Prólogo
Era doido assistir aos vídeos no YouTube, olhar aquela plateia enorme e saber que a razão para todos estarem ali era ele. Não, não me entenda mal, Shawn realmente tem talento suficiente para reunir um público daquela dimensão. Meu amigo é incrível. O doido é saber que o cara que eu acompanhava no Vine — o menino que não era de ninguém, só meu — agora mora também no coração e nos ouvidos de milhares de outras pessoas.
Capítulo 1
23 de março de 2013
Ei , a mensagem apareceu na tela de meu celular. Acabei de gravar mais um cover. Quer ouvir?
Queria, claro.
Por mais que pra mim fosse madrugada e eu estivesse pingando de sono, deitada em minha cama, encaminhei a resposta afirmando a vontade em ouvi-lo. Era sempre assim. Em função do fuso horário entre Canadá e Japão, nossos céus nunca estavam da mesma cor quando nos falávamos. Não importava. Já tinha me acostumado com a voz de embalando minhas madrugadas — ele, o menino cujas conversas começaram através do MySpace. Mesmo com a distância e o fato de que nunca tínhamos nos visto pessoalmente, era um dos meus amigos mais presentes e próximos, naquela época.
Coloquei os fones de ouvido, pronta para escuta-lo cantar Say Something. Eu era imensamente grata pela internet, e suas redes online sem fronteiras, por possibilitar nossa amizade.
14 de junho de 2014
Eu ainda não acredito que todas essas coisas estão acontecendo.
Não podia ver sua expressão, naquele momento, mas imaginava que aquelas palavras vinham carregadas de empolgação e encantamento pelo sonho que estava se realizando. Um sorriso se abriu em meu rosto, com o celular em mãos.
O que aconteceu hoje? , perguntei. Desde que assinou com a gravadora e gravou seu primeiro EP, a vida de havia se transformado completamente. Todos os dias eram carregados de novidade.
Nada de especial , respondeu, para a minha surpresa. Eu tô mesmo é feliz com o fato de que agora vai ser mais fácil te encontrar.
O coração saltou, dentro do peito. Como assim?
Ah, você sabe , digitou. Não, eu não sabia. Se a carreira alavancar, talvez eu faça shows em Tokyo! Ou, se não chegar a esse ponto, talvez eu consiga juntar grana suficiente pra pelo menos ir te visitar, ou pagar uma passagem sua pra cá. De todas as formas, te encontrar tem se tornado uma certeza cada vez maior.
Senti os olhos encherem de água. Ele queria me ver. Eu não era a única que sentia aquela vontade, ali. Era recíproco.
5 de outubro de 2016
Não lembrava quando tinha sido a última vez que conversei com .
O mundo gira, a vida se transforma e tempo acaba se tornando algo cada vez mais raro na vida de uma pessoa. Se para mim, uma simples mortal, era difícil parar durante o dia para olhar o whatsapp, para ele deveria ser muito pior. Conciliar shows, presença em eventos, festas, ensaios e tudo o que a carreira de cantor no auge do sucesso exige não é tão simples como a rotina de uma mulher solteira e sem filhos: casa e fábrica, fábrica e casa.
Compreendi.
A falta de tempo, porém, trás consigo outro detalhe: afastamento. Foi inevitável. acabou se tornando uma lembrança preciosa em minha adolescência. O amigo que agora eu compartilhava com o mundo.
No futuro, tenho certeza de que mostrarei seus álbuns e vídeos para os meus filhos e direi que já fui amiga de um cara bem famoso.
30 de outubro de 2019
revela a data exata em que começou a namorar
Ler aquela manchete foi como tomar um soco no estômago.
Entenda: não existia mais qualquer contato entre e eu. De fato, o cantor se tornou uma boa lembrança e tá tudo bem, acontece, ele não foi o único a ir embora ao longo de todos esses anos. A vida é feita de chegadas e despedidas, eu entendi. Mas eu o admirava. Escutava suas músicas, assistia seus shows pelo YouTube, lia entrevistas. Tornei-me fã. Mas por mais que existisse a vontade imensa de vê-lo feliz e realizado, existia, também, aquela mínima esperança de um dia encontra-lo. Não que o namoro com pudesse impedir isso — nosso afastamento há alguns anos cuidou de tudo —, mas... não sei... lá no fundo existia em mim o desejo de que não fosse verdade. Aquelas fotos tinham que ser fruto de marketing. Aquele relacionamento poderia ser contratual. Mas não. De acordo com aquela matéria, era um namoro que existia desde julho.
