04. Falling in Love

Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único





Olhei para o relógio em meu pulso e amaldiçoei novamente John por ter marcado esse encontro do outro lado da cidade no horário de maior movimento. Eu chegaria atrasada e ele sabia o quanto detestava me atrasar. Pontualidade sempre foi meu ponto forte. Apertei o sobretudo sobre meu corpo para proteger-me do frio e saí da estação de metrô, caminhando em direção ao restaurante. Pelo menos isso indicava que John pagaria meu jantar, então não poderia reclamar muito pela escolha de lugar. Fazia muito tempo desde que meu irmão se oferecia para pagar qualquer coisa para mim. Abri a porta e quase gemi de prazer pelo calor que me abraçava. Eu amava o frio e o inverno, mas mesmo para mim, amante da estação, estava difícil suportar o frio que estava fazendo esse ano.
- Olá, meu nome é , meu irmão está me aguardando – informei ao maitre ao entrar.
- Claro, senhorita, pode me acompanhar, por favor? – ele indicou o caminho. Caminhei em frente, percebendo que deveria começar a ficar preocupada. O restaurante parecia ser daqueles caros e chiques e isso significava que o que meu irmão tinha a me dizer não era nada bom. Essa sempre foi a estratégia de John, levar-me a lugares chiques ou me comprar com presentes caros quando fazia algo que eu desaprovava. Avistei a mesa que meu irmão estava e percebi que Tessa estava com ele. Meus olhos rapidamente começaram a vasculhar uma saída daquele lugar. Não que eu não gostasse da namorada do meu irmão, eu a amava de paixão. Afinal, ela era minha melhor amiga, mas os dois só me levavam para jantar quando o caso era realmente sério.
- – Tessa levantou de sua cadeira ao me ver e abraçou-me carinhosamente –, que bom que você chegou.
- Finalmente! – Meu irmão sorriu ao me abraçar também. – Não estava mais aguentando de fome.
- Culpa sua – respondi beijando primeiro Tessa e depois John. – Tive que atravessar a cidade toda para chegar até aqui.
- Sempre reclamando.
- Não estou reclamando, John, estou justificando.
- Ok, já chega você dois, se começarem a jogar a culpa um no outro não iremos comer hoje, e eu também estou morrendo de fome.
- Tudo bem – respondi ao sentar e observei John e Tessa trocando olhares. – Será que vocês podem parar de se olharem como se estivessem se decidindo se me contam agora ou não o motivo desse jantar e irem direto ao ponto?
- E eu preciso de motivo para querer jantar com minha irmã?
- Sim, John, você precisa.
- Certo, , nós realmente queremos... conversar com você, mas podemos falar disso depois do jantar? Eu realmente estou morrendo de fome.
- Tessa...
- Sério, , primeiro a comida, depois a conversa. – E com isso eu sabia que o assunto estava encerrado, por enquanto. Sempre foi assim, Tessa tinha esse poder. Quando ela dizia depois, significava depois. Não que eu tivesse medo dela, ou achasse que ela era mais forte que eu, nada disso. O problema de minha amiga era que ela era teimosa como uma mula, e se ela disse que não iria falar agora, nada faria com que as palavras saíssem de sua boca antes do jantar chegar. Assim, engoli minha curiosidade e pedi o cardápio. Minha vingança seria escolher uma comida cara, já que eles estavam pagando.


Durante todo o jantar, conversamos sobre assuntos neutros e fui percebendo que os dois estavam nervosos e isso aumentou ainda mais minha curiosidade. Algo me dizia que isso era sério. Será que eles haviam decidido terminar? Senti meu coração falhar uma batida com esse pensamento. Tessa foi a primeira amiga que fiz na faculdade e nossa amizade era importante demais para mim, eu não conseguia imaginar minha vida sem Tessa. E se eles terminassem, como seria? Esse foi um dos motivos que me fez ser contra esse relacionamento no começo. Quando John me falou que estava apaixonado por Tessa e iria convidá-la para sair, minha reação foi lhe dar um alto e sonoro “não”, porque se eles não dessem certo, eu não poderia escolher um lado. Só de pensar nisso meus olhos já estavam cheios de lágrimas. E me senti ridícula por estar sofrendo por antecipação.
