Capítulo Único
- , eu não acredito que você não terminou com ele ainda. - Disse Hannah, revirando os olhos.
Meu celular vibrava sobre a mesa e a foto de Dylan piscava junto com seu nome escrito com letras maiúsculas e um emoji de coração azul.
- Você sabe que não é tão fácil assim. - Respondi, recusando a chamada e virando o display do celular para baixo.
- É claro que é fácil! Você pode fazer isso agora, por exemplo, é só escrever uma mensagem dizendo: Dylan, você é muito legal, interessante, porém o sexo é uma merda. Você parece não se importar e isso não é justo, eu mereço alguém que me faça gritar. Adeus.
- Hannah! - A repreendi, olhando para os lados para ver se alguém estava ouvindo. Felizmente, todos pareciam muito compenetrados em suas próprias conversas.
- Eu disse alguma mentira? Tô cansada de ouvir você reclamando. Precisamos fazer algo a respeito.
-Eu sei. Eu sei. Mas, ele me trata com tanto respeito. Diz que me ama o tempo todo. Sabe, nunca conheci alguém que fizesse eu me sentir tão segura. Ele é tão diferente dos outros rapazes.
- , já conversamos sobre isso. Você só pensa isso porque ele foi seu primeiro, em tudo. Se eu não tivesse te dado um vibrador, talvez nunca soubesse o que é um orgasmo de verdade.
A repreendi com o olhar. Se nesse momento eu pudesse abrir um buraco na terra e sumir, eu faria isso sem pensar duas vezes.
- Menos né, você fala como se eu pretendesse casar virgem. - Resmunguei.
- Olha, se você não tivesse me conhecido, eu não duvido que isso fosse capaz de acontecer. - Ela deu risada.
- Você já está exagerando.
- Ok, então aquele dia que você quase teve câimbra de tanto que o chupou para depois ele meter por dois minutos e você ficar com cara de idiota na cama é exagero também?
- Hannah! - A repreendi novamente e meu celular voltou a vibrar, fazendo com que ela bufasse.
- Você sabe que eu não estou falando nada disso pra te magoar ou te prejudicar né? - Ela perguntou quando eu recusei a chamada.
- Eu sei. - Murmurei, cansada. - Eu só, eu só não sei o que fazer. Na verdade, eu sei, eu só tenho medo.
- Você sabe que não ficará sozinha né? - Concordei balançando a cabeça.
Eu sabia disso. Sabia que Hannah mataria e morreria por mim e que jamais me deixaria sozinha. Mas, era tudo muito difícil.
Dylan e eu começamos a namorar quando eu tinha quinze anos. Nascemos e crescemos em uma cidade pequena no interior onde nossas famílias são donas de duas grandes vinícolas. E, o grande objetivo de ambas sempre foi fazer a fusão das empresas. Então, quando Dylan e eu começamos a namorar, foi uma grande alegria para todos. O nosso relacionamento era uma grande oportunidade de efetivar tal empreendimento. Não que eles vissem isso como um negócio, podemos dizer que era aquela situação em que todos os interessados sairiam ganhando. Eu acho, pelo menos.
Entretanto, eu não contava com o fato de que Dylan havia decidido que não queria ir para a faculdade. O pai queria se aposentar e passar a administração da vinícola para ele, o que sempre havia sido seu sonho.
Isso não estava nem nos meus mais absurdos planos. Para mim, iríamos juntos para a faculdade, lá ele veria que não funcionávamos como casal, teríamos um término amigável e futuramente, quando eu herdasse a vinícola poderia vender para ele, concretizando a vontade das nossas famílias.
Só que não, nada poderia ser tão fácil assim. No fim, Dylan estava planejando um pedido de casamento. E como eu sabia disso? Porque Hannah, sua prima e minha melhor amiga, havia me contado. E agora, eu não sabia o que fazer.
- Essa deve ser a 15 vez que ele está te ligando.
- Hannah, você precisa me livrar dessa. - Supliquei.
- , eu te amo, mas me deixa fora disse. Não quero entrar mais ainda no meio dessa bagunça que você fez. Se tivesse me escutado e terminado com ele no aeroporto, quando estávamos vindo para cá, tudo já estaria resolvido. Talvez minha família até já tivesse me perdoado por ter continuado morando com você.
Hannah tinha razão, como sempre.
- Vou resolver isso. Antes do início das aulas.
Havíamos nos mudado de Fieldsville fazia quase duas semanas com a desculpa de que queríamos nos adaptar à nova cidade antes do início das aulas, no mês que vem. Mas, a verdade era que só queríamos sair daquela cidade o quanto antes.
Não que eu odeie Fieldsville, eu amo. A cidade é linda, pequena, pacata, tudo de bom para quem quer a paz do campo. Coisa que eu e Hannah não queríamos. Desde pequenas sonhávamos com o dia que poderíamos ir para a faculdade, na cidade grande e poderíamos dar início ao nosso sonho de sermos médicas bem-sucedidas. Finalmente estaríamos livres daquela vida no campo que estávamos fadadas a ter.
Eu só não contava com essa ideia absurda de Dylan de casar-se. Onde isso iria dar certo? Em que perspectiva isso iria funcionar? Eu iria estudar pelo menos pelos próximos 8 anos até estar especializada em neurocirurgia. Ele achava que eu ia desistir por ele? Ou que um casamento a distância daria certo? Porque eu tinha cem por cento de certeza que ele jamais iria deixar a vinícola por mim. Então, o que era de se esperar, era que eu desistisse do meu sonho por ele. Bom, se ele pensava isso, estava muitíssimo enganado.
- Acho que isso não vai rolar. - Hannah disse, atraindo minha atenção.
- Por quê? - A questionei, já sentindo meu coração apertar com medo da resposta.
- Porque Dylan está aqui na cidade. - Ela virou o display do seu celular para que eu pudesse ler a mensagem que ela havia acabado de receber.
"Dylan: Acabei de chegar na cidade. Eu sei que eu deveria ter avisado. Você está com a ? Se sim, não conte nada, quero fazer uma surpresa. Me responda o quanto antes, preciso de ajuda. Você sabe com o que. Beijo." 20:03
Eu iria ter um ataque cardíaco. Eu tinha certeza disso. Iria ter um ataque cardíaco e cair dura no chão a qualquer momento. Por que isso tinha que acontecer justo comigo? O que eu fiz de tão errado para ter que passar por uma situação dessas? Eu definitivamente ia morrer.
- , eu preciso que você preste atenção! - Hannah disse autoritária. Ela me conhecia o suficiente para saber como eu estava surtando internamente nesse momento. - Você precisa se recompor. - Respirei fundo e ela continuou. - Você precisa resolver isso. Eu vou fazer o possível para atrasar o pedido, mas, , você não pode continuar brincando com ele.
- Eu sei. Só, faça o possível para que isso não aconteça agora. - Pedi, referindo-me ao pedido.
- Farei. Agora eu vou lá encontrar com ele e você vai para casa. - Ela dizia enquanto digitava em seu celular. - Ah e pague a conta. É o mínimo, pelos meus serviços. Beijo.
Hannah guardou seu celular e seguiu até a saída, me deixando sozinha com meus próprios devaneios.
Por mais que eu já planejasse terminar o relacionamento, o fato de Dylan estar aqui estava me fazendo pirar.
Ele era um rapaz bom e, tirando os problemas que já mencionei, o nosso relacionamento era ok.
Eu lembro das coisas legais que ele já me disse ou fez e as vezes acho que talvez eu esteja exagerando, talvez ele seja o cara certo pra mim, mas, do nada, algo dentro de mim me diz que não, não é bem assim.
Meu celular começou a vibrar novamente. Respirei fundo e deitei a cabeça em cima do meu braço no balcão do bar.
Deus, o que eu iria fazer com ele? O que eu iria fazer com a minha vida? Minha família ficaria furiosa!
Ouvi um barulho próximo e levantei a cabeça. Havia um pequeno copo cheio de alguma coisa que eu não fazia ideia do que era. Só sabia que que era forte porque conseguia sentir o cheiro do álcool que vinha dali.
- Acho que você está precisando. Para colocar a cabeça no lugar. - Ouvi e imediatamente endireitei a postura no banco em que estava sentada.
O encarei, confusa. Ele, por sua vez, me encarou também. Sorrindo.
