava finalmente nascendo.
- Vamos lá, , já podemos vê-lo daqui.
E de repente a dor parecia sumir aos poucos, minha respiração era lenta e o mundo não girava na mesma velocidade de antes. Tudo parecia estar em câmera lenta. Parecia que eu estava em um universo paralelo onde tudo acontecia sob minha visão.
Mas um som me despertou, e foi como acordar no paraíso. Aquele chorinho incessante fez com que meu coração batesse freneticamente. Eu nunca mais estaria sozinha!
Ver aquele serzinho tão frágil fez eu me encher de uma felicidade que eu nunca tinha sentido na vida.
- Você está bem, ? – Perguntou uma das enfermeiras. - Deixe-me vê-lo. – Eu apenas queria estar com meu filho nos braços.
-Claro que sim, e a propósito é uma garotinha. – Falou a enfermeira mais nova, com um sorriso no rosto.
A enfermeira colocou ela em meus braços. Era tão delicada e pequena. Seu rostinho coberto de sangue era perfeito. Lembrei de minha falecida avó, Diana, ela sempre dizia que quando eu crescesse eu seria uma ótima mãe. Eu queria ela aqui nesse momento. Só então percebi que ela estava mais próxima do que eu imaginava. Diana estava em meus braços.

[Fim do flashback]

Meses depois

Diana completara dois meses hoje. Ela ainda era um pequeno bebê e precisava de muito cuidado.
Meus pais continuavam ignorando Diana. Eu não podia mentir, apesar de ser maravilhoso Diana ali comigo, eu estava passando muitas dificuldades. Meus pais proibiram as compras de fraldas e roupinhas para Diana. Eu estava me virando com algumas roupas e fraldas que as enfermeiras me trouxeram. Não estava sendo fácil, mas eu não poderia sair dali. Eu tinha que ficar, pois se eu saísse iria ser bem pior.
Mas tudo aquilo se anulava quando eu estava com minha filha nos braços. Toda a dor, toda angústia que existia aqui. Tudo sumia porque ela veio por uma razão especial. E eu sempre soube que nada era por acaso.

[Fim do flashback]

’s POV

Fiquei sabendo sobre a existência de Diana há um pouco mais de quatro meses, vi em uma manchete em que dizia que ela foi expulsa de casa pois estava grávida, e logo abaixo estava com um bebê nos braços.
Tentei procurá-la, mas não a encontrei em lugar algum. Porém eu não desistira. Era minha filha, não é como se eu fosse fazer mal a ela.
A família não poderia ser mais podre. Expulsar de casa quando ela mais precisava era demais. Como eles puderam fazer isso com elas. Como eles puderam maltratar um bebê tão indefeso? Eu posso ter sido um canalha no passado, mas eu nunca a maltrataria.
Eu estava andando pelo Green Park, quando avistei e Diana sentadas em um banco. Eu quase nem acreditei que minha pequena estava ali. Pelas minhas contas, ela já estava com quase dois anos. Era engraçado vê-las naquele momento. Diana estava em pé, e tentava arrumar o agasalho dela. Ela simplesmente não parava.
Eu ri sozinho. Ela era tão linda, e eu só desejava estar presente na vida dela naquele momento. Vi falar alguma coisa e ir em direção de uma barraquinha de pipoca. Me aproximei delas, queria ver minha princesinha de perto. O telefone de tocou e ela se distraiu, enquanto Diana avistou um senhor que vendia balões e eu não podia perder essa chance.
Ela correu e ficou apontando para os balões.
- Olá, Diana! – Falei emocionado.
Ela me olhou com uma carinha de confusa e falou alguma coisa que eu deduzir ser balão.
- Ok, vou comprar um pra você. – Falei e abri a carteira para pagar ao vendedor. Entreguei um balão que tinha uma princesa na estampa. Ela sorriu e veio em minha direção, para me dar um abraço. Eu não consigo descrever o tamanho da minha felicidade. Abracei-a e a peguei no colo. Ela era tão linda e tão parecida com que meus olhos brilhavam.
O momento durou pouco. Vi uma histérica atrás da filha.
- Ai meu Deus, Diana, mamãe já falou pra você nunca fazer isso. – Falou com desespero. Só então que ela olhou para cima e viu quem estava com Diana.
Era difícil olhar nos olhos dela depois de todo aquele tempo.
- O que você está fazendo aqui? – Falou ela.
- Eu só estava passando e vi vocês aqui. Eu queria conhecer minha filha. – Falei.
- Ela não é sua filha, , esquece isso e nos deixe em paz. Devolva o balão para ele, Diana! – Falou ela com rancor.
Diana ficou confusa, claro, ela era só uma criança. Ela olhou triste e me devolveu o balão. - , não precisa fazer isso com ela. – Falei e devolvi o balão para a pequena.
Depois disso, apenas vi se distanciando com minha pequena em seus braços. Diana olhava para mim com uma carinha triste. Nós tínhamos uma ligação, e ela sentia isso.

’s POV

Eu estava em uma ligação de trabalho quando perdi Diana de vista. Como eu pude ser tão distraída! Ela poderia estar em perigo.
Quando percebi que era que estava com Diana, meu coração acelerou. Ele estava tão diferente, mas sua beleza continuava a mesma. Era difícil olhar para ele depois de tudo.
Tentei afastar Diana dele o mais rápido que pude, mas era tarde demais. Eu sei que de alguma forma ele ficou na cabecinha da minha filha. E não era porque ele deu um balão para ela. Era o pai dela, e essa ligação eu não poderia quebrar entre eles.
Eu fiquei comovida, é claro, eu não sou igual meus pais. Porém eu não poderia deixar magoar Diana assim como ele fez comigo no passado. Eu prometi a eu mesma, que nada nem ninguém iria machucar minha filha.
Ele estava tão lindo. Provavelmente tinha namorada. Quando eu estava com ele, era como se uma luz se acendesse em torno dele, todos olhavam. Ele é um homem lindo, não posso negar. Minha filha tem muitos traços dele. Aquelas carinhas de pidona me fazem lembrar .
Eu estava com o coração na mão. Eu, como mãe, não queria de maneira nenhuma perto da minha filha, porém, como mulher, eu apenas queria esquecer tudo e correr de volta para ele. Eu sei o quão errado isso era, pois poderia ter matado meu pai. E mesmo com todos os motivos dele, ele não deixaria de ser um assassino. Não é esse o pai que eu quero para minha filha. Aliás, nos duas sempre fomos felizes sozinhas, não é agora que iria estragar tudo.

