Finalizada em: 19/11/2021
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Capítulo Único

— Eu posso ir sozinha, ! — A garota respondeu recolhendo suas coisas — sem contar que não é tão longe daqui, o tem coisas melhores para fazer.
— Ele não tem não! — a irmã mais nova de disse aparecendo na porta da sala em que todos ainda estavam reunidos após as aulas daquele dia terem acabado — ele só precisa ficar comigo por uma hora até nossos pais chegarem em casa, por isso mamãe me deixou aqui mais cedo.
— Mas ainda sim, eu não faria vocês irem comigo contra a vontade de vocês — ela sorriu se aproximando da mais nova que a abraçou com carinho — espera, você ficou a manhã toda na cafeteria esperando por ele?
A mais nova balançou a cabeça positivamente.
— ela chamou o irmão mais velho de forma carinhosa ainda abraçada a — não podemos ir com ela? Podemos aproveitar e comer alguma coisa gostosa, sua cafeteria não tem muitas opções para o tanto de dinheiro que você me deu de manhã.
— Nós iríamos mesmo que ela não quisesse — ele disse com a cara fechada enquanto tirava as chaves do carro de seu bolso — e você está em fase de crescimento, te dei o suficiente para comprar leite de morango.
Ele disse fazendo todos darem risada.
— Meu Deus, ! — exclamou rindo — então já que vamos juntos, porque não fazemos ele te pagar um daqueles lanches que você tanto gosta?
— É exatamente por isso que você deveria ser namorada dele, — ela disse deixando sem graça — eu quero minhas preferências, você seria a melhor irmã adotada de todas.
— O nome certo é cunhada — corrigiu deixando mais sem graça ainda com o rumo da conversa.
e ela trocaram olhares já sabendo entre si sobre o quanto aquele tipo de assunto a afetava.
A verdade era que e eram amigos a anos e assim como a amizade deles era especial, os sentimentos de também eram.
Ela tinha um crush enorme por ele desde que se conheceram, mas nunca falaria sobre isso com ninguém, além de , e .
Seus melhores amigos e confidentes.
— Então podemos ir? — a mais nova perguntou quebrando a troca de olhares entre e o amigo — eu estou morrendo de vontade de comer aquele lanche.
— Que vai continuar com vontade — ele respondeu bagunçando os fios de cabelo da irmã — porque a mamãe disse que ia cozinhar hoje e se ela souber que eu te dei o que comer antes do almoço, ela surta.
— Então, pode ir almoçar em casa — ela respondeu sorrindo.
— Você não acha que precisa perguntar se ela quer ou não, primeiro? — ele disse se afastando da irmã mais nova, indo em direção a amiga.
Ele se aproximou, pegou com cuidado a mochila que ela trazia nas mãos e juntou com a de sua irmã, carregando consigo.
vai com a gente? — perguntou intercalando o olhar entre e o amigo.
— Hoje não — ele respondeu — preciso terminar algumas coisas em casa e ir para o estúdio.
— Você vai trabalhar hoje? — ela perguntou se preocupando com o mais novo por ele ter aula na manhã seguinte e ainda ter que trabalhar até mais tarde.
— Sim, mas não volto tarde, então, não se preocupe — ele disse tranquilizando — Jake e estarão por lá também.
— Qualquer coisa você me liga — ela disse dando um abraço no amigo.
riu por saber que o ciúmes de por era um ponto fraco nele, visível e bem claro para qualquer um que os conhecesse, ou, não.
— Vamos? — disse assim que a viu soltar o mais novo.
sacudiu a cabeça positivamente o seguindo até a porta depois de terem se despedido do amigo que ficaria na sala por mais alguns minutos, pela última vez.
abriu a porta do carro e ajudou sua irmã no banco de trás a colocar o cinto de segurança, mas antes, abriu a de , como um ato automático e costumeiro.
Ele sempre a tratava assim e ela sempre se surpreendia.
— Wow! — pode escutar a menor dizer assim que chegaram na nova loja de materiais escolares que havia aberto na cidade.