Fechei a tela do computador para tentar não pensar mais a respeito.
No auge dos meus 20 anos, eu havia me transformado na fã que se entristece com o ídolo em um relacionamento.
27 de novembro de 2019
Ei , meu celular vibrou com a chegada de uma mensagem. Número desconhecido. Esse ainda é seu número, ?
Gelei.
Quem é?
O . Ok, alguém estava zoando com a minha cara. Quem dos meus amigos poderia estar fazendo aquilo? Juro que vou esganar com as minhas próprias mãos.
Ah, vai catar coquinho.
I'm sorry that I couldn't get to you, , as palavras vieram através de áudio de poucos segundos. Vi o celular escorregar de minhas mãos. Era a voz que havia embalado muitas de minhas madrugadas enquanto ouvia seu cover de Say Something, um de meus preferidos.
Desculpa. Desculpa mandar uma mensagem assim, do nada. Faz tanto tempo, né? Ele voltou a digitar.
Faz, . Faz muito tempo.
Tudo bem se você não quiser responder. Vou entender , ele continuou. Não sabia mais nem como respirar. É que estou indo pra Tokyo na próxima semana e, sei lá, queria saber se existe a possibilidade de nos vermos. Pode não parecer, em função do meu sumiço, mas sempre quis conhecer a amiga mais japonesa que já tive em todos esses anos.
queria me ver. Não era só o celular que foi parar no chão, depois disso.
Ei , a mensagem apareceu na tela de meu celular. Acabei de gravar mais um cover. Quer ouvir?
Queria, claro.
Por mais que pra mim fosse madrugada e eu estivesse pingando de sono, deitada em minha cama, encaminhei a resposta afirmando a vontade em ouvi-lo. Era sempre assim. Em função do fuso horário entre Canadá e Japão, nossos céus nunca estavam da mesma cor quando nos falávamos. Não importava. Já tinha me acostumado com a voz de embalando minhas madrugadas — ele, o menino cujas conversas começaram através do MySpace. Mesmo com a distância e o fato de que nunca tínhamos nos visto pessoalmente, era um dos meus amigos mais presentes e próximos, naquela época.
Coloquei os fones de ouvido, pronta para escuta-lo cantar Say Something. Eu era imensamente grata pela internet, e suas redes online sem fronteiras, por possibilitar nossa amizade.
14 de junho de 2014
Eu ainda não acredito que todas essas coisas estão acontecendo.
Não podia ver sua expressão, naquele momento, mas imaginava que aquelas palavras vinham carregadas de empolgação e encantamento pelo sonho que estava se realizando. Um sorriso se abriu em meu rosto, com o celular em mãos.
O que aconteceu hoje? , perguntei. Desde que assinou com a gravadora e gravou seu primeiro EP, a vida de havia se transformado completamente. Todos os dias eram carregados de novidade.
Nada de especial , respondeu, para a minha surpresa. Eu tô mesmo é feliz com o fato de que agora vai ser mais fácil te encontrar.
O coração saltou, dentro do peito. Como assim?
Ah, você sabe , digitou. Não, eu não sabia. Se a carreira alavancar, talvez eu faça shows em Tokyo! Ou, se não chegar a esse ponto, talvez eu consiga juntar grana suficiente pra pelo menos ir te visitar, ou pagar uma passagem sua pra cá. De todas as formas, te encontrar tem se tornado uma certeza cada vez maior.
Senti os olhos encherem de água. Ele queria me ver. Eu não era a única que sentia aquela vontade, ali. Era recíproco.
5 de outubro de 2016
Não lembrava quando tinha sido a última vez que conversei com .