’s POV

Eu estava voltando para a casa. Não poderia deixar de me sentir frustrado, pois eu queria ficar mais tempo com minha filha. Porém, aqueles minutinhos com ela fizeram eu ficar muito feliz também.
Eu poderia tirar ela de , mas eu iria fazer isso, pois eu sabia que ela sofreria muito, e Diana também. Seria crueldade da minha parte, eu não iria fazer isso. Mas se continuasse tentando nos afastar, eu não teria outra escolha. Pensei bem, ninguém nunca ficou sabendo das coisas que aconteceram no passado, eu tinha um emprego fixo e minhas condições financeiras eram o suficiente para dar o melhor para minha filha. Eu definitivamente precisava ter uma conversa séria com . E ela teria que deixar eu ver minha filha no mínimo uma vez por semana. E essa conversa teria que ser agora.
Peguei meu carro e fui o mais rápido que pude para o apartamento de . Era um prédio simples e bonitinho. Apertei o número do apartamento dela no interfone e ela atendeu.
- Sim?
- , é o , preciso conversar com você. – Falei rápido, pois ela provavelmente desligaria na minha cara.
- Eu não tenho nada pra conversar com você, , e mesmo se eu tivesse, são dez horas da noite! – Falou ela, brava.
- Se não fosse importante, eu não estaria aqui às dez horas da noite. – Falei sem paciência.
- Ok, , te dou cinco minutos, você pode subir, porém não pense que eu vou te convidar pra comer uma pizza ou algo do tipo. – Falou , depois de um longo suspiro.
Entrei no prédio e me dirigi até o elevador, ela morava no oitavo. Quando cheguei, ela estava lá, parada na frente da porta com cara de tédio. É , você não mudou nada, pensei.
- Então?
- É um assunto sério, . Se você não se importa eu gostaria de entrar. – Falei.
- , você não vai entrar, minha filha está dormindo. Nós acordamos cedo amanhã. Não temos milhões na conta. – Ela falou sarcástica.
- Nossa filha, . – Falei, dando ênfase nas palavras. – E é justamente dela que eu quero falar. E já que você não quer conversar civilizadamente, eu falo aqui mesmo. Eu exijo ver a Diana e participar da vida da minha filha.
- Você só pode estar brincando, não é mesmo? Quantas vezes eu vou ter que repetir, a Diana não é sua filha, nunca foi e nunca será. Esquece ela, , eu não vou deixar você magoar minha filha. – Eu podia perceber o ódio na sua voz. Mas eu não posso culpá-la por isso. Eu fiz muita merda com ela, mas não significa que eu faria o mesmo com a minha filha.
- , eu sei o quanto eu te machuquei. E eu peço desculpas, mas eu mudei. Deixa eu participar da vida da minha filha. Eu te peço de joelhos, se assim quiser. Mas não me deixa longe dela. Você se imagina longe dela, ? – Perguntei e vi seus olhos vermelhos. – Você consegue se imaginar longe da nossa filha? Pois é, é assim que eu me sinto. Doí tanto... Você pode acompanhar todas as minhas visitas, mas deixa eu ver ela. Por favor! – Falei desesperado.
Ela não conseguiu responder, quando nos demos conta, tinha um pequeno serzinho agarrado nas pernas de . Era Diana.
Ela estava com uma cara assustada, provavelmente ela presenciou nossa conversa. Quando se deu conta, ela já estava com os bracinhos em minha direção. Não pensei duas vezes e peguei ela no colo. Ela comentou algo sobre o balão, e eu sorri para ela. Minha menina retribuiu, e olhou para a mãe. estava chorando. Eu me sentia culpado por isso, mas ela podia ver claramente o quanto eu amava Diana. Diana, então, esticou um dos bracinhos para ela com a intenção de secar suas lágrimas. se aproximou e ficamos nós três ali, em um momento único que eu pedia silenciosamente para nunca mais acabar.
- Entra, , está muito frio para ela aqui na porta. – Falou e eu sussurrei um obrigado para ela.
O apartamento era simples. Fique na sala brincando com a minha filha. Podia notar o quão desconfortável estava naquele momento. Decidi ir embora.
- Acho que está tarde, vou indo. Obrigada por isso. – Falei para ela enquanto colocava Diana em seus braços. Caminhei até a porta.
- Espera, ! – Ouvi dizer, caminhei até ela.
colocou Diana no sofá e sentou ao seu lado.
- Meu amor, a mamãe precisa te explicar algumas coisas. – Falou , apesar de eu notar que Diana não entendia nada. - Você gosta do , certo? – Falou, e Diana confirmou com um sorriso contagiante. – Talvez você não entenda agora, mas o é o seu papai. Acho que eu te devo desculpas, e eu nunca deveria ter escondido isso de você.
Eu tinha certeza que meu coração iria pular do meu peito. Eu não tinha palavras para descrever minha emoção. Diana parecia entender tudo, já que me olhou e chamou de “pá” simplesmente, mas foi o suficiente. Eu não conseguia conter minha emoção.
- Você falou o quê, Diana? – Perguntou , abismada.
- Ela falou pai, , eu tenho certeza que eu ouvi isso!
- Ela não falou pai, , não viaja. E você Diana, hora de dormir. Não somos milionárias como ele. – E lá estava ela de volta.
- Certo, sua mãe tem razão hora de dormir, filha. Posso fazer isso ?
não precisou responder, eu peguei Diana no colo e apaguei a luz. Balancei ela no meu colo e cantei algumas musiquinhas que provavelmente já estariam velhas. Não demorou muito para ela adormecer. me indicou o caminho do quarto. Depositei ela na sua cama e beijei sua testa.
Quando estava indo embora, tentei agradecer a com um abraço, mas ela resistiu. Não podia reclamar. Diana era agora minha filha. Isso era o suficiente. Reconquistar era um trabalho difícil, quem sabe no futuro. Hoje eu voltaria para casa feliz, eu tinha Diana e isso era tudo para mim.
Hoje era minha primeira visita. Eu estava tão nervoso, afinal era a primeira vez que eu ficaria com Diana como pai e filha. Iria ser na casa da , tudo sob sua supervisão, era melhor que nada. Comprei alguns doces e um pônei rosa que eu encontrei em uma loja de brinquedos.
Quando cheguei ao prédio de , as pessoas estavam me olhando estranho... Só quando abriu a porta e me olhou com uma cara estranha que eu notei. Eu estava com um pacote de balas coloridas e uma caixa enorme com um pônei rosa.
- Olá, !
- , que porra é essa que você trouxe? – Ela falou baixinho e eu estava admirado com a sua educação.
- Eu comprei umas balas e um brinquedo para Diana, aliás, cadê ela? – Falei, procurando Diana atrás de seus ombros.
- Você é um irresponsável. Trazer essa quantidade de balas para uma criança de dois anos! E esse brinquedo, não precisa ficar comprando Diana e esfregando seu dinheiro na minha cara. Além disso , não sei se eu mencionei, a visita é de uma hora, ouviu? Nem um minuto a mais. – Falou autoritária. Quando foi que se transformou em uma bruxa? Não liguei para o que ela falou, eu queria mesmo é ver minha filha.
- Olá princesinha! Papai estava morrendo de saudades! – Falei abraçando minha pequena. – Eu trouxe um presente para você, espero que goste, meu amor! – Eu estava empolgado, admito. Ela me abraçou e eu entreguei o pônei para ela. Diana bateu palminhas, acho que ela gostou.
Estávamos na sala, e estava em pé com os olhos atentos a tudo. Eu não estava ligando para ela, na verdade, estava sendo bem divertido brincar com Diana. Nós estávamos sentados em torno da mesinha de centro, enquanto Diana servia chá em suas louças de brinquedo. Ela também pronunciava algumas coisas que eu não entendia.
Eu estava encantado, modéstia parte, eu e fizemos um belo trabalho. Aquela menina era incrível! Di, como ela gostava de falar, era extremamente esperta.
- , Zowie está te ligando – deu ênfase no nome. Mil vezes merda. Zowie é uma garota que eu estou ficando. Inconveniente pra caramba.
- Ah, deve ser do trabalho, não vou atender – Falei sem graça.
- Na verdade, você pode atender, sua uma hora acabou. – Falou ela com um sorrisinho irônico. – Diana tem que acordar cedo amanhã, e você tem um encontro com a Zowie.
era impossível!
- Filha, papai vai ir agora, ok? Mas eu venho te visitar! Dorme bem meu amor! – Dei um beijo nela e fui em direção a porta onde estava parada.
- Ei, , não precisa ficar com ciúmes. Se você quiser posso ficar aqui e cancelar meu encontro com Zowie! – Falei e dei um beijo em seu rosto.
estava morrendo de raiva, e isso era bom. Zowie não era ninguém, na verdade só uma garota que eu estava saindo, nada sério. Mas eu poderia usar ela para atrair a . , , você já fez merda uma vez, você quer estragar tudo de novo? Eu sei que seria bem complicado, mas nada como aguçar o extinto competitivo de . Já Zowie aceita qualquer condição para subir na vida. Era uma vadia da pior espécie, mas não posso negar que ela era de enlouquecer qualquer homem, menos eu obvio, só tenho olhos para e para a minha pequena.
Liguei para Zowie e marquei um jantar em um restaurante, saímos e depois rolou umas coisas a mais, não sou santo. Mas era que vinha na minha cabeça a todo o momento. Era ela que eu precisava e eu acho que nós formaríamos uma bela família. Mas conquistar ainda é uma longa estrada. Resolvi começar a ficar sério com Zowie, não, eu não gosto dela. Mas ela vai ser importante na minha aproximação com .
Fazia um pouco mais de um mês que eu estava visitando Diana. Eu ficava contando os dias para ir brincar com a minha princesa. Ela ficava extremamente feliz quando eu chegava. ficava supervisionando sempre, ela era daquelas mães ciumentas e corujas.
Era uma sexta de tarde e eu estava sem nada para fazer no escritório quando eu recebo uma mensagem de . “, eu tive um contratempo no trabalho e não posso ir buscar Diana na creche. Então, eu queria pedir que você fosse. Mas não fica animado, é só hoje! ” Eu respondi “Claro, , você sabe, ela é NOSSA filha, é minha obrigação ir buscá-la. Beijos! “ Depois fui correndo buscar minha pequena. Eu estava com as mãos suando. Era a primeira vez que eu buscava minha filha na escola!
Eu estava ansioso eu confesso. Avistei Diana. Tinha uma professora com ela, elas pareciam procurar .
- Eu sou , pai da Diana. teve um imprevisto no trabalho e eu vim buscá-la. – Falei, sorrindo para minha filha.
- Ah, certo! A senhora avisou que você buscaria Diana hoje. Bom final de semana, Diana! – Falou ela animada.
Peguei minha filha no colo e a levei até meu carro que já tinha a sua cadeirinha e alguns brinquedos. Ok, eu era um ótimo pai.
- Papai estava com saudades! – Falei olhando pelo retrovisor – Você deve estar com fome, né, e eu não tenho nada comestível para uma criança em casa. Acho que temos que passar em algum Mc Donald’s e que sua mãe não saiba disso. – Diana não entende a metade das coisas que eu falo.
Comprei um Mc lanche feliz para ela e eu comi um hambúrguer, fomos para minha casa. E lá eu botei um filme infantil para nos assistirmos. Fazia algum tempo que estava passando o filme quando meu interfone tocou e anunciou que estava subindo.
- Oi , cadê Diana? – Falou ela procurando a filha.
- Calma, ok, ela está bem, está assistindo um filme na sala – Levei ela até Diana que estava dormindo – Ela estava cansada, , acabou dormindo. analisou ela para ver se estava inteira, ela acha que eu sou um irresponsável.
- Obrigada por buscar Diana. Vou chamar um táxi. – Falou ela pegando Diana cuidadosamente no colo.
- - Você é muito sem noção mesmo né? Acha que eu vou dormir no mesmo lugar que você. Sobre a carona, eu aceito, pela Diana – Ela falou meio irritada.
Fomos para a garagem. Coloquei Diana na cadeirinha e abri a porta para , que revirou os olhos com o gesto cavalheiro.
Durante o percurso o silêncio permaneceu. estava vidrada no celular. Tudo para eu não puxar assunto.
Estacionei na frente do seu prédio e ajudei ela a carregar Diana. No elevador ela continuou no celular e eu resolvi puxar assunto.
- , falta pouco para o aniversário de Diana. Eu estava pensando em organizar uma festinha para ela. – Falei e ela me olhou.
- Acho melhor não. Não tenho dinheiro para fazer uma festa e além disso ela é pequena ainda, não vai aproveitar.
- , eu vou dar a festa. Não precisa se preocupar. E sim ela é uma criança e crianças gostam de festa. Não precisa se fazer de difícil, é para ela, não para você. – abriu a boca diversas vezes para falar, porém, não falou nada. Pegou Diana dos meus braços e entrou em seu apartamento.
Eu estava animado com a festa. Contratei buffet infantil, decoração, tudo para minha filha. me falou que ela queria a decoração de fadas. A festa vai ser na minha antiga casa. É espaçosa e a festa ficaria perfeita no jardim.
também estava me ajudando com os preparativos. Afinal, ela não deixaria eu ter o gostinho de falar que eu fiz tudo sozinho.
Também levei Zowie para jantar e dei para ela um colar. Ela estava encantada. É bem fácil impressionar uma vadia. Pedi para ela se comportar como se fosse minha namorada na festa. Não que ela já não fizesse isso, já estava me apresentando para as amiguinhas igualmente vadias.
Eu e continuava na mesma. Brigávamos toda a hora. Não existe trégua. Mas isso é culpa dela, essa mulher é o demônio. Saudades da minha antiga . Ela era tão doce, simpática e carinhosa. Eu a transformei em uma pedra e eu me odeio por isso.
Era Sexta Feira, dia que eu buscava Diana na creche. Pelo menos isso a permitiu. Diana ficava comigo até às dez da noite, hora que chegava em casa. Falando nela, ela estava trabalhando como secretária em um escritório de advocacia. Eu até tentei levá-la para trabalhar comigo, mas ela não aceitou; falou que mesmo eu sendo seu chefe, se eu desse alguma ordem ela me bateria na frente de todos os funcionários. Ela falou sério, mas eu não pude deixar de considerar a ideia. Iria ser bem excitante.
Cheguei à creche de Diana e ela já estava me esperando em uma salinha onde ficam as outras crianças. Quando ela me viu, logo esticou os bracinhos. Peguei-a no colo e me dirigi ao meu carro. Eu preparei uma festinha para comemorar o aniversário sozinho com ela. Quando cheguei lá, minha empregada já tinha deixado tudo pronto. Cantamos parabéns e brincamos. Eu comprei uns brinquedos de presente para ela. Porém logo ligou pedindo para eu levá-la para casa. Ela tinha que descansar para a festa de amanhã.
Assim que chegamos ao prédio de , me despedi de Diana e fui para minha casa. Eu estava sentindo que o outro dia seria cheio, só esperava que ocorresse tudo certo.
Acordei na manhã de sábado ouvindo uma movimentação no andar inferior da minha casa. Olhei na janela e tinha diversas pessoas caminhando pelo jardim. Avistei , ela estava atenta a tudo.
Desci as escadas e vi minha filha dormindo no sofá. Era o primeiro aniversário que eu passaria com ela. Tinha muito barulho na sala, então minha filha logo acordou. Quando ela despertou completamente e me viu, logo sorriu para mim. Fui em sua direção e a peguei no colo.
- Bom dia, princesinha, feliz aniversário! – Falei sorrindo para ela.
Fui até a cozinha para procurar algo para comer, e levei Diana no colo. Ela ainda estava meio sonolenta, então encostou a cabeça no meu ombro e ficou brincando com os meus cabelos.
entrou agitada na cozinha, o que acabou despertando Diana. - Ei meu amor bom dia! Você está com fome? Eu cortei alguns pedacinhos de maçã para você! Vamos comer? – Falou com um tom infantil, me ignorando completamente.
- Bom dia para você também ! Você é muito educada, sabia? E a Diana não curte muito maçã, achei que soubesse. – Falei provocando ela. me lançou um olhar mortal.