John pediu um café para nós e percebi que o momento da “conversa” havia chegado.
- ... – John estava hesitante. – Nós queremos lhe dar uma notícia.
John fez uma pausa e pegou a mão de Tessa, que sorria para mim. Esse pequeno gesto de cumplicidade deixou-me mais relaxada e fiquei em silêncio, esperando que eles continuassem.
- – Tessa falou e percebi emoção em sua voz –, você vai ser titia.
- Oh, meu Deus – falei enquanto levantava para abraçá-la –, você está grávida!
- Sim! – Tessa respondeu chorando e percebi que lágrimas de felicidade também escorriam pelo meu rosto. - Isso é maravilhoso! – Falei soltando Tessa e abracei forte meu irmão. – Você vai ser papai.
- Isso não é surpreendente? Eu ainda não acredito.
- Gente, mas isso é uma ótima notícia – eu estava radiante.
- Mas isso não é tudo – John falou, sorrindo.
Voltamos a sentar, mas segurei fortemente a mão de Tessa e não a soltei. Eu não conseguia expressar tamanha felicidade.
- Com a gravidez de Tessa, resolvemos que não há motivo para esperar e decidimos nos casar, não será uma grande festa, apenas para nossas famílias e amigos mais próximos.
- Meu Deus, é muita notícia boa – falei sorrindo para John e apertando levemente a mão de Tessa.
- Eu sei que é tudo recente, mas iremos nos casar em duas semanas.
- Duas semanas? Assim, rápido?
- Sim – John falou, sorrindo –, queremos mudar para uma casa maior para a chegada do bebê, fazer toda a decoração e por isso achamos melhor uma festa pequena e rápida, o bebê virou nossa prioridade.
O sorriso de John mostrava o quanto meu irmão estava feliz e emocionado e isso me fez chorar ainda mais. Meu irmão iria ser papai!
- E eu gostaria de convidar você para ser minha madrinha – Tessa falou, sorrindo –, eu não consigo nem expressar o quanto ficaria feliz de te ter ao meu lado no altar.
- Claro que sim – falei apertando novamente a mão de Tessa –, você sabe que nada me deixaria mais feliz.
- , como já falamos, nosso casamento será pequeno e só teremos um casal de padrinhos, por isso...
- Não! – falei, soltando a mão de Tessa e cruzando os braços.
- Não surta, ‘tá legal? – Meu irmão falou e pude perceber que esse era o real motivo desse jantar. As boas e maravilhosas notícias eles poderiam ter me dado em casa, porque nada me deixaria mais feliz, mas ele estava me preparando para o golpe que viria a seguir.
- Você é a melhor amiga de Tessa e o é o meu melhor amigo, não estou pedindo que você seja amiga dele, estou apenas pedindo que vocês entrem juntos na igreja, só isso!
Só isso. Como se isso fosse algo simples!


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- , seja razoável.
- Estou sendo razoável, estou dizendo que não ficarei ofendida por outra amiga ser sua madrinha, Tessa, só não me peçam para entrar com ele.
- Será que você pode, por um dia, não odiar meu melhor amigo?
Olhei para John e tive vontade de rir. Odiá-lo? Esse sempre foi o problema, eu queria odiá-lo, mas não conseguia. Não conseguia sentir ódio dele porque eu sabia que ele foi apenas sincero. Não! Eu nunca nem cheguei perto de sentir ódio por , só não me considerava forte o bastante para ficar tão perto dele.
- Você nunca quis nos contar o que aconteceu entre vocês e o muito menos. – Meu irmão voltou a falar e senti alívio de saber que pelo menos disso ele havia me poupado. – Mas sei apenas que isso já faz um ano, então será que você poderia ser madura por pelo menos um dia e ser a madrinha do meu casamento?
- E o que faz você pensar que ele vai aceitar entrar comigo?
- Porque ele já aceitou.
- O quê? – tentei controlar minha voz, mas minha vontade era de gritar. – Você falou para ele primeiro que iria se casar?