Não havia realmente o observado até então, mesmo que ele tivesse ali desde a hora que eu cheguei.
Ele vestia uma camiseta lisa preta e havia um pano branco em seu ombro. Seu cabelo era castanho escuro e estava amarrado, o que me fazia pensar que era comprido. Seus olhos eram um castanho quase mel misturado com verde escuro, um tom âmbar. Seus braços repletos de desenhos tatuados, alguns anéis nas mãos e as unhas pintadas de preto.
Se minha mãe me visse perto dele teria um infarto.
- É por conta da casa. - Completou sorrindo, mostrando os dentes perfeitos.
- Obrigada, mas, eu não bebo. - Disse, sorrindo também.
- Olha, não quero ser intrometido, nem nada. Mas, depois do que ouvi, se eu fosse você, não negaria. Talvez lhe ajude a colocar as ideias no lugar. - Senti minhas bochechas quentes e eu sabia que estava vermelha feito um pimentão. O rapaz piscou e foi atender outra pessoa que o chamava na outra extremidade do balcão.
Meu celular vibrou e eu respirei fundo antes de pegar o copo e virar a dose num gole só. O líquido desceu queimando e eu me segurei para não colocar tudo pra fora.
Mesmo que minha família fosse dona de uma vinícola, eu nunca havia bebido na vida. Meus pais nunca foram de beber e eu nunca tive curiosidade então, fora algo que não tinha feito, até aquele momento.
Sentia todo o meu corpo quente, principalmente por onde a bebida havia descido. Tirando isso, nada de diferente.
Esperei o rapaz ficar livre e o chamei com a mão, para que viesse até mim.
- O que foi isso que você me deu? - Perguntei segurando o copo e mostrando para ele.
- Tequila. Quer outra?
- Isso vai me fazer muito mal? -Perguntei sincera fazendo-o rir.
- Não me diga que nunca bebeu tequila.
- Nunca bebi tequila e qualquer outra coisa que tenha álcool. - Falei e ri.
- Fala sério.
- Estou falando. - Confirmei e ele gargalhou. - Isso é muito estranho?
- Bom, você está em um bar. Poderia até dizer que você veio pela comida, mas não servimos comida. Então, isso é um pouco fora do comum.
Meu celular pela milésima vez vibrou e eu bufei irritada.
- Eu gostaria de outra dose, por favor. -Disse enquanto desligava o aparelho e o jogava dentro da bolsa.
Ele serviu a dose no copo e colocou uma garrafa de água sobre o balcão.
- ‘Pra você não passar mal. - Ele piscou e novamente foi atender outra pessoa.
Virei a dose e bebi um gole de água em seguida, para amenizar a queimação enquanto o observava.
Rapazes como ele não eram comuns de onde eu vinha. Inclusive, não conseguia lembrar de ninguém parecido. Não conseguia lembrar se já tinha visto alguém como ele fora da televisão ou dos livros que lia.
Será que havia vivido aqui a vida toda? Será que fazia faculdade? Será que gostava de trabalhar aqui? Será que se dava bem com os pais?
Ele era tão bonito que não parecia de verdade. Queria saber qual era o cheiro dos seus cabelos. O seu nome! Eu precisava pelo menos saber seu nome.
O chamei novamente e não demorou muito para ele vir.
- Outra dose? - Perguntou divertido enquanto secava um copo.
- Dessa vez eu gostaria de saber o seu nome. Você já sabe tanto sobre mim depois de ficar ouvindo a conversa que eu estava tendo com a minha amiga, então acho que é mínimo que eu mereço. - Disse e ele gargalhou o que fez meu corpo todo se arrepiar. Acho que já havia bebido o suficiente.
- Falando assim parece que eu estava bisbilhotando vocês.
- E não estava? - Perguntei.
- Talvez eu estava tentando descobrir se você namorava. Infelizmente, não deveria ficar ouvindo a conversa alheia. - Ele respondeu e eu novamente corei. - Ah, o meu nome é , prazer. - Ele estendeu a mão e eu a peguei, cumprimentando-o.
- .
- , de Fieldsville. - Ele completou me fazendo rir.
- E o que mais você sabe sobre mim ? - Cruzei os braços sobre o balcão e apoiei meu queixo sobre eles.
- Bom, sei que está há pouco tempo na cidade. Provavelmente veio por causa da faculdade. Deixa-me pensar... Bom, eu também sei que você tem um namorado grudento. Ele deve ter te ligado pelo menos umas 15 vezes antes de você se irritar e desligar o telefone. - Ele passou a língua entre os lábios e riu sozinho. - Também sei que você não está contente com o relacionamento porque o sexo é horrível.
Deitei-me sobre meus braços para esconder meu rosto vermelho de vergonha.
- Deus, você não ouviu isso.
- Não tinha como não ouvir, sua amiga não é muito discreta.
- Não pense que eu sou o tipo de garota que terminaria com um rapaz só por causa... Daquilo.
- Eu não estou pensando nada. - Ele se defendeu e eu o observei.
- Bryan é um rapaz muito bom e generoso. Bem descente. Crescemos juntos, numa cidade pequena, ele me ajudou em tudo. Sempre me tratou muito bem e é o melhor namorado que eu poderia ter tido. E, eu realmente o amo. Eu só...
- Não é apaixonada por ele. - Ele completou.
- Não sou apaixonada por ele. - Concordei.
Eu definitivamente não era apaixonada por ele. E acho, que talvez, nunca tenha sido. Eu tinha como modelo filmes e livros e eu nunca havia sentido nada parecido.
Pensando agora, brevemente em como nosso relacionamento se desenrolou. Foi quase como se 'tivéssemos' que namorar porque era 'o certo a se fazer'.
Tipo um namoro por obrigação só que ninguém nos obrigando além de nós mesmos. No meu caso, é claro. Porque aparentemente, Bryan estava contente com o que tínhamos. Ou talvez nem ele soubesse como era se apaixonar por alguém.
- Você já se apaixonou por alguém? - Perguntei.
- Já, logo que entrei na faculdade.
- E como foi?
- Intenso. - Tinha um tom de nostalgia em sua voz.
- Intenso é bom?
- No meu caso, foi bom e ruim. Foi tudo muito rápido. Você vai saber, quando se apaixonar. - Disse mudando de assunto. Provavelmente não queria falar sobre.
Quem em sã consciência teria coragem de quebrar o coração dele? Ou talvez ele possa ter quebrado o coração de alguém.
Ele poderia ser um canalha que não vale nada só esperando para dar o bote e eu aqui, pedindo conselhos, seria a vítima perfeita. Não que eu me importasse. Falando a verdade, eu aceitaria qualquer tipo de intensidade com ele. Se ele estivesse sem essa maldita camisa, eu aceitaria qualquer coisa. Ok, acho que eu já estava bêbada o suficiente.
- , você faz faculdade aqui? - Eu precisava reter toda e qualquer informação sobre ele antes de ir embora.
- Sim, estou no quarto ano de Engenharia da Computação. E você, caloura, veio cursar o que?
- Medicina. - Tomei mais um gole da minha água. - Você trabalha aqui todos os dias?
- Está investigando a minha vida ?
- Ué, você sabe tanto sobre mim, o mínimo que espero é saber um pouquinho sobre você. - Sorri e ele retribuiu o sorriso.
- Sim, eu trabalho aqui todos os dias.' Ele disse enquanto secava alguns copos. - Ei , tem uma festa hoje. Da faculdade. Você quer ir?
- Festa? Eu não sei.
- Você não está querendo dar uma fugida de casa? - Ele perguntou.
Sim, eu realmente queria dar uma fugida. Se possível, até Bryan ir embora. Festa da faculdade? Meu deus, eu não acredito que eu estou cogitando a ideia de aceitar. Mas, o fato de não ter que encarar Bryan e toda essa situação hoje era muito tentadora.
- Ok, tá bom. - Disse e me encarou surpreso.
- Sério?
- Sim, vamos. Só avisando, eu nunca fui em uma festa universitária. Na verdade, eu nunca fui em nenhuma festa de jovens.
- Festa de jovens?
- Sim, festa que tenham jovens e que não seja sobre a cidade ou vinho ou qualquer coisa do tipo. - Ele riu.
- Ok, meu turno acaba daqui 20 minutos. - Ele disse e eu concordei.
