Capítulo Único
Eu estava ansiosa para finalmente voltar para casa, depois de cinco longos anos morando no Brasil fazendo minha especialização em marketing, será maravilhoso estar de volta em Montréal, muita coisa aconteceu nesses cinco anos vivendo aqui no Brasil, uma delas foi me sentir completamente sozinha, mesmo que os brasileiros sejam muito amigáveis e calorosos, no fim do dia eu sempre me via sozinha em meu apartamento.
Entrei no avião e senti meu estômago dar uma cambalhota, eu sei que tenho minha família e meus amigos no Canadá, mesmo assim eu não sei o que esperar quando chegar lá, fiquei as dez hora de voo ansiosa pelo desembarque, pelo momento de encontrar meus amigos e família, sinceramente não sei quem vai estar me esperando no aeroporto mas sei que terão pessoas que eu amo. Quando pousamos depois dessas dez longas horas, assim que sai da sala de desembarque encontrei meus pais e meus amigos me esperando, abracei um por um, quando cheguei no Pierre eu desabei em choro, sinceramente não esperava vê-lo ali, sei que ele tem uma banda que está no auge da fama, então tem shows e muitas outras coisas para fazer.
- Por que não me falou que viria?
- Por ser surpresa! – ele sorriu e me deu um beijo na testa. – Você está bem?
- Agora estou, finalmente em casa.
Ele foi comigo até a casa dos meus pais deixar as malas e fez questão que eu saísse com ele depois, fomos juntos até a praça onde crescemos, ele me pagou um sorvete e nos sentamos no banco da praça.
- Então, me conta tudo, como está sendo a fama Pierre?
- Olha Ana, não vou mentir, ao mesmo tempo que estou amando estou odiando, é complicado conciliar a vida aqui com a rotina de shows sabe? Além de tudo parece que toda garota que conheço só quer ficar comigo por puro interesse.
- Sabe que vocês são bem famosos no Brasil né?
- Não! É sério isso?
- Sim. – dei risada. – A música Perfect e Welcome to my life faz um baita sucesso lá, não para de tocar nas rádios.
- Os meninos precisam saber disso! – ele falou empolgado. – Mas me conta, e você, como foi o intercâmbio?
- Ah, aprendi português o que era uma das minhas metas né, terminei o curso de marketing, mas sinceramente não via a hora de voltar para cá.
- Por que Ana?
- Ah Pierre, é tudo tão complicado lá, as pessoas são muito amigáveis mas no fim você sempre está sozinho sabe? Até em depressão eu caí. – falei meio cabisbaixa.
- Ana, é sério isso?
- Sim...
Ele me abraçou forte e sussurrou um “I’m here for you” no mesmo instante eu comecei a chorar, um choro doído que vinha de dentro, eu sabia que estar ali com ele era tudo o que eu precisava, quando me acalmei olhei para ele que limpou delicadamente meu rosto.
- Sabe Ana, eu senti sua falta. – ele falou em meio ao abraço. – Hoje à noite temos um show, quer ir?
- Claro!
- Ótimo! Assim te apresento para toda a banda e para minha noiva.
- Espera um minuto, você está noivo? – falei encarando ele chocada.
- Sim! Não te contei?
- Não!
- Então, conheci ela entre um show e outro nos Estados Unidos, o nome dela é Lachelle, já falei bastante sobre você para ela, inclusive ela está doida para te conhecer diz que sente que vão ser super amigas.
- Bom, se você está feliz com ela eu quero conhecer ela sim, assim como conhecer a sua banda.
- Te busco hoje as seis, pode ser?
- Combinado! – respondi enquanto checava o relógio que marcavam uma e meia da tarde.
Fomos caminhando em direção a casa dos meus pais, assim que chegamos na frente ele me abraçou e me deu um beijo na testa, sorri em resposta e entrei em casa, segui meu dia normal, desfazendo as malas, lavando roupas que precisavam ser lavadas mesmo sob protestos da minha mãe dizendo que ela lavaria tudo junto mais tarde, brinquei com o labrador dos meus pais e quando me dei conta já eram cinco e meia da tarde, corri para o banho e em meia hora estava pronta para ir ao show com o Pierre, quando pensei em mandar mensagem para ele ouvi uma buzina do lado de fora de casa.