- Ele é o meu melhor amigo, .
- E eu sou sua irmã! – Fale, irritada, e, apontando para Tessa, indaguei. – E eu sou sua melhor amiga, não passou pela sua cabeça me contar?
- Ele não deixou. – Ela ao menos se mostrou envergonhada. – Porque ele queria te contar.
- Ah, por favor, – John passava as mãos no cabelo, nervoso. – Supere isso, ok? Eu precisava saber qual seria a reação dele.
Típico, meu irmão mais preocupado com o que o amigo iria pensar do que com sua irmã! Ok, se o não via problema em ser meu par no casamento do meu irmão, eu não iria mostrar que ele ainda me afetava a ponto de negar ser madrinha. Dei de ombros e disse, por fim:
- Ok.
- O que é “ok”?
- Eu serei a madrinha com ele.
- Sabia que você diria sim – Tessa falou e se levantou para me abraçar. – Eu disse ao John que você aceitaria, que nossa amizade era mais importante.
Dei um fraco sorriso para minha amiga.
- Sempre.
- Ótimo – John falou, feliz. – Isso é um alívio, já que ele chega aqui em 15 minutos.
- Ele está vindo aqui agora?
- Sim – Tessa respondeu. – John achou melhor que o primeiro encontro de vocês não fosse na igreja, então o convidou para vir aqui também.
E foi nesse momento que percebi que se não amasse Tessa e ela não estivesse esperando um filho de John, eu mataria meu irmão.


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Parei o carro em frente ao restaurante indicado por John e, mais uma vez naquele dia, questionei se estava tomando a decisão certa. Olhei para o volante, tentando me convencer de que ainda dava para desistir, ainda poderia dar meia volta no carro e voltar para a segurança do meu apartamento. Mas o que essa segurança havia me proporcionado até esse momento? Essa falsa segurança apenas me deu um ano de arrependimentos e solidão.
O convite de John seria apenas uma forma mais fácil de alcançar meu objetivo, mas a incerteza, a dúvida por não saber se já era tarde demais ainda fazia o covarde dentro de mim ter vontade de desistir. Respirei fundo e abri a porta do carro, me jogando para o frio de Detroit. Um ano longe de casa e eu já tinha esquecido como era frio aqui. Minha temporada na Califórnia deixou-me completamente desacostumado. Eu sempre fui um amante do verão, e ficar longe desse frio não tinha sido nenhum sacrifício.
Entrei no restaurante e após informar ao maitre meu nome e que estavam à minha espera, fui conduzido à mesa de John, Tessa e . Perdi o fôlego por um momento quando meus olhos encontraram os dela.
Ela estava linda!
Caminhei até a mesa e fui abraçar meu grande amigo e sua linda futura esposa. Eu estava feliz por eles. John sempre foi alguém especial em minha vida, éramos como irmãos e me alegrava saber que ele havia escolhido alguém tão especial quanto Tessa para ser sua esposa. Sorri ao me virar para , para cumprimentá-la.
- Oi, .
- Oi, . - Percebi que ela mordeu levemente os lábios antes de me responder. – Não sabia que você estava de volta à cidade.
- Eu já estava programando uma viagem para casa e quando John ligou contando as novidades, eu apenas adiantei meus planos.
- Hum – ela murmurou e olhou para John e Tessa. – Como eu estava falando para vocês, tenho um compromisso agora e não poderei ficar. Eu adorei o jantar e as novidades. Amanhã eu ligo para vocês para irmos juntos contarmos para a mãe e o pai. Tessa, amanhã te mando mensagem para começarmos a programarmos tudo. Meus Deus! Temos tanto para fazer em tão pouco tempo. E, , sinto muito ter que sair assim, justamente quando você chegou, mas eu tenho realmente que ir.
Claro que percebi o tom de ironia que ela usou para falar comigo, mas se ela acreditava de verdade que escaparia assim facilmente, ela apenas mostrava que não me conhecia.
- Não tem problema, eu entendo.
se despediu com um beijo de seu irmão e Tessa e me deu um tchau com a mão ao se dirigir para a saída do restaurante.
