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Última atualização: 01/02/2020

Capítulo 1

Estar no centro das atenções nunca foi a minha parte favorita de participar do time de basquete da escola, mas infelizmente era necessário, como agora na cerimônia de abertura do nosso último ano letivo.
– SEJAM BEM-VINDOS, LEÕES SELVAGENS! NOSSO TIME FAVORITO!
A Diretora Lenzetti nos convocou e nós saímos correndo até chegar no centro da quadra, de uniforme, prontos para mais um jogo que na verdade nem aconteceria.
– Esse é o ano mais importante da vida acadêmica de vocês, cheio de decisões a serem tomadas e grandes metas a serem alcançadas! Confiamos no potencial de cada um aqui!
A escola inteira gritou de animação e a diretora esperou que fizéssemos silêncio novamente para voltar a falar no microfone, com uma empolgação ainda mais fora do comum pra um início de ano.
– Como prometemos no fim do ano passado, devido ao bom desempenho de todo o segundo ano, tanto acadêmico quanto esportivo, nós conseguimos organizar a viagem para o Recanto das Araras, todas as autorizações precisam ser entregues até a tarde de amanhã! Não esqueçam!
O terceiro ano todo ia pra essa viagem, e depois desse anúncio tudo que se ouvia eram as pessoas fazendo planos, prometendo mil coisas pra festa que teríamos lá e tudo que eu conseguia prestar atenção era nas meninas a minha direita, sorrindo e acenando, me chamando para “conversar”.
– Ei, ! Nós podíamos combinar de nos encontrar na festa, o que acha? – Amy parou de me beijar para tentar combinar algo sobre a viagem e eu ri, achando meio cedo para fixar uma programação, a viagem seria apenas daqui a dois dias.
– Vamos ver, gatinha! Ainda tem tanto tempo né?! – A puxei para mais perto de novo e ela voltou a se entregar aos nossos beijos. Esquecendo todo aquele papo.
Mais umas duas garotas tentaram me segurar em seus convites mas eu não gostava de me prender a nada disso, quanto mais livre melhor. Por isso que quando nós partimos rumo a essa viagem, eu fui com o time no nosso ônibus, sabendo que teria algumas opções das garotas mais gatas para mais tarde.
– Cara, a Brenda me segurou antes de entrar no ônibus só pra te dar um recado: “Tô te esperando no fim do dia” – Marcelo, meu melhor amigo, fez aspas com a mão e começou a simular um amasso, superexagerado e idiota, me fazendo rir das besteiras dele.
– Ah fica quieto! E senta aí! – Puxei ele pra sentar de uma vez e a gente poder sair com o ônibus.
– Sério, se você não quiser ela, tem gente bem interessada viu…. Lembra do amigo aqui! – Ele me jogou a bola de basquete e eu apenas balancei a cabeça negando, devolvendo a bola com rapidez, quase batendo com ela em seu nariz.

Quando finalmente chegamos naquele recanto, cheio de árvores e atividades radicais senti um leve arrepio na espinha, logo todos foram se dispersando em vários grupos pra aproveitar tudo, por mim eu ficaria tranquilamente na área dos jogos de mesa mas o plano dos meus amigos era bem diferente.
– Galera! Vamos pra trilha, no meio dela tem vários desafios e se tudo der certo, chegaremos em uma cachoeira! Quem topa? – Marcelo que estava com um mapa das atividades olhou para nós e a grande maioria dos nossos amigos amou a sugestão. Tentei disfarçar e ficar mais pro final, mas Marcelo fez questão de me puxar para perto dele.
– Bora lá, Capitão! Vamos ver quem chega mais rápido na cachoeira, beleza?! – Ele estendeu a mão e eu a apertei rindo, grande parte do time de basquete se enfiou no meio daquela mata, seguindo a trilha e tentando cumprir todas as etapas.
Eles foram para a direita, eu e mais algumas pessoas fomos para esquerda seguindo uma segunda trilha, enquanto estávamos apenas na mata estava tudo tranquilo, fomos subindo e subindo, com alguns trechos mais ingrimes, outros mais escorregadios, até que chegamos em uma ponte de madeira, digna de filmes de aventura que alguém sempre se dá mal ao tentar atravessar.
– Mano, eu não vou morrer sozinho não…. – Um garoto da outra turma disse e puxou seu amigo pra ir com ele, passaram correndo e gritando, morrendo de rir ao chegar do outro lado.
– Vem, gente! É de boa! – Eles gritaram e todo mundo foi se enfileirando e imitando os dois, passando rápido sem olhar para baixo e gritando pela adrenalina.
Eu já suava frio só de imaginar quando chegasse a minha vez, nunca fui muito fã de altura, muito menos de passar em uma ponte que não inspirava nenhuma confiança, consegui ficar por último sem que ninguém me percebesse. Quando todos já estavam longe decidi arriscar e chegar mais perto do limite onde começava a ponte, sentindo minha respiração ficar mais difícil e meu coração acelerar gradativamente.
– Puta merda! Como eu vou fazer isso? – Passei a mão no rosto me sentindo patético, mas, ao mesmo tempo, fraco, senti meu celular vibrar e era uma mensagem do Marcelo:
“Cara!! Acabei de fazer uma escalada e falta pouco pra chegar na cachoeira, e vocês? Onde estão?”
Olhei para a ponte e tentei respirar fundo, não respondi nada a ele e guardei meu celular tomando coragem para dar o primeiro passo. Fechei os olhos e fui, depois de dois passos e um vento vindo de não sei onde, eu senti a ponte balançar e toda minha estratégia ir pelo ralo, quando eu abri os olhos a primeira coisa que vi foi o chão lá embaixo e paralisei. Um desespero tão grande tomando conta de mim que eu já me imaginava sendo resgatado pelos bombeiros diante de toda a turma, virando a piada do colégio e acabando com tudo pra mim por causa de uma ponte estúpida!
– Porra, ! Vamos lá, você consegue! – Tentei dar mais um passo mas não consegui, já estava a ponto de chorar de desespero quando senti uma mão no meu ombro.
– Ei, tá tudo bem? Precisa de ajuda? – Não consegui olhar pra dona da voz, mas só de saber que não era nenhum dos meus amigos já era um alívio e tanto. Fiquei com vergonha e não disse nada mas também não consegui me mexer.
– Ei, garoto! Você tá bem? – A menina veio para mais perto e eu só fechei bem os olhos quando ela passou do meu lado, eu achava aquela ponte tão frágil que nem mesmo nosso peso ela aguentaria – Você não quer voltar? – Ela disse pegando em meu braço, me fazendo sentir sua mão quente em contraste com a minha pele gelada.
Abri os olhos e me deparei com uma menina que não me era estranha mas que eu nem sequer sabia o nome. Ela sorriu pra mim, e apontou com a cabeça para o início da ponte, a pouquíssimos passos atrás de mim e eu apenas neguei com cabeça.
– Eu… Eu…. Preciso chegar a …. Cachoeira – Tentei deixar a minha voz firme mas estava impossível. O medo já era maior do que eu.
– Tem certeza? – Eu apenas acenei que sim e ela suspirou antes de endireitar sua postura e me estender sua mão.
– Posso te ajudar então? – Como não peguei sua mão porque estava grudado na ponte, ela segurou na minha e me olhou nos olhos – , você precisa respirar fundo!
– Você me conhece? – Acabei me distraindo e soltei uma das mãos, antes de me apavorar ela foi mais rápida e segurou essa mão, piscando para mim em seguida.
– Conheço, toda a escola conhece! Mas eu já estudei em alguns anos na mesma sala que você! – Ela disse segurando com firmeza em minha mão que deveria estar suando de nervoso – Agora, respira! Devagar, bem devagar, assim a gente vai conseguir aos pouquinhos sair daqui!
– Eu tô tentando….
– Vamos fazer assim, um passo de cada vez, sem olhar pra baixo, bem devagar….
– Vamos tentar…. – Apertei de volta a mão dela e mexi a perna, a vontade era de olhar pra baixo mas ela ergueu meu rosto antes mesmo que eu conseguisse pensar nisso, me pegando de surpresa.
– Olha pra mim! – Ela sorriu e eu já não sabia o que era aquilo na minha barriga, se era medo ou nervoso por ter ela assim tão perto naquela situação – Eu vou com você até o final….
Quando me dei conta eu já estava no meu terceiro passo e aquela garota caminhando de costas, me fazendo olhar só pra ela, me distraindo do meu medo.
Já tínhamos passado do meio e eu me toquei que não tinha nem perguntado o nome dela.
– Preciso saber seu nome….
– Só te conto quando chegarmos do outro lado! – Ela sorriu ainda mais e deu uma piscadinha para mim. Aquele sorriso era tão sincero e passava tanta paz que eu me esqueci por cinco segundos que estava a metros do chão, que podia cair dali e morrer a qualquer instante.
– Vem, ! – Ela puxou minha mão me acordando do devaneio e eu a segui, a poucos passos do fim um vento forte começou a balançar aquela ponte e eu senti aquele pavor querer me dominar novamente. Respirei fundo e apertei ainda mais a mão dela, com um aceno de cabeça nós nos entendemos e ela se virou de frente, saiu correndo de mãos dadas comigo até o fim daquela tortura.
– CACETEEEEE! – Quando eu vi estava correndo como se minha vida dependesse disso e berrando como um louco, ouvindo a risada daquela garota ao fundo. No momento em que eu finalmente pisei em terra firme novamente me joguei no chão, e acabei levando ela junto comigo.
– Eu nem…. Acredito – Comecei a rir de alívio e me virei para aquela garota que ainda era uma desconhecida – Desculpa te puxar pro chão! – Me sentei e vi que no cabelo dela tinha algumas folhas enroscadas, me aproximei para tirá-las e ela me olhou desconfiada.
– Acho que já podemos seguir a vida, né?! – Ela nem me deixou chegar perto, logo se levantou e começou a limpar seu shorts, antes que ela saísse correndo consegui segurá-la pela mão, atraindo sua atenção.
– Pelo menos me fala seu nome, por favor! – Sorri pra ela que parecia ainda mais acanhada – Eu só quero te agradecer, de verdade!
Me levantei e consegui ficar na altura de seus lindos olhos e ver mais de perto aquele sorriso e a covinha que aparecia em sua bochecha toda vez que ela sorria tímida, agora tudo estava mais nítido, eu conseguia prestar atenção na garota a minha frente.
! – Ela estendeu a mão para mim e eu a apertei, dando o meu sorriso mais sincero antes de falar.
– Bem, , muito obrigada por tudo! Se não fosse por você eu ainda estaria ali no meio daquela ponte, prestes a desmaiar ou me borrar de medo! – Ela sorriu balançando a cabeça e eu apenas dei uma piscadinha, ainda segurando sua mão – Posso te pedir mais um favor?!
– Não se preocupe, não falarei nada a ninguém, Capitão! – Foi a vez dela piscar pra mim, puxou sua mão das minhas e saiu, sem me deixar falar mais nada.