- Filha, o Pierre está aqui na porta! – minha mãe gritou da sala.
- Estou indo!
- Até mais tarde filha, divirta-se! – minha mãe falou me dando um abraço.
- Traz ela de volta inteira, Pierre. – meu pai apoiou a mão em meu ombro e me olhou sério. - Juízo e divirta-se.
- Com certeza senhor Flitch, trarei ela de volta de madrugada. – ele sorriu e meu pai concordou com a cabeça. – Vamos pequena?
- Claro. – respondi empolgada caminhando ao lado dele em direção ao carro. – Quem está no carro com você?
- O Chuck, lembra dele?
- Sim! Achei que ele não iria seguir a carreira musical, fico feliz que ele tenha seguido os sonhos dele. – abri a porta. – Hi Chuck!
- Ana! Quanto tempo! – Chuck sorriu e estendeu a mão. – É bom te ver! O Pierre só me falou que iríamos buscar uma amiga, não falou que era você!
Entrei no carro me sentindo bem confortável e como se estivesse encontrado meu lugar novamente, nós seguimos em direção à casa de shows onde o restante da banda estava, a namorada do Pierre iria para lá depois do show, eu estava super ansiosa para conhecer todos, mesmo algo me dizendo que eu já conhecia todos eles o Pierre se recusava a dizer quem eram os integrantes, para ser sincera eu também não quis procurar na internet para não estragar a surpresa.
Quando chegamos a casa de show passamos na frente da fila, que estava bem grande inclusive, estacionamos na parte de trás do lugar e descemos do carro, eu parei olhando tudo e pensando o como era bom estar de volta a minha terra natal, com meus amigos, minha família, também era ótimo ver o quanto o meu melhor amigo estava bem e seguindo seu sonho.
- Ana? É você mesmo?
Eu congelei quando ouvi a voz dele, Jeff, o meu crush de infância estava ali, ele era quatro anos mais velho do que eu e sinceramente eu nunca tive coragem de contar para ninguém sobre meu crush nele, virei lentamente em direção a ele e reparei que junto com ele estava o Seb que também era muito amigo do Pierre, atrás deles tinha uma moça loira que eu deduzi ser a Lachelle, noiva do Pierre.
- Oi Jeff... Quanto tempo... – senti meu rosto queimar.
- Ana! Você voltou! – Seb veio apressado em minha direção e me abraçou forte.
- Saudades de vocês todos, sério.
- Vem vamos entrar. – Pierre falou caminhando em direção a entrada do lugar e abraçando a loira.
Eu entrei abraçada com o Jeff e com o Seb seguindo o Pierre, a Lachelle e o Chuck, quando entramos fomos direto ao camarim, me sentei em uma das cadeiras que tinha por ali e fiquei observando a rotina deles, eu realmente estava feliz de estar ali, de volta com meus amigos e de ver o quanto eles estavam dando certo com a banda. Eles se arrumaram e foram em direção ao palco para passar o som, a Lachelle se sentou na minha frente, ela estava nitidamente curiosa comigo.
- Então, você conhece eles há quanto tempo?
- Olha, para ser sincera há anos, eu parei de contar quando chegou aos oito anos de amizade. – dei risada. – nós todos estudamos no mesmo colégio, vi a época em que o Pierre estava no Reset com o Chuck ainda.
- Nossa pelo que eles contam isso tem um bom tempo já.
- Realmente tem. – sorri com as lembranças que invadiram minha mente. – Eu me mudei para o Brasil para estudar, parando para pensar agora, não foi a melhor das escolhas, mas só fui perceber isso depois de dois anos lá.
- O que aconteceu?
- Olha, o Brasil pode parecer o melhor dos países para morar, um lugar quente, com pessoas bem comunicativas, porém no fim do dia você está sempre sozinho, acaba percebendo que os amigos que saem com você na verdade são só os amigos de barzinho, eram poucos com quem eu podia contar de verdade.
- Sinto muito por você ter passado por isso, de verdade. – ela apoiou a mão na minha. – O Pierre sempre falou muito bem de você, se você precisar de algo tanto ele quanto eu estamos aqui, saiba que eu não vou ser o tipo de namorada que vai impedir ele de ver a melhor amiga.
