Capítulo Único
Mil Novecentos e Noventa e Nove – 1999
– Opa que tem gente ultrapassando o sinal por aqui! – o grito do rapaz foi quase como um choque fazendo e se largaram de uma forma mais do que rápida.
– Que droga, Percy! Para de encher o saco! – disse irritado pelo susto, com a mão no peito nu, e respirando fundo no canto do sofá, enquanto a namorada se limitava a rir alto com o rosto encostado nas costas do estofado.
– Porra, Percy. Eu achei que era a sua mãe. – riu alto, ajeitando a blusa no corpo e passando a mão no cabelo.
– Por pouco não foi ela. – O rapaz levantou o indicador. – , . Você toma cuidado, se dona Pamella te pega assim com nesse sofá, ela te capa. – Ele fez um barulho engraçado coma boca e o irmão mandou o dedo.
– Ela não vai pegar, Percy. Não se preocupe! – o mais novo usou de ironia e levantou do sofá, estendendo a mão para namorada.
– A gente se cuida. Prometo! – piscou pro cunhado e segurou a mão do namorado, levantando do sofá, depois foi puxada na direção da escada que dava acesso aos quartos da casa.
– Usem camisinha, vocês são novos demais para terem filho. – Percy gritou, rindo na intenção de provocar o irmão e ouviu um xingamento conjunto dos dois o chamando de babaca.
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A fina camada de suor cobria o corpo dos dois, enquanto o garoto fazia movimentos repetidos e sincronizados entre as coxas da namorada, preenchendo a atmosfera do quarto meio bagunçado com gemidos baixos e suspiros, à medida que os movimentos eram aumentados em termos de velocidade, fazendo com que parte das costas dele ficasse sem a pele, pelas arranhadas constantes e firmes da garota. Era uma forma de não gritar com o prazer que lhe atingia, ou os dois estariam bem ferrados se fossem pegos no flagra, principalmente por Pamella, que era rígida ao extremo com os três filhos em alguns termos. E aquele com certeza era um deles.
começou a se movimentar ainda mais rápido, sentindo a cama mexer, sua namorada lhe apertar e arranhar ainda mais. Quando percebeu que estava no seu limite, abafou o gemido do orgasmo com um beijo e continuou com os movimentos até que a namorada também chegasse lá.
O rapaz sustentou boa parte do peso do corpo nos braços, mantendo um sorriso idiota na cara pelo que tinha acabado de acontecer, enquanto via o peito da namorada subir e descer com a respiração desregulada, ao mesmo tempo que ela também sorria idiotamente. Ele deu um leve beijinho em , logo se jogando ao lado dela na cama extra grande para solteiro.
A garota passou a mão pelo rosto, rindo pro vento e sentou procurando as roupas pelo chão.
Eles tinham que abrir aquela porta o mais rápido possível!
– Já decidiu o que vai fazer com o emprego e a banda? – ela perguntou, enquanto vestia o sutiã de cor clara, depois de já ter vestido a calcinha, e o garoto fez careta levantando da cama.
– Vou pedir demissão no fim da semana – ele suspirou, pegando as roupas no chão e jogou o preservativo usado, enrolado em um papel no lixeiro do quarto, depois sacudiu o pequeno balde para esconder as provas do crime. – Eu ainda não sei, . Eu estou um pouco confuso.
– Você gosta de trabalhar lá, mas a música é a música. – A garota disse, rindo, abotoando a calça e o viu rir junto, concordando completamente com ela.
– Exatamente, prodígio. Música é o que me faz feliz. – Ele deu um sorriso largo e completamente bobo, em partes por ver que a namorada o conhecia tão bem e, em partes, por saber onde estava realmente o seu futuro. – E a sua carta, já chegou?
– Não ainda – ela fez uma careta desgostosa e riu baixo. – Também não sei se vai chegar. – deu de ombros, inconformada, mas mesmo assim, pregou um sorriso no rosto. – A já recebeu a dela e caramba, é na melhor universidade da Inglaterra, isso já me deixa imensamente feliz. – terminou de passar a blusa pela cabeça e a ajeitou no corpo.
atravessou o pequeno espaço que os dividia dentro do quarto e abraçou a namorada com força, enfiando o rosto no pescoço dela, passando todo o conforto e segurança que achava necessário. Ele sabia, sentia que ela iria passar, a garota era brilhante e esforçada, nada a seguraria.
– Você vai passar, . – O rapaz acariciou o rosto dela com uma das mãos e a beijou levemente em seguida, mantendo um sorriso torto e orgulhoso. – Eu sei que vai, na verdade, eu sinto que vai. – Ele disse a fazendo sorrir largamente, depois ficar na ponta dos pés e lhe dar um beijinho.
– ! Eu já disse que não quero porta trancada dentro dessa casa! – o baque da porta de madeira abrindo assustou os dois e o abraçou um pouco mais forte pelo susto, depois olhou para porta vendo a mãe do namorado.
O QUÊ? A PORTA ESTAVA ABERTA?
– , querida! – a mulher cumprimentou a garota animadamente e com um sorriso largo, mas ainda parecia querer matar o filho que estava ali trancado.
– Oi, Pamella! – ela soltou do namorado o dando um empurrão pela porta destravada e acenou para a mulher com um grande sorriso. Vendo que a futura sogra não sairia daquela porta até que ela, ou , não estivessem mais no quarto, a garota riu baixo e beijou a bochecha dele. – Vou indo, tenho dever de física. – A garota rolou os olhos, o fazendo rir.
– Vai sim. – O garoto deu mais um beijinho nela. – E pede ajuda ao Alex com o dever de física.
– Pode deixar, capitão! – ela bateu continência e saiu do quarto acompanhada da sogra.
It's so subtle, I'm in trouble
But I'd love to be in trouble with you
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– Não acredito que você vai me deixar. – estava com cara de choro, enquanto ajudava a empacotar alguns pertences pessoais.
– Dramática! – a mais velha riu e bateu de lado com o quadril no dela. – É só a faculdade! Não é abandono. – A garota arregalou os olhos fazendo mais cena e a irmã riu, mesmo que mantivesse a cara de choro.
– É abandono de incapaz! – a mais nova acusou e abraçou-a com força, como se não a deixasse mais sair dali e riu alto.
– Sei bem como você é incapaz! – a irmã usou de deboche, mas mesmo assim a esmagou no abraço. – E eu estou abrindo caminho para você, moça!
– Eu sei que sim! – suspirou um tanto frustrada. – Mas acho que minha carta vem de jegue. Sinceramente! – a garota rolou os olhos e as duas riram.
– Ela vem! – beijou a bochecha da irmã. – Com certeza a carta tá chegando! Sempre vem na hora certa! – a garota piscou e levantou as mãos pro teto, como se pedisse a Deus que a carta chegasse logo. – Estou ansiosa!! – ela mordeu a boca um tanto pensativa.
– Eu também estou! – disse óbvia. – Você vai para outro país! – a garota esganiçou. – Mas eu já estou com saudade!
– AW! – pulou, esmagando a irmã em um abraço. – Também já estou morrendo de saudade de todo mundo! Se não fosse Cambridge, eu nem ia. – A garota fez um bico inconformado e foi sacudida pela irmã.
– Mas você ia mesmo! – as duas riram. – Imagina as mil cartas e fotos que você vai me mandar! Meu Deus, vai ser completamente incrível! – a mais nova disse completamente eufórica. – E os meninos vão estourar, daí a gente vai lá com a banda e vamos conhecer todos os seus amigos ingleses!
– JÁ QUERO! – soltou um grito, fazendo uma dancinha completamente animada. – Com certeza! Vou te encher de coisa! – ela prometeu e viu a irmã brilhar os olhos com aquilo. – Você vai ficar bem por aqui, . Garanto. Muito bem cuidada. – A garota piscou, rindo.
– QUERO TUDO! – gritou também. – É saúde e você sabe, o Canadá é o melhor lugar para se estudar e trabalhar com saúde!
– Não é só disso que eu falo, sis. – As duas riram e a mais nova sacudiu a cabeça negativamente.
– Quem sabe com 30 eu não sou uma enfermeira poderosa. – fez uma pose e bateu com o quadril de lado com o dela. – E ainda namorando um músico famoso?
– Quem sabe, nada! Você vai ser! – a mais velha usou de convicção, mostrando uma imensa segurança. – Você vai conseguir tudo que quiser, irmãzinha! – ela abraçou a mais nova bem forte, sendo abraçada de volta, e logo ouviram um baque alto, fazendo as duas garotas se assustarem e olharem imediatamente para a janela do quarto.
– Que droga você tá fazendo aqui, ? – perguntou, assustada, com os olhos arregalados e entredentes. Querendo matar o namorado com uns tapas.
– Ai, meu Deus! – tapou a boca com a mão quando viu o garoto que parecia ter caído de paraquedas dentro do quarto.
- Hey, ! – ele acenou para futura cunhada e riu. – Esse não era seu quarto, ? – perguntou, olhando para as paredes.
– Claro que é meu quarto! Sai daqui! – arregalou os olhos e o viu lhe olhar confuso.
– Não, não, não. Sai! Xô! – disse abanando as mãos, como se o rapaz fosse uma galinha e caiu na gargalhada.
– Como xô? – perguntou, indignado, com os braços cruzados e os pés fincados no chão.
– Xô! – a garota usou do seu tom mais óbvio e com a ajuda da irmã, começou empurrar de volta para janela do quarto. – Vaza! Vai para casa!
– Como vai para casa? – o garoto virou, abraçando de uma vez como se a garota fosse sua refém. – Eu vim te ver e vocês estão me mandando para casa? – perguntou com uma indignação bem fingida à namorada, beijando a bochecha dela em seguida.
– Claro! Você tá no meu quarto! – soltou um grito esganiçado e voltou a empurrar na direção da janela. – Se quisesse me ver, entrasse feito gente pela porta da frente!
– Não posso mais ver minha namorada? – o garoto perguntou com os pés fincados no chão.
– , você vai mesmo me fazer falar? – olhou completamente tediosa para ele.
– Shiu! Me deixa! – o garoto riu, meneando a mão para mais velha. – ! – ele pediu por socorro.
– Você invadiu meu quarto! – a garota disse, esganiçada, sacudindo as mãos de forma frenética.
– Não é novidade! – deixou escapar de uma vez e tomou um tapa forte no braço, que o fez se encolher. – AI! – o rapaz gritou com os olhos arregalados.
– Eu não precisava ouvir isso. – soltou esganiçada e viu os dois rirem alto, depois rolou os olhos. – Eu estou indo embora. PARA OUTRO PAÍS! Não sei quando volto. Eu quero ficar com a minha irmã. Dá licença? – voltou a empurrá-lo para perto da janela, já irritada com a insistência do garoto.
– Não posso ficar? – ele perguntou com um bico.
– NÃO! – o grito foi conjunto das duas garotas. – Para que você quer ficar, demônio? – rolou os olhos.
– Esperar você sair. – O rapaz arqueou a sobrancelha com um sorriso esperto e tomou um tapa da cunhada. – A.I. ! – ele arregalou os olhos, se encolhendo.
– Eu vou dormir aqui! – a mais velha disse como se fosse uma criança competindo com outra e mostrou a língua para ela.
– Ótimo! Maravilhoso. – reclamou da briga idiota dos dois, mas ria alto com a discussão.
– Sai! Garanto que você não vai morrer por ficar longe da minha irmã uma noite. Não vai cair. – prendeu a risada e o viu fazer uma careta de completa indignação, com a boca aberta em um perfeito O. riu alto, apontando para a irmã:
– Escuta ela!
– Nem murchar, fica tranquilo. – olhou para e as duas riram alto com a advertência.
– Não é toda hora para sua informação. – O rapaz reclamou mais pelo deboche e apontou para ele.
– Ah, isso eu também garanto. Vai logo, ! – ela perdeu a paciência e voltou a empurrar o garoto na direção da janela.
– Sério? – ele praticamente gritou, mais indignado do que nunca.
– Muito sério! Vai logo! – voltou a empurrá-lo pelos ombros e o garoto bufou.
– Espera só a ir embora. – deu um sorriso travesso e apanhou das duas garotas ao mesmo tempo, o fazendo se encolher. – Ai! Será que dá para parar de me bater? – ele perguntou com os olhos arregalados.
– Não! – as duas garotas responderam completamente sincronizadas, o que consequentemente duplicou o volume da voz.
– Princesinhas? – a voz de Charlie pode ser ouvida juntamente com duas batidas na porta. – Tem mais alguém aí? – o homem perguntou com confusão na voz e arregalou os olhos, apavorado com a ideia de o pai das duas entrar no quarto.
Claro, ele e não namoravam escondido, mas estava dentro do quarto da garota. Tinha entrado pela janela! E aquele era o fatídico momento que ele começava a se arrepender de todos os seus pecados, incluindo ter tirado a virgindade da namorada. Se o acontecido se encaixasse na categoria pecado, claro.
– Filme, pai! – as duas gritaram ao mesmo tempo, voltando a empurrar o garoto para fora do quarto.
– Ok, não demorem muito a dormir! – o homem alertou, rindo, deu mais duas batidinhas na porta, gesto recorrente que funcionava quase como um anúncio de que ele iria sair dali.
– Tá vendo? – arregalou os olhos, soltando um sussurro esganiçado. – Vai, vai embora!
– Ok, ok, estou indo! – o garoto levantou as mãos em rendição e sem precisar que o empurrassem mais, saiu sozinho do quarto pela janela, enquanto as duas irmãs vigiavam para ver se ele ia mesmo embora. O rapaz viu as duas apertadas no mesmo lugar e mandou um beijo provocativo.
– De nada! – gritou sobre ter salvado a pele do garoto e depois riram.
sacudiu a cabeça meio incrédula com a petulância e imprudência de , depois fechou a janela meio morta.
– Quando ele vai crescer? – a garota perguntou, rindo.
– Quando a vida quiser. – piscou filosofando e as duas riam alto mais uma vez. – Filme? – ela abraçou a irmã de lado.
– Filme! – respondeu com firmeza e as duas se jogaram na cama, pegando uma caixa na mesinha do lado com várias fitas cassetes que elas tinham alugado. – Vai dar tempo ver tudo hoje?
– Acho que não. – deu de ombros e as duas riram.
A mais nova pegou uma das fitas da pilha e correu até o vídeo cassete que estava instalado no quarto. Um presente de aniversário ganhado dos pais e que uma vez ou outra reunia a turma toda para ver qualquer filme que havia acabado de lançar nas locadoras do bairro. Em que mundo elas iriam pensar que poderiam assistir um filme no próprio quarto, na TV? E ainda revê-lo sempre que a vontade batesse? O mundo estava louco, completamente louco! Mas os avanços da tecnologia eram incríveis e, na concepção das duas, o Walkman* era a melhor invenção existente, as câmeras Kodak então? Sem falar que a mais nova não esperava a hora de ganhar um tão sonhado celular.
Andar com um telefone completamente sem fio ou qualquer coisa ligada à tomada e que ainda mandava mensagens? Aquilo sim era modernidade e as duas mal esperavam a hora de poder trocar mensagens de texto, principalmente estando a milhas de distância.
– ? – perguntou quando sentou na cama.
– Oi – a mais velha se ajeitou puxando um dos travesseiros, mas sem resposta da irmã. – Que foi, ? – a garota perguntou, rindo.
– Você vai levar sua filmadora para Inglaterra? – ela perguntou, ansiosa, balançando uma das pernas freneticamente e viu afirmar meio confusa. – Por que a gente não grava alguma coisa legal? – mordeu a boca mais ansiosa ainda.
– CLARO! – a garota gritou, sentando de uma vez na cama. – Vamos gravar uma fita! Vou buscá-la! – ela levantou da cama e rapidamente saiu do quarto da irmã, indo buscar a filmadora. – Voltei! – gritou com a filmadora em mãos e riu.
– AE! – a mais nova deu um pulinho, ainda sentada na cama, enquanto filme rodava no vídeo cassete. – Tem fita virgem? – perguntou e a outra fez uma careta que indicava negação, depois riu.
– Não, mas a gente grava em cima dessa – a mais velha disse com os olhos arregalados em euforia. – Era só besteira dos meninos lá no Alex.
– Ah, então grava em cima. Liga! – a mais nova pediu sem conseguir controlar a ansiedade e logo viu o joinha da irmã mostrando que podia começar.
levantou da cama, puxou o criado mudo para o meio do quarto e apoiou a câmera lá, olhou se estava focada direito e pulou na cama junto com a irmã.
– Onde você quer estar daqui quinze anos? – perguntou mexendo os joelhos e soltou uma gargalhada.
– Eu não sei, nem se a gente sobrevive à passagem do milênio. – disse, rindo e viu a irmã rolar os olhos.
– O mundo não vai acabar. Me diz, !
– Não tinha uma pergunta mais difícil? – a garota soltou uma risada morta.
– Vai me diz! Daqui a quinze anos a gente vê a fita e vê se deu certo! – riu. – Sei lá, diz que vai casar com o príncipe William, com o Timberlake. – A garota deu de ombros se referindo ao membro mais gato da boyband ‘N Sync* na concepção delas.
– Olha, eu não recusaria, pegava numa boa. – riu. – Mas não é o objetivo. – A garota fez uma careta.
– E qual o objetivo? Porque olha, o ‘N Sync tá arrasando legal! – movimentou as mãos. – Eu pegaria legal o Justin.
– Você namora o ! – a mais velha riu alto, fazendo a irmã rir junto.
– Em que mundo eu iria conhecer o Justin Timberlake? Não viaja. – A garota sacudiu a cabeça, rindo. – Qual o objetivo, Cousseau?
– Eu quero... ser uma designer muito boa, na verdade, a melhor no ramo. E claro, estar com vocês, você sendo uma enfermeira daquelas de dar muito, mas muito orgulho, os meninos fazendo muito sucesso no mundo todo. Show grátis, e na área VIP! Essas coisas. – deu de ombros e as duas riram alto. – Qual é? Eu mereço!
– Show grátis e área VIP? Isso eu gostei, gostei mesmo! – apontou. – E você vai casar com o Alex, me escuta. – A garota disse com uma seriedade fora do comum e ouviu uma gargalhada de deboche da irmã. Ela rolou os olhos.
– Claro, porque estamos em um filme. – Ela debochou sobre casar com o melhor amigo. – E você tem o poder!
– Eu sou um ser de luz! – disse completamente convencida e foi empurrada de leve.
– Mas e você, ser de luz? – debochou rindo e mostrou a língua, depois suspirou, pensativa.
– Se possível viajar o mundo liderando uma equipe de enfermagem para salvar pessoas na mata, água, a porra toda. Se possível exército. Sabe aquelas enfermeiras líderes bem maravilhosas? Tipo do exército. – A garota de 17 anos perguntou completamente empolgada, imaginando tudo que ela queria que acontecesse dali alguns anos.
– Modesta, como vocês podem ver. – a mais velha apontou para câmera rindo, enquanto mostrava a irmã e fez a pose mais convencida.
– Aí depois eu passo três meses com vocês curtindo a área VIP! – ela piscou e riu. – E sim, sou muito modesta. – disse, rindo e mostrou a língua.
