Capítulo Único
- Caralho, vocês estão preparados? - Mason disse, desatando o nó da gravata e a jogando de qualquer jeito em cima da mesa.
- Finalmente o Medusa vai ter a sua noite de debutante. - Oliver disse com um sorriso de orelha à orelha.
Depois de muito estudo sobre o local e sobre o custo de um strip club, os três finalmente estavam prontos para terem a noite de estreia, e pelo julgar de todos os comentários que corriam nos corredores e nos celulares, todos que sabiam daquele lugar estavam ansiosos por um novo local de divertimento.
- Nem acredito que depois de três anos pensando, reformulando e reformando, aquele lugar finalmente está do jeito que a gente sempre sonhou. - Mason se serviu uma dose de whisky e se jogou na poltrona.
Foram dias e mais dias de planejamento, de certa forma eles começaram o local do zero, uma vez que metade da construção estava completamente inapropriada para uso. Foram meses planejando um projeto que agradasse a todos, o alvará para a abertura da casa noturna, quem iria ficar responsável por cada setor, as dançarinas, as meninas que iriam para os quartos com os clientes, o DJ, não tinham como planejar aquilo de um dia para o outro, e finalmente estavam felizes pelo projeto estar pronto e ter saído do papel do modo que eles queriam.
estava com a cabeça a mil, esperava que tudo desse certo, ou que pelo menos não houvesse nenhuma confusão que saísse dos limites aceito por eles. Sabia bem que na maior parte das festas, uma confusão ou outra sempre acontecia, inclusive, já tinha presenciado algumas vezes e até teve que apartar algumas.
- Nós vamos direto, não vamos? - Oliver perguntou e negou com a cabeça rapidamente.
- Nem fodendo que eu vou com essa roupa. - reclamou e Oliver deu de ombros, como se não visse problema algum.
- Qual é, você é um dos donos, não vejo nada demais na sua roupa.
- Eu passei o dia com essa roupa, o mínimo que posso fazer é colocar outra.
- Além do mais, meu querido Oliver, o tema de abertura é Cabaret, por mais que eles usassem ternos, acho que temos roupas melhores para o evento. - Mason comentou com um sorriso sacana no rosto. Ele levantou da poltrona e foi em direção à porta, a abrindo e saindo pela mesma, deixando e Oliver sem entender nada.
Não demorou para que ele voltasse, trazendo três cabides em mãos. - Vocês não acharam que iam usar qualquer coisa, acharam? - ele negou com a cabeça. Fechou a porta mais uma vez e deu um dos ternos para e fez a mesma coisa com Oliver, ficando apenas com um em mãos.
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chegou no local por volta de 23h30 e já havia uma enorme fila, todos estavam bem arrumados, condizentes ao tema da festa. vestia um terno preto, assim como a sua camisa e sua gravata. A barba estava maior do que ele costumava usar, ainda não era muita coisa, mas para ele que usava o rosto liso, já estava muito diferente. Estava gostando daquele estilo, apesar de ser diferente do que estava acostumado. Dava um ar mais sério, e apesar de ser sério em seu dia a dia, aquela barba por fazer deixava isso tudo mais a mostra.
Parou em frente da boate onde um enorme tapete vermelho estava cobrindo toda a escada, e um enorme globo dourado cobria a porta. Tiraram várias fotos dele ali na frente antes de entrar. Assim como Alex, todos os convidados tinham um tempo para tirar suas fotos ali dos mais inusitados jeitos possíveis.
Ele precisava admitir que Oliver havia feito um trabalho e tanto com aquela decoração do lado de fora, se dentro estivesse do mesmo modo, estaria tudo bem para ele. Como era a inauguração, a entrada era apenas com o nome na lista, ele não tinha ideia de como havia sido feito a lista, sabia que tinha dado o nome de algumas pessoas e só, Mason estava encarregado de fazer aquilo, uma vez que ele era muito bom em organizar listas, e, de certa forma, conhecia meio mundo, fazendo com que o pessoal que ele chamasse valesse mais do que muitos que conhecia. Em termos de fama.
Quando entrou no local, a iluminação estava bem diferente do que costumava estar enquanto eles arrumavam tudo, a entrada era bem iluminada, seguiam por um corredor até entrar no primeiro andar, onde era uma área mais clean, ou menos adulta, como Mason chamou. O lugar era repartido por mesas, os sofás com acabamento de veludo vermelho davam um contraste com as luzes que iam de prata, para dourado e azul, não tinha certeza se seriam apenas aquelas três cores de luzes, mas sabia que não tinha imaginado que o lugar iria ficar tão bom. Algumas mulheres andavam de um lado para o outro e quando olhavam para ele, abriam um sorriso e o cumprimentavam com a cabeça, outras respondiam o seu cumprimento com um sorriso sacana no rosto.
Carlotta estava cuidando das meninas, bem antes dos meninos nascerem ela já havia tido um local como aquele, então entendia muito bem de meninas para aquele trabalho. Eles não iriam aliciar nenhuma mulher naquele lugar, mas sabiam bem que algumas trabalhavam com aquilo e não viam problema nenhum em ir para a cama com seus clientes, e por isso mesmo que o segundo andar havia sido projetado. Além de dançarinas que poderiam ficar nuas, no segundo andar, nos quartos, era liberado um pouco de tudo conforme fosse o “contrato” com a mulher em questão.
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A casa estava lotada, todos estavam se divertindo à sua maneira, alguns caras estavam nas mesas privativas onde mulheres dançavam no pole dance enquanto eles colocavam dinheiro em suas calcinhas, ou jogavam as notas em cima do pequeno palco em que elas dançavam, outros conversavam com as mulheres, algumas mulheres conversavam com os homens também, afinal, eles haviam pensando em tudo, não abriram o Medusa apenas para o prazer dos homens, mas das mulheres também.
estavam no segundo andar olhando tudo apoiado no corrimão. Estava tudo dando certo até aquele momento e ele se sentia aliviado. Abrir aquele lugar era como abrir o sonho de infância, por mais que já tivesse sido sócio de outros ambientes, aquele era majoritariamente seu, por mais que os três tivessem a voz da decisão, ele conseguia colocar a sua opinião acima de todos, por mais que aquele não fosse o seu tipo de comportamento, saber disso lhe dava um outro poder, um outro status e ele estava bem com aquilo.
Uma mulher passou atrás de si, o encarando de cima à baixo, sorriu de canto e continuou andando, mas não sem antes dar uma olhada nele, e ele riu, provocando-a. Sabia que se quisesse, ele a levaria para cama, e não tinha problema nenhum em ter uma mulher apenas para satisfazer seus desejos carnais, muitas vezes ele havia sido colocado naquela posição, e, bom, não se arrependia.
- Temos uma surpresa para você. - Mason disse, aparecendo do nada e tirando do transe com a mulher.
- Que surpresa? - o encarou e Oliver estava ali também.
- Se eu contasse não seria mais surpresa. - ele rolou os olhos teatralmente e Oliver riu.
- E quando eu vou receber minha surpresa?
- Em breve. - Oliver respondeu, sorrindo.
Os três usavam roupas bem similares, mas diferente de , Oliver já estava sem o paletó e sua camisa era branca. O suspensório preto que , de certa forma, achava estranho, até que tinha composto o visual do amigo de uma forma que ele realmente havia ficado parecido com os homens da época, Oliver tinha um bigode bem feito e que para ele ficava bom, se tentasse deixar um bigode daquele jeito, era motivo de chacota no grupo. Mason tinha o rosto limpo, não gostava de nada no rosto, por isso evitava a todo custo deixar o rosto mais limpo possível.
- Vocês sabem que eu não gosto de surpresas. – comentou, tomando o resto que havia em seu copo, e os dois riram.
- Sabemos bem, e foi exatamente por causa disso que resolvemos contar um pouco antes. - Oliver deu de ombros e rolou os olhos. - Mas não se preocupe, é só o tempo deles terminarem de arrumar as coisas lá em baixo, e já já sua surpresa estará pronta.
Passaram mais um tempo conversando até que Mason pediu para que eles descessem, que a surpresa estava pronta. O homem olhava alguma coisa em seu telefone enquanto desciam as escadas e sorriu para o mesmo. Oliver olhou de canto para , que tinha a mesma expressão, e ele deu de ombros. Mason não dava ponto sem nó.
Um homem trouxe um microfone e entregou para Mason, a luz do ambiente já não era muito clara, e naquele momento as luzes estavam apenas acesas nas mesas com uma luz roxa, que deixava mais escuro, havia uma luz branca sob eles e não estava entendendo absolutamente nada.
- Primeiramente quero agradecer a todos que estão aqui hoje. É com muito orgulho e carinho que convidamos cada um de vocês para fazer parte dessa noite inesquecível que é a abertura do Medusa. Um sonho de três moleques que hoje são quase três homens, e finalmente conseguiram tirar do papel e colocar na realidade. - Mason sempre foi bom em falar com o público, conseguia tudo o que queria na base da lábia, mas quando entendia sobre o assunto, ganhava com base no teórico mesmo. - Quero agradecer esses outros homens, que se não fosse por eles, nada disso teria saído do papel, e principalmente a , a cabeça do negócio. Um brinde a esta noite e a todas as outras que ainda vão vir. - ele ergueu um copo ao alto, olhou para o lado e havia um garçom parado ao seu lado com uma taça e ele a pegou rapidamente, levantando como todos que estavam ali. Brindaram entre eles enquanto os outros brindavam com quem estavam ou com os que estavam à sua volta. - Tenham uma boa noite. - ele ergueu mais uma vez o copo e então devolveu o microfone para o homem que tinha lhe dado.
- Agora vamos para sua surpresa. - Oliver disse, sacana, ao olhar para .
Caminharam até a primeira mesa que estava fechada por uma faixa vermelha que não lembrava de ter visto antes, para ele, todas as mesas estavam da mesma forma.
- Faça as honras. - Oliver fez um gesto para que ele desatasse o nó do laço e liberasse a mesa.
- O que é isso? - perguntou assim que desatou o nó.
Era uma mesa como qualquer outra, mas o que não tinha visto era que aquela tinha uma cortina ao lado da mesa, que dava acesso as dançarinas irem e virem quando bem quisessem. Na verdade, aquela era uma área vip, exclusiva para eles, e naquele momento, exclusiva para o lap dance que iria receber.
- Pode se sentar. - Mason disse, indicando com a cabeça, e se sentou, indo para o meio do sofá enquanto os dois continuaram ali. A música acabou e começou uma nova, uma mulher saiu do meio da cortina vestindo um vestido de alça preto, com pedrarias em vermelho e preto. O decote ia até o meio de seus seios, deixando seu colo à mostra. Um flapper em sua cabeça, também preto, combinando com o boá e a cigarreira que tinha em sua mão.
Ela caminhou até o meio do pequeno palco ali na frente do homem e se impulsionou, segurando no pole dance para subir ao palco.
