Capítulo Único
“Oh, desculpe!” null exclamou, quando esbarrou com alguém no bar e levantou a cabeça.
“Tudo bem. null, certo?” A garota perguntou e null a olhou. Conhecia-a. Fechou os olhos e tentou se lembrar.
“Sim, null null. E você é null?” Falou o rapaz, lembrando-se subitamente do nome dela.
“Sim!” null sorriu. “null, me chame de null.” Pediu e null acenou.
“Eu estava indo pegar uma bebida, me acompanha?” O garoto perguntou e levantou o copo, recebendo um sorriso de null, que o seguiu.
Os dois pararam no balcão e pediram uma bebida. Várias pessoas os olhavam e o garçom lhes sorriu estranhamente. Eles estavam acostumados, eram famosos, afinal.
“Então ele virou para mim e disse que eu não podia entrar por causa da minha roupa, e era o meu show!” null exclamou, contando uma história e null riu histericamente. Eles estavam conversando no bar do hotel há quase duas horas e o garoto estava encantado pela cantora, e vice-versa.
Depois de palavras trocadas e segredos contados, os dois se viam no elevador, seguindo cada um para o seu quarto quando null tentou beijar null.
“Desculpe, eu não quero cometer outro erro.” null a afastou, sua cabeça girando por causa da bebida. null sorriu e acenou com a cabeça.
“Tudo bem, não se preocupe se eu desaparecer.” Ela disse grogue e saiu do elevador quando o mesmo abriu no andar de seu quarto, deixando o rapaz confuso para trás.
Pela primeira vez, depois de uma semana que null e null conversaram no bar do hotel, eles se encontraram de novo. O rapaz desistiu de entender o que a estrela lhe dissera no elevador naquela noite e resolveu ir falar com ela de novo. Dessa vez, terminaram na cama. O mesmo aconteceu por mais duas ou três noites seguidas.
A mídia não perdoou a única vez que eles foram vistos juntos em um café, e vários boatos rolavam por sites e revistas de fofocas. Os dois cantores foram bombardeados com perguntas toda vez que iam a público por mais várias semanas até parecer claro que eles não se comunicavam mais. Mas eles se comunicavam, todos os dias. Sempre por mensagens, apesar de tudo. Estava tudo bem e não era nada mais do que algumas conversas normais de amigos.
null estava com sua turnê e viajou ao redor do mundo por meses, conhecendo várias fãs e garotas. Quase três meses depois de terem se visto pela última vez, o rapaz fez a besteira de confessar que tinham se visto mais de uma vez. Os repórteres caíram em cima deles por isso.
Mais meses se passaram, a turnê de null tinha acabado e ele finalmente voltava a Londres. Passou dias em casa apenas aproveitando o descanso até seu melhor amigo, null, ligar.
“null! Stan nos convidou para o pub dele hoje à noite, vamos?” O amigo perguntou e null grunhiu, sentando-se na cama.
“Pode ser. Que horas?” O rapaz disse e olhou o relógio, tinha acabado de acordar e já era quase de noite. As vantagens de estar de folga.
“Daqui duas horas. Agora abra a porta porque eu tô aqui fora.” null disse e desligou, tocando a campainha, fazendo null bufar ao se levantar.
“Cara, você tem a chave, por que não entrou de vez?” Foi a primeira coisa que null disse ao abrir a porta. null apenas sorriu e entrou.
“Porque eu sei que você estaria dormindo, é muito mais legal te acordar e te fazer levantar para abrir a porta.” Explicou e deu de ombros, fazendo o cantor bater em sua cabeça.
null era seu melhor amigo, eles se conheciam desde o primário. O garoto fazia parte de sua vida desde sempre, e os dois tinham uma relação próxima e estranha. null tinha as chaves da casa dele - embora raramente estivesse na cidade para ir lá - e null tinha as chaves da casa de null.
“Você tem duas horas para arrumar esse cabelo e ficar do jeito que faz as garotas caírem aos seus pés, comece agora e quem sabe termina antes da gente sair.” null zombou e levou mais um tapa. “Outch!”
“Fique quieto e vá fazer pipoca.” null rolou os olhos e foi para seu quarto novamente, pegando o celular e o notebook. Olhou as notícias como sempre fazia e leu uma matéria sobre ele.
“Deve ser tão chato abrir sites e só ler sobre você mesmo.” null comentou quando sentou ao lado de null no sofá, entregando-lhe um pote de pipoca. “Coloque em Pretty Little Liars, eu preciso ver o último episódio.” Ordenou e o outro rapaz o olhou estranho.
“É a minha casa e a minha televisão!”
“Whatever, eu tenho as chaves.” O garoto deu de ombros e null pegou o controle e mudou de canal.
Eles assistiram o episódio e null resolveu ir se arrumar e tomar banho, enquanto null apenas olhava seu celular e vasculhava seu quarto em busca de alguma coisa. Cerca de meia hora depois, os dois saíram do apartamento de null e foram para o pub.
O lugar estava cheio e já tinham vários paparazzis na porta. Droga, null pensou, sabiam que eu viria aqui?
“Céus, quanto paparazzi!” null exclamou a sair do carro e null bufou.
“Vamos logo!” Chamou o garoto e ajeitou os óculos escuros, caminhando para a entrada.
Rapidamente paparazzis o reconheceram e se amontoaram a sua volta e de null, deixando os dois rapazes presos na porta do pub. Seguranças do local vieram e abriram espaço para os amigos, que enfim entraram. null avistou Stan no bar e os dois seguiram até lá.
“null! null! Desculpe pelos paparazzis na porta, null está aqui.” Stan disse assim que os cumprimentou, fazendo null para no lugar.
“null?” null indagou e seu amigo começou a rir. É claro que ele sabia sobre o ocorrido de meses atrás.
“Sim, está na área VIP. Vamos, eu vou levar vocês lá.” Falou e começou a andar, parando para pegar uma bebida no bar e seguindo para as escadas. null relutantemente os seguiu. “Tenham uma ótima noite!” Desejou antes de desaparecer no meio das pessoas.
null seguiu com null até um balcão e se sentou ali, tentando encontrar null. Por algum motivo, a garota já tinha o encontrado e o olhava fixamente. Ela ergueu o copo para null, que retribuiu o gesto assim que o barman lhe entregou um. null seguiu seu olhar e sorriu quando viu null vindo na direção deles. A cantora sorriu para ele e lhe cumprimentou, fazendo o mesmo com null, e ele deu um tapinha no ombro do amigo antes de sair e ir conversar com uma garota próxima à eles.
null sentou ao lado de null, inclinando-se para ele.
“E então? A turnê acabou?” Perguntou e null assentiu.
“Sim, finalmente boas horas de sono.” Sorriu sem ânimo e null fez o mesmo. “E você?”
“Eu o que? Acabei de terminar o disco e lancei um novo single, minha próxima turnê começa daqui apenas sete meses.” Falou e o rapaz sorriu de novo, tirando os óculos.
“Bem, faz tempo que não nos vemos.” Constatou. “Quer dançar?” Perguntou null, fazendo o máximo para que aquela conversa desconfortável acabasse. Felizmente, null assentiu animada, deixou seu copo vazio no balcão e null fez o mesmo, a seguindo para a pista de dança.
Eles dançaram juntos por um bom tempo, pegando copos quando o barman passava, e logo estavam levemente alterados. null puxou null para um sofá afastado e sentou-se ali, obrigando o garoto a fazer o mesmo. Mesmo estando em um pub, os dois conversaram sobre tudo, shows, fãs, vida pessoal, filmes e etc. Eles ficaram lá por cerca de duas horas. Em algum momento, null beijou null e o cantor beijou de volta, antes de perceber o que estava fazendo e se separou da menina.
“De novo? O que você está fazendo, null?” null perguntou assim que se separaram.
“Ah, null, nós dois sabemos que eu não estou procurando por um amigo.” null disse. “E me chame de null, eu já te disse isso.” Ela rolou os olhos e checou o relógio. “Droga! Eu tenho que ir.” Falou e se levantou em um pulo, dando um selinho em null e o deixando para trás.
Parecia um replay para null, null o beijando, dizendo coisas confusas para sua mente e o deixando para trás. Ele bufou e colocou o rosto entre as mãos, bagunçando os cabelos em seguida. Olhou no relógio, duas da manhã. Pouco depois sentiu o celular vibrar com uma mensagem.
De: null
Estou hospedada no hotel xxx, venha aqui amanhã lá pelas 10 da noite.
E logo depois outra:
Traga alguma bebida xoxo.
null bufou e desligou o celular, colocando-o no bolso novamente e procurando por null. null lhe deixava louco e com dor de cabeça. A garota lhe dava sinais confusos que ele não sabia interpretar. Quando encontrou null, viu que ele conversava com a mesma garota de antes. Caminhou até ele e cutucou seu ombro.
“O que foi?” null perguntou, virando-se para ele.
“São duas da manhã e eu estou a ponto de explodir. É hora de ir.” null constatou e o amigo revirou os olhos.
“Sério? E eu?” null perguntou e fez sinal para a menina que ele estava conversando.
“Leve ela junto ou pegue o número dela. Eu só quero ir embora.” O cantor disse e null assentiu, voltando-se para a garota e conversando com ela. Ele a beijou e depois se levantou.
“Vamos.” Falou a contra gosto, ganhando um sorriso do amigo. Eles caminharam para fora do pub, onde foram novamente atacados por paparazzis e dessa vez perguntas sobre null. Quando finalmente entraram no carro, null arrancou com o mesmo e só tirou o pé do acelerador quando chegaram a seu prédio.
“E null?” null perguntou quando eles entraram no apartamento do cantor.