- Você está insinuando o quê? Que eu não conheço a minha filha? Você que não sabe de nada. Se ficar falando que ela não gosta de maçã, ela nunca vai comer. Ou você acha que só porquê ela gosta de chocolate, eu vou servir isso para ela todo dia de manhã! – Ela fez escândalo. Eu apenas ri, adorava provocá-la. Se ela já está irritada assim, imagina quando eu apresentasse Zowie como minha namorada. Eu estava adorando isso!
pegou Diana no colo e foi leva-la para comer maçã.
Já estava escurecendo, alguns convidados já chegavam à festa. A decoração estava bem bacana. A temática da festa era fadas, então tinha balões de fadas, bolo de fadas, doces de fadas e Diana também estava vestida de fada. Ela estava com um vestido branco e sapatilhas verdes. Tinha asas em suas costas e no seu cabelo uma coroa de flores rosas. Estava linda!
estava com um vestido verde escuro até o joelho, preciso acrescentar que seu decote estava me matando. Já eu estava com uma camisa branca e calça social. Modéstia parte eu estava gostoso pra caralho.
Já fazia algum tempo que a festa estava rolando. Diana estava se divertindo muito. Eu estava feliz por ela. Cantamos parabéns e tiramos fotos em família. Eu acho que estava odiando ficar do meu lado em todas as fotos, mas tanto faz.
Já era mais ou menos umas onze da noite. A maioria das crianças já tinham ido embora. Era a parte da festa onde ficavam apenas os adultos. Os garçons começaram a servir champanhe e whisky para os convidados. Eu estava tranquilo conversando com alguns amigos, quando eu avisto Zowie em um vestido rosa pink extremamente vulgar, porém gostosa. Agora que a festa começaria de verdade.
Fui até ela e a cumprimentei com um beijo. Acho que não viu pois estava empolgada conversando com algumas outras mulheres.
- ! – A chamei. Eu abracei Zowie pela cintura e fiquei esperando chegar.
- Sim? – Perguntou ela com uma sobrancelha erguida.
- Queria te apresentar Zowie, minha namorada. – Falei.
- É um prazer conhece-la, mas eu não entendo por qual motivo você está me apresentando ela. Eu não tenho nada a ver com sua vida. – Falou ela irônica.
- Claro que o tem que me apresentar a você, afinal eu sou a madrasta da sua filha não é mesmo? – Falou Zowie. – Aliás, cadê sua princesinha , quero dar os parabéns para ela. – Zowie procurou Diana.
Levei Zowie até Diana, que pegou ela no colo e deu um beijo na bochecha dela com o seu batom, também, rosa.
- ! Olha o que ela fez com Diana. Precisava ela deixar aquela marca ridícula na minha filha. E eu não quero que ela pegue minha filha no colo. Eu não a conheço e se você insistir em trazer esse projeto de vagabunda, eu proíbo Diana de ficar com você nas sextas, está me ouvindo. – falou baixo, porém era perceptível seu escândalo.
- Você acha que eu deixaria a minha filha com alguém que eu não conheço? Zowie é minha namorada, eu a amo e confio plenamente nela. Espero que você pare de dar escândalos, afinal Zowie e eu vamos ter filhos um dia e Diana terá que conviver com os irmãos. – Falei para provocá-la, tudo isso que eu falei era pura mentira. Zowie é uma vadia.
me olhou incrédula.
- Se isso é algum tipo de joguinho para me fazer ciúmes, saiba que está sendo ridículo. Eu não sou uma garota . Eu posso parecer nova ainda para você, mas eu sou uma mulher formada. Eu tenho uma filha, a criei sozinha. Não pense agora que eu vou cair nessas suas idiotices. Poupe o meu tempo e o seu com essa vadia medíocre. – falou séria, me encarando de forma mortal. Vi ela caminhando até Zowie e Diana e pegar minha filha no colo. – Eu e Diana estamos indo para casa.
- , a festa não acabou, portanto Diana fica. Quanto a você, pode ir para casa se quiser.
- Eu não vou deixar minha filha com você. – Falou ela séria.
- Essa não é uma conversa para ter no corredor, vamos subir?
- Era só o que me faltava, você quer conversar sobre o quê? Eu não tenho nada pra falar com você, seu inútil! – Falou visivelmente alterada.
- Ok então, vá para a casa. Apenas tenha em sua mente que não é a mim que você está prejudicando e sim Diana. – Falei.
me ignorou e seguiu até seu grupo de amigas.
Eu fiquei ali paralisado. Aquela mulher fica linda brava. Deve ser por isso que eu amo irritá-la.
Vi Zowie caminhando em minha direção com aquele vestido que me dava náuseas. Ela veio e me abraçou, tentou beijar meu pescoço, mas eu a evitei
- Agora não, Zowie! – Falei irritado.
Eu estava cansado, estava cansado de tudo na verdade. Eu queria de volta, eu queria passar mais tempo com Diana, eu queria parar de me sentir culpado. Eu não aguentava mais aquilo. Não queria brigar com . Zowie foi uma péssima ideia. Mas eu sou homem não? Eu queria uma diversão. E nesse quesito, Zowie era muito boa. era mil vezes melhor, mas eu não a podia ter.
A festa, então, acabou, só restou eu, , Diana e – infelizmente – Zowie. Ela estava pendurada no meu pescoço, me beijando e eu estava começando a ficar enjoado.
Diana quis abrir os presentes, e então sentou no chão e mostrou um por um para ela.
Diana acabou dormindo, estava arrumando a bagunça.
- , eu estou indo embora. Não se preocupe, nós pegamos um táxi. – Falou , com uma voz cansada e sonolenta.
- Não, , de maneira alguma, vocês podem dormir aqui.
- Prefiro não atrapalhar, de verdade, estou muito cansada. Prefiro ir pra casa. – Falou ela tão serena que eu até fiquei assustado. Ela parecia um pouco triste.
- Certo então, mas eu levo vocês. – Falei.
- Ok, vou juntar as coisas de Diana. Você pode colocá-la no carro? – Perguntou.
- Amor, eu vou junto com você. – Falou Zowie animada.
- A sua presença não vai ser necessária, Zowie. – Falei irritado.
- Te espero pra after party então, baby! – Falou ela manhosa.
- Vamos, . – falou .
- Vamos. – Peguei Diana no colo e levei a até sua cadeirinha. sentou no banco da frente.
A minha antiga casa era um pouco afastada da casa da , então era um longo caminho. Desde que saímos, encostou a cabeça no vidro e ficou observando a rua com aquela expressão triste.
- Por que você está triste? –Falei e minha voz mais pareceu um sussurro, mas foi o suficiente para ela ouvir. suspirou profundamente e fechou os olhos, parecia que ia chorar.
- Não houve nada, . – Falou ela baixinho com a cabeça baixa.
Fiquei em silêncio, se ela tivesse que falar ela falaria. Percorremos mais um longo caminho em silêncio, até que ela resolveu falar.
- Sabe, eu me culpo por ser tão dura com a Diana. Ela é só uma criança. – Falou ela com a voz angustiada. – Eu às vezes me comparo com a minha mãe. Eu sou mais parecida com ela do que deveria. Mas sabe, , o que mais me dói é, depois de tudo, sentir falta de uma figura materna. Ela, apesar de tudo, era minha mãe, e eu a amava. Ainda a amo. – Sussurrou. – Eu me sinto tão mal por isso. – Falou deixando uma lagrima cair, porém ela secou rapidamente. – E eu me sinto tão mal por você. – Finalizou ela e meu coração pareceu que iria sair do meu peito.
- Por quê? – Falei assustado.
- Eu... eu não queria ser assim. Eu não gosto de brigar com você. Mas ainda dói . Eu não posso apagar o passado. Eu ainda sofro por todas aquelas acusações ao meu pai. Mas toda vez que eu te vejo, parece que aquela ferida do passado se abre e machuca muito. – Ela falou e eu não conseguia me conter. Meu coração dava batidas tão altas que seria capaz de ser ouvido por Londres inteira. Estava difícil manter a concentração.
- Eu daria a minha vida para apagar o passado. – Nossos olhares se cruzaram e a ligação entre nós era tão forte tão intensa.
- Eu sei. – Ela falou.
- Eu juro que eu gostava de você, e minha intenção não era machucar você. Mas parece que estamos pagando pelos erros de nossos pais. – Falei triste. Percebi que estávamos na frente de seu apartamento.
- Infelizmente, estamos. E não podemos fazer nada. Se eu pudesse pedir aos céus, eu desejaria ter te conhecido novamente, desejaria que tudo fosse diferente. Mas isso nunca vai acontecer. Eu sei o quanto se sente culpado e o quanto se sente triste por não poder ter acompanhado o nascimento de Diana. Mas você pode consertar isso, de alguma forma. Minha ferida é muito profunda para ser reparada, e não foi somente sua culpa. Mas eu sei que mesmo assim se sente culpado. Mas você pode se redimir para você mesmo. Então document.write(Char).
Eu estava arrasado. Eu só queria poder voltar no tempo. Vi sair do carro e pegar Diana no banco de trás.
- Eu não posso me redimir comigo mesmo se eu não tenho seu perdão. – Falei com os olhos ardendo.
- , você foi o homem da minha vida, você me deu os melhores dias da minha vida, mesmo tendo os roubados depois. E você me deu Diana. A consequência boa do nosso passado. – Sorriu. – Eu te perdoo. Seja feliz! – Ela sorriu e se afastou.
Aquele momento foi um dos mais intensos na minha vida. Minhas mãos tremiam e meu coração estava esmagado dentro do meu peito. Eu não queria ter causado tanto mal a . Ela não merecia isso, pois no final das contas foi ela a prejudicada na história toda. Dirigi até a minha antiga casa com os olhos ardendo. Só Deus sabe o qual péssimo eu estava me sentindo naquele momento.
Cheguei em casa e não vi sinal de Zowie. No caminho eu fiquei pensando sobre tudo o que me disse. Talvez eu possa me tornar um homem melhor.
Subi as escadas em direção ao meu quarto e ouvi alguns barulhos altos que vinham de lá. Entrei no meu quarto e os barulhos continuaram. Agora era bem claro. Zowie estava no banheiro e estava chorando. Andei até lá apressado e quando eu abri a porta encontrei Zowie jogada no chão. Ela estava horrível e seu choro a fazia soluçar como uma criança.
- Zowie, o que houve? – Perguntei assustado.
Ela continuou chorando.
- Ela morreu, . Minha mãe, ela morreu! – Falou desesperada.
Sentei no chão na intenção de acalmá-la, mas ela continuava berrando.
- Calma, Zowie. Nós precisamos de calma agora.
Fiquei mais um tempo sentado com ela, enquanto ela chorava tristemente. Depois de muito tempo, seu choro cessou.
Fomos para o hospital onde sua mãe faleceu. Levamos roupas e os documentos. Durante o tempo em que ficamos esperando a liberação do corpo, ela me contou um pouco sobre a sua vida. Me contou que sua mãe era a única familiar viva. Ela descobriu que tinha tumor no cérebro, mas foi muito tarde para tentar fazer alguma coisa. Zowie me disse que todos os presentes e dinheiro que ela ganhava era todo remetido para o tratamento de sua mãe. Um emprego normal não era o suficiente para pagar o tratamento. Zowie estava muito abalada. Depois que ela viu sua mãe sem vida ela piorou.
Paguei o velório, que foi bem simples e triste. Era uma capela onde estava eu, Zowie, um padre e o coveiro.
Eu estava triste por ela. Eu já passei por isso.
Zowie estava sem ninguém. Eu pensei muito nas palavras de . Será que era essa a minha chance?
- Zowie, você não está sozinha, ok? Eu vou estar aqui para o que precisar. – Falei, a abraçando. – Sabe, minha antiga casa está vazia, você pode ficar lá se quiser.
- Obrigada, , mas eu não posso aceitar. Aquela casa é muito grande e eu não tenho dinheiro para pagar as despesas. E além disso, eu me sentiria extremamente sozinha lá.
- Zowie, eu já falei que eu não vou te deixar sozinha, e muito menos deixar você pagar as despesas. – Falei calmo.
- Eu não sei o que faria sem você, ! Você é um homem maravilhoso. E eu vou fazer valer minha companhia para você. –Falou Zowie passando o braço ao redor do meu pescoço.
- Não, Zowie. É para isso que servem os amigos. – Falei sorrindo para ela.
- Você sabe que é mais que meu amigo, . – Falou e me beijou. Eu podia culpar a carência, mas eu sabia que aquilo era desejo. Eu não vou negar que apesar de achar que ela era uma vadia, ela era gostosa e tal. E hoje ela me mostrou um lado mais humano e estava sozinho, então que mal tinha. Segurei sua cintura e aprofundei o beijo. Talvez fosse um novo começo.
As semanas se passaram muito rápido. Zowie estava morando na minha antiga casa. Nós estávamos juntos. Ela é uma mulher bacana. Também fui visitar Diana várias vezes. Eu não conseguia ficar longe da minha pequena por muito tempo (ou por um dia). e eu estávamos em um momento de trégua. Não éramos melhores amigos, mas também não ficamos brigando.
Era sexta feira. Diana não teve aula e estava de folga hoje, então, eu iria vê-la.
Já passava das oito da noite quando eu toquei a campainha de .
- Oi, . – Falou ela quando abriu a porta.
- Oi, , tudo bem? – Falei amigavelmente.
- É, tirando a dor no corpo que eu estou, está tudo bem sim. – Falou ela om uma cara de dor.
- Você não parece bem. Tá doendo o quê? – Perguntei preocupado.
- Ah, estou com dor no corpo, dor de cabeça, mas eu provavelmente vou ficar gripada. Nada a se preocupar. Aliás, acho que não é nada educado da minha parte te deixar plantado aí na porta. Entra! – Falou ela sorrindo e eu entrei.
Encontrei Diana na sala, concentrada nas suas bonecas. Caminhei até ela.
- Olá, princesinha linda do papai! – Falei, ela me olhou e sorriu para mim com seus novos dentinhos. – Papai estava morrendo de saudades de você meu amor. – Falei a pegando no colo e abraçando meu bebê.
- Ela também estava com saudades suas. Parece que ela prefere você. – falou e fez uma carinha triste e depois riu.
- Acho que temos uma ciumenta aqui, hein, Diana. – Falei brincando com elas.
- Convencido! – falou – , você se importa se eu deitar no sofá um pouco. Estou um pouco tonta.
-Claro, , mas você comeu alguma coisa? Deve ser isso. – Perguntei a ela enquanto Diana puxava meus cabelos.
- Eu não consigo sentir o gosto de nada, . – Falou ela.
- Deixe me fazer alguma coisa pra você! – Falei.
- Não se preocupa , sério, eu vou ficar bem. – falou com uma vozinha de doente.
- Você não vai ficar bem se não comer. Sabe, eu sei fazer sopa. Vou fazer uma pra você ok?
- Se você não me matar de intoxicação alimentar, tudo bem! – Falou .
- Engraçadinha. Você vai comer a melhor sopa da sua vida. Com os melhores cozinheiros. Você me ajuda, Diana? –Perguntei sorrindo para minha filha ela concordou mesmo sem saber do que se tratava.
Preparei tudo, a sopa, a mesa, e chamei para ir comer.
Nós três acabamos comendo a sopa. Aliás, a que mais comeu foi a Diana. Aquela menina comia mesmo.
- É, até que você não é tão ruim. – Falou , com indiferença.
- Nossa , assim você machuca meus sentimentos. – Falei brincando.
- Na verdade , tá muito bom. Obrigada, estou me sentindo melhor agora. – Falou , olhando dentro dos meus olhos e sorrindo de uma forma meiga. Era impressão minha ou a antiga estava voltando?
- Não agradeça. É o mínimo que posso fazer por você. Além do mais eu sei que você precisa estar bem forte para cuidar dessa safadinha. – Falei apertando o nariz da minha pequena.
- Já pode casar . – Falou de uma maneira casual.
- Uau, como você é fácil . Eu fiz uma simples sopinha e já está me pedindo em casamento? – Falei divertido.
riu e levantou para levar os pratos para a pia.
- Você trabalha amanhã, ? – Perguntou da cozinha.
- Amanhã, não. – Respondi simplesmente. - Então, é.... eu queria saber se você quer levar Diana para dormir lá na sua casa. – disse e eu quase não acreditei no que ela estava dizendo.
- Claro, . Nossa obrigada! Nós vamos nos divertir muito! – Falei extremamente empolgado.
- Minha princesinha, mamãe não está te dispensando, ok? Eu preciso acordar cedo e não tenho com quem te deixar. Você vai gostar de ficar na casa do papai – falou com a filha.
E assim fui rumo ao meu apartamento, aproveitar minha primeira noite que eu passaria com minha filha.

