Capítulo Único
null sempre foi meu melhor amigo. Desde que eu me entendo por gente. Não, eu não vou contar a história de como nós descobrimos que estávamos apaixonados um pelo outro e blá blá blá. Até porque isso não aconteceu. O fato é que, há 11 anos, nós estávamos no auge de nossos 17 anos, estava tudo as mil maravilhas e então aconteceu...
11 anos atrás...
- ! – null gritou do lado de fora do meu quarto. Eu havia me trancado lá, porque o traste do meu melhor amigo começou a me fazer cócegas e não queria parar. – ABRE ESSA PORTA AGORA!
- Não mesmo! Você vai continuar o ataque e eu não vou ter para onde fugir. – Tentei ficar séria, mas a situação estava muito engraçada.
- null, eu vou contar até três. Se você não abrir essa porta, eu juro que vou jogar um balde de água gelada na sua cabeça quando você resolver sair daí. – Eu parei de rir. Uma vez eu não queria levantar da cama e ele falou que se eu não levantasse, ele iria fazer a mesma coisa, e adivinhem?! Ele fez! E a água ainda tinha gelo! Então como a boa garota que eu não sou, eu abri a porta. – Até que enfim!
- Tudo pra você não me molhar. – mostrei a língua.
- Ok, ok. Agora vai se trocar porque a gente vai chegar atrasado e eu tenho prova de química na primeira aula. – Ele disse, já pegando o uniforme. – Você vai com a saia hoje?
- Claro que sim! Olha esse sol! – Disse, pegando minha amada cinta-liga.
- Você vai mesmo usar isso na escola? – O encarei – Realmente, o diretor super vai deixar. – disse, irônico.
- Ele vai sim, null. Relaxa. Eu tenho meus meios. – sorri. O fato é: Um mês atrás eu fui falar com o diretor, porque a moça da biblioteca disse que não pode gritar lá e me mandou pra diretoria. Mas não é minha culpa se eu achei que uma folha de árvore era uma barata. Então, quando eu cheguei La, eu vi o diretor com a mão na bunda da secretária e tirei uma foto. Desde então eu ando o ameaçando, mas só quando necessário, tipo agora. Eu amo minha cinta-liga e eu acho que não deveria ser má vista pela sociedade, então eu vou usá-la onde eu quiser como na escola.
- Gigi, às vezes você me assusta. – rimos e fomos para o colégio.
A St. Phillip’s School não é um exemplo de escola religiosa, mas tenta. Existem muitas meninas “santinhas”, digamos assim, aqui. Claro que eu não sou uma delas, mas eu também não sou aquelas que se oferecem pra qualquer um, até porque eu tenho namorado, o null. Nós nos conhecemos quando eu estava pintando uma parede da sala de francês, porque eu estava de detenção há três anos, então começamos a conversar, viramos amigos e logo em seguida a namorar. null respeita minha amizade com null e eles se deram surpreendentemente muito bem.
Eu e null temos uma coisa que eu sempre achei impossível de ter. Claro que nós brigamos às vezes, mas sempre acabamos bem e isso é uma das coisas que eu mais amo nele.
- Oi, amor! – null me tirou de meus devaneios.
- Oi! Gostou da minha cinta? – perguntei, em tom provocativo.
- Claro que eu gostei. Mas o diretor vai gostar? – Ele perguntou, em tom de desafio.
- Isso não é da minha conta. Mas eu acho que ele não vai falar nada. – Sorri.
O sinal bateu e fomos para a aula.
- Eu juro que aquela prova foi feita pelo demônio! – Eu estava rindo das expressões que null estava fazendo, enquanto falava da prova de química, quando uma Kendall parou na minha frente.
- Oi, gente. Eu queria convidar vocês para a minha festa de aniversário dia 23. – Ela sorriu – Ah, null, convida o null também. Eu ainda não o vi.
- Claro, gata. Pode deixar que eu aviso ele. - sorri de volta. Kendall é uma menina hiper popular na escola e minha ex-vizinha. Depois que ela se mudou nós perdemos um pouco o contato. – Eu tenho só 10 dias para achar uma roupa legal pra essa festa. – disse para null assim que Kendall saiu.