It's a cold and crazy world
That's raging outside
Algumas pessoas perceberam que a música era ao vivo e pararam tudo para observar a mulher cantando e dançando de uma forma sensual ali.
O que ninguém estava esperando, é que todas as meninas tinham uma coreografia ensaiada para aquela música, foi uma surpresa para todos, inclusive Mason e Oliver, que não sabiam para qual das meninas olhar, uma vez que fora as que já estavam no palco, outras acabaram saindo por detrás daquela cortina e estavam seguindo a coreografia.
But baby me and all my girls
Are bringing on the fire
A mulher tinha os olhos fixos em , ela agarrou o pole com as duas mãos de uma forma tão natural que ele pensou o que ela não poderia fazer com ele com aquelas mãos.
You show a little leg
Gotta shimmy your chest
It's a life, it's a style, it's a need
It's Burlesque
Um braço estava acima da cabeça enquanto o outro estava na altura de seus seios, deu um leve impulso e girou diversas vezes com um movimento tão suave que não imaginou que aquilo era possível. O corpo da menina foi perdendo a velocidade e ela colocou as duas pontas do pé no chão e então deixou que o corpo escorregasse, uma das pernas se projetou para frente enquanto a outra estava se dobrando, ela largou o pole ficando de joelhos ali no palco, e foi em direção a , mas antes que ele pudesse fazer alguma coisa ou ela descesse do palco, ela levantou e se voltou para o pole, ficando de costas para o homem, que tinha um sorriso no rosto.
A mulher mexia o corpo de um lado para o outro, se esfregando de uma forma sensual ao pole, passou uma de suas pernas por ele e deixou que o tronco caísse para trás e voltou a encará-lo, não pôde deixar de sorrir com a cara que ele fazia. Estava acostumada a dançar Express, os passos estavam todos gravados em sua mente que ela não precisava nem pensar muito sobre, era automático.
E-X-P-R-E-S-S, love, sex, ladies no regrets
Voltou a ficar ereta ali, mas ainda de costas para o homem, levantou os braços acima da cabeça e levantou uma das pernas e entrelaçou ao pole dando uma leve girada até ficar de frente para ele.
E-X-P-R-E-S-S, love, sex, ladies no regrets
Com as duas pernas no chão, deixou que o corpo fosse caindo, se apoiou nas pernas abertas, por mais que tivesse escuro ali, sabia bem que a calcinha poderia aparecer, mas não tinha problema nenhum, era tudo parte do show.
Been holding back for quite some time
And finally the moment’s right
Ela começou a cantar, olhando fixamente para ele, e não era de ferro, nem um pouco. Aquela voz, aquele olhar e aquele corpo, aquela roupa, faziam com que a sua calça ficasse levemente apertada na região da virilha, ele respirou fundo sem perder o contato visual, na verdade, não sabia nem se estava piscando.
I love to make the people stare
They know I got that certain savoir faire, hey
Ela estava de quatro indo até ele. Se sentou na beira do palco e abriu as pernas de uma maneira sensual, passando suas mãos pela coxa, e então desceu de onde estava.
Fasten up, can you imagine what
Would happen if I let you
Close enough to touch
Ela cantou ainda sem sair do lugar, estava encostada no palco, alguns centímetros longe dele, tinha os dois braços ao lado do corpo e então com aqueles movimentos que ela fazia, segurou mais forte no estofado, uma vez que entendeu que não era para lhe tocar. Se Mason e Oliver queriam o torturar, parabéns, conseguiram.
Step into the fantasy
You’ll never wanna leave
Baby that's guaranteed
Ele fechou os olhos por um momento, ele literalmente não iria querer sair daquela fantasia, imaginar o que aquelas mãos ágeis poderiam fazem em seu corpo fez com que ele soltasse um leve gemido, e quando abriu os olhos, ela parecia ter gostado da reação dele. Apesar de estar cantando, ela tinha um sorriso de lado no rosto, ou pelo menos foi isso que ele achou ter visto.
It's a passion, an emotion, it's a fashion, Burlesque
It will move you, going through you, so do what I do, Burlesque
Ela virou de costas, se apoiando no palco e empinando a bunda em direção ao homem e rebolando lentamente até o chão. Subiu passando a mão no corpo e voltou a atenção novamente para o homem sentado ali, deu um passo para frente e com uma das mãos, abriu as pernas do homem e se encaixou ali.
All ladies come, put your gown up
Boys throw it up if you want it
Cantou, levantando um pouco o vestido, mas logo o soltou e colocou as mãos nas coxas do homem, bem perto de sua virilha, e gemeu novamente. Engoliu em seco com aquela aproximação repentina, ele esperava por aquilo, mas tinha sido pego de surpresa por ela estar com a mão tão perto de seu pau.
Can you feel me, can you feel it
It's Burlesque
Ela chegou bem perto de seu ouvido, e se não fosse pelo microfone, ela teria sussurrado aquela frase, e com toda certeza do mundo ele realmente estava sentindo aquilo, sentindo até demais.
Suas mãos faziam uma leve massagem ali no local e estava cada vez mais difícil para ele respirar ali, mas manteve as mãos no mesmo local, o que ela achou graça, se fosse qualquer outro, já teria tentado alguma gracinha, gostava quando a pessoa pegava no ar o que ela estava fazendo ali. Não que houvesse problema em ser tocada, mas aquele momento não era dela, era dele.
I tease them til they're on the edge
They scream and moan for more
E então ela voltou a juntar as pernas do homem e passou uma de suas pelo quadril dele, e com uma leveza se sentou em seu colo, roçando ambas as intimidades. Ela movimentava o corpo de uma forma tão leve e tão sexy que ele nunca tinha visto, a única coisa que ele queria era fazer sexo com ela ali mesmo, sem se importar com plateia, literalmente fariam um show. Na verdade, fariam um outro show, uma vez que ela literalmente estava dando um show naquele momento.
Momento que ele desejou estar sozinho em um quarto com ela, para aproveitar cada toque, cada roçada, na verdade, queria muito mais do que um simples toque.
Os olhos dela estavam brilhando, ou talvez fossem os seus próprios que estava vendo em reflexo no dela, o desejo era aparente ali, não sabia se aquilo realmente era somente um lap dance ou uma real provocação, ele sentia ela rebolar em seu colo e em algum momento que ele não se deu conta, suas mãos já estavam segurando a cintura dela, fazendo com que ela ficasse mais colada ao seu corpo, e as intimidades mais perto ainda. Ela continuava cantando e intercalando entre passar a mão em seu próprio corpo e no corpo dele, fazendo com que a temperatura subisse acima de cem graus.
Do mesmo modo com que ela se sentou em seu colo, ela escorregou para fora dele, sim, escorregou, não teve tempo de a segurar ali e ela já estava em pé, dançando em sua frente, o que ele julgou a ser a última parte da música. Com toda certeza ele havia se dado bem naquela noite.
**
Abriu a porta do apartamento e fechou com o pé, uma vez que suas mãos estavam muito ocupadas explorando o corpo da mulher que ele estava beijando. Ele esperou por aquele momento desde a hora em que ela o olhou de cima daquele pequeno palco. A prensou contra a porta e a beijou com mais vontade, a fazendo soltar um pequeno gemido, e ele sorriu. Ela tinha um gosto doce, mas não conseguia decifrar do que, e não se importava nem um pouco.
Passou as mãos pela lateral do corpo dela até chegar em sua bunda, onde deu um apertão, e ela colou mais seu corpo no dele, ele a segurou, fazendo com que ela desse um impulso e colocasse as pernas em volta de sua cintura e então ele caminhou até seu quarto, a jogando em sua cama e deitando em cima dela logo em seguida. O beijo tinha vontade, urgência, desejo, arfou quando a mulher esfregou seu corpo no dele, fazendo com que mais uma vez seu pênis desse sinal de vida, pedindo veementemente para sair daquela calça de uma vez por todas. Em um movimento rápido, a mulher trocou as posições, ficando em cima de .
- Espero que aproveite o show. – disse, lambendo os lábios, e depositou um beijo rápido nos lábios dele. Levantou, fazendo ele soltar um muxoxo, e ela riu.
Não tinha música nenhuma, mas ela parecia estar escutando alguma coisa, pois movimentava o corpo de um lado para o outro como se realmente estivesse em um show.
agora estava sentado na beira da cama, olhando para a mulher em sua frente, a janela completamente aberta fazia com que a luz da rua e da lua entrasse ali, dando uma visão maravilhosa para ele. Ela rebolava passando a mão pelo corpo, ora levantando o vestido, ora mexendo nos cabelos, os jogando de um lado para o outro. Ela fez o mesmo passo do show, mas dessa vez sem o pole dance, com as pernas abertas foi até o chão, e suspirou quando o vestido mais uma vez subiu, mas dessa vez, diferente de antes, ela fez questão que o vestido subisse mais, dando uma visão maravilhosa de suas coxas. Ele passou a mão pela calça, desconfortável.
Lentamente ela tirou a alça de um dos lados, deixando ela cair por seu ombro, seguia os movimentos dela como se dependesse daquilo. Fez a mesma coisa com a outra alça, e quando ele achou que o vestido iria cair, ela virou de costas e ele bufou. Uma gargalhada foi ouvida e então o vestido caiu lentamente pelo corpo dela. Ela não vestia sutiã, estava agora, ali, parada em sua frente, com o vestido em seus pés e com uma calcinha de renda preta, bem pequena, por sinal.
Ele a puxou para si, deixando que ela ficasse no meio de suas pernas, passou os dedos por ela de cima à baixo, fez um caminho na barriga e parou em seus seios. Gostava de aproveitar cada parte igualmente, quando ele contornou o mamilo, escutou um gemido e sorriu, eles mantinham o contato visual, tornando aquele momento mais intenso. Antes que ele pudesse continuar o que estava fazendo, ela pegou suas mãos e negou com a cabeça.
- Ainda não acabei meu show. – disse, divertida, e então se abaixou, ficando de joelhos em sua frente. Por um momento, ela massageou seu pênis por cima da calça e fechou os olhos, jogando seu corpo para trás, ficando apoiado em seus cotovelos, com um movimento rápido, ela abriu o zíper da calça e colocou sua mão por dentro de sua cueca. Dessa vez, ele gemeu alto e voltou a abrir os olhos.
Se soubesse que acabaria com uma mulher daquele nível assim que o Medusa fosse inaugurado, teria feito aquilo antes.
Ele levantou um pouco para abaixar um pouco a calça e aliviar aquela pressão que estava sentindo. Com agilidade, ela tirou o pênis de dentro da cueca e o contornou com a língua. gemeu novamente e fechou os olhos, aproveitando aquele toque. O toque quente da língua dela não foi nada comparado ao momento em que ela o colocou dentro da boca e começou com os movimentos de vai e vem, alternando com os toques de suas mãos.