Diana era uma criança extremamente agitada e muito inteligente. Quando ela chegou na minha casa, fomos brincar. Crianças tem uma imaginação incrível.
Na sua brincadeira eu era a Wendy e eu a Tinker Bell. Eu não entendo como essas crianças ainda gostam dessas coisas. Provavelmente, compra esses clássicos infantis. Não é mais fácil dar um computador, celular ou sei lá?
No final das contas, sou eu que tenho que ficar vestindo um par de asas ridículas e falar com uma vozinha nasalada. Diana é exigente igual a . Se eu não brinco da maneira que ela quer, ela reclama. Mulheres...
Depois de muito esforço consegui colocar um pijama na minha pestinha e arrumei sua cama. Sim, ela tem um quartinho aqui no meu apartamento. E adivinhe, tem fadas para tudo quanto é lado. Fiquei um pouco com ela até ela dormir. Dei um beijo em sua testa e fui me preparar para dormir.
Eu estava tranquilo na minha cama quando sinto meu celular vibrar embaixo do travesseiro. Havia duas mensagens. A primeira era de .
, Diana já está dormindo? Ela tem que dormir cedo, ok? Quando acordar não esqueça de dar alguma fruta a ela. Nada de panquecas ou sei lá o quê. Boa noite! ”
, ela já está dormindo. E eu sei o que dar pra ela no café da manhã, certo? Agora dorme. Seu chefe não vai gostar de ver uma funcionária doente. Vai acabar te demitindo e eu vou ser obrigado a te contratar e levar uns tapas no meio do expediente! Beijos.”
“Idiota.”
Fui abrir a outra mensagem, era de Zowie.
“Eu e minha cama estamos morrendo de saudades de você.”
Rolei os olhos, ela era meia grudenta, e isso que nós nem éramos namorados.
“Eu também estou, Zowie, mas hoje Diana está aqui e eu não posso. ”
Respondi e guardei o celular. Zowie era aquelas loucas que ficam mandando sexts nas horas mais inconvenientes.
Não sei quanto tempo passou, porém acordei com a campainha tocando. Bufei irritado, eram quatro da manhã!
Abri a porta e encontrei Zowie em um vestido preto mega apertado.
- Você não acreditou quando eu disse que eu senti saudades suas não é mesmo? – Falou ela me beijando assim que eu abri a porta.
- O que você tá fazendo aqui? – Perguntei impaciente.
- Nossa baby! Eu sei que isso tudo é stress. Vou fazer você relaxar, ok? – Perguntou ela maliciosa.
- Zowie, minha filha tá aqui. – Falei.
- E daí, ? Ela tá dormindo. Vamos lá, eu quero muito você hoje, e eu sei que você também quer. – Falou ela manhosa.
- Zowie, eu não vou transar com você! – Falei irritado, se ela começar a insistir muito eu sei que eu vou ceder. Então era melhor cortá-la.
Não adiantou muito, pois Zowie continuou com as carícias e eu acabei cedendo. E foi uma noite muito boa.
Na manhã seguinte acordei e olhei no relógio, passava das nove da manhã. Levantei em um pulo. Precisava dar café para Diana. Olhei no quarto, e ela não estava. Fui para cozinha e Zowie tentava dar alguma coisa pra ela comer, porém Diana jogava toda comida em Zowie.
- , essa criança é uma peste! Olha o que ela fez na minha roupa. – Falou ela irritada – Você não vai fazer nada?
- Zowie, ela é uma criança. Se você gritar com ela, ela vai jogar tudo em você. – Falei impaciente. Caminhei até lá e tirei a colher da mão da Zowie. Ótimo, Zowie fez panquecas! E iria descobrir. Zowie continuou gritando algumas palavras que eu fiz questão de ignorar.
- Filha, eu sei que Zowie não tem jeito com você, mas você não pode jogar comida nela! – Falei, limpando o rosto e as mãos da minha filha.
Como era sábado e trabalhava só até o meio dia, resolvi dar banho e levar Diana para casa. Diana estava meio enjoada. Eram as panquecas. iria me matar!
Quando cheguei no apartamento de , Diana vomitou. Claro que me olhou com uma cara desconfiada.
- O que você deu pra ela? – Perguntou séria.
- É que ela acabou comendo panquecas. – Falei com medo.
- Mas eu te falei que ela não pode comer panquecas! Que droga, ! Agora ela vai vomitar pra caramba! – falou brava.
- É que foi sem querer, não fui eu. – Falei.
- Ah, se não foi você, foi quem? – Ela levantou a sobrancelha me desafiando.
- A Zowie estava lá e acabou dando panquecas para ela. – Droga!
- A Zowie estava lá? Como você quer que eu confie em você se você fica transando com outra enquanto minha filha está lá! – estava furiosa.
- Eu sei, - Eu já perdi as contas de quantos votos de confiança eu já te dei! Olha , eu realmente não sei se ela vai passar a noite com você de novo. – Falou . – Agora, por favor, vai embora!
Não tinha o que fazer, a culpa foi toda minha.
- Eu queria que fosse você - Falei.
- O quê? – Perguntou ela confusa.
- Eu queria que fosse você que tivesse passado a noite comigo. – Falei e fui embora.
E essa era a verdade, porque eu só queria na minha cama. Só ela me faz sentir completo.