– Claro, e nesses três meses você é a esposa de ! – a mais velha piscou em tempo de ver entrando em uma crise incontrolável de riso, de modo que a garota se encolhia de tanto rir.
– Eu nem sei se a gente vai tá junto, imagina casado então. – Ela sacudiu a cabeça ainda rindo e rolou o olho.
– Nem vem, ele não te larga mais! – enrugou o nariz em uma careta meio desacreditada. Eles eram tão novos para pensar que poderiam sei lá, estar casados. – Você vê um casamento totalmente sem fundamento para mim e não vê você casada com o seu atual namorado? – perguntou com as sobrancelhas arqueadas e a garota deu um sorriso trincado.
– Touché! – apontou para irmã e a fez rir. – É comprovado que é mais fácil de você casar com seu melhor amigo, do que com o namorado. – Ela deu de ombros em tempo de ver fazer uma careta esquisita, até de nojo, se duvidar.
– Sem chance! Alex é tipo, meu melhor amigo mesmo e ele é da sua idade. – mordeu a boca olhando pro teto, como se pensasse em algo, depois voltou a atenção para irmã de uma vez. – Eu ser a futura rainha da Inglaterra é um cenário mais provável. Acredite em mim.
– Ok, futura rainha da Inglaterra! Não esqueça dos familiares plebeus! – pôs a mão no peito, usando de todo o seu drama.
– Nunca, Duquesa! – piscou fazendo a irmã rir.
– Eu vou sobreviver. – mordeu a boca e suspirou. Por que era tão difícil ver a única irmã indo passar uma temporada fora do país, por que doía tanto? – Eu sei que vou.
fez um bico ao ver a careta dela e a abraçou com a maior força que conseguiu, fazendo abraçá-la de volta na mesma intensidade.
– Claro que vai. – A mais velha beijou a bochecha de . – E eu não vou sumir, você sabe!
– Por um bom tempo, vai! – a garota arqueou as sobrancelhas e as duas riram baixo ainda abraçadas.
– Eu ainda estou aqui para o que você precisar, ! – beijou a cabeça da sua caçulinha e a apertou com mais força, era certo que ela também sentiria uma falta tremenda de , mas era a vida.
– Obrigada, sis. Eu sei que posso sempre contar com você! – a garota se aninhou no abraço da irmã mais velha, sabendo que mesmo longe, ela encontraria toda a fortaleza que iria precisar no mundo.
*BoyBand que fez bastante sucesso entre os anos de 1995 a 2002, de onde, acreditem ou não, o Justin Timberlake saiu.
*Para os babies que não conhecem o Walkman, ele é o avô do mp3, mp4. Era a forma de escutar música que não fosse no som de casa.
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– Já começou? – Alexander perguntou se jogando no sofá da casa das garotas, meio ofegante e eufórico até. Mais uma tarde naquela casa, onde eles se reuniam para ver o que tinha de mais novo na música, principalmente quando voltavam a atenção para os programas de clipes.
– Não, não! – respondeu, meneando a mão e colocou o braço em volta do pescoço de quando os dois estavam sentados em um dos sofás.
– Mas já vai começar. – A garota pegou o controle mudando imediatamente pro canal da MTV. – ! VAI COMEÇAR! – gritou pela irmã, que logo apareceu na sala com um balde de pipoca.
– Cheguei! – a garota se jogou ao lado do melhor amigo e ganhou um beijo na bochecha do rapaz, depois colocou as pipocas na mesinha de centro.
– Vai sair vídeo novo do ‘N SYNC? – rolou os olhos com um ciúme bem bobo da boyband e as duas garotas gargalharam.
– Não, mas tem especial, uma entrevista na verdade – deu um sorriso trincado e ouviu Alexander gargalhar da cara do amigo emburrado.
– Então teremos Justin Timberlake que chega, hoje! – piscou, cutucando o namorado, riu e pegou um punhado de pipoca na bacia.
– Muito Justin por hoje! – suspirou audivelmente, assim como a irmã e Alexander junto, imitando uma garota apaixonada. rolou os olhos.
As duas garotas riram e logo os quatro vidraram a atenção da TV de casa. Àquela hora era a hora que mais dava audiência nos canais de clipes, os jovens todos chegavam do colégio e logo se jogavam na frente do televisor, até os que não estudavam mais se prendiam a MTV na intenção de ouvir o melhor que a música jovem tinha a oferecer.
– You're all I ever wanted, You're all I ever needed, yeah. – As duas cantaram com o começo da música no vídeo, usando de poses completamente teatrais e os garotos riram, mas já se preparavam para incorporar também. – So tell me what to do now, 'Cause I,I,I,I,I, I want you back. – e Alexander entraram na brincadeira, avacalhando totalmente a coreografia da boyband, enquanto o vídeo rodava na tv.
– Meu Deus! Vocês são péssimos! – gritou, rindo alto com a pose dos dois e eles mandaram beijo.
– Ai, meus olhos! – reclamou, rindo, gesticulando para que eles saíssem da frente da TV, mas foi frustrado. Os dois rapazes continuaram. – Vocês têm noção de que nada de dançar para vocês, né? – ela perguntou com deboche.
– Nada de ser boyband! – movimentou as mãos mostrando que eles podiam desistir de dançar, porque não ia rolar, mas os garotos continuaram com a dança desengonçada no meio da sala. – Que coisa horrível, eu não precisava ver isso!
– Vocês são duas chatonas! – Alexander declarou, rindo. – E nós dançamos muito bem, se nada der certo...
– Vocês morrem de fome. – A mais nova disse convicta e ouviu as gargalhadas vindas dos rapazes, assim como também da irmã. – Vocês parecem que engoliram uma alavanca, que bando de homem duro, senhor!
– Você não presta! – soltou um grito, ainda gargalhando da dança desajeitada e viu os dois fazerem as maiores caras indignadas do mundo.
– Princesinhas? – Charlie chamou, abrindo a porta de casa e quase que imediatamente, e Alexander se jogaram no sofá como se nada tivesse acontecendo dentro daquela sala. – Hey, garotos! – o homem com bigode acenou para os dois e os rapazes acenaram de volta. – Lenna? – ele chamou pela esposa.
– Oi, papa. – esticou a cabeça para trás, na intenção de ganhar um beijo na testa e o homem riu, beijando a testa da filha em seguida. Beijou a bochecha da outra, que também esperava pelos carinhos do pai e por fim sentou ao lado de no sofá.
– Quais as novidades? – a mais velha perguntou, rindo e abraçou o pai de lado, sendo abraçada de volta com o mesmo carinho.
O homem abriu um sorriso ansioso, alegre e orgulhoso. Beijou a cabeça da garota ao seu lado e olhou para no outro sofá.
– Oi! – Elena apareceu na sala de estar da casa e viu vários sorrisos serem direcionados a ela. – Me chamou, querido? – a mulher perguntou ao marido e ele lhe estendeu um dos braços.
– Sim! – Charlie abriu um sorriso bonito e bateu ao seu lado no sofá, a convidando para sentar. Elena mesmo sem entender muita coisa, sentou ao lado do marido, vendo os rostinhos na sala tão confusos quanto o seu.
– O que houve, pai? – perguntou com uma risada nervosa ao perceber que ele lhe olhava.
– Chegou isso para você. – Ele estendeu os três envelopes para , a fazendo sentir o sangue fugir completamente do rosto. A garota empalidecida e ainda trêmula, pegou-os da mão do pai, respirando fundo e tentando controlar seu emocional. – Abra, querida. São seus! Estamos ansiosos para saber os resultados. Na verdade, eu me segurei para não abrir. – Charlie riu baixo.
respirou fundo e vidrou-se nos três envelopes das melhores universidades em saúde do Canadá, direcionados ao seu nome.
Aquilo era completamente louco! Louco! Ela era apenas uma garota normal de 17 anos que gostava de música, namorar, comer e dançar. Era óbvio que a menina estava feliz pelas três cartas, mesmo sem saber realmente o resultado delas, até porque só em receber uma resposta era incrível. A garota abriu as três cartas de uma vez, como se fosse um presente de natal, respirou fundo mais uma vez e por fim retirou os papeis registrados com uma expectativa tão grande que enchia até os corações de quem estava perto.
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Era noite quando e Alexander apareceram dizendo que tinham uma surpresa para as duas garotas, para comemorar que elas eram as estudiosas do grupo e tinham passado nas melhores universidades existentes. O mais novo dos cinco estava sozinho em casa porque os pais haviam viajado. Então ele decidiu que uma festa era o melhor a se fazer, afinal quem não gostava de festa?
A grande casa da família estava cheia de adolescentes saindo até pelas janelas, garotas com seus vestidos tubinho de alças, ou as calças de lona cintura alta bem folgadas combinadas a um tope, completamente coloridos. Os bermudões camuflados e de cor pastel era o que mais predominava nos garotos, fora as camisas com estampas que remetiam às bandas. Bebidas derramavam na cozinha, o som alto do Pop, Punk e Rock atingia os ouvidos de todos e dava para ser ouvido há pelo menos duas ruas de distância. Santa física e sua propagação sonora. O quarteto fantástico mais definido como, , , Alexander e , estavam na cozinha da casa, dançando ao som de Livin’ La Vida Loca, enquanto viravam alguns copos de cerveja e afins.
– Cadê o Pat com a super Kodak* dele? – perguntou, rindo, enquanto tentava dançar.
– Por aí. Acho que vai gastar todos os filmes hoje. – Alexander respondeu, rindo e fez os outros três rirem.
– Ele tem que ao menos tirar algumas fotos nossas, maldade se não fizer isso! – reclamou e deu um grande gole na cerveja que estava em seu corpo vermelho, depois beijou a bochecha da namorada.
– Isso eu concordo com o ! – apontou. – Preciso levar lembranças para Inglaterra, e com certeza preciso de fotos para o meu mural! – a garota disse, enquanto sacudia os braços ao som da música.
– Já ele chega! Só esperem! – Alexander disse, rindo, enquanto bebia junto com os amigos e logo a passagem de música espontânea aconteceu. All Stars do Smash Mouth começou tocar dentro da sala e as duas garotas arregalaram os olhos completamente cúmplices.
– SOCORRO! A música de vocês! – soltou um grito os fazendo rir. – Cadê os meninos?
– Por aí! – deu de ombros, quando se preparava para começar cantar a parte falada da música.
– Well the years start coming and they don't stop coming
Fed to the rules and I hit the ground running
Didn't make sense not to live for fun
Your brain gets smart but your head gets dumb. – A garota movimentou as mãos como se fosse alguma espécie de rapper e causou as risadas mais escandalosas nos amigos, sendo abraçada por que ainda ria.
– Ainda bem que você vai fazer faculdade. – O garoto debochou da habilidade dela em cantar, a fazendo abrir uma careta completamente indignada, mas depois rir alto, concordando com ele.
Alexander encheu quatro copos até metade com algum tipo de vodca que ele tinha achado em casa e cutucou as garotas, entregando um copo a cada uma, outro a e ficando com o último.
– Às duas geniazinhas da família Cousseau! – o rapaz levantou o copo dele e ouviu gritinhos em comemoração de e , que também levaram os copos ao alto, fez o mesmo e os quatro brindaram ao momento, que Pat havia pegado de cheio assim que entrava na cozinha. Com certeza ele faria boas fotos naquela noite. Os quatro amigos viraram os copos de uma vez e a mais nova fez uma careta pelo álcool que descia em sua garganta.
– É forte! – reclamou com o nariz enrugado e ouviu risadas dos três garotos e da irmã.
– É vodca, criança! – a mais velha disse, rindo e a outra lhe mostrou a língua, vendo que a música já entrava no refrão novamente.
– Hey now you're an All Star, get your game on - go play
Hey now you're a Rock Star, get the show on - get paid
And all that glitters is gold
Only shooting stars break the mold – as duas cantaram tentando fazer uma dancinha, enquanto apontavam para e Alexander e os dois riram quando a bagunça era toda fotografada por Pat.
– PAT! QUEREMOS FOTOS! – as duas gritaram para o rapaz, o fazendo rir alto.
– Juntem, juntem! – ele pediu e os quatro se juntaram, esmagando as meninas. – Só as duas! Depois vocês, metidos! – Patrick reclamou e os quatro riram. O garoto tirou a foto das irmãs Cousseau juntas e logo do quarteto inseparável.
– Quando você vai revelar, Pat? – perguntou, quase sacudindo o garoto. – Quero cópias para levar para Inglaterra!
– Se for assim também quero foto! – o rapaz fez um bico enorme e ganhou um abraço apertado da garota. Os outros riram.
– Todo mundo vai ter foto, Langlois! – Alexander retrucou e gargalhou pelo ciúme velado do Lefebvre. Alexander era sim uma graça quando o assunto era ter ciúme de .
– MEU DEUS! – o grito da mais nova irrompeu a pseudodiscussão, os fazendo olharem bem para ela. – Oasis! Wonderwall! Quem fez essa mixagem* maravilhosa? – ela perguntou com os olhos bem arregalados e o namorado abriu os braços com um porte completamente convencido e foi uma questão de segundos até pular no colo dele, o abraçando com força, sendo abraçada de volta na mesma intensidade e enchendo o rapaz de beijos no rosto.
Que Deus abençoasse todas as mixagens de fitas cassetes, assim era possível reunir várias músicas maravilhosas em apenas um lugar e ouvi-las sempre que desse vontade. O que todos os jovens almejavam, era que algum dia desse para fazer aquilo com CD’s, aí seria mais legal ainda. Mas mesmo sendo preciso trocar as fitas a cada trinta músicas, a festa continuou embalada e sem qualquer hora para terminar.
Quase no meio da noite, apareceu dizendo que tinha uma surpresa para , mas que era realmente uma surpresa e ela não iria saber do que se tratava até chegar no lugar. O garoto estava imensamente orgulhoso por a namorada ter passado nas três melhores universidades que ofertavam os cursos em saúde no Canadá, não só ele, na verdade. A festa na casa dos Cousseau havia sido enorme quando souberam da proeza que a mais nova tinha conseguido, inclusive passar em medicina, um curso que nem sequer ela tinha se inscrito.
O rapaz dirigiu até um dos pontos mais altos da região, que funcionava praticamente como um mirante, enquanto ouvia tagarelar, jogando de boca afora toda a sua ansiedade em saber para onde estavam indo, principalmente porque já estava há um bom tempo dirigindo. E ele apenas ria tentando livrar a ansiedade dela, pois sabia que a namorada adoraria a surpresa que estava por vir.
– Aqui é lindo. – disse com os olhos grandes e brilhantes, assim que saiu do carro, vendo a cidade completamente iluminada pelas luzes à noite. era louco, mas era um louco no qual ela era perdidamente apaixonada.
– Oi, ? – o rapaz perguntou um pouco confuso pelo resmungo dela e saiu do carro deixando o volume do som alto para que os dois escutassem do lado de fora, afinal música sempre iria acompanhar cada passo da vida dos dois, fossem eles qual fossem. – Você disse alguma coisa? – o garoto perguntou rindo, deixando algumas coisas que carregava em cima do capô do carro.
– Que aqui é lindo! – ela olhou para ele com um sorriso e viu o namorado abrir os braços pedindo um abraço, fazendo-a praticamente se fundir nele. – Porque você me trouxe aqui de novo? – a garota riu e sentiu um beijo carinhoso no topo da cabeça, entre os cabelos cacheados.
– Porque assim como eu te pedi em namoro, hoje também é um dia especial pra caramba. – Ele piscou, a fazendo sorrir ainda mais. – Você passou nas três melhores universidades do Canadá. – disse fingindo estar apavorado e ouviu a gargalhada dela. – Eu sabia que namorava uma garota muito inteligente, mas uma little genius? – o rapaz disse engolindo as próprias palavras e ela soltou outra risada. – É meio apavorante, considerando que minha média geral no colégio foi 8, não é ruim, eu sei. Mas a sua foi quanto? Dez? E você só tem dezessete anos. , você passou em medicina e sequer se inscreveu no curso! – se encontrava já completamente apavorado, sem nem respirar direito pelo que falava rapidamente e quando menos esperou, foi calado por um beijo.
A garota subiu os dedos pelo pescoço dele, sentindo apertar com força sua cintura, à medida que os dois se prensavam ainda mais no capô do carro escuro. Ela circundou o pescoço dele com um dos braços, o trazendo ainda para mais perto e com a outra mão agarrou o braço do rapaz entre os dedos, mostrando uma completa reação aquele início de amasso, que nem era nada demais, mas ateava fogo nos dois. Afinal dois adolescentes sozinhos em lugar na penumbra que que pareciam dois fios descascados quando se tocavam, não iam perder a oportunidade.
Ele desceu o tato pela perna da namorada e foi dobrando-a vagarosamente em seu quadril, sentindo a garota lhe apertar ainda mais, desceu a outra mão, segurando as pernas dela com firmeza bem perto da junção entre a coxa e a bunda, impulsionou para cima e em questão de segundos colocou-a sentada no carro. A garota o mordeu no lábio, logo puxando entre os dentes, vendo o namorado soltar uma risada idiota que vinha acompanhada de um suspiro construído em sofrimento e contentamento, talvez até ansiedade.
começou trilhando leves beijinhos, que se definiam apenas como um encostar de lábios, na boca do rapaz e seguiu com eles até o pescoço, os deixando bem mais ousados e safados, quando misturados a pequenas mordidas e lambidas, que fez tremer e arrepiar inteiro, sentindo o sangue do seu corpo começar a migrar para uma porção no meio das suas pernas. Era perdido, se começava com aquilo, era o bastante para deixá-lo potencialmente excitado.
– Nove ponto sete. – Ela sussurrou segurando a cabeça dele bem perto da sua boca e fazendo questão de roçar os lábios na orelha do garoto, ato que fez se arrepiar inteirinho. – Essa é a minha média até a presente data. – riu baixo e passou a língua pelo pescoço do namorado, o lambendo e fechando o pacote quando mordeu a orelha dele. O rapaz gemeu baixo e se segurou no capô do carro, fechando as mãos como se elas pudessem amassar qualquer coisa.
piscou e pendeu o corpo para trás se escorando nos cotovelos, enquanto via passar uma das mãos entre os cabelos, completamente agoniado, desesperado e até meio perdido com a situação. Ela riu e sentou em posição de índio, dando um beijinho casto nos lábios dele, que em reação sorriu bobamente.
– Como eu disse, Little genius, viemos comemorar pelas três universidades fodas. – Ele saiu de onde estava e foi até a porta do carro. – Eu trouxe, isso! – levantou uma garrafa de vinho e a garota deu uns gritinhos, comemorando pela bebida. – Sabia que você ia gostar. – O rapaz piscou, a fazendo rir e voltou para onde estavam, carregando a garrafa e duas taças de plástico. Ele sentou no capô junto com ela e também cruzou as pernas em posição de índio, depois suspirou meio frustrado com a situação. – , prometo que um dia a gente vai comemorar de verdade, com vinho de verdade... – ele mostrou a garrafa com a bebida barata. – Taças de verdade, do jeitinho que você merece, prometo. – mordeu a boca um pouco envergonhado com a qualidade do que tinha comprado e o que recebeu em troca foi um beijo grato da namorada.
