Tudo começou com um ex-namorado, uma palestra tediosa e nada interessante e uma reclamação sem pausa, mentalmente, claro. porque afinal, tinha boas maneiras e sabia ser respeitosa com os outros a seu redor.

Ela não era muito crente no amor desde que seu primeiro ficou para trás há uns cinco anos em sua antiga cidade e o mais recente foi um babaca. Definitivamente, ela pensou por anos que apenas deveria ser rica e ficar sozinha. Afinal, temos que concordar que sua conclusão é de que cachorros de verdade dão menos trabalhos que cachorros em forma humana, ou seja, todos que havia namorado até então.

Obviamente que não era um deles. Eles nunca tiveram algo de verdade para que ela pudesse dizer algo do tipo, então nunca se importou em pensar que ele poderia ter sido a pessoa perfeita.

E não tem como discordar.

Inteligente, bem-humorado, gosta de animais, respeitoso com todos a seu redor, romântico, atencioso e a melhor qualidade de todos - ao menos para ela - ele sabia cozinhar bem, além de também ser bonito, mas ela fazia questão de ocultar isso já que a maior parte do tempo pensava que apenas havia sido parte da sua grande e fictícia imaginação.

sequer conseguia pensar isso de , que nesse momento dava uma palestra sobre Literatura Mediterrânea, algo que ela gostava muito, mas não vindo dele.

— Para terminarmos, meu caro , gostaria de dizer mais algumas palavras para todos que vieram aqui hoje? — pode ouvir o representante perguntar.
— Se fosse possível — o rapaz riu baixo e ela com certeza revirou os olhos em desgosto — para ser sincero, sei que alguém que eu gostaria de dizer algo está nesta palestra nesse exato momento — o representante ergueu suas sobrancelhas em sinônimo de curiosidade e riu — bom, ao menos espero que ela não se vá antes que eu termine.
— Vá em frente, meu rapaz, afinal esse dia é seu! — o mais velho disse.
— Na realidade, eu escrevi algo que não tive coragem de dizer ou enviar enquanto estava fora — disse sorrindo para a carta que segurava na mão — então eu vou ler para ela, acho que dessa forma sairá melhor.

Todos sacudiram a cabeça positivamente, algumas garotas e garotos suspiravam com seu repentino eu romântico e ele respirou fundo, olhou mais uma vez o par de olhos - que se encontravam irritados a esse ponto - no fundo da sala e sorriu por ver que ela continuava ali.

Aquilo deu coragem para que ele prosseguisse.


“Para o mais lindo e precioso alguém que eu nunca tive.

É complicado começar dessa forma e em frente a tantas pessoas. Na realidade, eu pensei por diversos dias se faria algo do tipo e como você pode ver, chegamos a essa conclusão. Mas isso só aconteceu por conta de pensamentos que eu tive recentemente.

Acordar sem uma mensagem sua pela manhã ou uma ligação perdida na parte da tarde foi bizarramente estranho e fez com que eu realmente me arrependesse de tudo e um pouco mais. Eu não queria que as coisas ficassem da forma que ficaram, eu nunca quis que nós fossemos estranhos um para o outro, apesar de saber que muitas coisas aconteceram desde que nós nos conhecemos e que talvez na noite passada — ou talvez já há algumas semanas, depende de quando você ler isso — assim como todos os anos, eu fiz coisas que não deveria e que eu te magoei.”

não se conteve, precisou olhar mais uma vez para a frente para ter certeza de que valeria a pena continuar, de que ela ainda estaria ali.

E estava, contrariada, mas estava.
Irritada, mas estava.

Não queria que ninguém soubesse que ela era a pessoa de quem ela falava, então, se segurou para não sair da sala no mesmo instante que ele havia começado a ler a carta.

A realidade era que apenas estava ali naquela palestra que ele daria no dia, porque era necessário para seu projeto final na faculdade, assisti-la lhe daria pontos extras em diversas matérias, então resolveu que não mataria vê-lo por algumas horas.

“ E acho que isso é o pior que eu poderia fazer. Você realmente não perdoa quando alguém te machuca, mas eu te conheço tão bem que sei o motivo disso acontecer.

Não saber se curar sozinha hoje em dia é muito comum.

E eu sempre tentei te dizer isso, sempre quis que você precisasse de mim, eu sempre quis ser parte da sua cura como você foi e sempre será parte da minha.”

Ela sabia muito bem que aquilo lhe daria dor de cabeça pelo resto do seu dia, não pelo fato de que ela pensaria nele de outra forma, de jeito nenhum, seus pensamentos não mudariam em relação a quem ele era. Mas sim porque as pessoas começaram a olhar para ela e como muitos, principalmente os novatos, não sabiam desse acontecimento, a olhavam curiosos e intrigados.

Ela seria a vilã no final de tudo.


“Nós crescemos juntos, eu sei que você não se lembra, mas você sempre foi a pessoa que veio atrás de mim, não importava a situação. Então quando parti há dois anos ou ao menos disse que partiria, porque realmente pensei que você viria para me impedir. Mas eu percebi, eu percebi que mesmo que eu implorasse, você não viria, e isso é totalmente minha culpa, afinal eu fui a pessoa que sempre deixou você achando que amava sozinha e que meu amor nunca havia sido algo tão recíproco ou maior do que o seu.”

“Mentiroso descarado” ela pensou quase querendo rir. Eles se conheceram no máximo por quatro anos e com muito esforço, já que como ele havia dito antes, ela foi quem se “apaixonou” primeiro. Mas ele gostava de falar para as pessoas que não importava o tempo, que pareciam que se conheciam por uma vida toda.

“Mas eu te amei muito mais do que você poderia imaginar e por isso eu voltei, eu não podia e não posso viver sem você e sem a pessoa que você é. Você me dá abrigo, me apoia, me anima, você faz quem eu sou. Eu não sou eu sem você, mas você é você sem mim e, é isso que eu mais admiro em você.