Aproveitei esse tempo até ele sair para ir até o banheiro e retocar a maquiagem. Também mandei uma mensagem para Hannah avisando que estava bem e que talvez não dormisse em casa. Desliguei o celular antes da resposta, lidaria com isso amanhã.
Talvez seja por conta das doses de tequila, mas, eu não estava me importando. Aliás, estava muito ansiosa. Penteei meus cabelos com os dedos, retoquei o batom e voltei para o bar. não estava mais no balcão. Sentei-me onde estava e, alguns minutos depois ele apareceu.
- Você acha um pouco de loucura eu aceitar sair com alguém que acabei de conhecer? - Perguntei seguindo-o para fora do bar.
- Depende do seu ponto de vista. Tem gente que faz coisa muito pior com alguém que acabou de conhecer.
- Ok, agora estou ficando assustada. - Disse e ele riu.
~~~
- Nós realmente podemos estar aqui? Fomos convidados? - Perguntei falando um pouco mais alto devido a música alta que eu não conhecia. Aliás, não conhecia nada nem ninguém. Só tinha visto cenas como essas em filmes e séries de televisão.
- É uma festa universitária, ninguém é convidado, as pessoas só vêm. E, até onde eu sei você também está matriculada aqui. Não está tão de penetra assim. - Ele disse antes de beber um gole do conteúdo que estava dentro do seu copo vermelho.
Olhei para a cerveja dentro do meu e bebi. Eu nunca tinha visto tanta pessoa no mesmo espaço, nem na festa da colheita. Todos dançavam muito próximos e eu acreditava que poucos se conheciam antes de estar ali.
Estávamos em um casarão de dois andares e, com uma piscina gigante do lado de fora. A festa acontecia em todo o lugar. As luzes da casa estavam apagadas e, no seu lugar, havia luzes de festa coloridas que, junto com uma máquina que simulava fumaça, dava um toque festivo no lugar.
Do mesmo jeito que eu me sentia uma forasteira eu nunca havia me sentido tão viva, tão... Livre.
- Vem, vamos dançar. - O peguei pela mão e o puxei para irmos perto das pessoas que dançavam.
- Não, eu não danço. - Ele recusou.
- Por favor, eu não sei nem o que estou fazendo aqui. Eu preciso de você. - Implorei, fazendo com que ele risse.
- Ok, Ok. Mas já vou adiantando, sou um péssimo dançarino.
- Eu duvido que você seja péssimo em alguma coisa. - Pisquei para ele e o puxei novamente para dançar.
Tocava algum tipo de rap ou hip-hop ou algo parecido com isso que eu não conhecia. Talvez seja o que os jovens ouçam hoje em dia, não sei.
Nota mental: pesquisar músicas novas quando estiver em casa para saber o que fazer nas próximas festas.
era definitivamente lindo e, eu não tinha dado a devida atenção até vê-lo dançando. Ele se mexia no ritmo da música e, vez ou outra ele cantava um trechinho me olhando e sorria. E, quando fazia isso, seus olhos puxadinhos se fechavam, como se também sorrisse com o olhar. Lindo!
Como conversar era praticamente impossível com a música alta e a multidão, ficamos por um tempo dançando. Alternávamos entre dançar separados, dançar frente a frente e dançar juntos. E, eu me sentia ótima. E não era por causa da bebida. Mas, por sempre ter sonhado com algo como isso.
Umas cinco músicas depois, eu não tenho certeza, alguns amigos de chegaram. E, por incrível que pareça, nenhum deles eram parecidos com ele. Inclusive, todos pareciam ser bem o oposto. Todos os meninos faziam parte de algum time da universidade pois, usavam a jaqueta de uniforme dos jogadores, que eu já tinha pesquisado na internet. O que eu não imaginava ser o estilo de por ele aparentar ser bem alternativo.
- Como você conheceu eles? - Perguntei assim que nos sentamos num banco perto da piscina, um pouco mais afastados do barulho da música.
- Ah, eles são meus colegas do time de lacrosse.
- Oi? - gargalhou.
- Incrível como todos tem essa reação quando conto que faço parte do time.
- Bom, digamos que você não siga o padrão dos jogadores. - Disse e ele me observava curioso. - Não fisicamente, é claro. - Me corrigi, não queria ofendê-lo. - Digo, estilo. Você entendeu, né? Ai, desculpa. Não queria estereotipar.
- Relaxa. Já estou acostumado. - Deu de ombros, rindo.
- Desculpa. - Pedi novamente e ele sorriu.
- , tá tudo bem. - Ele acariciou o meu rosto com a mão direita e eu tenho certeza que fiquei ruborizada. Desviei o olhar e ele tirou sua mão logo em seguida.
- Você ganhou bolsa esportiva? - Perguntei.
- Sim, 100%. Antes, no colégio, eu até que era como eles. Mas, na faculdade eu poderia ser quem eu quisesse então, resolvi que aproveitaria a oportunidade. Gosto do meu estilo agora. Acho que reflete mais como eu sou, minha personalidade. Entende? - Confirmei com a cabeça.
- Eu também gosto mais do seu estilo agora. - Falei.
- Mas você não me conheceu antes.
- Imaginei como você seria comparando com seus colegas e conclui que prefiro você agora. - Disse e ele sorriu.
- E Bryan? Como ele é? - Revirei os olhos.
- O objetivo não era eu esquecer Bryan? - Perguntei e ele gargalhou novamente.
- Perdão, sim. Esse é o objetivo. Aliás, venha aqui. - Ele levantou e me puxou pela mão.
- Onde estamos indo? - Perguntei confusa. Queria saber o que ele estava tramando.
- Vamos aproveitar de verdade a sua primeira festa universitária. Você confia em mim? - Ele perguntou olhando diretamente nos meus olhos e eu senti um arrepio no corpo todo. Afirmei com a cabeça e ele sorriu, me arrastando dentre as pessoas.
- Caras, essa é a e essa é a primeira festa que ela vem aqui na cidade. - falou assim que chegamos na rodinha de seus amigos.
- Por que não disse antes, cara? Vamos mostrar como os Red Wolfs fazem uma festa! - Um rapaz ruivo gritou e seus amigos acompanharam.
- BEER PONG! - Alguém gritou e eu não consegui identificar quem foi e todos gritaram em resposta, animados.
~~~
- Oh, não. Não, eu não aguento mais. , por favor, me salva. - Segurei seu braço e escondi meu rosto em sua jaqueta.
- Vamos lá , você disse que beberia um body shot se ganhasse o beer pong. - Noah, o amigo ruivo de disse.
- Trato é trato, você que se comprometeu. - disse, rindo de mim.
- Mas eu não imaginei que fosse ganhar. - Choraminguei.
- Sem essa, vamos lá!' Spencer, outro amigo de incentivou. - Te dou uma colher de chá e deixo você escolher de qual body você vai beber. - Ele disse e todos em volta riram. Eu queria morrer de tanta vergonha.
Outra nota mental: não dizer que vai beber do corpo dos outros se há chances de isso realmente acontecer.
- , vamos lá, escolha. - Noah me deu um empurrãozinho e ambos rimos.
- ! - Falei um pouco mais alto. - Eu escolho o . - Disse com os olhos fechados e todos ali gritaram animados.
- Vamos lá amigão, tire essa camisa. - Spencer disse a , rindo.
- Essa vai ter volta. - disse para mim rindo e puxou a camisa pelo pescoço, me dando uma visão privilegiada do seu corpo atlético de jogador.
- Você sabe como isso funciona? - Ele perguntou e eu neguei com a cabeça. Até sabia, mais ou menos, mas estava tão hipnotizada que só queria que ele falasse qualquer coisa. riu e sentou sobre a mesa.
- Você vai beber uma tequila diretamente do corpo do meu amiguinho aqui. - Noah passou o braço sobre os ombros de . - Vou jogar a bebida na barriga dele, sal no peito e terá um limão na boca dele. Você vai ter que lamber a bebida, sem deixar que ela molhe a calça dele, depois lamber o sal e em seguida morder o sal da boca dele. Fácil. - Ele disse e todos me olharam, para ver se eu tinha compreendido. E, eu tinha compreendido tão bem que sentia meu rosto inteiro quente de tanta vergonha que estava sentido.
- Eu realmente tenho que fazer isso? - Perguntei para .
