03. It Was Always You

Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único

“O amor mais lindo é aquele que nasce de uma amizade verdadeira.”


*Sábado de manhã, oito horas e vinte*.

- Não, . – Tampou a cabeça com o travesseiro. – Tá muito cedo! Não quero levantar da cama. – Falou enquanto o louco e perturbado sentava-se em sua cama.
- , chega de manha e sai logo daí, já passou das oito.
- Oito? – Ela tirou o travesseiro do rosto. – As galinhas ainda estão dormindo! O que você está fazendo acordado essa hora? – Ela olhou pra ele que estava com sua jaqueta de couro de sempre e um perfume delicioso, como aquele garoto podia ser tão lindo aquela hora da manhã?
- Tentando fazer a criança mimada levantar do berço real e me acompanhar em um passeio! E se você não levantar daí por vontade própria, já sabe o que vou fazer né?!
- Ah, não! – Arregalou os olhos e sentou-se rapidamente na cama. – Balde de água fria não. – Estremeceu só de lembrar-se do susto que levara quando o louco do melhor amigo havia acordado-a com um enorme banho, ficou sem falar com ele por uma semana, só de raiva, será que o menino não entendia que dormir era sagrado para ela? Ele caiu na gargalhada no mesmo instante.
- Estava brincando. – Continuava rindo. – Dou valor a minha vida, não faria aquilo de novo.
- Hahaha, que engraçado, . – Coçou os olhos. – Para de rir! Aquilo foi traumatizante.
- Mas foi muito engraçado. – Prendeu o riso. – Eu precisava ter filmado a sua cara. Aí! – Riu quando levou um tapa nas costas.
- Mas afinal o que você quer com minha ilustre pessoa?
- Segredo... Vai se arrumar, que vou te esperar lá na sala.
- Não gosto de segredos... – Olhou-o com um bico.
- Mas não vou te contar. – disse, decidido. – Esse seu bico não funciona comigo! – Falou saindo do quarto, enquanto a garota tacava o travesseiro nele.
[...]
- Estou pronta! – disse, descendo as escadas.
- Até que enfim! – rodou as chaves. – Por que mulheres demoram tanto pra se arrumar? Por acaso vocês tem alguma espécie de ritual? – debochou.
- Credo, nem demorei tanto! E, aliás, você tá cheio de gracinha, né, , vem a minha casa essa hora da madrugada, no sábado e ainda reclama de mim!
- Shhh! Chatinha. Vamos logo! – Puxou-a pela mão.
- Espera. – Ela parou de andar.
- O quê?
- Pode dizer que valeu a pena. – Sorriu provocando-o e deu uma voltinha.
Ela estava com um vestido soltinho azul, que combinava com a cor de seus olhos cor de mel, uma rasteirinha com brilhos e um pouco de gloss labial, pronta para um programa no sábado de manhã, seja lá onde iria levá-la.
- Sair com você sempre vale a pena, docinho! Agora vem. A surpresa não pode esperar.
- Com prazer, bebê!
- Para de me chamar assim, .
- Mas você tem as bochechas lindas e rosadinhas como as de um bebê. – Falou apertando o rosto dele, o que o fez rir e apertar as bochechas dela também.
- Eu prefiro as suas. – Falou com sua voz galanteadora e a fez corar.
- Vamos! – Dessa vez ela quem disse. – Minha surpresa não pode esperar!
Saíram da casa e trancou a porta, não sabia quanto tempo iria ficar fora. Entraram no carro de , enquanto a garota insistia em perguntar para onde ele estava a levando. Foram cinquenta minutos nessa insistência, até que se aproximaram do local.
- Me diz onde estamos indo, ! Está demorando... – Ela pediu. – Por favor, eu faço o que você quiser.
- O que eu quiser? – Falou com interesse. – Gostei dessa proposta. Porém, já chegamos. – Fez um bico pra ela.
- Bobão. – Bateu nele, mas rapidamente olhou para fora. Conhecia muito bem aquele lugar, aquele parque, as nuvens, o céu, a brisa do vento, a grama, era tudo muito perfeito, estava maravilhada, fazia algum tempo que não ia lá, era um dos seus lugares preferidos no mundo. A falta de tempo, por causa dos estudos e momentos conturbados da família, a impedia de ir lá para se distrair constantemente e a distância também. Como não imaginara que era lá onde a estava levando? Estava tão distraída tentando convencê-lo de contar o lugar que estavam indo, que não havia percebido que ela mesma sabia. Realmente algumas coisas no caminho estavam semelhantes. Olhou então na direção do amigo. – Muito obrigada ! – Abraçou-o com força. – Você não tem noção de como eu estava sentindo falta daqui.
- Sei sim... – Falou retribuindo o abraço dela. – Mas vamos sair, porque a surpresa não é especificamente isso. – Sorriu vendo a felicidade de em estar lá. Saiu então do carro, ele segurou em sua mão e foi a guiando ao caminho onde estaria a tão esperada surpresa.
- FELIZ ANIVERSÁRIO! – Ela ouviu um coro de vozes e deu um passo para trás realmente surpreendida.
- Não acredito! – Ela sorria radiante. Toda sua família estava lá, como conseguira aquilo? – Meu Deus!
- Essa é a surpresa! Feliz aniversário, ! – Ficou contente.
- Te adoro, te adoro, te adoro! – Falou frenética olhando pra ele.
- Então vai aproveitar! Hoje o dia é seu, . Ninguém faz dezoito anos duas vezes na vida. Você sabe que merece! – Deu aquele sorriso lindo que ela tanto amava. então beijou o rosto do melhor amigo como agradecimento e foi falar com todos os seus parentes e colegas, não sabia como havia conseguido aquela proeza de juntar sua família, ao menos uma vez na vida. Apesar das brigas entre os tios, até sua avó estava presente!
- Vovó! – Abraçou-a. – Senti sua falta! Faz mais de um ano que meu pai não viaja para BH.
- Também senti saudades, minha neta preferida! Parabéns, agora você é uma mocinha independente.
- Achei que ninguém se lembraria do meu aniversário. No meio da confusão que foi esse ano. Todos esses problemas entre a tia Carmem e o tio Aldo. Fico feliz pela senhora está aqui.
- Você deve agradecer tudo ao seu pai e aquele seu amigo bonitinho ali. – A avó dela apontou para , que conversava com uma prima sua.
- Vó! – riu.
- Mas ele é mesmo, minha neta. Vou ali falar com seu tio, beijos. – Sua avó saiu.
“Bonitinho não, lindo.” Ela pensou e percebeu que estava olhando muito para , que pareceu sentir o olhar e virou a cabeça sorrindo. Ainda estava com Samanta. Ela só acenou e sorriu de volta, foi então procurar seu pai. Como sua avó mesmo dissera, ele tinha uma grande parcela de mérito por aquilo. Encontrou-o perto de uma mesa, onde estava um grande bolo.
- Papai! – pulou lhe dando um abraço. – Obrigada por tudo!
- Não há de que, meu amor! Afinal, eu não me esqueceria de comemorar seu aniversário de dezoito anos, o dia que minha menininha se torna independente. – Beijou sua cabeça. - Feliz aniversário, filha, tudo de melhor pra você e muito juízo na hora de tomar suas decisões.
- Pode deixar pai, vocês armaram tudo direitinho, hein? Achei que você e minha mãe tinham ido ao clube, como todos os sábados! A casa estava toda arrumada.
- Sou profissional em surpresas. – O pai falou, convencido. – Mas não posso negar que tive ajuda.
- Fiquei sabendo, vovó me disse. – Falou . – Bom, vou andar um pouco pelo parque, faz tempo que não venho aqui. – Disse e deu tchau para seu pai.

[...]

entrou na trilha no parque, gostava muito de todo aquele verde, aquele dia estava sendo mágico desde que chegou naquele lugar, seu pai e haviam acertado em cheio, não existiria surpresa melhor do que aquela. Estava andando lentamente e tirando fotos da natureza quando ouviu passos atrás de si, virou-se e viu quem era.
- Ethan!
- Feliz aniversário, meu amor! – O menino a beijou.
- Até você veio? – Perguntou realmente surpresa, pois nem , nem seu pai iam com a cara de seu namorado, somente sua mãe, que ainda disfarçava um pouco. Ele era seu segundo namorado, as outras tentativas dela nunca deram muito certo, mas ela achava Ethan diferente. Fazia três meses que estavam juntos, porém ela sempre ficava com um pé atrás, por conta da desconfiança de algumas pessoas, na verdade não sabia se ela gostava mesmo dele e não sabia se estava realmente feliz com a presença dele ali.
- Claro. Achou mesmo que eu faltaria? Mas você não parece muito feliz com isso. – Ethan percebeu.
- Não. Quer dizer, sim. Estou feliz sim, só que realmente não esperava. - Sentiu-se mal com isso, o menino nunca a enganara, porque não queria a presença dele? Porém o garoto simplesmente sorriu e saiu falando:
- Deixarei você continuar a fazer o que estava fazendo. Vou conhecer aqui um pouco mais. – Ethan disse e beijou sua bochecha saindo.
- Espera. – Ela falou, mas ele já tinha ido.

[...]