- Você tem 10 dias pra que? – null apareceu atrás de mim, me assustando.
- Kendall vai dar uma festa dia 23 e a null tá preocupada porque tem só – null ironizou o “só” – 10 dias para escolher uma roupa legal. – Os dois riram da minha cara.
- Ok. 10 dias são muita coisa, mas eu preciso achar o vestido perfeito.
O sinal do intervalo bateu e fomos para nossas aulas.
Quando eu cheguei ao vestiário para colocar a roupa de Educação Física, eu comecei a sentir um forte enjôo e corri para a privada vomitar.
- null? – ouvi a voz da minha professora. Vomitei de novo. – null, você está pálida! – a encarei. – Vamos, vou te levar para a enfermaria.
Ela me levou até metade do caminho, então eu desmaiei.
- Ela está bem? – Ouvi uma voz perguntando.
- Ela vai ficar. Você é o namorado dela? – A outra voz respondeu.
- Não, sou o melhor amigo. – null disse.
- Entendo. Eu preciso do seu nome para avisar o professor que você está aqui.
- Meu nome é null null. Agora, me fala o que ela teve, por favor.
- Ela vomitou e depois desmaiou. Você acha que há alguma possibilidade dela estar grávida? – gelei. Grávida? Essa mulher deve estar louca.
- Grávida? Acho que não. Ela sempre se cuidou direitinho. – abri os olhos e vi um null olhando a enfermeira com uma cara estranha e eu me conti para não rir.
- Bom, é melhor dizer pra ela fazer o teste, por via das dávidas. Nós nunca estamos 100% protegidas e fora da possibilidade de engravidar.
Depois disso, ela me deu um remédio para enjôo e me dispensou junto com null para irmos para casa. No caminho null me encheu até me convencer a comprar um teste de gravidez, então passamos na farmácia, compramos e fomos pra minha casa.
- Ok, aqui diz que eu tenho que fazer xixi nessa parte – apontei.
- Então vai lá! – null disse e eu fui ao banheiro e fiz o que mandava a bula.
Positivo. Ai meu Deus! Não pode ser. Não. Isso está errado. Eu tomei tanto cuidado pra isso não acontecer.
Sai do banheiro e dei de cara com um null preocupado.
- E aí? – Não aguentei e corri para seus braços e desabei.
- Eu estou grávida.
- Meu amor, você tem que contar pra ele. – O olhei assustada. – O que? Você acha que você vai assumir essa responsabilidade sozinha? Ele te ama, null. Eu tenho certeza que ele vai aceitar. Claro que ele vai fazer uma ceninha antes, mas você também sabe que no fundo, bem no fundo, ele vai até gostar da ideia. E é claro que você tem que marcar um médico para ver se está tudo bem com esse mocinho aqui – apontou para a minha barriga – E com você mesma.
null me deu um chá para me acalmar, então eu marquei um médico pra mim e em seguida liguei para null.
-Alô – ele disse – Oi, amor, você está melhor?
- O... Oi, amor. Você pode vir aqui em casa?
- Claro! Mas você está bem? Sua voz não parece boa. - Ele disse, preocupado.
- Sim, estou bem sim. – Olhei para null, que sorriu carinhoso.
Quando desliguei o telefone comecei a chorar de novo, deitei no colo de null e acabei dormindo.
- Ela está bem mesmo, null? Ela está com cara de quem estava chorando. – Ouvi a voz de null dizendo, em tom preocupado, e logo em seguida senti sua respiração perto da minha. – Amor? – Ele beijou minha bochecha.
- Oi, null. – disse sem abrir os olhos.
- Você consegue levantar? Está tudo bem mesmo? Precisa de alguma coisa? – ele disse tão rápido que eu quase não entendi. Então sentei na cama
- Eu vou deixar vocês dois a sós. – null disse, saindo do quarto.
- Nós temos um problema e eu realmente preciso do seu apoio. – disse já sentindo as lágrimas.
- Meu Deus, null! Fala logo o que esta acontecendo. – Ele disse, num tom de desespero. Então eu fechei os olhos com força e disse:
- Eu estou grávida e antes que você pergunte, o filho é seu. – abri os olhos e ele estava com os olhos arregalados.
