03. Disappear

Finalizada em: 13/07/2018

Prólogo

O casal de namorados passava o intervalo escolar juntos daquela terça feira ensolarada. Estavam sentados embaixo de uma árvore, ele encostado ao tronco e ela apoiada ao peito dele.
- , daqui uns sete anos será que estaremos juntos? - a adolescente de quinze anos questionou ao namorado.
- Mas é claro, e se bobear será o ano do nosso casamento… - os olhos da garota brilharam diante da fala dele.
- Casaremos então com vinte dois anos – a garota brincava com os dedos do pseudo primo e namorado com um enorme sorriso no rosto.
- Pensa só, melhor idade não há. Até lá a gente vai ter dinheiro para custear uma boa vida.
- Concordo plenamente. E teremos filhos com quantos anos? – ela agora virou metade do corpo para ele, aguardando a resposta.
- Pensei de a gente ter filhos com vinte e seis. E com vinte oito a gente encomenda outro. – ela assentiu.
- Eu que vou escolher o nome dos dois. – ele fez uma mini careta.
- Não mesmo, pelo menos um deles eu tenho que escolher o nome, nem vem – ela fez um bico, que foi desfeito com um selinho que o namorado lhe deu.
- Você escolhe então se for menina, e eu menino, melhor assim?
- Muito melhor – ele sorriu – Temos que ter um cachorro, hein?
- Claro, e um gato também – ela de repente se virou entusiasmada com a família que eles planejavam.
- Que seja, teremos um gato e um cachorro – ele piscou para ela.
- Teremos uma família linda... – os olhos dela se iluminaram.
- Tudo com você fica ainda mais maravilhoso – ele se aproximou da orelha dela e sussurrou – Sabia que eu te amo muito? – ela abriu um lindo sorriso, agora virando o corpo completamente para ele.
- Eu suspeitava, sabe? – ela brincou – Te amo.
- Um amor como o nosso deve ser eterno – sentiu o canto da boca se elevar gradativamente.
- Com certeza, – ela selou o rapaz apaixonadamente. Passaram aqueles vinte cinco minutos trocando carícias, beijos e anseios para um futuro que eles achavam que inevitavelmente aconteceria.



Capítulo Único

Sete anos depois...