- Você vai gozar para mim, ? - ela sussurrou e ele não respondeu nada. Ela intensificou os movimentos de vai e vem com a mão e continuou o encarando. - Não escutei, . – disse, com um tom mais alto. - O gato comeu a sua língua, foi? - e então ela o colocou na boca novamente e se contorceu, fechando as mãos no edredom que havia ali.
Não demorou muito para a respiração dele ficar descompassada e ela sorriu com aquilo antes de tirar sua boca do membro dele.
- Ainda não escutei, . - sua voz saiu rouca e ele gemeu em resposta. Estava anestesiado com os toques que recebia, a mistura de movimentos vai e vem, toques suaves, toques mais firmes, sugadas, ele sabia que não iria aguentar por muito tempo. Ela gemeu ainda com seu pau na boca e ele sentiu aquela vibração por todo o seu corpo e deixou que ele relaxasse mais ainda. Ela o tirou da boca e voltou com os movimentos de vai e vem, quando ele abriu os olhos, ela o encarava com um sorriso no rosto. Quando ela fez menção em levantar, a única coisa que saiu de sua boca foi um “não para”. Ela levantou a sobrancelha em resposta e sugou a cabeça de seu pau, ele gemeu, sentia todos os músculos prontos para liberarem toda aquela energia acumulada da noite toda.
**
Um barulho alto fez com que se assustasse e abrisse os olhos rapidamente. Estava sozinho em seu quarto, jogado na cama. A cabeça pesava mais do que qualquer coisa e ele gemeu em resposta ao giro que seu quarto deu.
- Caralho, , achei que estava morto. - Mason apareceu na porta do quarto e o encarava. - O que aconteceu? Que cara é essa?
O tom que ele usava parecia alguns decibéis acima do normal e se jogou na cama novamente.
- Que horas são? - perguntou e respirou fundo. Não lembrava qual a última vez que sentiu uma dor de cabeça como aquela.
- Quase duas da tarde. - Mason respondeu. - Por isso que eu vim até aqui, achei que estava morto. - ele riu e resmungou alguma coisa que nenhum deles entendeu.
- Você está com cara de quem precisa de um banho. Bora, e depois nós vamos sair para comer. Oliver vai nos encontrar lá.
- Lá onde?
- No lugar que a gente vai comer.
- E onde é?
- Não sei, por isso que eu falei para você tomar banho. Nós vemos isso depois. - Mason parecia meio impaciente, e na verdade estava. Estava morrendo de fome.
levantou a contragosto, olhou ao redor do quarto e a única coisa que achou foi sua camisa preta jogada na cadeira. Ainda usava a calça da noite anterior, não era possível que tudo fosse um sonho, era?
Levantou ainda meio relutante e foi em direção ao banheiro, tomaria um banho gelado para ver se o corpo relaxava depois daquele sonho ou daquela lembrança e torcia para que sua cabeça melhorasse. Não havia indícios ali de que alguém fora ele estivesse no apartamento, duvidaria que no restante tivesse, já que seu paletó estava ali no quarto, no mínimo teria jogado a roupa de qualquer forma pelo apartamento. Na verdade não lembrava de ir para casa na noite anterior, a última coisa que lembrava era da dança da mulher e como ela o olhava.
Saiu do chuveiro se enrolando na toalha e quando voltou para o quarto, Mason não estava mais ali, mas havia um remédio para dor de cabeça e um copo de água na cômoda. Tirou o remédio da embalagem e virou o copo de água de uma vez. Se fosse como das outras vezes, em minutos estaria melhor.
- Quer dizer que nosso amigo está com amnésia? - Oliver tirou sarro do amigo e lhe mostrou o dedo do meio. - Sério que você não lembra de sair com uma puta gostosa do Medusa ontem? - tentava ler o amigo para ver se ele estava ou não lhe zoando com aquele comentário. A mulher do sonho era loira? Não, ela era morena. Ou era loira e usava uma peruca? Não tinha ideia.
- Vocês chegaram a ir para casa? - Mason o encarou e deu de ombros. - O apartamento estava arrumado demais para dizer que uma mulher passou por lá.
Ótimo, pensou , aquilo era um maldito sonho. Um puta sonho erótico com alguém que provavelmente ele nunca mais iria ver.
- Por que estamos falando de mim, mesmo? - perguntou, colocando uma garfada de ovos com bacon na boca.
O assunto mudou da água para o vinho, se concentraram em falar da noite de estreia do Medusa, de como tudo saiu como eles haviam pensado, de como as críticas haviam sido boas para eles e o pessoal já estava preparado para o próximo show.
O show havia sido o ápice da noite, foram só elogios e a única coisa ruim que escutaram foi que foi ruim para quem não assistiu o show, uma vez que mandaram muito bem.
Não gravar, era uma regra da casa, pelo menos naquele primeiro dia, ainda não sabiam como seriam os outros dias, se a regra iria valer para todos os dias que a casa fosse aberta ou só quando tivessem alguns shows, na verdade, eles ainda não haviam pensado sobre aquilo, mas a opção mais válida era sem gravar, assim eles iriam conseguir chamar mais clientes, uma vez que a curiosidade é um grande chamativo. Sem gravar, sem fotos, sem telefone, sem dúvida alguma aquilo iria chamar a atenção pelo menos nas primeiras vezes.
**
Um mês havia se passado e lá estava novamente naquele mesmo lugar, dessa vez não sentia suas mãos suando ou seu corpo todo querendo entrar em combustão. Estava tranquila, seria mais uma noite em que ela iria dançar, nada novo sob o sol e muito menos sobre suas noites.
Carlotta gritava alguma coisa que ela não fazia questão nenhuma de escutar, estava terminando sua maquiagem, que diferente da outra noite, era bem mais simples e menos carregada. Passou um rímel, um contorno, um iluminador e um lápis de boca. Ótimo, pensou ao se olhar no espelho e sorriu. Os cabelos castanhos caiam como uma cascata por suas costas, os cachos estavam quase terminando de abrir por completo, e era exatamente aquilo que ela queria. Faltava menos de 30 minutos para Medusa abrir e só faltavam mais alguns ajustes em sua roupa e então ela estaria pronta.
Estava com um maiô prata aberto, e pedraria, quase do mesmo estilo da outra roupa, uma vez que a pedraria caia em vários babados por todo seu corpo. Por cima iria vestir um casaco de pele bege, não entendeu bem de onde saiu aquele figurino, mas não podia negar que havia amado o casaco e estava contente em poder vesti-lo. Arrumou o cabelo pela última vez e colocou seu quepe, novamente não havia entendido a referência, mas se sentia bem com aquela roupa.
- Sparkers. - escutou Carlotta dizendo e então se virou para a mulher. - Mudanças de planos, preciso de você na metade da noite no meio do público. - disse com os olhos grudados nela e sentiu uma súplica vindo deles, mesmo que Carlotta não dissesse com palavras.
- Ok. - se sentiu derrotada.
- Não se preocupe, é por pouco tempo. Depois você pode dançar. - abriu um meio sorriso, mas que sumiu do mesmo modo que apareceu. Carlotta não era de demonstrar seus sentimentos quando se tratava de trabalho, na verdade ela não era de demonstrar seus sentimentos nunca, mas com era diferente, ela tinha um carinho pela menina assim como ela tinha pela mulher.
sabia que ficar entre o público ela teria que servir bebidas, sentar no colo dos homens, às vezes até dançar para eles. Essa última parte não era de toda ruim, o que lhe incomodava era ter que aguentar os toques deles, que nem sempre eram dos mais cuidadosos, haviam pessoas que só porque colocavam uma nota de 100 dólares em sua calcinha achavam que poderiam fazer o que bem quisessem. Talvez com outras, não com ela.
Deu uma última olhada antes de caminhar até os casacos e o colocar, que uma força maior lhe ajudasse nessa primeira metade da noite, que ela não tinha ideia de quanto tempo iria durar, mas torcia para não arranjar nenhuma confusão.
- Hoje seremos eu, você e a Baby. - escutou alguém atrás de si falar e olhou no reflexo do espelho. Sassy estava parada com uma roupa bem parecida com a sua , mas era composta de uma maiô vermelho super colado em seu corpo e o casaco de pele era preto. Sempre invejou Sassy, a conhecia de outros locais, e se fosse homem com toda certeza iria querer uma dança daquela mulher. Sassy emanava coragem, poder, os grandes olhos verdes falavam por si só. Ela estava com um delineado que dava mais vida aos seus olhos e a boca marcada de vermelho, dando mais volume aos lábios. - Eu estou suja? - a morena perguntou e Spark negou com a cabeça, levando os pensamentos para outro lugar.
- Desculpa. - ela mordeu as bochechas por dentro. - Não tem nada sujo nem fora do lugar. Como sempre, Sassy. - respondeu com um sorriso, fazendo a outra sorrir.
- Soube que os donos vão estar aí novamente. - Spark sentiu o tom de malícia naquela frase. - E eles escolheram a dedo quem estaria fora dos palcos hoje. - deu de ombros como se não quisesse nada, e então arrumou os seios por dentro do maiô, fazendo com que eles parecessem maiores naquela roupa colada.
- Como assim? - Baby apareceu do nada. Pelo menos Spark não tinha visto de onde ela surgiu.
- Ora, minhas caras, essa noite vamos trabalhar para os patrões.
- Mas nós sempre trabalhamos para eles. - Baby disse e Sassy rolou os olhos.
entendeu o que estava acontecendo, mas não entendia o porquê dela. Tudo bem que o show da primeira noite havia sido um show e tanto, havia se sentido atraída pelo homem para quem ela havia feito aquela dança? Com toda certeza! Mas sabia que em quesito de beleza haviam outras mulheres bem mais bonitas que ela.
As três foram mandadas para o segundo andar, onde apenas os vips iam, do lado contrário dos quartos escuros. Sassy conversava animadamente, quase no colo de um homem, enquanto Baby brindava com um casal.
Como da primeira vez, o lugar estava cheio, e óbvio que para ela aquilo era maravilhoso, quanto mais interação, mais gorjeta elas iriam lucrar, e mais dinheiro para o estabelecimento e consequentemente para os seus salários.
Estava bebendo alguma coisa que ainda não sabia o que era, o gosto era suave, a cor, bem, ela não conseguia saber que cor era, sabia que era bem clarinho. Não era ruim, mas queria que fosse um pouco mais forte.
- Sparkes.. - escutou Baby lhe chamar e virou o corpo, a encarando. O casal a encarava de volta e ela sorriu para eles e concordou com a cabeça suavemente quando Baby disse para ela se juntar à eles.
- Você está tão sozinha ali. - o homem disse com um tom suave e ela arregalou os olhos. - Uma mulher bonita não deve ficar sozinha, se junte a nós. - ele indicou o espaço vazio no sofá. Ela se sentou sem pensar muito, na verdade não estava sendo paga para pensar e sim agir.
- Pegue uma taça e brinde conosco. - a mulher disse, sorrindo, e então ela olhou para o homem, que tinha um sorriso no rosto indicando que ela fizesse o que a mulher disse.