- O... O que? Grávida? Mas você tomou todos os cuidados! – Ele sentou do meu lado e afundou as duas mãos na cara. – Como isso foi possível?
- Eu não sei! Eu estou me perguntando até agora. null me fez marcar médico pra amanhã depois da aula e eu vou falar com ele.
- Ok. Entendi. – Ele abriu a boca umas quatro vezes, parecendo procurar o que dizer. – Eu preciso de um tempo pra pensar. – o encarei. – Uma semana. Só isso. Eu preciso pensar o que fazer agora. – concordei com a cabeça.
- Você vai voltar pra mim? – Perguntei já com lágrimas nos olhos e vi ele agachando na minha frente e me olhando.
- Claro que vou, meu amor. Eu vou voltar para vocês dois. – Ele deu um sorrisinho e me beijou.
Depois que ele e null foram embora, minha mãe chegou e eu decidi contar logo que eu estava grávida.
- Oi, filha! Você está bem? Me ligaram da escola e disseram que você tinha passado mal.
- Oi, mãe – beijei sua bochecha. – Eu estou bem... Mas eu vou precisar muito de você de agora em diante. – Ela ficou me encarando, esperando que eu continuasse. – Eu fiz um teste de gravidez hoje, e deu positivo.
- Ai meu Deus, filha! Você está grávida? Como você vai fazer agora? O null já sabe? E a escola? A faculdade? - eu quase ri do desespero da minha mãe, mas o que ela disse fazia sentido. E agora? Fiquei quieta por alguns minutos.
- As aulas vão terminar em 7 meses. Eu acho que consigo terminar e me formar. A faculdade eu faço quando ele estiver um pouco maior e até lá eu encontro um emprego. O null já sabe. Ele surtou um pouco e pediu um tempo pra pensar, mas eu tenho certeza que ele volta logo. – quando eu terminei de falar ela me abraçou.
- Meu amor, eu não acredito que você vai ter um filho. Eu juro que eu vou te ajudar.
Os dias seguintes foram normais, eu pedi para null não comentar com ninguém que eu estava grávida e quando fomos ao médico, ele disse que estava tudo ótimo, que eu estava com 3 semanas e que agora era só seguir uma vida saudável, não beber, fumar, essas coisas. null não foi mais pra escola e eu estava morrendo de vontade de ligar pra ele, mas eu precisava dar seu espaço. No dia da festa da Kendall eu fui ao shopping com null e nós compramos meu vestido. De noite começou a me dar arrepios e um aperto no coração e eu perdi a vontade de ir à festa.
- null, eu tô com um mal pressentimento. A gente tem mesmo que ir nessa festa? – Disse quando nós já estávamos saindo. Eu estava com um vestido azul, na parte de cima tinham detalhes de renda de flor preta e a parte de baixo era rodada e com um salto preto. null estava com uma camisa preta e uma calça jeans.
- null, para de besteira. Nós vamos à festa, você vai arrasar e pronto. Se o null aparecer ótimo. Se não aparecer, ótimo de novo. É só você não beber ou fumar e fica tudo numa boa. Agora vamos? – Sorri fraco e concordei. Algo não está certo.
Abrimos a porta para sairmos de casa e null estava lá com um buquê de rosas azuis.
- Eu ia tocar a campainha, mas já que você já abriu pra mim, oi. – Ele disse com um sorriso de lado e eu não tive outra reação se não o abraçar.
- Que saudade que eu estava de você!
- Bom, pelo visto eu vou pra festa sozinho hoje. – null disse, rindo. – Tchauzinho pra vocês.
- Espera! – null disse alto, me fazendo pular – Eu quero que você presencie esse momento. – Olhei pra null e ele me olhou com uma cara de duvida, então encaramos null se ajoelhando e eu não acreditei. – null null, você aceita ser minha esposa pelo resto de nossas vidas? – Então ele abriu uma caixinha de veludo azul, mostrando duas alianças douradas.
- Sim! Ai meu Deus! Claro que sim!! – abracei ele.
- Ai gente, que lindos! – null nos abraçou. – Agora que eu vou mesmo deixar os pombinhos sozinhos. – rimos e eu abracei ele.
- Você sabe que eu te amo muito né, null? – ele riu.