Após completar a trilha a menina saiu no meio do campo de flores e deu de cara com olhando o horizonte.
- Oi. – Ela falou, tirando-o do transe e o menino olhou para ela.
- Oi. – Ele falou, sorrindo, e continuou parado, até que ela foi até ele.
- Obrigada. – Ela falou novamente, havia realmente amado tudo aquilo.
- Você já falou isso, . – Riu dela. – Fico muito feliz por você ter gostado.
- Eu não gostei, eu amei! Realmente, muito! Por que você está assim tão pensativo? , quieto e calado, isso não é comum de se ver...
- Pensativo? Nem percebi. – Gargalhou e levou um susto quando se pendurou nas costas dele.
- Cavalinho! – Ela falou rindo e batendo em seu ombro.
- Só porque hoje é seu aniversário! – Falou divertido e saiu pulando no gramado. Estavam rindo, até que os dois despencaram no chão.
- Aí! – falou com uma voz estranha.
- Machucou? – Perguntou, preocupado, olhando para expressão de !
- Não! – A menina disse e caiu na gargalhada.
- Vai assustar outro, sua louca! – Falou, fazendo cócegas em sua amiga, que ria e tentava empurrá-lo, até que os dois cansaram e deitaram-se cada um de um lado na grama.
- Isso é tão bom... – Ela falou olhando o céu.
- O quê? – Ele perguntou virando a cabeça para o lado.
- Estar aqui, nesse lugar, com toda minha família. – “Com você” ela pensou, mas não teve coragem de falar.
- Eu também gosto daqui. – Falou levantando a cabeça para ver novamente o lindo céu azul que estava naquele dia. – Sair um pouco da rotina, se distrair.
- É. Às vezes precisamos disso de verdade. – Disse a menina.
- Sabe quem também está aqui? Seu namoradinho estranho.
- Aí, , não fala dele assim. Não sei porque toda essa implicância. Já o vi, estava na trilha quando ele veio falar comigo, mas acho que não fui muito receptível. – Fez uma careta. – Fiquei surpresa quando o vi, achei que vocês não o convidariam e ele achou que eu não tinha gostado da presença dele. E saiu, falou que ia conhecer o lugar.
- Implicância porque eu sei que esse cara não é confiável e eu seu que você vai se dá mal, apesar da sua insistência em dizer que não. – Ele falou impaciente com a conversa e menina ficou calada, simplesmente não respondeu nada. – ?
- Oi? – Falou e percebeu que sua voz estava embargada.
- Ah não, , você não vai chorar né? – Ele sentou na grama.
- Você não confia em mim. – Ela falou baixo.
- Claro que confio em você, docinho. Eu não confio nele.
- Tudo bem, , eu já vou. Quero aproveitar mais com meus parentes. – Levantou-se e saiu do local, onde o menino ficou observando-a. Será que ele nunca falava nada hora certa? Sabia que havia ficado chateada com aquilo e tinha certeza que era melhor dar um tempo para a garota, ela odiava ser pressionada. Ficou ali um pouco mais e depois se levantou, afinal aquele lugar era enorme e tinha muitos lugares para ver.

[...]

estava voltando ao local da comemoração, quando ouviu um barulho estranho, voltou um pouco para ver o que estava acontecendo. Se tinha uma coisa que a menina tinha era a curiosidade. Viu então duas pessoas encostadas em uma árvore se beijando, observou rapidamente, quando os dois pararam o beijo, ela já estava saindo, até perceber que o garoto em questão era Ethan. Não, não podia ser. O menino estava traindo-a na cara de pau, olhou incrédula aquela situação, sempre ficara com um pé atrás, agora sabia o porquê, não era só pela desconfiança de seu pai ou seu amigo, era porque o cara realmente não prestava e ela ainda havia tentado defende-o! Por diversas vezes quase discutira com por conta daquele cafajeste. Ela não estava acreditando naquela situação, mas aquilo não iria ficar assim, ela era e nunca seria rebaixada por um homem. Caminhou então até o “belo casal” e quando chegou perto o suficiente chamou.
- Ethan! – Falou alto, e o garoto virou na direção dela com os olhos arregalados, daquela vez não era ela que havia sido surpreendida e sim ele.
- não é nada do que você está pensando! – Ele se pronunciou levando um tapa na cara em seguida.
- Cala a boca, porque quem vai falar agora sou eu. Sempre te defendi das acusações da minha família, dizendo que você não prestava, estive ao seu lado sempre que você precisava e olha o que você fez seu ridículo! Pode ficar com essa vadia, ou com quantas outras você quiser, por eu não quero nada contigo. – Ela falou e virou as costas quando.
- Você é trouxa. – Ele vociferou.
- Como é que é? – Ela olhou-o indignada.
- Isso mesmo que você ouviu. – Aquele menino não tinha medo do perigo, a menina que estava com ele já havia saído sem que nenhum dos dois percebesse, a raiva subiu em que se aproximou de Ethan e com uma só joelhada o derrubou.
- Olha aqui, Ethan. – Falou, séria, enquanto ele se contorcia no chão. – O único trouxa aqui é você, sabe por quê? – Ela perguntou e deu uma volta. – Olha tudo o que você perdeu! Só vou te pedir uma coisa. Vai embora dessa festa, pois se você continuar me perturbando, eu não me responsabilizo pelas consequências. – Soltou um beijo no ar e saiu.

[...]

- Ei, ! – O menino escutou alguém chamá-lo de longe e viu que era a mãe de , então se aproximou. – Você viu minha filha por aí? – Ela perguntou e achou estranho pelo fato de ter saído primeiro que ele do campo das flores.
- Ela não está aqui? – Perguntou, olhando ao redor. – Está lá. – Olhou para a Sra. e apontou para a menina que estava andando em passos largos e parou subitamente, olhando para alguma coisa que lhe chamou atenção no ar, então se sentou em uma cadeira perto do lago e tornou a observar o nada.
- Ah, sim. Obrigada, , vou chamá-la para cantarmos parabéns. – Falou e foi até sua filha, conversou um pouco com ela e a garota sorriu. sempre adorara aquela parte, adorava a atenção voltada para si e gostava de fazer discurso para dar o primeiro pedaço do bolo. “Ela é totalmente o contrário dos seres humanos normais.” pensou e riu sozinho. Viu então o Sr. chamar todos para perto e se posicionar na frente do bolo com seu sorriso radiante, acenando para as pessoas, as velas foram acesas e todos começaram a comemorar.
- Parabéns pra você, nesta data querida... – Começou a tia da menina um pouco no fundo e todos acompanharam. – Com quem será? Com quem será que vai casar? Vai depender, vai depender se o Ethan vai querer? – Nessa hora a garota levantou os braços e disse:
- Opa, espera! – Riu e todos a olharam. – Ethan não! Eu terminei com ele. – Falou, enquanto algumas pessoas a olhavam compreensivas. – Mas tá tudo bem. – Ela falou sorrindo e fez todos acreditarem. Foi em direção as velas para assoprar, mas foi interrompida por sua mãe.
- Não se esqueça de fazer um pedido, !
- Pode deixar, mamãe. – Ela então assoprou as dezoito velas que estavam em seu bolo. – Meu desejo já foi realizado.
- Agora é sua hora preferida! O primeiro pedaço! – O pai dela falou de longe.
- Bom... Todos sabem que amo essa parte. – Ela falou gesticulando e sem querer sujou o dedo com glacê do bolo. – Mas esse ano eu não posso dar o primeiro pedaço para uma só pessoa... – Lambeu o dedo e cortou um pedaço do bolo. – Esse ano eu quero fazer diferente, em vez de dar este pedaço para alguém, eu quero dividi-lo com todos vocês, não literalmente, porque não daria para todos. – Ela riu. – Mas quero que ele represente a minha felicidade em ter todos vocês aqui presentes, eu quero dividir minha felicidade com vocês, com meu pai e minha mãe por terem e pensado em tudo isso, e também principalmente ao meu fiel escudeiro . – Ela apontou para o amigo no meio das pessoas e os olhares se viraram para ele, que acenou um pouco tímido. – Enfim, o primeiro pedaço é de todos nós! Obrigada por estarem aqui. – Ela terminou de falar e saiu pelo canto da mesa, até que viu atrás dela.
- Você me deixa completamente confuso! – Ele falou, olhando-a.
- Vou te explicar. – Ela o puxou para um canto e ele a olhou realmente confuso.
- Eu achei que você estava chateada. E como assim você terminou com o Ethan? – Ele franziu o cenho.
- Eu estava chateada. – Ela parou de falar lembrando-se da cena ridícula que vira quando estava voltando para o aniversário. – Aí quando sai do campo, escutei um barulho e fui ver o que era... – observava tudo o que a menina dizia atentamente, iria falar algo, contudo se conteve e resolveu não interromper. – Vi um casal se beijando e quando eu ia sair percebi que era o Ethan que estava ali, se agarrando com uma qualquer, não sei quem era a menina, de onde ela veio, sei lá, devia está em outro canto do parque, afinal esse lugar é enorme, mas isso não importa. Então eu não sei o que me deu, . – O olho da menina encheu de lágrimas. – Eu fui lá e falei tudo o que tinha ficado engasgado. Eu não entendo porque ele fez isso, ! Será que o problema é comigo? Eu não o amava, nem nada forte assim. Mas eu tinha me apegado, acostumado, eu acho. – Começou a chorar, não um choro desesperado, era um choro de incompreensão, onde as lágrimas caiam sem que ela nem percebesse.
- Ei... – O menino passou a mão em seu rosto suavemente. – Você não fez nada de errado, , você não tem problema algum. Esse babaca que nunca prestou e você não via isso. – Ele falou e ela sorriu secando o rosto.
- Bom, me deixa terminar de te contar. Eu fui até ele e falei poucas e boas, só que quando eu ia embora ele me chamou de trouxa.
- Mas é folgado esse moleque, se eu visse esse otário ia mostrar para ele quem é trouxa.
- Pode ter certeza que eu já mostrei! – Riu.
- Como assim? – Ele perguntou, curioso.
- Digamos que eu posso ter o impedido de ter filhinhos. – Ela respondeu e gargalhou, imaginando a cara que Ethan teria ficado.
- Você é demais, ! – Ele falou sorrindo.
- Eu sei! – Ela abriu um sorriso, ele sempre conseguia fazê-la sorrir.
- Isso aí! Eu gosto de te ver assim! – Ele a abraçou.
- Eu estou realmente feliz. Quando eu disse pra minha mãe que meu desejo já havia se realizado, era verdade. Hoje logo quando você me acordou, eu desejei que Deus me mostrasse o caminho certo e que eu conseguisse tirar tudo o que fosse mentira do meu caminho. – Ela afastou-se de . – E deu certo, porque eu enxerguei a verdade e vi que aquilo não era pra mim, ele não era o que eu queria. Devo muito disso a você! – O beijou na bochecha, abraçando-o novamente.