sentou-se na cama da melhor maneira que conseguiu, já que aquele tipo de vestido não era o dos melhores para esse movimento. Seu olhar recaiu sobre o anel de diamante em seu dedo anelar direito. Estava noiva e em poucas horas no dedo anelar esquerdo estaria sua aliança de ouro. Ela suspirou fundo, quem diria que aqueles desejos sem fundamentos daquela manhã seriam mesmo realizados? Com algumas grandes modificações, é importante mencionar.
- Licença, querida – sua mãe entrou pelo quarto, a despertando de seus pensamentos.
- Oi, mãe – lágrimas brilhavam nos olhos da senhora.
- Está tão linda, meu amor – ela sentiu um beijo casto em sua testa, e fechou os olhos com o contato.
- Obrigada, mãe – ela sorriu fofamente para ela.
- Está tudo certo com você? É isso mesmo que quer, querida? – franziu o cenho com o questionamento da mãe.
- Sim, é claro. Zac é tudo o que eu sempre quis – ela encarou a mãe em dúvida – Por que me pergunta isso?
- Eu não sei, te sinto um pouco hesitante – a mãe enrugou o nariz enquanto encarava a filha.
- Não estou, impressão sua – ela forçou um sorriso, direcionando o olhar ao chão - É que nesse momento passam tantas coisas na minha cabeça... Parece que minha vida virou um filme diante de meus olhos e eu estou apenas com uma telespectadora.
- Eu sei o que está sentindo, meu amor – a mãe fez um carinho na bochecha da filha - Vai dar tudo certo, querida. Você entrará naquela igreja e ao fim do percurso Zac estará lá para te receber com os braços abertos. – suspirou concordando.
- Sim, que Deus te ouça - sorriu para a mãe.
- Filha, eu tenho uma notícia um pouco complicada, mas antes que se desespere eu já dei um jeito – a moça prendeu a respiração, temendo o que tivesse que escutar - a limusine não conseguirá chegar a tempo, o pneu furou – a interrompeu, alarmada.
- Como é que é, mãe? – ela empalideceu. – Eu não estou acreditando nisso...
- , o que eu te disse? Mantenha a calma – a mãe segurou as mãos da garota que estavam geladas – Não precisa se preocupar.
- Como eu não preciso me preocupar, mãe? Nós alugamos aquela porcaria e acontece isso? E agora? Zac... – ela passou a mão no rosto - Ele ficará me esperando até eles consertarem, a cerimonia vai atrasar, pagaremos multa e... – ela estava desesperada.
- Filha! – a mãe foi firme para lhe trazer a realidade - está aqui em casa, e te levará a igreja – prendeu a respiração com o comentário da mãe.
- Oi? ! Ele voltou quando, mãe? – não conseguiu esconder a surpresa.
- Eu não sei, acho que essa semana, eu sinceramente não perguntei ao seu tio. Por que reagiu assim, querida? Achei que ficasse feliz com a notícia, afinal de contas, é seu primo e vocês eram tão próximos antigamente, até por vezes achei que tivessem algo...
- Mãe! Por Deus, quantas vezes eu tenho que te falar que ele não é meu primo de verdade? Ele é filho da esposa do meu tio!
- Isso é tão irrelevante, querida – a mãe fez pouco caso do comentário da filha, percebendo que em nenhum momento desmentiu sobre o que achava. Talvez fosse um bom momento para que ela verificasse se casar com Zac era o certo a se fazer – Enfim, ele te levará, querida.
- Você vai junto comigo, não? – ela não queria ficar sozinha com , aquilo não era certo. Ah, se sua mãe soubesse...
- Mas, filha, você iria sozinha na limusine, o que mudou? – a mãe perguntou jogando verde.
- Nada, que tolice a minha. Me esqueci que entrarei sozinha naquela igreja – ela suspirou fundo, forçando um sorriso.
- Seu pai estará com você em seu coração – a mão lhe abraçou de lado. tentou sorrir, mas sentiu o lábio inferior tremer. Por um momento saiu da cabeça dela. Seu pai era seu ponto fraco, sem sombra de dúvidas, e a partida precoce por conta de um acidente lhe trazia uma imensa tristeza.
- Estamos indo para a igreja, querida – ela arregalou os olhos – A hora se aproxima.
- Tudo bem, mãe – a maquiadora entrou no quarto, para dar os últimos retoques em .
- Vai dar tudo certo, meu amor – recebeu mais um beijo em sua testa e um abraço. Sentiu que a mãe já não estava mais no ambiente.
Acabou trazendo agora os pensamentos a realidade, não tinha o direito de voltar depois de tudo aquilo, e ainda dar uma de prestativo e levá-la a igreja, aquilo era insano.
- Prontinho, terminei - a moça sorriu animada.
- Muito obrigada por tudo, Carol – ela se levantou do quarto, ajeitou o vestido, e acompanhou a maquiadora para que pudessem sair juntas.
- De nada, boa cerimônia! – a maquiadora lhe deu um leve abraço e se foi. escutou vozes na sala e rapidamente foi até o local, acabou vendo-a se despedindo de alguém.
- Está extremamente linda, . A noiva mais linda que eu já vi na minha vida – ela fechou os olhos, e permaneceu de costas para ele. Ouvir aquela voz depois de tanto tempo lhe trazia ao mesmo tempo lembranças doces e amargas.
- O que faz aqui? – ela finalmente se virou para ele. Prendeu a respiração, quando o viu em sua frente. Sempre lindo, era tola se não o achasse.
- Vim porque eu não posso deixar você se casar assim, precisamos conversar – ele se aproximou dela, que se afastou com rapidez.
- Conversar sobre o quê? – sussurrou, sentia um bolo querendo subir por sua garganta. Ela estava confusa, mas a emoção que predominava em si era a raiva, seu coração sairia pela boca a qualquer momento.
- , você não pode se casar com esse cara, a gente tem uma história, a gente tem algo forte – ele suplicou. Sabia que tinha errado, mas ainda era tempo para reparar.
- Meu Deus, é inacreditável. Depois de tantos anos você vem e acha que tem algum controle por aqui – ela riu incrédula - Um babaca, um tremendo babaca é o que você é.
- Brenda, tente entender, éramos imaturos. Eu acabei mudando de estado, e uma relação à distância não funcionaria. Fora que nossos pais não sabiam o que tínhamos, e talvez não permitissem.
- Se você me amasse manteríamos o relacionamento assim mesmo, ou terminássemos, que seja, mas tem jeitos de se tratar alguém e você não usou o dos melhores métodos. Aquela mensagem, aquela maldita mensagem que você me enviou... Destroçou o meu coração – ela limpou rapidamente uma lágrima que escorreu.
- , me escuta eu me arrependo tanto, você não tem noção...
- Estou te esperando no carro – ela marchou até o quintal, viu o único veículo estacionado ali e foi até lá, entrando no banco de trás. Pescou o celular por precaução e rapidamente mandou uma mensagem para uma de suas melhores amigas pedindo que viesse até a casa lhe buscar para o casamento. suspirou fundo, e a seguiu. Ele faria de tudo para convencê-la, ele não podia deixar o amor da sua vida ir embora.

