03. Play Pretend

Fanfic finalizada

Capítulo único

Tudo que fiz foi pisar forte no frio assim que o carro da frente fez o mesmo, segurei a direção tão firmemente que senti dor nas minhas mãos, mas não me importei, apenas foquei no automóvel da frente, vendo que ele estava com as luzes de trás acesas e ainda era de manhã.

No entanto aquilo era normal, afinal a cidade se encontrava sempre cheia de nuvens, chuva, sujeira e poluição. Eram estranhos os dias que víamos o Sol e tínhamos dias aproveitáveis nos parques, e não em shoppings ou dentro de casa.

Voltei a dirigir assim que o motorista fez o mesmo, peguei o cigarro que havia deixado no cinzeiro do carro e dei uma tragada rápida, não queria ir ao trabalho, mas precisava pagar as minhas contas.

Adentrei o prédio da empresa alguns minutos depois, segurava uma garrafa na qual havia posto café, mas acabei misturando com um pouco de vodca, bem pouco, sabia o quão estranho era e não estava nem aí.

— Bom dia, Z! — assim que coloquei os pés pra fora do elevador ouvi a voz de Michelle.

Quis revirar os olhos, mas me segurei.

— Oi. — ela conhecia o meu mal humor matinal, então não estava nem aí.

Me aproximei do meu cubículo, onde coloquei a garrafa em cima da mesa, assim como as chaves do carro e uma pasta que usava às vezes. Liguei o computador, me sentando na cadeira e suspirando pesadamente ao olhar no relógio de pulso, o relógio que... engoli seco e fechei os olhos, tentando me controlar.

Horas de trabalho passaram enquanto meus olhos não saiam da frente daquele monitor, já me encontrava enjoado, entediado e com vontade de fazer qualquer coisa, menos aquilo. Coloquei meus óculos de grau para me ajudar, no entanto durei pouco e minhas pálpebras ficaram pesadas.

— Ei, eu já volto. — falei com o rapaz que se sentava ao meu lado.

Ethan? Elton? Edgard?

Ele apenas concordou com a cabeça e fiz o mesmo, dando um aceno, pegando a garrafa e saindo em direção ao elevador, uma vez lá dentro, apertei o botão do último andar e enquanto aquela caixa suspensa subia, pensava que estava com fome e poderia me presentear com um hamburguer e fritas hoje.

Logo que as portas se abriram, sai no último andar e caminhei até as escadas, abri a porta, entrando numa parte fria e escura do prédio, subi até o próximo andar e me encontrava no topo do prédio.

O céu nublado estava diante dos meus olhos, fiz uma careta com isso e bebi mais do meu café batizado e sorri com isso, me aproximei em passos lentos até o parapeito, sentindo um vento mais forte tocar o meu rosto e continuei andando.

Ao chegar na ponta, olhei lá embaixo, o vento pareceu me fazer titubear, ir um pouco pra frente, mas controlei meu corpo e fechei os olhos. A sensação era prazerosa, ouvia o barulho dos carros lá embaixo, do passar dos pássaros em cima da minha cabeça e do poder de poder fazer o que eu quisesse naquele momento. Meu corpo estava inerte.

De olhos fechados a minha mente foi tomada por uma imagem e a reconheci imediatamente, era ela. Mia. Minha ex-namorada.

— O que acha de treparmos em uma dessas camas? — Mia me indagou assim que entramos no IKEA.
Gargalhei dela, tombando a cabeça pro lado e fazendo uma careta.
— Nós acabamos de fazer isso em casa, e podemos ser presos se fizermos aqui.
— Respondi por fim.
— Você é tão careta, Zac.




Me sentei no parapeito, deixei os meus pés pra fora sentindo como eles balançavam facilmente naquela imensidão entre eles e o chão, lá embaixo. É uma loucura isso, não é? Pensar em quão grande é nosso mundo.

Talvez eu já estivesse bêbado. Surpresa.

Bebi mais do líquido, sentindo que ele estava acabando, Mia aparecia em minha mente, sumia, aparecia novamente. Meu coração batia forte, minha cabeça doía e parecia que desde que nós terminamos não sentia meu coração bater da mesma forma.

— Vai embora. Aqui é perigoso!