- Obrigada, de verdade, tudo o que eu preciso no momento é estar junto com quem eu amo, eles são essas pessoas. – sorri segurando a mão dela. – Agora, eu estou curiosíssima com o show deles, vamos ver do canto do palco?
- Claro!
Ela sorriu e fomos em direção a lateral do palco, nós ficamos ali no cantinho e curtimos o show todo dali, foi uma experiência incrível ver eles tocando com tanta energia e amor pelo que fazem, quando o show acabou eles voltaram para o camarim e eu os segui pensando naquela espécie de bandeira com o logo da banda que ficava atrás da bateria, peguei meu celular e enquanto eles conversavam e pegavam algo para beber eu me concentrei em criar algo grande e bonito com a logo deles.
- Ana, tá fazendo o que tão concentrada no celular? – Jeff perguntou se sentando ao meu lado.
- Então, pensei em algo novo para vocês colocarem atrás da bateria. – sorri quando notei que todos estavam me olhando. – Olha só. – entreguei meu celular nas mãos do Chuck e todos se reuniram ao redor dele.
- Eu gostei, mas qual o problema com nossa bandeira?
- Achei pequena demais, quem está no fundo da plateia não vai conseguir ver, nesse esquema que desenhei são bandeiras maiores e que vocês podem fazer várias com as capas dos cds e vocês, assim conforme vocês trocam o cd que estão tocando a bandeira do fundo troca também. – eles se entreolharam e logo concordaram com algo que eu não entendi.
- Ana, você já está trabalhando em algum lugar?
- Não, eu cheguei hoje, esqueceu?
- Bom, em nome da banda inteira, gostaríamos de saber se você quer trabalhar com a gente, como nossa agente de marketing.
- Claro! – respondi empolgada e eles ficaram um pouco surpresos com a resposta rápida.
- Eu tinha criado um discurso enorme para caso você falasse que ia pensar, essa foi fácil. – Seb deu risada. – Seja bem vinda ao time!
- Eu jamais recusaria trabalhar com meus melhores amigos. – dei risada. – Obrigada guys.
Um mês depois
Um mês se passou desde que comecei a trabalhar com a banda, eu sou a responsável pelo marketing geral da banda, isso inclui redes sociais, site, criar design de ingressos, aprovar publicidades, enfim, muita coisa, nesse um mês com eles eu consegui alugar um canto para morar e por coincidência meu vizinho é o Jeff, então nós dois começamos a nos ver com bastante frequência, até mais do que quando estávamos no colégio. A campainha tocou e eu desci correndo as escadas para atender.
- Hey Jeff!
- Está pronta para sair?
- Não... Por que?
- Você não viu a mensagem né? – ele suspirou enquanto eu neguei com a cabeça. – Bom, eu te mandei mensagem perguntando se você quer ir jantar comigo.
- Claro que quero! Entra que em dez minutos fico pronta, onde vamos?
- Surpresa.
- E como vou me vestir apropriadamente para ir em um lugar que nem sei onde é?
- Hm, esporte fino?
- Vestido, entendi.
Subi para o quarto enquanto ele me esperou na sala, demorei um pouco para achar o vestido que eu queria em meio à confusão de roupas que estava meu armário, quando encontrei o vestido preto com alças finas e um decote suave eu o vesti, coloquei um sapato baixo e desci as escadas.
- Wow...
- Estou pronta, vamos?
- Você está maravilhosa, se arrumou em literalmente dez minutos?
- Sim, o que mais demorou foi encontrar o vestido no armário. – dei risada.
- Então vamos.
Ele me levou para jantar em um restaurante chique da região, se eu soubesse teria me arrumado melhor mas acho que a roupa que eu estava deu certo para a ocasião. Depois do restaurante fomos passear em um parque em frente à universidade, enquanto caminhávamos ele passou a mão pela minha cintura, era nítido o receio que ele tinha naquele momento, eu rapidamente retribui o gesto passando a mão pela cintura dele também, notei que ele ficou mais confortável e me olhou.
- Sabe... – ele começou a falar e olhou para frente novamente. – Eu sempre fui a fim de você.