Eu estava tão imerso em meus pensamentos seguindo aquela trilha que quase morri de susto quando Marcelo apareceu tentando me empurrar pra dentro da mata, rindo sem parar.
– Cara, onde você se meteu? Pensei que ia ter que chamar um resgate…. – Ele riu apontando pra uma área mais aberta perto de onde estávamos – Você está perdendo a melhor parte!
Ele me abraçou pelo ombro e abriu espaço afastando um galho de árvore do caminho, a visão da cachoeira a nossa frente era tudo que eu queria, Marcelo apontou para um canto onde estavam todas as líderes de torcida de biquíni nos chamando para nos juntarmos a elas.
– Vamos, ! Hoje promete….. – Marcelo riu e acenou para uma das garotas na água. Brenda, uma das líderes de torcida, me chamou com a mão e eu acenei de volta, comecei a ir até ela, com Marcelo em meu encalço quando vi de relance com uma amiga, em cima de uma das pedras enormes daquela cachoeira.
– Cara, por que você parou? – Marcelo deu um leve empurrão no meu ombro e olhou em volta – As garotas estão esperando!
– É, vamos! – Tentei afastar qualquer distração e fui em direção a área onde estavam o time de basquete e as líderes de torcida, fazendo várias guerrinhas de água e brincadeiras nada saudáveis naquela cachoeira.
– Ei, porque demorou pra chegar Capitão? – Me sentei ao lado de Brenda, sentindo ela sorrir mais e endireitar sua postura.
– Me atrapalhei ali no meio da trilha, sabe como é…. – Sorri sem graça e Brenda veio me abraçar, voltei a olhar pra frente e automaticamente meus olhos voltaram a procurar por , quando a encontrei estava tirando sua camiseta e seu shorts, pronta para entrar na cachoeira e eu não estava preparado pra vê-la daquela forma. Ela era completamente linda.
Claramente com vergonha, ela riu e apenas pegou na mão de sua amiga, pulando as duas juntas na água.
– Acredita que o Marcelo quase caiu no meio da escalada, seria o maior mico da história – Brenda me tirou da cena que estava vendo quando começou a rir e apontar para meu amigo dentro da água – Você tinha que ver…. Ele soltava vários gritinhos…..
Ela debochava dele, me abraçando e achando a maior graça, enquanto Marcelo apenas mostrava o dedo do meio pra ela. Só imaginava o quanto eles não zombariam se me vissem na ponte.
Me chamaram para cair na água mas eu preferi ficar em cima daquela pedra assistindo de longe tanto meus amigos quanto o mais novo mistério da minha cabeça: .