- Você deu a sua palavra, aqui valorizamos muito isso. - Ele disse e eu concordei com a cabeça.
Talvez se eu fingisse estar bêbada demais, passando mal, poderia sair dessa. Iria para o banheiro e ficaria lá um pouco. Quem sabe se eu ligasse para Hanna pedindo socorro. Ela poderia me perdoar por ter largado ela lá e vir me buscar. Ou, ela poderia vir de lá aqui brigar comigo. Poderia ser também.
- Vamos , no 3. - Disse Spencer, atraindo minha atenção. Sem me dar um tempo para protestar, ele me empurrou para próximo da mesa, onde estava deitado, como se fosse um prato que eu deveria devorar. E, por Deus, eu realmente queria. - UM, DOIS, TRÊS! - Ele gritou e virou a bebida. Olhei para os lados, petrificada.
- VAI ! - Eles gritaram e eu acordei, me abaixando rapidamente para lamber a bebida que escorria de sua barriga em direção ao seu umbigo.
Quando minha língua encostou em sua pele quente eu pensei que fosse morrer. estava apoiado nos cotovelos observando tudo, o que tornava tudo mais erótico ainda. Lambi cada gota de tequila que estava naquele corpo perfeitamente esculpido sem tirar os olhos dos dele. Fui subindo conforme a bebida foi acabando. Lambi todo o sal, demorando um pouco no final, o que acabou se tornando um lambeijo.
Tocava Starships alto na festa. Dei uma breve olhada em volta e todos estavam dançando loucamente e, provavelmente, estavam bêbados demais. Talvez nem se lembrassem do que estava acontecendo. Talvez nem eu lembrasse do que estava acontecendo. E, tendo isso em mente foi que eu mordi o limão que estava na boca de .
We're higher than a mother fucker
Comecei com uma mordida ingênua no limão, mas, vendo aqueles olhos tão próximos, eu não faço ideia do que aconteceu. Só sei que joguei aquele limão de lado e o puxei para um beijo. De início, talvez ele tenha se assustado, pois travou. Mas, logo deu abertura para a minha língua e retribuiu o beijo. As pessoas em nossa volta vibravam com a cena enquanto nós beijávamos intensamente. se sentou na mesa e, com as mãos em meu rosto, me puxou para o meio de suas pernas e continuou me beijando.
Nos afastamos quando respirar havia se tornado praticamente impossível. Ficamos nos olhando, com a respiração acelerada. Eu não sabia o que dizer e, acredito que ele também não.
- ISSO PESSOAL, QUE EU CHAMO DE BODY SHOT! - Gritou Spencer, fazendo com que risse. Ele levantou da mesa e vestiu sua camisa, enquanto falava alguma coisa com um de seus amigos que eu não lembrava o nome.
Aproveitei que os olhos das pessoas não estavam mais em mim e fui até a cozinha pegar uma garrafa de água.
Aquele beijo havia ascendido alguma coisa dentro de mim que eu não sabia como explicar. Só sabia que estava derretendo de tão quente. Era como se estivesse com a pior febre do mundo. Na verdade, a melhor febre do mundo. Porque o que eu estava sentido era muito bom que fazia partes do meu corpo pulsar quase como se entrasse em combustão.
Deus, eu já chamei muito por você essa noite, eu peço perdão por estar sentindo isso que deve ser obra do próprio Satanás, me tentando. Me perdoe por pecar. Eu prometo que irei resistir.
- ? - A voz de fez com que eu desse um pulo. - Você está bem? Eu te procurei por tudo. - Ele disse, se aproximando. Como se tivesse se aproximando de sua presa.
- Ah, eu estou bem. Precisava de um pouco de água. Acho que já bebi o suficiente.
- Eu também acho. - Ele concordou sem tirar os olhos de mim. - Você quer conversar? - Perguntou.
- Você quer? - Respondi.
- A última coisa que eu quero agora é conversar. - Ele disse, se aproximando ainda mais. Como se fosse uma emboscada na qual, eu não tinha mais saída pois, já havia encostado na pia.
Que Deus me perdoe.
O puxei pelo colarinho da camisa e o beijei novamente.
- Vem, vamos para outro lugar. - Ele disse após alguns beijos e eu concordei.
Ele pegou uma garrafa de água na geladeira e me puxou pela mão em direção às escadas. No andar de cima, Ty abriu duas portas antes de achar um quarto vazio. Entramos e ele voltou a me beijar. Joguei minha bolsa e meu casaco no chão e segurei em seu pescoço. Suas mãos que estavam em minhas costas desceram e deram impulso para que eu subisse em seu colo, para então ele me encostar na porta que havíamos acabado de fechar.
Os beijos eram quentes, fortes e urgentes. Beijos de um jeito que eu nunca havia recebido em minha vida.
E, o mínimo contato que eu estava tendo com sua virilha já eram o suficiente para me fazer gemer baixinho em seus lábios. Puxei seus cabelos de leve e ele sorriu, puxando meu lábio inferior com os dentes em resposta.
andou comigo no colo até a cama, onde me deitou e tirou sua camisa antes de voltar a me beijar.
Eu inverti as posições e o deitei na cama para poder sentar-me em seu colo com uma perna em cada lado do seu corpo.
- Ty, eu preciso resolver a minha situação. - Disse entre os beijos.
- Sim, você realmente precisa. - Ele mordeu meu pescoço e meu corpo respondeu rebolando em seu colo, o que fez nós dois gemer.
- E não podemos fazer nada antes que isso seja resolvido.
- Uhum. - Ele beijava meu pescoço enquanto segurava meu cabelo num rabo de cavalo com uma mão. - Não podemos fazer nada de nada? - Ele perguntou.
- Nada.
- Só beijar?
- Sim, só beijar. -Confirmei e ele suspirou.
- Isso vai ser muito difícil. - Ele murmurou e me puxou para iniciar outro beijo, antes de inverter novamente as posições e se deitar no meio das minhas pernas.
Uma mão boba tentou entrar por baixo da minha blusa e eu interrompi o beijo.
Estávamos praticamente transando de roupas. Mas, como nada havia sido consumado, ainda estava tudo sob controle.
riu e selou nossos lábios antes de deitar-se do meu lado, ofegante.
- Já está amanhecendo. - Eu quebrei o silêncio, observando alguns raios de sol entrarem pela cortina.
- Já? - Ele levantou o tronco para observar a janela e se deitou em seguida. - Sua amiga deve estar louca atrás de você. - Ele virou, para deitar-se de lado e acariciou o meu rosto.
- Ela eu acho que não, mas devem estar sim atrás de mim.
- Você se arrepende? - Ele perguntou me observando.
- Do que?
- De hoje, de nós.
- Claro que não. E você? Se arrepende? - Perguntei.
- Nem um segundo. Inclusive, acho que estou com um pouco de medo. - Ele disse e riu.
- Do que?
- De ser mentira. Se sair daqui e nada disso ter acontecido.
- Não foi mentira. - Falei também acariciando seu rosto.
- Talvez seja. Nós vamos sair daqui e vamos voltar para nossas vidas. E, eu não queria isso. Queria poder viver aqui e agora para sempre. - Confessou e eu o beijei.
~~~
- Bom, é aqui que eu fico. - Falei olhando para o prédio em que eu morava através do vidro de seu carro. - Obrigada, por tudo. - Deitei a cabeça no encosto no banco em que eu estava sentada e o observei.
- Eu que agradeço, por tudo. - Ele disse antes de pegar a minha mão e beijar. Olhei novamente para o prédio e em seguida para ele. Sorri, me despedindo em silêncio e sai do carro.
- Ei, . - Me virei para trás e ele estava na janela do passageiro me olhando. - Você tem m eu telefone. Vou ficar esperando uma ligação sua. Você sabe, quando resolver a sua vida. Vamos sair. Ainda tenho muita coisa para te mostrar. - Ele sorriu. Mordi meu lábio inferior e sorri também.
- Coloque-o para carregar assim que chegar em casa então. E durma um pouco. Iremos sair mais tarde. - Pisquei pare ele e entrei no prédio determinada.
Meu celular vibrava sobre a mesa e a foto de Dylan piscava junto com seu nome escrito com letras maiúsculas e um emoji de coração azul.