Eu amo você e espero que você me perdoe um dia.”

— Isso é tudo? — o representante disse impressionado e balançou a cabeça positivamente — ela tem sorte de ter você, meu rapaz.
— Para ser sincero — disse — eu é que tive a sorte de tê-la e não aproveitei o suficiente, ela é uma pessoa especial, me faz ser um cara melhor e isso inclui ser o melhor no que eu faço, porque eu claram…

foi interrompido por um pronunciamento no grande telão da universidade que se encontrava atrás dele; o que para o silêncio vindo dele pareceu música cantada por anjos. Se ele falasse mais uma vez sobre como ele era bom no que trabalha, como fez na palestra inteira, ela possivelmente vomitaria.

“Anúncio oficial sobre a missão espacial Gravity 55 são atualizados no dia de hoje, onze de fevereiro, onde uma equipe totalmente qualificada está pronta para explorar o lado escuro da lua

O Astronauta está prestes a embarcar em sua nave com sua equipe espacial e decidiu expor para todos a dinâmica que fizeram para acalmarem os nervos.

O astronauta enviou uma carta vídeo de cada tripulante da missão Gravity 55, que são no total seis pessoas para nós e hoje, nós as leremos juntos. A dinâmica corre em relação às cartas, que representam seus sentimentos respectivos a alguém que nunca haviam expressado seu sentimento, por completo. Sendo esses raiva, amor, compaixão entre outros.

O capitão nos explicou que escolheu esse tipo de dinâmica para poder desestressar seus colegas de equipe. Para fazer com que eles soubessem que aquilo era algo importante para todos e que aqueles que ficam e os esperam, esperam com ansiedade não apenas pelos resultados da missão, mas também para estarem com eles. Então, se eles quisessem que tivesse mais alguém esperando por eles quando voltassem, sendo por conta de um sentimento bom ou ruim, que escrevessem uma carta. Liberassem seu espírito aqui na terra e se concentrasse em sua missão na lua, para que tivessem um motivo para terminar aquela missão com sucesso e para que quando voltassem, tudo pudesse ser resolvido.”

— Ouvi falar que era próximo de alguém da nossa faculdade — ouviu alguém cochichar atrás de si — Todo ano ele doa uma quantia para a faculdade e a boatos de que é porque uma de suas ex-namoradas estuda aqui.
— Sério? — outra voz respondeu — eu ouvi de um amigo que conhece uma prima de uma amiga dele que ele ia se casar e que de última hora seu casamento foi cancelado, porque ele foi sincero com a noiva e disse que amava outra pessoa.
— Que babado! — uma terceira voz surgiu junto das outras.
— E não termina aí — a pessoa disse rindo baixo — boatos de que essa outra garota que ele nunca deixou de amar estuda na nossa faculdade e que foi o primeiro amor dele.
— Que clichê, Meu Deus! — uma delas exclamou — não vou mentir, queria ser essa pessoa.

não sabia onde enfiar a cara depois de escutar a conversa, sabia que estavam falando dela, mas não sabia daqueles detalhes. Em sua cabeça aquilo não passava de fofoca, mas ainda assim era um pouco vergonhoso. Se descobrissem que ela era essa pessoa, nunca mais viveria em paz.

“Vamos direto ao ponto! A carta do capitão será a primeira a ser vista essa noite. Já que seus colegas de equipe disseram nos bastidores que a ideia havia partido do próprio, nada mais justo do que sua carta ser a primeira”

não estava preparada, mas acharia interessante ver aquilo. Fazia tempo que não via , nunca havia se esquecido do rapaz, mas também nunca havia entrado em contato desde que havia se mudado.


“Meu nome é e eu sou o capitão da missão espacial Gravity 55 ao lado escuro da lua e esta é uma carta para o meu primeiro e único amor.

Eu gostaria de começar dizendo que: Existem outros amores perdidos pelo mundo.

É, eu sei, meio estranho começar falando algo assim depois de tanto tempo sem estar em contato. Mas é que eu queria deixar claro que sei bem em que tipo de situação estou me metendo nesse exato momento. Eu sei, eu sei mesmo que existiu um “eu e você” no passado, assim como existiu um dia um verão e um inverno, uma lua e um sol, a água e o fogo ou até mesmo a música e o músico.

Mas eu andei pensando, o que tudo isso significou?

Nós éramos melhores amigos e eu me lembro bem de saber que te olhava com o mesmo olhar que meus pais dão um para o outro até hoje. E ainda sim, a gravidade mais uma vez quis me manter para baixo com a realidade. Mesmo sonhando com infinitos caminhos que poderíamos ter tomado, eu sabia que o final seria o mesmo para todos eles.

Cada um com sua própria vida.

A verdade era que, infelizmente, eu nunca consegui dizer tudo que eu desejava a você.

E uma dessas coisas era que quando estávamos juntos, a gravidade parecia não existir. Sim, exatamente isso, eu sei que provavelmente fui a pessoa mais pé no chão que você conheceu nesta vida, mas quando eu estava com você, me sentia totalmente fora da minha zona de conforto e não me entenda mal, isso não era ruim, era apenas, inesperado.

Perto de você eu ficava impulsivo, atormentado pela sua personalidade incrível e posso dizer com todas as palavras, eu era completamente cheio de amor no meu peito quando o assunto era você.

Era não, ainda continuo sendo.

A verdade é que eu nunca te esqueci, primeiro amor.

E por isso faço essa carta vídeo a você, não há outra pessoa no mundo que eu poderia dizer algo a não ser você. Eu a vi partir e senti a sua partida, a perda de comunicação também era algo que me incomodou por anos até o dia em que te encontrei outra vez.

Naquele dia, em uma festa de Halloween de um amigo incomum, você vestida de pirata e eu de aluno da casa corvinal foi algo interessante. Você parecia feliz sem mim, eu me dei conta de que já não era mais parte da sua vida naquele dia.
Mas nada me impedia de observar o seu sucesso como a pessoa incrível que você é, de longe. Certo?