precisava comprar algumas coisas com urgência por conta de um trabalho que tinha para o final do mês, ela não podia negar, estar ali com a fazia se sentir bem, por algum motivo.
— Eu já disse que você precisa parar de crescer? — ela disse vendo ele pegar algo em uma prateleira alta perto dela — não, sério — ela se aproximou dele sorrindo — você cresceu muito durante esses anos — ela disse juntando seu braço com o dele de uma forma carinhosa.
— Você já parou para pensar que você quem pode ser a baixinha demais da historia? — ele disse abaixando para ficar do tamanho dela.
Ambos deram risada.
— Não, ainda acho que você quem anda crescendo demais — ela disse rindo, se desprendendo dele e indo olhar as coisas pelo local.
, você bem que podia comprar um caderno desses de sereia para mim — a irmã dele disse admirada fazendo com que ele disse e fosse até ela.
Algum tempo havia passado desde que haviam chegado na loja e nada do que precisava estava nela, seu estresse havia aumentado porque no final, havia trazido os dois com ela e sequer iria comprar algo. Além disso, precisava comprar esses materiais sem falta até o próximo dia de manhã, já que teria que começar o projeto com o grupo que havia sido designado na parte da tarde.
— Eu não queria ter feito vocês virem por nada — ela disse se sentindo mal por estarem saindo da loja sem nenhum dos materiais — mas realmente não encontrei nada do que precisava.
— Está tudo bem, — a irmã mais nova de disse — pelo menos eu ganhei a promessa do de que na próxima vez que voltarmos ele irá comprar um daqueles cadernos que eu mostrei.
— Ela sabe negociar — ele disse olhando para a menor de canto de olho, fazendo com que a mesma desse risada.
Na loja enquanto procurava por suas coisas, eles conversavam e viam ao redor. A mais nova insistia no assunto de que deveria chamar a amiga para sair ou melhor, de início, ela insistia que ele deveria fazer de sua namorada, mas entendeu o quanto o irmão ficava nervoso e sem saber o que responder quando ela dizia essas coisas.
Foi quando ela aproveitou e disse a ele que não contaria nada a se ele prometesse que da próxima vez que voltariam ali lhe comprasse um daqueles cadernos que tanto havia gostado.
— Será que a mamãe já chegou? — , a irmã mais nova disse descendo do carro com rapidez assim que estacionaram não garagem da casa de .
— Mandei mensagem avisando que estávamos trazendo e ela me disse que já estava fazendo o almoço — ele respondeu fechando sua porta.
— Então quer dizer que você é a famosa, ? — escutou uma voz vindo de trás de si — eu escutei muito sobre você.
Os olhos de se arregalaram e suas bochechas coraram pelo comentário.
— Você vai deixar ela introvertida de novo, mãe — outra voz surgiu de trás da figura feminina.
A mãe e a irmã do meio riram.
conhecia bem a irmã mais nova do garoto. Desde que ela e começaram a ter o mesmo ciclo de amizades quando Jake os apresentou, acabou conhecendo a garota porque frequentavam a mesma escola e conversavam vez ou outra.
— Ela não me parece nenhum pouco introvertida — a mãe disse despreocupada. — Mas quando se trata do , ela fica — a mais nova disse.
riu do comentário.
Ela e haviam se tornado amigas, nada tão próximo mas também nada muito afastado. A mesma sempre fazia comentários como aquele por sempre dizer que era “fã número um” do “casal”.
— Venha querida, precisamos colocar o papo em dia — a mãe disse envolvendo os braços com os da garota para levá-la à sala.
— É um prazer finalmente conhecê-la — disse rindo da atitude da mãe.
Mas, antes que pudessem se mover e realmente sentar para conversar como a mãe dele estava querendo há dias, recebeu uma ligação.
— Desculpem, eu preciso atender — disse se desculpando e recebendo respostas positivas de todos.
No meio da ligação ela riu vendo revirando os olhos para a mãe que arrumava seu uniforme e falava algo que provavelmente o incomodava já que suas irmãs, e riam descontroladamente.