- Como estava dizendo... - Baby pigarreou e todos voltaram a atenção para ela. - Spark é uma das melhores, se não a melhor dançarina que eu conheço. - arregalou os olhos para a amiga enquanto a outra sorria. - Foi ela que deu aquele show na primeira noite. Vocês estavam aqui na noite de estreia?
- Ele estava, eu infelizmente não pude vir. - a mulher respondeu sem graça.
- Quem sabe hoje não seja a noite de sorte de vocês? Spark pode mostrar o dom dela. – disse, passando a língua nos lábios e então ela entendeu o que estava acontecendo ali. Estava desacostumada a tentar arrancar dinheiro dos clientes, era mais fácil estar dançando nos palcos enquanto o dinheiro literalmente chovia em cima de si.
Ambos vibraram em resposta e Spark sorriu, levando o copo aos lábios. Cruzou as pernas lentamente, dando uma bela visão de suas coxas, uma vez que quando estava em pé, o casaco acabava cobrindo um pouco mais abaixo de sua bunda. O homem suspirou enquanto a mulher a encarou de cima abaixo e bebeu um gole da bebida.
Não conseguia negar que aquele champagne era mil vezes melhor do que aquilo que estava bebendo antes. Óbvio que a bebida delas tinha menos álcool, bem como elas eram instruídas a não passar dos limites para que não desse problema nenhum. Elas podiam beber o quanto quisesse enquanto estavam com os clientes, mas dentro das normas. Sabiam bem que algumas meninas acabaram perdendo o emprego por falta de cuidado com os cumprimentos das regras.
- Oh, é claro. - o homem riu, tirou algumas notas do bolso do paletó e colocou no bolso do casaco de Spark, que o encarava, não fez menção de olhar para a quantidade que havia ali, sorriu em resposta e ele fez a mesma coisa.
Uma música nova começou a tocar e Spark virou o resto do conteúdo do copo e levantou o corpo quase em câmera lenta. Ofereceu a mão para que Baby pegasse e ela aceitou sem pestanejar, S. sorriu e virou a menina de costas enquanto ela batia palmas no ritmo da música. Dance do Big Sean tocava nos autos falantes e algumas meninas faziam lapdance enquanto as que estavam nos palcos faziam uma coreografia que S. achou que com toda certeza não foi ensaiada antes.
S. passou as mãos no corpo de Baby, fazendo o casaco de pele subir e mostrando a bunda coberta apenas por uma pequena fenda que o maiô tinha. Deu um tapa na mesma, fazendo a menina dar um pulinho e o homem rir.
Baby virou de frente para o casal e desceu lentamente, passando as mãos pelo corpo de Spark enquanto ela rebolava ao ritmo da música. Subiu fazendo a mesma coisa, passando os dedos em todos os lugares, tendo plena certeza de que o homem queria estar em seu lugar, e era exatamente aquilo que ela queria. Quando chegou na parte superior, contornou a parte amostra dos seios sem tirar os olhos do homem. Baby sabia muito bem que Spark não gostava que os clientes a tocassem, então aproveitava daquilo para poder fazer os clientes a desejarem ainda mais. As pedrinhas penduradas faziam cócegas em seus dedos, seguiu a alça do maiô até chegar no casaco de pele e o empurrou pelos ombros, fazendo com que ele caísse aos pés da mulher.
Spark estava arrepiada com aquele toque suave, o que fazia com que ela abrisse um sorriso, e quando o casaco caiu no chão, foi seu momento. Ela viu como a mulher a encarou quando suas coxas apareceram, seria ela mesma que ganharia uma dança. Deu um passo até ficar bem próxima da mulher, virou de costas rebolando em sua frente e foi até o chão de forma sensual. Dançou daquela forma por alguns segundos antes de virar de frente para eles e apoiar suas mãos dos dois lados do corpo da mulher e subir lentamente bem perto de seu corpo.
O homem segurou seu braço e quando ela pensou em falar alguma coisa, Baby já havia sido mais rápida.
- Com toque, o preço sobe. - disse meiga, com um sorriso sacana no rosto. O homem tirou uma nota do bolso e lhe entregou. Baby guardou no bolso. Spark tirou o quepe e colocou na cabeça da mulher e ela riu, arrumando o cabelo enquanto a outra continuava a dançar. Por um breve momento pensou em continuar nela, mas com toda certeza o homem lhe daria muito dinheiro se ela o provocasse direito. Rodou até que ficasse a alguns centímetros das pernas do homem e sorriu maliciosa. Segurou as duas coxas dele e abriu suas pernas, sem nenhuma cerimônia se colocou ali no meio. Por um breve momento, ela massageou o interior da coxa dele chegando bem perto da virilha, o que o deixou desnorteado por um breve momento, até que ele levou as mãos para a cintura dela e ela riu. Ele entendeu aquilo e voltou as mãos para o lado do corpo. Da mesma maneira que ela abriu as pernas dele, ela as fechou e se sentou em seu colo. Passou as mãos pelo pescoço do mesmo, arranhando seu pescoço e chegando até a sua nuca, onde puxou os cabelos para trás, fazendo ele deitar com a pressão.
Ela rebolava em cima dele, ora com movimentos lentos e suaves, ora se esfregando, mostrando para o que ela estava ali. No momento em que ela pensou em voltar com os movimentos suaves, ele segurou sua cintura, fazendo mais pressão para ela continuar aquele movimento. S. tirou as mãos do cabelo dele e passou a segurar suas mãos. Fez com que ele a largasse e levou seus braços para cima de sua cabeça enquanto ainda movimentava seu corpo em cima dele.
- Sem toques lembra? Isso vai ter consequências. - disse em seu ouvido e deixou uma mordida no lóbulo de sua orelha.
Com a mesma destreza que sentou, ela levantou do colo dele assim que a música acabou. Ele suspirou e ajeitou o volume de sua calça que estava bem aparente. Ele tirou algumas notas do paletó e entregou para Baby, que pegou sorrindo.
Abaixou para pegar seu casaco e sentiu alguém lhe encarando. Levantou o corpo e olhou em direção aos olhos que comiam seu corpo, e ali nas escadas estava parado. O mesmo olhar do dia de abertura estava lá, os olhos tão brilhantes como antes.
Ele abriu os braços e um sorriso brotou em seus lábios.
- Martin, Vivien. - ele disse, olhando para o casal com quem ela estava.
- Veja só, se não é a estrela do local. - a mulher disse, levantando e indo abraçar o homem.
- Nem perto de ser uma estrela. - respondeu ainda com o sorriso no rosto. Não demorou muito para que Mason aparecesse por ali também. Não cumprimentando só o casal que estava ali, como o homem que Sassy conversava, que só naquele momento Spark viu que se tratava de Oliver.
- Vocês estão de parabéns! - o homem voltou a falar. - Não só pelo local, como pelas dançarinas. - a mulher deu uma leve risada ao seu lado. - Essas belezinhas me levaram pelo menos uns 500 dólares. – disse, causando risadas em todos.
- Nunca vi esse homem gastar dinheiro tão rápido. - a mulher comentou e negou com a cabeça.
- Ossos do ofício. - deu de ombros com um ar sacana. - Mas fico feliz em saber que elas estão fazendo bem seus trabalhos. - ele olhou para as duas e sorriu. Sassy ainda estava mais atrás deles com Oliver.
Sassy havia sumido com Oliver fazia algum tempo, Baby continuava animadamente uma conversa com o casal e mais algumas pessoas que estavam junto agora, Spark estava cansada de ficar sentada sustentando alguns sorrisos, havia interagido até aquele momento, mas estava em seu limite, queria estar em cima de algum palco dançando, liberando toda aquela energia que tinha dentro de si. Pediu licença e levantou do sofá, atraindo alguns olhares, mas logo em seguida voltaram todos a conversar. Todos menos um, seguia cada movimento da mulher.
Spark desceu as escadas, mas antes trocou algumas palavras com Bouncer, que estava parado na escada, e os dois riram, se sentiu incomodado com aquilo, diferente de quando ela estava sentada, aquela risada pareceu verdadeira, e por algum motivo ele queria ter sido o motivo da risada.
Havia passado um bom tempo com a mão apoiada nas coxas da mulher, foi algo automático depois dele pedir para que ela se sentasse ao seu lado. Martin até zuou que para o chefe ela não cobrava, e então ele se tocou sobre a regra dela, sem toques. Tirou um maço generoso do bolso e entregou para a mulher, que apenas encarou aquele dinheiro todo em sua mão e abriu um sorriso, negando com a cabeça. Ele insistiu, e com muito custo, porém com um movimento certeiro, ela tirou o dinheiro das mãos dele e guardou no bolso do grande casaco de pele que estava ao seu lado. “Regras são regras” foi o que ele havia dito para ela e então todos sorriram.
Ficou mais um tempo ali, fingindo que estava escutando o papo, até balbuciava algumas respostas, mas nada que realmente ele estivesse prestando atenção.
- Já volto. Vou ver se está tudo em ordem. - comentou e não esperou nenhuma resposta. Ajeitou o terno no corpo e desceu as escadas assim como a mulher fez minutos antes. Não tinha ideia de para onde ela tinha ido, e não tinha como sair simplesmente perguntando para as pessoas, sabia que aquilo iria causar um burburinho, e de certa forma meio desnecessário.
Caminhou lentamente até a porta externa e abriu, sendo recebido por um vento gelado. Se certificou que não havia ninguém saindo atrás de si antes de fechar. Quando virou, Spark estava ali, com os cabelos voando em todas as direções enquanto ela tentava inutilmente arrumar eles em volta de sua mão. Ele riu e ela levou um susto, percebendo que havia mais alguém fora ela ali.
- Não queria te assustar, desculpa. - disse, a encarando ainda de longe. Ela continuava olhando para cima, onde ele estava, mas agora já havia conseguido domar os cabelos e conseguia ver quem estava ali.
- Sem problemas. - ela deu de ombros, mostrando que estava tudo bem. Tinha uma mão ao lado do corpo com um cigarro nela. Sabia que tinha a área dos fumantes, mas preferia não fumar na frente dos outros.
- Tudo bem? – perguntou, descendo as escadas sem perder o contato visual com a mulher. Já não sentia mais o vento gelado, aquela troca de olhares foi capaz de esquentar tudo.
- Tudo. - ela abriu um sorriso. - Você precisa de alguma coisa? – perguntou, sem graça.
- Não, tudo certo. - concordou com a cabeça e ela fez a mesma coisa. Quando ela ousou a se mexer, voltou a falar. - Está fugindo de mim?
Spark riu sem graça.
- Teria algum motivo?
- Me diga você. - passou a língua pelos lábios. - Teria motivo para tal coisa?
- Não. - ela negou com a cabeça, jogando o cigarro no chão e o apagando. Estava inteiro, e ele percebeu aquilo. Ela se abaixou, pegando o cigarro do chão.
Teria sido mais fácil apagar na parede, pensou ele, porém não disse nada.