Saí da casa da meio atordoado. Eu sabia que havia cometido um erro gravíssimo, primeiro por ficar com Zowie na minha casa enquanto Diana estava lá, e também por ter deixado Zowie sozinha com ela.
Eu estava irritado. Quando cheguei no meu apartamento dei de cara com uma Zowie sorridente.
- Olha só amor, achei um restaurante pra hoje à noite. – Falou ela piscando de uma forma sensual.
- Legal, Zowie. Vai com quem? – Falei tentando sair da situação.
- Com quem mais eu iria? Com você, né, meu amor! – Me abraçou.
Me esquivei dela, eu realmente não estava afim.
- Olha só Zowie, eu não vou em lugar nenhum. Arranja outra pessoa, eu aposto que isso não falta na sua agenda telefônica. – Falei me jogando no sofá.
- Como assim, ?! Eu posso conhecer várias pessoas, mas você que tem que ir comigo. – Zowie falou com aquela voz fininha e irritante.
- Ah é, e por que eu tenho que ir com você? – Perguntei.
- Porque você é meu namorado. Você tem a obrigação de me levar pra jantar, comprar presentes... – Zowie começou a listar coisas que namorados tem que fazer para namoradas.
Eu tive que rir, rir não, gargalhar. De onde ela tirou essa história de namorado?
- Zowie, olha só, você lembra de alguma vez eu ter te pedido em namoro? Não né, porque eu não pedi. Eu não sou seu namorado. Achei que tinha deixado isso bem claro. É só sexo. Não quer, problema é seu. – Falei sem paciência.
Zowie me olhou com uma cara ofendida, e foi embora.