Eu estou feliz com tudo que você tem passado e com quem você tem se tornado, mas por favor, não volta para o babaca do seu ex, ele não te merece.”

— Fofoqueiro como sempre! — ela murmurou rindo baixo.

“Aposto que você me chamou de fofoqueiro se estiver vendo esse vídeo neste exato momento.”

— Previsível! — ela disse ao mesmo tempo que ele no vídeo.

A sintonia dos dois era incrível, sempre foi.

“Mas você sabe que eu sou e sempre fui honesto em relação a seus relacionamentos aleatórios, certo? Esse com certeza é um deles.”

— Aposto que você acha que é perfeito — ela disse baixo e rindo com cara de deboche — e não é que é mesmo?

“Enfim, primeiro amor, você sempre foi especial para mim. E isso inclui quando nós vimos pela primeira vez no parquinho que ficava de frente para nossas casas e você me empurrou porque queria se sentar no último balanço disponível.

Acho que essa informação não era necessária, vão achar que você é alguém ruim agora.”

— Contar que eu fui te dar um sorvete de desculpa depois, você não conta — ela disse.

“ Ao menos você me deu um sorvete de desculpas depois.”

Ele riu e riu junto.

“Por isso, eu queria saber - ele sorriu para a câmera - se você estiver livre quando eu voltar, gostaria de ir a um encontro comigo?”

não esperava por aquilo, esperava por um amor antigo sendo sincero sobre seus sentimentos na época em que se viam todos os dias, mas não que seu mesmo pensamento de que talvez, “ele tivesse sido a pessoa certa” desde sempre, fosse recíproco.

“Não precisa responder, te vejo na minha volta.
Antes que a estação mude.”

— Te vejo na volta! — ela respondeu baixinho saindo do lugar em seguida, mas sendo seguida por passos apressados.

— Eu não terminei! — A voz de seu ex a parou um pouco mais à frente da porta.
— Você não ouviu? — ela perguntou sorrindo sarcástica, ele apenas a olhou confuso — você não me merece.
— O que? Eu...— ele parou de repente de falar juntando as peças perdidas do assunto — você?
— Em carne e osso! — ela respondeu rindo — é eu entendo a surpresa, mas eu vou te contar um segredo — ela disse se aproximando — ele é que sempre foi o meu tipo.

não esperou uma resposta ou reação já que ele a olhava estarrecido, apenas saiu do local. Sabia que todas as palavras que ele tinha dito eram em vão, o conhecia muito bem e o que fez com que ela acabasse com aquele relacionamento era justamente não querer mais ser tratada como trouxa. Então o fez, sem exitar na segunda vez que ele ligou para ela no meio da noite para dizer coisas sem sentido.

Antes era sempre assim, ele saia se divertia com os amigos e sabe-se deus quem mais, voltada e em plena madrugada ligava para ela do lado de fora da casa dela, ela terminava sua noite cuidando dele e pela manhã não recebia sequer um afeto. Ficou pior depois que a primeira traição ocorreu. Talvez a bebida tivesse diminuído mas a canalhice era a mesma.

Aquele amor, não era um amor que fazia com que a gravidade sumisse.

Aquele amor, sequer era amor.

Três dias depois

“A missão Gravity 55 tem início no dia de hoje!”

parou de arrumar as coisas na bolsa para a faculdade e se sentou no sofá para assistir a matéria. Estava nervosa por ele, sabia o quão importante para ele e para todos aquela missão. Ainda sim, a deixava nervosa a ideia de que ele não havia escolhido um trabalho normal como todo mundo e que teria que esperar meses por sua volta. Por um segundo desejou que a missão não sucedesse para que ela pudesse encarar isso de uma vez, mas no mesmo instante o sentimento de culpa por ser egoísta bateu em seu peito.

“ Uma das missões mais importantes para a descoberta dos segredos do grande astro luminoso, a lua, dá início no dia de hoje. Seus corajosos tripulantes realizam os últimos ajustes antes da partida.”

— Te vejo antes que a estação mude! — ela disse tranquila enquanto o via ajustando seu uniforme e sorrir fazendo um sinal de jóia para as câmeras presentes.

“O foguete está prestes a decolar”

— 5 — a apresentadora começou a contagem que estava passando em um enorme relógio no local e fez o mesmo— 4 — continuou — 3...2 — o coração de parecia que ia explodir de inquietude — 1 — ela finalizou escutando um grande estrondo vindo da decolagem.

“Algo histórico está acontecendo hoje! Uma das maiores missões espaciais está finalmente acontecendo”


Mudança de estação,
dois meses depois

— Não pode ser tão complicado assim! — disse rindo para a amiga que quebrava a cabeça olhando seu exame de sangue — retiro o que eu disse.
— Desse jeito eu vou ser obrigada a perguntar para você sabe quem — disse revirando os olhos — ele é o único aluno de medicina que eu conheço — ela choramingou.
— Quem? — A amiga aumentou a voz — O ? — disse mais alto ainda.

e eram amigos de desde que entraram no mesmo semestre da faculdade, em diferentes cursos mas mesmos anos. e já se conheciam, se juntou a elas quando por acidente uma vez trombou com e derrubou todo seu café em na cafeteria da universidade, e então, desde aquele dia os três não se desgrudaram.

e tinham uma amizade muito mais esquisita do que o normal. Agiam como namorados, brigavam como namorados e depois se reconciliavam como namorados. Mas aquilo havia mudado desde que começou a ganhar a atenção das residentes do hospital que a universidade tinha. O rapaz já estava em um semestre que o permitia fazer guarda então daí tudo começou a ficar diferente entre eles.

Ou melhor, tudo começou a ficar diferente para ela.

não aguentava mais ouvir as queixas da amiga, sobre como ele havia esquecido da presença delas e que em seu aniversário não era necessário a presença dele. estava claramente com ciúmes, a amiga sabia mas ainda sim, sentia pena porque sabia mais ainda que ela nunca assumiria de verdade esse amor entre ambos.