– Não me interessa preço, muito menos qualidade das coisas, contanto que nós dois estejamos juntos comemorando qualquer coisa. – Ela disse segurando o rosto dele, o encarando profundamente e viu o rapaz sorrir largo, com as bochechas salientes e coradas. – Beleza? Então abre logo essa coisa, quero beber e fazer loucuras.
– Essa é minha garota! – gritou, rindo e ela jogou os braços para cima gritando junto. – E loucuras, moça? – ele abriu um sorriso completamente safado, se esticando para morder a boca da namorada. – Loucura é comigo mesmo, little genius. – O rapaz puxou o lábio dela entre os dentes e a garota o agarrou pelo pescoço, enquanto os dois se beijavam, mais uma vez, com certo desespero como se nunca mais fossem fazer aquilo na vida.
– Não vai abrir o vinho? – perguntou rindo quando sentiu a mão do namorado apertar sua bunda e o garoto fez uma careta de desgosto por ter sido interrompido.
– Vou. – também riu e roubou mais um beijo sugado, se ajeitou sentando direito e abriu a garrafa com certa dificuldade, logo enchendo as duas taças que segurava. – À mais momentos incríveis como esse. – Ele decretou e beijou-a mais uma vez antes do primeiro gole.
E como sempre acontecia quando o casal jovem se juntava para beber, depois de praticamente secar a garrafa inteira de vinho, os dois acabavam pelados e suados dentro do carro, onde os gemidos e o ar quente preenchiam a atmosfera, embaçando os vidros e clareando ainda mais o que um sentia pelo outro, sem falar no perigo evidente de ser pego no flagra. Mas quem se importava? Eles eram jovens. Adolescentes! Não iriam perder a oportunidade de viver intensamente e fazer certas loucuras.
A vida era curta demais para tanta responsabilidade.
We got this king size to ourselves
Don't have to share with no one else
Don't keep your secrets to yourself
It's kama sutra show and tell
– O que é isso? – ela pegou um livreto que, pela movimentação, tinha caído entre os bancos da frente e fez uma careta de “Ai, merda! Fodeu.”
– Um livreto. – Ele mordeu a boca, meio receoso, escorando a cabeça no banco do carro, vendo a namorada nua, assim como ele também estava, e sentada em seu colo analisando o livreto antes de abrir. – Um pedaço do Kama Sutra, na verdade. – A resposta saiu baixa, completamente baixa e fez uma careta vincando as sobrancelhas.
– Kama o quê? – a garota riu.
– Não conhece? – perguntou com um sorriso leve e beijou o queixo dela.
– E deveria? – perguntou em um tom divertido e o fez rir baixinho. – O que diz nele? – ela o abriu em uma página aleatória, antes que ao menos abrisse a boca para responder e arregalou os olhos ao ver o conteúdo completamente sexual exposto ali. – ! Onde você arranjou isso?! – a garota o fechou de uma vez, quase o amassando entre os dedos e com as bochechas vermelhas por ter sido pega de surpresa com o conteúdo erótico no livreto.
– Veio junto com uma revista. – disse, meio receoso e afastou levemente o cabelo do ombro dela, distribuindo alguns beijinhos por lá, que faziam-na arrepiar levemente. – E, como você viu, fala de posições sexuais diferentes. – Ele continuava com os beijinhos pela clavícula dela, na intenção de não arranjar qualquer confusão com a namorada, que sentia seu corpo arrepiar a cada vez que ele encostava os lábios em sua pele.
– Credo, ! Você ainda compra essas porcarias de revistas? – perguntou visivelmente irritada e incomodada com a situação.
– Não! – ele riu pela irritação dela e a beijou no pescoço de levinho fazendo a garota se encolher e remexer em seu colo. – Mas eu comprava, esses dias eu achei pelo quarto e... – o rapaz mordeu a boca meio receoso. – Queria tentar algumas com você. – deu mais um beijinho leve no ombro da garota e sem ver o quanto ela tinha ficado vermelha com o pedido, ele riu baixo. – Claro, mas só se você quiser... – ainda continuava calada pensando se era realmente uma boa ideia tentar mudar alguma coisa, principalmente levando em consideração que ela ainda sentia algumas dores e desconfortos, ainda consequências de ter perdido a virgindade há pouco tempo. – E não precisa ser agora... eu nem sei porque eu pensei isso, desculpa! – o garoto disse rápido, distribuindo beijos estalados onde a boca estava e a garota riu segurando o rosto dele.
– Não precisa pedir desculpas. – disse rindo e o beijou levemente. – Fiquei curiosa por saber que existem tantas... bem, você sabe. Posições sexuais. – Ela deu de ombros e ele riu afirmando. – Não sei se é o momento para mim – a garota enrugou o nariz em uma mínima careta. – Quer dizer, depende! – os dois riram alto. – Eu não sei, só vamos esperar mais um pouco? – ela fechou um olho, fazendo uma leve careta enquanto mordia a boca e abriu um sorriso largo e meigo.
– Ok, vamos continuar com as de sempre, por enquanto. – O rapaz desceu os beijos para o colo nu da garota e no reflexo, ela jogou levemente a cabeça para trás, segurando firme no cabelo dele molhado de suor. E ao mesmo tempo que sentia seu corpo reagir rapidamente as caricias de , que a cada momento chegavam mais perto dos seus seios, ouviu o que passava no rádio do carro e riu alto.
– Olha o que está passando na rádio. – Ela soltou uma gargalhada por reconhecer a música e a voz do cantor, mas o namorado levantou a cabeça fazendo uma careta. – Você não conhece?
– Eu deveria? – o rapaz perguntou, rindo e tomou um tapa no ombro. – Au. – ele reclamou com uma careta engraçada.
– Marvin Gaye, o cara foi o rei das músicas com maior expressão sexual nas décadas de 60 e 70. E essa música se chama Let’s Get It On. – Ela arqueou as sobrancelhas, mostrando a sugestividade da música e viu o namorado rir, depois abrir um sorriso mais do que safado.
se aproximou mais ainda do corpo da namorada, colando completamente o peito dos dois e colocou a boca perto da orelha dela, abocanhou o lóbulo e chupou vagarosamente fazendo a garota tremer e suspirar de forma audível, quase gemendo.
– Vamos aproveitar a música e... – ele sussurrou com as mãos subindo pelas coxas nuas de e sentiu-a apertar os dedos em seus cabelos. – Let’s Marvin Gaye and get it on.
abriu um sorriso ladino e vagarosamente trilhou beijinhos da orelha de até a boca, começando a beijá-la com mais urgência, enquanto suas mãos sorrateiras acariciavam e beliscavam os seios da namorada, a fazendo soltar baixos gemidos, ao passo que também contraía o corpo sem o menor controle.
E em um reflexo instintivo na busca de mais contato, na tentativa de diminuir aquele calor infernal que quase os fazia derreter, começou roçar o quadril no do garoto com leves reboladas, o excitando consideravelmente. O rapaz projetou o corpo para frente, consequentemente a fazendo praticamente deitar, escorando as costas ao porta luvas e antes que ele pudesse começar com os beijos pelo corpo dela, ouviu uma risada da namorada, totalmente construída em ansiedade e contentamento, arriscando até uma ponta de malícia.
Ele beijou-a levemente entre os seios e seguiu caminho como se o corpo da garota fosse uma estrada reta para o paraíso, enquanto as mãos a apertavam em pontos estratégicos e que deixavam suspiros e leves gemidos soltos dentro do carro, no começo de mais uma transa que deixaria os dois suados e ofegantes no banco da frente, antes de precisarem ir para casa.
Let' s Marvin Gaye and get it on
You got the healing that I want
Just like they say it in the song
Until the dawn, let' s Marvin Gaye and get it on
*As maravilhosas câmeras que funcionavam com filmes fotográficos. E você tinha que revelar a foto para poder vê-la a primeira vez, ou seja, o “sorria” era realmente valendo.
*Aqui, mixagem não tem nada a ver com eletrônico, era o ato de juntar várias músicas em uma só fita!
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Já tinha alguns dias que percebia a irmã diferente demais, na dela, calada e até meio cabisbaixa. Aquilo era com certeza preocupante, não era uma pessoa quieta, muito pelo contrário, a garota parecia ser ligada na tomada, na verdade todos eles eram assim. Talvez por excesso de doce na infância? não sabia, mas tinha absoluta certeza que algo errado estava acontecendo.
– O que houve? – a mais velha perguntou assim que entrou no quarto da garota, a assustando mesmo sem a intenção.
– Han? – perguntou, assustada, se virando de uma vez na cama, quase caindo no chão. – Aconteceu alguma coisa?
– Eu quem pergunto, . – A mais velha usou de um tom completamente mãe e cruzou os braços. – Você está nervosa.
– Eu? Não! – a garota soltou em um esganiço e levantou da cama de uma vez, percebendo a mancada que tinha dado. – Claro que não! – ela tentou rir, mesmo que parecesse um sorriso de dor.
– ! – vincou bem as sobrancelhas, cruzando os braços, conseguindo intimidar a irmã mais nova. – Não mente para mim! – respirou fundo, começando a andar o curto espaço de um lado para o outro. – Me fala. Seja o que for, eu vou te ajudar! Mas para isso, eu preciso saber o que aconteceu. – A garota pediu encarecidamente.
– Eu não sei bem. – suspirou. – Só estou preocupada, mas acho que não é nada demais. – Ela disse sentindo o estômago revirar e viu com o olhar de cachorro abandonado. – Minha menstruação está atrasada. – A mais nova arregalou os olhos, soltando um sussurro bem esganiçado. A outra estreitou um pouco os olhos pensando bem sobre o que havia sido dito.
– Isso acontece, não é incomum. – deu de ombros. – Aconteceu comigo já. É era nada.
– Três semanas! – arregalou os olhos, sendo bem clara para irmã entender. – TRÊS SEMANAS! – ela disse em completo desespero.
– Três? – a mais velha perguntou tão baixo que era quase inaudível e levantou três dedos.
– Três. – O queixo de tremeu ao dizer aquilo e a garota apontou para cama, como se quisesse que a irmã fosse até lá e visse algo.
respirou fundo, sabendo exatamente porque ela estava tão apavorada e com medo, tomou fôlego já esperando o baque na sua cara e caminhou rápido para onde a mais nova apontava, encontrando uma caixinha pequena e um palito com algumas listras. Ela não era burra, muito menos sem esclarecimento. A futura designer sabia bem que aquilo era um teste de gravidez, e positivo ainda mais. e estavam tão ferrados.
– ... – ela virou de uma vez e viu a irmã aumentar o bico de choro, enquanto afirmava com um aceno, sendo questão de tempo até as duas se abraçarem o mais forte que podiam e começar a chorar alto no ombro da irmã mais velha.
– Eu não quero estar grávida aos 17. – A garota declarou aos prantos, ainda fundida no abraço da irmã e apertou-a com força contra o peito.
– Eu sei que não, . Eu sei! – a garota tentou consolar, mesmo com a vontade de chorar lhe dominando.
– E a gente estava usando camisinha... juro que estava!
– Não esqueceram alguma vez? – perguntou bem duvidosa e só confirmou as suspeitas quando a garota chorou ainda mais em seu ombro. – Você não está sozinha, ok? A gente vai dar um jeito!
– E-eu achei que não tinha problema! – engasgou em meio ao choro. – Eu sei lá, não parecia ser tão fácil de engrávidar. – A garota soluçou e chorou mais um pouco.
– Só precisa uma vez, . – A mais velha suspirou repreendendo, mesmo que tentasse acalentá-la. – Você vai ser da saúde e sabe disso.
– Mas... – ela levantou a cabeça com o queixo tremendo e fungou. – Ele vai terminar comigo! Eu sei que vai! – os olhos de encheram-se novamente, fazendo sacudi-la com força. Em que mundo doido tinha se metido?
– Ele não vai terminar com você! – a mais velha disse séria, com os olhos arregalados e sacudindo a irmã pelos ombros. – É o ! – ela arregalou os olhos. – Você sabe!
– Mas ele tem 19 anos, ! Tem uma banda, vai fazer sucesso e... – a garota fez uma careta, sentindo seu queixo tremer novamente e chorou ainda mais. Era cruel demais pensar que ela cuidaria de uma criança completamente sozinha.
– E vai conciliar tudo isso com uma família! – foi completamente clara. – Ele não quer, nem você. Mas ele não vai fugir. , é o ! – ela abraçou a mais nova com força, sentindo seu choro começar.
– E nós somos dois irresponsáveis! – a ralhada saiu completamente chorosa, as fazendo rir, enquanto choravam.
– Nisso eu concordo! Irresponsáveis pra caramba, mas vai dar certo!
– O pai vai nos matar, a mãe dele vai matar ele! – disse em completo desespero. – Eu não vou poder mais estudar, vão mandar o para um colégio interno, o exército! Nós vamos todos morrer! – ela se agoniou, fazendo a irmã gargalhar e consequentemente ela rir junto.
– Ninguém vai morrer, pirralha! – a sacudiu. – Ninguém vai pro exército, colégio interno, nada! E você vai estudar, , você vai fazer sua faculdade e vai ser uma baita mãezona para ensinar esse bebê o que é mandar na coisa toda, um baita mulherão de dar orgulho, para andar com uma inscrição na testa “ Cousseau é minha namorada!” – as duas riram e a mais velha enxugou o rosto da irmã. – Nem que vá todo mundo para Inglaterra comigo! Mas você precisa contar ao o quanto antes, okay?
– Eu sei, mas eu preferia enviar por carta! – ela suspirou, frustrada, fazendo uma careta enorme.
– Nada de carta! Você é mais corajosa que isso! – disse, rindo e sacudindo-a levemente, enquanto fazia uma careta de discordância. – Claro que é! Eu sei que é!
– Você é uma chata!
– Irmão mais velho é para isso mesmo. Tá no manual! – a garota piscou e as duas riram. – Vai dar certo, , confia em mim. Claro que vai ser um pouco complicado no início, mas vai dar certo.
– Se eu não for queimada em um poste como uma bruxa da idade média, talvez dê certo. – A garota fechou os olhos com força e riu alto.
– Ninguém vai ser queimada, sua doida. Só conta ao , tudo bem? Você sabe que nós vamos estar aqui para o que você precisar. Eu, o e o Alex. – A mais velha disse séria fazendo a irmã entender bem. – O papai e a mamãe também! Eles vão surtar e isso é óbvio, mas vai dar tudo certo. Principalmente porque eles não podem deixar meu futuro sobrinho sem pai. – Ela piscou e as duas riram.
– Você vai ser mais do que tia do bebê. – passou as mãos nos olhos fungando e rindo, logo vendo a irmã bem confusa. – Você vai ser a madrinha do bebê!
– SOCORRO! Madrinha? – deu pulinhos de alegria e abraçou a irmã com força. – Me sinto honrada! Assim posso levar os três para Inglaterra comigo! – as duas riram baixo e a abraçou com mais força ainda, tentando ao máximo sugar toda a coragem dela para as coisas, afinal a garota sabia que uma hora ou outra, iria precisar revelar aquela gravidez, fosse para o pai da criança, ou para os avós.
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– Hey, Pierre. – tentou manter escondido o tom choroso na voz e viu o cunhado sorrir em resposta. – está em casa? – a garota mexia os dedos freneticamente, denunciando completamente o nervosismo e se o garoto não fosse tão descuidado, tinha percebido.
– Claro, . Entra! – ele deu espaço para que ela entrasse na casa. – Tá limpando o quarto dele, a mãe disse que ele só iria lá em sua casa se limpasse aquela bagunça. – Pierre riu e soltou uma risada nervosa ainda segurando a vontade de chorar.
– Sua mãe está em casa? – a garota mordeu a boca completamente receosa e amedrontado e o rapaz fez uma careta.
– Não, ela acabou de sair com o Percy. – Ele vincou as sobrancelhas. – Aconteceu alguma coisa, ? – Pierre perguntou preocupado e a garota sacudiu a cabeça de uma vez.
– Não! – ela respirou fundo. – Nada! Eu vou falar com o . – Ela apontou na direção dos quartos e o rapaz afirmou ainda confuso.
não deixou nem ao menos ser questionada novamente e, em questão de segundos, batia com certo desespero na porta do quarto do . Com o bolo na garganta que a impedia de respirar direito, enquanto os olhos enchiam como se não pudessem mais aguentar qualquer lágrima pequena que fosse, a fazendo saber que eles transbordariam assim que vissem o namorado na sua frente. Ela apertou o braço contra o corpo se impedindo de chorar naquele corredor e bateu mais uma vez na porta, ouvindo o resmungo do rapaz.
– Já vai! – ele abriu a porta e junto um sorriso gigante. – ! – gritou, animado, mas murchou o sorriso ao ver a cara de choro da namorada e como se pudesse tirar todos os problemas dela com um gesto, lhe abriu os braços sentindo a garota desabar nele como se não pudesse se segurar em pé. – , por favor, me conta o que aconteceu. – O garoto pediu em completo desespero, enquanto via sua namorada se aninhar em seu peito e chorar como se fosse um bebê. – Você tá machucada? Me diz o que houve? Alguém te bateu? – ele tentou soar sério, a encarando e viu a namorada negar com um aceno de cabeça desesperado, mas ainda chorando sem conseguir parar.
Ele pegou-a no colo com o maior cuidado que conseguia e fechou a porta do quarto em seguida, sabia que aquelas paredes tinham ouvidos e se a mãe dele sequer sonhasse que a garota estava chorando, voltaria de onde estivesse para dar conta do assunto. sentou na cama ainda com a garota no colo e a abraçou com força, transbordando preocupação e proteção, ao passo que ela praticamente parecia se fundir ao peito dele de tanto tentar esconder o rosto que começava a inchar pelo choro.
– Eu preciso saber porque você está chorando. – Ele disse baixinho a vendo se encolher mais em seu peito, como se procurasse qualquer fresta que a fizesse sumir. – É sério, , você está me deixando preocupado. Preocupado de verdade. – beijou a cabeça dela. – Me conta o que aconteceu, por favor.
fungou, apertando ainda mais o rosto contra a camisa dele e sentiu um beijo na cabeça, depois fungou, sentindo o queixo tremer e enxugou os olhos claros, levantando a cabeça para encará-lo. segurou o rosto dela com as duas mãos, se mostrando completamente preocupado e ansioso pelo que ela tinha para falar, ficando ainda mais quando a viu tomar fôlego.
– Nós vamos ter um bebê. – Ela disse baixo, com os olhos grandes e culpados, vendo o garoto perder todo o sangue do rosto e ficar pálido ao ponto de esmorecer.
– Grávida? – perguntou baixo, começando a não sentir mais as pernas por tanto nervosismo, ao mesmo tempo que começava a piscar freneticamente e a não ouvir nada a sua volta.
Um bebê? Eles iam ter um filho? Mas como? Não podia ser! tinha 17 anos, os dois eram novos demais para ter um filho!
– Grávida. – Ela confirmou baixo, sentindo o queixo tremer mais uma vez, mas foi impedida pela gargalhada forçada dele, solta totalmente na intenção de livrá-la daquela tensão.