O guia da reserva depois de algumas horas apareceu nos orientando a voltar para a área aberta, longe das trilhas antes que escurecesse, e nós fomos nos organizando para voltar, afinal a melhor parte ainda estava por vir: A Festa.
Marcelo, obviamente já tinha batizado as bebidas quando cheguei na área da festa, nossa professora estava muito feliz dançando com um dos instrutores para se importar, a música era animada e a primeira coisa que eu fiz foi ir buscar a minha bebida, pra ajudar a me soltar e curtir ainda mais a festa.
– Te achei! – Amy sussurrou em meu ouvido me fazendo rir e virar para ela – Pensei que nunca fosse aparecer, meu jogador favorito!
– Ei, gata! – Puxei-a pela cintura e ela sorriu me dando um selinho, me puxando para a pista de dança que começava a ficar mais cheia.
Meu copo já estava quase vazio, dançar já era bem mais fácil e até as piadas sem graça do Marcelo já estavam mais toleráveis, resolvemos fazer uma rodinha num canto da pista onde nossas maravilhosas líderes de torcida dançavam como se não houvesse amanhã, dando um espetáculo para toda a turma do terceiro ano.
No meio da pista, toda sorridente, eu vi dançando, como se não tivesse mais ninguém por perto, me peguei rindo quando ela e a amiga resolveram fazer uns passinhos desajeitados e engraçados, Amy que estava dançando na minha frente achou que estava rindo pra ela e veio me beijar com toda vontade.
– Hoje você não me escapa, ! – As mãos dela foram para o meu pescoço, arranhando e puxando os cabelos da minha nuca, me fazendo rir em meio ao nosso beijo.
– Nem quero, gata! – A prendi em meus braços e aquela pista pegou fogo, Amy era gostosa demais pra ficar em um simples beijo, nosso amasso já estava avançando para algo mais quando uma amiga dela veio chamá-la, cortando completamente nosso clima.

Aproveitei para ir pegar mais uma bebida numa área menos cheia quando vi passando por entre algumas árvores segurando seus sapatos nas mãos, andando devagarinho até um lugar escondido, não resisti e fui atrás dela, por pura curiosidade.
– Onde você vai? – Cheguei mais perto e me olhou assustada, deixando seu calçado cair.
– Quer me matar do coração! – Ela virou a cabeça e ficou me olhando de lado desconfiada – O que está fazendo aqui?
– Te vi saindo da pista e vindo pra cá, fiquei curioso…. – Olhei para onde ela estava olhando antes e ela continuou a me olhar desconfiada. Daquele ponto dava para ver um lugar com vários bancos e até redes de descanso, algumas tochas iluminavam tudo, o barulho ali era bem menor e trazia uma estranha calma comparado a bagunça há alguns metros dali.
– Ótimo, não tem nenhum casal aqui! – passou por mim e foi direto pra uma das redes, se jogou nela e eu sem nem saber o porquê a segui, me sentando em um dos bancos perto da sua rede.
– O.k.! O que foi? Eu não falei pra ninguém da ponte, não precisa ficar me seguindo, não vou contar! – Ela sentou na rede e começou a se balançar levemente enquanto falava comigo.
– Eu só queria te agradecer melhor! Não estou te seguindo…. – Dei de ombros e ela riu irônica antes de parar e ficar me olhando fixamente.
– Ahan, sei….. , você nem falava comigo antes, isso tá bem estranho.
– Mas você nem me deixou falar nada hoje mais cedo, não quero nada de mais, só conversar…..
– Uma pergunta, a garota que está com você na festa não vai ficar com ciúme né? Tipo, começar a me perseguir e tudo mais.
– Claro que não, eu não estou com ninguém realmente! E ela sabe disso! – Pisquei para que riu balançando a cabeça em negação.
– Claro que sabe né! – Ela se jogou um pouco mais pra trás na rede, voltando a se balançar levemente – Já que estamos conversando posso perguntar uma coisa que eu sempre quis saber?
– Pode! Manda ver – Ela sorriu antes de me olhar levemente envergonhada.
– Você ainda escreve? – De todas as coisas que se passaram pela minha cabeça, aquilo era totalmente o contrário, olhei para ela levemente boquiaberto.
– Uau! Por essa eu não esperava….
– É que há uns anos você era o melhor da turma nisso, lembro que fiquei muito impressionada com um dos seus trabalhos, foi um pouco antes de você conseguir entrar para o time de basquete – sorriu tímida e deu de ombros, sem olhar pra mim diretamente.
– Tudo bem, nossa faz tanto tempo que não sei o que é escrever….. Acho que com os treinos, eu uso o pouco tempo que sobra pra não reprovar nas outras matérias mesmo! – Foi a minha vez de sorrir meio tímido ao ver o sorriso dela murchar levemente – Agora fiquei curioso, qual trabalho?
– Ah, agora eu não vou lembrar! – ficou corada e eu sabia que ela deveria saber certinho do que eu estava falando – Era só uma curiosidade mesmo, nada demais!
– Você disse que já estudamos juntos, certo?! Por acaso, eu fui meio babaca com você em algum momento? Porque eu tô achando bem ruim não me lembrar….
começou a rir e eu parei de falar, sem saber se aquilo era um bom sinal, ou se ela podia me bater a qualquer instante.
– Você é muito metido mesmo! – Ela riu ainda mais e me olhou com uma das sobrancelhas arqueadas – Mas não, ‘senhor tenho que conhecer todo mundo’, eu só tive que mudar de escola durante um tempo, voltei e as turmas já estavam bem mais misturadas! Fica tranquilo aí!
– Vai saber né! Tudo é possível naquela escola! – Dei de ombros e ela devolveu com uma piscadinha marota.
– Eu tô sempre pelas salas de artes, talvez seja isso….
– Isso é o que você quer fazer na faculdade? Ou sei lá, vai cursar direito – Chutei dando de ombros e gargalhou negando com toda força, me fazendo rir junto dela.
– Seria o sonho do meu pai mas não, vou continuar nas artes, talvez curse cinema, ainda não decidi, e você? Vai fazer o quê? – Ela parou de rir e me olhou curiosa, mesmo que quisesse disfarçar, eu sentia o seu interesse na minha resposta.
– Vou participar de algumas peneiras ao longo do ano, enquanto vou estudando pro vestibular, ainda não faço ideia do que cursar – Ri e ela esticou a mão para um high five bem desajeitado.
– Bem-vindo ao clube! – deu uma piscadinha pra mim e eu não consegui parar de pensar que eu deveria me lembrar dela, como eu nunca tinha reparado nela, nem naquele sorriso?
– Oi? Tem alguém aí? – Ela começou a balançar a mão na minha frente acordando dos meus pensamentos e eu ri sem graça, procurando uma desculpa.
– Estava me perguntando se vamos ser da mesma turma esse ano…..
– Creio que não, pelo que a Lívia estava me contando vocês ficarão juntos novamente.
– Vocês quem?
– O time e as líderes, pelo menos, foram esses os nomes que ela citou – voltou a se balançar na rede tranquilamente, e eu lembrei da Lívia, a melhor amiga, a garota das danças estranhas e que vivia ao lado de .
– Viu, só! Nada de estranho no paraíso! – Ela disse ironicamente e eu entendi aquela indireta, algo que a minha irmã vivia me dizendo, que os jogadores e as líderes se achavam os donos do colégio e eu sempre tentava argumentar contra mas na grande maioria das vezes era o que de fato acontecia.
– Ah, não é bem assim! Eu adoraria qu…– Fui interrompido pela voz de Brenda gritando ‘achei’ para alguém, nos fazendo olhar para ela.
– Finalmente! , porque está escondido aqui? – Ela veio com a mão estendida para mim, ignorando completamente a presença de a minha frente, entrelaçou nossas mãos e começou me puxar. Antes de sair de perto, olhei para a garota sentada na rede e sorri.
– Até mais, !
Ela respondeu apenas com um aceno de cabeça e eu não a vi mais naquela noite.
Quando voltamos para nossos dormitórios Marcelo na cama ao lado só sabia roncar e babar, tentei dormir mas não conseguia de jeito nenhum, me lembrei da ponte e do meu ataque de pânico, pensei que todas aquelas sensações fossem voltar, mas quando fechei novamente os olhos eu só consegui me lembrar de me ajudando, seu olhar fixo ao meu, seu sorriso e seu toque.
Ao cair no sono, todas aquelas sensações pareciam ainda mais reais, eu estava em uma praia incrível, o sol forte não me deixava ver as coisas com clareza, eu só sentia que estava perto, muito perto. Forcei meus olhos e a vi saindo de biquíni do mar, linda, sorrindo para mim como nunca ninguém fez, me chamou pelo nome antes que eu acabasse com a distância entre nós e puta merda, como era bom beijá-la. me beijava como se só existisse aquilo para fazermos, nenhuma pressa, ninguém olhando, só a gente ali e o mar.
No momento em que ela me soltou eu senti um arrepio tão forte que acordei, assustado e vendo que ainda eram quatro e meia da manhã, e eu só conseguia pensar nessa garota.



