Capítulo Único
Eu tinha dez anos quando a conheci.
Ela tinha doze e gostava de videogame. Eu mal sabia usar o controle.
Ela sentou ao meu lado e riu enquanto eu tentava descobrir o que ela queria dizer com "aperta R2". Eu podia ter sentido irritação naquele momento, mas o sorriso dela me manteve em paz.
Durante toda a tarde eu prestei mais atenção nela do que em qualquer coisa que estivéssemos jogando.
Mais tarde, quando era só uma memória, pois não nos víamos há anos, encontrei outra pessoa para rir da minha falta de habilidade em qualquer jogo que não fosse de computador.
Eu encontrei muitas pessoas. Todas elas sorriram e foram embora.
Todas elas foram embora porque eu não sei jogar. Eu não sei entrar num jogo que me vejo morrendo. Eu não sei ir devagar com meu personagem, como se a batalha não fosse nada.
Sempre soube que o problema era meu.
Meu controle veio com defeito.
voltou depois de um tempo.
Estava frio do lado de fora do bar, mas eu não me incomodei. A única coisa que eu queria era vê-la acendendo um cigarro e seus lábios movendo quando ela falava ou arredondando, pressionando contra o filtro branco.
Nunca senti tanta vontade de beijá-la.
Se não houvesse uma pequena mesa entre nós e pessoas à nossa volta, eu teria cedido.
Enquanto não estava jogando água no rosto ou encarando seus olhos, que mesmo comuns, eram lindos só porque pertenciam a ela, eu estava tentando flertar e demonstrar meu interesse.
Ela não parecia retribuir.
Mas não importava, eu sabia que não a veria mais.
A comunicação era difícil. Nossas conversas ficavam estranhas às vezes. Ela era fechada, complicada, não era fácil de ler como eu.
Ela me chamava de "baby", como várias antes dela. Era um chute no estômago. Eu sabia o que ia acontecer no final.
Fiz o que eu geralmente não fazia, por medo de piorar as coisas.
Eu abri meu coração. Eu me expliquei. Eu me expus e deixei que ela me visse por inteiro.
Ela disse que aprenderia a lidar, que tentaria.
Ela não conseguiu.
Ela deu um passo para trás quando eu dei um passo para frente.
Mas não a culpo.
Mergulhei de cabeça num relacionamento inexistente, numa mera possibilidade, num sorriso bonito e numa promessa incerta.
E, mesmo que ela soubesse de tudo, mesmo que ela me tenha feito confiar que éramos algo, ela não tem culpa por não estar pronta. Por não conseguir.
Ao contrário do que gosto de acreditar, não foi ela quem foi embora, fui eu. Fui covarde. Não consegui ficar para ver as cenas finais e saí no meio do filme.
Desisti no primeiro sinal que ela deu. Ela não acreditava em nós, de qualquer maneira. E eu não tinha tempo para dar para ela se acostumar.
Fui embora como se nada tivesse acontecido, sem saber como ela ficou, afinal.
Deixei-a, caminhei para longe com meu coração nas mãos e fingindo que estava tudo bem.
Eu me quebrei.
Ela tinha doze e gostava de videogame. Eu mal sabia usar o controle.
Ela sentou ao meu lado e riu enquanto eu tentava descobrir o que ela queria dizer com "aperta R2". Eu podia ter sentido irritação naquele momento, mas o sorriso dela me manteve em paz.
Durante toda a tarde eu prestei mais atenção nela do que em qualquer coisa que estivéssemos jogando.
Mais tarde, quando era só uma memória, pois não nos víamos há anos, encontrei outra pessoa para rir da minha falta de habilidade em qualquer jogo que não fosse de computador.
Eu encontrei muitas pessoas. Todas elas sorriram e foram embora.
Todas elas foram embora porque eu não sei jogar. Eu não sei entrar num jogo que me vejo morrendo. Eu não sei ir devagar com meu personagem, como se a batalha não fosse nada.
Sempre soube que o problema era meu.
Meu controle veio com defeito.
voltou depois de um tempo.