A sexta feira chegou voando. Passei a semana toda analisando contratos para um grande negócio que eu iria fechar. Já se aproximava das seis e meia da tarde. Iria buscar Diana na creche e levá-la até a casa da .
Quando cheguei lá, não encontrei Diana na salinha de espera, como era de costume. Fiquei preocupado, claro. Caminhei por toda escolinha, até encontrá-la em uma que provavelmente era a enfermaria. Tinha uma senhora de meia idade junto com ela.
- O senhor deve ser o pai da Diana, estou certa? – Falou ela simpática.
- Sim, sou eu. O que houve? – Perguntei nervoso.
- Nós não sabemos. Ela passou o dia todo chorando, não quis comer. Trouxe ela para examinar, mas não foi nada físico. O senhor sabe de algo que possa tê-la deixado assim? – Me perguntou.
- Não, eu não sei. – Falei agitado e caminhei para perto de Diana que chorava baixinho. – O que houve meu amor? Tá doendo alguma coisa? – Eu estava extremamente nervoso. Diana não berrava. Ela apenas chorava baixinho.
Meu coração estava partido. Eu nunca esperei ver minha menina tão cheia de vida abalada. Peguei Diana no colo e ela apertou seu bracinho em volta do meu pescoço. Meu terno estava um pouco molhado na altura dos ombros pois ela continuava chorando muito.
- Minha princesa, fala para o papai! O que houve meu amor. Alguém te machucou? – Falei olhando em seus olhinhos vermelhos. Ela apenas balançou a cabeça e apertou os olhos deixando outras inúmeras lágrimas rolarem pelo seu rosto. – Eu vou levar ela pra casa e vou ver o que aconteceu. Estou preocupado. Ela não é de ficar assim.
Fomos embora da creche. No caminho todo o silêncio de Diana permaneceu. Chegamos na casa de . Na mochila de Diana tinha uma cópia da chave, pois é obvio que ela não me daria uma.
O choro e o silêncio de Diana permaneceram. Continuei com ela no colo enquanto tentava acalmá-la. Não demorou muito para chegar.
- Oi, , vim mais cedo. Não estava me sentindo muito bem. – Falou ela entrando na sua casa.
- Oi, , na verdade você não é a única. Diana não para de chorar. – Falei.
- Ai meu Deus, ela se machucou? me diz o que houve?! – correu até nós, pegando Diana de meus braços para certificar que a filha estava bem.
- Quando eu cheguei na creche me informaram isso. Aparentemente, ela não se machucou. Eu estou preocupado, ! – não escutou nada que eu disse. Ela estava desesperada.
- Filha, o que ouve fala para a mamãe meu amor! Alguém te machucou? , meu Deus do céu. O que eu vou fazer. Fala para a mamãe filha, por favor. – estava chorando. Também não era pra menos. Eu estava extremamente nervoso. E não houve jeito, Diana continuou chorando até cair no sono. também estava uma pilha de nervos.
- Eu vou ligar para a diretora da Diana. Alguma coisa houve, , e nós temos que descobrir. - falou irritada.
- Você tem toda a razão , só não fiz isso hoje porque quando cheguei lá Diana já estava chorando muito. – Falei – E qualquer coisa, não hesite em me chamar a qualquer hora, ok?
- Claro! – Falou e suspirou longamente. – Obrigada por ficar com ela, . Tenho que admitir que você agiu de uma maneira bastante racional. Eu não sei o que faria se estivesse sozinha com ela.
- Não agradeça, , eu sou pai de Diana, é minha obrigação. E eu adoro ficar com ela. – Falei. – Eu já estou indo, mas não esqueça de me ligar para mandar notícia. E fique bem, eu sei como dói ver ela assim. – Falei e abracei . Para a minha surpresa, ela me abraçou de volta. Me abraçou forte. E não era algo malicioso ou com segundas intenções de ambas as partes. Era só um abraço de conforto. E naquele abraço teve uma intensa troca de energia.
Fui para a casa, com a certeza que ainda poderíamos ser uma família.
Já passava da meia noite quando eu finalmente fui dormir. Foi um dia estressante e bem difícil. Eu ainda estava intrigado com Diana. Alguma coisa houve, eu tenho certeza disso. Ela não era de ficar fazendo birra, nem de chorar à toa.
Eu precisava descobrir. Ela não seria maltratada na creche. Era um lugar renomado e caro. Porém não iria descartar essa possibilidade. iria amanhã pessoalmente na escolinha da Di. E eu faria questão de estar junto com ela.
me ligou as oito e meia da manhã. Eu estava me arrumando para buscá-las. Chegando lá, pude notar que Diana estava, aparentemente, melhor.
- Oi, ! Nossa princesinha está melhor. – Falei pegando Diana no colo. Ela ainda estava um pouco séria, mas com certeza melhor que ontem.
- Ela está melhor, pelo menos não chorou hoje. – falou. Ela estava bem mal, também imagino o quanto não deve estar preocupada.
- , você está bem cansada. Sabe, eu posso ir. Fica e descansa. – Falei.
- Não, , eu só vou descansar quando descobrir o que houve com a Diana. – Falou ela fazendo carinho no rostinho de nossa filha.
- Ok, vamos lá. Eu só estava preocupado com você.
- Obrigada, , mas eu realmente preciso estar presente. E vai ser importante ter você junto comigo. – Ela falou e sorriu brevemente.
Fomos nós três para creche. Chegando lá, Diana se recusou a entrar. Eu entendi e fiquei bastante preocupado. Depois de muito tempo conseguimos fazer ela dormir para podermos entrar. Eu estava com ela em meus braços, e parecia estar tendo um ataque de nervos.
A diretora nos recebeu na sala dela.
- Senhorita e senhor ? A que devo a visita? – Perguntou ela educada. - , por favor. Eu vim pois Diana voltou para casa completamente perturbada. Ela chorou a noite toda e hoje se recusou entrar aqui. Eu estou preocupada, houve alguma coisa? – perguntou, rápida e afobada.
- É, fiquei sabendo deste episódio. E lhe peço desculpas. Eu não estava ontem na hora em que o senhor veio buscar a Diana. Devo lhe dizer que não aconteceu nada que possa ter causado mal a ela. Apenas a avó da menina, sua mãe senhora Elizabeth, veio até nós para vê-la. – A diretora falou calma.
Eu olhei para , estava esperando a reação dela. Ela parecia que iria explodir de raiva. E eu estava muito surpreso, o que aquela bruxa estava fazendo atrás da minha filha?
- O que, a Elizabeth? O que ela veio fazer aqui? Eu não quero ela perto de Diana. – estava gritando.
- Por favor, , peço calma. Ela é avó materna da menina. Não tínhamos como recusar a visita dela. Suponho que esta crise de Diana seja a falta da avó. Sugiro que a visitem mais vezes. Senhora Elisabeth inclusive disse que você permitiu que ela viesse buscar Diana. - Falou a diretora e a olhou incrédula.
Eu estava calado até o momento. Porém eu senti a necessidade de falar.
- Eu pensei que a segurança dessa escola fosse melhor. A senhora quer dizer que, qualquer um que se dissesse parente de alguma criança, vocês permitiriam a entrada? Eu realmente não estou nada contente com essa escola. – Falei.
- Eu nunca permiti a entrada de Elizabeth aqui. Eu não quero ela perto da minha filha. Aliás, eu não quero que Diana fique aqui. Estou cancelando a matrícula. - Falou irritada.
- Tudo bem, ! Apenas acho que você deveria permitir as visitas da avó. Afastar um parente querido pode deixar a criança perturbada. É extremamente normal. – Falou ela em um tom superior.
- Você não sabe o que está falando. E eu também não permito suas sugestões. Você acabou de jogar seu profissionalismo no lixo. – Falou e foi em direção a saída. A segui.

Quando entramos no carro, começou a chorar. Ela estava tremendo. Imediatamente parei o carro para tentar acalmá-la.
- Ei, , já passou não se preocupe. – Falei pegando a mão dela.
- , ela ia sequestrar nossa filha. – Falou ela apavorada. – Ela iria levar Diana de mim !
chorava alto.
- Calma, , nossa filha está bem ok? Elizabeth nunca mais vai chegar perto de Diana. Eu te prometo.
- Por que, ? Por que ela tá fazendo isso? Ela já não foi cruel o suficiente? – me perguntou. Eu não tinha respostas. Elizabeth era uma criminosa.
Quando chegamos a casa de , Diana continuava dormindo e estava pensativa.
- O que foi, ? – Falei sentando no seu sofá ao seu lado.
- Foi por isso, ! Foi por isso que Diana chorou quando viu Elizabeth. Crianças sentem. Elizabeth me maltratou a gravidez inteira. Ela me deixou sem comer! Isso atingiu Diana também. Eu sei que ela ficou com medo. – falou rápido demais.
Ela já tinha me contado sobre como sua mãe a maltratou quando estava grávida. Diana dormia no sofá, ao nosso lado.
Eu a olhava, e sua aparência tão angelical. Como alguém podia fazer mal a ela? Ela era tão frágil, mas aguentou firme o tempo todo. Eu nunca mais iria deixar ninguém machucar minha filha.
Continuei ali. Sabia que precisava de alguém. Elizabeth passou de todos os limites. E algo me dizia que ela não iria parar.
- Eu vou me demitir, . Eu não vou deixar Diana. Elizabeth está louca e eu não quero que nada aconteça a nossa filha. – Falou ela.
- Se você prefere assim , tudo bem! – Falei dando um sorriso amigável a ela. - Estou disposto a ajudar com qualquer coisa que precisarem.
- Não, . Eu não quero o seu dinheiro. – Sua expressão mudou. Ela estava começando a ficar irritada.
- , eu sei que você não quer meu dinheiro. Mas você pode trabalhar comigo. Claro, você trabalha em casa e fica com Diana. Eu posso ficar com ela também. – Falei.
- Trabalhar com você não daria certo ! Eu já te falei que eu não vou aceitar suas ordens. – Falou ela levantando uma de suas sobrancelhas.
- Você sabe que eu não tenho a audácia de te dar ordens. Mas acho que você poderia me ajudar com uns negócios. Confio em você. – Falei tentando convencê-la. - Podemos fazer assim, somos sócios, então ninguém manda em ninguém.
- Eu sendo sua sócia? – riu. – Você tá delirando, né, ? Como eu vou ser sua sócia? – Perguntou ela incrédula.
- Ué, , temos uma sociedade. E acho que devemos comemorar. Podemos pedir comida japonesa! – Falei animado.
- Você é louco, ! Mas podemos sim pedir comida japonesa. Estou morrendo de fome! – Ela sorriu.
E assim foi a tarde. Foi amigável e tranquila. E eu estava amando todos os momentos perto de e Diana.
aceitou trabalhar comigo. E eu estava muito feliz. trabalhava em casa, porém algumas vezes ia me ajudar no meu escritório. Diana ia junto. Eu estava amando tudo isso. Nós estávamos em um momento bom. Tão bom que eu me esquecia do mundo. Para mim, só existiam Diana, e eu. E isso bastava.
Cheguei em casa depois de um longo dia. Eu estava cansado e com fome. Fui em direção a cozinha encontrar algo comestível lá.
Quando cheguei lá, fiquei meio surpreso. Tinha um bilhete de Zowie na geladeira. Como ela entrou no meu apartamento?

,
Deixei este bilhete para dizer que eu agradeço tudo o que fez por mim, no momento mais difícil da minha vida. Você foi um verdadeiro amigo, me deu um lugar para morar, e também momentos inesquecíveis.
Porém, eu não posso continuar assim. Você não me dá atenção nenhuma. Você não me trata como sua namorada. Eu acho que você percebeu que eu estava me apaixonando. Mas, infelizmente, você não tem olhos para mim. E eu acho que eu também não aguentaria sua filha birrenta e mal-educada. Nem sua ex neurótica e antipática.
Enfim. Espero que não sinta saudades, pois eu não vou largar meu amante milionário para ficar com você.
Com amor, Zowie. ”