Aquela fantasia estava me irritando, balancei minhas pernas mais fortemente e bebi mais um gole daquela bebida, terminando. Fiz uma careta com isso.

— Vai embora você. Você não tem mais nada a ver com a minha vida. Some! — gritei a última palavra, tanto que senti a minha garganta doer.

— Que merda é essa?

Me assustei e cai pra trás, em chão firme, minhas costas doeram e resmunguei com isso. Dali pude ver o rapaz que se sentava ao meu lado no trabalho se aproximar enquanto comia um sanduiche qualquer.

— Você está bem? — Ele me perguntou ao se aproximar ainda mais.

Que tipo de pergunta era aquela para alguém que se encontrava em uma fossa desde que terminou um relacionamento de anos?

— Estou ótimo. — Respondi com a voz fraca. — Você só quase me matou.

— Por quê?

— Eu ia cair pra frente, idiota!

Não sabendo como e com a garrafa em mãos, me coloquei em pé sem tocar o chão, talvez tenham sido as aulas de pilates que a minha mãe insistia que eu fizesse com ela desde os meus18 anos?

— Você fica aqui sozinho?

Dessa vez, me sentei de costas para a mureta e o olhei, fitei seu rosto cheio de sardas e murmurei algo inaudível até que respirei fundo, concordando com a cabeça. O rapaz se aproximou, sentando-se ao meu lado.

Ah não. Ele iria querer conversar?

— É bom ficar sozinho às vezes, não acha?

Vi ele dar de ombros e quis rir disso, quis rir da sua incapacidade de entender nas entrelinhas que eu queria muito ficar sozinho, queria voltar a ver a minha ex, a ter essa fantasia idiota com ela. Queria voltar a fingir.

No meio disso tudo, o bom é que ele não puxava muito assunto, então ficamos em silêncio o tempo inteiro, apoiei minha cabeça na parede atrás do meu corpo e fechei os olhos, sentindo o cansaço por mal dormir nos últimos dias tomar conta do meu corpo.

O fim do expediente se aproximava quando Kevin veio até a minha mesa, jogou um papel qualquer que caiu sobre o teclado fazendo com que eu parasse de digitar, olhei e franzi o cenho. Era o convite de uma festa, das boas, no centro da cidade.

— Espera. Como você conseguiu? — me virei o olhando.

— Depois de anos trabalhando aqui como você ainda não me conhece? — o vi sorrir e acabei sorrindo, pela primeira vez, em semanas.

— É claro que eu vou. Que horas? Ah. Já vi. — ri de mim mesmo olhando no papel em minhas mãos.

— Sabe quem vai?

Sua pergunta me fez olhar imediatamente para uma das mesas do outro lado da sala, era Ayla Richards e desde que ela começou a trabalhar na empresa, notava alguns olhares vindos dela, pra mim, mas eu estava namorando.

— Acho que a sua chance. Você deveria aproveitar. — Piscou ele, antes de sair.

Cinco minutos antes, desliguei o computador e peguei tudo que precisava, a pasta idiota e minha garrafa que já se encontrava vazia. Peguei meu celular, de dentro do bolso da calça e enquanto andava até a porta do elevador, vi algumas mensagens na tela de bloqueio.

“Quer conversar?”

Pisquei algumas vezes e a mensagem havia sumido, meu coração bateu forte e olhei para os lados observando se alguém me fitava. Me aproximei do elevador, apertando o botão e mais uma vez foquei a tela do celular: nada. Nenhuma mensagem.

Quando as portas se abriram, tirei os olhos do celular e me surpreendi, Ayla estava ali, linda. Ela usava uma saia preta, que deixava as suas coxas á mostra, uma camisa social branca de mangas compridas, mas seu colo estava visível e dei uma bela olhada nele ansiando por ver mais dos seus seios.

— Oi, boa noite. — a cumprimentei sorrindo.

— Oi, Zac. Boa noite! — seu tom de voz era baixo e calmo.

Descemos em silêncio, fiquei ao lado dela, conseguindo sentir o perfume que exalava do seu corpo, em um mínimo movimento, fiz meu braço tocar no dela e percebi como ela estava quente, isso fez com que eu me arrepiasse.