Capítulo 2

Voltamos para a rotina, o último ano estava oficialmente começando e agora já não dava mais pra brincar, nosso professor de educação física nos passou um trabalho sobre futebol, já que seria injusto se ficássemos com o de basquete e a turma toda era obrigada a participar.
– Já falei que aquele professor tá querendo apenas nos atrapalhar né…. – Marcelo reclamava na nossa volta pra casa, mais inconformado do que nunca de ter que aprender outro esporte que não seja basquete.
– Cara, é só uma matéria, vamos nos dar bem! Relaxa! – Dei um tapinha em sua cabeça e ele tentou me acertar com a bola de basquete, bem na hora Nina, minha irmã, apareceu segurando a bola no ar.
– Cuidado aí, desastrado! – Ela disse toda sorridente e eu a olhei desconfiado, geralmente de nós dois ela era sempre a pessoa mais mau humorada.
– Que foi? Porque esse sorrisinho besta na cara? – Nina sorriu ainda mais e chegou mais perto, falando baixinho.
– Eu fiquei na mesma sala que o menino que eu tô a fim e melhor….. Nós vamos ao jogo juntos! Esse momento é meu! – Ela sorriu toda apaixonadinha e Marcelo respondeu imitando alguém vomitando só para irritá-la.
– Aí que nojo! Sai daqui! – Nina o empurrou e eu gargalhei daquelas idiotices dos dois.
– Ai garota! Você sabe que os caras não são esse poço de romantismo que você espera né…. – Disse vendo Nina revirar os olhos para mim, dando de ombros em seguida – É sério! Você pode acabar se magoando com essas ilusões aí…..
– Claro né! Por que vocês são exemplos de caras ótimos né! Não sei como a mãe não te deu uns cascudos por ficar trocando de peguete a cada dois dias.
– Ah deixa o cara, Nina! Tem mais é que aproveitar mesmo! – Marcelo veio fazer um toque de mão comigo e foi a vez de Nina imitar alguém vomitando.
– Deixa eu ter esperança que o meu carinha é melhor que isso, por favor! – Nina começou a andar de costas para poder nos olhar e fazer uma careta. Como estava de costas ela não viu, nem a gente que uma garota vinha correndo em paralelo a nós e elas se trombaram feio, com direito a voar todos os livros e cadernos da menina.
– Outch! Me quebrei…. – Nina reclamou no chão, fazendo uma careta de dor, Marcelo estendeu a mão para levantá-la enquanto eu fui até a outra garota ajudá-la, ela tentava juntar o máximo de coisas possíveis, ainda de joelhos no chão.
– Droga! Droga! Droga! – Juntei as folhas ao redor e me abaixei para ajudá-la a levantar, seu joelho todo ralado e a calça um pouco rasgada deixavam claro que ela tinha se machucado mesmo.
– Consegue levantar? – Só nessa hora ela ergueu seu rosto que pude ver que era , me olhando tão surpresa quanto eu a ela – Vem, se apoia em mim! – Tentei sorrir pra ela que ainda me olhava meio chocada, eu ainda segurava sua mão me fazendo de apoio a ela.
– Desculpa! De verdade, eu não tinha visto você – Ela se virou para Nina que já estava totalmente recuperada, nos assistindo, soltou minha mão nessa hora.
– Eu preciso ir, obrigada pela ajuda! – pegou seus livros da minha mão e fez uma careta ao colocar o joelho no chão, eu imaginei que ainda deveria estar doendo bastante.
– Eu te ajudo a chegar no carro, vamos….
Ela olhou para Nina e Marcelo atrás de mim e voltou a me olhar.
– Acho melhor não, obrigada!
– Deixa eu te ajudar vai…. – Disse baixinho pra que só ela ouvisse, mesmo não convencida totalmente ela me deixou pegar de volta os cadernos e segurou minha mão como apoio.
Eu sabia que meus amigos não estavam entendendo nada, mas eu não ligava, já faziam duas semanas que as aulas tinham começado e por mais que eu procurasse, nunca consegui encontrar .
– Seu amigo deve achar que você está doente…. – disse no meio do caminho até o carro onde eu via Lívia esperando.
– Ah, deixa ele pra lá! Tá doendo muito? Foi um tombo bem feio!
Ela resmungou de dor e eu ri baixinho vendo ela me olhar de lado, fingindo estar brava.
– Vai rindo, quem vai ficar com o joelho todo roxo não é você né….
– Foi mal, mas acho melhor você ficar com gelo aí em cima, passa uma pomada e tal…
– Sem chance, preciso ir pra uma audição agora, com dor no joelho e tudo….
– Sério? Que legal! Boa sorte lá! Mas depois cuida disso aí – Apontei para a calça dela levemente rasgada e a careta de voltou.
– Maravilha! Ninguém vai poder dizer que não me esforcei para o papel – Não resisti e comecei a rir junto dela.
– Agora, sério! Boa sorte! – Abri a porta de trás do carro, sentindo os olhares da Lívia e de sua mãe sobre nós. Ajudei a se ajeitar no carro e me abaixei ficando na altura de seus olhos – Se cuida, !
Dei um beijo no canto de sua boca e sai.
Se me pedissem para explicar eu não saberia, mas eu sentia que era diferente, com ela era tudo diferente.

No momento em que encontrei Nina e Marcelo novamente eles foram me enchendo de perguntas durante todo o trajeto até em casa. Mas eu apenas mandei eles não me encherem o saco, nem eu sabia o que estava acontecendo comigo, se enfiava nos meus sonhos, me fazia imaginar o que eu não imaginava com mais ninguém, me fez recordar de uma parte minha que já estava a tanto tempo esquecida e eu procurava por ela, mas nunca encontrava e hoje quando eu finalmente a vi, foi aquela mesma ansiedade, um frio na barriga que me fazia sentir meio idiota, feliz e perdido, tudo ao mesmo tempo.
Estávamos jogando videogame quando Marcelo se irritou com meus erros e foi pra cozinha atrás de algo pra comer, Nina apareceu na sala me olhando desconfiada.
– Quem é aquela menina, ? – Ela chegou mais perto e sentou ao meu lado.
– Por que quer saber?
– Porque você tá deixando o Marcelo te vencer no seu jogo favorito, e isso ninguém nunca conseguiu…. – Ela jogou uma almofada na minha cara e riu se achando o próprio gênio da lâmpada – Como é o nome dela?
– Ela é a , uma garota que eu me aproximei na viagem do colégio e eu pensei que fosse deixar pra lá mas não consigo…..
– Aí meu Deus! – A mesma cara que Nina faz quando via Luan Santana, ela estava fazendo pra mim agora, toda apaixonadinha.
– Ah, cala boca Nina! – Joguei a almofada nela que gargalhou ainda mais, me abraçando contra minha vontade.
– Eu já considero essa menina, e fico feliz que pra alguma coisa meu tombo serviu! – Ela me deu um beijo no rosto e levantou, Marcelo voltou para sala com dois sanduíches bem grandes e um litro de Coca embaixo do braço.
– Vamos comer pra ver se você acorda, né !
Mandei o dedo do meio pra ele e peguei um dos sanduíches, Nina saiu da sala nos deixando sozinhos de novo.