“Aquela louca me beijou de novo. Eu realmente não sei o que tem na cabeça dela.” null disse e null riu, jogando-se no sofá.
“E você gosta.” Constatou o garoto, rindo da cara de null.
“O pior é que sim.” O cantor confessou e se deitou no outro sofá, antes de apagar completamente.
~~//~~
No dia seguinte, null foi até o hotel de null e levou bebida. A garota desabafou e chorou em seu ombro, e depois de mais vários copos, eles acabaram na cama mais uma vez e null só voltou para a casa de madrugada. Quando voltou para casa, ainda mais tarde do que no dia anterior, um pensamento estranho lhe passou pela cabeça, ele estava gostando de null. Gostando de null. Falar aquilo em voz alta era muito mais insano do que o pensamento. A estrela claramente não sentia algo por ele e não parecia ser o tipo de pessoa de namorar, mas null ainda assim estava gostando dela.
Mesmo sendo quase cinco da manhã, ele escreveu a letra de uma música no primeiro papel que encontrou, só para adormecer sobre o mesmo depois.
~~//~~
Na semana seguinte, null deixou o hotel e foi passar o resto de seus dias em Londres na casa de null. Os dois conversavam, bebiam e comiam quase o dia inteiro, e as noites sempre terminavam na cama. Se antes só podiam se falar por mensagem, agora era diferente.
“Bom dia.” null desejou assim que viu null passar pela porta da cozinha. “Estou terminando o café, tudo bem?” A garota assentiu e ele a abraçou, deixando um beijo em sua testa.
“Seu amigo vem hoje?” null perguntou e sentou-se no balcão da cozinha com as pernas cruzadas.
“null? Acho que não, ele trabalha hoje.” null respondeu, colocando o café em uma caneca e entregando-a para null. “Aqui, babe.” Disse e a garota sorriu em agradecimento.
Eles sentaram-se para tomar café na sala e null ligou a televisão, voltando a colocar o filme que não tinham terminado de assistir no dia anterior. null enroscou-se nele e assim ficaram por boa parte do dia.
“null?” null chamou. “Levante-se, eu vou pedir uma pizza.” Pediu e a menina grunhiu, saindo de cima dele relutantemente. null saiu do sofá e pegou o telefone, discando para a pizzaria rapidamente.
Eles devoraram a pizza assim que ela chegou e logo pegaram uma bebida novamente. Horas depois, deitaram na cama, mas null não deixou null fechar os olhos.
“Eu não quero dormir.” Ela disse, sentando-se na cintura de null e o beijando.
“Acho que eu também não quero.” null a respondeu, sorrindo e retribuindo o beijo em seguida.
null amava o jeito que null a tratava, sempre gentil e divertido. Mas não tinha certeza se gostava dele, quer dizer, era raro ela gostar mesmo de alguém. Já era um milagre ela estar com ele mesmo depois de quase duas semanas.
No outro dia, os dois levantaram-se preguiçosamente da cama quando já era de tarde. null foi tomar banho, enquanto null esquentava algo para comerem no almoço. Eles tinham acabado de almoçar e o cantor estava arrumando a cozinha e a sala quando Aretha Franklin começou a tocar. null virou e viu null mexendo em sua caixa de som.
“Aretha? Não sabia que você gostava dela.” Comentou o rapaz, continuando a limpar o balcão da cozinha.
“É, ué. Vamos, cante comigo.” Ela disse e deu de ombros e começou a cantar Respect assim que o CD começou a tocar. null caminhou até null e o puxou pela mão, puxando-o até o meio da sala. “Cante comigo.” Ordenou.
E assim eles cantaram o resto da música e do álbum também, fazendo um dueto. Quando o CD acabou os dois se jogaram no chão rindo das danças malucas que fizeram.
“Isso foi divertido.” null constatou e null concordou, se levantando. Seu celular começou a tocar e ele correu para atender, revirando os olhos quando viu que era John, seu empresário.
“Oi, John.” null falou e sentiu os olhos de null sobre si.
“null, null está ai com você, certo?” Ele perguntou e null arregalou os olhos, pedindo para a garota fazer silêncio.
“Talvez.” Respondeu desconfiado. “Por quê?”
“Eu sei que ela está. null, vocês são famosos, caso não tenham olhado em sites, todos estão falando da estadia de null na sua casa, vocês estão causando um caos na mídia. E diga para ela ligar para o empresário dela, já que ele não conseguiu falar com ela.”
“Droga!” O rapaz praguejou e null o olhou confusa. “Ela vai ligar. Desculpe, nos esquecemos dessa parte.” Desculpou-se null.
“Ótimo, conversamos depois.” John disse e desligou, fazendo o cantor jogar o celular no sofá.
“O que foi?” null indagou assim que desligou o celular.
“A mídia descobriu que você está aqui e bem, nós meio que sumimos nos últimos dias, e têm vários boatos rolando. Seu empresário está tentando falar com você e eu vou levar uma bronca na próxima vez que o meu me ligar. Resumindo: estamos ferrados.” null disse e null arregalou os olhos.
“Droga!” Ela praguejou e correu para pegar o celular no quarto.
null pegou o notebook e entrou em vários sites, vendo diferentes boatos envolvendo null e ele.
“null null e null passam noite em balada juntos e podem estar se encontrando”
“null passa últimas semanas em Londres na casa do cantor null null”
“null e null podem ter voltado com relacionamento”
null bufou ao ver as manchetes, virando o computador para null, que revirou os olhos, mesmo estando ao telefone. Os dois tinham uma grande bagunça para lidar. Infelizmente, os dois trabalhavam na mesma indústria e eram super famosos. Não tinham privacidade e a mídia não deixava nada escapar, dificultando ainda mais a vida deles.
Assim que null desligou o telefone, ela bufou.
“Ótimo, tenho que voar para Los Angeles em alguns dias.” Comentou e revirou os olhos. “E você vai ter que ir para a sua cidade natal.” Ela sorriu amarelo, fazendo null arregalar os olhos.
“O que?”
“Pelo jeito você vai fingir que estava com sua família o tempo todo.” null fez uma careta e foi a vez do cantor bufar.
“Maravilha.” Ele murmurou, se levantando e pegando uma cerveja na geladeira. “Quer uma?” Ofereceu e null concordou rapidamente.
~~//~~
Três dias depois, null estava na porta do apartamento de null com as malas prontas. Seus empresários resolveram que era melhor que ela voasse de volta à Los Angeles e ele iria para a casa dos pais. null iria para LA para divulgar o novo single e fazer alguns shows, enquanto null iria apenas “descansar”.
“Bem, eu tenho que sair algumas horas antes de você, não podemos mais ser vistos juntos.” A estrela disse, pegando suas malas e revirando os olhos.
“É, então, acho que te vejo depois.” null sorriu fraco, se inclinando para beijar a garota. “Mande uma mensagem, ligue ou sei lá.” Ele disse e null assentiu, abrindo a porta e carregando suas malas até o elevador.
“Até.” Ela disse e acenou antes da porta do elevador fechar.
null estava terminando de arrumar as malas, quando null entrou em sua casa, se jogando em cima dele. null grunhiu ao sentir o peso do amigo, que apenas o abraçou.
“Por que você vai embora hoje? Você disse que ficaria aqui por três meses.” null perguntou, agora se sentando ao lado do cantor.
“Caso você tenha visto, e eu tenho certeza que viu, a mídia deu um jeito de descobrir sobre eu e null. A agradável solução que nossos empresários arrumaram foi me mandar para a casa dos meus pais e null para Los Angeles.” null disse rolando os olhos e null assentiu.
“Lindo. John é mesmo um cara adorável. Agora você só tem mais algumas horas aqui.” O garoto fez biquinho e null riu, empurrando o amigo para o lado.
“Pare de ser manhoso, você já ficou um ano sem me ver, cara de pau.” null disse rindo e se levantou, colocando as malas perto da porta.
“Você é um chato, não sei como null tem aguentou por semanas.” Ele disse e deu a língua para o cantor.
“Cale a boca e aproveite o resto do tempo que você tem comigo.” Dito isso, null pulou para o sofá e colocou no Netflix enquanto null foi buscar pipoca.
Horas depois, null estava embarcando em um avião para sua cidade natal no outro lado da Inglaterra. Ele tinha deixado acabado de ligar para John, dizendo que estava embarcando.
“Ótimo, diga em alguma rede social o quanto estão sendo boas as últimas semanas que passou com a família, poste uma foto com seus irmãos ou sei lá. Aproveite que você vai chegar lá de madrugada e ninguém vai te ver.”
null bufou. “Nenhum script para o que eu tenho que fazer com a minha família? Sorte sua que estou com saudades dos meus irmãos.”
“Eu sei que é chato, null. Desculpe por isso, é necessário.” John disse e null sabia que ele estava sorrindo fraco. John era um pé no saco, mas o acompanhava em tudo e rapaz era grato por isso. John era quase seu pai durante a turnê.
“Eu sei. Bem, eu tenho que ir, tchau.” Se despediu e desligou o celular, relaxando a cabeça na janela do avião após ajeitar touca e o resto do “disfarce” dele.
Quando chegou em casa, sua irmã e seu irmão, Chelsea e Henry, o esperavam. O menor correu para abraça-lo seguido por Chelsea. null sempre foi apegado com os irmãos, talvez por se sentir responsável, já que seus pais eram detestáveis. Henry, que tinha oito anos, o ligava sempre que podia para falar de videogames e carros. Chelsea já era adolescente e já se virava bem sozinha, mas também ligava para o irmão uma vez ou outra.
“Mamãe foi no mercado e já volta e papai ainda não voltou de viagem.” Henry contou e pegou a mão de null quando este se levantou. Chelsea riu e abanou a cabeça, logo subindo as escadas para o seu quarto.