O barulho da porta do elevador se abrindo ecoou nos meus ouvidos, com a mão, incentivei que ela fosse primeiro e assim pude dar uma bela olhada em sua bunda marcada na sala grudada em seu corpo, Ayla se virou e me encarou, sabendo que eu a olhava.

— Sabe, Zac, eu sei que você me encara há algum tempo. E gosto disso. — Sua língua passou pelo seu lábio superior e o sorriso que ela deu depois disso fez com que eu perdesse a linha.

Com o coração batendo forte e a sanidade abaixo de zero, aproximei nossos corpos e enfiei uma das minhas mãos em seus fios, pousando em sua nuca e assim unindo nossos lábios, já iniciando um beijo intenso. O gosto dela era doce, os seus lábios macios faziam com que eu não quisesse partir o beijo. Desci meus lábios pela sua bochecha e minha mão, que não estava em sua nuca, foi até a sua cintura.

A apertei com firmeza e fiz com que nossos corpos ficassem grudados e ouvi um pequeno arfar dos lábios da mulher, naquele instante senti meu membro dar uma pulsada de leve.

A mordi no queixo, e passeei até o seu pescoço, dei uma boa aproveitada nessa região, passei a língua, dando mordidas e gostando de sentir a pele dela se arrepiar, tudo era por minha causa. Observei ela se afastar enquanto eu fazia isso e franzi o cenho de leve.

Seus próximos movimentos fizeram com que meu membro pulsasse de tal forma que ele chegou a doer, Ayla movimentou as pernas e com uma lentidão torturante tirou a calcinha que usava. Era preta, de renda e muito pequena. Ela se aproximou de mim, a guardando no bolso da minha calça jeans e sua mão foi até a parte da frente das minhas vestes.

Arfei assim que ela me tocou mesmo por cima de tantos tecidos, a sua mão delicada passou pelo meu membro que estava levemente enrijecido e mordi meu próprio lábio inferior com isso. Seus movimentos aumentaram de ritmo, ficando mais intensos e assim um gemido mais alto saiu entre os meus lábios, no entanto tentei controlá-los.

— Ayla! — ofeguei.

Sem pensar duas vezes levei uma das minhas mãos até as suas mãos, a segurei e a puxei em direção ao meu carro, ele estava estacionado por ali, assim que o achei, abri com o acionar do alarme e joguei tudo que eu segurava na outra mão no banco do passageiro e a deixei virada para o automóvel, e de costas pra mim.

Bati em sua bunda com força, a ouvindo gemer e dar uma risada sensual.

— Você gosta?

— Eu gosto!

Ouvi a voz de Mia na minha cabeça e me afastei um pouco, fechei os olhos momentaneamente e neguei com a cabeça.

— Eu gosto! — Ayla respondeu da mesma forma, dando uma olhada pra mim, por cima do ombro.

Ela se virou, foquei em seu rosto, era Ayla, no entanto do nada ela se transformava em Mia e voltava a ser Ayla.

— Você vai me comer, Zacky? — Ayla levou um dos dedos até a boca, sensualmente.

A verdade é que eu não transava há semanas, sentia que meu corpo pedia por aquilo, como homem, era como se dependesse daquilo pra sobreviver, no entanto, minha mente se encontrava em uma confusão gigantesca.

— Eu...

Seus próximos passos fizeram com que uma adrenalina imensa tomasse conta do meu corpo, Ayla apenas se aproximou, se abaixando diante de mim e começou a abrir meu cinto, os botões da minha calça jeans e a puxou pra baixo.

A observei lamber os lábios, sorrindo pra mim e logo minha calça e cueca estavam no chão do estacionamento, meu membro ereto encostou bem na altura da boca daquela morena e ela não pensou duas vezes antes de colocar a língua pra fora e lamber devagar a glande.

Levei uma das minhas mãos até a minha boca, o local era público, mas desejava gritar para todos o que estava acontecendo ali, a olhei colocar meu membro inteiro na boca, fechando os olhos e fiz o mesmo, tombando a cabeça pra trás e soltando um gemido mais alto, pois a onda de prazer percorreu todas as extremidades do meu corpo.