Por mais que tentasse, era como se estivesse se esforçando pra ficar escondida durante o período das aulas, eu já estava desistindo de ficar procurando, nossos treinos para o torneio de basquete voltaram e eu estava tentando ao máximo me concentrar só nisso, deixar meus pensamentos presos bem no fundo da mente, junto com aqueles sonhos cada vez mais frequentes.
Nina chegou em uma das noites depois do treino cheia de entusiasmo, sentou mais uma vez ao meu lado e ficou encarando a TV.
– E aí…. – Ela disse fingindo prestar atenção no que eu assistia e eu a encarei antes de imitá-la.
– E aí…. – Nina sorriu e se virou pra mim desta vez – O que você quer?
– Aí, que horror! Eu sou uma pessoa sem nenhum interesse, nada a …. – Ela gesticulava demais, sinal de sua empolgação mal disfarçada.
– Fala, Nina!
– O.k.! Mas preciso te fazer uma pergunta antes, só pra ter certeza…. Você por acaso ainda tá ficando com a Amy e a Brenda? – Achei estranha aquela pergunta e me toquei que desde a viagem eu não ficava com nenhuma das duas, embora elas sempre quisessem marcar algo eu acabava nem indo.
– Não, por quê? – Nina se endireitou no sofá, e começou a me contar sua grande notícia.
– Já sei como você pode se aproximar da ! Eu estava no banheiro da escola hoje e ouvi duas meninas conversando, e uma delas estava falando bem de você, então prestei atenção né….. – Ela riu e eu só queria saber onde aquilo ia dar, fiz sinal para que ela continuasse.
– Como ela também é do terceiro ano, ela também tem a avaliação de educação física, e pelo que elas estavam falando a delas é sobre basquete, e a tava bem desesperada porque está indo mal em tudo que é possível nessa matéria e aí entra você, Capitão…. A amiga dela falou de você, que não custava nada te pedir ajuda já que você já tinha mostrado que era gente boa pra ela!
Nina parecia uma criança no parque de diversão e eu só revirei os olhos, vendo ela fazer uma careta como resposta.
– E o que a Brenda e a Amy tem a ver com isso?
– Aí, ! Pelo amor de Deus né, eu sei que você tá acostumado a ser o pegador, o que ninguém resiste, mas até mesmo você diz que a é diferente, e é por ser diferente que não queria que fosse uma brincadeirinha, mas acho que você vai tomar a atitude certa com ela!
Nina deu um tapinha na minha cabeça e saiu da sala, me deixando sozinho com meus pensamentos e aquele friozinho na barriga em não saber se realmente iria me procurar.

As aulas do dia seguinte pareciam infinitas, nosso treino depois da aula seria aberto e por mais que tentasse me concentrar só no jogo, estava distraído demais, levando mais bronca que o normal do técnico, e errando tudo que era possível. A escola já estava praticamente vazia quando o treino acabou, avisei a Marcelo que ficaria mais porque precisava treinar minhas cestas e dei tudo de mim, precisava tirar aquela tensão, limpar minha cabeça, me concentrar.
Tudo que eu via era a tabela, toda minha energia ali, corria igual um doido, treinava todos os arremessos, tentei fazer o máximo de cestas de 3 pontos que eu conseguisse, já sentia o suor ensopando minha regata, treinei como a muito tempo não fazia e já estava quase acabando quando senti alguém cutucar meu ombro, como eu não tinha visto ninguém chegar e estava no meio de um arremesso, no momento em que me virei de frente para , nós estávamos muito perto um do outro, eu podia sentir sua respiração, sentir o quanto ela estava nervosa por estar ali. Ela deu um passo para trás, levemente corada e eu sorri, conseguindo segurar a bola antes que batesse nela.
, posso falar com você? – estava visivelmente tímida e um pouco sem graça
– Pode sim! – Fui com ela até minha bolsa, peguei uma toalha e comecei a secar o suor do rosto, vendo ela acompanhar meus movimentos com o olhar, parecia tomar coragem já que de repente ela desandou a falar.
– Eu sei que é estranho mas eu realmente não sei mais a quem recorrer, nem mesmo vídeo no youtube me ajuda, e eu simplesmente vou repr…..
– Ei,…. Respira! – A segurei pelos ombros e seu olhar veio de encontro ao meu, sorri tentando passar confiança.
– Eu preciso da sua ajuda….
– Com o que? – Mesmo já sabendo do assunto, eu queria ouvir da boca dela, escondi um sorriso que quis escapar e vi fazer uma careta antes de responder.
– Com basquete! Eu não consigo jogar esse trem de jeito nenhum e não tem nem mais espaço no meu boletim pra eu ir mal em educação física.
– Eu? Tem certeza? Você nem fala comigo ….. – Consegui ficar sério e ela me olhou impaciente.
, você pode me ajudar ou não? Porque se não for me ajudar, não precisa ficar tirando uma com a minha cara também! – Ela cruzou os braços e eu tive que dar tudo de mim pra conter a vontade de rir, ela estava quase saindo de perto quando eu a segurei pela mão com firmeza.
– Calma! Estava só brincando….. Te ajudo! Do que você precisa?
– De tudo, o professor está passando o passo a passo mas eu sou um perigo com essa arma aí na mão, e por mais que eu queira enganar, no final do bimestre terá uma partida e ele vai realmente nos avaliar…..
– O.k.! Podemos treinar aqui nos dias que não tem treino, e se não tiver problemas pra você…. Lá em casa também, que tem a tabela e tudo mais – me olhou um pouco desconfiada e eu sorri dando de ombros, afinal era a minha oferta.
– Obrigada! Vai me ajudar demais! – Ela sorriu e me olhou incerta se chegava perto ou não, mas eu sanei a dúvida a puxando para mais perto e dando um beijo em seu rosto.



Capítulo 3

Combinamos a primeira aula de basquete pra depois das aulas normais, sabia que ficaria empolgado mas eu mal consegui dormir, acordei antes que todos e aquilo, óbvio, foi motivo para Nina me zoar até cansar.
Peguei tudo que seria necessário para nossa aula e assim que o relógio marcou o horário do nosso compromisso, sai em disparada para a quadra.
Encontrei nervosa, mexendo as mãos vestida com uma legging preta e uma regata amarela dos Lakers, tão linda daquele jeito que eu só sabia sorrir ao vê-la.
! – Cheguei por trás dela que deu um pulinho e riu ao ver que era eu.
– Espero que tenha trazido uma armadura! – Ela me cumprimentou com beijo no rosto e viu as bolas que eu trouxe para nosso treino.
– Não trouxe, porque sei que não vou precisar – Dei uma piscadinha para ela, vendo seu rosto corar levemente – Vamos começar?! – Estendi minha mão para ela que a segurou saindo da arquibancada e vindo para o centro da quadra
– Vamos!