— Você tá gritando porque, mulher? — disse olhando para trás de si afobada para ter certeza de que não estava por ali — quer que ele escute ou o que?
— Vocês precisam parar com essa briguinha boba — disse séria — está durando mais do que as outras vezes, eu não quero ter que escolher um lado.
— A culpa não é minha se ele não lembrou de avisar que não apareceria na apresentação que por sinal, disse com certeza que estaria presente — ela deu de ombros — não falasse com tanta certeza então, eu perguntei centenas de vezes sem contar que os ingressos foram caros e era meu aniversário e ele ficou no lugar daquela sem sal só porque tem um quedinha por ela.
— Eu não tenho uma quedinha por ela, quantas vezes vou ter que te dizer isso? — disse se juntando a elas — além disso eu já te disse mil vezes que quem me pediu para ficar no lugar dela foi o responsável pelos turnos e não ela.
— Não foi isso que ela disse quando víamos ela no restaurante — disse baixinho, não queria se envolver mas nessa tinha um ponto.
— Não importa, já foi! — disse se levantando — bastava ter avisado que não iria.

olhou com o pedido de ajuda cravado em seu olhar para , mas não adiantou. A amiga respondeu silenciosamente que tinha razão nessa, o que o fez respirar cansado de não poder conversar normalmente com ambas.

— Onde você vai? — e perguntaram ao mesmo tempo assim que viram a amiga se levantar da mesa.
— Procurad algum doutor ou estudante da área de medicina que possa me ajudar com a leitura desse exame — ela respondeu tirando sua bolsa da cadeia vazia.
— Mas…— ia protestar mas desisti quando o olhou e balançou a cabeça negativamente, vendo se retirar sem ao menos se despedir.
— Dá um tempo para ela — disse a mais velha — jaja ela volta a falar com você e…
— ! — voltou correndo e ofegante a mesa com o celular em mãos.
— O que foi? — ela perguntou preocupada.
— Você viu isso? — a amiga perguntou quase grudando o celular na cara de .

“Nasa revela em conferência que aconteceu perda de contato com a equipe responsável pela missão Gravity 55. Eles comentaram que continuam pelas buscas de um sinal mas nem os comunicadores analógicos estão funcionando no momento.
Também foi dito que se em três dias o contato não retornar, uma equipe de busca será enviada atrás dos tripulantes e seu capitão.”

— O que foi? — perguntou pela palidez no rosto da amiga.
— Eles perderam o contato com o capitão e sua nave! — explicou para ele — Não se preocupe , vai dar tudo certo, eles farão o melhor para encontrá-los.

permaneceu sem reação, além de tudo já havia sido alguém que ela passou muitos anos próxima então o choque seria o mesmo se ele tivesse prometido voltar ou não.

Ela não sabia como reagir.

— Ele não especificou qual troca de estação voltaria, vai ver que o rádio só quebrou e eles estão sem comunicação, talvez demore um pouco mas ele pode voltar a qualquer momento — pegou uma das mãos da amiga e tentou confortá-la.

Nenhuma notícia surgiu por exatamente um mês. A equipe de buscas havia sido acionada e para eles partirem mais um vez teria que ir junto.

Dois meses sem notícia é mesmo que a NASA tenha dito que não daria updates até que tivesse certeza de que tudo estava bem, se afligiu por Nam. Ela pediu todos os dias ao céu para que ele devolvesse a única pessoa que saberia que seria feliz.

E foi o que prometeu.
Para si mesma principalmente, seria feliz com ele, não importa a situação.




Dois meses depois

— ! — e gritaram juntos assim que a amiga abriu a porta de casa depois de baterem desesperados.
— Obrigado por atrapalharem meu banho — disse deixando que os dois entrassem na casa — falei que encontraria vocês na entrada da cafeteria.
— Liga a televisão! — eles disseram juntos — anda!
— Vocês estão em sintonia hoje ou o quê? credo gente, nem é dia de Sherlock e eu preci.. — a mulher pretendia terminar sua frase, mas foi interrompida.
— Que droga, ! deixa que eu faço — disse pegando o controle da mão da amiga..

ligou a tv com rapidez colocando no canal de notícias. e ela se sentaram enquanto permaneceu em pé sem entender o que estava acontecendo.

— O que foi? — riu antes que a notícia começasse — se não for uma notícia dizendo que todas as ex-namoradas do se juntaram contra ele e fizeram ele andar pelado pelo campus, eu nem quero ver, mas espera sem mim não seria divertido se acontecesse, por favor me diz que não é isso ou eu choro.
— Cala boca e assiste — disse revirando os olhos para a amiga.

"Notícias de última hora da conferência da Nasa realizada com urgência nesta quinta-feira!”

escutou a apresentadora dizer e quase engasgou com a maçã que pegou antes de se sentar ao lado dos amigos.


“A Nasa acaba de avisar que a missão resgate foi um sucesso apesar da tripulação que já estava a algum tempo com as reservas de comida escassas, levando a uma desnutrição de nível baixo na equipe e alguns dias de atraso com a busca do capitão da tripulação e um de seus ajudantes que por conta de um acidente em meio a uma de suas expedições ficaram em um outro abrigo já desativado por dias, tudo ocorreu conforme eles haviam planejado. Eles já estão em direção à terra.”