Já não tinha mais o que fazer, ela já estava grávida, os dois iriam ter um filho dali uns meses por mais desesperador e apavorante que aquilo fosse, não tinha mais o que fazer.
– Eu vou ser pai? – perguntou, se forçando a sorrir o mais espontâneo que conseguia ao segurar o rosto da namorada.
Se desesperar àquela altura do campeonato e ainda na frente dela, só iria piorar as coisas da pior forma possível, então ele se apavoraria depois quando estivesse sozinho e poderia chorar como um bebê sem a mãe. Mas naquele momento, ele passaria a força que ele achava necessária para ela.
– Eu vou ser pai, anjo! Nós vamos ter um bebê! – o garoto disse em uma animação exagerada demais para noticia e a viu fazer cara de choro mais uma vez. – Não! Não! Não chora! – pediu desesperado e a beijou levemente. – Eu, eu sempre quis ser pai, você sabe! Eu adoro crianças e agora nós vamos ter a nossa! – a cara de dor era tão visível nele, que qualquer pessoa perceberia o quão apavorado ele estava, inclusive a namorada em questão, que praticamente se perguntava que droga de erva ele tinha fumado.
estava ficando doido? Era um filho! Os dois mal tinham saído da adolescência, na verdade, ela ainda estava na adolescência. Talvez fosse o choque, ele não podia estar bem, não podia mesmo!
– E nós vamos ter a nossa família, isso é muito legal. – Ele respirou fundo, se impedindo de chorar e sentiu o bolo quase tapar sua garganta, mas ainda assim manteve o sorriso esticado nas bochechas.
E ali percebeu que seu namorado mentia muito, mas muito mal, como também soube que não importava o que acontecesse, ela não estaria sozinha naquela longa e difícil jornada que estava por vir.
It's so subtle, I'm in trouble
But I'd love to be in trouble with you
Let' s Marvin Gaye and get it on
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– Grávida, ? – Charlie perguntou em completo desespero, enfiando os dedos entre os cabelos enquanto via a filha de 17 anos com cara de choro, sentada no sofá, ao lado do namorado. Lenna tapou a boca com uma das mãos e impediu que um grunhido de choro e desespero se exteriorizasse. – O que vocês dois têm na cabeça? Grávida? – ele perguntou mais uma vez, incrédulo e desesperado com a situação.
– Eu vou assumir! – se manifestou com a voz baixa em meio ao desespero do sogro.
– É claro que você vai assumir, ! – o homem disse de forma ácida, fazendo o garoto arregalar os olhos. – Se você tem idade para fazer um filho, também tem idade para arcar com a responsabilidade de um! – Charlie apontou pro rapaz que se encontrava tão assustado quanto ele. – Pelo amor de Deus! Olhem as idades de vocês, filho não é uma boneca não? É uma criança, vocês vão cuidar, educar, sustentar! – ele soltou uma risada mais desesperada ainda. – Como vocês vão sustentar essa criança? – o pai perguntou esganiçado, vendo os dois arregalarem os olhos e assim como , aumentarem a cara de choro. – Você acabou de passar na faculdade, ! – ele engoliu o choro sentindo a garganta doer. – Você está começando uma carreira na música, ! Nada é estável! Nada! E agora vocês têm um filho. – O homem passou as mãos no cabelo, nervoso, em desespero em descobrir que seria avô tão cedo. – Me digam o que vocês vão fazer agora!
– Charlie! – Helena o repreendeu, percebendo que o marido estava em completo desespero. – Vai resolver alguma coisa agora? Eu estou chocada tanto quanto você, tem 17 anos e está grávida. Os dois são novos demais, não tem qualquer renda fixa, eu sei que é desesperador, é assustador, mas vai resolver alguma coisa se você fizer esse tipo de coisa agora? – a mulher arregalou os olhos se mostrando firme no seu discurso o trazendo para realidade. – Os dois foram irresponsáveis sim e como foram! Porém, eles estão bem mais assustados que a gente!
O homem suspirou, sentindo sua cabeça latejar e as orelhas esquentarem, depois passou as mãos no cabelo mais uma vez, andando de um lado pro outro na sala. O que eles iam fazer? Como resolver aquela situação sem prejudicar ainda mais os dois?
– Eu não vou fugir, Lenna. – disse com firmeza, mesmo estando com a voz para lá de chorosa, enlaçando com força a mão da namorada. – E eu sei que esse não era o futuro que você queria para ela, Charlie. Eu também não, mas eu não vou fugir e nem desistir da . Eu gosto demais dela e espero que vocês saibam disso. Eu vou continuar com meu emprego no Buvky’s, não é muita coisa, mas é um começo e ela vai fazer a faculdade. Eu não quero que a desista de estudar, então eu vou dar um jeito e a gente também vai casar, não se preocupem.
– Casar? – o homem perguntou num sussurro, empalidecendo com a notícia repentina.
– Casar? – Helena esganiçou. – Vocês não têm idade para casar e ninguém está te obrigando a casar, . Nós não queremos isso se não é o que vocês querem e casar por causa da criança não vai fazer nenhum de vocês dois felizes, então não vale a pena. – A mulher suspirou, passando a mão no rosto.
– Mas eu quero casar, Lenna. Eu juro que eu quero. – O rapaz voltou a afirmar.
– Primeiro de tudo, calma! Casar agora não é a melhor solução, não por causa da gravidez, então vocês dois tenham calma, muita calma. – A mulher respirou fundo e sentou na mesinha de centro em frente aos dois. – E acho que nem morar junto é uma solução plausível agora, ok?
– Mas... – fungou, olhando da mãe para o pai e vice versa.
– Eu prefiro que você fique com a gente, pelo menos por enquanto, . – Charlie se manifestou, suavizando mais as expressões e passou a mão nos cabelos. Os dois adolescentes se olharam amedrontados e Elena suspirou.
– Calma! Ninguém quer que vocês terminem, vocês não vão terminar, mas como o Charlie disse sustentar uma criança não é mole, então eu prefiro assumir algumas coisas agora no começo enquanto vocês dois vão se organizando. – Ela segurou a mão dos dois passando a maior segurança que poderia passar. – E aposto como os pais do também vão apoiar nossas decisões, mas antes vocês precisam contar a eles.
A mulher soou firme, porém serena e calma diante da situação. Os dois se olharam amedrontados e suspiraram ao mesmo tempo, sabendo que toda aquela cena se repetiria mais uma vez em algumas horas.
Nove meses depois
Dezembro de mil novecentos e noventa e nove – 12/1999
O garoto corria desesperado pelo imenso corredor do hospital, à medida que sentia o fôlego faltar e a vista escurecer em consequência do pouco oxigênio. Por vezes se apoiou nos joelhos chamando a atenção de algumas enfermeiras que passavam e se certificavam se ele estava bem, balançava a cabeça afirmando e logo voltava a sua saga incessante até descobrir o quarto onde estava.
A notícia de que o bebê tinha nascido havia sido dada por seu pai em uma alegria estonteante na voz, enquanto ele fritava algumas batatas para o menu do almoço no Bucky’s. Não era o melhor emprego do mundo e nem o que ele mais desejava, mas não tinha escolha com uma namorada grávida e uma criança prestes a nascer.
O alívio tomou conta de assim que ele viu a mãe e a sogra no ultimo corredor que ele havia virado, as duas pareciam tão empolgadas a lhe esperar que o rapaz sentiu os olhos marejarem igual quando acontecia nos seus seis anos de idade ao ver a mãe depois do colégio. A recepção calorosa se deu com abraços apertados e sorrisos maternais extremamente reconfortantes, que o fez respirar fundo e enxugar os olhos úmidos.
– Nasceu? – só conseguia verbalizar a pequena palavra.
– Nasceu! Ele é lindo. – Lenna continuava sorrindo tão largamente que era possível ver seus molares claros.
– Parabéns! – Pamella abraçou o filho de uma vez, transbordando todo o seu amor de mãe e alegria pelo momento. Por mais que tivesse sido bem precoce, ser avó era mais doce do que ser mãe. Logo a mãe de também fez o mesmo, deixando o rapaz sorridente e ansioso em saber quando poderia ver a namorada e o filho recém-nascido. – Se acalme, querido!
– Só depois que eu souber como estão minha namorada e meu filho! – atropelou as palavras desesperadas.
– Pode entrar. Só não faz muito barulho porque o moleque é chorão! – Pamella sorriu pro filho e indicou a porta do quarto.
tomou fôlego como se ainda tivesse correndo pelo hospital e abriu a porta devagar, o quarto parecia normal como qualquer cômodo hospitalar que ele já tinha visto antes, com exceção da garota sorridente descansando na cama. mirava o pacotinho em seu colo como se ele fosse a única coisa no quarto e a que mais importasse ali, deixando o rapaz mais convencido de que era exatamente daquele jeito. Ele nem o conhecia ainda, mas já amava com todo o seu coração alvoroçado. Ao se aproximar da maca, a garota percebeu sua presença e o olhou com o sorriso que deixava seus olhos ainda menores e espremidinhos.
– Como você tá? – beijou-a na testa e se apoiou levemente na cama, quase sentado no colchão reclinável. – Desculpa não ter chegado antes, saí correndo assim que soube. – Ele fez uma careta desgostosa e ganhou um beijinho apertado no meio dos lábios.
– Eu estou bem, só um pouco cansada pelo esforço. E dói tudo! – fez uma leve careta, sendo acompanhada pelo namorado. imaginava onde doía e não desejava aquilo a ninguém. – Olha como ele é lindinho, mesmo de cara amassada! – os braços da moça foram levantados um pouco mais e assim a carinha apertada entrou no campo de visão do filho do meio dos .
– Ele é lindo! – as bochechas do rapaz esquentaram ao ponto de ficarem iguais às do seu filho pequeno. Num ímpeto, tirou parte da manta que cobria a cabeça dele e viu a quantidade de cabelo que estava na cabeça do bebê. – Meu Deus, ele tem cabelo! – a exclamação de a fez soltar uma risada estrondosa que logo foi prendida para não acordar o bebê e não doer seu abdome.
– E é igualzinho ao seu! – ela tapou a boca com a mão que não apoiava o bebê no colo e viu o namorado semicerrar os olhos, depois soltar uma risada anasalada e abraça-la com carinho. Um beijo apertado na têmpora foi o gesto de força e admiração por tudo que ela havia passado.
– Mas é, mamãe disse que eu era cabeludo quando era bebê. Mas era loiro??? – os dois riram baixo e se sentiu mais confortável para encostar de leve nas mãozinhas daquela pessoinha tão pequena e encolhida. – Será que o cabelo dele vai mudar? – o rapaz sentiu o estômago revirar em amor quando a mãozinha pequena se fechou ao redor do seu dedo indicador. O sorriso imenso não tardou a chegar.
– Eu acho que não, é tão pretinho. – Ela deu de ombros e sentiu um reboliço imenso no peito ao ver o neném bocejar e encaretar a cara inteira com a boca aberta. Aquilo causou risadas babonas nos papais de primeira viagem. – Ele é escandaloso, quase não parou de chorar. – A garota suspirou.
– Mas é normal? A médica examinou direitinho? – parecia em alerta com a informação. E se o bebê tivesse sentindo alguma coisa?
– Já sim! – a garota soltou uma risada baixa e fez carinho nos cabelinhos pretos. – Era fome e aí eu dei mamar e ele parou de chorar. – De forma inconsciente, os olhos de moraram o par de seios da namorada, que estavam exponencialmente maiores por causa do leite acumulado.
– Que bosta! Perdi o nascimento e a primeira mamada? – ele encostou a testa na dela, fazendo uma careta imensa.
– Desculpa – a garota trincou um sorriso. – Não dava para esperar!
– Eu sei, – o rapaz deu um sorriso leve. – Me conta dos detalhes! – pediu, animado, e derretido ao ver que o molequinho segurava seu dedo com todo o fervor de um bebê com horas de nascido. – Quantos quilos esse garotão lindo tem? – o sorriso imenso fez par com o carinho no cabelo fino e escuro da criança.
– Ele nasceu com quase 3 quilos! – a careta apareceu no rosto dos dois. O moleque era bem grande sim e tinha as bochechas mais rosadas que já tinham visto, aparentava ser realmente muito saudável.
– Caramba, enorme! – soltou uma risada baixa. – Você quer que eu busque alguma coisa para você? Qualquer coisa, é só pedir!
– Estou bem! – ela sorriu se sentindo protegida e se esticou para beijá-lo na bochecha, sentindo um terrível cheiro de fritura que a fez rir. – Você tá cheirando a batata frita!
– Se eu trocasse de roupa era capaz de chegar pro aniversário de um ano com esse trânsito louco. – O garoto rolou os olhos, ouvindo a risada escandalosa dela. – , não ri! – ele riu também, apertando-a de leve no abraço protetor, enquanto a vontade de pegar o filho no colo só crescia.
– Você quer segurar um pouquinho? – a moça perguntou ao perceber toda a vontade estampada no rosto do namorado.
– Posso? – a pergunta infantil saiu duvidosa e a garota riu.
Explicou como ele deveria colocar os braços e após ver que o namorado tinha feito direitinho, verbalizou que por mais que o bebê fosse molinho, ele não quebraria. E entre o clima divertido e ansioso dentro do quarto, o bebê calminho e alimentado foi aconchegado nos braços do papai de primeira viagem. Aquilo deixou imerso em um sentimento completamente novo, embora soubesse que era amor, um amor que ele nunca tinha sentido antes e que iria crescer ainda mais com o tempo.
– Que nome nosso moleque vai ter? – ele perguntou, curioso. Os dois tinham combinado que se fosse menina, escolheria o nome e se fosse menino, ficaria com a vez.
Ela abriu um sorriso imenso e umedeceu os lábios antes de anunciar o nome da criança.
– Eliot Cousseau-. – Ela soltou um risinho de criança quando escondia algo dos pais. – Eu queria colocar , mas sua mãe achou melhor não.
dobrou o bico no queixo e engoliu o choro de emoção, nunca imaginaria que ela ia escolher seu nome para chamar o filho dos dois. O rapaz cheirou de levinho a cabeça da criança e abraçou com força a namorada, beijando a testa dela e sussurrando que amava os dois com todo o seu coração.
Quatro meses depois
Abril de dois mil – 04/2000
O bolo que se formava no estômago ao ver aquele palitinho marcando dois pontinhos era sufocante e só poderia ser um pesadelo, não tinha como ser verdade toda aquela enxurrada, não tinha mesmo. Ela não poderia estar grávida de novo depois de tanta agonia com a primeira gravidez na adolescência. Por que tudo de novo quando as coisas estavam se ajeitando?
– ? – ela se escorou a porta do quarto, sentindo todos os seus medos quererem derrubá-la pelos joelhos.
– Oi, anjo! – o garoto respondeu disperso, brincando com o bebezinho de quatro meses que babava no pé e ria de qualquer barulho estranho que o pai fazia.
– , eu estou grávida. – Ela sentiu o choro apertar a boca do estômago e pôs as mãos lá como se pudesse controlar a angústia.
O rapaz sentou de uma vez na cama, não acreditando no que ela tinha acabado de falar. Precisava ver a cara de e confirmar que era uma brincadeira, só poderia ser, não tinha qualquer condição. Eles tinham acabado de mudar pro apartamento e o Eliot só tinha 4 meses. ELES TINHAM UM BEBÊ DE 4 MESES. ELA NÃO PODIA ESTAR GRÁVIDA DE NOVO!
– O quê? – o sibilo nem pode ser ouvido ao sair da boca dele, enquanto o rosto da namorada se transformava em uma careta desesperada de choro. colocou o filho no cercadinho e levantou da cama, não sabia o que fazer, mas sabia que precisava fazer algo! – Não, não chora! – ele tentou consolar, abraçando-a de lado.
deixou o bico crescer e encostou os antebraços na madeira da porta do quarto, escondendo o rosto ali para conseguir chorar com todo seu desespero. Só poderia ser uma sacanagem muito grande do destino para fazer aquilo com ela. Não era possível, ela estava em amamentação exclusiva, as chances de engrávidar eram mínimas e sempre gozava fora. Não poderia ser verdade! abraçou-a com o máximo de força que conseguia, o que era até reconfortante em meio ao desespero, se não fosse o próprio desespero dele em se xingar mentalmente. Se já era difícil cuidar de um bebê, imagina dois! Pelos céus, o que merda ele tinha feito dessa vez?
– O Eliot tem 4 meses, eu estou no começo da faculdade, eu não sei o que fazer! – ela soltou em completo desespero e sentiu o corpo ser abraçado com ainda mais força, foi o que precisava pro choro sair com mais vigor. – Eu só tenho 18 anos! Meu Deus, o que eu estou fazendo da minha vida?
– Poxa, ! Não fala assim também, eu estou tão nervoso quanto você. Mas nunca é um erro, um filho nunca é um erro! – o garoto tentou confortar, embora pensasse quase a mesma coisa que ela. Ele precisava de um emprego de verdade e urgente!
– Não é você quem vai ficar grávida nove meses, sentir dor, enjoo, precisar trancar a faculdade um semestre e ainda morrer para parir essa criança! – ela virou de frente para ele extremamente apavorada e sacudindo as mãos como se aquilo ajudasse. sentiu o peito apertar e logo um abraço de urso de , um daqueles que a fazia esquecer de todos os problemas do mundo e a acalmava melhor que chá de camomila.
– Você tá nervosa? Tá, eu sei e não te culpo. Eu também estou. Apesar de ser cedo, não é um erro, . Não é! – o moço afagou os cabelos rebeldes dela em um ato de carinho e aconchego, ouvindo a namorada soluçar contra seu peito. – O que eu puder fazer, eu vou fazer! Eu vou arranjar um emprego de verdade, eu prometo. Amanhã cedo eu vou procurar um emprego de verdade!
– NÃO! – Ela se agarrou aos braços dele num desespero ainda maior. – Tem a banda! E se você arranjar um emprego não vai ter tempo para banda. Os shows! Tem os shows!
– E eu tenho mulher e dois filhos, não é mais tempo de eu achar que vai dar certo, anjo! – ele abriu um sorriso terno, enquanto fazia carinho na bochecha dela com toda a delicadeza e admiração do mundo.
– Não, não, não! Não me deixa com essa culpa. – Ela sentiu o queixo tremer de novo, assim como o namorado segurar seu rosto com as duas mãos em uma calma imensa, beijando-a em seguida para fazê-la se acalmar diante daquela situação. Era cuidadoso e tão cheio de amor que só fez com que se agarrasse a sua cintura em um anseio louco de que ele nunca fosse embora. Os dois suspiraram ao fim do beijo. – Está dando tão certo, não larga a banda, amor!
– Você não tem culpa de nada. Nada! – o rapaz abriu um sorriso devocional a ela. – Eu só vou fazer o que precisa ser feito, tudo bem?
– Você tá se virando em mil para eu poder estudar, por favor, não larga a banda! Eu nunca vou me perdoar!
– E eu vou continuar fazendo, meu anjo! - falou com uma segurança ainda maior. – Eu tenho certeza que, dando certo, os caras me aceitam de volta! – o garoto deu uma risada divertida, mesmo sabendo que a pequena mulher a sua frente queria lhe matar.