- Ótimo. - respondeu com um sorriso de lado e ela retribuiu, ainda sem jeito. - Você sabe que tem uma área de fumantes lá dentro, não sabe? - jogou com um tom não tão sério, provavelmente ela sabia daquela informação.
- Sim, é só que… - por um momento ela pensou se continuava a falar, o olhar que ele a lançou para que ela continuasse fez com que ela suspirasse. Não costumava falar sobre si enquanto estava trabalhando. - Não acho que seja certo fumar juntos com os clientes. – disse, porém não toda a verdade.
- Mas de certa forma isso faz com que eles gastem mais, não? - achou que precisava puxar assunto, queria conhecer um pouco mais aquela mulher.
- Sim. - ela pareceu pensar por um momento e ele riu. - É diferente você ir fumar com um cliente e ir fumar com os clientes. - conseguiu colocar seus pensamentos no lugar.
- Entendi. Bom, se quiser, te deixo sozinha para fumar. Se bem que, aparentemente, você já acabou. - apontou para o cigarro inteiro na mão dela enquanto falava.
- Não, tudo bem. Só não estava esperando que alguém fosse aparecer, e bom, eu não fumo. - ela fez uma careta e riu.
- Mas você estava com um cigarro em mãos.
- Nem tudo o que reluz é ouro. - a mulher deu de ombros. - O frio e a fumaça me dão uma certa liberdade para pensar. - deu de ombros.
Fazia sentido, já que ela apagou o cigarro inteiro, pensou , porém não entendia o porquê alguém iria gastar com cigarro, já que não fumava.
Por um momento, ninguém disse mais nada, conseguia ver que ela estava um tanto quanto desconfortável naquela situação.
- Você se importa se eu fumar? – perguntou, tirando um cigarro do bolso, e ela negou com a cabeça. Levou o cigarro até a boca e pegou o isqueiro, acendendo o mesmo. A mulher observava todos os movimentos dele. percebeu e riu. Ela piscou várias vezes e balançou a cabeça.
- Desculpe. Melhor eu entrar.
- Não, tudo bem se quiser ficar. Eu sei que a minha beleza pode ser um pouco desnorteante. - ele tentou quebrar aquele clima que se instalou e ela riu. - Você não é muito de falar, não é?
- Em tese, eu sou paga para dançar, e não falar. - aquelas palavras saíram de uma maneira que ela não conseguiu controlar e de certa forma até se achou grosseira por aquilo.
- Vou deixar isso anotado.
- Céus, desculpa. - ela negou com a cabeça. - Se quiser, eu falo a noite inteira, mas só não me mande embora.
- Mandar você embora? - ele pareceu surpreso.
- Eu acabei de ser grossa com você, e bom, você é meu patrão, no mínimo eu teria que estar jogada aos seus pés.
- Ah. - deixou escapar uma risada. - Mas o anotado foi justamente por hoje você ter sido tirada dos palcos e colocada com os clientes. - ela riu, sem graça, e negou com a cabeça.
- É por isso que eu evito falar com os clientes. - ela ergueu o dedo como se apontasse para ele enquanto falava.
- Ainda bem que eu sou seu patrão. - ele segurou um riso e ela rolou os olhos.
- O que torna essa situação mais vergonhosa ainda.
- Vergonhosa para quem?
- Para mim? – disse, rindo.
- Pense nisso como um quebra gelo.
- Só se esse gelo quebrado eu martelar na minha cabeça. - gargalhou.
Ela era bem diferente do que ele estava pensando, não que tivesse alguma opinião formada sobre ela antes, mas de certa forma aquelas provocações que naquele momento ele viu que não passavam do personagem que ela interpretava enquanto estava em cima dos palcos, e por um lado ficou sem jeito, principalmente depois que a lembrança do sonho lhe veio à cabeça. O jeito que ela brincava com ele, que o colocou na boca, caralho, pensou , lembrando dos toques e se perguntando se ela de verdade seria tão bom ou melhor do que no sonho.
Enquanto ele fumou, ficaram os dois ali fora, sabia pouco sobre a mulher em sua frente, mas de uma coisa ele tinha certeza: queria descobrir quem ela era. Mas isso talvez não fosse tão fácil.
**
Um mês se passou desde aquela aproximação entre os dois e por algum motivo ele não tinha mais visto Spark pelo local. Na primeira vez que ela não apareceu, ele não falou nada, afinal, não queria que ninguém ficasse achando alguma coisa, sabia muito bem como os amigos eram, se ele perguntasse da mulher, logo eles iriam levar uma coisa à outra: ela era a mulher do sonho que havia tido. Por mais que tivesse passado um bom tempo do acontecimento, eles não eram dos que esqueciam as coisas facilmente, principalmente se eles pudessem zoar com tal fato.
Na semana seguinte, ela não apareceu também. Teve que segurar a língua por mais um dia, mas sua vontade era de perguntar para Carlotta se havia acontecido alguma coisa, vai ver que ela tinha pedido demissão depois do encontro dos dois.
Não, ela não tinha cara de quem pedia demissão, pelo menos era nessa possibilidade em que ele estava se agarrando. O lugar estava quase para abrir quando ele chegou, e a imagem do último encontro não saia de sua cabeça.
Flashback ON
Terminou de arrumar o cabelo, passando o pente para arrumar os fios, e estava pronto. Iria ao Medusa um pouco antes para resolver algumas papeladas, torcia para que a mulher estivesse lá naquela noite, tinha lhe comprado um presente e estava ansioso para ver qual seria a reação dela. Na verdade, não sabia se era do gosto dela, Carlotta havia dito que aquilo talvez lhe pudesse agradar e então ele disse que seria aquele mesmo. Confiava na mulher, afinal ela conhecia a outra muito mais do que ele.
Pegou as chaves do carro junto com a carteira e chamou o elevador. Não demorou para que ele chegasse, apertou o botão da garagem e esperou o seu destino final. Dessa vez, ninguém entrou no elevador junto, o que ele agradeceu, não que não fosse alguém educado, mas estava com a cabeça em outro lugar para pensar em bater papo furado com seus vizinhos.
Havia ligado o carro e o som de seu celular se fez presente, como estava ligando ao Bluetooth, atendeu pelo botão do volante.
- Alô?! - atendeu sem olhar para o número ou o nome que estava na tela e sim prestando atenção em todos aqueles pilares que já conhecia de olhos fechados.
", querido, sou eu, Margaret", a voz se fez presente e ele suspirou aliviado e abriu um sorriso, assim como sabia que a senhora do outro lado da linha também tinha.
- O que devo a honra de sua ligação? E me desculpe pelo tom hostil.
"Não tem problema.” Sabia que pela maneira que ela respondeu, havia abanado a mão no ar como se realmente não ligasse. “Amanhã estarei fora da cidade, e, bom, tenho uma encomenda para você aqui."
- Mas eu não encomendei nada. - por um momento ele pensou se realmente havia encomendado alguma coisa sem que estivesse lembrando, mas não, definitivamente não tinha feito encomenda nenhuma.
"Eu sei, são por conta da casa!" a empolgação que ela tinha na voz causava algo bom em , era a figura feminina que mais se aproximava de uma mãe para ele. "E eu sei muito bem que o senhor não gosta de comemorar seu aniversário, mas não tinha como eu deixar que ele passasse em branco. Então como não estarei na cidade, deixo meu presente antecipado."
- Você sabe que não precisava se incomodar comigo.
"Sim, por isso que eu fiz porque eu quis!"
riu. Não tinha como competir com aquela mulher.
- Estou alguns minutos da confeitaria, já chego aí. – disse, virando o volante e dando sinal para o outro lado, saindo do caminho inicial.
"Obrigada, ." E então ela desligou. Margaret e sua mania de nunca se despedir nas ligações. Não levaria mais de 10 minutos para chegar na confeitaria se o trânsito estivesse ao seu favor, e se não estivesse, estava tudo bem também. Tempo ele tinha de sobra.
Parou na vaga de sempre, o lugar estava como o de costume: cheio.
Desceu do carro e escutou duas pessoas conversando, olhou ao redor mas não tinha ninguém visível. Na verdade, o homem estava mais gritando do que falando. nunca entendeu como alguém conseguia falar naqueles tons, dava para contar nos dedos das mãos quantas vezes havia levantado a voz, tinha um jeito tão calmo que era difícil ser tirado do sério. O rapaz falava tão rápido que ele mal conseguia entender o que ele estava falando. Não que estivesse tentando saber, mas era inevitável escutar. Foi caminhando até as escadas, mas parou quando conseguiu ver o casal que conversava.
O homem tinha uma de suas mãos apoiada na parede, ficando de frente e prendendo o corpo da menina entre o seu e a parede. Enquanto a mulher tinha as duas mãos apoiadas em seu peito, tentando o afastar. Ele falava bem perto de seu rosto, que estava inclinado para o lado. Seus olhares se cruzaram e ele não saiu do lugar.
Mesmo as alturas consideravelmente diferentes, ela não se deixava intimidar pelo homem que gritava em seu ouvido e não pensou antes de começar a andar até os dois. Ela movimentou a cabeça imperceptivelmente, mas isso não foi capaz de fazer parar de andar.
O homem percebeu que a atenção já não estava mais voltada para si e então virou a cabeça, observando o que a mulher olhava. Sua expressão já não era uma das melhores, e vendo o outro caminhar até eles não melhorou em nada. Os dois se encaravam e parou em uma distância considerável dos dois.
- Lo conoces? - perguntou o homem, apontando com a cabeça em direção a , e depois se virou para a mulher, que concordou com a cabeça. - Posso ajudar? - perguntou na língua que conseguia entender e não na outra que falava com ela.
- Queria saber se está tudo bem aqui. - disse sem nenhuma emoção e desviou o olhar para a mulher.
- Todo es maravilloso. - respondeu da mesma maneira sem emoção nenhuma naquela língua que ele não entendia, mas não aceitou aquela resposta. Não pela maneira que eles estavam.
- Não se preocupe. - respondeu a mulher dessa vez. A voz dela estava calma, do mesmo modo que estava em sua última conversa. deixou os ombros relaxarem por alguns segundos. - Joe, por favor. - ela pediu, fazendo ele virar a cabeça para ela. - Hablaremos de eso más tarde. - ela franziu os lábios e continuou encarando o homem em sua frente sem piscar. Pegou uma chave do bolso e o entregou. O homem bufou e então saiu de cima dela.
- ¿Quién es él? ¿Tu proxeneta? - não sabia por que, mas sentiu uma raiva subir por seu corpo com aquelas palavras que ele nem sequer havia entendido, mas do modo que sairam da boca dele, não era coisa boa.
Ela negou e o homem riu, incrédulo.
- Más tarde. - ele repetiu as palavras da mulher e saiu, pisando duro. Nenhum dos dois se mexeu até que Joe já não tivesse mais sob o olhar deles.
- Me desculpe. - ela disse, sem graça.
- Você está bem?