Começamos a treinar alguns passes simples, devagarinho, até se acostumar com a bola e começar a achar fácil, um pouco antes da aula acabar começamos a treinar arremessos e aí sim, sentiu a diferença de praticar.
Foram duas semanas cheias de treinos extras, Marcelo já estava pegando no meu pé pelas minhas ausências nas nossas festinhas pós treino, mas eu sabia o que queria e nesse caso, era a minha prioridade. Eu sempre a convidava pra entrar quando treinávamos na minha casa mas ela nunca aceitava.
Até que chegamos na nossa terceira semana de aula, começamos a treinar as cestinhas e acho que foi a minha melhor ideia, até já estava gostando muito mais das nossas aulas.
– Acertei!! DE NO-VO – comemorou me dando um abraço sem querer, ela sorriu sem graça e eu pisquei pra ela, pegando novamente a bola.
– Já que a senhorita está muito boa nos arremessos, eu proponho um desafio….
– Ih, lá vem! O que seria? – me olhou de braços cruzados e uma das sobrancelhas arqueadas, apenas esperando o que eu tinha pra falar.
– Vamos fazer dez arremessos, cinco cada um, quem perder pode pedir o que quiser para o outro…. O que me diz? – Estendi minha mão para ela que pensou um pouco antes de apertar, selando nossa aposta.
Começamos nossa disputa e estava indo muito bem, dando risada a cada cesta, me provocando quando eu errei uma delas logo no início, até que era a última chance de cada um de nós, eu acertei e ela errou, fomos para o mata a mata e errou, me olhando de um jeito indecifrável antes do meu arremesso, quase errei a cesta mais importante de todas.
– GANHEI!!! Viu só, ficou me zoando mas no final, levei a melhor! – Cheguei perto dela e dei um beijo em sua bochecha vendo ela revirar os olhos de implicância.
– E o que você vai querer, coisa chata? – Ela pegou sua toalha e secou seu rosto sem me olhar.
– Um jantar! Nós dois, amanhã na minha casa! – Sua toalha caiu e ela me olhou boquiaberta, pronta para reclamar mas eu balancei a cabeça negando.
– Era nosso desafio, não pode fugir agora – Pisquei pra ela que apenas semicerrou os olhos na minha direção.
– Ah, ! Você me paga – Peguei minhas coisas assim como ela e saímos da quadra, era tudo que eu precisava, só uma chance.

Eu estava tão nervoso, que Nina nem me zoava mais, agora ela tentava me ajudar com o máximo de coisas possíveis, nossos pais não estariam em casa e ela ia sair com seu pseudonamoradinho me deixando a sós com .
No momento em que a campainha tocou, eu senti aquele frio na barriga aumentar, e o medo de tudo dar errado também.
– Oi! – Atendi a porta e fiquei levemente chocado com o quanto estava linda, ela tinha colocado um vestido amarelo, o cabelo um pouco preso, seus olhos ainda mais lindos e hipnotizantes com aquela maquiagem, e a boca….. Eu só queria beijá-la, mais do que tudo.
– Tudo bem? – sorriu tímida e ficou me olhando, dei um passo na sua direção, pegando em sua cintura e beijando seu rosto.
– Você está linda! – Disse perto de seu ouvido sentindo ela arrepiar, abri passagem vendo me olhar antes de finalmente entrar na minha casa.
– Você também está ótimo, Capitão! – Ela sorriu e deixou suas coisas no sofá, me olhando um pouco demais logo em seguida. Estava com minha calça preta, uma camiseta bordo, meu bom e velho all star preto, e toda vontade que aquela noite fosse boa.
A chamei para a cozinha e ela insistiu em me ajudar, cada esbarrão era uma risada, aos poucos o gelo foi quebrando e quando finalmente nos sentamos pra comer o clima estava ótimo entre nós.
– Quem fez tudo mesmo? – perguntou se servindo mais uma vez e eu ri, afinal eu já tinha confessado que não sei nem fritar ovo direito.
– Você sabe que eu fiz uns 15% só, o resto foi tudo a ajuda da Nina! – Revirei os olhos e ela gargalhou.
– Pelo menos está sendo sincero né…. – Ela piscou e eu apenas sorri como resposta – Posso aproveitar que estamos nessa sinceridade toda e perguntar algo?
– Claro que pode…..
– Por que eu, ? A escola inteira tá aí aos seus pés, a Brenda me olha como se eu estivesse realmente ofendendo alguém com as minhas atitudes, e eu não entendo, se for tipo aquelas apostas idiotas de amigos me deixa fora disso – afastou seu prato e ficou me encarando esperando uma resposta, já começava a me acostumar com o jeito prático dela de resolver as coisas.
– Não é! Confia em mim, nem eu sei direito o que é mas eu quero descobrir junto com você, se óbvio, você também quiser…. – Cheguei mais perto e que estava sorrindo para mim até então, parou me olhando fixamente, tentando me decifrar da mesma forma que eu fazia com ela. Puxei sua cadeira na minha direção, coloquei uma das mãos atrás de sua cintura e cheguei tão perto que podia sentir sua respiração, seu sorriso tímido ao me ver pedir permissão com o olhar para finalmente beijá-la.
E era mais do que eu esperava, quando finalmente uni nossas bocas um arrepio me tomou, de forma calma e intensa eu aprofundei o beijo, sentindo subir sua mão por meu braço, colocando-a no meu pescoço e me arranhando ali levemente, eu a segurava pela cintura como se minha vida dependesse disso, brincava com sua língua e sentia ela sorrir em meio ao beijo, me dando leves mordidas, enlouquecendo todos os meus sentidos, acabando comigo aos pouquinhos só com aquele beijo.
– Eu…. – quebrou o beijo, me dando alguns selinhos e sorrindo envergonhada – Não sei!
– Não precisamos definir nada agora, só precisamos aproveitar! – A peguei pela mão e levei para o sofá, sentindo ela me olhar ainda meio desconfiada – Não vamos fazer nada de mais!
Nos jogamos no sofá e eu coloquei um filme qualquer na TV, voltamos a relaxar e eu puxei para mais um beijo, sentindo ela cada vez mais confortável, mais entregue ao nosso momento.
– Você é um perigo….. - Nossos amassos já estavam um tanto quanto bem intensos e se afastou rindo fugindo das minhas mãos, só pra me ver sofrer no sofá.
– Volta aqui! – Consegui alcançá-la e a puxei pela cintura, a abraçando por trás, sabendo que ela perceberia ainda mais a minha empolgação, sorriu cheia de malícia e balançou a cabeça em negação fugindo de mim mais uma vez. Percebi que minha pulseira de couro foi junto com ela e parei tudo que estava fazendo para colocá-la de novo.
– Que foi? – voltou para perto e me viu tentando amarrar a pulseira de volta no meu pulso – Quer ajuda? – Ela pegou a pulseira das minhas mãos e a amarrou de novo.
– Valeu! Acho que eu tenho um treco se perder ela…. – Sorri e a peguei pelas mãos, nos levando de volta para o sofá.
– Por que? – se sentou ao meu lado e pegou no meu pulso com a pulseira, olhando atentamente para ela.
– Foi um presente do meu avô, ele mandou gravar a palavra “Força” especialmente pra mim e é como um amuleto, é muito especial pra mim! – Mostrei pra ela o lado contrário onde dava para ler e me olhou sorrindo antes de passar meu braço por cima de seu ombro e se aconchegar ao meu lado, fingindo prestar atenção no filme a nossa frente.