- Você sabe que não é tão fácil assim. - Respondi, recusando a chamada e virando o display do celular para baixo.
- É claro que é fácil! Você pode fazer isso agora, por exemplo, é só escrever uma mensagem dizendo: Dylan, você é muito legal, interessante, porém o sexo é uma merda. Você parece não se importar e isso não é justo, eu mereço alguém que me faça gritar. Adeus.
- Hannah! - A repreendi, olhando para os lados para ver se alguém estava ouvindo. Felizmente, todos pareciam muito compenetrados em suas próprias conversas.
- Eu disse alguma mentira? Tô cansada de ouvir você reclamando. Precisamos fazer algo a respeito.
-Eu sei. Eu sei. Mas, ele me trata com tanto respeito. Diz que me ama o tempo todo. Sabe, nunca conheci alguém que fizesse eu me sentir tão segura. Ele é tão diferente dos outros rapazes.
- , já conversamos sobre isso. Você só pensa isso porque ele foi seu primeiro, em tudo. Se eu não tivesse te dado um vibrador, talvez nunca soubesse o que é um orgasmo de verdade.
A repreendi com o olhar. Se nesse momento eu pudesse abrir um buraco na terra e sumir, eu faria isso sem pensar duas vezes.
- Menos né, você fala como se eu pretendesse casar virgem. - Resmunguei.
- Olha, se você não tivesse me conhecido, eu não duvido que isso fosse capaz de acontecer. - Ela deu risada.
- Você já está exagerando.
- Ok, então aquele dia que você quase teve câimbra de tanto que o chupou para depois ele meter por dois minutos e você ficar com cara de idiota na cama é exagero também?
- Hannah! - A repreendi novamente e meu celular voltou a vibrar, fazendo com que ela bufasse.
- Você sabe que eu não estou falando nada disso pra te magoar ou te prejudicar né? - Ela perguntou quando eu recusei a chamada.
- Eu sei. - Murmurei, cansada. - Eu só, eu só não sei o que fazer. Na verdade, eu sei, eu só tenho medo.
- Você sabe que não ficará sozinha né? - Concordei balançando a cabeça.
Eu sabia disso. Sabia que Hannah mataria e morreria por mim e que jamais me deixaria sozinha. Mas, era tudo muito difícil.
Dylan e eu começamos a namorar quando eu tinha quinze anos. Nascemos e crescemos em uma cidade pequena no interior onde nossas famílias são donas de duas grandes vinícolas. E, o grande objetivo de ambas sempre foi fazer a fusão das empresas. Então, quando Dylan e eu começamos a namorar, foi uma grande alegria para todos. O nosso relacionamento era uma grande oportunidade de efetivar tal empreendimento. Não que eles vissem isso como um negócio, podemos dizer que era aquela situação em que todos os interessados sairiam ganhando. Eu acho, pelo menos.
Entretanto, eu não contava com o fato de que Dylan havia decidido que não queria ir para a faculdade. O pai queria se aposentar e passar a administração da vinícola para ele, o que sempre havia sido seu sonho.
Isso não estava nem nos meus mais absurdos planos. Para mim, iríamos juntos para a faculdade, lá ele veria que não funcionávamos como casal, teríamos um término amigável e futuramente, quando eu herdasse a vinícola poderia vender para ele, concretizando a vontade das nossas famílias.
Só que não, nada poderia ser tão fácil assim. No fim, Dylan estava planejando um pedido de casamento. E como eu sabia disso? Porque Hannah, sua prima e minha melhor amiga, havia me contado. E agora, eu não sabia o que fazer.
- Essa deve ser a 15 vez que ele está te ligando.
- Hannah, você precisa me livrar dessa. - Supliquei.
- , eu te amo, mas me deixa fora disse. Não quero entrar mais ainda no meio dessa bagunça que você fez. Se tivesse me escutado e terminado com ele no aeroporto, quando estávamos vindo para cá, tudo já estaria resolvido. Talvez minha família até já tivesse me perdoado por ter continuado morando com você.
Hannah tinha razão, como sempre.
- Vou resolver isso. Antes do início das aulas.
Havíamos nos mudado de Fieldsville fazia quase duas semanas com a desculpa de que queríamos nos adaptar à nova cidade antes do início das aulas, no mês que vem. Mas, a verdade era que só queríamos sair daquela cidade o quanto antes.
Não que eu odeie Fieldsville, eu amo. A cidade é linda, pequena, pacata, tudo de bom para quem quer a paz do campo. Coisa que eu e Hannah não queríamos. Desde pequenas sonhávamos com o dia que poderíamos ir para a faculdade, na cidade grande e poderíamos dar início ao nosso sonho de sermos médicas bem-sucedidas. Finalmente estaríamos livres daquela vida no campo que estávamos fadadas a ter.
Eu só não contava com essa ideia absurda de Dylan de casar-se. Onde isso iria dar certo? Em que perspectiva isso iria funcionar? Eu iria estudar pelo menos pelos próximos 8 anos até estar especializada em neurocirurgia. Ele achava que eu ia desistir por ele? Ou que um casamento a distância daria certo? Porque eu tinha cem por cento de certeza que ele jamais iria deixar a vinícola por mim. Então, o que era de se esperar, era que eu desistisse do meu sonho por ele. Bom, se ele pensava isso, estava muitíssimo enganado.
- Acho que isso não vai rolar. - Hannah disse, atraindo minha atenção.
- Por quê? - A questionei, já sentindo meu coração apertar com medo da resposta.
- Porque Dylan está aqui na cidade. - Ela virou o display do seu celular para que eu pudesse ler a mensagem que ela havia acabado de receber.
"Dylan: Acabei de chegar na cidade. Eu sei que eu deveria ter avisado. Você está com a ? Se sim, não conte nada, quero fazer uma surpresa. Me responda o quanto antes, preciso de ajuda. Você sabe com o que. Beijo." 20:03
Eu iria ter um ataque cardíaco. Eu tinha certeza disso. Iria ter um ataque cardíaco e cair dura no chão a qualquer momento. Por que isso tinha que acontecer justo comigo? O que eu fiz de tão errado para ter que passar por uma situação dessas? Eu definitivamente ia morrer.
- , eu preciso que você preste atenção! - Hannah disse autoritária. Ela me conhecia o suficiente para saber como eu estava surtando internamente nesse momento. - Você precisa se recompor. - Respirei fundo e ela continuou. - Você precisa resolver isso. Eu vou fazer o possível para atrasar o pedido, mas, , você não pode continuar brincando com ele.
- Eu sei. Só, faça o possível para que isso não aconteça agora. - Pedi, referindo-me ao pedido.
- Farei. Agora eu vou lá encontrar com ele e você vai para casa. - Ela dizia enquanto digitava em seu celular. - Ah e pague a conta. É o mínimo, pelos meus serviços. Beijo.
Hannah guardou seu celular e seguiu até a saída, me deixando sozinha com meus próprios devaneios.
Por mais que eu já planejasse terminar o relacionamento, o fato de Dylan estar aqui estava me fazendo pirar.
Ele era um rapaz bom e, tirando os problemas que já mencionei, o nosso relacionamento era ok.
Eu lembro das coisas legais que ele já me disse ou fez e as vezes acho que talvez eu esteja exagerando, talvez ele seja o cara certo pra mim, mas, do nada, algo dentro de mim me diz que não, não é bem assim.
Meu celular começou a vibrar novamente. Respirei fundo e deitei a cabeça em cima do meu braço no balcão do bar.
Deus, o que eu iria fazer com ele? O que eu iria fazer com a minha vida? Minha família ficaria furiosa!
Ouvi um barulho próximo e levantei a cabeça. Havia um pequeno copo cheio de alguma coisa que eu não fazia ideia do que era. Só sabia que que era forte porque conseguia sentir o cheiro do álcool que vinha dali.
- Acho que você está precisando. Para colocar a cabeça no lugar. - Ouvi e imediatamente endireitei a postura no banco em que estava sentada.
O encarei, confusa. Ele, por sua vez, me encarou também. Sorrindo.
Não havia realmente o observado até então, mesmo que ele tivesse ali desde a hora que eu cheguei.
Ele vestia uma camiseta lisa preta e havia um pano branco em seu ombro. Seu cabelo era castanho escuro e estava amarrado, o que me fazia pensar que era comprido. Seus olhos eram um castanho quase mel misturado com verde escuro, um tom âmbar. Seus braços repletos de desenhos tatuados, alguns anéis nas mãos e as unhas pintadas de preto.