[...]

No dia seguinte...
- Bom dia, mamãe! – falou, sentando-se a mesa.
- Tá mais pra boa tarde, , não sei como você consegue dormir esse tempo todo, saiba que só estou te deixando nessa folga porque está de férias e suas notas continuaram boas. – A mãe falou calma e sorriu, com preguiça.
- Eu sei, mamis. Ontem foi maravilhoso, eu amei passar o dia lá.
- Que bom, foi um trabalhão esconder a surpresa de você. Mas sabe quem se deu bem ontem?
- Não, quem? – Ela olhou curiosa para a mãe.
- Sua prima Samanta.
- Ué, por quê? – Perguntou.
- Eu apresentei seu amigo para ela e eu acho que se deram bem, até marcaram de se encontrar. Aliás o é um menino muito gentil e meigo, fui com a cara dele desde que vocês estudavam juntos no primeiro ano, você nunca gostou de fazer muitas amizades, mas se tornou amiga dele tão rápido. Acho um menino super prestativo, além de ele ser tão atencioso com você.
- Mãe eu não estou acreditando que você está entregando meu melhor amigo de bandeja ai pra qualquer uma? – A menina falou meio indignada, sem saber o porquê realmente.
- Credo, , não fale assim, é sua prima e eu te dei educação. – Sua mãe respondeu e ela fechou a boca em uma linha reta.
- Ok, desculpa. Mas como você sabe disso?
- Disso o que?
- Que eles marcaram um encontro!
- Ah, sua prima que me contou. Ela agradeceu por eu ter apresentado o bonitinho, acho que ela estava com vergonha de ir até ele.
- A tá. – Olhou para a parede pensativa, mas foi tirada de seu devaneio pela mãe.
- Chama seu pai para almoçar, a comida está pronta.

[...]

- Alô? Quem fala? – perguntou.
- Sou eu, Samanta. Você não tem meu contato, prima? – A menina falou.
- Há, oi, Samanta. É porque eu troquei de celular recentemente e perdi todos os meus contatos, por isso não sabia que era você. Mas diz aí, para que me chama?
- Eu preciso de ajuda, prima.
- Ajuda? Minha? Você nunca me pediu ajuda, aliás você quase não fala comigo. – Achou estranho, mas logo percebeu porque a prima estava ligando.
- Eu acho que neste caso você pode me ajudar. É sobre seu amigo, . – Falou Samanta e do outro lado da linha bateu na própria testa.
- O que tem o ? – Falou, tentando disfarçar que já sabia o que era.
- Eu vou sair com ele hoje e preciso de algumas dicas, do que ele gosta e tal.
- Nunca tive um encontro com ele, como vou saber? – Falou sem pensar.
- Nossa, , sua mãe me disse que vocês são amigos há um tempão, nem vem me dizer que não sabe de nada sobre aquele gato. – “Aquele gato, aff” pensou , realmente seu amigo era lindo, mas bendita hora que sua mãe havia apresentado para sua prima chatinha.
- Tudo bem, eu te ajudo. – Respondeu.
- Oba! Obrigada, , passo na sua casa daqui a meia hora, beijos.
- Tchau. – Falou, mas no fundo não estava fazendo aquilo por sua prima e sim por , se ele havia gostado da menina quem era ela pra dizer o contrário.

[...]

- Hey, prima! – Samanta abraçou . – Ontem quase não conversamos na sua festa, aliás, foi muito boa.
- Pois é, Samanta. Obrigada. – Sorriu.
- Mas vamos direto ao ponto, o que você sabe sobre o gato? – Aquele “gato” novamente, estava incomodada com o “assanhamento” da prima. “Não entendo” pensou. “Só posso está ficando louca”. Qual é o problema dela se referir assim dele? - franziu o cenho sozinha. “Ai, , pelo amor das criaturas divinas, deixa de besteira.”
- ? – Sua prima balançou a mão em frente ao seu rosto.
- Ah, ok. – Falou, saindo do seu momento de dispersão.
- Me fala um pouco sobre ele. – Pediu, interessada.
- Bom, desde que eu conheci o ele foi assim, as garotas sempre se sentem atraídas por ele, mas ele é tímido, apesar de saber disfarçar muito bem. Gosta de coisas simples, não gosta de chamar atenção e nem dos holofotes voltados para si. – Falou ela.
- Caraca, vocês são bem diferentes. – Ela falou, estranhando por eles serem amigos.
- Eu acho que o que nos difere, nos aproxima. – disse devagar, sorrindo para o nada.
- Bom, e que tipo de meninas ele gosta?
- Sei lá, Samanta. – deu um olhar estranho na direção da prima. – Nós conversamos sobre muitas coisas, mas nunca fiz uma pergunta dessa pra ele, né. – Não conseguiu segurar o riso.
- Achei que você me ajudaria mais. – Ela olhou para , mas riu também.
- Não sou uma boa conselheira amorosa, mas quer uma dica? Seja você mesma, se der certo, deu, se não der, relaxa, eu acredito que um dia todos nós encontramos a pessoa que realmente é a certa para nós, aquela que nos deixa com as pernas bambas, o pensamento no ar e um friozinho bom no estômago. Se dermos a chance para nós mesmos, acharemos o amor. – Disse ela. – Eu ainda não encontrei, mas descobri que não temos que ficar procurando, na hora certa ele vem até a gente.
- Isso foi lindo, ! – Samanta falou. – Obrigada, já vou indo. Até que você me serviu. – Deu um beijo na bochecha da prima e foi embora. Samanta era meio doidinha, mas era boa pessoa.
[...]
- Oi, Sam! – a cumprimentou com dois beijos logo após tocar a campainha.
- Oi, ! Só um minutinho. – Ela falou e foi até a estante para pegar o celular.
- Podemos ir? – Ele sorriu de lado.
- Como quiser. – Samanta retribuiu o sorriso e fechou a porta. – Vamos naquela sorveteria?
- Sim, a que tem os melhores sorvetes do mundo. – O menino falou e abriu a porta do carro para ela.
- Além de lindo, é cavalheiro. – Falou, achando o gesto do menino fofo e vendo as bochechas dele se avermelharem levemente.
- Awn! Bem que a falou que você era tímido!
- Eu, tímido? É o sol. – Disfarçou. – Não sou não. – Ele riu. – E aliás, por que a falou isso para você?
- Não, ela não falou nada. – Fechou a boca em uma linha reta. – Acho que vi ela comentando com alguém ontem. – Disse e estranhou, porém deixou para lá, entrando no carro também.
- Vamos lá.

[...]