Depois que foi embora tudo que eu sentia era que estava perdido, que depois de beijá-la nunca mais seria a mesma coisa, a boca dela era diferente de todas as outras, valia o preço de não querer nenhuma outra. E com isso nem eu sabia lidar.


Capítulo 4

O dia seguinte já começou com Marcelo aparecendo na minha casa antes do colégio, querendo conversar e aquilo era bem estranho, até Nina me olhou surpresa quando demos de cara com ele no portão.
– Cara, por que você está mais distante? – Marcelo depois de ter enrolado um pouco foi direto ao ponto e eu sorri sem graça.
– Não é nada, tô só mais ocupado agora.
– É aquela menina lá, do tombo? Eu vi você indo pra quadra com ela….
– Não tem nada a ver, só estou ajudando ela, mas isso não muda nada! – Cocei a cabeça sem saber o que dizer, afinal nem eu mesmo sabia definir o que era tudo aquilo.
– Mano, claro que tem! As meninas me perguntam todo dia de você, nem sei que desculpa dar – Marcelo deu um tapinha na minha cabeça e riu, assim que chegamos no colégio a primeira pessoa que vi foi que sorriu tímida e seguiu com sua amiga para longe de nós, Marcelo veio para minha frente e me olhou arqueando a sobrancelhas.
– Nada?! Fala sério, pega ela dê uma vez então! – Ele riu daquele jeito idiota de sempre e eu o empurrei para longe, sem querer falar sobre esse assunto com ele.
– Vai dormir, Marcelo! – Fui com ele até nosso grupinho de amigos e não vi mais , no fim da aula fui até a quadra mas ela não apareceu. Marcelo me chamou para ir a praia com ele e eu aceitei, aproveitar que fazia tempo que não saia com o time de basquete.
Estava no meio de uma partida de futevôlei, morrendo de calor e suado, decidi dar uma pausa e fui buscar água de coco, na volta esbarrei em uma garota que já ia começar a me xingar mas parou quando olhou para o meu rosto.
? – Ela era amiga da , a que sempre estava ao lado dela.
– Lívia, né?! – Disse para ter certeza que era a garota certa, ela apenas acenou com a cabeça afirmando, e olhou para algo atrás de mim com os olhos arregalados, não resisti e olhei para ver o que era e dei de cara com , nos encarando.
– Posso falar com ela, rapidinho….. – Avisei a Lívia que apenas deu de ombros enquanto eu ia até , antes que ela escapasse.
– Ei, por que não foi pra quadra hoje? – Perguntei tentando pegar em sua mão mas ela se esquivou, olhando para meus amigos um pouco afastados de nós.
– É melhor a gente parar com isso…. – deu um passo para trás e eu ergui o rosto dela para que me olhasse.
– Não, não quero que as coisas fiquem estranhas e nem que você se prejudique….

– Te espero amanhã, no mesmo horário de sempre! – Me aproximei e dei um beijo no canto de sua boca, vendo-a corar antes de sair dali.

No dia seguinte eu estava ainda mais ansioso para a aula de basquete, quando cheguei e a vi ali me esperando, sorri e a cumprimentei com um beijo no rosto.
– Hoje nós vamos treinar algo que talvez você goste ou não – Eu ri só de ver a cara de desanimo dela, sabendo que ela entortaria o nariz pelo tema – Vamos ter uma aula de confronto direto, mano a mano.
– Ah, não! Nem vai ter isso no jogo – deixou a bolsa na arquibancada e me acompanhou até o centro da quadra
– Se for pra valer, vai sim! – Peguei a bola e a olhei no fundo dos olhos antes de começar – Sua missão é roubar a bola de mim! – Pisquei pra ela e sorri sabendo que a desconcentraria.
Era muito fácil driblar , ela mal tentava me bloquear e em nenhum momento conseguiu tirar a bola das minhas mãos. Comecei a rir e ela parou com a mão na cintura, me encarando irritada.
! Eu vou jogar essa coisa na sua cabeça! – Ela pegou a bola de mim e a ergueu sobre sua cabeça, aproveitei sua distração e a puxei pela cintura, roubando um beijo rápido e bati na bola fazendo com que ela caísse.
– Agora a gente troca, eu vou roubar ela de você! – Devolvi a bola a ela que suspirou antes de voltar ao nosso “jogo”. tentava de todas as formas escapar, eu a bloqueava, marcava e ela só ria, ficando irritada comigo mais uma vez.
– Sai daqui, !
– Não, eu tô te marcando ué…. – Cheguei por trás dela e parou, tentei ser o mais sutil possível mas no primeiro toque do meu braço no seu, senti toda arrepiada, me desconcentrando do que estávamos fazendo ali.
Tentei voltar a nossa atividade mas a cada esbarrão, marcação, qualquer contato parecia acender uma faísca entre nós, eu já não prestava mais atenção na bola, tanto que fez a cesta mais fácil do mundo bem diante do meu nariz e a única coisa que eu fiz foi chegar ainda mais perto e beijá-la porque eu já não aguentava mais aquela situação.
….. – já estava tão sem fôlego quanto eu, as bocas vermelhas nos denunciavam, já não dava mais pra disfarçar – Alguém pode chegar….. Vamos sair daqui!
Me lembrei da casa de praia da minha tia, ela sempre me deixava levar meus amigos pra lá e eu não via lugar melhor pra nós dois ficarmos sozinhos.
– Vamos pra praia, eu tenho um lugar lá….. Não terá ninguém conhecido – Beijei seu pescoço enquanto falava e sorriu, me afastando para olhá-la nos olhos.
– Tem certeza? Eu não quero ser o brinquedinho de ninguém, muito menos troféu! – Ela me olhou bem mais séria que o normal e eu estiquei meu dedinho pra ela, para selar minha promessa.
– Não, você nunca será isso pra mim! Seremos só eu e você ali!