Se minha mãe me visse perto dele teria um infarto.
- É por conta da casa. - Completou sorrindo, mostrando os dentes perfeitos.
- Obrigada, mas, eu não bebo. - Disse, sorrindo também.
- Olha, não quero ser intrometido, nem nada. Mas, depois do que ouvi, se eu fosse você, não negaria. Talvez lhe ajude a colocar as ideias no lugar. - Senti minhas bochechas quentes e eu sabia que estava vermelha feito um pimentão. O rapaz piscou e foi atender outra pessoa que o chamava na outra extremidade do balcão.
Meu celular vibrou e eu respirei fundo antes de pegar o copo e virar a dose num gole só. O líquido desceu queimando e eu me segurei para não colocar tudo pra fora.
Mesmo que minha família fosse dona de uma vinícola, eu nunca havia bebido na vida. Meus pais nunca foram de beber e eu nunca tive curiosidade então, fora algo que não tinha feito, até aquele momento.
Sentia todo o meu corpo quente, principalmente por onde a bebida havia descido. Tirando isso, nada de diferente.
Esperei o rapaz ficar livre e o chamei com a mão, para que viesse até mim.
- O que foi isso que você me deu? - Perguntei segurando o copo e mostrando para ele.
- Tequila. Quer outra?
- Isso vai me fazer muito mal? -Perguntei sincera fazendo-o rir.
- Não me diga que nunca bebeu tequila.
- Nunca bebi tequila e qualquer outra coisa que tenha álcool. - Falei e ri.
- Fala sério.
- Estou falando. - Confirmei e ele gargalhou. - Isso é muito estranho?
- Bom, você está em um bar. Poderia até dizer que você veio pela comida, mas não servimos comida. Então, isso é um pouco fora do comum.
Meu celular pela milésima vez vibrou e eu bufei irritada.
- Eu gostaria de outra dose, por favor. -Disse enquanto desligava o aparelho e o jogava dentro da bolsa.
Ele serviu a dose no copo e colocou uma garrafa de água sobre o balcão.
- ‘Pra você não passar mal. - Ele piscou e novamente foi atender outra pessoa.
Virei a dose e bebi um gole de água em seguida, para amenizar a queimação enquanto o observava.
Rapazes como ele não eram comuns de onde eu vinha. Inclusive, não conseguia lembrar de ninguém parecido. Não conseguia lembrar se já tinha visto alguém como ele fora da televisão ou dos livros que lia.
Será que havia vivido aqui a vida toda? Será que fazia faculdade? Será que gostava de trabalhar aqui? Será que se dava bem com os pais?
Ele era tão bonito que não parecia de verdade. Queria saber qual era o cheiro dos seus cabelos. O seu nome! Eu precisava pelo menos saber seu nome.
O chamei novamente e não demorou muito para ele vir.
- Outra dose? - Perguntou divertido enquanto secava um copo.
- Dessa vez eu gostaria de saber o seu nome. Você já sabe tanto sobre mim depois de ficar ouvindo a conversa que eu estava tendo com a minha amiga, então acho que é mínimo que eu mereço. - Disse e ele gargalhou o que fez meu corpo todo se arrepiar. Acho que já havia bebido o suficiente.
- Falando assim parece que eu estava bisbilhotando vocês.
- E não estava? - Perguntei.
- Talvez eu estava tentando descobrir se você namorava. Infelizmente, não deveria ficar ouvindo a conversa alheia. - Ele respondeu e eu novamente corei. - Ah, o meu nome é , prazer. - Ele estendeu a mão e eu a peguei, cumprimentando-o.
- .
- , de Fieldsville. - Ele completou me fazendo rir.
- E o que mais você sabe sobre mim ? - Cruzei os braços sobre o balcão e apoiei meu queixo sobre eles.
- Bom, sei que está há pouco tempo na cidade. Provavelmente veio por causa da faculdade. Deixa-me pensar... Bom, eu também sei que você tem um namorado grudento. Ele deve ter te ligado pelo menos umas 15 vezes antes de você se irritar e desligar o telefone. - Ele passou a língua entre os lábios e riu sozinho. - Também sei que você não está contente com o relacionamento porque o sexo é horrível.
Deitei-me sobre meus braços para esconder meu rosto vermelho de vergonha.
- Deus, você não ouviu isso.
- Não tinha como não ouvir, sua amiga não é muito discreta.
- Não pense que eu sou o tipo de garota que terminaria com um rapaz só por causa... Daquilo.
- Eu não estou pensando nada. - Ele se defendeu e eu o observei.
- Bryan é um rapaz muito bom e generoso. Bem descente. Crescemos juntos, numa cidade pequena, ele me ajudou em tudo. Sempre me tratou muito bem e é o melhor namorado que eu poderia ter tido. E, eu realmente o amo. Eu só...
- Não é apaixonada por ele. - Ele completou.
- Não sou apaixonada por ele. - Concordei.
Eu definitivamente não era apaixonada por ele. E acho, que talvez, nunca tenha sido. Eu tinha como modelo filmes e livros e eu nunca havia sentido nada parecido.
Pensando agora, brevemente em como nosso relacionamento se desenrolou. Foi quase como se 'tivéssemos' que namorar porque era 'o certo a se fazer'.
Tipo um namoro por obrigação só que ninguém nos obrigando além de nós mesmos. No meu caso, é claro. Porque aparentemente, Bryan estava contente com o que tínhamos. Ou talvez nem ele soubesse como era se apaixonar por alguém.
- Você já se apaixonou por alguém? - Perguntei.
- Já, logo que entrei na faculdade.
- E como foi?
- Intenso. - Tinha um tom de nostalgia em sua voz.
- Intenso é bom?
- No meu caso, foi bom e ruim. Foi tudo muito rápido. Você vai saber, quando se apaixonar. - Disse mudando de assunto. Provavelmente não queria falar sobre.
Quem em sã consciência teria coragem de quebrar o coração dele? Ou talvez ele possa ter quebrado o coração de alguém.
Ele poderia ser um canalha que não vale nada só esperando para dar o bote e eu aqui, pedindo conselhos, seria a vítima perfeita. Não que eu me importasse. Falando a verdade, eu aceitaria qualquer tipo de intensidade com ele. Se ele estivesse sem essa maldita camisa, eu aceitaria qualquer coisa. Ok, acho que eu já estava bêbada o suficiente.
- , você faz faculdade aqui? - Eu precisava reter toda e qualquer informação sobre ele antes de ir embora.
- Sim, estou no quarto ano de Engenharia da Computação. E você, caloura, veio cursar o que?
- Medicina. - Tomei mais um gole da minha água. - Você trabalha aqui todos os dias?
- Está investigando a minha vida ?
- Ué, você sabe tanto sobre mim, o mínimo que espero é saber um pouquinho sobre você. - Sorri e ele retribuiu o sorriso.
- Sim, eu trabalho aqui todos os dias.' Ele disse enquanto secava alguns copos. - Ei , tem uma festa hoje. Da faculdade. Você quer ir?
- Festa? Eu não sei.
- Você não está querendo dar uma fugida de casa? - Ele perguntou.
Sim, eu realmente queria dar uma fugida. Se possível, até Bryan ir embora. Festa da faculdade? Meu deus, eu não acredito que eu estou cogitando a ideia de aceitar. Mas, o fato de não ter que encarar Bryan e toda essa situação hoje era muito tentadora.
- Ok, tá bom. - Disse e me encarou surpreso.
- Sério?
- Sim, vamos. Só avisando, eu nunca fui em uma festa universitária. Na verdade, eu nunca fui em nenhuma festa de jovens.
- Festa de jovens?
- Sim, festa que tenham jovens e que não seja sobre a cidade ou vinho ou qualquer coisa do tipo. - Ele riu.
- Ok, meu turno acaba daqui 20 minutos. - Ele disse e eu concordei.
Aproveitei esse tempo até ele sair para ir até o banheiro e retocar a maquiagem. Também mandei uma mensagem para Hannah avisando que estava bem e que talvez não dormisse em casa. Desliguei o celular antes da resposta, lidaria com isso amanhã.