- Claro que eu sei, minha linda. Eu também te amo muito. – o apertei e então ele foi pra festa.
- Você é louco. – disse sorrindo para null.
- Por quê? Porque eu te amo e quero passar o resto da minha vida com você e com a nossa anjinha? – Ele sorriu e passou a mão na minha barriga.
- Anjinho. É um menino. Eu tenho certeza. – Entramos em casa rindo e fomos ver um filme.
Eram 4h23min quando eu acordei com o telefone tocando
- Alô – ouvi null falando. – O QUE? – Ele me olhou assustado e eu me sentei na cama. – Estamos indo agora. – Ele desligou o telefone e olhou pra mim. – null, eu preciso que você tente ficar o mais calma possível. – Ele me encarou, parecia tentar me analisar para ver se continuava a falar ou não, mas decidiu continuar – null estava voltando da festa e não parou num cruzamento então um carro apareceu e acertou o carro em cheio. – Ele deu um suspiro e me encarou. – null, o null está no hospital e eles acham que ele não passa dessa madrugada.
11 anos depois...
Eu queria poder dizer que nós chegamos ao hospital a tempo, que houve uma despedida entre nós. Mas ele faleceu pouco depois de nos avisarem pelo telefone. Depois disso a coisa ficou complicada para mim e meu bebê. Devido ao stress que eu passei quando soube da morte de null, minha gravidez foi de risco, e eu tive que passar por meses de terapia para entender que aquele acidente não havia sido minha culpa. Que ele quis ir e ele iria mesmo se eu tivesse pedido mais vezes para não irmos, mas mesmo entre altos e baixos daquele final de semestre eu consegui terminar o ano e me formar no colégio.
Quando meu filho nasceu, eu e null resolvemos homenagear meu melhor amigo e meu filho se chama null null null null. Não tivemos outros filhos por opção, e null eu resolvemos que ele faria faculdade e quando ele terminasse eu faria, e assim foi.
Hoje null tem 10 anos e eu e null continuamos firme e forte na nossa relação. E eu sei que onde null esteja, ele esta feliz por mim.
11 anos atrás...
- ! – null gritou do lado de fora do meu quarto. Eu havia me trancado lá, porque o traste do meu melhor amigo começou a me fazer cócegas e não queria parar. – ABRE ESSA PORTA AGORA!
- Não mesmo! Você vai continuar o ataque e eu não vou ter para onde fugir. – Tentei ficar séria, mas a situação estava muito engraçada.
- null, eu vou contar até três. Se você não abrir essa porta, eu juro que vou jogar um balde de água gelada na sua cabeça quando você resolver sair daí. – Eu parei de rir. Uma vez eu não queria levantar da cama e ele falou que se eu não levantasse, ele iria fazer a mesma coisa, e adivinhem?! Ele fez! E a água ainda tinha gelo! Então como a boa garota que eu não sou, eu abri a porta. – Até que enfim!
- Tudo pra você não me molhar. – mostrei a língua.
- Ok, ok. Agora vai se trocar porque a gente vai chegar atrasado e eu tenho prova de química na primeira aula. – Ele disse, já pegando o uniforme. – Você vai com a saia hoje?
- Claro que sim! Olha esse sol! – Disse, pegando minha amada cinta-liga.
- Você vai mesmo usar isso na escola? – O encarei – Realmente, o diretor super vai deixar. – disse, irônico.
- Ele vai sim, null. Relaxa. Eu tenho meus meios. – sorri. O fato é: Um mês atrás eu fui falar com o diretor, porque a moça da biblioteca disse que não pode gritar lá e me mandou pra diretoria. Mas não é minha culpa se eu achei que uma folha de árvore era uma barata. Então, quando eu cheguei La, eu vi o diretor com a mão na bunda da secretária e tirei uma foto. Desde então eu ando o ameaçando, mas só quando necessário, tipo agora. Eu amo minha cinta-liga e eu acho que não deveria ser má vista pela sociedade, então eu vou usá-la onde eu quiser como na escola.
- Gigi, às vezes você me assusta. – rimos e fomos para o colégio.