- Sim. Na verdade, já estou acostumada. - ela deu de ombros e sorriu minimamente. arregalou os olhos, a encarando. Ela queria dizer aquilo que ele entendeu? - Céus, não.. - ela balançou a cabeça como se pudesse ler os pensamentos dele, mas na verdade ela só leu a expressão mesmo. - Joe nunca me bateu. Ele tem essa pose de machão, mas quem o conhece sabe que ele é uma boa pessoa. - ela sorriu.
- Mesmo?
- Sim, já vi meu irmão batendo em alguns caras que já mexeram comigo, mas nunca em mim.
Irmãos, eles eram irmãos. Por uma fração de segundos, processou aquela informação que lhe foi muito útil.
- Ele não é daqui, não é?! - ela negou. - Você também não? - ela não parecia ter sotaque, pelo menos ele não percebeu.
- Eu sou, meu irmão nasceu na Espanha.
- Ah. E eu posso saber do que ele me chamou? De namorado que não foi.
Ela riu, sem graça, e então ele entendeu.
- Ah! - coçou a nuca enquanto ela ria. - Ok, por isso que ele pronunciou daquela forma.
- Assim como meus pais, Joe nunca gostou do que eu faço. Apesar deles terem metade do meu salário para os ajudar em casa. - ela deu de ombros.
- Eles sabem que você dança em casas noturnas?
- Aham.
- Uau.
- O quê?
- Nada. Quer dizer, é corajoso da sua parte dizer isso a eles.
- Na verdade, não foi uma escolha minha contar.
- Por quê?
- Você deve ter coisa melhor para fazer do que saber da minha vida, . - ela coçou a nuca, sem graça, e depois ajeitou os cabelos em um coque alto. - Além do mais, Carlotta deve estar atrás de mim uma hora dessas, disse que vinha pegar uma encomenda e já voltava. Porém.. Bom, você chegou para ver.
pensou por um momento sobre o que ela sempre disse sobre não se envolver com clientes, ela não se envolvia, pois assim passaria uma imagem menos pior do que fazia para os pais? Fazia sentido, a mulher era uma dançarina e não uma acompanhante. Havia uma grande diferença entre aqueles dois trabalhos, e ele agora sabia que não colocaria mais a mulher naquelas situações. Lembrava bem de como ela havia ficado sem graça ao estar no meio de todos, apesar de fazer um excelente trabalho.
Flashback OFF
De certa forma, eles haviam se aproximado com aquela conversa, descobriu mais sobre a vida pessoal dela, de como ela trabalhava para se sustentar e ainda mandava uma quantia para seus pais no fim do mês, sobre o incidente que levou os dois se aproximarem naquele dia, soube que o irmão dela tinha vindo mais uma vez ver se ela estava bem e se já havia largado aquela vida, já que não era digna de uma mulher de respeito.
Ela dançava desde pequena em competições, inclusive já tinha participado de várias com o irmão, mas ele tinha largado aquela vida e ido ajudar o pai na loja que eles tinham.
Ficar presa naquela loja foi algo que ela nunca quis, e dançar fazia com que ela tivesse menos tempo para ajudar a família com aquilo, e ainda sim trazer dinheiro para dentro de casa. Foi em um desses concursos que ela conheceu uma amiga que disse que dançar à noite trazia vários benefícios, inclusive da quantia alta de dinheiro, óbvio que ela aceitou o convite depois da insistência e dos grandes planos que a mulher alegou conseguir fazer com o que ganhava. No começo, ela gostava, era uma escola de dança de dia e uma casa noturna no período na noite, a cada cliente com que ela dançasse, ganhava uma quantia, e se fosse boa o suficiente, ela ganhava gorjeta de cada um deles. Mas isso mudou depois de um tempo, o dono do estabelecimento viu um potencial na mulher que poucas tinham, e foi então que depois de um ano dançando no mesmo lugar, a sua ruína veio.
O homem queria que ela dormisse com os clientes, fazendo com que eles gastassem mais e consecutivamente rendessem mais dinheiro para ele. Ela não aceitou, não era aquele tipo de mulher, de certa forma admirava as que conseguiam, não tinha problema nenhum com sexo, mas não iria fazer com aquelas condições. E foi assim que teve que pedir para seu irmão ir lhe buscar, pois o dono do estabelecimento dizia que ela não poderia sair de lá até cumprir as suas ordens.
Quando chegaram em casa, Joe estava transtornado com a ideia da irmã se deitar com um qualquer em troca de dinheiro, seu pai não ficou muito longe de ter a mesma reação, a mãe por outro lado se sentia traída por ver a filha naquelas condições. Sempre tentou dar tudo do bom e do melhor, e isso adiantou para quê? Para transformar a filha em meretriz.
Assim como ele agora sabia da história dela, ela sabia a dele. Diferente da história dela, a dele não tinha muita emoção, nasceu e cresceu naquela cidade, boa parte de seu dinheiro veio da família de sua mãe, porém seu pai sempre trabalhou duro para ter suas coisas e ambos lhe ensinaram aquilo, que por mais que ele viesse de uma família com dinheiro, aquilo não caía do céu, sempre teve tudo do bom e do melhor e as coisas que gostava ele tinha porque mereceu. Ambos lhe ensinaram a ser uma pessoa humilde e que fizesse por merecer, pois sabiam muito bem que nem todos tinham o dinheiro que eles tinham, e precisavam batalhar muito para conseguir sobreviver e levar uma vida sem tantas preocupações.
A ligação que se fez presente no primeiro contato entre os dois se manteve ativa em todos os momentos, e de certa forma, sentia aquele sentimento ali agora, seria aquilo dizendo que Spark estava ali?
Os três sempre estavam de olho em possíveis problemas a surgir, mesmo que cada um tivesse uma função principal na divisão do local, cuidado nunca era demais. caminhava observando e fazendo algumas notas mentais, gostava de falar com quem trabalhava para entender como estava sendo o trabalho de cada um e se teria como melhorar ou fazer alguma coisa diferente. Apesar de prestarem muita atenção no feedback dos clientes, manter o clima bom entre os empregados valia muito mais do que qualquer feedback.
- Pediram para lhe entregar este papel. - um barman disse, aparecendo em sua frente do nada. pegou o papel da mão do homem e agradeceu, dando alguns passos antes de abrir o papel.
Obrigada.
Era a única coisa escrita naquele papel, a caligrafia estava escrita em perfeição com uma caneta vermelha que jurava que brilhava naquela luz. Um sorriso brotou em seus lábios e por um momento desejou que tivesse mais coisa escrita naquele pedaço de papel, na verdade, desejou que ela falasse aquela palavra pessoalmente. Mas só pelo fato dela estar ali naquela noite e provavelmente usando o que ele lhe comprou, já estava valendo. Mesmo que não tivesse nome ou alguma assinatura, ele sabia bem de quem era aquele obrigada. Spark não teve chances de usar o presente que ele a comprou na outra noite, na verdade, ele nem havia lhe entregue, achou que não era o melhor momento, ainda mais depois de saber que o irmão dela estava na cidade e ainda achava que ele era seu cafetão.
usou todo o tempo que tinha antes da casa abrir para olhar todos os cantos e até mesmo alguns papéis que estavam em cima da sua mesa, no andar de baixo que tinha somente para resolver qualquer problema do lugar. O relógio estava prestes a dar meia noite e então o show iria começar de verdade. Na verdade, a casa já estava aberta desde às 23h, porém, quem ele queria ver só estaria nos palcos depois da 00h.
Guardou tudo o que precisava guardar e chaveou a gaveta. Levantou da cadeira e andou até a porta, também a trancando assim que saiu. A luz já estava mudando, indicando que o show estava prestes a começar. Subiu as escadas mais rápido do que conseguia, torcendo para seus pés lhe acompanharem, e seguiu em direção ao bar. Pediu uma dose dupla de whisky e foi em direção ao seu lugar preferido, a primeira mesa.
A música começou a tocar e as mulheres começaram a aparecer, mas a única que tinha sua total atenção não estava ali. Onde estaria Spark? Ela havia lhe respondido, não? Estaria ela com algum outro cliente? Virou todo o conteúdo que tinha em seu copo de uma vez e continuou olhando para as mulheres dançando em cima dos palcos.
O show estava bom, não era um dos melhores que ele já tinha visto, mas o que prendia sua atenção não estava ali.
- , pediram pra você dar uma olhada no quarto VIP. - Mason bateu em seu ombro e um vinco se formou no meio de suas sobrancelhas e ele levantou, tentando não chamar a atenção. Riu com aquele pensamento, óbvio que ele não iria atrapalhar ninguém, ninguém estava prestando atenção nele.
Subiu as escadas e Bouncer estava parado na frente de uma das portas da área VIP, assim que viu , ele indicou a porta com a cabeça, e quando ele estava perto o suficiente, abriu a porta. O quarto estava vazio, ou pelo menos foi isso que pensou. Novamente Bouncer indicou o quarto com a cabeça e então ele entrou ali. Ouviu a porta se fechando atrás de si. Aquele era o maior dos quartos, todos eles eram à prova de som justamente para nenhum engraçadinho tentar alguma coisa, mas por precaução, havia um botão do pânico para que as meninas pudessem chamar alguém caso algo acontecesse. A luz ambiente caiu, deixando uma luz avermelhada assim como estava fora do quarto.
Spark saiu do banheiro quando os primeiros acordes de uma música se intensificaram no quarto. Ela usava o corpete que ele havia lhe comprado. Assim como as outras duas vestimentas, ele era cheio de pedras, mas diferente das outras, aquelas haviam pedras verdadeiras sobre o tecido. Um corpete preto com pedras pratas e pretas que havia caído perfeitamente em seu corpo.
Ela se movia no ritmo da música, que depois de um tempo ele entendeu que era Crazy In Love, mas com uma versão muito diferente da original. Ela deixou que a máscara que estava em seu rosto caísse no chão e continuou movimentando o corpo até chegar bem perto dele. Sua boca estava muito mais chamativa que antes, com um batom vermelho dando mais volume para ela, e ela vendo que ele encarava sua boca, sorriu. A mesma tentação da primeira noite se fez presente e ambos sorriram. Spark passou as mãos pelos ombros dele e deu a volta em seu corpo, deixou que as mãos percorressem todo o corpo do homem enquanto ela ia até o chão, e quando subiu, seus dedos fizeram o mesmo caminho, mas dessa vez parando na camisa branca que ele usava. Com um movimento, puxou a barra da camisa de dentro da calça e começou a abrir os botões. observava cada movimento que ela fazia e, de repente, quando ela tocou os dedos em sua barriga, ele soltou o ar que nem sabia que havia prendido.
Em questão de segundos ele havia sido jogado sentado na cama enquanto ela estava de pé em sua frente.