- Sério?
- Sim, o Pierre me disse esses dias atrás que você também sempre foi a fim de mim, se eu soubesse disso antes com certeza teria feito isso há muito tempo.
- Isso o que?
Ele parou de caminhar e ficou de frente para mim, a mão dele acariciou com delicadeza meu rosto e me puxou levemente, senti meu rosto queimar no mesmo instante e venci o espaço que tinha entre nós selando nossos lábios, o beijo se intensificou ficando nítido que ambos ansiavam por aquilo há muito tempo, ele terminou o beijo e me abraçou, ficamos ali um tempo abraçados somente curtindo o momento.
De lá voltamos para casa, quando ele estacionou eu rapidamente desci do carro e o esperei para me despedi, não fazia idéia de como seria dali em diante, do que aconteceria com a minha amizade com ele e com os meninos, menos ainda com o meu trabalho, mas estava completamente disposta a me jogar de cabeça naquilo e deixar rolar. Ele me levou até a porta da minha casa onde selou nossos lábios novamente durante tempo o suficiente para eu sentir meu rosto corar novamente apesar do frio, quando ele se afastou um pouco eu o puxei para um abraço.
- Olha, não sei como vai ser daqui pra frente.
- Ana, para mim nós estamos saindo.
- Tipo de rolo?
- Tipo namorados... – ele arqueou uma sobrancelha. – Acho que você perdeu mesmo os costumes canadenses. – deu risada.
- Dá um desconto foram uns bons anos no Brasil, os costumes lá são bem diferentes. - Sei disso. – ele sorriu. – Está preparada para lidar com as fãs de lá?
- Honey eu nunca vou estar preparada para lidar com a fanbase, seja de onde for, mas estou preparada para tentar.
Ele sorriu, se despediu de mim novamente e foi para a casa dele, daquele momento em diante nós dois ficamos mais juntos do que nunca, contamos para a banda que estávamos namorando e claro, todos vibraram, acompanhei eles nas turnês ao redor do mundo e a banda estava em constante crescimento, a fanbase deles ficava maior a cada dia. Definitivamente começar a trabalhar com eles foi o antídoto para a minha situação quando voltei para o Canadá, hoje eu sou uma pessoa completamente diferente.
Entrei no avião e senti meu estômago dar uma cambalhota, eu sei que tenho minha família e meus amigos no Canadá, mesmo assim eu não sei o que esperar quando chegar lá, fiquei as dez hora de voo ansiosa pelo desembarque, pelo momento de encontrar meus amigos e família, sinceramente não sei quem vai estar me esperando no aeroporto mas sei que terão pessoas que eu amo. Quando pousamos depois dessas dez longas horas, assim que sai da sala de desembarque encontrei meus pais e meus amigos me esperando, abracei um por um, quando cheguei no Pierre eu desabei em choro, sinceramente não esperava vê-lo ali, sei que ele tem uma banda que está no auge da fama, então tem shows e muitas outras coisas para fazer.
- Por que não me falou que viria?
- Por ser surpresa! – ele sorriu e me deu um beijo na testa. – Você está bem?
- Agora estou, finalmente em casa.
Ele foi comigo até a casa dos meus pais deixar as malas e fez questão que eu saísse com ele depois, fomos juntos até a praça onde crescemos, ele me pagou um sorvete e nos sentamos no banco da praça.
- Então, me conta tudo, como está sendo a fama Pierre?
- Olha Ana, não vou mentir, ao mesmo tempo que estou amando estou odiando, é complicado conciliar a vida aqui com a rotina de shows sabe? Além de tudo parece que toda garota que conheço só quer ficar comigo por puro interesse.
- Sabe que vocês são bem famosos no Brasil né?
- Não! É sério isso?
- Sim. – dei risada. – A música Perfect e Welcome to my life faz um baita sucesso lá, não para de tocar nas rádios.
- Os meninos precisam saber disso! – ele falou empolgado. – Mas me conta, e você, como foi o intercâmbio?
- Ah, aprendi português o que era uma das minhas metas né, terminei o curso de marketing, mas sinceramente não via a hora de voltar para cá.
- Por que Ana?