— Você precisa ir encontrar com ele! — disse animada — ele voltou depois de um tempo super conturbado, você precisa estar lá.
— Você tá doida? — perguntou indignada — eu tenho provas para fazer.
— eu vou com toda doçura do mundo te dizer algo que vem do fundo do meu coração — a amiga se levantou e colocou as mãos sobre os ombros de — Se você perder essa oportunidade, nunca mais terá um momento tão especial. Eu te conheço desde que você se mudou, você veio para esse lugar perdido no mapa e lamentou por anos a separação de vocês, seus relacionamentos nunca funcionaram porque você tem um absurdo dedo podre para escolher namorados — riu incrédula — sem contar que você até mesmo me odiou nos primeiros meses dizendo que não queria amigos, aliás bons tempos, deveria ter te escutado — riu batendo no ombro da amiga — brincadeiras a parte, ele é uma pessoa especial e se declarou dizendo que nunca havia te esquecido assim como você nunca o esqueceu — ela sorriu — ele vai gostar de saber que você fez isso por ele assim como você já me contou sobre as diversas coisas que ele fez por você.
— Mas eu tenho provas essa semana e a sede para onde ele vai fica a cinco horas daqui eu não… — teria um colapso a qualquer momento, não sabia se deixava com que a gravidade a jogasse para baixo com a realidade ou se flutuava e cometia uma loucura.
— Eu vou com você — disse — tem exames e guarda essa semana, ele não vai mas eu vou e depois fingimos que estávamos doentes, que comemos alguma comida estragada ou que ficamos de coma, eu não me importo com a desculpa apenas vai, faz as malas e eu passo daqui uma hora para te buscar com o carro da minha mãe, quanto antes de escurecer melhor, não vejo bem de noite — ela riu —
— Certo! — disse animada — eu nem acredito que a gente tá fazendo isso, é loucura — ela disse em surtos — e se ele desistiu da ideia? E se esse tempo no espaço ele sei lá, refletiu bem ou se apaixonou por outra astronauta da equipe e desistiu do que disse antes de ir embora?
— Pelo menos nós conhecemos a NASA — disse — vale a voltinha vai — ela riu com a cara fechada da amiga — brincadeira, é óbvio que ele não mudou de ideia e se isso acontecer, pode deixar que ele volta para a terra desnutrido e ainda perde um dente.
— Eu já disse que você é esquisita hoje? — disse rindo.
— E eu achei que ia ganhar um “eu te amo” ou “você é a melhor” e ganhei esquisita — ela deu de ombros — é válido também.
— Melhor do que assustadora — a amiga responde rindo e se lembrando que na maioria das vezes dizia que era incrivelmente assustadora com seus planos impulsivos e aleatórios.

Como da vez que ela os fez passar horas na fila de espera em um estádio, fazendo companhia uns aos outros junto de outros fãs, para que ela pudesse comprar ingressos do show de um de seus cantores favoritos, John Mayer. Com o detalhe de que todos teriam provas no dia seguinte.

— Vou ir com já que ele me trouxe aqui às pressas e eu esqueci meu carro na universidade — disse se ajeitando, pronta para sair — te vejo em uma hora.
— Te vejo em uma hora! — disse se despedindo — boa sorte na prova de amanhã , vejo você na segunda-feira e te conto como foram as coisas.
— É — ele disse baixo — te vejo na segunda.

esperou para ver os amigos dando partida, se encontrava mais à frente em direção ao carro e andava lentamente para a mesma direção.

— Hm, eu acho que vou com vocês — ele disse de repente, parando no meio do caminho.
— O que? — As garotas disseram juntas.

Era difícil ele tomar decisões assim, normalmente ele odiava os planos de mas odiava mais ainda quando ela o deixava de fora e ultimamente, desde sua última briga quando se esqueceu de avisar que não estaria presente em uma das apresentações mais importantes que ela faria, isso vinha acontecendo com frequência.

Ele odiava a ideia de não pertencer mais a elas, não se sentiu obrigado a participar daquilo porque saberia que elas entenderiam. Mas ele queria ser parte daquele momento, daquela loucura.

— Eu vou junto com vocês — ele disse sorrindo para as amigas — não quero perder um momento tão legal e importando — ele disse tranquilo — e convenhamos , você é péssima dirigindo, vai precisar do meu ombro quando ficar cansada.
— Mas e a sua prova de amanhã? E o hospital? — perguntou preocupada.
— Eu posso me virar! — ele respondeu ainda com a mesma expressão tranquila — não precisam se preocupar, todos sabem que somos próximos então vão deduzir que se vocês estão doentes, eu também estou. Sem contar que eu fiquei no lugar de uma pessoa outro dia então...
— Ah, ele quer desculpa para estreitar os laços, entendi — falou pela primeira vez e suspirou cansado.
— Deixa ele em paz, ! — disse e a amiga imediatamente levantou as mãos para o alto e entrou no carro — você tem certeza de que não se importa de ir? Não tem problema se você não for com a gente, ela — disse apontando com a cabeça para a amiga sentada no carro — é meio descabeçada e teimosa mas pelo menos fez taekwondo por tempo suficiente para podermos nos virar sozinhas. Então se for preocupação, não precisa.
— Eu quero estar lá com vocês! — ele disse — você merece isso, eu não quero ficar fora dos planos desde vocês, quero fazer parte dessa loucura toda — ele suspirou — quero passar um tempo com ela.
— Eu te conheço tão bem — ela disse rindo e ele a olhou confuso — mesmo que ela tenha te perdoado por você ter esquecido da apresentação dois meses atrás você anda a dias inquieto quando tá perto dela — ela sorriu e colocou a mão sobre os ombros dele — é isso que está te incomodando? Ela não te incluir nos planos? Talvez você devesse pensar um pouco no significado disso durante a viagem. Vai muito além disso o seu desajuste, mas não sou eu quem vai te fazer ver isso, você precisa descobrir sozinho.
— Eu já disse que odiei ter esse tipo de conversa com você? — ele perguntou rindo — te vejo daqui uma hora, .
— Te vejo daqui uma hora! — ela respondeu de volta sorrindo enquanto observava os dois conversando tranquilamente assim que ele entrou no carro.