Flashback – Seis anos antes...

- Se mudar? Como assim, se levantou com rapidez. Os olhos continham lágrimas, que imploravam para descer por seu rosto.
- A empresa do meu pai vai fechar essa filial, e vai abrir outra em outro estado. Ele não pode simplesmente ficar e perder o emprego, então a gente vai também.
- E nós? , como faremos? Acho que está na hora de contar...
- Você está louca? Claro que não, eles jamais permitiriam, – ela já tinha o rosto banhado por lágrimas, ele não estava diferente. – Fomos criados como família.
- Mas não temos laços consanguíneos, por Deus. O que será de nós? – ela já tinha dificuldades para falar tamanho era a força do choro.
- É só por três anos – ele limpou as lágrimas que escorriam do rosto dela – depois disso eu prometo que eu volto para cá, aviso aos meus pais e a gente antecipa a ideia do casamento, hun? Depois claro de recebermos broncas e pedradas de nossos pais, eles até vão gostar no final – ele a abraçou tentando acalmá-la
- Você promete que faremos dar certo? – ela suspirou, no fundo tinha medo do que sentia.
- Eu juro, não vamos nos separar jamais – ele a beijou ternamente.

***

- , como está tudo por aí? – ela o questionou enquanto se deitava na cama para conversar com o namorado aquela semana.
- Está tudo bem, conheci algumas pessoas aqui, mas não é a mesma coisa – ele sorriu melancólico, sentia tantas saudades dela, de sua vida antiga.
- É provisório, meu amor. Aguenta são só três anos – ela suspirou, tentando consolá-lo. Era lógico que ela sentia saudades dele, mas ela sabia que para ele ainda tinha um adendo: estava sozinho, ela ainda tinha o conforto dos amigos.
- Eu vou aguentar firmemente por nós – ele sorriu.
- Por nós – ela suspirou fundo – Seria perfeito se eu pudesse te dar um selinho agora.
- Vou inventar alguma desculpa para passar o feriado ai, então a gente mata as saudades, ok?
- Ok, vou esperar ansiosamente – ele agora se jogou na cama, estava cansado.
- Bom, estou tão cansado – ele bocejou – Os estudos aqui são bem puxados... Sete matérias por dia, amor.
- Meu Deus, realmente. Então vá descansar, amanhã nos falamos. Te amo.
- Te amo, até amanhã – eles desligaram. levantou-se da cama e foi para o banheiro, precisa de um banho para relaxar e dormir.

***

revirou os olhos quando viu que seu telefone tocava com o nome de piscando na tela. A amava, mas hoje excepcionalmente tinha tido um dia ruim. Aquela pressão pré vestibular estava o matando. Rejeitou a chamada, e jogou o celular na mesa. Depois a retornaria, estava sem cabeça.
Foi até a cozinha, cumprimentou os pais, e sentou a mesa para compartilhar a refeição com eles. Não viu que pela terceira vez em dez minutos seu celular tocava incessantemente.
Do outro lado da linha, tinha o cenho franzido, o que poderia ter acontecido com ele? Tinham se visto no feriado, mas a saudade era grande, queria falar com seu namorado, contar sobre seu dia. Acabou desistindo, e preocupada resolveu focar em outras coisas, mais tarde tentaria ligar de novo.

***

- , depois de nove dias sem nos falar você finalmente resolveu dar o ar da graça – ela revirou os olhos – As vezes esqueço que tenho um namorado...
- Ah, , dá um tempo. Eu não consegui atender ao telefone esses dias, estava cansado.
- Vi mesmo que estava cansado, inclusive você foi marcado em uma publicação no facebook enquanto bebia com seus amigos, deu para ver o seu cansaço.
- Isso está se tornando doentio, esse ciúme descabido – ele alterou a voz.
- Primeiro de tudo, abaixa o tom – ele soltou uma risadinha irônica – Segundo, eu não estou com ciúmes, só acho que você poderia ter me ligado, ou ter sido um pouco mais receptivo nas mensagens de texto.
- Ah dá um tempo, não tô afim de discutir sobre isso. Depois nos falamos – ele desligou o telefone na cara dela. Ela sentiu uma raiva tão grande. Possessa, ela digitou os números tão conhecidos e esperou que ele atendesse, mas nada. Sua vontade era de tacar o celular na parede, mas se segurou e apertou o travesseiro no rosto para descontar sua raiva.