Henry o mostrou os novos brinquedos que ganhou com o dinheiro que null mandara e eles brincaram com cada um deles. A mãe deles logo chegou e correu para abraçar o filho, com um sorriso falso no rosto.
“Seu empresário ligou, hora da foto.” Ela murmurou em seu ouvido durante o abraço e logo saiu da sala. null bufou baixinho e chamou Chelsea para a foto. Os três null’s tiraram a foto, que foi para o twitter do cantor.
Após a foto, John ligou para null, dizendo que ele teria que ficar mais uma ou duas semanas na casa de seus pais. O cantor rolou os olhos e concordou, era a única coisa que podia fazer. Mais dois dias se passaram e null estava conversando com sua irmã quando seu telefone tocou. Era null.
“Hey, null!” Ele disse quando atendeu.
“Oi. Eu acabei de ter uma folga.” null soltou, mas null sabia que não era verdade, ele lia as notícias. “Na verdade, eu acabei a passagem de som agora e o show é daqui a pouco.” Contou e null sorriu e assentiu, mesmo sabendo que ela não poderia vê-lo.
“Oh, sim. Como você está?” null perguntou e Chelsea o olhou, erguendo a sobrancelha e ele deu a língua para ela.
“Bem e cansada. Se a mídia não fosse tão chata poderíamos estar no sofá assistindo um filme.” null disse e null balançou a cabeça sorrindo e mordeu o lábio.
“Isso seria ótimo.” Confessou baixinho e null riu.
“Sim, eu sei.” Ela fez uma pausa. “Ops, empresário chamando, vou ter que ir ou vou perder o show, já estou atrasada. Até mais.” null disse com a voz arrastada.
“Até.” null respondeu e desligou.
“Então, como eu estava dizendo antes de null ligar-“ Chelsea começou a falar, mas null a cortou.
“Como você sabe que era null?”
“Não importa agora, me deixa falar! Então, como você está aqui essa semana e você é tipo o meu pai também, eu resolvi chamar meu namorado para-“ Mais uma vez null a cortou.
“Namorado!? Desde quando você tem namorado?”
“Shh! Eu estou tentando falar, null! Eu convidei meu namorado, Kian, para jantar aqui hoje, porque eu quero você o conheça, já que eu te considero meu pai também.” Chelsea terminou de falar e null sorriu para ela, indo para o sofá onde a irmã estava e a abraçou.
“Desculpe-me por passar tanto tempo fora.” Ele sussurrou. “E é bom que seu namorado seja legal ou eu o chuto para fora.” Completou, fazendo Chelsea rir.
“Ele é. Por favor, não pague nenhum mico ou a escola inteira vai me zoar.” Ela pediu e foi a vez de null rir.
“Chel, eu sou null null, até mesmo se eu pagasse um mico, ainda seríamos legais.” null piscou e sorriu largo.
“Tudo bem, null null.” Sua irmã zombou. “Vamos, temos que buscar Henry na escola.” Ela disse e se levantou, puxando null pela mão para fora.
No jantar, null estava fervendo quando viu Chelsea beijar o tal de Kian. Relutantemente ele apertou a mão do menino e se sentou no sofá. Kian o olhava em um misto de adoração e medo, o que fez null rir e desmanchar a carranca.
“Desculpe, eu só... esquece.” null sorriu e Chelsea se sentou ao lado de Kian no sofá. Eles conversaram um pouco mais e Henry parecia adorar o rapaz, que deu total atenção ao pequeno quando esse veio lhe contar sobre null e alguns brinquedos. Em algum momento da noite, o cantor decidiu que gostava de seu cunhado, o que fez Chelsea sorrir e Kian suspirar aliviado.
Quando Kian saiu, null checou o celular, vendo uma mensagem de null, que continha um link. Clicou no mesmo e, bum, uma foto de null beijando um artista apareceu. O cantor arregalou os olhos, logo depois subiu para o quarto e jogou o celular na cama, pulando na mesma e gritando contra o travesseiro.
“null? Você está bem? Aconteceu alguma coisa?” Chelsea perguntou, batendo na porta de leve.
“Sim, só estou meio cansado, minhas costas estão doendo, apenas isso.” Ele sorriu forçado para a irmã. “Vou ver como Henry está e vou para cama, ok? Boa noite, Chel.” Disse e deu um beijo na testa dela, caminhando para o quarto do irmão mais novo. O garotinho já estava dormindo, com as cobertas até o queixo. null sorriu com a fofura e voltou ao próprio quarto.
O cantor sentia a cabeça rodar e seus pensamentos estavam embaralhados. O que ela estava fazendo, pensando, sei lá? Sua mente estava trabalhando a mil por hora e ele não conseguia pregar os olhos. Depois de horas de esforço, quando o dia estava amanhecendo, finalmente caiu no sono. Acordou horas depois com o celular tocando, era null.
“O que foi?” null perguntou, ainda meio grogue de sono.
“O que foi? null foi! Aquela...” null continuou a falar, mas a mente do cantor parou no nome da garota. Lembrou-se de tudo e grunhiu, sentando-se na cama. “null! Você está me ouvindo?” O amigo berrou, fazendo null bufar, até parecia que era ele que tinha sido chifrado.
“Desculpe, o que disse?”
“Que ela deveria ao menos te ligar.” null apontou e o rapaz concordou com ele.
“Sim, mas ela não vai.” null retrucou. “É null, ela não vai ligar para explicar nada.”
“Como você sabe?”
“Simplesmente sei.” Após um momento de silêncio entre os dois, null voltou a falar. “Cara, eu devia ter escrito ontem, com tudo que estava na minha cabeça, como eu estava confuso e etc.”
“Deveria, com certeza seria seu próximo sucesso.” null concordou. “Tente agora, talvez saia alguma coisa.” O amigo disse descontraidamente, agora nem parecendo que tinha surtado momentos antes.
“Vou fazer isso, tenho algumas horas até precisar sair da cama.” null constatou. “Te ligo depois, até.” E sem esperar resposta, desligou.
O cantor pegou seu pequeno caderno, aquele que carregava para todo lugar, e começou a pensar em algo.
“Don’t fuck with my love
That heart it’s so cold”
Era a base da música. Passou mais um tempo compondo, mas remoer tudo estava lhe dando dor de cabeça, então parou e fechou o caderno.
Semanas depois de começar a escrever a música, parou de se esforçar, ele escreveria quando sentisse que era para escrever. null já tinha voltado a Londres, e agora estava perto da cidade para um evento com vários outros artistas. Outros artistas incluía null .
null estava fazendo hora no quarto do hotel até precisar mesmo sair, olhando redes sociais e falando com null, quando alguém bateu na porta. Levantou-se e abriu a porta, dando de cara com null. null grunhiu algo incompreensível, erguendo uma das sobrancelhas.
“O que quer null?” O cantor perguntou, encostando-se no batente da porta.
“Uh, eu estou no quarto ao lado e...” null parou de falar, tentando arrumar um desculpa. Nem ela sabia o que estava fazendo ali, pelo que null pôde perceber. Minutos se passaram e o rapaz começou a ficar impaciente.
“Olha, caso você não tenha nada para dizer, e mesmo sendo muito indelicado da minha parte, eu vou fechar a porta e voltar ao que eu estava fazendo, porque eu não quero ficar esperando você dizer alguma coisa.” null sorriu, irônico, e fez menção de fechar a porta, mas null o barrou.
“Me desculpe.” Foi o que ela disse quando null voltou a abrir a porta.
“Era isso?” O rapaz perguntou e a estrela assentiu. “Ótimo, te vejo no evento.” O cantor deu um sorriso forçado e fechou a porta, se jogando na cama logo depois.
Era estranha aquela cena toda, depois de se conhecerem null estava chorando em seu ombro e nos dias que seguiram eles estavam em um grande rolo. Balançou a cabeça e fechou os olhos, tirando um cochilo até ter que se arrumar para o evento.
John veio lhe buscar com o carro, levando-o até o instituto em que o evento para arrecadar dinheiro seria.
“Não faça ou diga nenhuma besteira, não dê nenhum olhar raivoso ou amoroso para , e muito menos arranje confusão com aquele cara.” O empresário pediu e null o olhou com o cenho franzido.
“Que cara?” Indagou em confusão.
“Adam Stone.” A expressão do cantor fechou ao ouvir o nome do artista. Era o cara com quem null traiu o que quer que os dois tivessem. O pior é que o também cantor sempre foi amigo dela e de null.
“Tudo bem, não farei nada inapropriado.” null se rendeu e John assentiu.
“Ótimo, então até mais, garoto.” Seu empresário lhe deu um sorriso gentil antes dele abrir a porta do carro e seguranças o guiarem até o prédio.
Mesmo dizendo que não faria nada para John, null foi antipático com Adam e forçado com null. No fim do evento, várias fotos tinham sido tiradas e elogios ouvidos. Os três artistas eram o foco principal de algum jeito. Vários sites até falavam que era por causa do suposto triângulo amoroso, que os três negaram completamente.
Mas, no fim do dia, quando null estava prestes a fechar a porta de seu quarto, null o parou novamente.
“Seu comportamento hoje com Adam foi desprezível.” A estrela disse e null se virou para ela, rindo sarcástico.
“Bem, você tem sido desprezível nas últimas semanas.” Ele sorriu falso, deixando de abrir a porta.
“Olha, me desculpe, mas eu não achei que tivéssemos algo sério.” null falou, levemente ofendida, e o cantor arqueou as sobrancelhas para ela.
“Não tínhamos algo sério oficialmente, mas você não precisava ter levado o cara para cama, só isso.” null fez um gesto exasperado, revirando os olhos com o que tinha acabado de ouvir. “Ele era a droga de um dos nossos melhores amigos!” Exclamou. Nunca tinha visto o artista como uma ameaça para seu relacionamento com null, até ver fotos dele e da estrela se beijando e entrando em um hotel juntos.