Era engraçado, e eram totalmente o oposto na maioria das vezes, mas a sintonia deles era algo totalmente instintiva. Ele já se sentada no carro pronto para deixar com que ela colocasse as músicas que quisesse, ele dizia algo engraçado quando ela estava de mal humor - não com ele no caso, nessas situações ele preferia ficar quieto - ele comprava comida quando ela dizia que estava com fome, ele saia da onde estava quando ela dizia que estava sozinha em um dia de chuva e ela não era tão diferente assim. Mesmo que eles estivessem brigados ela preparava a marmita que ele levaria para o hospital em dia de guardas, as vezes ela fazia questão de dizer que precisava de companhia quando estava sozinha só para que ele pudesse dormir tranquilamente em dias de folga da faculdade, ela escolhia as músicas no carro que sabia que ele gostaria também entre outras coisas. sabia muito bem que eles eram complicados, mas que um dia aquilo se resolveria naturalmente e por isso não se metia.


1 hora depois

— Pronta? — gritou quando saiu assim que buzinaram — onde estão suas malas ?
— Não! — ela respondeu — eu acho que vou vomitar.
— Deixa de frescura, Mulher! — disse descendo do carro — a lua acabou de devolver o teu amor e você tá aí surtindo.
— Você ficou pior quando não conseguiu ingressos para o último show do John Mayer aqui — disse indignada.
— Mas isso é diferente! — ela respondeu — era o John Mayer!
— Qual a diferença nisso? — perguntou .
— Era o John Mayer! — respondeu se aproximando da amiga — agora por favor, me diga que fez as malas.
— Ela fez! — disse saindo da casa que nem haviam notado entrar.
— Graças a Deus ! — suspirou aliviada — agora entra no carro, eu dirijo.
— Nada disso! — as interrompeu fechando o porta malas — vai descansando atrás, eu vou dirigindo e você mocinha — ele apontou para a — vai no passageiro, do meu ladinho.
— Ele ta saidinho né? — cochichou para a amiga más ele ouviu e riu.
— Vamos! — ele disse indo em direção ao carro.
— Meu deus faz tanto tempo que não viajamos juntos! — disse animada.
— Você nos fez ir para o estado vizinho só porque viu no noticiário que uma galinha gigante estava botando ovos gigantes no verão, — comentou rindo — quase teve um colapso quando fomos na casa dele às cinco da manhã.
— Fazendeiro mentiroso — remoeu a raiva — era uma galinha de tamanho normal, gigante uma ova.
— É, ela ainda tem raiva dele — disse rindo para .
— Você tem dúvida? — ele perguntou — ela abriu a porta do galinheiro e ainda gritou “Não à exploração de galinhas” e depois fez a gente sair de fininho enquanto todos iam atrás dos bichos pela fazenda.
— Será que podemos parar de falar de mim e focar no objetivo dessa missão? — disse rindo — Temos cinco horas de viagem pela frente e pelo que eu sei, a chegada deles bate com o nosso horário de chegada então, sem paradas pelo caminho.
— Você é a única aqui que reclama o tempo todo que precisa ir ao banheiro - disse rindo.
— É, eu escolho as músicas hoje — ela disse entrando no carro.

Foram cinco longas horas de carro e duas paradas rápidas porque com toda certeza não conseguiu segurar a vontade de ir ao banheiro como tinha dito antes. Eles chegaram na cidade e um alvoroço logo na entrada da área aberta para visitantes do local em que a aeronave desceria, era visível. O local estava cheio de carros de canais de notícias, pessoas curiosas, youtubers entre outros tipos de pessoas aglomeradas e isso incluía , e claro, .

Mas como entrariam era outra conversa.

— Eu já disse — disse impaciente — ela é a garota da carta, você está empatando o meu casal por exatamente razão nenhuma, ele gostaria de vê-la assim que chegasse mas não, mesmo que nós já tenhamos até te mostrado a foto dos dois juntos quando eram mais novos, você não dá uma folga ou liga para o seu chefe — ela bufou — o que mais você quer? uma foto dos dois…
— Se controla — disse em seu ouvido, interrompendo a sua fala.
— Você veio todo esse caminho para desistir? — ela sussurrou de volta — não me atrapalha se não for ajudar.
— Desculpe a minha namorada! — ele disse de repente, falando com o soldado e assustando a e a ao mesmo tempo — ela ainda está meio enjoada da viagem e achou que seria legal passarmos aqui para tomar um ar fresco e aproveitar trazer nossa amiga para ver o amigo de infância que passou uma situação difi...mentira, você tem uma foto com Lebron James? Bem que dizem que em cidades como essa as oportunidades são diferentes, sabe eu sou estudante de…

Enquanto fingia conversar com o soldado que se concentrou mais do que deveria no assunto, sua mão abanou para que as garotas fossem em frente e atravessassem a catraca escondidas. Elas se entreolharam e se abaixaram de fininho atravessando a catraca que estava protegida por apenas uma pessoa já que os outros estavam ocupados tentando impedir que repórters passassem pelas grades.

— Corre! — disse para assim que o soldado se virou e as viu.

As duas saíram correndo mas não chegaram nem mesmo às portas do prédio principal, deram de cara com dois soldados enormes assim que chegaram nelas.

— Se eu morrer jovem, me enterre em cetim — começou a cantar.
— Porque você está cantando em uma hora dessas? — sussurrou indignada enquanto ainda olhavam os soldados sem saber o que fazer — e no idioma errado ainda por cima?
— Achei o momento apropriado — ela respondeu — quando eu disser três, você corre para as escadas e lembre-se de mim quando ficar famosa não quero ficar presa por muito tempo.

então olhou para cima, fez cara de horror e gritou de repente assustando a própria .

— O foguete tá caindo! — ela disse em seguida.

Os dois soldados que antes olhavam para elas esperando uma ação, se viraram e olharam para a direção no céu onde apontava. E ela tomou isso com o momento certo.

— Três! — ela disse e saiu correndo para o lado oposto em que deveria ir. Ambos soldados desnorteados a seguiram e isso deixou com que passasse com certa facilidade pela porta.