Ao voltar a olhar pra ela, lá estava Mia novamente, fazendo o que ela sabia fazer tão bem, colocando meu membro inteiro na boca, o tirando e repetindo esse movimento algumas vezes. Logo que estava lubrificado, suas mãos tomaram o local da sua boca e os movimentos continuaram firmes, fortes e rápidos.

— Eu quero te olhar. — Pedi, segurando o rosto dela, fazendo com que ela me olhasse.

Seus dedos apertaram a glande, tão fortemente, que a minha garganta doeu com o gemido que ecoou entre os meus lábios, no entanto, continuei a observá-la sentindo meu corpo inteiro arrepiado e quente.

— Ayla...

— Oi, meu amor? — Mia sorriu pra mim.

— Você é tão boa nisso.

Sua boca voltou a tomar conta do meu membro com a ajuda dos lábios e da língua, a forma como ela sabia intercalar os dois movimentos estava me deixando maluco, eu não tinha mais controle algum sobre o meu corpo, sabia que a qualquer momento ele esquentaria mais e mais e...

— Você é tão gostoso!

Em um gesto rápido fiz com que ela ficasse em pé, a pressionei contra o meu carro, fazendo com que ela ficasse de costas e grudei nossos corpos, os unindo perfeitamente e no instante que meu membro deslizou pra dentro dela, ambos soltamos gemidos altos e fechei os olhos com força.

Guiei as minhas mãos até a sua cintura fazendo com que ela se movimentasse de acordo com o meu ritmo, e num primeiro instante achei incrível a sincronia que tínhamos.

Peguei seus braços, colocando as suas mãos em cima do teto do carro, fiz com que ela ficasse ainda mais empinada, mantive suas mãos presas e meu quadril se movimentou ainda mais rápido, fechei meus olhos ao sentir meu membro pulsar cada vez mais dentro dela, sabendo que era questão de tempo pra que eu explodisse.

Se alguém estivesse ouvindo, não me importava. Encostei minha boca bem próxima da sua orelha e não parei de gemer e ofegar, o barulho dos nossos corpos se chocando me deixava louco, queria ouvir mais, queria sentir mais. Desci uma das minhas mãos e a coloquei no meio das pernas de Ayla, a acariciando em seu clitóris fazendo movimentos circulares e ela gemeu, gemeu manhosa.

— Porra!

Com aquele estímulo duplo senti o corpo dela atingir o prazer máximo logo depois, suas pernas apertaram a minha mão e ela tremeu em meus braços, tombando a cabeça pra trás, apoiando em meu ombro e eu ri fraco disso, continuando com o meu quadril em movimento.

— Ayla! — a chamei, quase implorando.

Me afastei dela, a morena imediatamente se virou, ficando de joelhos e abocanhou meu membro novamente ao segurá-lo com uma das mãos, essas que se movimentaram velozmente, da base até a cabeça algumas vezes. Não demorou para que eu explodisse, na boca dela e aquela imagem fez com que meu corpo tremesse e o tesão atingisse níveis exorbitantes.

Estava nas nuvens.

— Caralho!

Tão logo coloquei minhas mãos na nuca da mulher, a puxando pra cima e unindo nossos lábios em um beijo intenso, eu não me importava com isso. Gostava. E muito. Sentir a língua dela na minha, quente e molhada, era bom.

— Não quero fingir mais.

Os últimos dias foram terríveis, noites mal dormidas, pesadelos, suor noturno, sem vontade de comer nada e falar com ninguém. Eu sabia que um término seria difícil, no entanto, não fazia ideia que para eu parasse de fingir que estava tudo bem, precisasse de outra pessoa e uma trepada incrível.

— Vamos sair. Eu e você. Em um date. Hoje.

— Hoje? — Ayla repetiu com um sorriso nos lábios e roçando com os meus.

— Hoje. Vou te levar em um lugar legal. Vamos jantar, conversar e... quem sabe. — dei de ombros e acabei rindo.

Talvez algo sem compromisso fosse a solução. Não queria mais ver Mia por aí. Queria viver a minha vida. Acabou. Meu cérebro precisava entender isso.

— Está marcado. — seu lindo sorriso tomou conta dos seus lábios e não teve como eu não corresponder.





Fim.



Nota da autora: Sem nota.

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