“Eu não sabia o que eu queria!” null rebateu e null bufou.
“Não diga como se isso tenha sido há meses atrás e como se você não tivesse pensado antes disso.” O cantor repreendeu, abrindo a porta do quarto e entrando, tentando deixar null para trás, mas a garota entrou junto.
“Eu e ele estávamos no mesmo hotel, assim como nós dois estivemos e estamos agora.” null falou como se tentasse explicar algo que null era muito lerdo para aprender.
“Isso não tem nada a ver! Nós estávamos na droga do mesmo andar no hotel, e dai?” null aumentou de voz. “Eu não queria que você tivesse feito promessas ou que tivéssemos um compromisso ou namoro, mas isso nunca foi só diversão e eu achei que você entendesse isso e fosse diferente!” O cantor gritou. “E não vai ser dormindo com outro cara que você vai descobrir o que você quer.” Completou, respirando fundo para se controlar.
“Eu sei, me desculpe.” null disse, sua voz no tom mais baixo desde o começo da conversa.
“É meio tarde para isso, sabe.” null respondeu irônico e balançou a cabeça, caminhando para a porta e abrindo-a. “Agora, por favor, saia.” Apontou para a porta e null bufou, saindo e o cantor bateu a porta assim que ela o fez.
null se jogou na cama, gritando contra o travesseiro. Tinha dito que era tarde demais para null se redimir, mas isso era da boca para fora. Sabia que, se null tentasse, ele iria perdoa-la. Ele estava apaixonado, afinal.
Foi deitado na cama, ouvindo sons nada agradáveis vindo do quarto ao lado que null percebeu que estar apaixonado era um inferno. Principalmente quando a pessoa por quem você está apaixonado está claramente com um cara do outro lado da parede. Ele se revirou na cama, colocou música alta e compôs, tudo isso em algumas horas. Cada som era uma tortura enquanto pensava que ele poderia estar lá ao invés do cara. Mas ai se lembrava do que null tinha feito e seu coração voltava a se dilacerar. Quando a manhã chegou, estava animado para finalmente poder sair do quarto, e ainda mais para descobrir com quem null havia passado a noite. Por esse motivo, logo de manhazinha, grudou no olho mágico, vendo um rosto conhecido passar por sua porta. Adam Stone. Esperou o artista entrar no elevador para chutar a porta. Estava irado demais. Depois de alguns momentos, voltou a se sentar na cama, controlando a respiração e pegando o celular. Estava desbloqueando o mesmo quando alguém bateu na porta. Já em mente que provavelmente era null, atendeu a porta a contra gosto.
“Está tudo bem? Eu ouvi um barulho.” null falou rapidamente, os olhos levemente arregalados.
“Não é como se você se importasse.” null retrucou na lata, vendo um flash de mágoa passar pelo rosto da estrela e, tão rápido como veio, se foi.
“Na verdade, pode não parecer, mas eu gosto de você...” null começou, mas o cantor lhe interrompeu.
“Pode não parecer? É claro que não parece! Não depois de ter ido para a cama com aquele cara, não uma, mas duas vezes, uma delas sendo depois de que veio me pedir desculpas.” null soltou, sentindo as veias do pescoço se exaltarem e seu rosto ficar vermelho.
“null, você precisa acreditar que eu gosto de você. Eu realmente gosto.” null começou. “E que eu faço muito mais burradas do que eu gostaria, sexo e Adam são uma delas.”
“Burradas? null, isso não se trata de burradas, se trata de traição. Como eu irei acreditar em você se não tem a minha confiança?” O cantor perguntou retoricamente.
“Eu sei, tudo bem? Eu sei que o que eu fiz foi mais do que errado e que você é maravilhoso demais para merecer isso, só que eu realmente gosto de você. Você acreditando ou não.” Ela disse. Olhou e percebeu que os dois ainda estavam na porta do quarto, como a noite anterior.
“Sabe o que eu não mereço?” null perguntou. null negou com a cabeça. “Estar apaixonado por você.” Soltou e a estrela arregalou os olhos, ficando boquiaberta. “E, mais uma vez, eu torno a pedir: por favor, saia do meu quarto.” Pediu e a garota assentiu, muito chocada para discordar.
O cantor aproveitou que não tinha planejado até o dia seguinte e pegou o computador, abrindo o Skype e ligando para null.
“Hey, null!” O amigo cumprimentou sorrindo, esse desaparecendo assim que viu a expressão do outro. “O que aconteceu?”
“Adivinha.” null revirou os olhos e null fechou a cara.
“null?” O cantor assentiu. “O que essa garota fez dessa vez?”
“Nós estamos na porra do mesmo andar do hotel! Ontem nós brigamos e ela pediu desculpas, mas passou a noite com o Stone. Hoje veio pedir desculpas de novo e ainda teve a cara de pau de dizer que gosta de mim!” null sussurrou/gritou, bagunçando os cabelos e grunhindo.
“Ela é idiota?” null gritou, uma carranca em seu rosto.
“E a pior parte é que eu estou apaixonado por ela.” null colocou o rosto entre as mãos, estrangulando um grito.
“Eu sei.” O amigo respondeu com um suspiro e o cantor o olhou em confusão. “Está na cara, e eu te conheço há anos.” Deu de ombros. null o olhou incrédulo quando fez isso, como se estar apaixonado por null não fosse nada demais, como se estar apaixonado, não importa por quem, não fosse nada demais. “Não me olhe com essa cara, é a verdade, e o amor é uma droga, para ser honesto.”
“Não é amor.” null negou prontamente, balançando a cabeça.
“Você é quem diz.” null levantou as mãos e depois checou o relógio. “Droga, eu estou atrasado, falo com você depois, até.” Soltou rápido, e antes do outro poder responder a chamada estava encerrada.
null fechou o notebook e o colocou de lado, sentindo a falta de sono que tivera a noite o atingir e se deitou na cama, fechando os olhos e se deixando levar para seus sonhos. Quando acordou e se sentou na cama, notou um papel perto da porta e com uma expressão confusa no rosto, foi pega-lo. Sentou-se com as costas apoiadas na porta e abriu o papel.
“Eu sei que eu não sou a melhor de todas e eu me desculpo por isso. Você foi o cara mais legal comigo em anos e eu não tenho como te agradecer o suficiente. Na verdade, eu tenho que correr atrás do seu perdão, porque você vale muito e eu não posso deixar você escapar e trocar um mês maravilhoso por duas noites.
null, eu me arrependo de ter te traído e me arrependo mais ainda de ter dito que não tínhamos nada. Nós tínhamos tudo. Você foi tudo para mim naquele mês em que eu me isolei com você para fugir. Eu confesso que só tenho você e meus fãs. Eu queria voltar atrás para aquele dia que eu embarquei de volta à Los Angeles e refazer tudo, consertar tudo.
Por algum motivo, tem algo que me prende a você que nunca me prendeu a ninguém. Talvez seja seu jeito fofo e cavalheiro, ou seu sorriso e sua voz, ou suas músicas e suas palavras certas, ou talvez tudo isso junto. Aqui agora, a uma parede de distância, pensando em você, percebo o quanto você é maravilhoso e eu poderia passar o dia falando do quanto eu gosto de você.
Eu sei que quando digo isso você não acredita, e eu te entendo por não acreditar, mas eu gosto. E eu faria, ou melhor, vou fazer de tudo para que me perdoe e que acredite em mim. Eu espero que você ainda me considere um pouquinho.
Desculpe-me por isso, mas eu ouvi sua conversa com null. E eu concordo que eu sou idiota. Talvez não seja você que não merece estar apaixonado por mim, talvez eu não mereça alguém como você apaixonado por mim.
Eu sou péssima com cartas, e essa é minha última opção, então desculpe se não estiver bom o bastante.
Se você vier em meu quarto até hoje à noite, eu saberei que está disposto a me dar uma chance, se não, não vai ser mais necessário falar comigo se não quiser, prometo não incomodar.
Espero que leve meu esforço de escrever essa carta em conta,
Ao terminar de ler, null passou os olhos pelo papel mais uma vez, apenas para ver se era real mesmo. Estava com medo de que dar uma chance a null fosse perda de tempo, mas seu sorriso bobo o contrariava. Ele queria se levantar dali e correr na hora para o quarto ao lado, mas se segurou. Teria que pensar mais um pouco, apesar de sua decisão já estar feita. O que diria a ela? Não poderia entregar-se de bandeja.
null passou quase uma hora entre suspiros, imerso em pensamentos até que finalmente resolveu ir até o quarto de null. Pegou a carta e abriu a porta, dando alguns passos e batendo na porta da garota. Quando null abriu, seus olhos estavam cheios de expectativas, o que lhe deu mais segurança e ele sorriu de lado.
“Você sabe que uma carta não resolve tudo, certo?” null ergueu uma sobrancelha e null suspirou e assentiu, com um sorriso gigante no rosto.
“Sim.” Respondeu e o rapaz a pegou pela cintura, a trazendo para si e colando seus lábios em um beijo calmo. Quando se separaram, estavam ofegantes e sorridentes. “Teremos que descobrir o que resolve tudo então.” null falou e null assentiu e a abraçou, sentindo a garota em seus braços.
Se for ser assim, estava tudo bem. Ao contrário do que todos pensam, null e null não queriam um final feliz, porque ambos achavam que ser feliz para sempre seria chato demais, sem contar que tal coisa era impossível, eles queriam um final juntos. E as coisas estavam começando a caminhar para que isso se realizasse.