— Desculpem — disse se aproximando um pouco sem graça — mas acho que hoje não vou conseguir almoçar com vocês.
a olhou confuso, as irmãs se entreolharam e a mãe deles a olhou de forma questionadora.
— Yura acabou de me ligar — ela disse primeiro a ele que esperava por sua explicação virando em seguida sua atenção a mais velha que estava com uma expressão de pena em seu rosto — eles precisam de mim no trabalho, alguma coisa aconteceu, eu não entendi muito bem mas acho que algumas das roupas do evento que acontece na próxima semana vieram com alguns defeitos corrigíveis e a prova inicial é amanhã, o que significa que eu vou ter que revisar todas até tarde.
— Eu tinha esquecido que você era representante do clube de moda da faculdade — disse revirando os olhos — você não tem folga nem mesmo nos finais de semana.
— Representante do clube de moda? — a mãe perguntou admirada — o que fazem nesses clubes de faculdades na atualidade?
— Desfiles — , e disseram juntos.
— Desfiles, figurinos e até mesmo ajudamos na organização de peças de teatros — respondeu rindo — estará no evento que teremos na escola na próxima semana, eu o intimei a convidar vocês já que na última vez ficou brava comigo por não tê-la avisado.
— Você vai estar no desfile da próxima semana? — e perguntaram juntas.
Ele sacudiu a cabeça positivamente.
— Ele, Jake, e…— ela foi interrompida por .
— A primeira e única representante do clube de moda — ele disse sorrindo.
— Você vai desfilar? — A voz de e saíram agudas, indicando a surpresa em estarem sabendo daquilo tão de repente.
balançou a cabeça positivamente rindo.
— Qual o problema dela desfilar? — a mãe perguntou curiosa.
— Basicamente porque essa pessoinha aqui — ele disse colocando uma das mãos sobre a cabeça dela — não gosta de chamar a atenção e sempre prefere ficar nos bastidores não importa o quanto insistam — balançou a sentiu rindo.
— Mas dessa vez a direção me obrigou a fazer parte já que o último teve um ótimo resultado com os olheiros — ela deu de ombros — eu insisti mas eles disseram que eu dependia disso para permanecer como representante do clube no próximo ano.
— Injusto te obrigarem mas acho justo todos verem o quão linda você é, eu mesma já estava impressionada apenas com a forma que o falava de você e quando te vi hoje tive certeza de todas as palavras que eu escutei nos raros jantares em famílias que essa casa tem — a mais velha disse rindo e fazendo com que arregalasse os olhos.
ficou sem graça com o comentário, afinal, saber que falam de você sem que você esteja presente sempre deixa as pessoas com uma pulga atrás da orelha.
— De qualquer forma, obrigado por terem me oferecido o almoço hoje, é uma pena não poder aproveitar a oportunidade para elogiar o almoço feito pela senhora — ela disse de forma respeitosa — em casa não temos almoços em família então foi realmente legal ter sido convidada por vocês.
— Quem disse que você não irá elogiar minha culinária ainda? — a mãe disse rindo — pode não ser hoje, mas o convite continua de pé, apenas avise a quando você estiver disponível e ele me passa o recado.
— Pode deixar! — ela respondeu.
Ia dizer mais alguma coisa mas um trovão soou de repente.
— Melhor eu ir antes que comece a chover — ela disse olhando o horário em seu celular para confirmar que estava a tempo de pegar o ônibus — vejo vocês na segunda — disse se despedindo das irmãs — e mais uma vez foi um prazer em conhecê-la — disse por último se despedindo da mãe.
— O mesmo querida — ela disse sorrindo.
a acompanhou até a saída e no mesmo momento uma certa preocupação surgiu. O céu não parecia nada bom e uma forte chuva parecia vir, ele pensou em pedir para que ela ficasse mais um pouco ou para que não fosse e adiasse as provas de roupas da manhã seguinte, mas sabia que aquilo era importante para ela então não tentou impedi-la.