***

Fazia três semanas que e mal conversavam, eram algumas mensagens de texto aqui e acolá, mas depois daquela discussão as coisas só pioraram. Ele queria sair, se divertir com os amigos, enquanto ela ficava cada vez mais distante dele e se focava em seus estudos. Quem lhe contasse há cinco meses que seu relacionamento de contos de fadas estaria assim, ela riria de tamanha blasfêmia. Suspirou fundo naquela noite de inverno e resolveu mandar uma mensagem a ele, queria saber se ele estava bem, afinal de contas ainda namoravam.

Oi, ! 😉
Espero que esteja bem, estou com saudades ☹ Xx B.

Respirou fundo e enquanto esperava a resposta da mensagem dele, acabou adormecendo. Uma resposta que nunca chegou.

***

, me dê algum sinal de vida, faz duas semanas que você não me responde... Está tudo bem? ☹ xX B.
Mais uma vez tentava conversar com ele, ela não entendia como uma pessoa podia mudar tanto em tão pouco tempo. Ele estava se saindo um tremendo de um babaca. Se eles estavam naquele relacionamento a distância fora por ideia dele... Ela sentiu o celular vibrar, rapidamente o tomou em suas mãos e sentiu os olhos embaçarem tamanha eram as lágrimas que se formavam nele, jamais imaginou que ler algo tão... destruidor. Sentia uma dor tão grande em seu peito.

Chega, me deixa em paz! Você é chata demais, só você não percebeu que acabou. Acabou! Segue sua vida!

Atualmente...

Ele entrou no carro, cabisbaixo. Observou que ela estava sentada no banco de trás, e virou-se para ela.
- , você me leva logo para igreja, ou eu ligo para alguém me levar. Você não vai atrapalhar minha vida. Você não tem esse direito.
- , eu surtei quando vi o convite do seu casamento, tudo o que eu pensei foi em vir te procurar, reparar o meu erro de tempos atrás. Você não tem noção de como eu me arrependo de cada ação tomada. – ele passou as mãos no cabelo nervoso.
- Se tivesse tão arrependido nas festas de família não esfregaria suas namoradas na minha cara. Alias, você quase casou, né? – ela não conseguiu conter as lágrimas que deslizavam em sua face. Ela tinha raiva acima de tudo.
- Eu era molecão, . Depois que fiz o intercambio na Espanha e comi o pão que o diabo amassou, tudo o que eu queria era reparar meus laços antigos. Então eu tive vontade de te procurar antes, mas tive medo de ser rejeitado.
- Pasme, você com certeza seria – ela fungou alto. – É tarde demais.
- , não se casa com ele, volta pra mim, vamos ser felizes juntos. – ele suplicava, com lágrimas nos olhos – Me dê uma chance e eu provo que posso te fazer feliz.
- Não! Acabou! Você simplesmente foi desaparecendo e agora sumiu daqui – ela apontou para o próprio coração.
Viu quando um carro bastante conhecido estacionou em frente sua casa, e sem pestanejar abriu a porta do veículo de , desceu com certa dificuldade e foi caminhando com pressa até a saída de sua casa. abriu a porta do carro rapidamente e com rápidas passadas a alcançou, segurando seu braço.
- , por favor, não faça isso. – ele suplicou.
- , eu só fiz o que você me mandou, eu segui minha vida, e você foi desaparecendo, desaparecendo, eu tentei te alcançar, mas simplesmente você se foi. E agora é sua vez de tentar me alcançar e ver que eu estou desaparecendo. Eu sinto muito. – ela fechou os olhos, se soltou de seu braço e voltou a caminhar até sua amiga.

I try to reach for you, I can almost feel you
Eu tentei te alcançar, quase te sinto
You\'re nearly here
Você está tão perto daqui And then you disappear
E então você desaparece
You disappear, disappear
Você desaparece, desaparece





Fim!?



Nota da autora: Pari um filho pra escrever essa ficstape hahaah! Meu Deus. Obrigada a você que leu até o final! <3



Outras Fanfics:
Longs:

I Won't Forget You
Originais/Finalizada
Ficstapes:

02. Os Anjos Cantam
Ficstape #090 - Jorge e Mateus/Finalizada
03. Sk8er Boi
Ficstape #069 - Avril Lavigne/Finalizada
05. She Moves In Her Own Way
Ficstape #094 - The Kooks/Finalizada
06. Don't Forget
Ficstape #099 - Demi Lovato/Finalizada
08. Rock Wiyh You
Ficstape #100 - Michael Jackson/Finalizada



comments powered by Disqus