“Tudo bem. null, certo?” A garota perguntou e null a olhou. Conhecia-a. Fechou os olhos e tentou se lembrar.
“Sim, null null. E você é null?” Falou o rapaz, lembrando-se subitamente do nome dela.
“Sim!” null sorriu. “null, me chame de null.” Pediu e null acenou.
“Eu estava indo pegar uma bebida, me acompanha?” O garoto perguntou e levantou o copo, recebendo um sorriso de null, que o seguiu.
Os dois pararam no balcão e pediram uma bebida. Várias pessoas os olhavam e o garçom lhes sorriu estranhamente. Eles estavam acostumados, eram famosos, afinal.
“Então ele virou para mim e disse que eu não podia entrar por causa da minha roupa, e era o meu show!” null exclamou, contando uma história e null riu histericamente. Eles estavam conversando no bar do hotel há quase duas horas e o garoto estava encantado pela cantora, e vice-versa.
Depois de palavras trocadas e segredos contados, os dois se viam no elevador, seguindo cada um para o seu quarto quando null tentou beijar null.
“Desculpe, eu não quero cometer outro erro.” null a afastou, sua cabeça girando por causa da bebida. null sorriu e acenou com a cabeça.
“Tudo bem, não se preocupe se eu desaparecer.” Ela disse grogue e saiu do elevador quando o mesmo abriu no andar de seu quarto, deixando o rapaz confuso para trás.
Pela primeira vez, depois de uma semana que null e null conversaram no bar do hotel, eles se encontraram de novo. O rapaz desistiu de entender o que a estrela lhe dissera no elevador naquela noite e resolveu ir falar com ela de novo. Dessa vez, terminaram na cama. O mesmo aconteceu por mais duas ou três noites seguidas.
A mídia não perdoou a única vez que eles foram vistos juntos em um café, e vários boatos rolavam por sites e revistas de fofocas. Os dois cantores foram bombardeados com perguntas toda vez que iam a público por mais várias semanas até parecer claro que eles não se comunicavam mais. Mas eles se comunicavam, todos os dias. Sempre por mensagens, apesar de tudo. Estava tudo bem e não era nada mais do que algumas conversas normais de amigos.
null estava com sua turnê e viajou ao redor do mundo por meses, conhecendo várias fãs e garotas. Quase três meses depois de terem se visto pela última vez, o rapaz fez a besteira de confessar que tinham se visto mais de uma vez. Os repórteres caíram em cima deles por isso.
Mais meses se passaram, a turnê de null tinha acabado e ele finalmente voltava a Londres. Passou dias em casa apenas aproveitando o descanso até seu melhor amigo, null, ligar.
“null! Stan nos convidou para o pub dele hoje à noite, vamos?” O amigo perguntou e null grunhiu, sentando-se na cama.
“Pode ser. Que horas?” O rapaz disse e olhou o relógio, tinha acabado de acordar e já era quase de noite. As vantagens de estar de folga.
“Daqui duas horas. Agora abra a porta porque eu tô aqui fora.” null disse e desligou, tocando a campainha, fazendo null bufar ao se levantar.
“Cara, você tem a chave, por que não entrou de vez?” Foi a primeira coisa que null disse ao abrir a porta. null apenas sorriu e entrou.
“Porque eu sei que você estaria dormindo, é muito mais legal te acordar e te fazer levantar para abrir a porta.” Explicou e deu de ombros, fazendo o cantor bater em sua cabeça.
null era seu melhor amigo, eles se conheciam desde o primário. O garoto fazia parte de sua vida desde sempre, e os dois tinham uma relação próxima e estranha. null tinha as chaves da casa dele - embora raramente estivesse na cidade para ir lá - e null tinha as chaves da casa de null.
“Você tem duas horas para arrumar esse cabelo e ficar do jeito que faz as garotas caírem aos seus pés, comece agora e quem sabe termina antes da gente sair.” null zombou e levou mais um tapa. “Outch!”
“Fique quieto e vá fazer pipoca.” null rolou os olhos e foi para seu quarto novamente, pegando o celular e o notebook. Olhou as notícias como sempre fazia e leu uma matéria sobre ele.
“Deve ser tão chato abrir sites e só ler sobre você mesmo.” null comentou quando sentou ao lado de null no sofá, entregando-lhe um pote de pipoca. “Coloque em Pretty Little Liars, eu preciso ver o último episódio.” Ordenou e o outro rapaz o olhou estranho.
“É a minha casa e a minha televisão!”
“Whatever, eu tenho as chaves.” O garoto deu de ombros e null pegou o controle e mudou de canal.
Eles assistiram o episódio e null resolveu ir se arrumar e tomar banho, enquanto null apenas olhava seu celular e vasculhava seu quarto em busca de alguma coisa. Cerca de meia hora depois, os dois saíram do apartamento de null e foram para o pub.
O lugar estava cheio e já tinham vários paparazzis na porta. Droga, null pensou, sabiam que eu viria aqui?
“Céus, quanto paparazzi!” null exclamou a sair do carro e null bufou.
“Vamos logo!” Chamou o garoto e ajeitou os óculos escuros, caminhando para a entrada.
Rapidamente paparazzis o reconheceram e se amontoaram a sua volta e de null, deixando os dois rapazes presos na porta do pub. Seguranças do local vieram e abriram espaço para os amigos, que enfim entraram. null avistou Stan no bar e os dois seguiram até lá.
“null! null! Desculpe pelos paparazzis na porta, null está aqui.” Stan disse assim que os cumprimentou, fazendo null para no lugar.
“null?” null indagou e seu amigo começou a rir. É claro que ele sabia sobre o ocorrido de meses atrás.
“Sim, está na área VIP. Vamos, eu vou levar vocês lá.” Falou e começou a andar, parando para pegar uma bebida no bar e seguindo para as escadas. null relutantemente os seguiu. “Tenham uma ótima noite!” Desejou antes de desaparecer no meio das pessoas.
null seguiu com null até um balcão e se sentou ali, tentando encontrar null. Por algum motivo, a garota já tinha o encontrado e o olhava fixamente. Ela ergueu o copo para null, que retribuiu o gesto assim que o barman lhe entregou um. null seguiu seu olhar e sorriu quando viu null vindo na direção deles. A cantora sorriu para ele e lhe cumprimentou, fazendo o mesmo com null, e ele deu um tapinha no ombro do amigo antes de sair e ir conversar com uma garota próxima à eles.
null sentou ao lado de null, inclinando-se para ele.
“E então? A turnê acabou?” Perguntou e null assentiu.
“Sim, finalmente boas horas de sono.” Sorriu sem ânimo e null fez o mesmo. “E você?”
“Eu o que? Acabei de terminar o disco e lancei um novo single, minha próxima turnê começa daqui apenas sete meses.” Falou e o rapaz sorriu de novo, tirando os óculos.
“Bem, faz tempo que não nos vemos.” Constatou. “Quer dançar?” Perguntou null, fazendo o máximo para que aquela conversa desconfortável acabasse. Felizmente, null assentiu animada, deixou seu copo vazio no balcão e null fez o mesmo, a seguindo para a pista de dança.
Eles dançaram juntos por um bom tempo, pegando copos quando o barman passava, e logo estavam levemente alterados. null puxou null para um sofá afastado e sentou-se ali, obrigando o garoto a fazer o mesmo. Mesmo estando em um pub, os dois conversaram sobre tudo, shows, fãs, vida pessoal, filmes e etc. Eles ficaram lá por cerca de duas horas. Em algum momento, null beijou null e o cantor beijou de volta, antes de perceber o que estava fazendo e se separou da menina.
“De novo? O que você está fazendo, null?” null perguntou assim que se separaram.
“Ah, null, nós dois sabemos que eu não estou procurando por um amigo.” null disse. “E me chame de null, eu já te disse isso.” Ela rolou os olhos e checou o relógio. “Droga! Eu tenho que ir.” Falou e se levantou em um pulo, dando um selinho em null e o deixando para trás.
Parecia um replay para null, null o beijando, dizendo coisas confusas para sua mente e o deixando para trás. Ele bufou e colocou o rosto entre as mãos, bagunçando os cabelos em seguida. Olhou no relógio, duas da manhã. Pouco depois sentiu o celular vibrar com uma mensagem.
De: null
Estou hospedada no hotel xxx, venha aqui amanhã lá pelas 10 da noite.
E logo depois outra:
Traga alguma bebida xoxo.
null bufou e desligou o celular, colocando-o no bolso novamente e procurando por null. null lhe deixava louco e com dor de cabeça. A garota lhe dava sinais confusos que ele não sabia interpretar. Quando encontrou null, viu que ele conversava com a mesma garota de antes. Caminhou até ele e cutucou seu ombro.
“O que foi?” null perguntou, virando-se para ele.
“São duas da manhã e eu estou a ponto de explodir. É hora de ir.” null constatou e o amigo revirou os olhos.
“Sério? E eu?” null perguntou e fez sinal para a menina que ele estava conversando.
“Leve ela junto ou pegue o número dela. Eu só quero ir embora.” O cantor disse e null assentiu, voltando-se para a garota e conversando com ela. Ele a beijou e depois se levantou.
“Vamos.” Falou a contra gosto, ganhando um sorriso do amigo. Eles caminharam para fora do pub, onde foram novamente atacados por paparazzis e dessa vez perguntas sobre null. Quando finalmente entraram no carro, null arrancou com o mesmo e só tirou o pé do acelerador quando chegaram a seu prédio.
“E null?” null perguntou quando eles entraram no apartamento do cantor.
“Aquela louca me beijou de novo. Eu realmente não sei o que tem na cabeça dela.” null disse e null riu, jogando-se no sofá.
“E você gosta.” Constatou o garoto, rindo da cara de null.