– Eu não vou deixar você largar seu sonho! – o queixo dela tremeu mais uma vez.
– Shiu, sem ficar nervosa. – Ele riu baixo, afagando os cabelos dela de novo e abraçando com força. – Eu estou bem abraçado no meu sonho agora!
– Eu te amo! - ela falou ainda chorosa. – Por mais que você queira fazer uma loucura!
– Eu te amo também, anjo. - beijou-a na ponta do nariz. – Eu nem tenho maior idade para beber legalmente e já tenho dois filhos, a loucura eu já fiz.
Os dois riram com a péssima situação de mais uma gravidez inesperada, mas sabiam que as coisas ficariam bem se eles ficassem unidos como família. Daria tudo certo se ficassem juntos e fortificados no amor.
– Opa que tem gente ultrapassando o sinal por aqui! – o grito do rapaz foi quase como um choque fazendo e se largaram de uma forma mais do que rápida.
– Que droga, Percy! Para de encher o saco! – disse irritado pelo susto, com a mão no peito nu, e respirando fundo no canto do sofá, enquanto a namorada se limitava a rir alto com o rosto encostado nas costas do estofado.
– Porra, Percy. Eu achei que era a sua mãe. – riu alto, ajeitando a blusa no corpo e passando a mão no cabelo.
– Por pouco não foi ela. – O rapaz levantou o indicador. – , . Você toma cuidado, se dona Pamella te pega assim com nesse sofá, ela te capa. – Ele fez um barulho engraçado coma boca e o irmão mandou o dedo.
– Ela não vai pegar, Percy. Não se preocupe! – o mais novo usou de ironia e levantou do sofá, estendendo a mão para namorada.
– A gente se cuida. Prometo! – piscou pro cunhado e segurou a mão do namorado, levantando do sofá, depois foi puxada na direção da escada que dava acesso aos quartos da casa.
– Usem camisinha, vocês são novos demais para terem filho. – Percy gritou, rindo na intenção de provocar o irmão e ouviu um xingamento conjunto dos dois o chamando de babaca.
começou a se movimentar ainda mais rápido, sentindo a cama mexer, sua namorada lhe apertar e arranhar ainda mais. Quando percebeu que estava no seu limite, abafou o gemido do orgasmo com um beijo e continuou com os movimentos até que a namorada também chegasse lá.
O rapaz sustentou boa parte do peso do corpo nos braços, mantendo um sorriso idiota na cara pelo que tinha acabado de acontecer, enquanto via o peito da namorada subir e descer com a respiração desregulada, ao mesmo tempo que ela também sorria idiotamente. Ele deu um leve beijinho em , logo se jogando ao lado dela na cama extra grande para solteiro.
A garota passou a mão pelo rosto, rindo pro vento e sentou procurando as roupas pelo chão.
Eles tinham que abrir aquela porta o mais rápido possível!
– Já decidiu o que vai fazer com o emprego e a banda? – ela perguntou, enquanto vestia o sutiã de cor clara, depois de já ter vestido a calcinha, e o garoto fez careta levantando da cama.
– Vou pedir demissão no fim da semana – ele suspirou, pegando as roupas no chão e jogou o preservativo usado, enrolado em um papel no lixeiro do quarto, depois sacudiu o pequeno balde para esconder as provas do crime. – Eu ainda não sei, . Eu estou um pouco confuso.
– Você gosta de trabalhar lá, mas a música é a música. – A garota disse, rindo, abotoando a calça e o viu rir junto, concordando completamente com ela.
– Exatamente, prodígio. Música é o que me faz feliz. – Ele deu um sorriso largo e completamente bobo, em partes por ver que a namorada o conhecia tão bem e, em partes, por saber onde estava realmente o seu futuro. – E a sua carta, já chegou?
– Não ainda – ela fez uma careta desgostosa e riu baixo. – Também não sei se vai chegar. – deu de ombros, inconformada, mas mesmo assim, pregou um sorriso no rosto. – A já recebeu a dela e caramba, é na melhor universidade da Inglaterra, isso já me deixa imensamente feliz. – terminou de passar a blusa pela cabeça e a ajeitou no corpo.
atravessou o pequeno espaço que os dividia dentro do quarto e abraçou a namorada com força, enfiando o rosto no pescoço dela, passando todo o conforto e segurança que achava necessário. Ele sabia, sentia que ela iria passar, a garota era brilhante e esforçada, nada a seguraria.
– Você vai passar, . – O rapaz acariciou o rosto dela com uma das mãos e a beijou levemente em seguida, mantendo um sorriso torto e orgulhoso. – Eu sei que vai, na verdade, eu sinto que vai. – Ele disse a fazendo sorrir largamente, depois ficar na ponta dos pés e lhe dar um beijinho.
– ! Eu já disse que não quero porta trancada dentro dessa casa! – o baque da porta de madeira abrindo assustou os dois e o abraçou um pouco mais forte pelo susto, depois olhou para porta vendo a mãe do namorado.
O QUÊ? A PORTA ESTAVA ABERTA?
– , querida! – a mulher cumprimentou a garota animadamente e com um sorriso largo, mas ainda parecia querer matar o filho que estava ali trancado.
– Oi, Pamella! – ela soltou do namorado o dando um empurrão pela porta destravada e acenou para a mulher com um grande sorriso. Vendo que a futura sogra não sairia daquela porta até que ela, ou , não estivessem mais no quarto, a garota riu baixo e beijou a bochecha dele. – Vou indo, tenho dever de física. – A garota rolou os olhos, o fazendo rir.
– Vai sim. – O garoto deu mais um beijinho nela. – E pede ajuda ao Alex com o dever de física.
– Pode deixar, capitão! – ela bateu continência e saiu do quarto acompanhada da sogra.
But I'd love to be in trouble with you
-x-x-x-
– Dramática! – a mais velha riu e bateu de lado com o quadril no dela. – É só a faculdade! Não é abandono. – A garota arregalou os olhos fazendo mais cena e a irmã riu, mesmo que mantivesse a cara de choro.
– É abandono de incapaz! – a mais nova acusou e abraçou-a com força, como se não a deixasse mais sair dali e riu alto.
– Sei bem como você é incapaz! – a irmã usou de deboche, mas mesmo assim a esmagou no abraço. – E eu estou abrindo caminho para você, moça!
– Eu sei que sim! – suspirou um tanto frustrada. – Mas acho que minha carta vem de jegue. Sinceramente! – a garota rolou os olhos e as duas riram.
– Ela vem! – beijou a bochecha da irmã. – Com certeza a carta tá chegando! Sempre vem na hora certa! – a garota piscou e levantou as mãos pro teto, como se pedisse a Deus que a carta chegasse logo. – Estou ansiosa!! – ela mordeu a boca um tanto pensativa.
– Eu também estou! – disse óbvia. – Você vai para outro país! – a garota esganiçou. – Mas eu já estou com saudade!
– AW! – pulou, esmagando a irmã em um abraço. – Também já estou morrendo de saudade de todo mundo! Se não fosse Cambridge, eu nem ia. – A garota fez um bico inconformado e foi sacudida pela irmã.
– Mas você ia mesmo! – as duas riram. – Imagina as mil cartas e fotos que você vai me mandar! Meu Deus, vai ser completamente incrível! – a mais nova disse completamente eufórica. – E os meninos vão estourar, daí a gente vai lá com a banda e vamos conhecer todos os seus amigos ingleses!
– JÁ QUERO! – soltou um grito, fazendo uma dancinha completamente animada. – Com certeza! Vou te encher de coisa! – ela prometeu e viu a irmã brilhar os olhos com aquilo. – Você vai ficar bem por aqui, . Garanto. Muito bem cuidada. – A garota piscou, rindo.
– QUERO TUDO! – gritou também. – É saúde e você sabe, o Canadá é o melhor lugar para se estudar e trabalhar com saúde!
– Não é só disso que eu falo, sis. – As duas riram e a mais nova sacudiu a cabeça negativamente.
– Quem sabe com 30 eu não sou uma enfermeira poderosa. – fez uma pose e bateu com o quadril de lado com o dela. – E ainda namorando um músico famoso?
– Quem sabe, nada! Você vai ser! – a mais velha usou de convicção, mostrando uma imensa segurança. – Você vai conseguir tudo que quiser, irmãzinha! – ela abraçou a mais nova bem forte, sendo abraçada de volta, e logo ouviram um baque alto, fazendo as duas garotas se assustarem e olharem imediatamente para a janela do quarto.
– Que droga você tá fazendo aqui, ? – perguntou, assustada, com os olhos arregalados e entredentes. Querendo matar o namorado com uns tapas.
– Ai, meu Deus! – tapou a boca com a mão quando viu o garoto que parecia ter caído de paraquedas dentro do quarto.
- Hey, ! – ele acenou para futura cunhada e riu. – Esse não era seu quarto, ? – perguntou, olhando para as paredes.
– Claro que é meu quarto! Sai daqui! – arregalou os olhos e o viu lhe olhar confuso.
– Não, não, não. Sai! Xô! – disse abanando as mãos, como se o rapaz fosse uma galinha e caiu na gargalhada.
– Como xô? – perguntou, indignado, com os braços cruzados e os pés fincados no chão.
– Xô! – a garota usou do seu tom mais óbvio e com a ajuda da irmã, começou empurrar de volta para janela do quarto. – Vaza! Vai para casa!
– Como vai para casa? – o garoto virou, abraçando de uma vez como se a garota fosse sua refém. – Eu vim te ver e vocês estão me mandando para casa? – perguntou com uma indignação bem fingida à namorada, beijando a bochecha dela em seguida.
– Claro! Você tá no meu quarto! – soltou um grito esganiçado e voltou a empurrar na direção da janela. – Se quisesse me ver, entrasse feito gente pela porta da frente!
– Não posso mais ver minha namorada? – o garoto perguntou com os pés fincados no chão.
– , você vai mesmo me fazer falar? – olhou completamente tediosa para ele.
– Shiu! Me deixa! – o garoto riu, meneando a mão para mais velha. – ! – ele pediu por socorro.
– Você invadiu meu quarto! – a garota disse, esganiçada, sacudindo as mãos de forma frenética.
– Não é novidade! – deixou escapar de uma vez e tomou um tapa forte no braço, que o fez se encolher. – AI! – o rapaz gritou com os olhos arregalados.
– Eu não precisava ouvir isso. – soltou esganiçada e viu os dois rirem alto, depois rolou os olhos. – Eu estou indo embora. PARA OUTRO PAÍS! Não sei quando volto. Eu quero ficar com a minha irmã. Dá licença? – voltou a empurrá-lo para perto da janela, já irritada com a insistência do garoto.
– Não posso ficar? – ele perguntou com um bico.
– NÃO! – o grito foi conjunto das duas garotas. – Para que você quer ficar, demônio? – rolou os olhos.
– Esperar você sair. – O rapaz arqueou a sobrancelha com um sorriso esperto e tomou um tapa da cunhada. – A.I. ! – ele arregalou os olhos, se encolhendo.
– Eu vou dormir aqui! – a mais velha disse como se fosse uma criança competindo com outra e mostrou a língua para ela.
– Ótimo! Maravilhoso. – reclamou da briga idiota dos dois, mas ria alto com a discussão.
– Sai! Garanto que você não vai morrer por ficar longe da minha irmã uma noite. Não vai cair. – prendeu a risada e o viu fazer uma careta de completa indignação, com a boca aberta em um perfeito O. riu alto, apontando para a irmã:
– Escuta ela!
– Nem murchar, fica tranquilo. – olhou para e as duas riram alto com a advertência.
– Não é toda hora para sua informação. – O rapaz reclamou mais pelo deboche e apontou para ele.
– Ah, isso eu também garanto. Vai logo, ! – ela perdeu a paciência e voltou a empurrar o garoto na direção da janela.
– Sério? – ele praticamente gritou, mais indignado do que nunca.
– Muito sério! Vai logo! – voltou a empurrá-lo pelos ombros e o garoto bufou.
– Espera só a ir embora. – deu um sorriso travesso e apanhou das duas garotas ao mesmo tempo, o fazendo se encolher. – Ai! Será que dá para parar de me bater? – ele perguntou com os olhos arregalados.
– Não! – as duas garotas responderam completamente sincronizadas, o que consequentemente duplicou o volume da voz.
– Princesinhas? – a voz de Charlie pode ser ouvida juntamente com duas batidas na porta. – Tem mais alguém aí? – o homem perguntou com confusão na voz e arregalou os olhos, apavorado com a ideia de o pai das duas entrar no quarto.
Claro, ele e não namoravam escondido, mas estava dentro do quarto da garota. Tinha entrado pela janela! E aquele era o fatídico momento que ele começava a se arrepender de todos os seus pecados, incluindo ter tirado a virgindade da namorada. Se o acontecido se encaixasse na categoria pecado, claro.
– Filme, pai! – as duas gritaram ao mesmo tempo, voltando a empurrar o garoto para fora do quarto.
– Ok, não demorem muito a dormir! – o homem alertou, rindo, deu mais duas batidinhas na porta, gesto recorrente que funcionava quase como um anúncio de que ele iria sair dali.
– Tá vendo? – arregalou os olhos, soltando um sussurro esganiçado. – Vai, vai embora!
– Ok, ok, estou indo! – o garoto levantou as mãos em rendição e sem precisar que o empurrassem mais, saiu sozinho do quarto pela janela, enquanto as duas irmãs vigiavam para ver se ele ia mesmo embora. O rapaz viu as duas apertadas no mesmo lugar e mandou um beijo provocativo.
– De nada! – gritou sobre ter salvado a pele do garoto e depois riram.
sacudiu a cabeça meio incrédula com a petulância e imprudência de , depois fechou a janela meio morta.
– Quando ele vai crescer? – a garota perguntou, rindo.
– Quando a vida quiser. – piscou filosofando e as duas riam alto mais uma vez. – Filme? – ela abraçou a irmã de lado.
– Filme! – respondeu com firmeza e as duas se jogaram na cama, pegando uma caixa na mesinha do lado com várias fitas cassetes que elas tinham alugado. – Vai dar tempo ver tudo hoje?
– Acho que não. – deu de ombros e as duas riram.
A mais nova pegou uma das fitas da pilha e correu até o vídeo cassete que estava instalado no quarto. Um presente de aniversário ganhado dos pais e que uma vez ou outra reunia a turma toda para ver qualquer filme que havia acabado de lançar nas locadoras do bairro. Em que mundo elas iriam pensar que poderiam assistir um filme no próprio quarto, na TV? E ainda revê-lo sempre que a vontade batesse? O mundo estava louco, completamente louco! Mas os avanços da tecnologia eram incríveis e, na concepção das duas, o Walkman* era a melhor invenção existente, as câmeras Kodak então? Sem falar que a mais nova não esperava a hora de ganhar um tão sonhado celular.
Andar com um telefone completamente sem fio ou qualquer coisa ligada à tomada e que ainda mandava mensagens? Aquilo sim era modernidade e as duas mal esperavam a hora de poder trocar mensagens de texto, principalmente estando a milhas de distância.
– ? – perguntou quando sentou na cama.
– Oi – a mais velha se ajeitou puxando um dos travesseiros, mas sem resposta da irmã. – Que foi, ? – a garota perguntou, rindo.
– Você vai levar sua filmadora para Inglaterra? – ela perguntou, ansiosa, balançando uma das pernas freneticamente e viu afirmar meio confusa. – Por que a gente não grava alguma coisa legal? – mordeu a boca mais ansiosa ainda.
– CLARO! – a garota gritou, sentando de uma vez na cama. – Vamos gravar uma fita! Vou buscá-la! – ela levantou da cama e rapidamente saiu do quarto da irmã, indo buscar a filmadora. – Voltei! – gritou com a filmadora em mãos e riu.
– AE! – a mais nova deu um pulinho, ainda sentada na cama, enquanto filme rodava no vídeo cassete. – Tem fita virgem? – perguntou e a outra fez uma careta que indicava negação, depois riu.
– Não, mas a gente grava em cima dessa – a mais velha disse com os olhos arregalados em euforia. – Era só besteira dos meninos lá no Alex.
– Ah, então grava em cima. Liga! – a mais nova pediu sem conseguir controlar a ansiedade e logo viu o joinha da irmã mostrando que podia começar.
levantou da cama, puxou o criado mudo para o meio do quarto e apoiou a câmera lá, olhou se estava focada direito e pulou na cama junto com a irmã.
– Onde você quer estar daqui quinze anos? – perguntou mexendo os joelhos e soltou uma gargalhada.
– Eu não sei, nem se a gente sobrevive à passagem do milênio. – disse, rindo e viu a irmã rolar os olhos.
– O mundo não vai acabar. Me diz, !
– Não tinha uma pergunta mais difícil? – a garota soltou uma risada morta.
– Vai me diz! Daqui a quinze anos a gente vê a fita e vê se deu certo! – riu. – Sei lá, diz que vai casar com o príncipe William, com o Timberlake. – A garota deu de ombros se referindo ao membro mais gato da boyband ‘N Sync* na concepção delas.
– Olha, eu não recusaria, pegava numa boa. – riu. – Mas não é o objetivo. – A garota fez uma careta.
– E qual o objetivo? Porque olha, o ‘N Sync tá arrasando legal! – movimentou as mãos. – Eu pegaria legal o Justin.
– Você namora o ! – a mais velha riu alto, fazendo a irmã rir junto.
– Em que mundo eu iria conhecer o Justin Timberlake? Não viaja. – A garota sacudiu a cabeça, rindo. – Qual o objetivo, Cousseau?
– Eu quero... ser uma designer muito boa, na verdade, a melhor no ramo. E claro, estar com vocês, você sendo uma enfermeira daquelas de dar muito, mas muito orgulho, os meninos fazendo muito sucesso no mundo todo. Show grátis, e na área VIP! Essas coisas. – deu de ombros e as duas riram alto. – Qual é? Eu mereço!
– Show grátis e área VIP? Isso eu gostei, gostei mesmo! – apontou. – E você vai casar com o Alex, me escuta. – A garota disse com uma seriedade fora do comum e ouviu uma gargalhada de deboche da irmã. Ela rolou os olhos.
– Claro, porque estamos em um filme. – Ela debochou sobre casar com o melhor amigo. – E você tem o poder!
– Eu sou um ser de luz! – disse completamente convencida e foi empurrada de leve.
– Mas e você, ser de luz? – debochou rindo e mostrou a língua, depois suspirou, pensativa.
– Se possível viajar o mundo liderando uma equipe de enfermagem para salvar pessoas na mata, água, a porra toda. Se possível exército. Sabe aquelas enfermeiras líderes bem maravilhosas? Tipo do exército. – A garota de 17 anos perguntou completamente empolgada, imaginando tudo que ela queria que acontecesse dali alguns anos.
– Modesta, como vocês podem ver. – a mais velha apontou para câmera rindo, enquanto mostrava a irmã e fez a pose mais convencida.
– Aí depois eu passo três meses com vocês curtindo a área VIP! – ela piscou e riu. – E sim, sou muito modesta. – disse, rindo e mostrou a língua.
– Claro, e nesses três meses você é a esposa de ! – a mais velha piscou em tempo de ver entrando em uma crise incontrolável de riso, de modo que a garota se encolhia de tanto rir.