— Te vejo amanhã, não se atrase — ela disse dando um beijo na bochecha do garoto que assentiu rindo porém um pouco frustrado.
Ele observou ela por um tempo, fechou o portão e foi direto à sala onde todos já se encontravam conversando até a alguns minutos a companhia tocar mais uma vez.
, vá abrir, deve ser seu pai — a mais velha disse distribuindo os pratos pela mesa.
A garota foi até a porta dando de cara com mais uma vez.
— Quando estávamos no carro acabou ficando com a minha bolsa — ela diz ofegante — e eu esqueci.
— Entra — a mais nova disse dando espaço — Ya, ! você esqueceu de devolver a bolsa da .
— Oh, é verdade! — a mais nova disse indo em direção ao carro e pegando a bolsa branca, enquanto observava a amiga ofegante por ter corrido até a casa — eu tinha esquecido, me desculpa.
— Tudo bem! — ela disse pegando a bolsa — vejo vocês depois — disse mandando um aceno de despedida a antes de se retirar outra vez.
saiu pela porta mas se lembrou de algo que estava em sua bolsa.
— Ah, ! — ela chamou antes que a garota fechasse a porta — entrega isso para seu irmão por mim? — ela entregou uma pequena Polaroid em que ela e tiraram no festival da universidade a alguns dias atrás — Diga a ele que uma das fotos fica comigo e a outra com ele, foi o que combinamos.
— Tudo bem — a mais nova respondeu sorrindo ao ver os dois fazendo caretas enquanto se abraçavam na foto — vocês combinam, sabia?
corou com o comentário da criança.
— Vejo você na segunda baixinha — se despediu rindo.
entrou na casa mais uma vez, indo em direção a mesa rindo da situação.
— Eu acho que o nosso em breve pode estar indo embora dessa casa — ela disse se sentando ao lado do irmão.
a olhou confuso enquanto comia a salada que estava no prato.
— Meu bem, eu sei que seu irmão tem muitas competições e dificilmente fica em casa, mas, mesmo assim ele continua vivendo aqui — a mãe disse confusa.
— Não é pelas competições de patinação, mamãe — ela disse colocando um pouco de comida em sua boca — é porque ele vai se casar.
que tomava um gole de seu suco na mesma hora engasgou.
— Eu vou o que? — ele perguntou surpreso com o comentário da irmã.
— Casar! — ela disse rindo da cara engraçada que o irmão fez — aqui, vocês já até tiram fotos como um casal, só faltam casar, não é esse o próximo passo de uma relação?
Ela disse de forma tão natural que fez a irmã quase engasgar de tanto rir da cara de , e a mãe não estava diferente, ela a olhava achando fofo a forma que a filha falava e o mais velho se envergonhava.
— Eu…— ele foi falar mas parou sendo surpreendido pelo barulho da chuva caindo e batendo no telhado, de repente.
— Ela deve ter perdido o ônibus por ter voltado para buscar a bolsa — a irmã mais velha disse também prestando atenção de repente no barulho — deveríamos ter emprestado um guarda-chuva a ela.
olhava a foto que havia sido entregue pela irmã e acabou ficando pensativo.
Os dois estavam sentados na cabine de fotos, ela o abraçava enquanto ele segurava sua cabeça de forma carinhosa com as duas mãos, ela sorria com os olhos quase fechados, assim como ele, porém, ele não sorria para a câmera mas sim, para ela.
Ele não aguentava aquela sensação que a cada gota de chuva que caía, assombrava seus pensamentos.
E se ela pegasse chuva no meio do caminho? e se ela ficasse esperando pelo ônibus na chuva? E se ela ficasse doente?
— A comida está ruim, filho? — a mãe o tirou de seus pensamentos chamando sua atenção.
Por alguma razão ela sabia onde estavam seus pensamentos.
— Não, claro que não! — ele disse comendo um pouco.
— Porque você não vai ver se ela precisa de uma carona? — A mãe disse de repente.
— Eu prometo que volto assim que me certificar de que ela vai chegar bem, tá? — ele disse se levantando rapidamente.
Ele deixou um beijo na bochecha da mãe e pegou as chaves do carro que estavam penduradas perto.
— Cuidado com a chuva! — a mais velha disse acenando de longe, vendo ele sair com o carro.