“O pior é que sim.” O cantor confessou e se deitou no outro sofá, antes de apagar completamente.
~~//~~
No dia seguinte, null foi até o hotel de null e levou bebida. A garota desabafou e chorou em seu ombro, e depois de mais vários copos, eles acabaram na cama mais uma vez e null só voltou para a casa de madrugada. Quando voltou para casa, ainda mais tarde do que no dia anterior, um pensamento estranho lhe passou pela cabeça, ele estava gostando de null. Gostando de null. Falar aquilo em voz alta era muito mais insano do que o pensamento. A estrela claramente não sentia algo por ele e não parecia ser o tipo de pessoa de namorar, mas null ainda assim estava gostando dela.
Mesmo sendo quase cinco da manhã, ele escreveu a letra de uma música no primeiro papel que encontrou, só para adormecer sobre o mesmo depois.
~~//~~
Na semana seguinte, null deixou o hotel e foi passar o resto de seus dias em Londres na casa de null. Os dois conversavam, bebiam e comiam quase o dia inteiro, e as noites sempre terminavam na cama. Se antes só podiam se falar por mensagem, agora era diferente.
“Bom dia.” null desejou assim que viu null passar pela porta da cozinha. “Estou terminando o café, tudo bem?” A garota assentiu e ele a abraçou, deixando um beijo em sua testa.
“Seu amigo vem hoje?” null perguntou e sentou-se no balcão da cozinha com as pernas cruzadas.
“null? Acho que não, ele trabalha hoje.” null respondeu, colocando o café em uma caneca e entregando-a para null. “Aqui, babe.” Disse e a garota sorriu em agradecimento.
Eles sentaram-se para tomar café na sala e null ligou a televisão, voltando a colocar o filme que não tinham terminado de assistir no dia anterior. null enroscou-se nele e assim ficaram por boa parte do dia.
“null?” null chamou. “Levante-se, eu vou pedir uma pizza.” Pediu e a menina grunhiu, saindo de cima dele relutantemente. null saiu do sofá e pegou o telefone, discando para a pizzaria rapidamente.
Eles devoraram a pizza assim que ela chegou e logo pegaram uma bebida novamente. Horas depois, deitaram na cama, mas null não deixou null fechar os olhos.
“Eu não quero dormir.” Ela disse, sentando-se na cintura de null e o beijando.
“Acho que eu também não quero.” null a respondeu, sorrindo e retribuindo o beijo em seguida.
null amava o jeito que null a tratava, sempre gentil e divertido. Mas não tinha certeza se gostava dele, quer dizer, era raro ela gostar mesmo de alguém. Já era um milagre ela estar com ele mesmo depois de quase duas semanas.
No outro dia, os dois levantaram-se preguiçosamente da cama quando já era de tarde. null foi tomar banho, enquanto null esquentava algo para comerem no almoço. Eles tinham acabado de almoçar e o cantor estava arrumando a cozinha e a sala quando Aretha Franklin começou a tocar. null virou e viu null mexendo em sua caixa de som.
“Aretha? Não sabia que você gostava dela.” Comentou o rapaz, continuando a limpar o balcão da cozinha.
“É, ué. Vamos, cante comigo.” Ela disse e deu de ombros e começou a cantar Respect assim que o CD começou a tocar. null caminhou até null e o puxou pela mão, puxando-o até o meio da sala. “Cante comigo.” Ordenou.
E assim eles cantaram o resto da música e do álbum também, fazendo um dueto. Quando o CD acabou os dois se jogaram no chão rindo das danças malucas que fizeram.
“Isso foi divertido.” null constatou e null concordou, se levantando. Seu celular começou a tocar e ele correu para atender, revirando os olhos quando viu que era John, seu empresário.
“Oi, John.” null falou e sentiu os olhos de null sobre si.
“null, null está ai com você, certo?” Ele perguntou e null arregalou os olhos, pedindo para a garota fazer silêncio.
“Talvez.” Respondeu desconfiado. “Por quê?”
“Eu sei que ela está. null, vocês são famosos, caso não tenham olhado em sites, todos estão falando da estadia de null na sua casa, vocês estão causando um caos na mídia. E diga para ela ligar para o empresário dela, já que ele não conseguiu falar com ela.”
“Droga!” O rapaz praguejou e null o olhou confusa. “Ela vai ligar. Desculpe, nos esquecemos dessa parte.” Desculpou-se null.
“Ótimo, conversamos depois.” John disse e desligou, fazendo o cantor jogar o celular no sofá.
“O que foi?” null indagou assim que desligou o celular.
“A mídia descobriu que você está aqui e bem, nós meio que sumimos nos últimos dias, e têm vários boatos rolando. Seu empresário está tentando falar com você e eu vou levar uma bronca na próxima vez que o meu me ligar. Resumindo: estamos ferrados.” null disse e null arregalou os olhos.
“Droga!” Ela praguejou e correu para pegar o celular no quarto.
null pegou o notebook e entrou em vários sites, vendo diferentes boatos envolvendo null e ele.
“null null e null passam noite em balada juntos e podem estar se encontrando”
“null passa últimas semanas em Londres na casa do cantor null null”
“null e null podem ter voltado com relacionamento”
null bufou ao ver as manchetes, virando o computador para null, que revirou os olhos, mesmo estando ao telefone. Os dois tinham uma grande bagunça para lidar. Infelizmente, os dois trabalhavam na mesma indústria e eram super famosos. Não tinham privacidade e a mídia não deixava nada escapar, dificultando ainda mais a vida deles.
Assim que null desligou o telefone, ela bufou.
“Ótimo, tenho que voar para Los Angeles em alguns dias.” Comentou e revirou os olhos. “E você vai ter que ir para a sua cidade natal.” Ela sorriu amarelo, fazendo null arregalar os olhos.
“O que?”
“Pelo jeito você vai fingir que estava com sua família o tempo todo.” null fez uma careta e foi a vez do cantor bufar.
“Maravilha.” Ele murmurou, se levantando e pegando uma cerveja na geladeira. “Quer uma?” Ofereceu e null concordou rapidamente.
~~//~~
Três dias depois, null estava na porta do apartamento de null com as malas prontas. Seus empresários resolveram que era melhor que ela voasse de volta à Los Angeles e ele iria para a casa dos pais. null iria para LA para divulgar o novo single e fazer alguns shows, enquanto null iria apenas “descansar”.
“Bem, eu tenho que sair algumas horas antes de você, não podemos mais ser vistos juntos.” A estrela disse, pegando suas malas e revirando os olhos.
“É, então, acho que te vejo depois.” null sorriu fraco, se inclinando para beijar a garota. “Mande uma mensagem, ligue ou sei lá.” Ele disse e null assentiu, abrindo a porta e carregando suas malas até o elevador.
“Até.” Ela disse e acenou antes da porta do elevador fechar.
null estava terminando de arrumar as malas, quando null entrou em sua casa, se jogando em cima dele. null grunhiu ao sentir o peso do amigo, que apenas o abraçou.
“Por que você vai embora hoje? Você disse que ficaria aqui por três meses.” null perguntou, agora se sentando ao lado do cantor.
“Caso você tenha visto, e eu tenho certeza que viu, a mídia deu um jeito de descobrir sobre eu e null. A agradável solução que nossos empresários arrumaram foi me mandar para a casa dos meus pais e null para Los Angeles.” null disse rolando os olhos e null assentiu.
“Lindo. John é mesmo um cara adorável. Agora você só tem mais algumas horas aqui.” O garoto fez biquinho e null riu, empurrando o amigo para o lado.
“Pare de ser manhoso, você já ficou um ano sem me ver, cara de pau.” null disse rindo e se levantou, colocando as malas perto da porta.
“Você é um chato, não sei como null tem aguentou por semanas.” Ele disse e deu a língua para o cantor.
“Cale a boca e aproveite o resto do tempo que você tem comigo.” Dito isso, null pulou para o sofá e colocou no Netflix enquanto null foi buscar pipoca.
Horas depois, null estava embarcando em um avião para sua cidade natal no outro lado da Inglaterra. Ele tinha deixado acabado de ligar para John, dizendo que estava embarcando.
“Ótimo, diga em alguma rede social o quanto estão sendo boas as últimas semanas que passou com a família, poste uma foto com seus irmãos ou sei lá. Aproveite que você vai chegar lá de madrugada e ninguém vai te ver.”
null bufou. “Nenhum script para o que eu tenho que fazer com a minha família? Sorte sua que estou com saudades dos meus irmãos.”
“Eu sei que é chato, null. Desculpe por isso, é necessário.” John disse e null sabia que ele estava sorrindo fraco. John era um pé no saco, mas o acompanhava em tudo e rapaz era grato por isso. John era quase seu pai durante a turnê.
“Eu sei. Bem, eu tenho que ir, tchau.” Se despediu e desligou o celular, relaxando a cabeça na janela do avião após ajeitar touca e o resto do “disfarce” dele.
Quando chegou em casa, sua irmã e seu irmão, Chelsea e Henry, o esperavam. O menor correu para abraça-lo seguido por Chelsea. null sempre foi apegado com os irmãos, talvez por se sentir responsável, já que seus pais eram detestáveis. Henry, que tinha oito anos, o ligava sempre que podia para falar de videogames e carros. Chelsea já era adolescente e já se virava bem sozinha, mas também ligava para o irmão uma vez ou outra.
“Mamãe foi no mercado e já volta e papai ainda não voltou de viagem.” Henry contou e pegou a mão de null quando este se levantou. Chelsea riu e abanou a cabeça, logo subindo as escadas para o seu quarto.
Henry o mostrou os novos brinquedos que ganhou com o dinheiro que null mandara e eles brincaram com cada um deles. A mãe deles logo chegou e correu para abraçar o filho, com um sorriso falso no rosto.