– Eu nem sei se a gente vai tá junto, imagina casado então. – Ela sacudiu a cabeça ainda rindo e rolou o olho.
– Nem vem, ele não te larga mais! – enrugou o nariz em uma careta meio desacreditada. Eles eram tão novos para pensar que poderiam sei lá, estar casados. – Você vê um casamento totalmente sem fundamento para mim e não vê você casada com o seu atual namorado? – perguntou com as sobrancelhas arqueadas e a garota deu um sorriso trincado.
– Touché! – apontou para irmã e a fez rir. – É comprovado que é mais fácil de você casar com seu melhor amigo, do que com o namorado. – Ela deu de ombros em tempo de ver fazer uma careta esquisita, até de nojo, se duvidar.
– Sem chance! Alex é tipo, meu melhor amigo mesmo e ele é da sua idade. – mordeu a boca olhando pro teto, como se pensasse em algo, depois voltou a atenção para irmã de uma vez. – Eu ser a futura rainha da Inglaterra é um cenário mais provável. Acredite em mim.
– Ok, futura rainha da Inglaterra! Não esqueça dos familiares plebeus! – pôs a mão no peito, usando de todo o seu drama.
– Nunca, Duquesa! – piscou fazendo a irmã rir.
– Eu vou sobreviver. – mordeu a boca e suspirou. Por que era tão difícil ver a única irmã indo passar uma temporada fora do país, por que doía tanto? – Eu sei que vou.
fez um bico ao ver a careta dela e a abraçou com a maior força que conseguiu, fazendo abraçá-la de volta na mesma intensidade.
– Claro que vai. – A mais velha beijou a bochecha de . – E eu não vou sumir, você sabe!
– Por um bom tempo, vai! – a garota arqueou as sobrancelhas e as duas riram baixo ainda abraçadas.
– Eu ainda estou aqui para o que você precisar, ! – beijou a cabeça da sua caçulinha e a apertou com mais força, era certo que ela também sentiria uma falta tremenda de , mas era a vida.
– Obrigada, sis. Eu sei que posso sempre contar com você! – a garota se aninhou no abraço da irmã mais velha, sabendo que mesmo longe, ela encontraria toda a fortaleza que iria precisar no mundo.
*Para os babies que não conhecem o Walkman, ele é o avô do mp3, mp4. Era a forma de escutar música que não fosse no som de casa.
-x-x-x-
– Não, não! – respondeu, meneando a mão e colocou o braço em volta do pescoço de quando os dois estavam sentados em um dos sofás.
– Mas já vai começar. – A garota pegou o controle mudando imediatamente pro canal da MTV. – ! VAI COMEÇAR! – gritou pela irmã, que logo apareceu na sala com um balde de pipoca.
– Cheguei! – a garota se jogou ao lado do melhor amigo e ganhou um beijo na bochecha do rapaz, depois colocou as pipocas na mesinha de centro.
– Vai sair vídeo novo do ‘N SYNC? – rolou os olhos com um ciúme bem bobo da boyband e as duas garotas gargalharam.
– Não, mas tem especial, uma entrevista na verdade – deu um sorriso trincado e ouviu Alexander gargalhar da cara do amigo emburrado.
– Então teremos Justin Timberlake que chega, hoje! – piscou, cutucando o namorado, riu e pegou um punhado de pipoca na bacia.
– Muito Justin por hoje! – suspirou audivelmente, assim como a irmã e Alexander junto, imitando uma garota apaixonada. rolou os olhos.
As duas garotas riram e logo os quatro vidraram a atenção da TV de casa. Àquela hora era a hora que mais dava audiência nos canais de clipes, os jovens todos chegavam do colégio e logo se jogavam na frente do televisor, até os que não estudavam mais se prendiam a MTV na intenção de ouvir o melhor que a música jovem tinha a oferecer.
– You're all I ever wanted, You're all I ever needed, yeah. – As duas cantaram com o começo da música no vídeo, usando de poses completamente teatrais e os garotos riram, mas já se preparavam para incorporar também. – So tell me what to do now, 'Cause I,I,I,I,I, I want you back. – e Alexander entraram na brincadeira, avacalhando totalmente a coreografia da boyband, enquanto o vídeo rodava na tv.
– Meu Deus! Vocês são péssimos! – gritou, rindo alto com a pose dos dois e eles mandaram beijo.
– Ai, meus olhos! – reclamou, rindo, gesticulando para que eles saíssem da frente da TV, mas foi frustrado. Os dois rapazes continuaram. – Vocês têm noção de que nada de dançar para vocês, né? – ela perguntou com deboche.
– Nada de ser boyband! – movimentou as mãos mostrando que eles podiam desistir de dançar, porque não ia rolar, mas os garotos continuaram com a dança desengonçada no meio da sala. – Que coisa horrível, eu não precisava ver isso!
– Vocês são duas chatonas! – Alexander declarou, rindo. – E nós dançamos muito bem, se nada der certo...
– Vocês morrem de fome. – A mais nova disse convicta e ouviu as gargalhadas vindas dos rapazes, assim como também da irmã. – Vocês parecem que engoliram uma alavanca, que bando de homem duro, senhor!
– Você não presta! – soltou um grito, ainda gargalhando da dança desajeitada e viu os dois fazerem as maiores caras indignadas do mundo.
– Princesinhas? – Charlie chamou, abrindo a porta de casa e quase que imediatamente, e Alexander se jogaram no sofá como se nada tivesse acontecendo dentro daquela sala. – Hey, garotos! – o homem com bigode acenou para os dois e os rapazes acenaram de volta. – Lenna? – ele chamou pela esposa.
– Oi, papa. – esticou a cabeça para trás, na intenção de ganhar um beijo na testa e o homem riu, beijando a testa da filha em seguida. Beijou a bochecha da outra, que também esperava pelos carinhos do pai e por fim sentou ao lado de no sofá.
– Quais as novidades? – a mais velha perguntou, rindo e abraçou o pai de lado, sendo abraçada de volta com o mesmo carinho.
O homem abriu um sorriso ansioso, alegre e orgulhoso. Beijou a cabeça da garota ao seu lado e olhou para no outro sofá.
– Oi! – Elena apareceu na sala de estar da casa e viu vários sorrisos serem direcionados a ela. – Me chamou, querido? – a mulher perguntou ao marido e ele lhe estendeu um dos braços.
– Sim! – Charlie abriu um sorriso bonito e bateu ao seu lado no sofá, a convidando para sentar. Elena mesmo sem entender muita coisa, sentou ao lado do marido, vendo os rostinhos na sala tão confusos quanto o seu.
– O que houve, pai? – perguntou com uma risada nervosa ao perceber que ele lhe olhava.
– Chegou isso para você. – Ele estendeu os três envelopes para , a fazendo sentir o sangue fugir completamente do rosto. A garota empalidecida e ainda trêmula, pegou-os da mão do pai, respirando fundo e tentando controlar seu emocional. – Abra, querida. São seus! Estamos ansiosos para saber os resultados. Na verdade, eu me segurei para não abrir. – Charlie riu baixo.
respirou fundo e vidrou-se nos três envelopes das melhores universidades em saúde do Canadá, direcionados ao seu nome.
Aquilo era completamente louco! Louco! Ela era apenas uma garota normal de 17 anos que gostava de música, namorar, comer e dançar. Era óbvio que a menina estava feliz pelas três cartas, mesmo sem saber realmente o resultado delas, até porque só em receber uma resposta era incrível. A garota abriu as três cartas de uma vez, como se fosse um presente de natal, respirou fundo mais uma vez e por fim retirou os papeis registrados com uma expectativa tão grande que enchia até os corações de quem estava perto.
A grande casa da família estava cheia de adolescentes saindo até pelas janelas, garotas com seus vestidos tubinho de alças, ou as calças de lona cintura alta bem folgadas combinadas a um tope, completamente coloridos. Os bermudões camuflados e de cor pastel era o que mais predominava nos garotos, fora as camisas com estampas que remetiam às bandas. Bebidas derramavam na cozinha, o som alto do Pop, Punk e Rock atingia os ouvidos de todos e dava para ser ouvido há pelo menos duas ruas de distância. Santa física e sua propagação sonora. O quarteto fantástico mais definido como, , , Alexander e , estavam na cozinha da casa, dançando ao som de Livin’ La Vida Loca, enquanto viravam alguns copos de cerveja e afins.
– Cadê o Pat com a super Kodak* dele? – perguntou, rindo, enquanto tentava dançar.
– Por aí. Acho que vai gastar todos os filmes hoje. – Alexander respondeu, rindo e fez os outros três rirem.
– Ele tem que ao menos tirar algumas fotos nossas, maldade se não fizer isso! – reclamou e deu um grande gole na cerveja que estava em seu corpo vermelho, depois beijou a bochecha da namorada.
– Isso eu concordo com o ! – apontou. – Preciso levar lembranças para Inglaterra, e com certeza preciso de fotos para o meu mural! – a garota disse, enquanto sacudia os braços ao som da música.
– Já ele chega! Só esperem! – Alexander disse, rindo, enquanto bebia junto com os amigos e logo a passagem de música espontânea aconteceu. All Stars do Smash Mouth começou tocar dentro da sala e as duas garotas arregalaram os olhos completamente cúmplices.
– SOCORRO! A música de vocês! – soltou um grito os fazendo rir. – Cadê os meninos?
– Por aí! – deu de ombros, quando se preparava para começar cantar a parte falada da música.
– Well the years start coming and they don't stop coming
Fed to the rules and I hit the ground running
Didn't make sense not to live for fun
Your brain gets smart but your head gets dumb. – A garota movimentou as mãos como se fosse alguma espécie de rapper e causou as risadas mais escandalosas nos amigos, sendo abraçada por que ainda ria.
– Ainda bem que você vai fazer faculdade. – O garoto debochou da habilidade dela em cantar, a fazendo abrir uma careta completamente indignada, mas depois rir alto, concordando com ele.
Alexander encheu quatro copos até metade com algum tipo de vodca que ele tinha achado em casa e cutucou as garotas, entregando um copo a cada uma, outro a e ficando com o último.
– Às duas geniazinhas da família Cousseau! – o rapaz levantou o copo dele e ouviu gritinhos em comemoração de e , que também levaram os copos ao alto, fez o mesmo e os quatro brindaram ao momento, que Pat havia pegado de cheio assim que entrava na cozinha. Com certeza ele faria boas fotos naquela noite. Os quatro amigos viraram os copos de uma vez e a mais nova fez uma careta pelo álcool que descia em sua garganta.
– É forte! – reclamou com o nariz enrugado e ouviu risadas dos três garotos e da irmã.
– É vodca, criança! – a mais velha disse, rindo e a outra lhe mostrou a língua, vendo que a música já entrava no refrão novamente.
– Hey now you're an All Star, get your game on - go play
Hey now you're a Rock Star, get the show on - get paid
And all that glitters is gold
Only shooting stars break the mold – as duas cantaram tentando fazer uma dancinha, enquanto apontavam para e Alexander e os dois riram quando a bagunça era toda fotografada por Pat.
– PAT! QUEREMOS FOTOS! – as duas gritaram para o rapaz, o fazendo rir alto.
– Juntem, juntem! – ele pediu e os quatro se juntaram, esmagando as meninas. – Só as duas! Depois vocês, metidos! – Patrick reclamou e os quatro riram. O garoto tirou a foto das irmãs Cousseau juntas e logo do quarteto inseparável.
– Quando você vai revelar, Pat? – perguntou, quase sacudindo o garoto. – Quero cópias para levar para Inglaterra!
– Se for assim também quero foto! – o rapaz fez um bico enorme e ganhou um abraço apertado da garota. Os outros riram.
– Todo mundo vai ter foto, Langlois! – Alexander retrucou e gargalhou pelo ciúme velado do Lefebvre. Alexander era sim uma graça quando o assunto era ter ciúme de .
– MEU DEUS! – o grito da mais nova irrompeu a pseudodiscussão, os fazendo olharem bem para ela. – Oasis! Wonderwall! Quem fez essa mixagem* maravilhosa? – ela perguntou com os olhos bem arregalados e o namorado abriu os braços com um porte completamente convencido e foi uma questão de segundos até pular no colo dele, o abraçando com força, sendo abraçada de volta na mesma intensidade e enchendo o rapaz de beijos no rosto.
Que Deus abençoasse todas as mixagens de fitas cassetes, assim era possível reunir várias músicas maravilhosas em apenas um lugar e ouvi-las sempre que desse vontade. O que todos os jovens almejavam, era que algum dia desse para fazer aquilo com CD’s, aí seria mais legal ainda. Mas mesmo sendo preciso trocar as fitas a cada trinta músicas, a festa continuou embalada e sem qualquer hora para terminar.
Quase no meio da noite, apareceu dizendo que tinha uma surpresa para , mas que era realmente uma surpresa e ela não iria saber do que se tratava até chegar no lugar. O garoto estava imensamente orgulhoso por a namorada ter passado nas três melhores universidades que ofertavam os cursos em saúde no Canadá, não só ele, na verdade. A festa na casa dos Cousseau havia sido enorme quando souberam da proeza que a mais nova tinha conseguido, inclusive passar em medicina, um curso que nem sequer ela tinha se inscrito.
O rapaz dirigiu até um dos pontos mais altos da região, que funcionava praticamente como um mirante, enquanto ouvia tagarelar, jogando de boca afora toda a sua ansiedade em saber para onde estavam indo, principalmente porque já estava há um bom tempo dirigindo. E ele apenas ria tentando livrar a ansiedade dela, pois sabia que a namorada adoraria a surpresa que estava por vir.
– Aqui é lindo. – disse com os olhos grandes e brilhantes, assim que saiu do carro, vendo a cidade completamente iluminada pelas luzes à noite. era louco, mas era um louco no qual ela era perdidamente apaixonada.
– Oi, ? – o rapaz perguntou um pouco confuso pelo resmungo dela e saiu do carro deixando o volume do som alto para que os dois escutassem do lado de fora, afinal música sempre iria acompanhar cada passo da vida dos dois, fossem eles qual fossem. – Você disse alguma coisa? – o garoto perguntou rindo, deixando algumas coisas que carregava em cima do capô do carro.
– Que aqui é lindo! – ela olhou para ele com um sorriso e viu o namorado abrir os braços pedindo um abraço, fazendo-a praticamente se fundir nele. – Porque você me trouxe aqui de novo? – a garota riu e sentiu um beijo carinhoso no topo da cabeça, entre os cabelos cacheados.
– Porque assim como eu te pedi em namoro, hoje também é um dia especial pra caramba. – Ele piscou, a fazendo sorrir ainda mais. – Você passou nas três melhores universidades do Canadá. – disse fingindo estar apavorado e ouviu a gargalhada dela. – Eu sabia que namorava uma garota muito inteligente, mas uma little genius? – o rapaz disse engolindo as próprias palavras e ela soltou outra risada. – É meio apavorante, considerando que minha média geral no colégio foi 8, não é ruim, eu sei. Mas a sua foi quanto? Dez? E você só tem dezessete anos. , você passou em medicina e sequer se inscreveu no curso! – se encontrava já completamente apavorado, sem nem respirar direito pelo que falava rapidamente e quando menos esperou, foi calado por um beijo.
A garota subiu os dedos pelo pescoço dele, sentindo apertar com força sua cintura, à medida que os dois se prensavam ainda mais no capô do carro escuro. Ela circundou o pescoço dele com um dos braços, o trazendo ainda para mais perto e com a outra mão agarrou o braço do rapaz entre os dedos, mostrando uma completa reação aquele início de amasso, que nem era nada demais, mas ateava fogo nos dois. Afinal dois adolescentes sozinhos em lugar na penumbra que que pareciam dois fios descascados quando se tocavam, não iam perder a oportunidade.
Ele desceu o tato pela perna da namorada e foi dobrando-a vagarosamente em seu quadril, sentindo a garota lhe apertar ainda mais, desceu a outra mão, segurando as pernas dela com firmeza bem perto da junção entre a coxa e a bunda, impulsionou para cima e em questão de segundos colocou-a sentada no carro. A garota o mordeu no lábio, logo puxando entre os dentes, vendo o namorado soltar uma risada idiota que vinha acompanhada de um suspiro construído em sofrimento e contentamento, talvez até ansiedade.
começou trilhando leves beijinhos, que se definiam apenas como um encostar de lábios, na boca do rapaz e seguiu com eles até o pescoço, os deixando bem mais ousados e safados, quando misturados a pequenas mordidas e lambidas, que fez tremer e arrepiar inteiro, sentindo o sangue do seu corpo começar a migrar para uma porção no meio das suas pernas. Era perdido, se começava com aquilo, era o bastante para deixá-lo potencialmente excitado.
– Nove ponto sete. – Ela sussurrou segurando a cabeça dele bem perto da sua boca e fazendo questão de roçar os lábios na orelha do garoto, ato que fez se arrepiar inteirinho. – Essa é a minha média até a presente data. – riu baixo e passou a língua pelo pescoço do namorado, o lambendo e fechando o pacote quando mordeu a orelha dele. O rapaz gemeu baixo e se segurou no capô do carro, fechando as mãos como se elas pudessem amassar qualquer coisa.
piscou e pendeu o corpo para trás se escorando nos cotovelos, enquanto via passar uma das mãos entre os cabelos, completamente agoniado, desesperado e até meio perdido com a situação. Ela riu e sentou em posição de índio, dando um beijinho casto nos lábios dele, que em reação sorriu bobamente.
– Como eu disse, Little genius, viemos comemorar pelas três universidades fodas. – Ele saiu de onde estava e foi até a porta do carro. – Eu trouxe, isso! – levantou uma garrafa de vinho e a garota deu uns gritinhos, comemorando pela bebida. – Sabia que você ia gostar. – O rapaz piscou, a fazendo rir e voltou para onde estavam, carregando a garrafa e duas taças de plástico. Ele sentou no capô junto com ela e também cruzou as pernas em posição de índio, depois suspirou meio frustrado com a situação. – , prometo que um dia a gente vai comemorar de verdade, com vinho de verdade... – ele mostrou a garrafa com a bebida barata. – Taças de verdade, do jeitinho que você merece, prometo. – mordeu a boca um pouco envergonhado com a qualidade do que tinha comprado e o que recebeu em troca foi um beijo grato da namorada.
– Não me interessa preço, muito menos qualidade das coisas, contanto que nós dois estejamos juntos comemorando qualquer coisa. – Ela disse segurando o rosto dele, o encarando profundamente e viu o rapaz sorrir largo, com as bochechas salientes e coradas. – Beleza? Então abre logo essa coisa, quero beber e fazer loucuras.
– Essa é minha garota! – gritou, rindo e ela jogou os braços para cima gritando junto. – E loucuras, moça? – ele abriu um sorriso completamente safado, se esticando para morder a boca da namorada. – Loucura é comigo mesmo, little genius. – O rapaz puxou o lábio dela entre os dentes e a garota o agarrou pelo pescoço, enquanto os dois se beijavam, mais uma vez, com certo desespero como se nunca mais fossem fazer aquilo na vida.