Talvez seja por conta das doses de tequila, mas, eu não estava me importando. Aliás, estava muito ansiosa. Penteei meus cabelos com os dedos, retoquei o batom e voltei para o bar. não estava mais no balcão. Sentei-me onde estava e, alguns minutos depois ele apareceu.
- Você acha um pouco de loucura eu aceitar sair com alguém que acabei de conhecer? - Perguntei seguindo-o para fora do bar.
- Depende do seu ponto de vista. Tem gente que faz coisa muito pior com alguém que acabou de conhecer.
- Ok, agora estou ficando assustada. - Disse e ele riu.
- Nós realmente podemos estar aqui? Fomos convidados? - Perguntei falando um pouco mais alto devido a música alta que eu não conhecia. Aliás, não conhecia nada nem ninguém. Só tinha visto cenas como essas em filmes e séries de televisão.
- É uma festa universitária, ninguém é convidado, as pessoas só vêm. E, até onde eu sei você também está matriculada aqui. Não está tão de penetra assim. - Ele disse antes de beber um gole do conteúdo que estava dentro do seu copo vermelho.
Olhei para a cerveja dentro do meu e bebi. Eu nunca tinha visto tanta pessoa no mesmo espaço, nem na festa da colheita. Todos dançavam muito próximos e eu acreditava que poucos se conheciam antes de estar ali.
Estávamos em um casarão de dois andares e, com uma piscina gigante do lado de fora. A festa acontecia em todo o lugar. As luzes da casa estavam apagadas e, no seu lugar, havia luzes de festa coloridas que, junto com uma máquina que simulava fumaça, dava um toque festivo no lugar.
Do mesmo jeito que eu me sentia uma forasteira eu nunca havia me sentido tão viva, tão... Livre.
- Vem, vamos dançar. - O peguei pela mão e o puxei para irmos perto das pessoas que dançavam.
- Não, eu não danço. - Ele recusou.
- Por favor, eu não sei nem o que estou fazendo aqui. Eu preciso de você. - Implorei, fazendo com que ele risse.
- Ok, Ok. Mas já vou adiantando, sou um péssimo dançarino.
- Eu duvido que você seja péssimo em alguma coisa. - Pisquei para ele e o puxei novamente para dançar.
Tocava algum tipo de rap ou hip-hop ou algo parecido com isso que eu não conhecia. Talvez seja o que os jovens ouçam hoje em dia, não sei.
Nota mental: pesquisar músicas novas quando estiver em casa para saber o que fazer nas próximas festas.
era definitivamente lindo e, eu não tinha dado a devida atenção até vê-lo dançando. Ele se mexia no ritmo da música e, vez ou outra ele cantava um trechinho me olhando e sorria. E, quando fazia isso, seus olhos puxadinhos se fechavam, como se também sorrisse com o olhar. Lindo!
Como conversar era praticamente impossível com a música alta e a multidão, ficamos por um tempo dançando. Alternávamos entre dançar separados, dançar frente a frente e dançar juntos. E, eu me sentia ótima. E não era por causa da bebida. Mas, por sempre ter sonhado com algo como isso.
Umas cinco músicas depois, eu não tenho certeza, alguns amigos de chegaram. E, por incrível que pareça, nenhum deles eram parecidos com ele. Inclusive, todos pareciam ser bem o oposto. Todos os meninos faziam parte de algum time da universidade pois, usavam a jaqueta de uniforme dos jogadores, que eu já tinha pesquisado na internet. O que eu não imaginava ser o estilo de por ele aparentar ser bem alternativo.
- Como você conheceu eles? - Perguntei assim que nos sentamos num banco perto da piscina, um pouco mais afastados do barulho da música.
- Ah, eles são meus colegas do time de lacrosse.
- Oi? - gargalhou.
- Incrível como todos tem essa reação quando conto que faço parte do time.
- Bom, digamos que você não siga o padrão dos jogadores. - Disse e ele me observava curioso. - Não fisicamente, é claro. - Me corrigi, não queria ofendê-lo. - Digo, estilo. Você entendeu, né? Ai, desculpa. Não queria estereotipar.
- Relaxa. Já estou acostumado. - Deu de ombros, rindo.
- Desculpa. - Pedi novamente e ele sorriu.
- , tá tudo bem. - Ele acariciou o meu rosto com a mão direita e eu tenho certeza que fiquei ruborizada. Desviei o olhar e ele tirou sua mão logo em seguida.
- Você ganhou bolsa esportiva? - Perguntei.
- Sim, 100%. Antes, no colégio, eu até que era como eles. Mas, na faculdade eu poderia ser quem eu quisesse então, resolvi que aproveitaria a oportunidade. Gosto do meu estilo agora. Acho que reflete mais como eu sou, minha personalidade. Entende? - Confirmei com a cabeça.
- Eu também gosto mais do seu estilo agora. - Falei.
- Mas você não me conheceu antes.
- Imaginei como você seria comparando com seus colegas e conclui que prefiro você agora. - Disse e ele sorriu.
- E Bryan? Como ele é? - Revirei os olhos.
- O objetivo não era eu esquecer Bryan? - Perguntei e ele gargalhou novamente.
- Perdão, sim. Esse é o objetivo. Aliás, venha aqui. - Ele levantou e me puxou pela mão.
- Onde estamos indo? - Perguntei confusa. Queria saber o que ele estava tramando.
- Vamos aproveitar de verdade a sua primeira festa universitária. Você confia em mim? - Ele perguntou olhando diretamente nos meus olhos e eu senti um arrepio no corpo todo. Afirmei com a cabeça e ele sorriu, me arrastando dentre as pessoas.
- Caras, essa é a e essa é a primeira festa que ela vem aqui na cidade. - falou assim que chegamos na rodinha de seus amigos.
- Por que não disse antes, cara? Vamos mostrar como os Red Wolfs fazem uma festa! - Um rapaz ruivo gritou e seus amigos acompanharam.
- BEER PONG! - Alguém gritou e eu não consegui identificar quem foi e todos gritaram em resposta, animados.
- Oh, não. Não, eu não aguento mais. , por favor, me salva. - Segurei seu braço e escondi meu rosto em sua jaqueta.
- Vamos lá , você disse que beberia um body shot se ganhasse o beer pong. - Noah, o amigo ruivo de disse.
- Trato é trato, você que se comprometeu. - disse, rindo de mim.
- Mas eu não imaginei que fosse ganhar. - Choraminguei.
- Sem essa, vamos lá!' Spencer, outro amigo de incentivou. - Te dou uma colher de chá e deixo você escolher de qual body você vai beber. - Ele disse e todos em volta riram. Eu queria morrer de tanta vergonha.
Outra nota mental: não dizer que vai beber do corpo dos outros se há chances de isso realmente acontecer.
- , vamos lá, escolha. - Noah me deu um empurrãozinho e ambos rimos.
- ! - Falei um pouco mais alto. - Eu escolho o . - Disse com os olhos fechados e todos ali gritaram animados.
- Vamos lá amigão, tire essa camisa. - Spencer disse a , rindo.
- Essa vai ter volta. - disse para mim rindo e puxou a camisa pelo pescoço, me dando uma visão privilegiada do seu corpo atlético de jogador.
- Você sabe como isso funciona? - Ele perguntou e eu neguei com a cabeça. Até sabia, mais ou menos, mas estava tão hipnotizada que só queria que ele falasse qualquer coisa. riu e sentou sobre a mesa.
- Você vai beber uma tequila diretamente do corpo do meu amiguinho aqui. - Noah passou o braço sobre os ombros de . - Vou jogar a bebida na barriga dele, sal no peito e terá um limão na boca dele. Você vai ter que lamber a bebida, sem deixar que ela molhe a calça dele, depois lamber o sal e em seguida morder o sal da boca dele. Fácil. - Ele disse e todos me olharam, para ver se eu tinha compreendido. E, eu tinha compreendido tão bem que sentia meu rosto inteiro quente de tanta vergonha que estava sentido.
- Eu realmente tenho que fazer isso? - Perguntei para .
- Você deu a sua palavra, aqui valorizamos muito isso. - Ele disse e eu concordei com a cabeça.
Talvez se eu fingisse estar bêbada demais, passando mal, poderia sair dessa. Iria para o banheiro e ficaria lá um pouco. Quem sabe se eu ligasse para Hanna pedindo socorro. Ela poderia me perdoar por ter largado ela lá e vir me buscar. Ou, ela poderia vir de lá aqui brigar comigo. Poderia ser também.