Mas era óbvio que a segurança do lugar não era qualquer segurança. subiu dois lances e foi pega por um soldado que estranhou sua presença por ali. Ele foi gentil e assim que ela contou sua história a ele e implorou para que ele fosse compreensivo, ele a levou para uma salinha de interrogatório que o lugar tinha.

— Terei que mantê-la aqui até poder confirmar a história — ele disse tranquilo — não quer dizer que não acredite, é apenas parte do protocolo, na realidade o protocolo é mais pesado que isso mas não vejo motivo já que você não resistiu — ele riu ajeitando a boina em sua cabeça — e prometo tentar trazer sua amiga e seu amigo para ficarem em espera aqui junto de você.
— Muito obrigado! — ela disse quase se jogando pela mesa à sua frente — confesso que estou cansada.
— Não duvido que tenha corrido muito para chegar até aqui — disse rindo — espero que valha a pena essa sua jornada.
— Eu também! — ela respondeu antes que ele se retirasse.

Não muito depois, se juntou a na sala e as duas esperaram para saber se seriam presas ou poderiam realmente tornar o objetivo de toda aquela confusão real.

— Se tudo der errado, você culpa o ! — disse de repente — ele quis vir e trouxe uma onda negativa de medo junto.
— Você precisa aprender a lidar com seus sentimentos melhor, — disse rindo — falar que está preocupada com ele, não vai te matar, sabia?
— Já matou só de você cogitar — a amiga respondeu se sentando em um dos cantos da sala.
— Ele te chamou de namorada lá fora, achei que você ia desmaiar de tão pálida que ficou com a palavra — zombou da amiga que revirou os olhos.
— Isso não é momento para esse tipo de assunto, nós podemos...— foi interrompida pela porta se abrindo.
— ? ? — o soldado que ajudou mais cedo disse procurando-as pelo cômodo, já que ambas estavam sentadas em um canto do chão longe da porta.
— Sim! — as duas disseram juntas.
— Venham! Vou levá-las ao hospital da unidade — ele disse.
— Ah que ótimo, eu vou virar cobaia do governo! — disse rindo e fazendo com que ele disse junto.
— Você faz piada em cada momento desnecessário — disse rindo — Ele me disse que foi levado diretamente para o hospital assim que aterrissaram, por isso ele vai nos levar.
— Mas e o carro da minha mãe? — perguntou assustada.
— Não era sobre o que você deveria perguntar não? — perguntou indignada.
— Ah, tem ele também — deu de ombros.
— Vou pedir para que cuidem do carro aqui até voltarmos e sobre o amigo de você — ele riu fraco — Ele já as aguarda no carro — o soldado respondeu.
— Obrigado pela ajuda, senhor...— lembrou que acabou esquecendo mais cedo de perguntar o nome dele.
— Major Collins, a Sargento Hastins pergunta se você precisará de uma unidade para transferir os infratores até a ala hospitalar? — um soldado que parecia ser mais novo mas com a cara já de ranzinza perguntou assim que se aproximou.
— Ele não é um pouco jovem demais para ser Major? — perguntou baixinho e apenas balançou os ombros em sinal de que não sabia.
— Não será necessário, Soldado! — Ele respondeu — avise sua sargento que ja estou em retirada com os indivíduos e que faça-me um favor — ele disse antes que o rapaz se retirasse — cuide bem do carro que está estacionado do lado de fora da grade, não deixe com que sofra danos ou nada do tipo, voltaremos para buscá-lo mais tarde.
— Sim senhor! — respondeu e se retirou.

Não demorou muito o caminho até o local, a unidade não ficava longe dali e o caminho foi tranquilo com Major Collins contando sobre a primeira vez que se encontrou com Nam. O grupo descobriu que Collins estaria na missão se não fosse pela gravidez inesperada da irmã que também era uma das astronautas da equipe. Ele contou que fez questão de deixar ambos na terra por sabiam que precisariam um do outro já que eram sozinhos no mundo, ambos não tinham mais os pais então apoiavam um ao outro e o Capitão sabia daquilo.

— Ele falou muito de você — O major comentou assim que entraram no corredor principal — ele ficará feliz de finalmente vê-la.
— E eu também! — ela respondeu nervosa.

Suas mãos suavam frio e seu corpo tremia um pouco pela ansiedade, mas ela estava pronta para aquele momento. Era como se tivesse esperado por toda uma vida para reencontrá-lo e de alguma forma havia sido.

Cumpriria sua promessa dali em diante, seria feliz e não se importaria com os detalhes.

— É aqui! — o Major disse parando em frente a uma porta de número 11 — podem entrar, ele já os espera.

respirou fundo e olhou para os amigos.

— Vai lá, nós vamos te esperar por aqui — disse sorrindo.

assentiu e sorriu também.

— Eu já te disse isso uma vez mas vou repetir — disse antes que a amiga entrasse — você é dona do seu destino — ela segurou uma das mãos da amiga e continuou — talvez ele possa já estar escrito mas você e somente você decide quando ele começa ou muda de rumo. Se for para ser, vai ser porque você escolheu e se não for? — ela riu fraco — quem liga? você pode sempre ficar rica e ter cachorros.

brincou, mas entendeu a mensagem.

Ela sabia que não importava o resultado de tudo, só de ter tentado, se mudava algo dentro de si já valeria a pena. A questão ali não era encontrar um amor que ao fim desse certo, mas sim saber que ela e apenas ela, havia feito algo que nunca havia imaginado ser possível. Que no final ela não morreu com a dúvida de como havia sido tal experiência e se ela desse certo no final, era apenas o lucro de seu esforço.

Aquilo havia sido feito por ela mesma e por mais ninguém.

entrou no quarto e um sorriso totalmente largo foi em sua direção assim que ela o viu.

— Cheguei antes da troca estação errada — ele coçou a nuca nervoso — eu demorei um pouco — ele disse sorrindo quando ela se aproximou — espero que não se importe de termos nosso primeiro encontro dentro de um hospital.

apontou com a cabeça para a mesa em frente ao sofá que estava atrás dela e ela viu a mesma enfeitada com uma pequena rosa e duas velas mais os pratos de comida e a bebida preferida dela quando eram mais novos.