Estava frio do lado de fora do bar, mas eu não me incomodei. A única coisa que eu queria era vê-la acendendo um cigarro e seus lábios movendo quando ela falava ou arredondando, pressionando contra o filtro branco.
Nunca senti tanta vontade de beijá-la.
Se não houvesse uma pequena mesa entre nós e pessoas à nossa volta, eu teria cedido.
Enquanto não estava jogando água no rosto ou encarando seus olhos, que mesmo comuns, eram lindos só porque pertenciam a ela, eu estava tentando flertar e demonstrar meu interesse.
Ela não parecia retribuir.
Mas não importava, eu sabia que não a veria mais.
A comunicação era difícil. Nossas conversas ficavam estranhas às vezes. Ela era fechada, complicada, não era fácil de ler como eu.
Ela me chamava de "baby", como várias antes dela. Era um chute no estômago. Eu sabia o que ia acontecer no final.
Fiz o que eu geralmente não fazia, por medo de piorar as coisas.
Eu abri meu coração. Eu me expliquei. Eu me expus e deixei que ela me visse por inteiro.
Ela disse que aprenderia a lidar, que tentaria.
Ela não conseguiu.
Ela deu um passo para trás quando eu dei um passo para frente.
Mas não a culpo.
Mergulhei de cabeça num relacionamento inexistente, numa mera possibilidade, num sorriso bonito e numa promessa incerta.
E, mesmo que ela soubesse de tudo, mesmo que ela me tenha feito confiar que éramos algo, ela não tem culpa por não estar pronta. Por não conseguir.
Ao contrário do que gosto de acreditar, não foi ela quem foi embora, fui eu. Fui covarde. Não consegui ficar para ver as cenas finais e saí no meio do filme.
Desisti no primeiro sinal que ela deu. Ela não acreditava em nós, de qualquer maneira. E eu não tinha tempo para dar para ela se acostumar.
Fui embora como se nada tivesse acontecido, sem saber como ela ficou, afinal.
Deixei-a, caminhei para longe com meu coração nas mãos e fingindo que estava tudo bem.
Eu me quebrei.
Fim.
Nota da autora: Obrigada a todos que deram uma chance ao meu estilo estranho e dramático de escrita, espero que pelo menos alguns tenham gostado!
É meio confuso, eu sei, perdoem.
Queria só constar aqui que é uma história real, aconteceu com a minha pessoa. Ando escrevendo mais fanfics com shipps de séries ultimamente, mas essa foi realmente a música de um dos meus relacionamentos, então tive que dar uma chance.
Escrevi várias versões dessa fic, mas escolhi essa porque sinto que, além de ser a que mais representa minha escrita, ficou mais legal por não ter um gênero definido, dando ao leitor a liberdade de escolher se quer ser o par romântico ou ter um par romântico.
Quem sabe um dia eu consiga escrever que dê para ser lida de qualquer jeito, m/f, f/f, m/m, qualquer coisa.
Enfim, quem curtir esse estilo, podem me mandar mensagens que eu sou uma desocupada e aceito prompts, mesmo fazendo mais de dois anos que não posto nada aqui.
Chega de falar!!!
Obrigada novamente pela chance, desculpem ser tão curta.
Beijos de Trevas!
Lah
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
É meio confuso, eu sei, perdoem.
Queria só constar aqui que é uma história real, aconteceu com a minha pessoa. Ando escrevendo mais fanfics com shipps de séries ultimamente, mas essa foi realmente a música de um dos meus relacionamentos, então tive que dar uma chance.
Escrevi várias versões dessa fic, mas escolhi essa porque sinto que, além de ser a que mais representa minha escrita, ficou mais legal por não ter um gênero definido, dando ao leitor a liberdade de escolher se quer ser o par romântico ou ter um par romântico.
Quem sabe um dia eu consiga escrever que dê para ser lida de qualquer jeito, m/f, f/f, m/m, qualquer coisa.
Enfim, quem curtir esse estilo, podem me mandar mensagens que eu sou uma desocupada e aceito prompts, mesmo fazendo mais de dois anos que não posto nada aqui.
Chega de falar!!!
Obrigada novamente pela chance, desculpem ser tão curta.
Beijos de Trevas!
Lah
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