- Vamos , no 3. - Disse Spencer, atraindo minha atenção. Sem me dar um tempo para protestar, ele me empurrou para próximo da mesa, onde estava deitado, como se fosse um prato que eu deveria devorar. E, por Deus, eu realmente queria. - UM, DOIS, TRÊS! - Ele gritou e virou a bebida. Olhei para os lados, petrificada.
- VAI ! - Eles gritaram e eu acordei, me abaixando rapidamente para lamber a bebida que escorria de sua barriga em direção ao seu umbigo.
Quando minha língua encostou em sua pele quente eu pensei que fosse morrer. estava apoiado nos cotovelos observando tudo, o que tornava tudo mais erótico ainda. Lambi cada gota de tequila que estava naquele corpo perfeitamente esculpido sem tirar os olhos dos dele. Fui subindo conforme a bebida foi acabando. Lambi todo o sal, demorando um pouco no final, o que acabou se tornando um lambeijo.
Tocava Starships alto na festa. Dei uma breve olhada em volta e todos estavam dançando loucamente e, provavelmente, estavam bêbados demais. Talvez nem se lembrassem do que estava acontecendo. Talvez nem eu lembrasse do que estava acontecendo. E, tendo isso em mente foi que eu mordi o limão que estava na boca de .
Comecei com uma mordida ingênua no limão, mas, vendo aqueles olhos tão próximos, eu não faço ideia do que aconteceu. Só sei que joguei aquele limão de lado e o puxei para um beijo. De início, talvez ele tenha se assustado, pois travou. Mas, logo deu abertura para a minha língua e retribuiu o beijo. As pessoas em nossa volta vibravam com a cena enquanto nós beijávamos intensamente. se sentou na mesa e, com as mãos em meu rosto, me puxou para o meio de suas pernas e continuou me beijando.
Nos afastamos quando respirar havia se tornado praticamente impossível. Ficamos nos olhando, com a respiração acelerada. Eu não sabia o que dizer e, acredito que ele também não.
- ISSO PESSOAL, QUE EU CHAMO DE BODY SHOT! - Gritou Spencer, fazendo com que risse. Ele levantou da mesa e vestiu sua camisa, enquanto falava alguma coisa com um de seus amigos que eu não lembrava o nome.
Aproveitei que os olhos das pessoas não estavam mais em mim e fui até a cozinha pegar uma garrafa de água.
Aquele beijo havia ascendido alguma coisa dentro de mim que eu não sabia como explicar. Só sabia que estava derretendo de tão quente. Era como se estivesse com a pior febre do mundo. Na verdade, a melhor febre do mundo. Porque o que eu estava sentido era muito bom que fazia partes do meu corpo pulsar quase como se entrasse em combustão.
Deus, eu já chamei muito por você essa noite, eu peço perdão por estar sentindo isso que deve ser obra do próprio Satanás, me tentando. Me perdoe por pecar. Eu prometo que irei resistir.
- ? - A voz de fez com que eu desse um pulo. - Você está bem? Eu te procurei por tudo. - Ele disse, se aproximando. Como se tivesse se aproximando de sua presa.
- Ah, eu estou bem. Precisava de um pouco de água. Acho que já bebi o suficiente.
- Eu também acho. - Ele concordou sem tirar os olhos de mim. - Você quer conversar? - Perguntou.
- Você quer? - Respondi.
- A última coisa que eu quero agora é conversar. - Ele disse, se aproximando ainda mais. Como se fosse uma emboscada na qual, eu não tinha mais saída pois, já havia encostado na pia.
Que Deus me perdoe.
O puxei pelo colarinho da camisa e o beijei novamente.
- Vem, vamos para outro lugar. - Ele disse após alguns beijos e eu concordei.
Ele pegou uma garrafa de água na geladeira e me puxou pela mão em direção às escadas. No andar de cima, Ty abriu duas portas antes de achar um quarto vazio. Entramos e ele voltou a me beijar. Joguei minha bolsa e meu casaco no chão e segurei em seu pescoço. Suas mãos que estavam em minhas costas desceram e deram impulso para que eu subisse em seu colo, para então ele me encostar na porta que havíamos acabado de fechar.
Os beijos eram quentes, fortes e urgentes. Beijos de um jeito que eu nunca havia recebido em minha vida.
E, o mínimo contato que eu estava tendo com sua virilha já eram o suficiente para me fazer gemer baixinho em seus lábios. Puxei seus cabelos de leve e ele sorriu, puxando meu lábio inferior com os dentes em resposta.
andou comigo no colo até a cama, onde me deitou e tirou sua camisa antes de voltar a me beijar.
Eu inverti as posições e o deitei na cama para poder sentar-me em seu colo com uma perna em cada lado do seu corpo.
- Ty, eu preciso resolver a minha situação. - Disse entre os beijos.
- Sim, você realmente precisa. - Ele mordeu meu pescoço e meu corpo respondeu rebolando em seu colo, o que fez nós dois gemer.
- E não podemos fazer nada antes que isso seja resolvido.
- Uhum. - Ele beijava meu pescoço enquanto segurava meu cabelo num rabo de cavalo com uma mão. - Não podemos fazer nada de nada? - Ele perguntou.
- Nada.
- Só beijar?
- Sim, só beijar. -Confirmei e ele suspirou.
- Isso vai ser muito difícil. - Ele murmurou e me puxou para iniciar outro beijo, antes de inverter novamente as posições e se deitar no meio das minhas pernas.
Uma mão boba tentou entrar por baixo da minha blusa e eu interrompi o beijo.
Estávamos praticamente transando de roupas. Mas, como nada havia sido consumado, ainda estava tudo sob controle.
riu e selou nossos lábios antes de deitar-se do meu lado, ofegante.
- Já está amanhecendo. - Eu quebrei o silêncio, observando alguns raios de sol entrarem pela cortina.
- Já? - Ele levantou o tronco para observar a janela e se deitou em seguida. - Sua amiga deve estar louca atrás de você. - Ele virou, para deitar-se de lado e acariciou o meu rosto.
- Ela eu acho que não, mas devem estar sim atrás de mim.
- Você se arrepende? - Ele perguntou me observando.
- Do que?
- De hoje, de nós.
- Claro que não. E você? Se arrepende? - Perguntei.
- Nem um segundo. Inclusive, acho que estou com um pouco de medo. - Ele disse e riu.
- Do que?
- De ser mentira. Se sair daqui e nada disso ter acontecido.
- Não foi mentira. - Falei também acariciando seu rosto.
- Talvez seja. Nós vamos sair daqui e vamos voltar para nossas vidas. E, eu não queria isso. Queria poder viver aqui e agora para sempre. - Confessou e eu o beijei.
- Bom, é aqui que eu fico. - Falei olhando para o prédio em que eu morava através do vidro de seu carro. - Obrigada, por tudo. - Deitei a cabeça no encosto no banco em que eu estava sentada e o observei.
- Eu que agradeço, por tudo. - Ele disse antes de pegar a minha mão e beijar. Olhei novamente para o prédio e em seguida para ele. Sorri, me despedindo em silêncio e sai do carro.
- Ei, . - Me virei para trás e ele estava na janela do passageiro me olhando. - Você tem m eu telefone. Vou ficar esperando uma ligação sua. Você sabe, quando resolver a sua vida. Vamos sair. Ainda tenho muita coisa para te mostrar. - Ele sorriu. Mordi meu lábio inferior e sorri também.
- Coloque-o para carregar assim que chegar em casa então. E durma um pouco. Iremos sair mais tarde. - Pisquei pare ele e entrei no prédio determinada.
Fim
Nota da autora: Obrigada por todxs que tiraram um tempinho par ler essa fic que foi me conquistando aos pouquinhos. Peço desculpas por ter terminado assim, com esse gostinho de quero mais.
O futuro não nos pertence, então, quem sabe algum dia possamos ter mais aventuras dos nossos pp’s? Quem sabe... hahaha
Xoxo, Lefebvre.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
O futuro não nos pertence, então, quem sabe algum dia possamos ter mais aventuras dos nossos pp’s? Quem sabe... hahaha
Xoxo, Lefebvre.