- Realmente, esse sorvete é divino! – A menina falou, colocando outra colher na boca.
- Eu não disse?! – Falou, comendo também. – É um pouco longe do centro, mas vale a pena! Se tem uma coisa que eu gosto, essa coisa é sorvete. – Disse. – E calda de chocolate, é claro.
- Não podemos esquecer-nos da calda de chocolate. – Ele falou. – Experimenta o de leite ninho. – Pegou uma colher do seu e levou até a boca de Samanta, que acabou se sujando. A garota gargalhou.
- Uma delícia! – Ele disse.
- Pera aí, deixa eu te limpar. – Falou e passou o polegar no canto da boca da menina, que estava com sorvete. – Pronto. – Lambeu o dedo.
- Obrigada. – Sorriu. – Mas, e aí? Vamos nos conhecer melhor!
- Tudo bem. Eu te faço duas perguntas e depois você me faz mais duas.
- Ok. Começa então. – Se ajeitou na cadeira esperando ansiosa.
- Qual é a sua cor favorita? – Ele perguntou sorrindo de canto. Ela já havia mencionado o quanto era fofo quando ele sorria daquela forma? Pois é, era. Na verdade, ele era todo fofo.
-Ah! Qual é, ? – Ela riu.
- Responde. – Ele falou divertido.
- Hum... – Pensou um pouco. – Vermelho e a sua?
- Azul. – Ele falou.
- Deixa eu fazer minha pergunta agora.
- Lembrando que você só tem o direito de fazer mais uma!
- Por quê? Eu não fiz nenhuma!
- Fez sim, acabou de perguntar qual era a minha a minha cor preferida.
- Ah não, ! Assim não vale. – Falou, rindo e dando um tapa nele.
- Claro que vale. – Zombou dela. – Afinal, foi o que combinamos!
- Você, hein! – Ela fingiu-se de magoada.
- Vai Sam, pergunta logo. – Gargalhou.
- Quero saber qual é o seu signo e o que você mais gosta de fazer.
- Mas isso foram duas perguntas. – Ele disse.
- Duas perguntas em uma! – Ela falou. – Isso vale, nem vem.
- Você não me avisou isso antes! – Riu.
- Pois agora tá avisado.
- Mas por que você quer saber meu signo?
- Curiosidade. – Falou e lembrou-se de algo. – Rá! – Ela falou. – Você também não tem direito a mais perguntas. – Se divertiu.
- Poxa, eu perguntei sem perceber. – Falou sincero.
- Eu fiz o mesmo naquela hora. – Ela disse. – Quem manda ser curioso demais!
- Peixes.
- O que?
- Meu signo, ué.
- Responde a outra parte da pergunta.
- O que eu mais gosto de fazer? – Ficou pensativo. – Eu gosto de me divertir.
- Se divertir como?
- As cotas de pergunta já acabaram. – Ele disse e sorriu.
- Vamos fora do jogo agora. – Ela respondeu.
- Eu gosto de sair para festas e baladas com a , nós nos divertimos bastante juntos. – Falou e ela o olhou com um jeito estranho. – Se bem que faz um bom tempo que não saímos assim, sem compromisso, porque ela estava namorando aquele engomadinho. – Respondeu tranquilo.
- E você? O que mais gosta de fazer? – Ele questionou.
- Gosto de praticar esportes, na verdade amo. Vôlei é o meu preferido.
- Que legal! Sabia que também sou muito bom em vôlei?
- Sério? – Falou um pouco surpresa. – Qualquer dia desses a gente combina de fazer uma partida. – Disse e terminou seu sorvete.
- Posso fazer mais uma perguntinha?
- Pode.
- Como você e minha prima se conheceram? Vocês são diferentes pra caramba e parecem tão íntimos. – O menino estranhou a pergunta.
- A nossa história é um pouco peculiar. – Falou lentamente. – Mas não é uma coisa importante pra você saber, temos muitas diferenças mesmo, mas nossa forma de pensar é bastante parecida. Às vezes nossas diferenças que nos aproximam. – Disse e Samanta arqueou as sobrancelhas lembrando que dissera quase a mesma coisa.

[...]

- Mãe, eu vou sair, mas volto rapidinho. Tenho que ver as datas que vão sair o resultado do vestibular, era pra eu ter olhado antes, mas esses dias não consegui e como a Nina também não viu, vou tentar ver se consigo hoje. – Falou para a mãe que estava se arrumando, provavelmente iria sair com seu pai.
- Mas lá fica aberto no domingo, filha?
- Creio que não, mas como esse não colocaram as datas na internet ainda, devem ter colocado algum aviso lá do lado de fora.
- Tudo bem, eu e seu pai vamos para o jantar da empresa, se quando você chegar já tivermos ido, tranque as portas direitinho.
- Beleza, talvez eu vá fazer minhas unhas também, vou com a Nina, não se preocupe.

[...]

- Só semana que vêm! – Nina falou ao lado de .
- Estou ansiosa, estudei tanto pra provas!
- Já esperemos por um bom tempo, mais uma semana não vai matar ninguém.
- Pois então vamos ao salão no salão da Késsia, merecemos nos cuidar, afinal é férias.
- Agora mesmo. – Disse. – Pera ai. – Pegou a bolsa que estava segurando e abriu, pegando uma embalagem pequena, embalada em um papel rosinha com glitler, pelo tamanho da caixinha devia ter alguma joia ali.
- Seu presente. – Deu a ela. – Não fui à festa ontem, porque tive que ficar cuidando da minha vó, mas o tinha me avisado. Não pense que eu esqueci do seu aniversário.
- Obrigado, Nina. – Abraçou-a antes de abrir o presente. – Amei minha festa ontem. Só faltou você mesmo. – Disse desembrulhando a caixinha. – Ai, meu Deus! – Exclamou. – Que lindo, Nina, muito obrigada! – Era um colar com seu nome todo cravejado.
- Eu lembrei que quando eu dei um desse pra minha irmã, você amou, aí encomendei um parar você.
- Achei muito lindo, de verdade. – Falou, animada, já colocando o colar.
- Que bom, fico feliz. Vamos agora.

[...]

- Foi bom passar esse tempo com você. – Samanta falou.
- Também gostei muito, Sam, você é uma ótima pessoa!
- Bom, vou entrar. Até logo!
- Até logo. – Ele disse e foi dar um beijo na bochecha da garota que virou o rosto propositalmente e transformou aquilo em um selinho.
“Ops.” pensou.
- Tchau. – Sorriu e ela entrou em sua casa.

[...]

Dias depois...
- Hello, ! – falou alto pelo telefone.
- ? – Falou meio atordoado.
- Eu mesma! Aliás, alguém te liga essa hora a não ser eu?
- Não mesmo. – Disse do outro lado da linha.
- Desculpa, eu sei que você estava dormindo, mas eu estou sem sono.
- Pelo amor de Deus, . Vai dar uma hora da manhã! Por que você sempre fica sem sono quarta de madrugada?
- Não sei... – Falou meio pra baixo. – Mas você sabe que quando fico com insônia só durmo se falar com alguém. – Fez uma voz manhosa e ele revirou os olhos.
- E por que não foi conversar com sua mãe? – Falou, provocando.
- Ah, você sabe. Já sou bem grandinha pra fazer essas coisas e escutei uns barulhos estranhos atrás da porta. Ai, eca. – Disse e ele riu sabendo que deveria está fazendo uma careta.
- Verdade, você é bem grandinha pra ficar me acordando assim de madrugada.
- Poxa, , você já dormiu muito mais tarde. Acho que tá ficando velho.
- Se eu estou velho, você também está.
- Então sou uma velha linda e poderosa. – Ela riu. – E você é um velho chato, que não quer me ajudar a dormir.
- Eu sou muito é lindo, isso sim. – Disse, convencido.
- Nossa! Tá se achando hein.
- Acho que estou com síndrome de . – Falou, zoando a menina.
- Muito engraçado, . – Ela fingiu um sorriso. – Eu não me acho, eu tenho certeza.
- Depois que eu falo, não acredita. Por isso não te elogio, se não vai ficar convencida.
- Mas você me acha linda, né?
- Claro. – Gargalhou.
- Viu. – Sorriu de canto. – Amo seu sorriso.
- Confessa que você ama tudo em mim, docinho.
- Nunca. Não confesso nada, porque não tenho nada pra confessar. – Falou convicta.
- Você não me engana, , um dia ainda vai falar que morre de amores por mim. – falou e a menina gargalhou na linha.
- Vai sonhando. – Disse.
- Tive uma ideia pra você se aquietar.
- Qual?
- Vamos jogar confessionário.
- Pode ser, mas eu acho que conheço todos os seus podres, bebê. – Ela riu.
- Acha é?
- Acho sim. Então começa você!
- Eu confesso que você é muito cara de pau de ficar me ligando essa hora.
- Então você acha que eu sou cara de pau? Bom, saber. Eu confesso que sou cara de pau mesmo e gosto de encher teu saco.
- Me conta uma novidade, .
- Eu confesso que apesar de tudo, ainda não entendo porque o Ethan me traiu.
- Porque ele é um babaca, só isso.
- Você sempre soube né?
- Pra dizer a verdade, desconfiava.
- Eu devia ter te ouvido, mas você nem sempre foi um bom exemplo. – Lembrou que gostava de casos rápidos, nunca namorar sério.
- É porque ainda não encontrei o que quero. Eu quero uma pessoa que se divirta junto comigo, que não tenha vergonha de ser quem é, com atitude, mas que saiba a hora certa de tomar suas decisões. Uma pessoa que mesmo estando distante, eu me sinta perto só de lembrar-me, quero uma pessoa que eu beije e não consiga esquecer o sabor da sua boca.
- Uau, alguém que te deixe anestesiado com cada toque, e que você ame cada defeito, alguém que te deixe feliz só por está feliz também. Eu te entendo, mas uma hora a gente encontra esse amor. Eu quero um dia sentir isso com alguém. Ai. Vou parar com isso, todo esse pensamento me ilude. – A menina riu e ele a acompanhou. – Acho que você tem um lado um tanto romântico .
- Eu posso te surpreender mais do que você imagina, .
- Eu sei. Você sempre me surpreende. – Disse e bocejou em seguida.
- Acho que alguém ficou com sono. – falou.
- Obrigada, .
- Disponha, docinho. Boa noite. – Falou baixo.
- Te adoro simplesmente porque você existe. – Ela falou e ele sorriu do outro lado da linha. – Boa noite.