Sei que não deveria, mas, mesmo assim, peguei o carro do meu pai e combinei de encontrá-la em meia hora, a casa ficava há menos de quinze minutos da minha casa, e da varanda era possível ver o mar.
já não era mais a garota tímida que mal me olhava nos olhos há pouco tempo, na minha frente eu a vi extremamente linda de biquíni, sorrindo quando eu fingi tirar a parte de cima, sem barreiras, que me deixava rir e brincar, beijá-la sem medo nem pudor. Fomos dar um mergulho e a cada minuto parecia mais entregue, mais à vontade comigo.
Quando voltamos a casa da minha tia, a minha intenção não era tentar nada com ela, não queria forçá-la a ir mais além comigo então fui direto para o outro quarto tomar banho, enquanto ela ficava no quarto principal.
No momento em que saí do banheiro, eu sabia que estava perdido, me esperava apenas de toalha, olhando a varanda enquanto a noite começava a cair, não precisava pensar muito pra entender aquela mensagem, quando cheguei perto e a abracei por trás eu senti sorrir e passar seus braços por cima dos meus.
– Tem certeza? É o que você quer? – Perguntei ouvindo o barulho das ondas ao fundo e se virou de frente para mim, passando os braços por meu pescoço, fazendo carinho ali, me olhando nos olhos antes de responder.
– Você é o que eu quero!
Fechei a porta do quarto sentindo meu coração batendo na boca, tudo que já pensei sobre ter várias garotas ao mesmo tempo caiu por terra no mesmo momento em que tive em meus braços, quando aquelas toalhas foram pro chão eu sabia que por ela eu deixaria toda essa ideia de lado, eu não precisava de mais nenhuma outra, só dela.
Foi a noite mais foda de todas, não imaginava que aquilo pudesse acontecer mas quando realmente nos unimos, o encaixe perfeito me deu a certeza de que eu enlouqueceria de amor por ela, assim como a Lua que fez questão de beijar o mar, eu ficaria ao lado dela independente de qualquer coisa.

No dia seguinte, quando voltamos ao colégio combinei de me encontrar com na hora do intervalo, Marcelo que tinha tirado o dia pra me atormentar porque eu estava com cara de bobo, ficou me pressionando para saber se eu tinha ficado com ela ou não.
– Vai, fala aí! Você pegou ela, não pegou? Pegou a quietinha lá, né…. – Estávamos saindo do vestiário e ele não mudava de assunto.
– Cala boca, Marcelo! Não interessa…. – Empurrei ele pra longe mas ele apenas riu voltando pra perto de mim.
– Ah, fala sério isso é uma confissão! – Ele deu um tapinha na minha cabeça e parou na minha frente, bloqueando minha passagem – Agora que já matou a vontade, podemos voltar a programação normal, por favor…. Porque tem umas minas muito mais gostosas te esperando né….. – Marcelo com aquele jeito ogro começou a fazer gestos com a mão, fingindo que eram a silhueta dessas mulheres, mostrei o dedo do meio pra ele e balancei a cabeça negando mas paralisei ao ver atrás dele com os olhos cheios de lágrimas, me olhando com profundo desprezo saindo correndo pelo corredor.
– Porra, Marcelo! – O tirei da minha frente e corri atrás dela mas não consegui encontrá-la.

Liguei e deixei mil mensagens mas era como se eu estivesse falando com fantasmas. me ignorou de todas as formas possíveis ao longo dos dias, até com Lívia eu tentei falar mas ela foi até pior, por pouco não apanho na frente da escola inteira.
Nina um dia me parou no meio do nosso almoço para brigar comigo:
– Eu tentei não falar nada, mas poxa …. Estava indo tão bem! Eu achava que você finalmente ia ficar de verdade com alguém, ia mudar…..
Na voz dela eu sentia sua decepção mas sabia que nenhuma seria tão forte quanto a minha mesma, eu estava puto por ter magoado , por deixar ela acreditar que era algo sem importância pra mim.
– Eu quero consertar as coisas, mas não sei como fazer isso – Deixei meus ombros caírem e toda a pose de inabalável ir por terra, eu sabia que não estava bem.
– Vamos dar um jeito, tudo que puder fazer pra te ajudar, eu farei! – Ela deu um beijo na minha cabeça e me deixou com meus pensamentos e lembranças. Imaginando como estaria e se a raiva tinha diminuído, nem que fosse só um pouco.
Quando finalmente o dia dos jogos do terceiro ano chegou, eu me vi ansioso porque finalmente eu a veria de novo, veria ela usar tudo que aprendeu nas nossas aulas em quadra e quem sabe poderia falar com ela. Eu já estava com saudade.
Já estava na arquibancada apenas esperando o jogo começar quando senti um cutucão na minha costela, era Nina sutilmente me chamando para um canto.
, as meninas estavam comentando sobre a não querer jogar…. – Nina sussurrou no meu ouvido, me fazendo olhá-la surpreso.
– Porque não? Ela treinou e tudo mais…. – Olhei ao redor e vi que a quadra estava quase cheia e logo o jogo teria que começar.
– Eu não sei, uma amiga dela que estava querendo quase bater nela pra obrigar ela a vestir o uniforme – Nina me olhou sugestivamente e eu entendi o recado.
Sai correndo, fui direto pro vestiário feminino, no meio do caminho eu vi o time já se encaminhando para a quadra e me escondi, quando entrei a única bolsa que vi em cima do banco foi a dela, um minuto depois ela saiu de uma das cabines com o cabelo solto, calça jeans e a camiseta do time da escola.
– Não sei se você sabe mas está com a roupa errada para o jogo – Olhei para ela através do espelho e ela me encarou totalmente séria.
– Não tem problema, eu não vou jogar mesmo – com a voz firme e inabalável apenas deu de ombros.
– Por que não, ? Você tá preparada….. – Tentei chegar mais perto mas ela apenas me olhou em advertência.
– Lá vem você, seu projeto de caridade já acabou, não precisa querer assistir a humilhação completa…. Eu vou embora…. – Ela enfiou o shorts do uniforme na bolsa e se virou de frente para mim, com o rosto vermelho de raiva.
– Para, ! Você nunca foi isso! O Marcelo que quer chamar a atenção mas pra mim você é muito importante, cada segundo foi importante, e acredite em mim, eu queria mais…. Muito mais! – Consegui pegar em sua mão gelada e fazê-la olhar em meus olhos – Eu estou apaixonado por você e morrendo de saudade!
Ela me olhou estática e eu sorri a puxando para mais perto, juntando nossas bocas em um beijo rápido mas tão forte que me fez arrepiar. me abraçou e disse em meu ouvido:
– Estou com medo de jogar, de ser horrível em quadra…..
Olhei para ela e balancei a cabeça em negação.
– Impossível! – Tirei a pulseira que meu avô me deu do braço e coloquei nela, sentindo seu olhar sobre cada gesto meu, ela sabia o quanto aquilo significava pra mim – Depois da vitória você me devolve!
Dei mais um beijo rápido nela e a empurrei para a cabine mais uma vez, afinal ela precisava se trocar. Fomos de mãos dadas até a quadra, dei um selinho nela e a assisti fazer sua entrada no jogo.
No jogo eu já nem me preocupava com mais nada, torcia por ela, gritava seu nome e tudo mais, sabia que ela me ouvia, assim como o colégio todo. conseguiu fazer duas cestas, o jogo estava empatado e perto do fim quando em um lance espetacular ela conseguiu uma de 3 pontos, seus olhos encontraram com os meus nessa hora e ela deu uma piscadinha marota pra mim, que respondi jogando um beijo, sabendo que todo mundo nos via. Não me importando com nada além de nós.




Fim!



Nota da autora: Oiee, tudo bem?!
Essa foi a fic mais na velocidade da luz que consegui escrever e espero que tenha feito jus a essa música maravilhosa do meu amorzinho!!! Estou superansiosa pra saber o que vocês acharam da história! Se puderem, comentem ;D Vou amar saber a opinião de vocês!
Qualquer coisa, tô sempre por aqui: @just_aliine
Miiil Beijooos, até a próxima!



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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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