“Seu empresário ligou, hora da foto.” Ela murmurou em seu ouvido durante o abraço e logo saiu da sala. null bufou baixinho e chamou Chelsea para a foto. Os três null’s tiraram a foto, que foi para o twitter do cantor.
Após a foto, John ligou para null, dizendo que ele teria que ficar mais uma ou duas semanas na casa de seus pais. O cantor rolou os olhos e concordou, era a única coisa que podia fazer. Mais dois dias se passaram e null estava conversando com sua irmã quando seu telefone tocou. Era null.
“Hey, null!” Ele disse quando atendeu.
“Oi. Eu acabei de ter uma folga.” null soltou, mas null sabia que não era verdade, ele lia as notícias. “Na verdade, eu acabei a passagem de som agora e o show é daqui a pouco.” Contou e null sorriu e assentiu, mesmo sabendo que ela não poderia vê-lo.
“Oh, sim. Como você está?” null perguntou e Chelsea o olhou, erguendo a sobrancelha e ele deu a língua para ela.
“Bem e cansada. Se a mídia não fosse tão chata poderíamos estar no sofá assistindo um filme.” null disse e null balançou a cabeça sorrindo e mordeu o lábio.
“Isso seria ótimo.” Confessou baixinho e null riu.
“Sim, eu sei.” Ela fez uma pausa. “Ops, empresário chamando, vou ter que ir ou vou perder o show, já estou atrasada. Até mais.” null disse com a voz arrastada.
“Até.” null respondeu e desligou.
“Então, como eu estava dizendo antes de null ligar-“ Chelsea começou a falar, mas null a cortou.
“Como você sabe que era null?”
“Não importa agora, me deixa falar! Então, como você está aqui essa semana e você é tipo o meu pai também, eu resolvi chamar meu namorado para-“ Mais uma vez null a cortou.
“Namorado!? Desde quando você tem namorado?”
“Shh! Eu estou tentando falar, null! Eu convidei meu namorado, Kian, para jantar aqui hoje, porque eu quero você o conheça, já que eu te considero meu pai também.” Chelsea terminou de falar e null sorriu para ela, indo para o sofá onde a irmã estava e a abraçou.
“Desculpe-me por passar tanto tempo fora.” Ele sussurrou. “E é bom que seu namorado seja legal ou eu o chuto para fora.” Completou, fazendo Chelsea rir.
“Ele é. Por favor, não pague nenhum mico ou a escola inteira vai me zoar.” Ela pediu e foi a vez de null rir.
“Chel, eu sou null null, até mesmo se eu pagasse um mico, ainda seríamos legais.” null piscou e sorriu largo.
“Tudo bem, null null.” Sua irmã zombou. “Vamos, temos que buscar Henry na escola.” Ela disse e se levantou, puxando null pela mão para fora.
No jantar, null estava fervendo quando viu Chelsea beijar o tal de Kian. Relutantemente ele apertou a mão do menino e se sentou no sofá. Kian o olhava em um misto de adoração e medo, o que fez null rir e desmanchar a carranca.
“Desculpe, eu só... esquece.” null sorriu e Chelsea se sentou ao lado de Kian no sofá. Eles conversaram um pouco mais e Henry parecia adorar o rapaz, que deu total atenção ao pequeno quando esse veio lhe contar sobre null e alguns brinquedos. Em algum momento da noite, o cantor decidiu que gostava de seu cunhado, o que fez Chelsea sorrir e Kian suspirar aliviado.
Quando Kian saiu, null checou o celular, vendo uma mensagem de null, que continha um link. Clicou no mesmo e, bum, uma foto de null beijando um artista apareceu. O cantor arregalou os olhos, logo depois subiu para o quarto e jogou o celular na cama, pulando na mesma e gritando contra o travesseiro.
“null? Você está bem? Aconteceu alguma coisa?” Chelsea perguntou, batendo na porta de leve.
“Sim, só estou meio cansado, minhas costas estão doendo, apenas isso.” Ele sorriu forçado para a irmã. “Vou ver como Henry está e vou para cama, ok? Boa noite, Chel.” Disse e deu um beijo na testa dela, caminhando para o quarto do irmão mais novo. O garotinho já estava dormindo, com as cobertas até o queixo. null sorriu com a fofura e voltou ao próprio quarto.
O cantor sentia a cabeça rodar e seus pensamentos estavam embaralhados. O que ela estava fazendo, pensando, sei lá? Sua mente estava trabalhando a mil por hora e ele não conseguia pregar os olhos. Depois de horas de esforço, quando o dia estava amanhecendo, finalmente caiu no sono. Acordou horas depois com o celular tocando, era null.
“O que foi?” null perguntou, ainda meio grogue de sono.
“O que foi? null foi! Aquela...” null continuou a falar, mas a mente do cantor parou no nome da garota. Lembrou-se de tudo e grunhiu, sentando-se na cama. “null! Você está me ouvindo?” O amigo berrou, fazendo null bufar, até parecia que era ele que tinha sido chifrado.
“Desculpe, o que disse?”
“Que ela deveria ao menos te ligar.” null apontou e o rapaz concordou com ele.
“Sim, mas ela não vai.” null retrucou. “É null, ela não vai ligar para explicar nada.”
“Como você sabe?”
“Simplesmente sei.” Após um momento de silêncio entre os dois, null voltou a falar. “Cara, eu devia ter escrito ontem, com tudo que estava na minha cabeça, como eu estava confuso e etc.”
“Deveria, com certeza seria seu próximo sucesso.” null concordou. “Tente agora, talvez saia alguma coisa.” O amigo disse descontraidamente, agora nem parecendo que tinha surtado momentos antes.
“Vou fazer isso, tenho algumas horas até precisar sair da cama.” null constatou. “Te ligo depois, até.” E sem esperar resposta, desligou.
O cantor pegou seu pequeno caderno, aquele que carregava para todo lugar, e começou a pensar em algo.
“Don’t fuck with my love
That heart it’s so cold”
Era a base da música. Passou mais um tempo compondo, mas remoer tudo estava lhe dando dor de cabeça, então parou e fechou o caderno.
Semanas depois de começar a escrever a música, parou de se esforçar, ele escreveria quando sentisse que era para escrever. null já tinha voltado a Londres, e agora estava perto da cidade para um evento com vários outros artistas. Outros artistas incluía null .
null estava fazendo hora no quarto do hotel até precisar mesmo sair, olhando redes sociais e falando com null, quando alguém bateu na porta. Levantou-se e abriu a porta, dando de cara com null. null grunhiu algo incompreensível, erguendo uma das sobrancelhas.
“O que quer null?” O cantor perguntou, encostando-se no batente da porta.
“Uh, eu estou no quarto ao lado e...” null parou de falar, tentando arrumar um desculpa. Nem ela sabia o que estava fazendo ali, pelo que null pôde perceber. Minutos se passaram e o rapaz começou a ficar impaciente.
“Olha, caso você não tenha nada para dizer, e mesmo sendo muito indelicado da minha parte, eu vou fechar a porta e voltar ao que eu estava fazendo, porque eu não quero ficar esperando você dizer alguma coisa.” null sorriu, irônico, e fez menção de fechar a porta, mas null o barrou.
“Me desculpe.” Foi o que ela disse quando null voltou a abrir a porta.
“Era isso?” O rapaz perguntou e a estrela assentiu. “Ótimo, te vejo no evento.” O cantor deu um sorriso forçado e fechou a porta, se jogando na cama logo depois.
Era estranha aquela cena toda, depois de se conhecerem null estava chorando em seu ombro e nos dias que seguiram eles estavam em um grande rolo. Balançou a cabeça e fechou os olhos, tirando um cochilo até ter que se arrumar para o evento.
John veio lhe buscar com o carro, levando-o até o instituto em que o evento para arrecadar dinheiro seria.
“Não faça ou diga nenhuma besteira, não dê nenhum olhar raivoso ou amoroso para , e muito menos arranje confusão com aquele cara.” O empresário pediu e null o olhou com o cenho franzido.
“Que cara?” Indagou em confusão.
“Adam Stone.” A expressão do cantor fechou ao ouvir o nome do artista. Era o cara com quem null traiu o que quer que os dois tivessem. O pior é que o também cantor sempre foi amigo dela e de null.
“Tudo bem, não farei nada inapropriado.” null se rendeu e John assentiu.
“Ótimo, então até mais, garoto.” Seu empresário lhe deu um sorriso gentil antes dele abrir a porta do carro e seguranças o guiarem até o prédio.
Mesmo dizendo que não faria nada para John, null foi antipático com Adam e forçado com null. No fim do evento, várias fotos tinham sido tiradas e elogios ouvidos. Os três artistas eram o foco principal de algum jeito. Vários sites até falavam que era por causa do suposto triângulo amoroso, que os três negaram completamente.
Mas, no fim do dia, quando null estava prestes a fechar a porta de seu quarto, null o parou novamente.
“Seu comportamento hoje com Adam foi desprezível.” A estrela disse e null se virou para ela, rindo sarcástico.
“Bem, você tem sido desprezível nas últimas semanas.” Ele sorriu falso, deixando de abrir a porta.
“Olha, me desculpe, mas eu não achei que tivéssemos algo sério.” null falou, levemente ofendida, e o cantor arqueou as sobrancelhas para ela.
“Não tínhamos algo sério oficialmente, mas você não precisava ter levado o cara para cama, só isso.” null fez um gesto exasperado, revirando os olhos com o que tinha acabado de ouvir. “Ele era a droga de um dos nossos melhores amigos!” Exclamou. Nunca tinha visto o artista como uma ameaça para seu relacionamento com null, até ver fotos dele e da estrela se beijando e entrando em um hotel juntos.