A St. Phillip’s School não é um exemplo de escola religiosa, mas tenta. Existem muitas meninas “santinhas”, digamos assim, aqui. Claro que eu não sou uma delas, mas eu também não sou aquelas que se oferecem pra qualquer um, até porque eu tenho namorado, o null. Nós nos conhecemos quando eu estava pintando uma parede da sala de francês, porque eu estava de detenção há três anos, então começamos a conversar, viramos amigos e logo em seguida a namorar. null respeita minha amizade com null e eles se deram surpreendentemente muito bem.
Eu e null temos uma coisa que eu sempre achei impossível de ter. Claro que nós brigamos às vezes, mas sempre acabamos bem e isso é uma das coisas que eu mais amo nele.
- Oi, amor! – null me tirou de meus devaneios.
- Oi! Gostou da minha cinta? – perguntei, em tom provocativo.
- Claro que eu gostei. Mas o diretor vai gostar? – Ele perguntou, em tom de desafio.
- Isso não é da minha conta. Mas eu acho que ele não vai falar nada. – Sorri.
O sinal bateu e fomos para a aula.
- Eu juro que aquela prova foi feita pelo demônio! – Eu estava rindo das expressões que null estava fazendo, enquanto falava da prova de química, quando uma Kendall parou na minha frente.
- Oi, gente. Eu queria convidar vocês para a minha festa de aniversário dia 23. – Ela sorriu – Ah, null, convida o null também. Eu ainda não o vi.
- Claro, gata. Pode deixar que eu aviso ele. - sorri de volta. Kendall é uma menina hiper popular na escola e minha ex-vizinha. Depois que ela se mudou nós perdemos um pouco o contato. – Eu tenho só 10 dias para achar uma roupa legal pra essa festa. – disse para null assim que Kendall saiu.
- Você tem 10 dias pra que? – null apareceu atrás de mim, me assustando.
- Kendall vai dar uma festa dia 23 e a null tá preocupada porque tem só – null ironizou o “só” – 10 dias para escolher uma roupa legal. – Os dois riram da minha cara.
- Ok. 10 dias são muita coisa, mas eu preciso achar o vestido perfeito.
O sinal do intervalo bateu e fomos para nossas aulas.
Quando eu cheguei ao vestiário para colocar a roupa de Educação Física, eu comecei a sentir um forte enjôo e corri para a privada vomitar.
- null? – ouvi a voz da minha professora. Vomitei de novo. – null, você está pálida! – a encarei. – Vamos, vou te levar para a enfermaria.
Ela me levou até metade do caminho, então eu desmaiei.
- Ela está bem? – Ouvi uma voz perguntando.
- Ela vai ficar. Você é o namorado dela? – A outra voz respondeu.
- Não, sou o melhor amigo. – null disse.
- Entendo. Eu preciso do seu nome para avisar o professor que você está aqui.
- Meu nome é null null. Agora, me fala o que ela teve, por favor.
- Ela vomitou e depois desmaiou. Você acha que há alguma possibilidade dela estar grávida? – gelei. Grávida? Essa mulher deve estar louca.
- Grávida? Acho que não. Ela sempre se cuidou direitinho. – abri os olhos e vi um null olhando a enfermeira com uma cara estranha e eu me conti para não rir.
- Bom, é melhor dizer pra ela fazer o teste, por via das dávidas. Nós nunca estamos 100% protegidas e fora da possibilidade de engravidar.
Depois disso, ela me deu um remédio para enjôo e me dispensou junto com null para irmos para casa. No caminho null me encheu até me convencer a comprar um teste de gravidez, então passamos na farmácia, compramos e fomos pra minha casa.
- Ok, aqui diz que eu tenho que fazer xixi nessa parte – apontei.
- Então vai lá! – null disse e eu fui ao banheiro e fiz o que mandava a bula.
Positivo. Ai meu Deus! Não pode ser. Não. Isso está errado. Eu tomei tanto cuidado pra isso não acontecer.
Sai do banheiro e dei de cara com um null preocupado.
- E aí? – Não aguentei e corri para seus braços e desabei.
- Eu estou grávida.