- Ah Pierre, é tudo tão complicado lá, as pessoas são muito amigáveis mas no fim você sempre está sozinho sabe? Até em depressão eu caí. – falei meio cabisbaixa.
- Ana, é sério isso?
- Sim...
Ele me abraçou forte e sussurrou um “I’m here for you” no mesmo instante eu comecei a chorar, um choro doído que vinha de dentro, eu sabia que estar ali com ele era tudo o que eu precisava, quando me acalmei olhei para ele que limpou delicadamente meu rosto.
- Sabe Ana, eu senti sua falta. – ele falou em meio ao abraço. – Hoje à noite temos um show, quer ir?
- Claro!
- Ótimo! Assim te apresento para toda a banda e para minha noiva.
- Espera um minuto, você está noivo? – falei encarando ele chocada.
- Sim! Não te contei?
- Não!
- Então, conheci ela entre um show e outro nos Estados Unidos, o nome dela é Lachelle, já falei bastante sobre você para ela, inclusive ela está doida para te conhecer diz que sente que vão ser super amigas.
- Bom, se você está feliz com ela eu quero conhecer ela sim, assim como conhecer a sua banda.
- Te busco hoje as seis, pode ser?
- Combinado! – respondi enquanto checava o relógio que marcavam uma e meia da tarde.
Fomos caminhando em direção a casa dos meus pais, assim que chegamos na frente ele me abraçou e me deu um beijo na testa, sorri em resposta e entrei em casa, segui meu dia normal, desfazendo as malas, lavando roupas que precisavam ser lavadas mesmo sob protestos da minha mãe dizendo que ela lavaria tudo junto mais tarde, brinquei com o labrador dos meus pais e quando me dei conta já eram cinco e meia da tarde, corri para o banho e em meia hora estava pronta para ir ao show com o Pierre, quando pensei em mandar mensagem para ele ouvi uma buzina do lado de fora de casa.
- Filha, o Pierre está aqui na porta! – minha mãe gritou da sala.
- Estou indo!
- Até mais tarde filha, divirta-se! – minha mãe falou me dando um abraço.
- Traz ela de volta inteira, Pierre. – meu pai apoiou a mão em meu ombro e me olhou sério. - Juízo e divirta-se.
- Com certeza senhor Flitch, trarei ela de volta de madrugada. – ele sorriu e meu pai concordou com a cabeça. – Vamos pequena?
- Claro. – respondi empolgada caminhando ao lado dele em direção ao carro. – Quem está no carro com você?
- O Chuck, lembra dele?
- Sim! Achei que ele não iria seguir a carreira musical, fico feliz que ele tenha seguido os sonhos dele. – abri a porta. – Hi Chuck!
- Ana! Quanto tempo! – Chuck sorriu e estendeu a mão. – É bom te ver! O Pierre só me falou que iríamos buscar uma amiga, não falou que era você!
Entrei no carro me sentindo bem confortável e como se estivesse encontrado meu lugar novamente, nós seguimos em direção à casa de shows onde o restante da banda estava, a namorada do Pierre iria para lá depois do show, eu estava super ansiosa para conhecer todos, mesmo algo me dizendo que eu já conhecia todos eles o Pierre se recusava a dizer quem eram os integrantes, para ser sincera eu também não quis procurar na internet para não estragar a surpresa.
Quando chegamos a casa de show passamos na frente da fila, que estava bem grande inclusive, estacionamos na parte de trás do lugar e descemos do carro, eu parei olhando tudo e pensando o como era bom estar de volta a minha terra natal, com meus amigos, minha família, também era ótimo ver o quanto o meu melhor amigo estava bem e seguindo seu sonho.
- Ana? É você mesmo?
Eu congelei quando ouvi a voz dele, Jeff, o meu crush de infância estava ali, ele era quatro anos mais velho do que eu e sinceramente eu nunca tive coragem de contar para ninguém sobre meu crush nele, virei lentamente em direção a ele e reparei que junto com ele estava o Seb que também era muito amigo do Pierre, atrás deles tinha uma moça loira que eu deduzi ser a Lachelle, noiva do Pierre.
- Oi Jeff... Quanto tempo... – senti meu rosto queimar.
- Ana! Você voltou! – Seb veio apressado em minha direção e me abraçou forte.
