A turnê estava chegando no seu auge, ou era ele que estava ansioso para voltar para a cidade natal de um jeito diferente? Era difícil distinguir os sentimentos. Bradley estaria de volta de maneira diferente, não era mais o simples garoto que se gravava cantando e postava na internet, o "diferente" de sua comunidade ou de seu colégio, ele tinha prêmios brilhando na prateleira de seu grande apartamento na cidade mais badalada do país, feats com pessoas que ele facilmente estava no tapa com outros fãs para conseguir o ingresso, entre as outras muitas mudanças que a fama e o sucesso trouxeram para a sua vida atual. E ele gostava de se sentir daquele jeito, cada cidade que botava o pé, sua música e seus dançarinos - que eram fabulosos, ele tinha que admitir - sentia orgulho e felicidade de realizar os sonhos do ele de seis anos atrás. O que o deixava nervoso de verdade em pisar na cidadezinha, era reencontrar pessoas que estavam empenhados em encontrar ele novamente e aquilo não era algo que ele queria. Não quando estava divulgando o novo álbum.

— Porque meu bem está acordado? — Matthew perguntou ao namorado se virando para o lado dele da cama, que ficava em uma parte mais isolada de um dos dois ônibus que serviam de casa para ele e para sua equipe, banda, e toda aquela ruma de gente que o acompanhava para cima e para baixo naquela turnê.
— Ainda não sei, mas você deveria dormir, como eu me apresentar sem meu melhor operador de som? — Foi gentil e deu um beijo na testa do namorado, que estava com o corpo um pouco mais baixo que o dele na cama.
— Você não precisa mentir para mim, baby! — O músico pegou na mão de Brad e fez carinhos leves no local, sinalizando ao outro que estava ali com ele e por ele sempre. — Você que a sua maior vingança para aqueles que duvidavam da sua capacidade é o sucesso, não sabe? E se viajar nesse ônibus luxuosíssimo não é vingança o suficiente, aquele Grammy lá em casa com certeza é! — Sorriu carinhoso, queria realmente que Bradley sentisse que não precisava, como nunca precisou da aprovação daquelas pessoas para ser o artista que era.
— Você é tudo pra mim, baby! — Brad disse ao namorado dando um breve selar em seus lábios. — Eu sei que não devo nada a ninguém e tenho ciência do artista que sou, mas olha… — Entregou o aparelho celular na mão de Matt para que ele lesse as mensagens que tinha recebido há pouco tempo. — Devon achou um jeito de falar comigo e só Deus sabe como eu o detesto, sua energia e sua presença são fatores suficientes para me fazerem surtar e colocar em cheque tudo o que eu sou. Ele sempre quis apagar a minha estrela e eu tenho medo que ele consiga agora. — Brad nunca tinha sido um cara vulnerável, como estava sendo naquele momento. Claro que Matt sabia que ele tinha seus monstros e um passado muito conturbado e como qualquer ser humano, medos, anseios e tudo mais. Mas foi a primeira vez que o viu se questionar e questionar o seu talento daquela maneira. Entendeu lendo aquelas mensagens que ele tinha recebido do ex.

Bradley sempre foi muito aberto e sincero com Matthew, contou do seu passado e como seu primeiro namorado quase o fez desistir de tudo por não acreditar nele e por não querer que ele crescesse. Sabe aquele tipo de pessoa que não prospera e não gosta de ver ninguém ao seu redor fazendo o mesmo? Então, aquele tipo de pessoa era Devon. Nunca tinha saído da cidade em que nasceu e cresceu, quando terminou o colégio começou a trabalhar na loja de antiguidade do tio e embora tivesse tanto potencial para trabalhar como curador e restaurador dessas coisas antigas, se contentava em ser só mais um atendente, e tava tudo bem também, afinal, era a vida dele e Brad sempre o apoiava em tudo.