O mundo gira, a vida se transforma e tempo acaba se tornando algo cada vez mais raro na vida de uma pessoa. Se para mim, uma simples mortal, era difícil parar durante o dia para olhar o whatsapp, para ele deveria ser muito pior. Conciliar shows, presença em eventos, festas, ensaios e tudo o que a carreira de cantor no auge do sucesso exige não é tão simples como a rotina de uma mulher solteira e sem filhos: casa e fábrica, fábrica e casa.
Compreendi.
A falta de tempo, porém, trás consigo outro detalhe: afastamento. Foi inevitável. acabou se tornando uma lembrança preciosa em minha adolescência. O amigo que agora eu compartilhava com o mundo.
No futuro, tenho certeza de que mostrarei seus álbuns e vídeos para os meus filhos e direi que já fui amiga de um cara bem famoso.
30 de outubro de 2019
revela a data exata em que começou a namorar
Ler aquela manchete foi como tomar um soco no estômago.
Entenda: não existia mais qualquer contato entre e eu. De fato, o cantor se tornou uma boa lembrança e tá tudo bem, acontece, ele não foi o único a ir embora ao longo de todos esses anos. A vida é feita de chegadas e despedidas, eu entendi. Mas eu o admirava. Escutava suas músicas, assistia seus shows pelo YouTube, lia entrevistas. Tornei-me fã. Mas por mais que existisse a vontade imensa de vê-lo feliz e realizado, existia, também, aquela mínima esperança de um dia encontra-lo. Não que o namoro com pudesse impedir isso — nosso afastamento há alguns anos cuidou de tudo —, mas... não sei... lá no fundo existia em mim o desejo de que não fosse verdade. Aquelas fotos tinham que ser fruto de marketing. Aquele relacionamento poderia ser contratual. Mas não. De acordo com aquela matéria, era um namoro que existia desde julho.
Fechei a tela do computador para tentar não pensar mais a respeito.
No auge dos meus 20 anos, eu havia me transformado na fã que se entristece com o ídolo em um relacionamento.
27 de novembro de 2019
Ei , meu celular vibrou com a chegada de uma mensagem. Número desconhecido. Esse ainda é seu número, ?
Gelei.
Quem é?
O . Ok, alguém estava zoando com a minha cara. Quem dos meus amigos poderia estar fazendo aquilo? Juro que vou esganar com as minhas próprias mãos.
Ah, vai catar coquinho.
I'm sorry that I couldn't get to you, , as palavras vieram através de áudio de poucos segundos. Vi o celular escorregar de minhas mãos. Era a voz que havia embalado muitas de minhas madrugadas enquanto ouvia seu cover de Say Something, um de meus preferidos.
Desculpa. Desculpa mandar uma mensagem assim, do nada. Faz tanto tempo, né? Ele voltou a digitar.
Faz, . Faz muito tempo.
Tudo bem se você não quiser responder. Vou entender , ele continuou. Não sabia mais nem como respirar. É que estou indo pra Tokyo na próxima semana e, sei lá, queria saber se existe a possibilidade de nos vermos. Pode não parecer, em função do meu sumiço, mas sempre quis conhecer a amiga mais japonesa que já tive em todos esses anos.
queria me ver. Não era só o celular que foi parar no chão, depois disso.
Capítulo 2
4 de dezembro de 2019
Eu não tinha muito tempo.
O encontro com não aparecia em minha agenda oficial. Não podia. Nenhum jornalista, paparazzi ou mesmo fãs poderiam ter acesso àquela informação. se encontra com moça desconhecida? Não, eu dispensava completamente o reboliço que algo como aquilo poderia gerar, mas não queria deixar Tokyo sem antes encontra-la. Pessoas de confiança da minha própria equipe a trouxeram até o quarto em que estava hospedado, então.
— Nunca imaginei que teria que me disfarçar de camareira pra te encontrar — ela disse assim que entrou no quarto, trajando as roupas que as funcionárias daquele hotel usavam.
— Se te consola, também não imaginei que nosso encontro aconteceria assim, no final das contas — concordei. Falar aquilo foi como fazer com que nossas fichas caíssem. Nós finalmente estávamos nos vendo pessoalmente...
... e tudo ficou estranho.