- Saudades de vocês todos, sério.
- Vem vamos entrar. – Pierre falou caminhando em direção a entrada do lugar e abraçando a loira.
Eu entrei abraçada com o Jeff e com o Seb seguindo o Pierre, a Lachelle e o Chuck, quando entramos fomos direto ao camarim, me sentei em uma das cadeiras que tinha por ali e fiquei observando a rotina deles, eu realmente estava feliz de estar ali, de volta com meus amigos e de ver o quanto eles estavam dando certo com a banda. Eles se arrumaram e foram em direção ao palco para passar o som, a Lachelle se sentou na minha frente, ela estava nitidamente curiosa comigo.
- Então, você conhece eles há quanto tempo?
- Olha, para ser sincera há anos, eu parei de contar quando chegou aos oito anos de amizade. – dei risada. – nós todos estudamos no mesmo colégio, vi a época em que o Pierre estava no Reset com o Chuck ainda.
- Nossa pelo que eles contam isso tem um bom tempo já.
- Realmente tem. – sorri com as lembranças que invadiram minha mente. – Eu me mudei para o Brasil para estudar, parando para pensar agora, não foi a melhor das escolhas, mas só fui perceber isso depois de dois anos lá.
- O que aconteceu?
- Olha, o Brasil pode parecer o melhor dos países para morar, um lugar quente, com pessoas bem comunicativas, porém no fim do dia você está sempre sozinho, acaba percebendo que os amigos que saem com você na verdade são só os amigos de barzinho, eram poucos com quem eu podia contar de verdade.
- Sinto muito por você ter passado por isso, de verdade. – ela apoiou a mão na minha. – O Pierre sempre falou muito bem de você, se você precisar de algo tanto ele quanto eu estamos aqui, saiba que eu não vou ser o tipo de namorada que vai impedir ele de ver a melhor amiga.
- Obrigada, de verdade, tudo o que eu preciso no momento é estar junto com quem eu amo, eles são essas pessoas. – sorri segurando a mão dela. – Agora, eu estou curiosíssima com o show deles, vamos ver do canto do palco?
- Claro!
Ela sorriu e fomos em direção a lateral do palco, nós ficamos ali no cantinho e curtimos o show todo dali, foi uma experiência incrível ver eles tocando com tanta energia e amor pelo que fazem, quando o show acabou eles voltaram para o camarim e eu os segui pensando naquela espécie de bandeira com o logo da banda que ficava atrás da bateria, peguei meu celular e enquanto eles conversavam e pegavam algo para beber eu me concentrei em criar algo grande e bonito com a logo deles.
- Ana, tá fazendo o que tão concentrada no celular? – Jeff perguntou se sentando ao meu lado.
- Então, pensei em algo novo para vocês colocarem atrás da bateria. – sorri quando notei que todos estavam me olhando. – Olha só. – entreguei meu celular nas mãos do Chuck e todos se reuniram ao redor dele.
- Eu gostei, mas qual o problema com nossa bandeira?
- Achei pequena demais, quem está no fundo da plateia não vai conseguir ver, nesse esquema que desenhei são bandeiras maiores e que vocês podem fazer várias com as capas dos cds e vocês, assim conforme vocês trocam o cd que estão tocando a bandeira do fundo troca também. – eles se entreolharam e logo concordaram com algo que eu não entendi.
- Ana, você já está trabalhando em algum lugar?
- Não, eu cheguei hoje, esqueceu?
- Bom, em nome da banda inteira, gostaríamos de saber se você quer trabalhar com a gente, como nossa agente de marketing.
- Claro! – respondi empolgada e eles ficaram um pouco surpresos com a resposta rápida.
- Eu tinha criado um discurso enorme para caso você falasse que ia pensar, essa foi fácil. – Seb deu risada. – Seja bem vinda ao time!
- Eu jamais recusaria trabalhar com meus melhores amigos. – dei risada. – Obrigada guys.
Um mês depois
Um mês se passou desde que comecei a trabalhar com a banda, eu sou a responsável pelo marketing geral da banda, isso inclui redes sociais, site, criar design de ingressos, aprovar publicidades, enfim, muita coisa, nesse um mês com eles eu consegui alugar um canto para morar e por coincidência meu vizinho é o Jeff, então nós dois começamos a nos ver com bastante frequência, até mais do que quando estávamos no colégio. A campainha tocou e eu desci correndo as escadas para atender.