- Ela realmente tinha um compromisso?
- Não sei – Tessa respondeu, fiel a sua amiga.
- Um compromisso que só apareceu no exato momento que falei que você estaria chegando – John me informou, sorrindo.
- Entendo – e, incrivelmente, eu realmente entendia. – Vocês terão que me perdoar, mas eu também preciso ir.
John sorriu para mim.
- Um compromisso lembrado de última hora?
- Sim – respondi, depositando um beijo na bochecha de Tessa. – Lembrado no momento que sua irmã saiu daqui.
Apertei a mão de John e me virei para sair rápido antes que não conseguisse alcançar .
- Esses dois vão acabar se casando um dia. – Ouvi Tessa falar para John. Eu esperava que ela estivesse certa.


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- Eu levo você. - se virou para me encarar.
- Não precisa – ela parou de me encarar e voltou a olhar para rua. – Eu pego um táxi.
- Nós precisamos conversar, , então você pode escolher: ou deixa eu te levar para casa, ou, como sei onde você mora, eu vou até sua casa e espero você chegar.
- Nós não temos nada para conversar.
- Você pode até ser que não, mas eu tenho.
- Eu posso não querer ouvir.
- Verdade, isso é realmente uma opção sua, mas estou disposto a ir assim mesmo até a porta da sua casa e só sair de lá quando você decidir me ouvir.
respirou fundo e, por fim, disse, derrotada:
- Ok, você venceu. Eu irei com você.
Caminhamos lado a lado até onde meu carro estava estacionado e abri a porta para que ela entrasse. Assim que entrei no carro, o cheiro do perfume dela trouxe lembranças do tempo que ficamos juntos. Coloquei o carro em movimento e comecei a me perguntar qual o melhor momento para iniciar a conversa. Olhei para e vi que ela estava de braços cruzados, olhando a rua. Permanecemos em silêncio e suspirei ao ver que já estávamos quase chagando a casa dela e ainda não tinha tido coragem de dizer uma palavra. Ótimo, ! Simplesmente Ótimo!
Estacionei o carro em frente à casa dela, que já estava tirando o sinto e abrindo a porta para sair.
- Espera, - segurei levemente seu braço para impedi-la de sair. – Eu sei que provavelmente estou parecendo um idiota dizendo que precisamos conversar e não dizendo uma palavra, mas eu apenas não sei por onde começar.
Ela parou o movimento de abrir a porta e se virou para me encarar.
- Eu não acho que sobrou muito que conversar, .
- Eu só quero explicar.
- Não se preocupe, você explicou muito bem quando terminou comigo.
- Não foi bem assim.
- Foi exatamente assim. Eu faço um resumo para você, para o caso de você ter esquecido: nós ficamos juntos um tempo, você foi promovido para assumir um cargo na Califórnia e decidiu que seria melhor terminarmos. Não há nada nisso que precise de explicação.
- , só... escute um pouco, ‘tá legal?
- Não, , não acho que algo precise ser explicado, você teve seus motivos e eu entendo isso. Eu sei que você deve estar achando que pelo fato de sermos padrinhos, juntos, no casamento do John, teremos que ser amigos, mas nós não precisamos, , apenas precisamos ser educados um com o outro. Porque – ela suspirou e fechou os olhos – eu não quero ser sua amiga.
Fiquei tão sem reação com essas palavras que não fiz nenhum movimento para impedi-la de sair do meu carro e caminhar apressadamente para sua casa. Não consegui me obrigar a sair do carro e ir bater à porta de sua casa para continuarmos a conversa. Eu vim até aqui e não disse nada do que pretendia e percebi que não iria adiantar. Encostei a cabeça no banco do carro e fechei os olhos, lembrando como havia sido um idiota há um ano e terminado com aquela garota. Ainda lembro a tristeza em seu olhar quando eu disse que seria melhor terminarmos antes que fosse tarde demais, antes que estivéssemos apaixonados, e que sofreríamos com a distância. Sua resposta de que para ela já era tarde demais me acompanhou e assombrou meus sonhos todo esse ano.