Ela virou de costas e tocou todo seu corpo conforme o ritmo da música, arranhava o pescoço e gemia de vez em quando no momento que sua unha ficava mais intensa em sua pele. Ela rebolou algumas vezes antes de ficar de joelhos em sua frente, apoiando as mãos em suas coxas, e suspirou. Ela apertou as mãos ali antes de levantar e inclinar seu corpo um pouco mais para frente, ele conseguia sentir a respiração bater em seu rosto. Mais uma vez ela virou de costas e apoiou o corpo para frente, empinando a bunda bem na frente dele, conteve um impulso de espalmar as mãos ali.
- Você quer me tocar, ? - a voz dela saiu rouca e baixa devido à sua posição, e ele engoliu em seco. Ela passou as mãos pelas pernas e chegou até sua bunda, onde ela apertou e fincou as unhas. - Você quer, não quer? - e então ela se virou de frente para ele. Colocou as mãos em seu pescoço e foi subindo até os cabelos dele. - Você está se controlando para não me tocar, ? - ela estava o provocando e ele estava gostando aquilo.
O modo que ela balançava seu corpo de um lado para o outro, para frente e para trás. O sorriso sacana em seus lábios, o modo em que ela o estava seduzindo, ora com toques leves, ora com uns mais precisos.
- Nem todo o dinheiro do mundo pagaria pelas coisas que eu queria fazer com você neste momento. – disse, apertando as mãos no lençol.
- Hmm. - ela gemeu em resposta e então passou as pernas por sua cintura, mas não sentou em cima dele, estava apoiada na cama. Seus corpos estavam prestes a se tocarem, queria aquilo desde o primeiro dia, e ele sentia que ela também.
- Se eu fosse você, eu pararia neste momento. - suas mãos se firmaram mais ainda no que estava segurando.
- Mas eu nem comecei. - ela fez um bico e se sentou em cima dele, os dedos brincando com seus cabelos faziam com que ele segurasse um gemido. - Eu sei que você está me olhando porque eu tenho o que você precisa. - sussurrou em seu ouvido e fez a menção em levantar, mas ele foi mais rápido e a segurou pela cintura. Ela reagiu àquele toque, chegando mais perto dele, deixando seus seios quase na altura de sua boca.
- Pensei que você não se envolvia com clientes. - foi a vez dele sussurrar e ela riu.
- Sorte a minha que você é meu patrão. - e foi aquilo que bastou para que puxasse aquela mulher para si e trocasse de posição, fazendo com que ela ficasse deitada na cama enquanto ele ficava por cima. Colocou sua boca na dela com uma urgência e um desejo que ele estava deixando guardado até o momento certo. Era como soltar um animal enjaulado que sabia muito bem o que tinha que fazer. Naquela noite, nada mais importava, contanto que ela continuasse ali na cama com ele.
- Finalmente o Medusa vai ter a sua noite de debutante. - Oliver disse com um sorriso de orelha à orelha.
Depois de muito estudo sobre o local e sobre o custo de um strip club, os três finalmente estavam prontos para terem a noite de estreia, e pelo julgar de todos os comentários que corriam nos corredores e nos celulares, todos que sabiam daquele lugar estavam ansiosos por um novo local de divertimento.
- Nem acredito que depois de três anos pensando, reformulando e reformando, aquele lugar finalmente está do jeito que a gente sempre sonhou. - Mason se serviu uma dose de whisky e se jogou na poltrona.
Foram dias e mais dias de planejamento, de certa forma eles começaram o local do zero, uma vez que metade da construção estava completamente inapropriada para uso. Foram meses planejando um projeto que agradasse a todos, o alvará para a abertura da casa noturna, quem iria ficar responsável por cada setor, as dançarinas, as meninas que iriam para os quartos com os clientes, o DJ, não tinham como planejar aquilo de um dia para o outro, e finalmente estavam felizes pelo projeto estar pronto e ter saído do papel do modo que eles queriam.
estava com a cabeça a mil, esperava que tudo desse certo, ou que pelo menos não houvesse nenhuma confusão que saísse dos limites aceito por eles. Sabia bem que na maior parte das festas, uma confusão ou outra sempre acontecia, inclusive, já tinha presenciado algumas vezes e até teve que apartar algumas.
- Nós vamos direto, não vamos? - Oliver perguntou e negou com a cabeça rapidamente.
- Nem fodendo que eu vou com essa roupa. - reclamou e Oliver deu de ombros, como se não visse problema algum.
- Qual é, você é um dos donos, não vejo nada demais na sua roupa.
- Eu passei o dia com essa roupa, o mínimo que posso fazer é colocar outra.
- Além do mais, meu querido Oliver, o tema de abertura é Cabaret, por mais que eles usassem ternos, acho que temos roupas melhores para o evento. - Mason comentou com um sorriso sacana no rosto. Ele levantou da poltrona e foi em direção à porta, a abrindo e saindo pela mesma, deixando e Oliver sem entender nada.
Não demorou para que ele voltasse, trazendo três cabides em mãos. - Vocês não acharam que iam usar qualquer coisa, acharam? - ele negou com a cabeça. Fechou a porta mais uma vez e deu um dos ternos para e fez a mesma coisa com Oliver, ficando apenas com um em mãos.
chegou no local por volta de 23h30 e já havia uma enorme fila, todos estavam bem arrumados, condizentes ao tema da festa. vestia um terno preto, assim como a sua camisa e sua gravata. A barba estava maior do que ele costumava usar, ainda não era muita coisa, mas para ele que usava o rosto liso, já estava muito diferente. Estava gostando daquele estilo, apesar de ser diferente do que estava acostumado. Dava um ar mais sério, e apesar de ser sério em seu dia a dia, aquela barba por fazer deixava isso tudo mais a mostra.
Parou em frente da boate onde um enorme tapete vermelho estava cobrindo toda a escada, e um enorme globo dourado cobria a porta. Tiraram várias fotos dele ali na frente antes de entrar. Assim como Alex, todos os convidados tinham um tempo para tirar suas fotos ali dos mais inusitados jeitos possíveis.
Ele precisava admitir que Oliver havia feito um trabalho e tanto com aquela decoração do lado de fora, se dentro estivesse do mesmo modo, estaria tudo bem para ele. Como era a inauguração, a entrada era apenas com o nome na lista, ele não tinha ideia de como havia sido feito a lista, sabia que tinha dado o nome de algumas pessoas e só, Mason estava encarregado de fazer aquilo, uma vez que ele era muito bom em organizar listas, e, de certa forma, conhecia meio mundo, fazendo com que o pessoal que ele chamasse valesse mais do que muitos que conhecia. Em termos de fama.
Quando entrou no local, a iluminação estava bem diferente do que costumava estar enquanto eles arrumavam tudo, a entrada era bem iluminada, seguiam por um corredor até entrar no primeiro andar, onde era uma área mais clean, ou menos adulta, como Mason chamou. O lugar era repartido por mesas, os sofás com acabamento de veludo vermelho davam um contraste com as luzes que iam de prata, para dourado e azul, não tinha certeza se seriam apenas aquelas três cores de luzes, mas sabia que não tinha imaginado que o lugar iria ficar tão bom. Algumas mulheres andavam de um lado para o outro e quando olhavam para ele, abriam um sorriso e o cumprimentavam com a cabeça, outras respondiam o seu cumprimento com um sorriso sacana no rosto.
Carlotta estava cuidando das meninas, bem antes dos meninos nascerem ela já havia tido um local como aquele, então entendia muito bem de meninas para aquele trabalho. Eles não iriam aliciar nenhuma mulher naquele lugar, mas sabiam bem que algumas trabalhavam com aquilo e não viam problema nenhum em ir para a cama com seus clientes, e por isso mesmo que o segundo andar havia sido projetado. Além de dançarinas que poderiam ficar nuas, no segundo andar, nos quartos, era liberado um pouco de tudo conforme fosse o “contrato” com a mulher em questão.
A casa estava lotada, todos estavam se divertindo à sua maneira, alguns caras estavam nas mesas privativas onde mulheres dançavam no pole dance enquanto eles colocavam dinheiro em suas calcinhas, ou jogavam as notas em cima do pequeno palco em que elas dançavam, outros conversavam com as mulheres, algumas mulheres conversavam com os homens também, afinal, eles haviam pensando em tudo, não abriram o Medusa apenas para o prazer dos homens, mas das mulheres também.
estavam no segundo andar olhando tudo apoiado no corrimão. Estava tudo dando certo até aquele momento e ele se sentia aliviado. Abrir aquele lugar era como abrir o sonho de infância, por mais que já tivesse sido sócio de outros ambientes, aquele era majoritariamente seu, por mais que os três tivessem a voz da decisão, ele conseguia colocar a sua opinião acima de todos, por mais que aquele não fosse o seu tipo de comportamento, saber disso lhe dava um outro poder, um outro status e ele estava bem com aquilo.
Uma mulher passou atrás de si, o encarando de cima à baixo, sorriu de canto e continuou andando, mas não sem antes dar uma olhada nele, e ele riu, provocando-a. Sabia que se quisesse, ele a levaria para cama, e não tinha problema nenhum em ter uma mulher apenas para satisfazer seus desejos carnais, muitas vezes ele havia sido colocado naquela posição, e, bom, não se arrependia.
- Temos uma surpresa para você. - Mason disse, aparecendo do nada e tirando do transe com a mulher.
- Que surpresa? - o encarou e Oliver estava ali também.
- Se eu contasse não seria mais surpresa. - ele rolou os olhos teatralmente e Oliver riu.
- E quando eu vou receber minha surpresa?
- Em breve. - Oliver respondeu, sorrindo.
Os três usavam roupas bem similares, mas diferente de , Oliver já estava sem o paletó e sua camisa era branca. O suspensório preto que , de certa forma, achava estranho, até que tinha composto o visual do amigo de uma forma que ele realmente havia ficado parecido com os homens da época, Oliver tinha um bigode bem feito e que para ele ficava bom, se tentasse deixar um bigode daquele jeito, era motivo de chacota no grupo. Mason tinha o rosto limpo, não gostava de nada no rosto, por isso evitava a todo custo deixar o rosto mais limpo possível.
- Vocês sabem que eu não gosto de surpresas. – comentou, tomando o resto que havia em seu copo, e os dois riram.
- Sabemos bem, e foi exatamente por causa disso que resolvemos contar um pouco antes. - Oliver deu de ombros e rolou os olhos. - Mas não se preocupe, é só o tempo deles terminarem de arrumar as coisas lá em baixo, e já já sua surpresa estará pronta.
Passaram mais um tempo conversando até que Mason pediu para que eles descessem, que a surpresa estava pronta. O homem olhava alguma coisa em seu telefone enquanto desciam as escadas e sorriu para o mesmo. Oliver olhou de canto para , que tinha a mesma expressão, e ele deu de ombros. Mason não dava ponto sem nó.
Um homem trouxe um microfone e entregou para Mason, a luz do ambiente já não era muito clara, e naquele momento as luzes estavam apenas acesas nas mesas com uma luz roxa, que deixava mais escuro, havia uma luz branca sob eles e não estava entendendo absolutamente nada.