- Hey Jeff!
- Está pronta para sair?
- Não... Por que?
- Você não viu a mensagem né? – ele suspirou enquanto eu neguei com a cabeça. – Bom, eu te mandei mensagem perguntando se você quer ir jantar comigo.
- Claro que quero! Entra que em dez minutos fico pronta, onde vamos?
- Surpresa.
- E como vou me vestir apropriadamente para ir em um lugar que nem sei onde é?
- Hm, esporte fino?
- Vestido, entendi.
Subi para o quarto enquanto ele me esperou na sala, demorei um pouco para achar o vestido que eu queria em meio à confusão de roupas que estava meu armário, quando encontrei o vestido preto com alças finas e um decote suave eu o vesti, coloquei um sapato baixo e desci as escadas.
- Wow...
- Estou pronta, vamos?
- Você está maravilhosa, se arrumou em literalmente dez minutos?
- Sim, o que mais demorou foi encontrar o vestido no armário. – dei risada.
- Então vamos.
Ele me levou para jantar em um restaurante chique da região, se eu soubesse teria me arrumado melhor mas acho que a roupa que eu estava deu certo para a ocasião. Depois do restaurante fomos passear em um parque em frente à universidade, enquanto caminhávamos ele passou a mão pela minha cintura, era nítido o receio que ele tinha naquele momento, eu rapidamente retribui o gesto passando a mão pela cintura dele também, notei que ele ficou mais confortável e me olhou.
- Sabe... – ele começou a falar e olhou para frente novamente. – Eu sempre fui a fim de você.
- Sério?
- Sim, o Pierre me disse esses dias atrás que você também sempre foi a fim de mim, se eu soubesse disso antes com certeza teria feito isso há muito tempo.
- Isso o que?
Ele parou de caminhar e ficou de frente para mim, a mão dele acariciou com delicadeza meu rosto e me puxou levemente, senti meu rosto queimar no mesmo instante e venci o espaço que tinha entre nós selando nossos lábios, o beijo se intensificou ficando nítido que ambos ansiavam por aquilo há muito tempo, ele terminou o beijo e me abraçou, ficamos ali um tempo abraçados somente curtindo o momento.
De lá voltamos para casa, quando ele estacionou eu rapidamente desci do carro e o esperei para me despedi, não fazia idéia de como seria dali em diante, do que aconteceria com a minha amizade com ele e com os meninos, menos ainda com o meu trabalho, mas estava completamente disposta a me jogar de cabeça naquilo e deixar rolar. Ele me levou até a porta da minha casa onde selou nossos lábios novamente durante tempo o suficiente para eu sentir meu rosto corar novamente apesar do frio, quando ele se afastou um pouco eu o puxei para um abraço.
- Olha, não sei como vai ser daqui pra frente.
- Ana, para mim nós estamos saindo.
- Tipo de rolo?
- Tipo namorados... – ele arqueou uma sobrancelha. – Acho que você perdeu mesmo os costumes canadenses. – deu risada.
- Dá um desconto foram uns bons anos no Brasil, os costumes lá são bem diferentes. - Sei disso. – ele sorriu. – Está preparada para lidar com as fãs de lá?
- Honey eu nunca vou estar preparada para lidar com a fanbase, seja de onde for, mas estou preparada para tentar.
Ele sorriu, se despediu de mim novamente e foi para a casa dele, daquele momento em diante nós dois ficamos mais juntos do que nunca, contamos para a banda que estávamos namorando e claro, todos vibraram, acompanhei eles nas turnês ao redor do mundo e a banda estava em constante crescimento, a fanbase deles ficava maior a cada dia. Definitivamente começar a trabalhar com eles foi o antídoto para a minha situação quando voltei para o Canadá, hoje eu sou uma pessoa completamente diferente.
Fim.
Nota da autora: Sem nota.
Outras Fanfics:
SE NÃO HOUVER, APAGUE
Outras Fanfics:
SE NÃO HOUVER, APAGUE