Abri os olhos e encarei sua porta fechada. Eu vim aqui para mudar isso e tentaria mudar. Nesses quinze dias até o casamento, eu mostraria para que poderíamos, sim, ser amigos. Eu iria me esforçar ao máximo para que ela percebesse o quanto eu a queria em minha vida. Eu tinha quinze dias para fazer essa garota de Detroit voltar a se apaixonar por esse rapaz californiano.


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Caminhei pelo jardim da casa dos meus pais, tentando ter um pouco de privacidade para organizar meus pensamentos. O barulho de riso e música ainda chegavam aos meus ouvidos, mas eu não conseguia me obrigar a voltar para a festa. Qual era o meu problema? Hoje é o casamento do meu irmão e da minha melhor amiga, essa deveria ser minha única preocupação e pensamento, e aqui estou eu, pensando em .
Nesses quinze dias ele havia me ajudado em tudo com os preparativos do casamento. Sempre que algo não dava certo, ou tínhamos algum problema com fornecedor, estava ali para resolver. Ele foi a luz dos meus dias sombrios, um verdadeiro amigo. Não consigo pensar em um único dia que não passamos juntos desde que ele voltou e agora ele estava novamente partindo. Eu vim me preparando para esse momento todos os dias, mas agora que ele chegou, percebo que de nada adiantou. Meus sentimentos por ele eram mais fortes agora que ele se mostrou um grande amigo e que realmente se preocupava com minha família.
- Então é aqui que você está se escondendo.
Virei para encarar os maravilhosos olhos verdes que tanto tiravam o meu sono.
- Não estou me escondendo – falei, cruzando os braços. – Queria apenas ficar um pouco sozinha.
- E seu período de solidão já acabou – falou, caminhando para próximo de mim. – Porque você me deve uma dança.
- Uma dança? De onde você tirou isso? Não te devo nada.
- Como não? Você é a madrinha, eu sou o padrinho, então acho que isso automaticamente te obriga a dançar comigo.
- Não vou dançar com você. Não sou obrigada a nada.
Vi curvar a cabeça, me estudando.
- Fiz alguma coisa errada hoje?
- Hoje? Não, hoje você não fez nada errado.
- Bom... – ele continuou a me encarar fixamente. – Mas fiz algo então.
Eu ri. Sério, tive que rir depois dessa resposta. Não é possível que ele estava tendo esse tipo de conversa.
- O que você quer de mim, ? – falei um pouco mais brusca do que pretendia. - Eu acho que você já deixou bem claro que não devo gostar de você, que devo ficar longe e não deixar eu me apaixonar por você. Ok, realmente estou tentando ficar longe, mas é você que voltou e está ficando perto. Voltou e está aqui me perguntando o que fez de errado?
E foi então que lágrimas idiotas começaram a correr por meu rosto. Eu me odiei por chorar, não queria deixar que ele percebesse que ainda sentia algo por ele. Que ele ainda tinha o poder de quebrar meu coração.
- Não está percebendo que assim fica difícil te esquecer? Que novamente terei que ver você partindo para Califórnia e eu ficarei aqui.
- Eu sei que pode parecer maluco, - ele falou, caminhando até onde eu estava e limpado as lágrimas que continuavam teimosamente a cair em meu rosto. -, mas todas as minhas súplicas para que você desista de mim é um jeito maluco de pedir que você não desista nunca. Quando eu te disse que deveríamos terminar antes que estivéssemos apaixonados e você me respondeu que para você já era tarde demais, percebi que talvez estivesse cometendo um erro terrível. Você não tem ideia de quantas vezes peguei o telefone para te ligar, mas diria o quê? Que eu gostaria de ter você lá comigo aproveitando a vista da cidade? Que desde que fui embora todos os dias pareciam segunda-feira? Que cada vez que eu sentia calor pensava em você e sabia que você não poderia ser feliz lá comigo? Que eu estaria sendo egoísta, mas que pediria para você entrar no primeiro avião para que tentássemos mais uma vez?
- Mas... Mas isso não faz o menor sentindo.