– Não vai abrir o vinho? – perguntou rindo quando sentiu a mão do namorado apertar sua bunda e o garoto fez uma careta de desgosto por ter sido interrompido.
– Vou. – também riu e roubou mais um beijo sugado, se ajeitou sentando direito e abriu a garrafa com certa dificuldade, logo enchendo as duas taças que segurava. – À mais momentos incríveis como esse. – Ele decretou e beijou-a mais uma vez antes do primeiro gole.
E como sempre acontecia quando o casal jovem se juntava para beber, depois de praticamente secar a garrafa inteira de vinho, os dois acabavam pelados e suados dentro do carro, onde os gemidos e o ar quente preenchiam a atmosfera, embaçando os vidros e clareando ainda mais o que um sentia pelo outro, sem falar no perigo evidente de ser pego no flagra. Mas quem se importava? Eles eram jovens. Adolescentes! Não iriam perder a oportunidade de viver intensamente e fazer certas loucuras.
A vida era curta demais para tanta responsabilidade.
Don't have to share with no one else
Don't keep your secrets to yourself
It's kama sutra show and tell
– Um livreto. – Ele mordeu a boca, meio receoso, escorando a cabeça no banco do carro, vendo a namorada nua, assim como ele também estava, e sentada em seu colo analisando o livreto antes de abrir. – Um pedaço do Kama Sutra, na verdade. – A resposta saiu baixa, completamente baixa e fez uma careta vincando as sobrancelhas.
– Kama o quê? – a garota riu.
– Não conhece? – perguntou com um sorriso leve e beijou o queixo dela.
– E deveria? – perguntou em um tom divertido e o fez rir baixinho. – O que diz nele? – ela o abriu em uma página aleatória, antes que ao menos abrisse a boca para responder e arregalou os olhos ao ver o conteúdo completamente sexual exposto ali. – ! Onde você arranjou isso?! – a garota o fechou de uma vez, quase o amassando entre os dedos e com as bochechas vermelhas por ter sido pega de surpresa com o conteúdo erótico no livreto.
– Veio junto com uma revista. – disse, meio receoso e afastou levemente o cabelo do ombro dela, distribuindo alguns beijinhos por lá, que faziam-na arrepiar levemente. – E, como você viu, fala de posições sexuais diferentes. – Ele continuava com os beijinhos pela clavícula dela, na intenção de não arranjar qualquer confusão com a namorada, que sentia seu corpo arrepiar a cada vez que ele encostava os lábios em sua pele.
– Credo, ! Você ainda compra essas porcarias de revistas? – perguntou visivelmente irritada e incomodada com a situação.
– Não! – ele riu pela irritação dela e a beijou no pescoço de levinho fazendo a garota se encolher e remexer em seu colo. – Mas eu comprava, esses dias eu achei pelo quarto e... – o rapaz mordeu a boca meio receoso. – Queria tentar algumas com você. – deu mais um beijinho leve no ombro da garota e sem ver o quanto ela tinha ficado vermelha com o pedido, ele riu baixo. – Claro, mas só se você quiser... – ainda continuava calada pensando se era realmente uma boa ideia tentar mudar alguma coisa, principalmente levando em consideração que ela ainda sentia algumas dores e desconfortos, ainda consequências de ter perdido a virgindade há pouco tempo. – E não precisa ser agora... eu nem sei porque eu pensei isso, desculpa! – o garoto disse rápido, distribuindo beijos estalados onde a boca estava e a garota riu segurando o rosto dele.
– Não precisa pedir desculpas. – disse rindo e o beijou levemente. – Fiquei curiosa por saber que existem tantas... bem, você sabe. Posições sexuais. – Ela deu de ombros e ele riu afirmando. – Não sei se é o momento para mim – a garota enrugou o nariz em uma mínima careta. – Quer dizer, depende! – os dois riram alto. – Eu não sei, só vamos esperar mais um pouco? – ela fechou um olho, fazendo uma leve careta enquanto mordia a boca e abriu um sorriso largo e meigo.
– Ok, vamos continuar com as de sempre, por enquanto. – O rapaz desceu os beijos para o colo nu da garota e no reflexo, ela jogou levemente a cabeça para trás, segurando firme no cabelo dele molhado de suor. E ao mesmo tempo que sentia seu corpo reagir rapidamente as caricias de , que a cada momento chegavam mais perto dos seus seios, ouviu o que passava no rádio do carro e riu alto.
– Olha o que está passando na rádio. – Ela soltou uma gargalhada por reconhecer a música e a voz do cantor, mas o namorado levantou a cabeça fazendo uma careta. – Você não conhece?
– Eu deveria? – o rapaz perguntou, rindo e tomou um tapa no ombro. – Au. – ele reclamou com uma careta engraçada.
– Marvin Gaye, o cara foi o rei das músicas com maior expressão sexual nas décadas de 60 e 70. E essa música se chama Let’s Get It On. – Ela arqueou as sobrancelhas, mostrando a sugestividade da música e viu o namorado rir, depois abrir um sorriso mais do que safado.
se aproximou mais ainda do corpo da namorada, colando completamente o peito dos dois e colocou a boca perto da orelha dela, abocanhou o lóbulo e chupou vagarosamente fazendo a garota tremer e suspirar de forma audível, quase gemendo.
– Vamos aproveitar a música e... – ele sussurrou com as mãos subindo pelas coxas nuas de e sentiu-a apertar os dedos em seus cabelos. – Let’s Marvin Gaye and get it on.
abriu um sorriso ladino e vagarosamente trilhou beijinhos da orelha de até a boca, começando a beijá-la com mais urgência, enquanto suas mãos sorrateiras acariciavam e beliscavam os seios da namorada, a fazendo soltar baixos gemidos, ao passo que também contraía o corpo sem o menor controle.
E em um reflexo instintivo na busca de mais contato, na tentativa de diminuir aquele calor infernal que quase os fazia derreter, começou roçar o quadril no do garoto com leves reboladas, o excitando consideravelmente. O rapaz projetou o corpo para frente, consequentemente a fazendo praticamente deitar, escorando as costas ao porta luvas e antes que ele pudesse começar com os beijos pelo corpo dela, ouviu uma risada da namorada, totalmente construída em ansiedade e contentamento, arriscando até uma ponta de malícia.
Ele beijou-a levemente entre os seios e seguiu caminho como se o corpo da garota fosse uma estrada reta para o paraíso, enquanto as mãos a apertavam em pontos estratégicos e que deixavam suspiros e leves gemidos soltos dentro do carro, no começo de mais uma transa que deixaria os dois suados e ofegantes no banco da frente, antes de precisarem ir para casa.
You got the healing that I want
Just like they say it in the song
Until the dawn, let' s Marvin Gaye and get it on
*As maravilhosas câmeras que funcionavam com filmes fotográficos. E você tinha que revelar a foto para poder vê-la a primeira vez, ou seja, o “sorria” era realmente valendo.
*Aqui, mixagem não tem nada a ver com eletrônico, era o ato de juntar várias músicas em uma só fita!
-x-x-x-
– O que houve? – a mais velha perguntou assim que entrou no quarto da garota, a assustando mesmo sem a intenção.
– Han? – perguntou, assustada, se virando de uma vez na cama, quase caindo no chão. – Aconteceu alguma coisa?
– Eu quem pergunto, . – A mais velha usou de um tom completamente mãe e cruzou os braços. – Você está nervosa.
– Eu? Não! – a garota soltou em um esganiço e levantou da cama de uma vez, percebendo a mancada que tinha dado. – Claro que não! – ela tentou rir, mesmo que parecesse um sorriso de dor.
– ! – vincou bem as sobrancelhas, cruzando os braços, conseguindo intimidar a irmã mais nova. – Não mente para mim! – respirou fundo, começando a andar o curto espaço de um lado para o outro. – Me fala. Seja o que for, eu vou te ajudar! Mas para isso, eu preciso saber o que aconteceu. – A garota pediu encarecidamente.
– Eu não sei bem. – suspirou. – Só estou preocupada, mas acho que não é nada demais. – Ela disse sentindo o estômago revirar e viu com o olhar de cachorro abandonado. – Minha menstruação está atrasada. – A mais nova arregalou os olhos, soltando um sussurro bem esganiçado. A outra estreitou um pouco os olhos pensando bem sobre o que havia sido dito.
– Isso acontece, não é incomum. – deu de ombros. – Aconteceu comigo já. É era nada.
– Três semanas! – arregalou os olhos, sendo bem clara para irmã entender. – TRÊS SEMANAS! – ela disse em completo desespero.
– Três? – a mais velha perguntou tão baixo que era quase inaudível e levantou três dedos.
– Três. – O queixo de tremeu ao dizer aquilo e a garota apontou para cama, como se quisesse que a irmã fosse até lá e visse algo.
respirou fundo, sabendo exatamente porque ela estava tão apavorada e com medo, tomou fôlego já esperando o baque na sua cara e caminhou rápido para onde a mais nova apontava, encontrando uma caixinha pequena e um palito com algumas listras. Ela não era burra, muito menos sem esclarecimento. A futura designer sabia bem que aquilo era um teste de gravidez, e positivo ainda mais. e estavam tão ferrados.
– ... – ela virou de uma vez e viu a irmã aumentar o bico de choro, enquanto afirmava com um aceno, sendo questão de tempo até as duas se abraçarem o mais forte que podiam e começar a chorar alto no ombro da irmã mais velha.
– Eu não quero estar grávida aos 17. – A garota declarou aos prantos, ainda fundida no abraço da irmã e apertou-a com força contra o peito.
– Eu sei que não, . Eu sei! – a garota tentou consolar, mesmo com a vontade de chorar lhe dominando.
– E a gente estava usando camisinha... juro que estava!
– Não esqueceram alguma vez? – perguntou bem duvidosa e só confirmou as suspeitas quando a garota chorou ainda mais em seu ombro. – Você não está sozinha, ok? A gente vai dar um jeito!
– E-eu achei que não tinha problema! – engasgou em meio ao choro. – Eu sei lá, não parecia ser tão fácil de engrávidar. – A garota soluçou e chorou mais um pouco.
– Só precisa uma vez, . – A mais velha suspirou repreendendo, mesmo que tentasse acalentá-la. – Você vai ser da saúde e sabe disso.
– Mas... – ela levantou a cabeça com o queixo tremendo e fungou. – Ele vai terminar comigo! Eu sei que vai! – os olhos de encheram-se novamente, fazendo sacudi-la com força. Em que mundo doido tinha se metido?
– Ele não vai terminar com você! – a mais velha disse séria, com os olhos arregalados e sacudindo a irmã pelos ombros. – É o ! – ela arregalou os olhos. – Você sabe!
– Mas ele tem 19 anos, ! Tem uma banda, vai fazer sucesso e... – a garota fez uma careta, sentindo seu queixo tremer novamente e chorou ainda mais. Era cruel demais pensar que ela cuidaria de uma criança completamente sozinha.
– E vai conciliar tudo isso com uma família! – foi completamente clara. – Ele não quer, nem você. Mas ele não vai fugir. , é o ! – ela abraçou a mais nova com força, sentindo seu choro começar.
– E nós somos dois irresponsáveis! – a ralhada saiu completamente chorosa, as fazendo rir, enquanto choravam.
– Nisso eu concordo! Irresponsáveis pra caramba, mas vai dar certo!
– O pai vai nos matar, a mãe dele vai matar ele! – disse em completo desespero. – Eu não vou poder mais estudar, vão mandar o para um colégio interno, o exército! Nós vamos todos morrer! – ela se agoniou, fazendo a irmã gargalhar e consequentemente ela rir junto.
– Ninguém vai morrer, pirralha! – a sacudiu. – Ninguém vai pro exército, colégio interno, nada! E você vai estudar, , você vai fazer sua faculdade e vai ser uma baita mãezona para ensinar esse bebê o que é mandar na coisa toda, um baita mulherão de dar orgulho, para andar com uma inscrição na testa “ Cousseau é minha namorada!” – as duas riram e a mais velha enxugou o rosto da irmã. – Nem que vá todo mundo para Inglaterra comigo! Mas você precisa contar ao o quanto antes, okay?
– Eu sei, mas eu preferia enviar por carta! – ela suspirou, frustrada, fazendo uma careta enorme.
– Nada de carta! Você é mais corajosa que isso! – disse, rindo e sacudindo-a levemente, enquanto fazia uma careta de discordância. – Claro que é! Eu sei que é!
– Você é uma chata!
– Irmão mais velho é para isso mesmo. Tá no manual! – a garota piscou e as duas riram. – Vai dar certo, , confia em mim. Claro que vai ser um pouco complicado no início, mas vai dar certo.
– Se eu não for queimada em um poste como uma bruxa da idade média, talvez dê certo. – A garota fechou os olhos com força e riu alto.
– Ninguém vai ser queimada, sua doida. Só conta ao , tudo bem? Você sabe que nós vamos estar aqui para o que você precisar. Eu, o e o Alex. – A mais velha disse séria fazendo a irmã entender bem. – O papai e a mamãe também! Eles vão surtar e isso é óbvio, mas vai dar tudo certo. Principalmente porque eles não podem deixar meu futuro sobrinho sem pai. – Ela piscou e as duas riram.
– Você vai ser mais do que tia do bebê. – passou as mãos nos olhos fungando e rindo, logo vendo a irmã bem confusa. – Você vai ser a madrinha do bebê!
– SOCORRO! Madrinha? – deu pulinhos de alegria e abraçou a irmã com força. – Me sinto honrada! Assim posso levar os três para Inglaterra comigo! – as duas riram baixo e a abraçou com mais força ainda, tentando ao máximo sugar toda a coragem dela para as coisas, afinal a garota sabia que uma hora ou outra, iria precisar revelar aquela gravidez, fosse para o pai da criança, ou para os avós.
– Claro, . Entra! – ele deu espaço para que ela entrasse na casa. – Tá limpando o quarto dele, a mãe disse que ele só iria lá em sua casa se limpasse aquela bagunça. – Pierre riu e soltou uma risada nervosa ainda segurando a vontade de chorar.
– Sua mãe está em casa? – a garota mordeu a boca completamente receosa e amedrontado e o rapaz fez uma careta.
– Não, ela acabou de sair com o Percy. – Ele vincou as sobrancelhas. – Aconteceu alguma coisa, ? – Pierre perguntou preocupado e a garota sacudiu a cabeça de uma vez.
– Não! – ela respirou fundo. – Nada! Eu vou falar com o . – Ela apontou na direção dos quartos e o rapaz afirmou ainda confuso.
não deixou nem ao menos ser questionada novamente e, em questão de segundos, batia com certo desespero na porta do quarto do . Com o bolo na garganta que a impedia de respirar direito, enquanto os olhos enchiam como se não pudessem mais aguentar qualquer lágrima pequena que fosse, a fazendo saber que eles transbordariam assim que vissem o namorado na sua frente. Ela apertou o braço contra o corpo se impedindo de chorar naquele corredor e bateu mais uma vez na porta, ouvindo o resmungo do rapaz.
– Já vai! – ele abriu a porta e junto um sorriso gigante. – ! – gritou, animado, mas murchou o sorriso ao ver a cara de choro da namorada e como se pudesse tirar todos os problemas dela com um gesto, lhe abriu os braços sentindo a garota desabar nele como se não pudesse se segurar em pé. – , por favor, me conta o que aconteceu. – O garoto pediu em completo desespero, enquanto via sua namorada se aninhar em seu peito e chorar como se fosse um bebê. – Você tá machucada? Me diz o que houve? Alguém te bateu? – ele tentou soar sério, a encarando e viu a namorada negar com um aceno de cabeça desesperado, mas ainda chorando sem conseguir parar.
Ele pegou-a no colo com o maior cuidado que conseguia e fechou a porta do quarto em seguida, sabia que aquelas paredes tinham ouvidos e se a mãe dele sequer sonhasse que a garota estava chorando, voltaria de onde estivesse para dar conta do assunto. sentou na cama ainda com a garota no colo e a abraçou com força, transbordando preocupação e proteção, ao passo que ela praticamente parecia se fundir ao peito dele de tanto tentar esconder o rosto que começava a inchar pelo choro.
– Eu preciso saber porque você está chorando. – Ele disse baixinho a vendo se encolher mais em seu peito, como se procurasse qualquer fresta que a fizesse sumir. – É sério, , você está me deixando preocupado. Preocupado de verdade. – beijou a cabeça dela. – Me conta o que aconteceu, por favor.
fungou, apertando ainda mais o rosto contra a camisa dele e sentiu um beijo na cabeça, depois fungou, sentindo o queixo tremer e enxugou os olhos claros, levantando a cabeça para encará-lo. segurou o rosto dela com as duas mãos, se mostrando completamente preocupado e ansioso pelo que ela tinha para falar, ficando ainda mais quando a viu tomar fôlego.
– Nós vamos ter um bebê. – Ela disse baixo, com os olhos grandes e culpados, vendo o garoto perder todo o sangue do rosto e ficar pálido ao ponto de esmorecer.
– Grávida? – perguntou baixo, começando a não sentir mais as pernas por tanto nervosismo, ao mesmo tempo que começava a piscar freneticamente e a não ouvir nada a sua volta.
Um bebê? Eles iam ter um filho? Mas como? Não podia ser! tinha 17 anos, os dois eram novos demais para ter um filho!
– Grávida. – Ela confirmou baixo, sentindo o queixo tremer mais uma vez, mas foi impedida pela gargalhada forçada dele, solta totalmente na intenção de livrá-la daquela tensão.
Já não tinha mais o que fazer, ela já estava grávida, os dois iriam ter um filho dali uns meses por mais desesperador e apavorante que aquilo fosse, não tinha mais o que fazer.
– Eu vou ser pai? – perguntou, se forçando a sorrir o mais espontâneo que conseguia ao segurar o rosto da namorada.
Se desesperar àquela altura do campeonato e ainda na frente dela, só iria piorar as coisas da pior forma possível, então ele se apavoraria depois quando estivesse sozinho e poderia chorar como um bebê sem a mãe. Mas naquele momento, ele passaria a força que ele achava necessária para ela.
– Eu vou ser pai, anjo! Nós vamos ter um bebê! – o garoto disse em uma animação exagerada demais para noticia e a viu fazer cara de choro mais uma vez. – Não! Não! Não chora! – pediu desesperado e a beijou levemente. – Eu, eu sempre quis ser pai, você sabe! Eu adoro crianças e agora nós vamos ter a nossa! – a cara de dor era tão visível nele, que qualquer pessoa perceberia o quão apavorado ele estava, inclusive a namorada em questão, que praticamente se perguntava que droga de erva ele tinha fumado.
estava ficando doido? Era um filho! Os dois mal tinham saído da adolescência, na verdade, ela ainda estava na adolescência. Talvez fosse o choque, ele não podia estar bem, não podia mesmo!
– E nós vamos ter a nossa família, isso é muito legal. – Ele respirou fundo, se impedindo de chorar e sentiu o bolo quase tapar sua garganta, mas ainda assim manteve o sorriso esticado nas bochechas.
E ali percebeu que seu namorado mentia muito, mas muito mal, como também soube que não importava o que acontecesse, ela não estaria sozinha naquela longa e difícil jornada que estava por vir.