Aquilo só poderia ser brincadeira, né? Zowie perdeu o senso do ridículo. Ela não poderia simplesmente sumir? Tinha que invadir minha casa, insultar minha filha e e ainda por cima pedir para eu não sentir saudades!
Olhei em volta e notei a chave da minha casa, onde ela estava morando. E a única coisa que me veio à cabeça foi “já foi tarde Zowie”.
Chega de mulheres escandalosas na minha vida. Agora meu único objetivo era conquistar .
Acordei cedo e fui buscar . Eu tomava café da manhã na casa dela e aproveitava pra ficar um pouquinho com Diana. Ela ficava no escritório todas as Quartas até o meio dia. Diana também. Porém ela acabava dormindo ou assistindo desenho com Sue, minha secretária.
Cheguei lá e a mesa estava posta, Diana estava pintando algum livro infantil e estava tentando secar os cabelos.
Dei café para Diana, enquanto beliscava algumas coisas. A campainha tocou. me olhou com uma cara estranha e foi atender a porta. Era bem estranho porque ela não recebia visitas, ainda mais oito horas da manhã.
- Pois não? – Falou ela quando abriu a porta.
- Senhorita . Sou Alfred Walker, trabalho para a Scotland Yard. Venho falar sobre seu pai. – Falou ele.
- Eu não sei com que eu posso lhe ajudar. Não tenho nenhum contato com ele. – Falou .
O advogado me viu e apertou minha mão.
- Na verdade, senhorita . – o cortou pedindo para a chamar apenas pelo primeiro nome. – Certo, . Venho lhe informar que seu pai, senhor Scott foi assassinado.
paralisou. Fui para perto dela e a abracei. Ela não tinha vínculos com eles, pelo menos não mais. Porém era o pai dela. O homem que lhe deu a vida.
- Como? – Perguntou ela baixinho.
- É delicado, , envolve seus pais. Minha equipe ficou responsável por investigar o crime. E concluímos que seu pai foi assassinado pela senhora Elizabeth . – Falou ele devagar e cuidadoso.
Acho que não conseguia organizar as informações na sua mente, pois ela estava com uma expressão confusa e ao mesmo tempo triste.
- Eu entendo que você possa estar confusa, pois é sua mãe. Mas todas as provas indicam a senhora Elizabeth. Ela ao menos escondeu as provas. - Falou ele tentando esclarecer as informações para .
pareceu ligar os pontos, e de confusa, sua expressão foi para de pavor.
- Por quê? Como ela fez isso, ai meu Deus, , ela enlouqueceu. Essa mulher é uma assassina. – Falou entrando em desespero.
- O crime foi há cinco dias. Tentamos esconderas informações ao máximo durante as investigações. Consultamos psiquiatras e a senhora foi diagnosticada com diversos distúrbios psicológicos. – Falou o policial. - Ela nem ao menos tentou esconder a arma, ou negar a acusação. E bem, agora que você é a única pessoa viva na família de Elizabeth, venho lhe trazer a autorização de internação.
estava assustada. E eu também claro. Será que ela iria fazer o mesmo com Diana?
- Eu assino, desde que ela nunca mais chegue perto da minha filha. – pegou o documento e assinou com a letra tremula.
- Obrigado, vamos tomar todas as providencias para que a senhora não volte a ter nenhum contato com você ou sua filha. – Falou o policial e se retirou.
ainda estava incrédula. Eu posso imaginar o quão difícil deve ser ter uma mãe assim. E mesmo depois de tudo ela continuava sendo mãe de . E apesar de ser uma mulher responsável e independente ela só tinha vinte e um anos.
- É, acho que a família foi extinta. – Falou ela, com um meio sorriso, mas eu podia imaginar o quanto ela estava triste. Eu me sentia culpado. Desde que eu entrei na vida da , ela pareceu desmoronar aos poucos.
- , eu não posso deixar de me sentir culpado por isso. Eu sei que eu tenho uma grande parcela de culpa. – Falei com um enorme nó na garganta. – Eu sei o que você está sentindo. Eu perdi toda a minha família.
- ... – Falou ela com uma voz fraquinha. – Era para acontecer. Todo os problemas relacionados a nossas famílias, foram resolvidos. Eles morreram, foi tudo deixado para trás. Eu só quero seguir em frente, e esquecer tudo o que acontecer no passado. – Falou ela, olhando em meus olhos.
- É tudo o que eu mais quero, eu só preciso do seu perdão – falei implorando. – Me desculpa por toda dor e toda mágoa que eu lhe causei.
- , você apesar de tudo me deu os melhores momentos da minha vida, me deu a liberdade que eu nunca tive, e principalmente me deu uma filha, como eu posso não te perdoar? O erro não foi seu, ou meu. Foram deles, e agora estão todos longe. Somos eu, você e Diana. – falou com lágrima nos olhos. E eu também não pude deixar de ficar emocionado.
- Eu, você e Diana. – Falei baixinho.
E assim ficamos. Tiramos o enorme peso que ainda estavam em nossos ombros. Eu me sentia novo, como se eu voltasse ao tempo em que eu era jovem. Não existia mais dor. Apenas eu, e Diana.

E os dias se passaram tranquilamente. e eu nos víamos diariamente. Diana, também, ia todos os dias ao meu escritório. A coitada da Sue estava virando babá de Diana. e eu fazíamos uma bela dupla de negócios. Ela era inteligente e profissional. Nós estávamos muito bem. Éramos amigos, porém eu queria mais.
Eu estava planejando convidá-la para sair. Sue já disse que ficaria com Diana. Eu tinha feito duas reservas no The Roof Gardens, um restaurante lindo no topo de um prédio. Eu tinha certeza que iria gostar, ela reparava nessas coisas arquitetônicas. Só faltava ela aceitar, mas isso era apenas um pequeno detalhe.
Eu estava bastante atarefado, porém ainda sim dei uma folga para . Fazia três dias que eu não a via. Hoje eu iria convidá-la para sair. Eu estava nervoso, admito.
Cheguei na casa de e encontrei as duas no sofá, Diana dormia e não havia decidido se dormia ou assistia televisão.
- Oi, . – Falou ela.
- Oi, ! Vim ver Diana, estava com saudades dela. Mas já vi que ela não acorda hoje. – Falei olhando para Di, também olhou para ela e sorriu.
- Você também era assim. Estava sempre dormindo. Hereditário. – Falou ela e sorrimos. – Você poderia ter ligado, só assim não perdia a viagem.
- Na verdade eu não perdi. Eu queria falar com você. – Falei nervoso. Não me julguem.
- Hm, ok. Só deixa eu levar Diana para o quarto. – Falou ela. Pegou Diana no colo e a levou até o quarto da nossa filha.
Sentei no sofá e soltei um pouco minha gravata. Ela voltou e sentou do meu lado.
- Então? – Perguntou ela.
- É... Eu estava procurando uns restaurantes e encontrei um bem legal aqui perto. Estava pensando que você poderia ir comigo. – Falei e ela riu.
- Está me chamando para um encontro? – Falou ela elevando uma sobrancelha.
- É, acho que sim. – Falei sorrindo.
- Ok, eu vou, mas Diana terá que ir junto.
- A Sue pode ficar com ela. - Falei rápido demais.
- Então você já tinha planejado isso, né? – Falou ela sorrindo ainda mais.
- Tem como mentir pra você? – Perguntei sorrindo também.
- Não, não tem.
- Certo então, posso te pegar amanhã as oito? – Perguntei e ela confirmou.