- Meu amor, você tem que contar pra ele. – O olhei assustada. – O que? Você acha que você vai assumir essa responsabilidade sozinha? Ele te ama, null. Eu tenho certeza que ele vai aceitar. Claro que ele vai fazer uma ceninha antes, mas você também sabe que no fundo, bem no fundo, ele vai até gostar da ideia. E é claro que você tem que marcar um médico para ver se está tudo bem com esse mocinho aqui – apontou para a minha barriga – E com você mesma.
null me deu um chá para me acalmar, então eu marquei um médico pra mim e em seguida liguei para null.
-Alô – ele disse – Oi, amor, você está melhor?
- O... Oi, amor. Você pode vir aqui em casa?
- Claro! Mas você está bem? Sua voz não parece boa. - Ele disse, preocupado.
- Sim, estou bem sim. – Olhei para null, que sorriu carinhoso.
Quando desliguei o telefone comecei a chorar de novo, deitei no colo de null e acabei dormindo.
- Ela está bem mesmo, null? Ela está com cara de quem estava chorando. – Ouvi a voz de null dizendo, em tom preocupado, e logo em seguida senti sua respiração perto da minha. – Amor? – Ele beijou minha bochecha.
- Oi, null. – disse sem abrir os olhos.
- Você consegue levantar? Está tudo bem mesmo? Precisa de alguma coisa? – ele disse tão rápido que eu quase não entendi. Então sentei na cama
- Eu vou deixar vocês dois a sós. – null disse, saindo do quarto.
- Nós temos um problema e eu realmente preciso do seu apoio. – disse já sentindo as lágrimas.
- Meu Deus, null! Fala logo o que esta acontecendo. – Ele disse, num tom de desespero. Então eu fechei os olhos com força e disse:
- Eu estou grávida e antes que você pergunte, o filho é seu. – abri os olhos e ele estava com os olhos arregalados.
- O... O que? Grávida? Mas você tomou todos os cuidados! – Ele sentou do meu lado e afundou as duas mãos na cara. – Como isso foi possível?
- Eu não sei! Eu estou me perguntando até agora. null me fez marcar médico pra amanhã depois da aula e eu vou falar com ele.
- Ok. Entendi. – Ele abriu a boca umas quatro vezes, parecendo procurar o que dizer. – Eu preciso de um tempo pra pensar. – o encarei. – Uma semana. Só isso. Eu preciso pensar o que fazer agora. – concordei com a cabeça.
- Você vai voltar pra mim? – Perguntei já com lágrimas nos olhos e vi ele agachando na minha frente e me olhando.
- Claro que vou, meu amor. Eu vou voltar para vocês dois. – Ele deu um sorrisinho e me beijou.
Depois que ele e null foram embora, minha mãe chegou e eu decidi contar logo que eu estava grávida.
- Oi, filha! Você está bem? Me ligaram da escola e disseram que você tinha passado mal.
- Oi, mãe – beijei sua bochecha. – Eu estou bem... Mas eu vou precisar muito de você de agora em diante. – Ela ficou me encarando, esperando que eu continuasse. – Eu fiz um teste de gravidez hoje, e deu positivo.
- Ai meu Deus, filha! Você está grávida? Como você vai fazer agora? O null já sabe? E a escola? A faculdade? - eu quase ri do desespero da minha mãe, mas o que ela disse fazia sentido. E agora? Fiquei quieta por alguns minutos.
- As aulas vão terminar em 7 meses. Eu acho que consigo terminar e me formar. A faculdade eu faço quando ele estiver um pouco maior e até lá eu encontro um emprego. O null já sabe. Ele surtou um pouco e pediu um tempo pra pensar, mas eu tenho certeza que ele volta logo. – quando eu terminei de falar ela me abraçou.
- Meu amor, eu não acredito que você vai ter um filho. Eu juro que eu vou te ajudar.
Os dias seguintes foram normais, eu pedi para null não comentar com ninguém que eu estava grávida e quando fomos ao médico, ele disse que estava tudo ótimo, que eu estava com 3 semanas e que agora era só seguir uma vida saudável, não beber, fumar, essas coisas. null não foi mais pra escola e eu estava morrendo de vontade de ligar pra ele, mas eu precisava dar seu espaço. No dia da festa da Kendall eu fui ao shopping com null e nós compramos meu vestido. De noite começou a me dar arrepios e um aperto no coração e eu perdi a vontade de ir à festa.