“Eu não sabia o que eu queria!” null rebateu e null bufou.
“Não diga como se isso tenha sido há meses atrás e como se você não tivesse pensado antes disso.” O cantor repreendeu, abrindo a porta do quarto e entrando, tentando deixar null para trás, mas a garota entrou junto.
“Eu e ele estávamos no mesmo hotel, assim como nós dois estivemos e estamos agora.” null falou como se tentasse explicar algo que null era muito lerdo para aprender.
“Isso não tem nada a ver! Nós estávamos na droga do mesmo andar no hotel, e dai?” null aumentou de voz. “Eu não queria que você tivesse feito promessas ou que tivéssemos um compromisso ou namoro, mas isso nunca foi só diversão e eu achei que você entendesse isso e fosse diferente!” O cantor gritou. “E não vai ser dormindo com outro cara que você vai descobrir o que você quer.” Completou, respirando fundo para se controlar.
“Eu sei, me desculpe.” null disse, sua voz no tom mais baixo desde o começo da conversa.
“É meio tarde para isso, sabe.” null respondeu irônico e balançou a cabeça, caminhando para a porta e abrindo-a. “Agora, por favor, saia.” Apontou para a porta e null bufou, saindo e o cantor bateu a porta assim que ela o fez.
null se jogou na cama, gritando contra o travesseiro. Tinha dito que era tarde demais para null se redimir, mas isso era da boca para fora. Sabia que, se null tentasse, ele iria perdoa-la. Ele estava apaixonado, afinal.
Foi deitado na cama, ouvindo sons nada agradáveis vindo do quarto ao lado que null percebeu que estar apaixonado era um inferno. Principalmente quando a pessoa por quem você está apaixonado está claramente com um cara do outro lado da parede. Ele se revirou na cama, colocou música alta e compôs, tudo isso em algumas horas. Cada som era uma tortura enquanto pensava que ele poderia estar lá ao invés do cara. Mas ai se lembrava do que null tinha feito e seu coração voltava a se dilacerar. Quando a manhã chegou, estava animado para finalmente poder sair do quarto, e ainda mais para descobrir com quem null havia passado a noite. Por esse motivo, logo de manhazinha, grudou no olho mágico, vendo um rosto conhecido passar por sua porta. Adam Stone. Esperou o artista entrar no elevador para chutar a porta. Estava irado demais. Depois de alguns momentos, voltou a se sentar na cama, controlando a respiração e pegando o celular. Estava desbloqueando o mesmo quando alguém bateu na porta. Já em mente que provavelmente era null, atendeu a porta a contra gosto.
“Está tudo bem? Eu ouvi um barulho.” null falou rapidamente, os olhos levemente arregalados.
“Não é como se você se importasse.” null retrucou na lata, vendo um flash de mágoa passar pelo rosto da estrela e, tão rápido como veio, se foi.
“Na verdade, pode não parecer, mas eu gosto de você...” null começou, mas o cantor lhe interrompeu.
“Pode não parecer? É claro que não parece! Não depois de ter ido para a cama com aquele cara, não uma, mas duas vezes, uma delas sendo depois de que veio me pedir desculpas.” null soltou, sentindo as veias do pescoço se exaltarem e seu rosto ficar vermelho.
“null, você precisa acreditar que eu gosto de você. Eu realmente gosto.” null começou. “E que eu faço muito mais burradas do que eu gostaria, sexo e Adam são uma delas.”
“Burradas? null, isso não se trata de burradas, se trata de traição. Como eu irei acreditar em você se não tem a minha confiança?” O cantor perguntou retoricamente.
“Eu sei, tudo bem? Eu sei que o que eu fiz foi mais do que errado e que você é maravilhoso demais para merecer isso, só que eu realmente gosto de você. Você acreditando ou não.” Ela disse. Olhou e percebeu que os dois ainda estavam na porta do quarto, como a noite anterior.
“Sabe o que eu não mereço?” null perguntou. null negou com a cabeça. “Estar apaixonado por você.” Soltou e a estrela arregalou os olhos, ficando boquiaberta. “E, mais uma vez, eu torno a pedir: por favor, saia do meu quarto.” Pediu e a garota assentiu, muito chocada para discordar.
O cantor aproveitou que não tinha planejado até o dia seguinte e pegou o computador, abrindo o Skype e ligando para null.
“Hey, null!” O amigo cumprimentou sorrindo, esse desaparecendo assim que viu a expressão do outro. “O que aconteceu?”
“Adivinha.” null revirou os olhos e null fechou a cara.
“null?” O cantor assentiu. “O que essa garota fez dessa vez?”
“Nós estamos na porra do mesmo andar do hotel! Ontem nós brigamos e ela pediu desculpas, mas passou a noite com o Stone. Hoje veio pedir desculpas de novo e ainda teve a cara de pau de dizer que gosta de mim!” null sussurrou/gritou, bagunçando os cabelos e grunhindo.
“Ela é idiota?” null gritou, uma carranca em seu rosto.
“E a pior parte é que eu estou apaixonado por ela.” null colocou o rosto entre as mãos, estrangulando um grito.
“Eu sei.” O amigo respondeu com um suspiro e o cantor o olhou em confusão. “Está na cara, e eu te conheço há anos.” Deu de ombros. null o olhou incrédulo quando fez isso, como se estar apaixonado por null não fosse nada demais, como se estar apaixonado, não importa por quem, não fosse nada demais. “Não me olhe com essa cara, é a verdade, e o amor é uma droga, para ser honesto.”
“Não é amor.” null negou prontamente, balançando a cabeça.
“Você é quem diz.” null levantou as mãos e depois checou o relógio. “Droga, eu estou atrasado, falo com você depois, até.” Soltou rápido, e antes do outro poder responder a chamada estava encerrada.
null fechou o notebook e o colocou de lado, sentindo a falta de sono que tivera a noite o atingir e se deitou na cama, fechando os olhos e se deixando levar para seus sonhos. Quando acordou e se sentou na cama, notou um papel perto da porta e com uma expressão confusa no rosto, foi pega-lo. Sentou-se com as costas apoiadas na porta e abriu o papel.
“Eu sei que eu não sou a melhor de todas e eu me desculpo por isso. Você foi o cara mais legal comigo em anos e eu não tenho como te agradecer o suficiente. Na verdade, eu tenho que correr atrás do seu perdão, porque você vale muito e eu não posso deixar você escapar e trocar um mês maravilhoso por duas noites.
null, eu me arrependo de ter te traído e me arrependo mais ainda de ter dito que não tínhamos nada. Nós tínhamos tudo. Você foi tudo para mim naquele mês em que eu me isolei com você para fugir. Eu confesso que só tenho você e meus fãs. Eu queria voltar atrás para aquele dia que eu embarquei de volta à Los Angeles e refazer tudo, consertar tudo.
Por algum motivo, tem algo que me prende a você que nunca me prendeu a ninguém. Talvez seja seu jeito fofo e cavalheiro, ou seu sorriso e sua voz, ou suas músicas e suas palavras certas, ou talvez tudo isso junto. Aqui agora, a uma parede de distância, pensando em você, percebo o quanto você é maravilhoso e eu poderia passar o dia falando do quanto eu gosto de você.
Eu sei que quando digo isso você não acredita, e eu te entendo por não acreditar, mas eu gosto. E eu faria, ou melhor, vou fazer de tudo para que me perdoe e que acredite em mim. Eu espero que você ainda me considere um pouquinho.
Desculpe-me por isso, mas eu ouvi sua conversa com null. E eu concordo que eu sou idiota. Talvez não seja você que não merece estar apaixonado por mim, talvez eu não mereça alguém como você apaixonado por mim.
Eu sou péssima com cartas, e essa é minha última opção, então desculpe se não estiver bom o bastante.
Se você vier em meu quarto até hoje à noite, eu saberei que está disposto a me dar uma chance, se não, não vai ser mais necessário falar comigo se não quiser, prometo não incomodar.
Espero que leve meu esforço de escrever essa carta em conta,
null xoxo.”
Ao terminar de ler, null passou os olhos pelo papel mais uma vez, apenas para ver se era real mesmo. Estava com medo de que dar uma chance a null fosse perda de tempo, mas seu sorriso bobo o contrariava. Ele queria se levantar dali e correr na hora para o quarto ao lado, mas se segurou. Teria que pensar mais um pouco, apesar de sua decisão já estar feita. O que diria a ela? Não poderia entregar-se de bandeja.
null passou quase uma hora entre suspiros, imerso em pensamentos até que finalmente resolveu ir até o quarto de null. Pegou a carta e abriu a porta, dando alguns passos e batendo na porta da garota. Quando null abriu, seus olhos estavam cheios de expectativas, o que lhe deu mais segurança e ele sorriu de lado.
“Você sabe que uma carta não resolve tudo, certo?” null ergueu uma sobrancelha e null suspirou e assentiu, com um sorriso gigante no rosto.
“Sim.” Respondeu e o rapaz a pegou pela cintura, a trazendo para si e colando seus lábios em um beijo calmo. Quando se separaram, estavam ofegantes e sorridentes. “Teremos que descobrir o que resolve tudo então.” null falou e null assentiu e a abraçou, sentindo a garota em seus braços.
Se for ser assim, estava tudo bem. Ao contrário do que todos pensam, null e null não queriam um final feliz, porque ambos achavam que ser feliz para sempre seria chato demais, sem contar que tal coisa era impossível, eles queriam um final juntos. E as coisas estavam começando a caminhar para que isso se realizasse.
Fim
Nota da autora: Hey!! Espero que tenham gostado disso. Eu, particularmente, amo a música Don’t e adorei escrever o ficstape dela e espero que tenham gostado de lê-la!!
Nota da Beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.