Fui para casa ansioso pelo dia seguinte.
E lá estava eu de novo. Minha mente insistia em relembrar o passado, quando eu levei para sair e a pedi em namoro. Eu sentia que havia um novo . Um sério, nervoso e apaixonado.
Eu queria muito reconquistar e, sendo assim, todo o nosso encontro deveria ser perfeito. Eu estava usando uma camisa social preta. Borrifei um pouco de perfume, peguei as chaves do carro e sai. Se havia uma coisa que eu sabia sobre , é que ela não ligava para a aparência. O importante era a companhia.
Segui até sua casa, quando cheguei ela estava no hall me esperando. E ela estava linda, estava com um vestido cor vinho de manga comprida. Pude reparar que havia um decote na parte de trás. Estava maravilhosa.
- Oi, ... Eu não sabia o que vestir então botei esse vestido. Espero que esteja adequado, senão eu subo e troco. – Falou ela mordendo o lábio inferior.
- Olá, . Você está maravilhosa! – Falei em êxtase. Não que ela não fosse maravilhosa o tempo inteiro. Mas hoje era especial.
Fomos em direção ao The Roof Gardens. Quando chegamos lá, o maître do restaurante nos levou até nossa mesa. E eu escolhi a melhor mesa. Ela ficava em uma área reservada, e a vista lá do alto era espetacular.
- , esse lugar é simplesmente lindo! Como eu não descobri isso antes? – Falou encantada com o lugar.
- Eu sabia que você iria gostar. – Falei enquanto puxava a cadeira para ela sentar. Um cavalheiro, eu sei.
- Isso é tão engraçado. Parece que é a primeira vez. – Falou ela nostálgica, busquei sua mão e a segurei.
- Eu queria muito que fosse a primeira vez. – Falei olhando em seus olhos e ela sorriu.
O tempo correu normal. Durante o jantar conversamos e rimos bastante.
- Hoje eu recebi uma carta do advogado do meu pai. – Falou ela com uma carinha triste – A herança vai ficar comigo.
- Se você quiser companhia, estarei lá com você. – Falei.
- Na verdade, , eu quero sua ajuda. – Falou ela. – Eu vou doar toda a herança. Eu vou distribuir o dinheiro em todos os hospitais de Londres. Eu sempre quis fazer algo pelas pessoas doentes, e eu acho que essa é minha oportunidade. Eu não quero nada do que era dele.
Eu sorri, tinha um coração tão bom.
- Claro que eu ajudo você. Você é tão generosa! Eu não pude escolher mãe melhor para minha filha. E mais linda. – Falei e ela sorriu.
Estávamos observando a vista. Era um lugar incrível.
- Obrigada. – Falou ela tímida.
- Daria tudo pra te ter. – Falei do nada e ela ficou vermelha na hora. – Eu daria minha vida por você . Desde o dia que eu te conheci eu jurei que eu nunca me apaixonaria por você. Mas estava completamente errado. Eu estou há dois anos atrás de você, porque você é única. A única que me deu o que jamais alguma outra poderia me dar. Eu te amo. – Sussurrei a última frase no ouvido de .
E era como se eu estivesse voltando dois anos atrás. Sentir os lábios de nos meus era o paraíso. Eu sentia tanta falta dela, que o beijo era desesperado. Só conseguimos nos separar quando faltou o ar.
E para a minha surpresa, me puxou para outro beijo e assim continuamos até pararmos no meu apartamento. E aquela noite foi mágica. Só ela sabia como fazer. E nenhuma mulher que passou na minha cama pode se comparar a . Simplesmente nenhuma.
Eu despertei de repente e não encontrei no outro lado da cama. Olhei para a sacada e parecia ser madrugada ainda. Levantei a cabeça e encontrei procurando suas roupas.
- Ei, , o que foi? – Perguntei meio sonolento ainda.
- Eu não consigo achar meu sapato! – Falou ela sem me olhar.
- Por que você tá procurando o sapato? Depois nós procuramos, fica aqui. – Falei.
- Droga, eu sou uma irresponsável! Como eu pude deixar Diana esse tempo todo! – Falou ela, finalmente achando o sapato que tanto procurava e o colocando apressadamente.
- , a Sue pode ficar lá a noite toda. Não se preocupe. – Falei, porém, sem sucesso. continuou se arrumando para ir embora. Levantei e fui me arrumar para levá-la em casa.
Quando terminei de me arrumar, fomos em direção a casa de . Aquele típico silêncio constrangedor pós sexo estava me incomodando bastante. Quando chegamos em frente ao seu prédio, ela me deu um tchau bem sem graça. Eu, claro, a beijei. Não sei se ela gostou, porque estava bem séria.
Voltei para casa. O perfume dela ainda estava na minha cama. E eu já estava com saudades dela.
Era segunda. O dia começava a escurecer. ainda estava de folga. E desde sexta, quando eu a levei para sair, nós não nos falávamos. Resolvi passar em um restaurante e levar comida japonesa para ela. Enfrentar a fila de um Drive-Thru naquela hora era uma merda. Quando cheguei na casa de , já estava escuro.
- Oi, , trouxe a nossa janta. – Falei quando a vi, e bem, ela estava só de toalha.
- Você tem que parar de entrar assim sem avisar. Eu poderia estar pelada ou sei lá. – Falou ela revoltada.
- Calma, linda. Não tem nada aí que eu não tenha visto. – Falei e recebi uma almofada na cara.
Ela bufou e foi para o quarto se vestir. Deixei a comida na mesa e fui até o quarto de Diana, que óbvio, estava dormindo. Voltei para a sala e botei a mesa. Aproveitei que estava secando os cabelos e coloquei umas velas na mesa. Isso, jantar à luz de velas, eu sou um cara muito romântico.
Quando viu a mesa que eu preparei ela quase riu da minha cara.
- , o que é isso. – Falou segurando o riso.
- Eu estava tentando fazer um jantar romântico. – Falei.
- Hm.. Ok, mas vamos comer logo que eu estou com fome. – Falou ela.
Comemos em um clima nada romântico. A cada investida que eu dava, ria e fingia que era piada. Quando terminas de jantar, ela colocou a louça na pia e foi assistir televisão.
Fui atrás dela, como um cachorrinho.
- , eu queria te fazer uma pergunta. – Falei sério.
- Faça. – Falou ela nem olhando na minha cara.
- É que eu queria saber se você gostaria de namorar comigo. – Falei com um frio na barriga, ridículo.
- Não! – Falou ela.
- Não? – Perguntei surpreso.
- Eu não vou namorar com você, . – Falou ela.
- Mas eu achei que nós tivéssemos alguma coisa, depois daquela noite. – Falei inseguro.
- , deixa eu te explicar... Foi só sexo. – Falou ela irônica.
- Então foi só aquela noite? – Falei arrasado.
- Ah, não sei. Talvez possamos continuar com isso. Mas eu vou deixar bem claro. Só sexo, nada a mais. – Falou ela.
- Você tem outro? É isso? - Falei irritado.
- , por favor! Eu não tenho outro, eu só não quero um relacionamento sério. – Falou ela com uma voz cansada.
- E então, como nós ficamos? – Perguntei.
- Podemos ter uma relação casual... – Falou ela sorrindo.
- Tipo, sexo as vezes? – Sorri também.
- É, mais excitante não acha? – Falou ela com uma voz sexy.
- ... Você está se sendo uma cafajeste. – Rimos. – A mais gostosa que eu já conheci em toda a minha vida.
- Digamos que eu aprendi com o melhor cafajeste de todos. – Olhou em meus olhos.
Eu não aguentava os seus joguinhos. A beijei, lento e ao mesmo tempo preciso. puxou os meus cabelos me impedindo de beijá-la.
- Eu mandei você me beijar, ? – Falou ela em um tom superior.
- Não, senhora. – Falei entrando na brincadeira.
- Bom menino. – Mordeu o lábio inferior. – Certo, me beija agora!
Sem pensar duas vezes fiz o que ela mandou. A levantei no meu colo e a levei em direção ao quarto. Nós continuamos, porém agora na cama. era maravilhosa, e eu não canso de dizer isso. Eu estava extremamente satisfeito com .
Nós estávamos deitados, o cansaço tomava conta do meu corpo.
- É agora a hora que você vai falar que me ama? – Falei olhando para ela.
- Agora é a hora que eu vou te dar o dinheiro do táxi e falar que eu te ligo amanhã. – Falou ela sorrindo.
- E amanhã, eu vou ficar o dia todo grudado no telefone esperando sua ligação. – Falei brincando.
- Ligação que nunca vai chegar, porque eu sou o cafajeste, certo? – Nós rimos.
- Talvez essa seja a melhor parte. Nós nunca vamos ser convencionais. – Falei.
- Você acha que isso vai ser bom para Diana? – Perguntou com receio. – Quero dizer, será que ela vai entender?
- Não importa como nós dois somos , o importante é que amamos ela. E nós nos damos bem. Nós somos os pais dela. Apesar de não sermos um casal de verdade, nós somos uma família. – Falei.
Ela estava sorrindo.
- Diana tem os olhos iguais aos seus. E também tem uma pintinha no ombro, igual a sua. – Falou ela encantada.
- Mas a beleza é toda sua. Ela é uma criança maravilhosa em todos os sentidos graças a você.
sorriu.
- Ela é a parte boa de tudo. – Falou com um tom nostálgico.
- Ela é tão pequena e tão especial, , como pode um bebê ainda mudar tanto a vida de um homem. Eu posso dizer que ela me salvou do abismo que era a minha vida. As nossas vidas. – Falei, mirando uma foto de nossa filha que ficava no criado mudo.
- Obrigada por ela. – falou sonolenta.
- Eu é que tenho que agradecer. Eu te amo. – Falei e sorriu até adormecer em meus braços.
Talvez nunca sejamos uma família convencional. Duvido que seremos marido e mulher um dia. Mas isso não importa. O que realmente importa é o amor que eu sinto por ela. E pode ter certeza que vai muito além de amor de um marido para uma mulher. É amor, apenas amor, e é isso o que realmente importa.

[Cinco Anos Depois]

Paris, França.

Hoje era um dia especial. Era aniversário de . Estávamos há dois dias na França.
O aniversário seria em um restaurante que tem uma vista privilegiada da Torre Eiffel. O restaurante ficava no terraço do hotel que estávamos.
estava em um spa francês. Só iria voltar na hora do jantar.
Já estava escurecendo. As luzes da Torre começaram a se acender. Eu e Diana estávamos observando a noite lá do terraço, estávamos esperando .
Diana estava com um vestido azul claro e sapatilhas brancas. E eu estava com uma roupa social. Ela estava encantada com as luzes e o tamanho da Torre.
- Papai! Eu encontrei uma foto na sua casa. Tinha uma moça nela, o nome dela era Zowie e também estava escrito amor. Você ama a Zowie, papai? – Perguntou Diana. Ela tinha aprendido a ler. Em uma das visitas a minha antiga casa ela deve ter achado aquela foto. Droga!
- Não, papai não ama a Zowie. Ela foi apenas ... uma pessoa que eu ajudei. – Falei, tentando achar as palavras corretas para se usar com uma criança.
- Mas você precisa amar alguém, pai! Você ama a mamãe, você deveria casar com a mamãe, né? – Perguntou ela, enrolando algumas palavras. Crianças reparam em tudo, fato.
- Claro que eu amo a sua mãe, mas isso não quer dizer que precisamos nos casar. Vamos estar sempre juntos, estando casados ou não. – Falei sincero.
- Mamãe é a mulher da sua vida? – Perguntou ela com os olhinhos brilhando.
- Mamãe é a mulher da minha vida. – Confirmei sorrindo para minha garotinha. Eu e ainda tínhamos uma relação casual. Nossos negócios cresceram e hoje tínhamos uma grande empresa. Raramente brigávamos. Apenas discussões bobas que acabavam em sexo de reconciliação. E eu estava adorando essa coisa de amigos ou pais coloridos, como ela gostava de chamar.
- E eu, papai? – Falou ela, me olhando com uma carinha confusa.
Como eu poderia falar isso para ela? Se eu começasse a falar tudo o que ela significa para mim, ela não entenderia a metade.
A verdade era que Diana me fez um homem melhor. É engraçado, eu a amava tanto que chegava a doer. É um amor inexplicável, um amor que não se exige nada em troca, é puro. Diana é minha vida, é tudo o que eu tenho e tudo o que eu preciso. Ela mudou minha vida de uma forma tão radical e boa, mesmo não sabendo de nada.
Eu tinha uma enorme admiração por ela. Passou por tudo. Tentaram a ferir de todas as maneiras, mas ela continuou forte. Ela tinha uma força que eu nunca teria na vida.
Eu agradecia todo o dia por tê-la comigo. Por ser o exemplo dela, o herói dela e principalmente o único homem que sempre vai amar ela independente de tudo.
- Você, Diana? Você é a pessoa que eu mais amo nesse mundo. A única que faz meu coração bater muito, muito forte. Você é a menina da minha vida e quando crescer, pode ter certeza, que vai continuar sendo a mulher da minha vida. Sempre. – Falei emocionado e ganhei um abraço apertado e verdadeiro em troca.
Vimos chegar, ela estava deslumbrante. Estava sorrindo com a cena.
- Oi, mamãe! Papai disse que eu sou a menina da vida dele! – Falou Diana animada.
sorriu e abaixou até atingir o tamanho de Diana.
- Você é a menina das nossas vidas. A melhor coisa que nos aconteceu, pode ter certeza. – Falou e abraçou nossa filha.
- Você está linda! – Falei assim que ela levantou, a abracei e dei um beijo rápido nela. Diana estava atenta a tudo.
- Mamãe! O papai disse que você é a mulher da vida dele também. – Falou Di e riu.
- Então quer dizer que você fala isso para todas? Se sem vergonha! – brincou e nós três rimos. – Você também é o homem da minha vida . – Falou ela me abraçando.
- Então, vamos cantar parabéns para a mamãe? – Falei, pegando Diana no colo.
E assim ficamos nós três rindo e se divertindo em frente a Torre Eiffel, exatamente como uma família.
Amor não é aquilo que convém as pessoas, amor é aquilo que sentimos. E era isso que eu sentia por a minha família diferente. e eu éramos pais, amigos, amantes e ainda assim éramos uma família feliz. E era assim que deveria ser para sempre.
Apenas eu, e Diana, com nosso amor incomum e invencível.



Fim.



Nota da autora: Sem nota.



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