[...]

*Toca a campainha*
- Pera! Já vou! – Gritou o garoto.
- Tá bom! Eu espero. – respondeu de volta e o menino abriu a porta, ele estava sem camisa com a toalha amarrada na cintura.
- Pelo amor, , vá se vestir. – falou, o olhando.
- Está se sentindo tentada? Não tenha pensamentos impróprios, . – Sorriu de canto.
- Engraçado como você tem vergonha em público, mas quando só estamos nós dois, você não toma vergonha na cara, né?
- Você também não tem, sinto que não preciso ter. – Falou.
- Ah, é? – Falou e passou a mão no peito do garoto, que a olhou achando tudo aquilo muito engraçado.
- Então você quer brincar? – Ele se aproximou.
- Quem sabe? – Ela disse e sorriu.
- Então vamos brincar. – Falou prendendo o riso e ela o empurrou para trás, gargalhando.
- Anda, , vai logo se vestir. – Falou e ele riu dela.
- Estou indo. – Falou, quando a menina tacou uma almofada em sua direção.
- Vou ficar sentada aqui.
- Duvido, sentada você não fica, porque não para quieta.

[...]

- Bom dia, Samanta! Em que posso lhe ajudar? – A atendente perguntou, recordando o nome da garota que vira e volta aparecia ali na loja.
- Eu quero aquele batom vermelho mate que eu comprei da última vez, minha amiga gostou muito dele quando viu e eu acabei dando pra ela, mas agora estou querendo um de novo.
- Vou pegar para a senhorita. Só um momento! – A moça falou, procurando a cor do batom na gaveta. – Achei. – Entregou para Samanta. – É esse?
- Esse mesmo.

[...]

- Quando seus pais voltam de Noronha? – gritou do sofá.
- Na próxima semana. – Ele respondeu.
- Eu ainda não acredito que você não quis ir, lá é tudo tão bonito.
- Eu sei. – Ele falou saindo do quarto. – Mas como já tinha ido ano passado, não tava a fim de ir de novo.
- Sei. – Falou.
- Mas então, está com fome?
- Sempre! – A menina respondeu.
- Vou fazer um misto pra gente.
- Espera, vou te ajudar. – Levantou-se mais a campainha tocou. – Você tá esperando alguém? – perguntou.
- Eu não, só você. E você já está aqui, então não sei quem é.
- Deixa que eu atendo, pode ir pra cozinha. – Disse.
- Ok. – Ele foi.
então foi até lá.
- Samanta? – Abriu a porta dando de cara com a prima.
- ? – A outra também parecia um pouco surpresa.
- O que você tá fazendo aqui? – perguntou.
- Eu vim falar com o . – A menina disse.
- Ah. – Fez uma careta. – Entra. Vou chamar ele. – Disse e fechou a porta.
- Quem era, ? – Perguntou da cozinha.
- É a Samanta. – Respondeu e o menino foi até a sala.
- Oi, Sam. – Cumprimentou a garota com dois beijinhos e saiu de perto.
- Vou deixar vocês sozinhos. – Disse e foi para a cozinha.
- Bom, . Eu vim aqui te convidar pra um passeio. Jogar vôlei na praia topa?
- Poxa, Samanta, eu tinha combinado de sair com a hoje. – Fez uma cara fofa.
- Ah, mas ela pode ir também. – Ela sorriu.
- Então vou ver com ela, ok?
- Ok.
foi até a cozinha onde já estava terminando seu misto quente.
- Tenho uma proposta irrecusável. – Ele falou e ela gargalhou.
- Qual?
- Eu, você, dois filhos e um cachorro. – Disse e a menina gargalhou.
- Você é maluco, .
- Tive que falar isso, não resisti. – Ele riu também. – Mas sério, tenho uma proposta irrecusável.
- Falando assim até me convence, o que é?
- A Sam veio aqui convidar a gente pra jogar vôlei na praia.
- Ela veio convidar você. – apontou para . – Não eu.
- Mas eu já tinha combinado de sair com você.
- Pode ir com ela, vou pra casa. – Ela pegou seu misto e mordeu um pedaço.
- Nada disso, , deixa de drama.
- Drama? Eu só vou deixar o casalzinho só, não quero atrapalhar.
começou a rir.
- Do que você está rindo, idiota? – Bateu nele.
- , eu não acredito que você está com ciúme.
- O quê? – Ela arregalou os olhos. – Você só pode está louco, na verdade, você é louco! Eu com ciúme de você? – Debochou irritada.
- Está com ciúmes, sim. – Ele prendeu o riso, as bochechas já estavam vermelhas de rir da garota.
- Se liga, , tá achando que é isso tudo?
- Isso e muito mais.
- Ai, meu Deus, eu mereço. – Ela bateu na própria testa. – Por que acha isso?
- Porque você está. Eu vejo nos seus olhos. – Falou e ela lhe lançou um olhar mortal.
- Não estou, não.
- Está sim! – Ele insistiu e a menina gritou, fazendo-o gargalhar.
- Credo, gente, o que é isso? – Samanta apareceu na cozinha e olhou em direção aos dois, olhava com raiva, enquanto o outro estava parecendo um pimentão de rir tanto.
- Nada não. – falou. – é uma criança birrenta.
- Ele tava me provocando! – Disse.
Samanta fitou-os curiosa.
- Vocês são engraçados.
- Eu vou. – disse. – Mas antes vou passar na minha casa e pegar o biquíni, beijos. Encontro vocês lá. – Saiu.
- Ela é difícil de lidar. – falou para Samanta.
-Eu acho que você sabe muito bem lidar com ela. – Falou.

[...]

- Vem, ! – Gritou Samanta, um pouco distante e o menino tirou a camisa.
- Estou indo. – Gritou de volta.
- Minha prima ainda não chegou?
- Ainda não. – Respondeu.
- Então vamos começar. – Samanta falou e foi para o outro lado da rede. – Ímpar ou par?
- Ímpar!
- Par! Um, dois, três, já! – Os dois colocaram as mãos no meio.
- Uh! Ganhei! – Sam comemorou e ele riu.
- Campo ou bola?
- Bola, óbvio. – Disse e ele riu.
- Então vou ficar com esse lado mesmo. – Disse.
- Por mim, tudo bem. – A menina disse e foi sacar a bola.
- Vamos ver se você é mesmo boa no vôlei. – Falou e ela lançou uma bola forte que ele rebateu rapidamente, então os dois começaram o jogo.
- Você tem um bom reflexo. – Ela falou meio ofegante.
- E você tem força nas mãos. – Ele riu.
- Está empatado. – Disse. – Olha a ali. – Samanta apontou para a menina que já estava de biquíni e conversando com alguém que eles não conheciam.
- Vamos ver quem ganha essa logo e depois nós vamos lá nela. – Olhou de lado.
-Okay! Essa eu ganho, me dá a bola.

[...]

tinha acabado de chegar, arrumou suas coisas na areia e ficou só com o biquíni, ela estava procurando por e Samanta quando alguém a cutucou pelas costas.
- Oi, gata. – Esse alguém disse e ela se virou, era um loiro que fazia qualquer mulher delirar.
- Oi. – Respondeu.
- Você acredita em amor à primeira vista ou devo passar por aqui mais uma vez? – Ele sorriu, e ela teve que confessar mentalmente que aquele sorriso era maravilhoso.
- Nem à primeira vista, nem a segunda. – Debochou.
- Uau, audaciosa. Gosto disso!
- Você nem me conhece. – Olhou para ele.
- Mas se você quiser, posso conhecê-la, olhos de mel. – Disse, sedutor. – Prazer, Bernardo. – Estendeu a mão.
- . – Ela levou a mão até a dele. – Mas estou fechada a relacionamentos atualmente. – A menina respondeu.
- Espero que mude de ideia. É muito desperdício alguém linda assim como você ficar só. Vou indo. – Disse e voltou a correr, ficou somente olhando, desistiu de procurar e a prima, deitando para tomar sol, provavelmente os dois estariam em algum lugar se pegando. Por que aquela ideia a irritava tanto? Não sabia. Talvez devesse está de fato com ciúmes de . Ele nunca fora de namorar, vivia só entre uma e outra, já havia ficado com muitas na verdade, mas sempre soube que eram só ficadas, e relacionamento? Piada. Ela sabia, sim, porque estava com ciúmes, parecia está sendo diferente com Samanta. Podia até ser egoísmo de sua parte, porém algo nela torcia para aquilo não dá certo, não entendia o porquê, e sentia-se mal por isso. Sentou-se para passar o protetor solar e conseguiu ver sua prima perto de uma rede de vôlei e lá estavam eles, os dois bem próximos, e estavam a ponto de fazer exatamente o que ela imaginava: se beijarem. “Esquece, , você não tem nada a ver com isso. Já sabia que isso ia acontecer.” Falou consigo mesma, procurando outro lugar para se concentrar. “Não posso ficar aqui” pensou. “Na verdade, nem devia ter vindo. Mas já que estou aqui vou nadar e não vou me estressar por causa de ninguém.”