— Mas você sabe que tudo o que esse babaca disse a você naquele tempo não é verdade! Nem essas palavras de agora. — Matt aprontou o aparelho celular para onde Brad conseguisse ver e apagou a conversa, bem como bloqueou o número. — Você não atingiu público nenhum por pena, ou por ser LGBTQIA+, por ser amostrado ou um sangue suga. — colocou o aparelho longe deles e abraçou o corpo do namorado, mostrando que ele estaria ali sempre. — Seu talento te trouxe até aqui, seus ideais e a sua força de vontade. Ninguém apoia ou nota uma pessoa que não tenha talento, você nunca foi privilegiado, não foi seu pai, e nenhum tio influente seu que te deu a oportunidade de cantar com os grandes e comprar alguns lugares nos tops de engajamento ou de influência ou popularidade, para que você alcançasse as pessoas. Quando você estourou, mal tinha o dinheiro da passagem para voltar para casa, caso nada desse certo. Não me venha com esse papo de "ele pode estar certo". O público, os críticos e as pessoas certas te amam. Eu te amo, tá bem? Agora a gente vai dormir, e quando acordar, você vai fazer o melhor show de toda a sua vida, entendeu? — Com o tom firme, porém carregado de afeto, Matt pode sentir Brad relaxar o corpo em seus braços, parecia que ele estava chorando pelo jeito que os ombros se moviam, mas Matt não quis invadir aquele momento. Sabia que talvez tivesse passado algum limite, como nunca tinha passado por aquilo, não sabia até onde podia ir e foi até onde julgou necessário.
— Você é… — Brad conseguiu se recuperar e ergueu o rosto para olhar o namorado. — Um anjo na minha vida, sério, se não fossem essas palavras provavelmente eu teria dado meia volta e me escondido debaixo da cama lá no apartamento por pelo menos duas semanas, esse é um passado que me assombra, e só Deus sabe como isso me afeta, mas com você do meu lado, acho que vou conseguir. — Estava mais confiante de fato, com medo ainda, mas sabia que tudo o que o outro disse era verdade, ele viveu muito daquilo antes de conhecer Matthew, e ficou feliz com a visão que ele tinha sobre aquilo.
— Eu tenho certeza que vai, amor! — A confiança de Matthew era absurda quanto aquilo e foi só o que Brad precisou para conseguir dormir aquela noite.

...
— É agora! — Matthew, que saiu de seu local perto da mesa do Mixer por um minuto, disse, quando a equipe informou que faltavam poucos minutos para que Brad entrasse no palco. O artista de abertura já tinha saído do palco e o pessoal estava organizando os instrumentos e últimos retoques para a atração principal.
— Eu tô nervoso! — Brad estava se movimentando muito, mesmo parado em frente ao namorado.
— Isso é normal, baby, toda vez que sobe no palco é assim. — Pegou a mão do namorado e segurou firme. — Vai lá e brilha a sua estrela na cara deles. — Sorriu e aproximou mais seu corpo do dele. — Mostra pra eles quem é que manda!

Grudou os lábios e iniciou um beijo carinhoso, e confortável, precisava fazer alguma coisa para o namorado relaxar e também, ele estava um gato com aquele figurino, o beijo aconteceria de toda forma, eles se encaixavam e se conheciam bem, suas bocas pareciam que foram criadas uma para a outra e, se um deles não tivesse que fazer a melhor apresentação da sua vida - como buscava fazer toda nova apresentação - talvez eles extendessem aquele beijo para o camarim e outras coisas acontecessem.
Os lábios se separaram e o assistente do Matthew tinha soltado o som de abertura, bem como o pessoal da iluminação as luzes. Quando os dançarinos entraram no palco, Brad sabia que era a sua vez. Então se soltou do namorado, que silabou em silêncio um "arrasa" e foi para o centro do palco, parando de costas, como fazia sempre, para aquela abertura.
Claro que o show foi um sucesso, tanto que ele teve que incluir mais três de seus sucessos porque o público estava enlouquecido pedindo por mais, depois que colocou os pés ali e sentiu a vibração da platéia, esqueceu qualquer coisa que podia estar o incomodando, precisava fazer seu melhor para aquelas pessoas que davam a oportunidade dele fazer o que amava e de pagar suas contas. Era somente seu público que deveria importar, eles que eram seu "passe vip" para o sucesso e mais ninguém.

Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? hahahah ta curtinha, eu sei, mas acho que pegou bem o que eu queria captar, porque acontece muito da gente achar que o artista é foda o tempo todo e cara, eles tem seus medos e seus pensamentos que os sabotam, como qualquer ser humano comum, e é isso, queero dizer também que eu to apaixonada pelo Matt e espero que meu casal Brattew volte em outras histórias. Espero que tenham gostado.
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AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.   



 

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