But I'd love to be in trouble with you
Let' s Marvin Gaye and get it on
-x-x-x-
– Eu vou assumir! – se manifestou com a voz baixa em meio ao desespero do sogro.
– É claro que você vai assumir, ! – o homem disse de forma ácida, fazendo o garoto arregalar os olhos. – Se você tem idade para fazer um filho, também tem idade para arcar com a responsabilidade de um! – Charlie apontou pro rapaz que se encontrava tão assustado quanto ele. – Pelo amor de Deus! Olhem as idades de vocês, filho não é uma boneca não? É uma criança, vocês vão cuidar, educar, sustentar! – ele soltou uma risada mais desesperada ainda. – Como vocês vão sustentar essa criança? – o pai perguntou esganiçado, vendo os dois arregalarem os olhos e assim como , aumentarem a cara de choro. – Você acabou de passar na faculdade, ! – ele engoliu o choro sentindo a garganta doer. – Você está começando uma carreira na música, ! Nada é estável! Nada! E agora vocês têm um filho. – O homem passou as mãos no cabelo, nervoso, em desespero em descobrir que seria avô tão cedo. – Me digam o que vocês vão fazer agora!
– Charlie! – Helena o repreendeu, percebendo que o marido estava em completo desespero. – Vai resolver alguma coisa agora? Eu estou chocada tanto quanto você, tem 17 anos e está grávida. Os dois são novos demais, não tem qualquer renda fixa, eu sei que é desesperador, é assustador, mas vai resolver alguma coisa se você fizer esse tipo de coisa agora? – a mulher arregalou os olhos se mostrando firme no seu discurso o trazendo para realidade. – Os dois foram irresponsáveis sim e como foram! Porém, eles estão bem mais assustados que a gente!
O homem suspirou, sentindo sua cabeça latejar e as orelhas esquentarem, depois passou as mãos no cabelo mais uma vez, andando de um lado pro outro na sala. O que eles iam fazer? Como resolver aquela situação sem prejudicar ainda mais os dois?
– Eu não vou fugir, Lenna. – disse com firmeza, mesmo estando com a voz para lá de chorosa, enlaçando com força a mão da namorada. – E eu sei que esse não era o futuro que você queria para ela, Charlie. Eu também não, mas eu não vou fugir e nem desistir da . Eu gosto demais dela e espero que vocês saibam disso. Eu vou continuar com meu emprego no Buvky’s, não é muita coisa, mas é um começo e ela vai fazer a faculdade. Eu não quero que a desista de estudar, então eu vou dar um jeito e a gente também vai casar, não se preocupem.
– Casar? – o homem perguntou num sussurro, empalidecendo com a notícia repentina.
– Casar? – Helena esganiçou. – Vocês não têm idade para casar e ninguém está te obrigando a casar, . Nós não queremos isso se não é o que vocês querem e casar por causa da criança não vai fazer nenhum de vocês dois felizes, então não vale a pena. – A mulher suspirou, passando a mão no rosto.
– Mas eu quero casar, Lenna. Eu juro que eu quero. – O rapaz voltou a afirmar.
– Primeiro de tudo, calma! Casar agora não é a melhor solução, não por causa da gravidez, então vocês dois tenham calma, muita calma. – A mulher respirou fundo e sentou na mesinha de centro em frente aos dois. – E acho que nem morar junto é uma solução plausível agora, ok?
– Mas... – fungou, olhando da mãe para o pai e vice versa.
– Eu prefiro que você fique com a gente, pelo menos por enquanto, . – Charlie se manifestou, suavizando mais as expressões e passou a mão nos cabelos. Os dois adolescentes se olharam amedrontados e Elena suspirou.
– Calma! Ninguém quer que vocês terminem, vocês não vão terminar, mas como o Charlie disse sustentar uma criança não é mole, então eu prefiro assumir algumas coisas agora no começo enquanto vocês dois vão se organizando. – Ela segurou a mão dos dois passando a maior segurança que poderia passar. – E aposto como os pais do também vão apoiar nossas decisões, mas antes vocês precisam contar a eles.
A mulher soou firme, porém serena e calma diante da situação. Os dois se olharam amedrontados e suspiraram ao mesmo tempo, sabendo que toda aquela cena se repetiria mais uma vez em algumas horas.
Nove meses depois
Dezembro de mil novecentos e noventa e nove – 12/1999
O garoto corria desesperado pelo imenso corredor do hospital, à medida que sentia o fôlego faltar e a vista escurecer em consequência do pouco oxigênio. Por vezes se apoiou nos joelhos chamando a atenção de algumas enfermeiras que passavam e se certificavam se ele estava bem, balançava a cabeça afirmando e logo voltava a sua saga incessante até descobrir o quarto onde estava.
A notícia de que o bebê tinha nascido havia sido dada por seu pai em uma alegria estonteante na voz, enquanto ele fritava algumas batatas para o menu do almoço no Bucky’s. Não era o melhor emprego do mundo e nem o que ele mais desejava, mas não tinha escolha com uma namorada grávida e uma criança prestes a nascer.
O alívio tomou conta de assim que ele viu a mãe e a sogra no ultimo corredor que ele havia virado, as duas pareciam tão empolgadas a lhe esperar que o rapaz sentiu os olhos marejarem igual quando acontecia nos seus seis anos de idade ao ver a mãe depois do colégio. A recepção calorosa se deu com abraços apertados e sorrisos maternais extremamente reconfortantes, que o fez respirar fundo e enxugar os olhos úmidos.
– Nasceu? – só conseguia verbalizar a pequena palavra.
– Nasceu! Ele é lindo. – Lenna continuava sorrindo tão largamente que era possível ver seus molares claros.
– Parabéns! – Pamella abraçou o filho de uma vez, transbordando todo o seu amor de mãe e alegria pelo momento. Por mais que tivesse sido bem precoce, ser avó era mais doce do que ser mãe. Logo a mãe de também fez o mesmo, deixando o rapaz sorridente e ansioso em saber quando poderia ver a namorada e o filho recém-nascido. – Se acalme, querido!
– Só depois que eu souber como estão minha namorada e meu filho! – atropelou as palavras desesperadas.
– Pode entrar. Só não faz muito barulho porque o moleque é chorão! – Pamella sorriu pro filho e indicou a porta do quarto.
tomou fôlego como se ainda tivesse correndo pelo hospital e abriu a porta devagar, o quarto parecia normal como qualquer cômodo hospitalar que ele já tinha visto antes, com exceção da garota sorridente descansando na cama. mirava o pacotinho em seu colo como se ele fosse a única coisa no quarto e a que mais importasse ali, deixando o rapaz mais convencido de que era exatamente daquele jeito. Ele nem o conhecia ainda, mas já amava com todo o seu coração alvoroçado. Ao se aproximar da maca, a garota percebeu sua presença e o olhou com o sorriso que deixava seus olhos ainda menores e espremidinhos.
– Como você tá? – beijou-a na testa e se apoiou levemente na cama, quase sentado no colchão reclinável. – Desculpa não ter chegado antes, saí correndo assim que soube. – Ele fez uma careta desgostosa e ganhou um beijinho apertado no meio dos lábios.
– Eu estou bem, só um pouco cansada pelo esforço. E dói tudo! – fez uma leve careta, sendo acompanhada pelo namorado. imaginava onde doía e não desejava aquilo a ninguém. – Olha como ele é lindinho, mesmo de cara amassada! – os braços da moça foram levantados um pouco mais e assim a carinha apertada entrou no campo de visão do filho do meio dos .
– Ele é lindo! – as bochechas do rapaz esquentaram ao ponto de ficarem iguais às do seu filho pequeno. Num ímpeto, tirou parte da manta que cobria a cabeça dele e viu a quantidade de cabelo que estava na cabeça do bebê. – Meu Deus, ele tem cabelo! – a exclamação de a fez soltar uma risada estrondosa que logo foi prendida para não acordar o bebê e não doer seu abdome.
– E é igualzinho ao seu! – ela tapou a boca com a mão que não apoiava o bebê no colo e viu o namorado semicerrar os olhos, depois soltar uma risada anasalada e abraça-la com carinho. Um beijo apertado na têmpora foi o gesto de força e admiração por tudo que ela havia passado.
– Mas é, mamãe disse que eu era cabeludo quando era bebê. Mas era loiro??? – os dois riram baixo e se sentiu mais confortável para encostar de leve nas mãozinhas daquela pessoinha tão pequena e encolhida. – Será que o cabelo dele vai mudar? – o rapaz sentiu o estômago revirar em amor quando a mãozinha pequena se fechou ao redor do seu dedo indicador. O sorriso imenso não tardou a chegar.
– Eu acho que não, é tão pretinho. – Ela deu de ombros e sentiu um reboliço imenso no peito ao ver o neném bocejar e encaretar a cara inteira com a boca aberta. Aquilo causou risadas babonas nos papais de primeira viagem. – Ele é escandaloso, quase não parou de chorar. – A garota suspirou.
– Mas é normal? A médica examinou direitinho? – parecia em alerta com a informação. E se o bebê tivesse sentindo alguma coisa?
– Já sim! – a garota soltou uma risada baixa e fez carinho nos cabelinhos pretos. – Era fome e aí eu dei mamar e ele parou de chorar. – De forma inconsciente, os olhos de moraram o par de seios da namorada, que estavam exponencialmente maiores por causa do leite acumulado.
– Que bosta! Perdi o nascimento e a primeira mamada? – ele encostou a testa na dela, fazendo uma careta imensa.
– Desculpa – a garota trincou um sorriso. – Não dava para esperar!
– Eu sei, – o rapaz deu um sorriso leve. – Me conta dos detalhes! – pediu, animado, e derretido ao ver que o molequinho segurava seu dedo com todo o fervor de um bebê com horas de nascido. – Quantos quilos esse garotão lindo tem? – o sorriso imenso fez par com o carinho no cabelo fino e escuro da criança.
– Ele nasceu com quase 3 quilos! – a careta apareceu no rosto dos dois. O moleque era bem grande sim e tinha as bochechas mais rosadas que já tinham visto, aparentava ser realmente muito saudável.
– Caramba, enorme! – soltou uma risada baixa. – Você quer que eu busque alguma coisa para você? Qualquer coisa, é só pedir!
– Estou bem! – ela sorriu se sentindo protegida e se esticou para beijá-lo na bochecha, sentindo um terrível cheiro de fritura que a fez rir. – Você tá cheirando a batata frita!
– Se eu trocasse de roupa era capaz de chegar pro aniversário de um ano com esse trânsito louco. – O garoto rolou os olhos, ouvindo a risada escandalosa dela. – , não ri! – ele riu também, apertando-a de leve no abraço protetor, enquanto a vontade de pegar o filho no colo só crescia.
– Você quer segurar um pouquinho? – a moça perguntou ao perceber toda a vontade estampada no rosto do namorado.
– Posso? – a pergunta infantil saiu duvidosa e a garota riu.
Explicou como ele deveria colocar os braços e após ver que o namorado tinha feito direitinho, verbalizou que por mais que o bebê fosse molinho, ele não quebraria. E entre o clima divertido e ansioso dentro do quarto, o bebê calminho e alimentado foi aconchegado nos braços do papai de primeira viagem. Aquilo deixou imerso em um sentimento completamente novo, embora soubesse que era amor, um amor que ele nunca tinha sentido antes e que iria crescer ainda mais com o tempo.
– Que nome nosso moleque vai ter? – ele perguntou, curioso. Os dois tinham combinado que se fosse menina, escolheria o nome e se fosse menino, ficaria com a vez.
Ela abriu um sorriso imenso e umedeceu os lábios antes de anunciar o nome da criança.
– Eliot Cousseau-. – Ela soltou um risinho de criança quando escondia algo dos pais. – Eu queria colocar , mas sua mãe achou melhor não.
dobrou o bico no queixo e engoliu o choro de emoção, nunca imaginaria que ela ia escolher seu nome para chamar o filho dos dois. O rapaz cheirou de levinho a cabeça da criança e abraçou com força a namorada, beijando a testa dela e sussurrando que amava os dois com todo o seu coração.
Quatro meses depois
Abril de dois mil – 04/2000
O bolo que se formava no estômago ao ver aquele palitinho marcando dois pontinhos era sufocante e só poderia ser um pesadelo, não tinha como ser verdade toda aquela enxurrada, não tinha mesmo. Ela não poderia estar grávida de novo depois de tanta agonia com a primeira gravidez na adolescência. Por que tudo de novo quando as coisas estavam se ajeitando?
– ? – ela se escorou a porta do quarto, sentindo todos os seus medos quererem derrubá-la pelos joelhos.
– Oi, anjo! – o garoto respondeu disperso, brincando com o bebezinho de quatro meses que babava no pé e ria de qualquer barulho estranho que o pai fazia.
– , eu estou grávida. – Ela sentiu o choro apertar a boca do estômago e pôs as mãos lá como se pudesse controlar a angústia.
O rapaz sentou de uma vez na cama, não acreditando no que ela tinha acabado de falar. Precisava ver a cara de e confirmar que era uma brincadeira, só poderia ser, não tinha qualquer condição. Eles tinham acabado de mudar pro apartamento e o Eliot só tinha 4 meses. ELES TINHAM UM BEBÊ DE 4 MESES. ELA NÃO PODIA ESTAR GRÁVIDA DE NOVO!
– O quê? – o sibilo nem pode ser ouvido ao sair da boca dele, enquanto o rosto da namorada se transformava em uma careta desesperada de choro. colocou o filho no cercadinho e levantou da cama, não sabia o que fazer, mas sabia que precisava fazer algo! – Não, não chora! – ele tentou consolar, abraçando-a de lado.
deixou o bico crescer e encostou os antebraços na madeira da porta do quarto, escondendo o rosto ali para conseguir chorar com todo seu desespero. Só poderia ser uma sacanagem muito grande do destino para fazer aquilo com ela. Não era possível, ela estava em amamentação exclusiva, as chances de engrávidar eram mínimas e sempre gozava fora. Não poderia ser verdade! abraçou-a com o máximo de força que conseguia, o que era até reconfortante em meio ao desespero, se não fosse o próprio desespero dele em se xingar mentalmente. Se já era difícil cuidar de um bebê, imagina dois! Pelos céus, o que merda ele tinha feito dessa vez?
– O Eliot tem 4 meses, eu estou no começo da faculdade, eu não sei o que fazer! – ela soltou em completo desespero e sentiu o corpo ser abraçado com ainda mais força, foi o que precisava pro choro sair com mais vigor. – Eu só tenho 18 anos! Meu Deus, o que eu estou fazendo da minha vida?
– Poxa, ! Não fala assim também, eu estou tão nervoso quanto você. Mas nunca é um erro, um filho nunca é um erro! – o garoto tentou confortar, embora pensasse quase a mesma coisa que ela. Ele precisava de um emprego de verdade e urgente!
– Não é você quem vai ficar grávida nove meses, sentir dor, enjoo, precisar trancar a faculdade um semestre e ainda morrer para parir essa criança! – ela virou de frente para ele extremamente apavorada e sacudindo as mãos como se aquilo ajudasse. sentiu o peito apertar e logo um abraço de urso de , um daqueles que a fazia esquecer de todos os problemas do mundo e a acalmava melhor que chá de camomila.
– Você tá nervosa? Tá, eu sei e não te culpo. Eu também estou. Apesar de ser cedo, não é um erro, . Não é! – o moço afagou os cabelos rebeldes dela em um ato de carinho e aconchego, ouvindo a namorada soluçar contra seu peito. – O que eu puder fazer, eu vou fazer! Eu vou arranjar um emprego de verdade, eu prometo. Amanhã cedo eu vou procurar um emprego de verdade!
– NÃO! – Ela se agarrou aos braços dele num desespero ainda maior. – Tem a banda! E se você arranjar um emprego não vai ter tempo para banda. Os shows! Tem os shows!
– E eu tenho mulher e dois filhos, não é mais tempo de eu achar que vai dar certo, anjo! – ele abriu um sorriso terno, enquanto fazia carinho na bochecha dela com toda a delicadeza e admiração do mundo.
– Não, não, não! Não me deixa com essa culpa. – Ela sentiu o queixo tremer de novo, assim como o namorado segurar seu rosto com as duas mãos em uma calma imensa, beijando-a em seguida para fazê-la se acalmar diante daquela situação. Era cuidadoso e tão cheio de amor que só fez com que se agarrasse a sua cintura em um anseio louco de que ele nunca fosse embora. Os dois suspiraram ao fim do beijo. – Está dando tão certo, não larga a banda, amor!
– Você não tem culpa de nada. Nada! – o rapaz abriu um sorriso devocional a ela. – Eu só vou fazer o que precisa ser feito, tudo bem?
– Você tá se virando em mil para eu poder estudar, por favor, não larga a banda! Eu nunca vou me perdoar!
– E eu vou continuar fazendo, meu anjo! - falou com uma segurança ainda maior. – Eu tenho certeza que, dando certo, os caras me aceitam de volta! – o garoto deu uma risada divertida, mesmo sabendo que a pequena mulher a sua frente queria lhe matar.
– Eu não vou deixar você largar seu sonho! – o queixo dela tremeu mais uma vez.
– Shiu, sem ficar nervosa. – Ele riu baixo, afagando os cabelos dela de novo e abraçando com força. – Eu estou bem abraçado no meu sonho agora!
– Eu te amo! - ela falou ainda chorosa. – Por mais que você queira fazer uma loucura!
– Eu te amo também, anjo. - beijou-a na ponta do nariz. – Eu nem tenho maior idade para beber legalmente e já tenho dois filhos, a loucura eu já fiz.
Os dois riram com a péssima situação de mais uma gravidez inesperada, mas sabiam que as coisas ficariam bem se eles ficassem unidos como família. Daria tudo certo se ficassem juntos e fortificados no amor.
FIM.
Nota da autora: HEEEY! Tudo oka?
E olha eu com mais um Ficstape aí geeeente! Estou com uma sina maluca de só pegar as “03” nos álbuns hahaha. Mas espero que vocês tenham gostado da história, ela veio um pouco diferente do que eu costumo fazer, os pps são beeem novinhos, um extremo, na verdade! Mas era crucial. ~pode ser que venha mais alguma coisa por aí~ 💃🏻💃🏻
Foi delicioooso escrever nessa época que tanto AMO! The 90’s are fucking awesome! Com todas as referências que consegui colocar, espero bastante que tenham se sentido dentro da época <3, assim como eu!
Beijinhos nos coraçõezinhos, obrigada e não esqueçam de dizer o que acharam!
Nota da beta: O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
E olha eu com mais um Ficstape aí geeeente! Estou com uma sina maluca de só pegar as “03” nos álbuns hahaha. Mas espero que vocês tenham gostado da história, ela veio um pouco diferente do que eu costumo fazer, os pps são beeem novinhos, um extremo, na verdade! Mas era crucial. ~pode ser que venha mais alguma coisa por aí~ 💃🏻💃🏻
Foi delicioooso escrever nessa época que tanto AMO! The 90’s are fucking awesome! Com todas as referências que consegui colocar, espero bastante que tenham se sentido dentro da época <3, assim como eu!
Beijinhos nos coraçõezinhos, obrigada e não esqueçam de dizer o que acharam!
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