[...]

Depois de terminarem sua partida, Samanta saiu campeã. E resolveram então procurar , porém a garota já não estava no mesmo lugar.
- Eu disse que ia ganhar! – Sam se apoiou em seus ombros.
- Eu deixei. – Ele falou e ela riu.
- Até parece, você penou ali.
- Há há há! Penei? Quase ganhei de você. – Falou divertido.
- Quase... Mas não ganhou. – A menina afirmou.
- não está mais aqui. – franziu o cenho.
- Ela deve ter ido pro mar. - Samanta falou.
- Ela deixou as coisas aqui sozinhas, é doida. – Olhou.
- Será que ela viu a gente? Às vezes foi procurar e não achou.
- Não sei, vamos ficar aqui, daqui a pouco ela volta. – Disse e percebeu que Samanta estava olhando em outra direção. – O que é?
- Só estava a procurando. Vou comprar uma água de coco, quer também?
- Não, obrigado. – Falou.

[...]

*Coloque Love Someone*
- Oi! – falou, entrando na frente de toda molhada, ele só percebeu porque o sol parou de bater em seu rosto, estava tão disperso que não viu a menina chegar. Olhou-a de baixo a cima. “Deus.” Ele pensou, ela era simplesmente linda. Samanta também era bonita, mas sua amiga tinha algo que o cativava de uma forma instigante. – Se for babar, me avisa que eu pego um balde, . – Ela disse e ele sorriu, fez menção de limpar a boca em uma brincadeira divertida entre os dois, eles viviam naquele joguinho.
- Como está o mar? – Ele perguntou.
- Um pouco agitado, mas a água tá uma maravilha. – Ela disse, estava tremendo levemente, então o menino jogou uma toalha para ela. – Obrigada. – Sorriu.

Love is a funny thing (Amor é uma coisa engraçada)
Whenever I give it, it comes back to me (Sempre que eu dou, ele volta pra mim)
And it's wonderful to be (E é maravilhoso)
Giving it with my whole heart (Dá-lo com meu coração inteiro)
As my heart receives (Como meu coração recebe)
Your love (Seu amor)


- Senta aqui. – Ele falou e ela o fez.
- Onde está a sua Samanta? – Olhou para ele, falara aquilo com um tom de voz estranho, não só pelo frio, mas também pela implicância.
- Minha Samanta? – Ele gargalhou. – Deixa de bobeira, . – Disse e a puxou, abraçando a garota de lado e ela apertou suas bochechas.
- É sério com ela? – Perguntou. – Eu vi vocês se beijando. – disse e ele arqueou as sobrancelhas.
- , você já me viu me beijando várias garotas, o que é isso agora? – Ele perguntou em um tom engraçado e ela se repreendeu por te falado aquilo, afinal não tinha nada haver, as palavras saíram de sua boca por impulso.

Oh, ain't it nice tonight we've got each other
And I am right beside you
More than just a partner or a lover
I'm your friend


- Nada não. – Olhou para frente com uma careta.
- Quer um beijo também, docinho? – Provocou-a.
- Eu? Beijar você? Há há há. Seu sonho de consumo, né? – Ela se afastou de e olhou nos olhos, tentando enganá-lo, porque na realidade parecia realmente querer aquele beijo, porém nunca cederia àquele desejo.
- É muito amor! – Ele abriu um sorriso de orelha a orelha e se inclinou a beijando na testa. – Também te amo. – Ele disse e ela tentou sorrir, mas seus olhos marejaram e ela o abraçou repentinamente escondendo seu rosto no pescoço do menino. – Hey! – Passou as mãos no cabelo molhado dela, tinha se surpreendido com o gesto inesperado da garota. – O que foi, ?

When you love someone
Your heartbeat beats so loud
When you love someone
Your feet can't feel the ground


- Nada. – Ela respondeu com a voz estranha. – Não estou chorando, viu? – Ela realmente não estava, tinha vontade, mas não chorava em público.
- Eu não disse nada. – Ele falou, mas no fundo estava estranhando o comportamento dela. – Olha aqui. – Segurou seu rosto e analisou-a.

Shining stars all seem
To congregate around your face
When you love someone
It comes back to you


- Que foi? Queria te abraçar, só isso. – Disse. Não era só isso, ela sentia, mas não conseguia dizer, estava com medo de perdê-lo, seria muito egoísta da parte dela se falasse isso para ele.
- Você não vai me perder, nunca. – Falou sério, como que lendo seus pensamentos. – E sabe disso. Desde que nos conhecemos, , você sempre me ajudou, com tudo, todos. E eu sempre estive junto de você também e isso não vai mudar, acima de tudo, pode ter certeza. Eu não estou mentindo quando digo que te amo. Você é minha melhor amiga. – Olhou fundo nos olhos dela, para ter certeza que ela tinha entendido.
- E eu também não estou mentindo quando digo que te adoro. – Os dois sorriram cúmplices.
- Eu sei, docinho. – Dessa vez foi ele quem a abraçou.

And love is a funny thing
It's making my blood flow with energy
And it's like an awakened dream
Is what I've been wishing for, is happening
And it's right on time


- Como você consegue? – Ela perguntou em meio aqueles braços quentes que ela amava.
- O quê? – Perguntou.
- Ler meus pensamentos.
- Dá mesma forma que você sempre leu os meus. – Disse. – Pelo olhar.

[...]

- Oi, ! – Samanta apareceu próximo deles. – Como estava o mar?
- Ótimo. – Sorriu. – Me dá um pouco da água de coco? – Ela apontou.
- Claro. – Samanta lhe deu o coco.
- Obrigada. – Falou bebendo a água.
- E aí, não quer jogar uma partida de vôlei com a gente, prima?
- Não sei. – falou em dúvida.
- Eu sei que você também gosta de esportes, por que não? – Sam insistiu.
- Sou mais adepta aos esportes radicais. – disse e riu levando um beliscão no braço da menina.
- Ai! Que foi? – Continuou rindo.
- Que foi você, tá rindo do quê? – Ela perguntou, encarando ele e cochichou para Samanta o chamando de louco.
- Eu acho que você tá arrumando desculpa porque não sabe jogar vôlei! – Ele disse.
- Ah é? Acha isso? – Perguntou irônica.
- Acho sim. – Respondeu.
- Não quer mostrar que ele está errado, ? – Samanta perguntou.
- Quer, ? – Ele a fitou, desafiador.
- Com certeza! – Levantou-se, tirando a areia da perna. – Vamos lá! – Ela disse. sabia como convencê-la de fazer muitas coisas, ela funcionava na base da pressão, gostava de surpreender. Samanta havia lhe ajudado ali.

[...]

Dias depois...
- AI MEU DEUS! AI MEU DEUS! – Gritou .
- O que foi, ? – A mãe da garota apareceu desesperada na sala junto com seu pai.
- NÃO ACREDITO! – Falava, pulando freneticamente e rindo.
- O que criatura? – O pai perguntou.
- Eu passei no vestibular pra jornalismo! – Falou ainda alto e dessa vez foi sua mãe que gritou.
- Parabéns, filha! – Foi lhe abraçar, mas a garota não parava quieta.
- Eu sabia que você ia passar, minha filha é inteligente. – O pai disse a parabenizando.
- Obrigada, mãe. Obrigada, pai! Não tô acreditando! – Ela parecia realmente não está. – Vou avisar pro ! E pra Nina! E, ai meu Deus! Estou tão feliz! – Falou, pegando seu celular, enquanto seus pais saiam da sala.
- Oi, !
- ! – Falou feliz. – Você não vai acreditar! – Ela falou, extremamente sorridente.
- Se você me contar eu acredito, por que você tá sorrindo? – Perguntou.
- Por que as pessoas sorriem? Estou feliz! – Respondeu, empolgada.
- O que aconteceu? – Perguntou com curiosidade.
- Eu passei! – Ela gritou.
- Você passou? Os resultados saíram? – Perguntou de volta.
- Eu passei! – Ela disse novamente.
- Parabéns, ! – Ele falou do outro lado da linha. – Isso merece uma comemoração!
- Claro! De alto nível! Já olhou suas notas?
- Ainda não, vou ver. Estou muito feliz por você, docinho. – Disse, sincero.
- E vou ficar ainda mais feliz quando você me ligar de volta confirmando sua aprovação em engenharia! Vai logo ver, , vou ligar pra Nina! Beijo!
- Ok! Te pego às 22h, hoje vamos nos divertir.

[...]