— Eu não sabia do que você gostava, então pedi coisas que costumávamos comer quando éramos mais novos — ele se levantou com cuidado da cama em que estava sentado e a guiou pela mão até o sofá.
— Hambúrguer e coca cola? — ela perguntou rindo — com certeza a única pessoa além de e que sabe do que eu realmente gosto. Está perfeito — ela disse sorrindo — eu queria vê-lo, fiquei preocupada quando vi a notícia então não sei, achei que seria legal ser a primeira pessoa que você veria quando pisasse na terra.
— Invadir uma base da Nasa apenas para me ver é loucura — ele disse ela se contraiu um pouco — mas eu faria o mesmo por você.
— Essa parte foi meio espontânea mas acho que funcionou — ela disse sorrindo — Estou feliz que esteja bem.
— Estou feliz que esteja aqui — ele respondeu rapidamente — para ser sincero, não teve um dia lá em cima, que eu não tenha pensado em você.
— E não teve um dia aqui embaixo — ela disse segurando a mão dele — que eu não tenha pedido para a Lua, que te devolvesse para mim.



Epílogo

Dois anos depois

No aeroporto de Madri depois de férias de longa duração, e estavam prestes a retornar a seu país para o casamento de seus amigos mais próximos, e .

sabia que algo internamente a incomodava mas, não fazia ideia do que seria ate uma breve duvida surgir em sua cabeça.

— Por favor! — disse parando no meio do caminho — me diz que você pegou o passaporte.
— Eu peguei o passaporte! — respondeu rapidamente — Não que eu precisasse de um para isso, mas eu peguei.
— E porque ele não está nas suas mãos neste exato momento? — ela perguntou preocupada.
— Porque eles estão aqui, bem guard...Hm, — ele olhou preocupado depois de olhar no bolso que pensou ter deixado seu passaporte.
— Viu eu sabia! — ela disse bagunçando os próprios cabelos irritada.
— Eu juro que coloquei ele aqui — ele disse confuso — deixa que eu resolvo isso.
— Ótimo, nós não vamos ao casamento dos nossos amigos porque você perdeu seu quinto passaporte em um ano — ela disse rindo desacreditada — eu deveria ter escutado meus instintos, eu mesma deveria ter guardado eles em minha bolsa.
— Não se preocupa — ele disse colocando as mãos sobre os ombros da mulher — eu dou um jeito.
— Não, eu faço isso! — ela disse tomando a frente fazendo com que ele desse risada.

Algumas horas depois

— Você realmente achou que era uma boa ideia insistir para o comissário de bordo que precisava retornar ao seu país mesmo sem a minha pessoa estar com o passaporte e o pior, sem saber nada de espanhol além de gracias e buenas noches? — ele perguntou se arrumando na cadeira da salinha que haviam sido levados.
— Eu não fiz nada de errado! — ela disse — eu só disse que sem você era impossível sair daqui, a sem noção da comissária que estava com o capitão que foi tirar a minha paciência quando passou por nós, dizendo que ela poderia ficar e cuidar de você sem problemas algum. Quando eu vi, um tipo de obrigação em tirar o aplique dela na mão tomou conta de mim.
— E isso foi uma forma de resolver a nossa situação de qual maneira? — ele disse arqueando as sobrancelhas para ela.
— Não foi, mas — ela disse o abraçando — pelo menos nós estamos aqui juntos — ela o beijou — podemos aproveitar — ela deu outro beijo, em seu pescoço dessa vez.
— A vai te matar — ele respondeu e a mulher parou de beijá-lo e respirou fundo — Ela vai, não vai?

Ele sacudiu positivamente e riu fazendo carinho na cabeça da mulher que choramingava enquanto o abraçava.

— Isso é culpa sua em primeira questão! — ela disse ainda abraçada a ele.
— Tá bom, você pode me culpar o tanto que quiser — ele disse rindo — se isso faz você se sentir melhor, eu deixo.
— Você está brincando comigo ? — ela disse séria e ele se calou, segurou o riso já que sabia que ela se irritaria mais se ele fizesse algo.
— Longe de mim! — ele disse a aconchegando em seu abraço mais uma vez — ?
— Huh? — ela respondeu a seu chamado e ele tirou algo de seu bolso discretamente.
— Eu ia esperar para quando chegássemos — ele disse — mas acho que esse momento é perfeito para isso.
— Você finalmente vai me deixar ter uma cobra de estimação em casa? — ela disse animada.
— Hum, não! — ele respondeu rindo e ela bufou — na realidade eu estava guardando isso para a ocasião perfeita e não acho que sairemos daqui tão cedo — ele respondeu.
— Fala logo, você está me deixando curiosa! — ela disse.
— Você quer se casar comigo? — ele disse se ajoelhando.
— O que? — ela quase gritou.

ainda estarrecida e sem reação respirou fundo e o olhou com carinho, realmente não esperava por aquilo, ao menos não naquele dia.

— Sim, é claro que sim! — ela finalmente respondeu.
— O que? sério? — ela sacudiu a cabeça positivamente sorrindo para ele que, sorriu para ela da mesma forma.

Com amor.

Nota da autora: Finalmente depois de um longo processo essa fic totalmente dedicada a minha amiga biba saiu! Não consigo explicar para você o meu amor nesses personagens aqui, sério, eles foram tudo para mim assim como essa história em geral.

ENFIM, NÃO A EXPLORAÇÃO DE GALINHAS!

Eu espero que se você chegou até aqui, que tenha gostado e aproveitado tanto quanto eu aproveitei. Foi realmente algo especial e agradeço pela sua atenção nessa queridíssima história.

Muito obrigado por ter lido <3
Ah, não esquece de me dizer o que achou no link da caixinha de comentário! Xoxo Caleonis





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