- Eu desisto fácil, . Você não sabe disso, mas para mim é mais fácil desistir quando o assunto é o lado sentimental. Mergulho de cabeça se tiver que enfrentar cálculos, balancetes e concorrência, mas evito enfrentar o que tem dentro de mim. Esse medo absurdo que sinto de sofrer. Não é racional, mas eu tenho medo. Mas quer saber? Eu enfrento isso se você pedir. Talvez nossa história juntos não dure mais do que algumas semanas, e você perceberá que sou um chato, que minhas manias te irritam, mas eu encaro essa se você permitir que eu entre novamente em sua vida. Não vou poder ficar com você sempre, mas perco o medo de avião só pra atravessar o país pra te ver. Mas a gente tem que tentar e descobrir que é possível, juntos. Você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar para continuar quanto eu não puder estar aqui. Porque é sério, , não acho que terei forças se não der certo. Não aceitarei falhar com você, entende? Não sou forte como as outras pessoas, , quando o assunto é sentimento, eu tenho medo. Então, eu preciso que você prometa.
Eu não conseguia encontrar palavras para responder. Parecia que o mundo a nossa volta havia parado e só existíamos nós. Olhei para parado em minha frente, esperando uma resposta, e não conseguia acreditar em tudo que havia acabado de ouvir.
- ?
- Você tem ideia de que tudo que você está falando não faz sentindo? Você aceita uma promoção em outro estado, fica um ano sem ligar, sem falar comigo e volta dizendo que do nada descobriu que me quer de volta?
- Não foi do nada. Estou te falando que sou o maior covarde, que te quis todos os dias desde que parti. Estou te falando que para mim também foi tarde demais, eu já havia me apaixonado e não liguei por não saber o que te dizer. Eu queria, mas não sabia. E sinceramente? Ainda não sei, prova disso é que você não está conseguindo entender que eu te amo. Que quando o John me convidou para ser padrinho do casamento dele com você, eu vi isso como uma oportunidade de consertar tudo entre nós. Tentei nessas duas semanas te mostrar que podemos ser amigos, que talvez isso fizesse você ver que ainda sente algo por mim. Voltei com a intenção de implorar, se for preciso, para que você me dê outra chance. Eu sei que sua vida e família estão aqui, mas, talvez, apenas talvez, você aceitasse ir morar comigo. Mas se você preferir assim, eu largo meu emprego lá e volto.
Meu coração estava batendo tão forte que eu podia jurar que poderia ouvi-lo. Ele estava aqui, dizendo tudo o que sempre quis, mas nunca tive coragem de me permitir sonhar que ouviria. Ele estava me pedindo outra chance e eu seria completamente idiota se dissesse não. Se permitisse que orgulho idiota me separasse mais uma vez do homem que amo.
- Eu prometo – falei rapidamente e caminhei até ele.
- O quê? – Ele respondeu, confuso.
- Eu amo você, . Você pediu que eu te prometesse que tentaria de tudo para darmos certo e eu te prometo, porque você não sabe o quanto eu quero que dê certo, o quanto eu preciso que dê certo.
- Você... me ama? – Ele parecia surpreso com isso. Sério, homens podem ser tão idiota às vezes.
- Sim. Eu te amo. E agora será que você pode me beijar? Porque eu... - minha frase se perdeu quando ele me beijou como se sua vida dependesse disso. A língua de encontrou a minha e senti uma onda de prazer que nublou completamente meu cérebro. Deus, como eu havia sentido falta disso.
- Não acredito que tenho você novamente nos meus braços – ele sussurrou enquanto sua boca abandonou a minha e começou a distribuir pequenos beijos pelo me rosto e pescoço.
- Eu também não. – falei, sorrindo para ele. – Eu sei que ainda temos muito que conversar – beijei levemente os lábios dele só porque podia –, que ainda temos que decidir, mas , aqui ou lá não importa desde que a gente consiga ficar juntos.
Ele me presenteou com seu maravilhoso sorriso.
- Sim – ele disse ao encostar sua boca na minha mais uma vez –, ficarmos juntos é só o que eu quero.


FIM



Nota da autora: Oi, moranguinhos, outra fanfic pequenininha, mas foi escrita com amor. Espero que gostem. Beijinhos.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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