A menina tentou ligar para Nina muitas vezes, mas a garota não atendia. Na melhor das hipóteses, também teria passado no vestibular e estava aproveitando sua alegria. ia fazer o mesmo. Depois do almoço decidiu ir ao shopping comprar roupa nova, hoje à noite ela iria sair de si, queria se divertir e muito! Sempre que saia com eles tinham um jogo peculiar, funcionava assim: Ele escolhia uma pessoa e ela outra, os dois apostavam quem conseguia ficar com a pessoa escolhida primeiro, quem vencesse ganhava um prêmio do perdedor. O que quisesse na verdade. Era idiota? Sim. Mas era algo que eles gostavam de fazer. Ela já havia se dado muito bem nesse jogo, ele também, não podia negar. Encontrou um vestido preto que a fez se apaixonar de cara, o decote em V era sexy, sem ser nada vulgar e ela amava a parte da saia, foi esse que levou. Avisou aos seus pais que iria comemorar com e que iria chegar um pouco tarde.
- Muito juízo e responsabilidade! – Seu pai falou. – Aproveita filha. Dezoito anos passa rápido e uma das melhores fases da vida, parabéns novamente por ter conseguido passar no vestibular, com seu esforço, minha querida.
- E não aceite bebida de estranhos, . – A mãe falou.
- Obrigada, papai, ok, mãe. – Disse.
Viu o celular tocar.
- Já estou aqui fora. – falou.
- Estou indo. – Desligou e abriu a porta. – ! – Ela sorriu e o abraçou forte.
- Fica de olho nessa menina . –Suzan, mãe de , falou da porta.
- Pode deixar, senhora .

[...]

Ao adentrar o carro, sentiu o maravilhoso perfume no ar, fechou os olhos e aproveitou o ambiente totalmente agradável, amava está ao lado de seu amigo, aquele que lhe dava conforto nas melhores horas. Ficou com os olhos fechados até que ouviu uma risada baixa (e linda) ao seu lado.
- O que foi? – Ela o olhou devagar, sorrindo.
- Nada, é que toda vez que te vejo, tenho vontade de rir. – Ele falou com uma cara engraçada e ela arregalou os olhos brincando.
- Você é muito bobinho, !
- Talvez você faça eu me sentir feliz. – Fez um biquinho e ela apertou sua bochecha, enquanto eles saiam com o carro.
- Me conta. – Ela pediu.
- O que?
- Você passou?
- Só vou te contar quando eu chegar lá. – Ele tinha uma expressão indecifrável. não sabia como ele fazia aquilo, mas era assustador, talvez porque ela não conseguisse disfarçar suas expressões.
- Me fala logo, sou muito curiosa. – Ela falou meio implorando.
- Por isso não vou contar agora, gosto de te provocar. – Disse e ela mordeu os lábios, com o menino a observando de rabo de olho.
- Tudo bem então, hoje eu não vou insistir. – Ela sorriu.
Os dois seguiram em silêncio todo o caminho até a boate, que já haviam ido uma vez ou outra, mas e calados? Aquilo estava meio estranho, na verdade muito! O resto da noite ainda traria muitas descobertas...
Entraram no lugar e foram direto para o bar, queriam começar com distração.
- O que você vai pedir, ?
- Hangar One. E você?
- Acho que vou começar com algo diferente essa vez. – Ele apontou para o cardápio.
- Hendrick? – Ela questionou.
- Gin. – Respondeu de volta.
- Excêntrico, gostei. – Os dois sorriram. E a menina então chamou o barman.
- Dois Hendricks, por favor. – Ela disse.
- Boa escolha. – O homem piscou e a menina retribuiu com um sorriso. olhou torto.
- Mal chegamos e você já está assim. – falou.
- Assim como? – Ela se direcionou a ele ofendida. – Não pense que não vi você de flerte com aquela loira do fundo. – O menino gargalhou.
- Calma, docinho. Não foi isso que quis dizer.
- E foi o que?
- Que você está linda e chamando atenção por onde passa. – Ele falou devagar e ela se surpreendeu, não estava esperando por aquilo, não mesmo, seriamente.
- Obrigada. – Ela disse tirando uma mecha do cabelo do seu olho.
- Meu Deus! – Ele falou com os olhos arregalados. – Deixei sem palavras uma vez na vida. Já posso morrer feliz. – Disse e a menina riu.
- Não deixou, não. – Lhe deu um tapa no braço. – E pare de ser besta!
- Aqui está seu drink, dama. – O barman colocou sobre o balcão. – E o seu. – Empurrou o de que acenou com a cabeça para que ele saísse, fazendo a garota gargalhar e beber todo o drink em uma só golada.
- Vai devagar, coisinha. – Ele riu, fazendo o mesmo. – Que tal dançar?
- Com uma condição.
- Diga.
- Fala, você passou ou não?
- Passei. – Sorriu de canto e só foi o tempo da menina pular em cima dele.
- Estou tão feliz, tão feliz! – Falou abraçando-o forte.
Ali se via a verdadeira cumplicidade, ficar feliz pelo ganho do outro.
- Eu sabia que iria ficar feliz, mas não tanto assim. – Falou sorrindo abafado no pescoço dela.
- Mais o que? – Ela se afastou com um sorriso enorme. – , você é muito, muito, MUITO especial pra mim. E com certeza eu fico mais do que feliz quando você alcança seus objetivos.
- Eu sei. – Falou puxando-a para a pista de dança. – Você é maravilhosa, docinho.

[...]

- Hey, Sam! – A pessoa falou passando pela garota.
- Oi, mana, estava no mercado?
- Sim.
- Trouxe algo gostoso pra eu devorar?
- Arroz, feijão, carne, se quiser vai fazer. – A menina disse e riu da cara que a irmã fez, então jogou um pacote de biscoito em cima dela.
- Uhuuuuul! Wafles! – Samanta comemorou, abrindo o pacote.
- Mas o que você tá fazendo em casa?
- Credo, Sara, tá me expulsando da minha própria casa? – Fez uma cara afetada, que fez sua irmã tacar-lhe uma almofada.
- Esses últimos dias você só fica saindo com aquele gatinho, amigo da , né?
- Pois é... – Samantha falou, olhando para o nada. – O é lindo, super gente boa, tem muito em comum comigo, mas ele gosta de outra pessoa. – Disse tranquila e riu. “Só não percebeu ainda” pensou.
- Quem? – Sua irmã interessou-se pelo assunto e sentou no sofá. – Ele que te disse?
- Não, não. – Sam gesticulou com as mãos. – Eu que percebi esses dias. No inicio achei que era a forma da amizade deles, mas tem algo a mais, é bem visível.
- Eles quem? – Sara questionou.
- e . Nossa, Sara, como você é lenta. – Disse.
- Sou mais velha que você, me respeita. – Deu língua. – Isso é paranoia, eles só são muito amigos.
- Não é paranoia, eles são apaixonados um pelo outro. Só não perceberam isso ainda. É algo que vão descobrir, tenho certeza. E os dois são fofos juntos! – Sam fez voz de criança. – Aliás, hoje conheci um gato na faculdade, o nome dele é Bernardo. – Sorriu esfregando as mãos e sua irmã gargalhou.
-Você não perde uma, hein!
- A vida não para, meu bem. – Falou e lançou um beijo no ar. – Já conversei com o , falei que nosso lance não era nada sério e ele concordou. Enfim, foi só uma diversão mesmo. Agora esse Bernardo é, ó. – Balançou a cabeça em afirmativa. – Um partidão. – As duas riram sozinhas.

[...]

Aproveitaram, beberam, dançaram e dançaram muito! e estavam cansados, então resolveram aquietar-se um pouco e foram pra um canto onde o tumulto era menor.
- Ai, eu acho que cansei. – Ela falou, ofegante.
- Só acha? – Ele riu, com a respiração entrecortada.
- Vou ao banheiro. – Ela disse, na tentativa de fazer um coque.
- Você está bem? – Perguntou, ao perceber que ela estava cambaleando.
- Ótima. – Respondeu. – Só vou lavar meu rosto. – Disse e saiu.
então foi em busca de água, estava com sede. Após encontrar, voltou para o lugar onde esperava , ela ainda não estava ali, o garoto achou estranhou e resolveu ir até lá. Caminhou por entre as pessoas até que avistou o toalete feminino, aproximou-se, porém antes de bater na porta alguém o cutucou nas costas.
- Não consegue me esperar um minuto? – Perguntou. – Você realmente não vive sem mim.
- Você sabe que não. E um minuto, ? Vezes dez, né. Fiquei preocupado. – O menino disse e aquela frase foi impactante para a garota, já era a segunda vez na mesma semana que lhe deixava sem palavras, por coisas que ele costumava dizer sempre. Ela poderia muito bem responder: Preocupado? Nem demorei. E começariam uma discussãozinha para provar que ela demorou, mas mulheres sempre demoravam. Mas dessa vez ela não sabia o que estava acontecendo, queria pegar aquele garoto e mordê-lo por sua fofura que ela sempre amou, porém não daquela maneira, sempre o vira como amigo, nada diferente, mas sentia que algo estava mudando dentro de si, algo que ela preferia ocultar “, fica na tua e não faça besteira.”
- Preocupado por quê? Você não tem que se preocupar comigo, só com a Samantha, sua peguetezinha, que por um acaso é minha prima. Eu sei que o caso de vocês dois tá ficando sério e não quero ser a invejosa da história. E, sim, estou com ciúmes de você e não sei porque cargas d’água estou, sinto vontade de chorar toda vez que te vejo com ela e acho isso uma merda, porque, ultimamente, venho sendo uma idiota, quer dizer, idiota sempre fui, mas esses últimos dias estão de lascar e eu não sei o que está acontecendo, mas não estou nem um pouco afim de sentir isso. – Falou contrariando completamente seu pensamento, por que tinha de ser tão impulsiva? Por que falara aquilo? Estava louca, sabia. E ele a olhou com os olhos arregalados.
- Eu disse que você estava com ciúmes de mim! – Ele gargalhou.
- Puta merda! Eu te falo tudo isso e a única coisa que você diz é isso? – Ela gritou, estressada.
- Você é louca, só isso, sempre soube e que você tem ciúmes de mim também, sempre tive de você.
- Sou, sou muito louca mesmo e aquele gin não tá ajudando na sensatez. – Continuou gritando.
- E só pra constar, eu e Samantha nunca foi sério, já concordamos com isso, ela é super gente boa e tudo, mas não é aquela pessoa que eu disse pra você, a que eu procuro. – Falou e viu a boca de abrir em uma expressão incrédula.
- O que? – Perguntou, realmente surpresa.
- Isso mesmo que eu disse e essa sua vontade de chorar é porque você é chorona mesmo, acha que eu não sei?
- , não me irrita. – Ela falou com um misto de sentimentos e ele deu um passo à frente.
- Sabia que você fica sexy quando me chama pelo sobrenome? – Ele passou a mão pelo rosto dela.
- , não faz isso, se não vou ter que tomar medidas sérias que realmente quero tomar e isso pode ser perigoso. – Ela disse entrelaçando as mãos no cabelo dele.
- Eu quero que você tome essas medidas. – A puxou pela cintura e a garota mordeu os lábios.
- Você quer jogar? – Perguntou acariciando sua nuca.
- Dessa vez não quero brincar... – Disse com a voz rouca. – É só você me falar qual é a medida que tomaria. – Falou, olhando para seus lábios.
- Isso mesmo que você está pensando. – Ela disse, com a voz baixa.
- Então é isso mesmo que vou fazer. – A puxou de uma vez, encostando seus lábios no dele e finalmente se beijaram intensamente.