“Onde você está?”

Ele enviou várias mensagens a garota, mas ela não o respondia e provavelmente porque não queria molhar seu celular.
A chuva não estava tão forte, mas mesmo assim era difícil prestar atenção na direção e procurá-la ao mesmo tempo, mas ele a encontrou entrando em outro carro muito bem conhecido e sorrindo de forma brilhante para quem estava no banco do motorista.
Ele pode ver ela o abraçar assim que ele entregou um saco de papel a ela e sorrir de forma animada, ele sentiu ciúmes daquele sorriso no mesmo instante, normalmente seus sorrisos eram direcionados a ele e mesmo que ele estivesse acostumado com ela sendo simpática com todos, ele se sentiu estranho.

“Desculpa, meu celular estava na bolsa”
“Acabei de entrar no carro do
“Ele me ofereceu uma carona para o trabalho”
“E me trouxe um lanche”


O fato da última mensagem conter um coração não o deixava melhor em relação a como ele se sentia. Sentia algo pela amiga a algum tempo e seus amigos sabiam disso, eles diziam que ele perdia tempo em não chamá-la para um encontro logo. Jake era ainda mais direto, ele dizia que ele apenas deveria pedi-la em namoro de uma vez, afinal, não tinha como haver preliminar entre eles.
e haviam tido seus primeiros beijos um com o outro em um jogo de verdade ou desafio, eles eram amigos a anos, ele sabia tudo sobre ela e vice-versa. Jake sabia que ela apenas esperava para que um dia demonstrasse interesse mas também sabia que ela era covarde demais para se confessar a ele, então, se ele não tomasse uma decisão logo, alguém poderia tomar o coração dela — que era dele — e levar para bem longe.
Ele sabia que não faria algo do tipo, eram amigos assim como e ele, mas ainda sim aquele sentimento o preocupou tanto, que ele esqueceu de respondê-la.

“Porque?”
“Aconteceu alguma coisa?”
“Não me fala que eu esqueci mais alguma coisa, meu Deus como eu sou desastrada”
“Você está bem?”


A última veio um pouco depois, ela viu que ele lia suas mensagens mas não respondia, então se preocupou.
, será que você consegue falar com o ? Ver se está tudo bem? — ela disse de repente mudando o olhar do celular para o amigo que dirigia ao lado.
— Hm, — ele disse olhando pelo vidro — esse não é o carro dele?

“Onde você está?”

Ela perguntou observando o carro se distanciar.

“Não se preocupe, estou bem!”
“Aproveite seu tempo com


Era aquele um dos motivos de que os dois ainda não estavam juntos. Ele nunca sabia a hora certa de agir e sempre acabava desistindo ou reprovando a ideia de ser rejeitado por ela, aquilo faria com que eles se distanciassem e ele preferia não tê-la do que perdê-la.

“Te vejo amanhã, não pule refeições!”

Ela não sabia se aquela mensagem a fazia se sentir triste por saber que possivelmente aquele não era ele e que ele não havia ido atrás dela, ou se por algum motivo, ele havia ficado chateado e não insistido em ir atrás dela.