— Então... — as reticências dela preencheram o vazio. — não vou nem perguntar como você tá. Tenho certeza de que você tá vivendo a melhor fase da sua vida, né?
não poderia estar mais enganada.
— É, mais ou menos — meio que concordei coçando a nuca, sem jeito. A fama é legal apenas no início, quando tudo é novidade. A partir do momento que nos damos conta do que ela trás consigo, as coisas deixam de ficar tão coloridas. De lá pra cá, a única coisa que me motiva a seguir em frente é que as mensagens de minhas músicas transformam o dia da maioria das pessoas que as escutam. Tirando isso, toda essa realidade é dispensável.
— O que aconteceu, ? — ela perguntou. perguntava aquilo em todas as nossas conversas, no passado. Por alguns segundos, me senti em casa.
— Tanta coisa — ri e ela me acompanhou. — Vem cá, senta aqui — indiquei o espaço ao meu lado, na cama. Mesmo parecendo estar sem jeito, ela veio. Foi a primeira vez que senti seu perfume. — Infelizmente hoje não vamos ter muito tempo pra conversar, mas quero que saiba que sinto a sua falta.
A agenda corrida não possibilitaria um encontro com passeios ou programas simples, como assistir a um filme, mas decidi que os poucos minutos ao lado daquela moça teriam que ser suficientes para expressar o quanto ela havia sido importante pra mim.
— A fama não é assim tão boa, — prossegui. — Existem muitos prós e contras dentro desse universo, e os contras são mais numerosos do que os prós — pessoas te controlando a todo momento, sua vida sendo monitorada, seus relacionamentos sendo arranjados em prol do capital... — Um deles foi ter sido obrigado a me afastar de quem realmente importava. Meus amigos. Você não foi a única, mas tá sendo a primeira pra quem estou tendo a oportunidade de dizer isso.
Quando me voltei para ela, encontrei seus olhos marejados. Passei o polegar por cima de uma das lágrimas que quis cair.
— Eu estive acompanhando sua carreira por todos esses anos, crente que estava tendo um pouco de proximidade contigo — ela falou com a voz embargada. — Ao que tudo indica, vi algo que não é compatível com o que tá aí dentro, né?
Concordei com um aceno da cabeça.
— Você viu o que minha produção queria que fosse visto — tanto é que estávamos ali em segredo. Ninguém de fora poderia saber que eu estava me encontrando com uma amiga de longa data. Não precisava de rumores em torno de minha fidelidade em um relacionamento que começou contra a minha vontade.
— Nós podemos voltar a conversar, se você quiser — ela propôs. — Eu também sinto a sua falta. Senti por todos esses an-
Sua fala foi interrompida pela porta do quarto sendo aberta. Minha assessora.
— , sinto atrapalhar, mas você precisa seguir para seu compromisso.
E lá estava mais um contra. Suspirei, derrotado.
— Já vou. Só preciso me despedir dela antes — garanti. Tornei a falar apenas quando nos vimos sozinhos, de novo. — Eu quero. Quero manter o contato. Mas agora...
— ... Agora você precisa ir — ela completou. Concordei. — Vai. Vai fazer o seu trabalho — mais uma vez recordei-me da época em que trocávamos mensagens com frequência. sempre me incentivava.
Abracei-a. Respirei seu perfume, sem ter a certeza de quando faria aquilo de novo.
— Eu vou. Mas pode ter certeza que eu volto.
E promessa, pra mim, é dívida.
Eu não tinha muito tempo.
O encontro com não aparecia em minha agenda oficial. Não podia. Nenhum jornalista, paparazzi ou mesmo fãs poderiam ter acesso àquela informação. se encontra com moça desconhecida? Não, eu dispensava completamente o reboliço que algo como aquilo poderia gerar, mas não queria deixar Tokyo sem antes encontra-la. Pessoas de confiança da minha própria equipe a trouxeram até o quarto em que estava hospedado, então.
— Nunca imaginei que teria que me disfarçar de camareira pra te encontrar — ela disse assim que entrou no quarto, trajando as roupas que as funcionárias daquele hotel usavam.
— Se te consola, também não imaginei que nosso encontro aconteceria assim, no final das contas — concordei. Falar aquilo foi como fazer com que nossas fichas caíssem. Nós finalmente estávamos nos vendo pessoalmente...