[...]

No dia seguinte...
acordou suando, olhou as horas e viu que já iria dar uma da tarde, tinha sonhado. O sonho fora enigmático, não havia entendido muito bem, deixou de lado e então resolveu pensar no acontecido da madrugada. e ele, haviam se beijado e beijado muito, diversas vezes, aquilo não saia de sua cabeça, fora bom, podia afirmar. “Para quem eu quero mentir?” perguntou pra sim mesmo. “Não foi bom, foi ótimo!” ficou pensativo. Lembrou que depois de ficarem, foram embora da festa quase três e meia da manhã e nenhum dos dois haviam pronunciado uma palavra se quer sobre o acontecido, ele a deixou em casa e quando os dois foram se despedir, ele não conseguiu fazer outra coisa, se não beijá-la novamente e ela retribuiu com um sorriso, lhe lançou um beijo e entrou.
Aquela menina... “Meu Deus!” pensou, ela sempre o tirava do eixo. Ele estava realmente confuso, não sabia o que fazer. Se pedia desculpas ou deixava aquilo como um caso isolado, não queria que aquela situação deixasse a relação entre os dois estranhas ou que se magoasse com algo, mas não podia negar que queria repetir tudo mais uma vez. Seus lábios lhe causaram arrepios, como nunca antes havia sentido com qualquer outra. Aquilo era demais para sua cabeça, resolveu sair para raciocinar um pouco.

[...]

estava deitada, não havia pregado o olho desde que chegara em casa, só conseguia pensar nele, no seu beijo no seu toque, em sua voz que lhe dizia para aproveitar o agora, em . Logo após deixá-la em casa, a menina entrou em seu quarto, jogando os sapatos para um lado e deixando-se cair sobre a cama, porém a partir daquele momento, ela não tinha conseguido dormir. Quando se deitou e parou para pensar sobre todo o acontecido, foi que percebeu que sempre tivera vontade de beijar , só nunca havia levado a sério.
“Minha santa das bicicletinhas sem freio, cá entre nós, super valeu a pena o dia de ontem e a madrugada também” pensou mordendo o lábio inferior. Ela estava tão confusa, preocupada e receosa. Estava pensando como agiria ao vê-lo de novo. “, é o ! Seu melhor amigo. Acorda criatura, vocês nunca tiveram dificuldade de lidar com as atrações!” Continuo dentro de pensamentos, realmente era uma pessoa confusa. Mas eles dariam um jeito, ela sabia.

[...]

havia saído com o carro sem destino certo, passou na praia, tomou um coco e ficou olhando o mar que parecia se unir ao céu em um horizonte todo azul, seus olhos ficaram semicerrados quando a luz atingiu seu rosto com uma sensação boa, pagou a água de coco e foi andar um pouco, por incrível que parecesse sua cabeça não estava doendo por conta das doses de gin e aquilo o fez lembrar novamente de . “Tenho que vê-la”, pensou, “Mas para que? Nem sei o que direi”, franziu as sobrancelhas. “Qual é, ? Improvisa, você nunca precisou de motivos para procurar a .” Concluiu o pensamento adentrando seu carro, eram três quarteirões até chegar lá.

[...]

- Espera um pouco! – gritou, descendo as escadas. – Estou indo. - Disse ao pegar as chaves e girar na maçaneta, arregalou os olhos instantaneamente ao ver que era quem estava ali.
- . – Sorriu um pouco envergonhado.
- . – Ela continuava fitando-o, mas deixou um sorriso escapar.
- Precisamos conversar. – Falou com uma expressão indecifrável.
- Eu sei. – Ela disse, dando espaço para ele entrar, então ambos ficaram se entreolhando em silêncio, até explodirem em uma gargalhada.
- Essa situação está tão cômica que parece irreal! – disse com a voz engraçada.
- Realmente... – tentou falar, parando de rir aos poucos, então os dois se olharam novamente e ele abriu os braços.
- Vem cá! – O garoto a chamou, então se abraçaram.
- Isso não mudou nada entre nós, certo? – Perguntou receoso.
- Certíssimo. – Ele colocou o rosto em seu pescoço.
- Eu te amo. – Falou meio que em um desabafo, suspirando.
- Eu também. – Beijou seu pescoço e se apertaram mais forte.
- Docinho... – Chamou.
- Oi? – A menina perguntou afastando-se.
- Até que você beija bem! – Ele sorriu de lado e recebeu um tapa.
- Safado! – Riu. – Você também não é nada mal. – Mordeu os lábios.
- Não faz isso!
- O que?
- Isso! – Ele apontou para sua boca.
- Ah, tá. Desculpa! – Sorriu inocente e ele riu da cara dela.
- , ... Só você mesmo.
- Sou única, eu sei! – Fez pose e gargalhou. – , só uma coisinha...
- O que?
- Eu não me arrependo, não mesmo. – Ela disse e o garoto deu um sorriso de canto.
- Pois saiba que eu me arrependo... – Disse e ela fez uma careta, que o fez ter vontade de gargalhar, a menina parecia não se decidir entre ficar irritada, o xingar ou bater nele. – Calma, docinho! Você nem me deixou terminar. – Falou segurando o riso. – Eu me arrependo de não ter te beijado mais, muito mais. – As palavras saíram por impulso.
- Somos diferentes pra caramba, né? – Riu um pouco pra baixo.
- Por isso que não conseguimos viver um sem o outro. – Levantou o queixo dela levemente.
- É como se fosse complementar. Ei! Você acabou de dizer que não vive sem mim! – Apertou suas bochechas.
- Isso não é nenhuma novidade. – Ele falou para ela. – Os opostos se atraem, sabia? – Ele mordeu os lábios dela.
- Acho que esse fato é verdade. – disse. – Tudo em você está me atraindo.
- Não posso negar o mesmo... – E se beijaram, e ficaram ali, descobrindo um sentimento que estava preso neles for a long time, mas que só agora haviam realmente percebido. E iriam explorá-lo, com toda certeza. Os dois afastaram-se com a respiração entrecortada, ele amava a cor dos olhos dela, apesar de castanhos, ficavam cor de mel quando a luz refletia. Em sua cabeça, sempre foram somente amigos, mas só agora fora perceber o quanto estava cego. Encostaram suas testas e ele resolveu falar:
- ... – Sussurrou.
- Oi. – Ela respondeu, lentamente, de volta, fechando os olhos com o toque do menino em sua nuca.
- Todo esse tempo que nos conhecemos... Nunca cruzamos a linha, nunca tínhamos nos permitido fazer isso, não é?
- Eu creio que tudo tem a hora certa para acontecer. – Ela disse, abrindo os olhos. – E desde que te conheci, há alguns anos... – Acariciou o rosto de . – Percebi que você nunca sairia da minha vida, além de todas as dificuldades. – Ela falava, enquanto ele aproveitava as caricias. – E que eu também nunca sairia da sua.
- Agora eu sei por que eu nunca estive satisfeito, tudo o que passamos, vivenciamos juntos. – Ele se afastou para olhar diretamente nos olhos da garota. –Sempre foi você, docinho. E eu não poderia está mais feliz com isso. , você é a única que nunca sai da minha cabeça, a que sempre me causa diferentes sensações. – Ele sorriu e viu segurar o choro, ela estava cansada, assim como ele, supôs que ela também não havia dormido muito.
- Eu percebi que para mim também sempre foi você! – Sorriram cúmplices e tornaram a se beijar.


FIM



Nota da autora: Sem nota.

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