Dia do desfile,
Volcano Theater


— Você está pronta! — escutou dizer assim que se afastou, finalizando o retoque de sua maquiagem.
— Não, estou não! — apavorada.
— Vai! — disse empurrando ela em direção a entrada.
estava prestes a entrar em pânico olhando a entrada da passarela, ela sabia que não iria conseguir fazer aquilo sozinha.
— Finge que isso estava no planejamento — apareceu ao seu lado, fazendo com que suas mãos alcançassem a dela.
Ele havia percebido o quanto ela estava nervosa, a conhecia tão bem que era inevitável não ficar agoniado junto dela. Por isso quando ele andou em sua direção, sabia o que fazer.
Agarrar a mão dela foi um ato impulsivo, mas era a única forma de passar para ela segurança.
Os dois subiram de forma cuidadosa ao palco pois o vestido que a garota usava era longo, eles entraram como um casal, previstos para caminharem naquela passarela juntos e de mãos dadas. Mesmo que aquilo não fosse o planejado, ela relaxou no mesmo instante e colocou a postura que sempre pedia que os modelos usassem em seus desfiles, acompanhado os passos dele.
A música que tocava ao fundo era agitada e ainda sim parecia que algo bem lento tocava ao fundo, a segurança que passava não fazia com que ela se sentisse mal em relação aos flashes das câmeras dos departamentos de fotografia e jornalismo e essa era a primeira vez.
! — ela o chamou assim que ambos saíram do palco e ele ameaçou se afastar dela.
— Huh? — ele continuava com uma forma fria, chateada para conversar e ela percebeu, porque o conhecia muito bem.
— Você quer sair para comer alguma coisa depois que acabarmos por aqui? — ela disse de forma corajosa, nunca pensou que o chamaria para sair assim.
— Você não precisa me recompensar — ele disse tirando a jaqueta preta que usava. — Não estou tentando te recompensar — ela disse confusa — Estou te convidando para um encontro — ela disse, tomando coragem para perguntar — você quer ir a um encontro comigo?
que bebia água ao escutar aquilo engasgou no mesmo momento, se envergonhou já que aquilo chamou a atenção de todos.
— Tudo bem se você não quiser, eu ainda estou com a adrenalina do palco então achei que poderia praticar o que um dos meus filmes favoritos dizem — ela riu sem graça — acho que esse meus vinte segundo de coragem insana foram muito bem gastos — ela sorriu e o coração dele parecia que pularia para fora de seu peito.
Ele não havia conseguido respondê-la por ainda se encontrar em choque, afinal, foi pego de surpresa já que ele planejava chamá-la para sair desde a última vez que se deu conta sobre o quanto ela significa para ele.
— Obrigado por hoje! — ela disse a ele antes de ameaçar sair do local por estarem chamando ela para resolver algo nos figurinos — te vejo depois.
! — ele disse segurando os pulsos dela com delicadeza — eu quero — respondeu afoito — eu quero ir em um encontro com você, na verdade não — ele suspirou — eu não quero apenas ir a um encontro com você, eu quero ser seu.
— Huh? — ela perguntou confusa, não esperava aquela confissão repentina.
— Nos conhecemos por muito tempo, podemos ir a encontros quando quisermos, você escolhe — ele disse sorrindo — mas por mim, eu já seria seu namorado, eu não sei se você quer um tipo de relacionamento assim, mas eu precisava dizer…
— Eu serei sua namorada, . Porém com uma condição — ela disse dando um beijo nos lábios dele que se surpreendeu mas a puxou em seus braços, sem a opção em mente de deixá-la sair dali tão cedo.
— Qual? — ele disse de forma derretida, aquela garota o deixava louco e ele nem sabia quando aquilo havia começado.
— Que você me leve a um primeiro encontro como sua namorada naquela cafeteria nova no fim da rua assim que sairmos daqui — ela disse sorrindo de forma engraçada — eu estou morrendo de vontade de…
— Tomar bubble tea! — ele completou a frase dela.
— Você sempre me conhecendo melhor do que qualquer pessoa! — ela disse rindo — me pergunto como não começamos a namorar antes.
— Porque vocês são dois covardes! — pode ouvir falar de algumas mesas de distância — eu também quero um bubble tea, mereço um por ter aguentado vocês dois cegos de amor por anos.
e eram melhores amigos por anos, mas, também tinham uma história por trás, eles se amavam, tinham de tudo para tentar, mas ainda sim, não eram corajosos o suficiente para agirem e não a nada de errado nisso, o momento certo chegaria mais cedo ou mais tarde.
No final, tudo que era necessário ser feito, havia aprendido, assistindo um filme a anos atrás.
Onde ela aprendeu algo que nunca esqueceu.
Que definitivamente, vinte segundos de uma coragem insana poderia mudar tudo.
Por um único momento, ela deixou de pensar que algo ruim aconteceria e apostou em algo bom, ela se importou em pensar que algo bom também poderia acontecer.
E aconteceu.




Fim



Nota da autora: ao sonho fofo que eu tive e deu origem a essa fic, OBRIGADO!!!! O que eu seria sem você imaginação???? Você é realista demais, mas eu te amo. Se você leu até aqui, muito obrigado! Fico muito agradecida e espero que você tenha gostado.
Xoxo Caleonis

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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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