- null, eu tô com um mal pressentimento. A gente tem mesmo que ir nessa festa? – Disse quando nós já estávamos saindo. Eu estava com um vestido azul, na parte de cima tinham detalhes de renda de flor preta e a parte de baixo era rodada e com um salto preto. null estava com uma camisa preta e uma calça jeans.
- null, para de besteira. Nós vamos à festa, você vai arrasar e pronto. Se o null aparecer ótimo. Se não aparecer, ótimo de novo. É só você não beber ou fumar e fica tudo numa boa. Agora vamos? – Sorri fraco e concordei. Algo não está certo.
Abrimos a porta para sairmos de casa e null estava lá com um buquê de rosas azuis.
- Eu ia tocar a campainha, mas já que você já abriu pra mim, oi. – Ele disse com um sorriso de lado e eu não tive outra reação se não o abraçar.
- Que saudade que eu estava de você!
- Bom, pelo visto eu vou pra festa sozinho hoje. – null disse, rindo. – Tchauzinho pra vocês.
- Espera! – null disse alto, me fazendo pular – Eu quero que você presencie esse momento. – Olhei pra null e ele me olhou com uma cara de duvida, então encaramos null se ajoelhando e eu não acreditei. – null null, você aceita ser minha esposa pelo resto de nossas vidas? – Então ele abriu uma caixinha de veludo azul, mostrando duas alianças douradas.
- Sim! Ai meu Deus! Claro que sim!! – abracei ele.
- Ai gente, que lindos! – null nos abraçou. – Agora que eu vou mesmo deixar os pombinhos sozinhos. – rimos e eu abracei ele.
- Você sabe que eu te amo muito né, null? – ele riu.
- Claro que eu sei, minha linda. Eu também te amo muito. – o apertei e então ele foi pra festa.
- Você é louco. – disse sorrindo para null.
- Por quê? Porque eu te amo e quero passar o resto da minha vida com você e com a nossa anjinha? – Ele sorriu e passou a mão na minha barriga.
- Anjinho. É um menino. Eu tenho certeza. – Entramos em casa rindo e fomos ver um filme.
Eram 4h23min quando eu acordei com o telefone tocando
- Alô – ouvi null falando. – O QUE? – Ele me olhou assustado e eu me sentei na cama. – Estamos indo agora. – Ele desligou o telefone e olhou pra mim. – null, eu preciso que você tente ficar o mais calma possível. – Ele me encarou, parecia tentar me analisar para ver se continuava a falar ou não, mas decidiu continuar – null estava voltando da festa e não parou num cruzamento então um carro apareceu e acertou o carro em cheio. – Ele deu um suspiro e me encarou. – null, o null está no hospital e eles acham que ele não passa dessa madrugada.
11 anos depois...
Eu queria poder dizer que nós chegamos ao hospital a tempo, que houve uma despedida entre nós. Mas ele faleceu pouco depois de nos avisarem pelo telefone. Depois disso a coisa ficou complicada para mim e meu bebê. Devido ao stress que eu passei quando soube da morte de null, minha gravidez foi de risco, e eu tive que passar por meses de terapia para entender que aquele acidente não havia sido minha culpa. Que ele quis ir e ele iria mesmo se eu tivesse pedido mais vezes para não irmos, mas mesmo entre altos e baixos daquele final de semestre eu consegui terminar o ano e me formar no colégio.
Quando meu filho nasceu, eu e null resolvemos homenagear meu melhor amigo e meu filho se chama null null null null. Não tivemos outros filhos por opção, e null eu resolvemos que ele faria faculdade e quando ele terminasse eu faria, e assim foi.
Hoje null tem 10 anos e eu e null continuamos firme e forte na nossa relação. E eu sei que onde null esteja, ele esta feliz por mim.
Fim.
Nota da autora: Genteeeeee tudo bom com vcs? Bom, eu quero agradecer à minha amiguinha do core, Nicole, por ter me dado umas dicas de como desenvolver certas partes, à você que está lendo e chegou até aqui e à todos que me proporcionaram essa oportunidade e inspirações. Eu queria aproveitar e convidar vocês a ler minha outra short, o ficstape do 1D, “Up All Night” 09. I Want. Acho que é isso.Um beijo e um queijo, até a próxima!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.