... e tudo ficou estranho.
— Então... — as reticências dela preencheram o vazio. — não vou nem perguntar como você tá. Tenho certeza de que você tá vivendo a melhor fase da sua vida, né?
não poderia estar mais enganada.
— É, mais ou menos — meio que concordei coçando a nuca, sem jeito. A fama é legal apenas no início, quando tudo é novidade. A partir do momento que nos damos conta do que ela trás consigo, as coisas deixam de ficar tão coloridas. De lá pra cá, a única coisa que me motiva a seguir em frente é que as mensagens de minhas músicas transformam o dia da maioria das pessoas que as escutam. Tirando isso, toda essa realidade é dispensável.
— O que aconteceu, ? — ela perguntou. perguntava aquilo em todas as nossas conversas, no passado. Por alguns segundos, me senti em casa.
— Tanta coisa — ri e ela me acompanhou. — Vem cá, senta aqui — indiquei o espaço ao meu lado, na cama. Mesmo parecendo estar sem jeito, ela veio. Foi a primeira vez que senti seu perfume. — Infelizmente hoje não vamos ter muito tempo pra conversar, mas quero que saiba que sinto a sua falta.
A agenda corrida não possibilitaria um encontro com passeios ou programas simples, como assistir a um filme, mas decidi que os poucos minutos ao lado daquela moça teriam que ser suficientes para expressar o quanto ela havia sido importante pra mim.
— A fama não é assim tão boa, — prossegui. — Existem muitos prós e contras dentro desse universo, e os contras são mais numerosos do que os prós — pessoas te controlando a todo momento, sua vida sendo monitorada, seus relacionamentos sendo arranjados em prol do capital... — Um deles foi ter sido obrigado a me afastar de quem realmente importava. Meus amigos. Você não foi a única, mas tá sendo a primeira pra quem estou tendo a oportunidade de dizer isso.
Quando me voltei para ela, encontrei seus olhos marejados. Passei o polegar por cima de uma das lágrimas que quis cair.
— Eu estive acompanhando sua carreira por todos esses anos, crente que estava tendo um pouco de proximidade contigo — ela falou com a voz embargada. — Ao que tudo indica, vi algo que não é compatível com o que tá aí dentro, né?
Concordei com um aceno da cabeça.
— Você viu o que minha produção queria que fosse visto — tanto é que estávamos ali em segredo. Ninguém de fora poderia saber que eu estava me encontrando com uma amiga de longa data. Não precisava de rumores em torno de minha fidelidade em um relacionamento que começou contra a minha vontade.
— Nós podemos voltar a conversar, se você quiser — ela propôs. — Eu também sinto a sua falta. Senti por todos esses an-
Sua fala foi interrompida pela porta do quarto sendo aberta. Minha assessora.
— , sinto atrapalhar, mas você precisa seguir para seu compromisso.
E lá estava mais um contra. Suspirei, derrotado.
— Já vou. Só preciso me despedir dela antes — garanti. Tornei a falar apenas quando nos vimos sozinhos, de novo. — Eu quero. Quero manter o contato. Mas agora...
— ... Agora você precisa ir — ela completou. Concordei. — Vai. Vai fazer o seu trabalho — mais uma vez recordei-me da época em que trocávamos mensagens com frequência. sempre me incentivava.
Abracei-a. Respirei seu perfume, sem ter a certeza de quando faria aquilo de novo.
— Eu vou. Mas pode ter certeza que eu volto.
E promessa, pra mim, é dívida.
FIM
Nota da autora: Vou ser honesta: queria ter feito mais por essa fic. A ideia que eu tinha pedia por isso, e as personagens envolvidas também. 2019 definitivamente não foi o melhor ano de todos para a escrita - beeem longe disso -, mas apesar de carregar aqui dentro a sensação de que deveria ter feito mais, meu outro lado está respirando tranquilo por ter conseguido entregar o ficstape. Ultimamente meu lema tem sido antes feito do que perfeito, mas nunca de qualquer jeito e com esse desafio aqui deu certo. Ficstapes melhores virão!