- Primeiramente quero agradecer a todos que estão aqui hoje. É com muito orgulho e carinho que convidamos cada um de vocês para fazer parte dessa noite inesquecível que é a abertura do Medusa. Um sonho de três moleques que hoje são quase três homens, e finalmente conseguiram tirar do papel e colocar na realidade. - Mason sempre foi bom em falar com o público, conseguia tudo o que queria na base da lábia, mas quando entendia sobre o assunto, ganhava com base no teórico mesmo. - Quero agradecer esses outros homens, que se não fosse por eles, nada disso teria saído do papel, e principalmente a , a cabeça do negócio. Um brinde a esta noite e a todas as outras que ainda vão vir. - ele ergueu um copo ao alto, olhou para o lado e havia um garçom parado ao seu lado com uma taça e ele a pegou rapidamente, levantando como todos que estavam ali. Brindaram entre eles enquanto os outros brindavam com quem estavam ou com os que estavam à sua volta. - Tenham uma boa noite. - ele ergueu mais uma vez o copo e então devolveu o microfone para o homem que tinha lhe dado.
- Agora vamos para sua surpresa. - Oliver disse, sacana, ao olhar para .
Caminharam até a primeira mesa que estava fechada por uma faixa vermelha que não lembrava de ter visto antes, para ele, todas as mesas estavam da mesma forma.
- Faça as honras. - Oliver fez um gesto para que ele desatasse o nó do laço e liberasse a mesa.
- O que é isso? - perguntou assim que desatou o nó.
Era uma mesa como qualquer outra, mas o que não tinha visto era que aquela tinha uma cortina ao lado da mesa, que dava acesso as dançarinas irem e virem quando bem quisessem. Na verdade, aquela era uma área vip, exclusiva para eles, e naquele momento, exclusiva para o lap dance que iria receber.
- Pode se sentar. - Mason disse, indicando com a cabeça, e se sentou, indo para o meio do sofá enquanto os dois continuaram ali. A música acabou e começou uma nova, uma mulher saiu do meio da cortina vestindo um vestido de alça preto, com pedrarias em vermelho e preto. O decote ia até o meio de seus seios, deixando seu colo à mostra. Um flapper em sua cabeça, também preto, combinando com o boá e a cigarreira que tinha em sua mão.
Ela caminhou até o meio do pequeno palco ali na frente do homem e se impulsionou, segurando no pole dance para subir ao palco.
That's raging outside
Algumas pessoas perceberam que a música era ao vivo e pararam tudo para observar a mulher cantando e dançando de uma forma sensual ali.
O que ninguém estava esperando, é que todas as meninas tinham uma coreografia ensaiada para aquela música, foi uma surpresa para todos, inclusive Mason e Oliver, que não sabiam para qual das meninas olhar, uma vez que fora as que já estavam no palco, outras acabaram saindo por detrás daquela cortina e estavam seguindo a coreografia.
Are bringing on the fire
A mulher tinha os olhos fixos em , ela agarrou o pole com as duas mãos de uma forma tão natural que ele pensou o que ela não poderia fazer com ele com aquelas mãos.
Gotta shimmy your chest
It's a life, it's a style, it's a need
It's Burlesque
Um braço estava acima da cabeça enquanto o outro estava na altura de seus seios, deu um leve impulso e girou diversas vezes com um movimento tão suave que não imaginou que aquilo era possível. O corpo da menina foi perdendo a velocidade e ela colocou as duas pontas do pé no chão e então deixou que o corpo escorregasse, uma das pernas se projetou para frente enquanto a outra estava se dobrando, ela largou o pole ficando de joelhos ali no palco, e foi em direção a , mas antes que ele pudesse fazer alguma coisa ou ela descesse do palco, ela levantou e se voltou para o pole, ficando de costas para o homem, que tinha um sorriso no rosto.
A mulher mexia o corpo de um lado para o outro, se esfregando de uma forma sensual ao pole, passou uma de suas pernas por ele e deixou que o tronco caísse para trás e voltou a encará-lo, não pôde deixar de sorrir com a cara que ele fazia. Estava acostumada a dançar Express, os passos estavam todos gravados em sua mente que ela não precisava nem pensar muito sobre, era automático.
Voltou a ficar ereta ali, mas ainda de costas para o homem, levantou os braços acima da cabeça e levantou uma das pernas e entrelaçou ao pole dando uma leve girada até ficar de frente para ele.
Com as duas pernas no chão, deixou que o corpo fosse caindo, se apoiou nas pernas abertas, por mais que tivesse escuro ali, sabia bem que a calcinha poderia aparecer, mas não tinha problema nenhum, era tudo parte do show.
And finally the moment’s right
Ela começou a cantar, olhando fixamente para ele, e não era de ferro, nem um pouco. Aquela voz, aquele olhar e aquele corpo, aquela roupa, faziam com que a sua calça ficasse levemente apertada na região da virilha, ele respirou fundo sem perder o contato visual, na verdade, não sabia nem se estava piscando.
They know I got that certain savoir faire, hey
Ela estava de quatro indo até ele. Se sentou na beira do palco e abriu as pernas de uma maneira sensual, passando suas mãos pela coxa, e então desceu de onde estava.
Would happen if I let you
Close enough to touch
Ela cantou ainda sem sair do lugar, estava encostada no palco, alguns centímetros longe dele, tinha os dois braços ao lado do corpo e então com aqueles movimentos que ela fazia, segurou mais forte no estofado, uma vez que entendeu que não era para lhe tocar. Se Mason e Oliver queriam o torturar, parabéns, conseguiram.
You’ll never wanna leave
Baby that's guaranteed
Ele fechou os olhos por um momento, ele literalmente não iria querer sair daquela fantasia, imaginar o que aquelas mãos ágeis poderiam fazem em seu corpo fez com que ele soltasse um leve gemido, e quando abriu os olhos, ela parecia ter gostado da reação dele. Apesar de estar cantando, ela tinha um sorriso de lado no rosto, ou pelo menos foi isso que ele achou ter visto.
It will move you, going through you, so do what I do, Burlesque
Ela virou de costas, se apoiando no palco e empinando a bunda em direção ao homem e rebolando lentamente até o chão. Subiu passando a mão no corpo e voltou a atenção novamente para o homem sentado ali, deu um passo para frente e com uma das mãos, abriu as pernas do homem e se encaixou ali.
Boys throw it up if you want it
Cantou, levantando um pouco o vestido, mas logo o soltou e colocou as mãos nas coxas do homem, bem perto de sua virilha, e gemeu novamente. Engoliu em seco com aquela aproximação repentina, ele esperava por aquilo, mas tinha sido pego de surpresa por ela estar com a mão tão perto de seu pau.
It's Burlesque
Ela chegou bem perto de seu ouvido, e se não fosse pelo microfone, ela teria sussurrado aquela frase, e com toda certeza do mundo ele realmente estava sentindo aquilo, sentindo até demais.
Suas mãos faziam uma leve massagem ali no local e estava cada vez mais difícil para ele respirar ali, mas manteve as mãos no mesmo local, o que ela achou graça, se fosse qualquer outro, já teria tentado alguma gracinha, gostava quando a pessoa pegava no ar o que ela estava fazendo ali. Não que houvesse problema em ser tocada, mas aquele momento não era dela, era dele.
They scream and moan for more
E então ela voltou a juntar as pernas do homem e passou uma de suas pelo quadril dele, e com uma leveza se sentou em seu colo, roçando ambas as intimidades. Ela movimentava o corpo de uma forma tão leve e tão sexy que ele nunca tinha visto, a única coisa que ele queria era fazer sexo com ela ali mesmo, sem se importar com plateia, literalmente fariam um show. Na verdade, fariam um outro show, uma vez que ela literalmente estava dando um show naquele momento.
Momento que ele desejou estar sozinho em um quarto com ela, para aproveitar cada toque, cada roçada, na verdade, queria muito mais do que um simples toque.
Os olhos dela estavam brilhando, ou talvez fossem os seus próprios que estava vendo em reflexo no dela, o desejo era aparente ali, não sabia se aquilo realmente era somente um lap dance ou uma real provocação, ele sentia ela rebolar em seu colo e em algum momento que ele não se deu conta, suas mãos já estavam segurando a cintura dela, fazendo com que ela ficasse mais colada ao seu corpo, e as intimidades mais perto ainda. Ela continuava cantando e intercalando entre passar a mão em seu próprio corpo e no corpo dele, fazendo com que a temperatura subisse acima de cem graus.
Do mesmo modo com que ela se sentou em seu colo, ela escorregou para fora dele, sim, escorregou, não teve tempo de a segurar ali e ela já estava em pé, dançando em sua frente, o que ele julgou a ser a última parte da música. Com toda certeza ele havia se dado bem naquela noite.
Abriu a porta do apartamento e fechou com o pé, uma vez que suas mãos estavam muito ocupadas explorando o corpo da mulher que ele estava beijando. Ele esperou por aquele momento desde a hora em que ela o olhou de cima daquele pequeno palco. A prensou contra a porta e a beijou com mais vontade, a fazendo soltar um pequeno gemido, e ele sorriu. Ela tinha um gosto doce, mas não conseguia decifrar do que, e não se importava nem um pouco.
Passou as mãos pela lateral do corpo dela até chegar em sua bunda, onde deu um apertão, e ela colou mais seu corpo no dele, ele a segurou, fazendo com que ela desse um impulso e colocasse as pernas em volta de sua cintura e então ele caminhou até seu quarto, a jogando em sua cama e deitando em cima dela logo em seguida. O beijo tinha vontade, urgência, desejo, arfou quando a mulher esfregou seu corpo no dele, fazendo com que mais uma vez seu pênis desse sinal de vida, pedindo veementemente para sair daquela calça de uma vez por todas. Em um movimento rápido, a mulher trocou as posições, ficando em cima de .
- Espero que aproveite o show. – disse, lambendo os lábios, e depositou um beijo rápido nos lábios dele. Levantou, fazendo ele soltar um muxoxo, e ela riu.
Não tinha música nenhuma, mas ela parecia estar escutando alguma coisa, pois movimentava o corpo de um lado para o outro como se realmente estivesse em um show.
agora estava sentado na beira da cama, olhando para a mulher em sua frente, a janela completamente aberta fazia com que a luz da rua e da lua entrasse ali, dando uma visão maravilhosa para ele. Ela rebolava passando a mão pelo corpo, ora levantando o vestido, ora mexendo nos cabelos, os jogando de um lado para o outro. Ela fez o mesmo passo do show, mas dessa vez sem o pole dance, com as pernas abertas foi até o chão, e suspirou quando o vestido mais uma vez subiu, mas dessa vez, diferente de antes, ela fez questão que o vestido subisse mais, dando uma visão maravilhosa de suas coxas. Ele passou a mão pela calça, desconfortável.
Lentamente ela tirou a alça de um dos lados, deixando ela cair por seu ombro, seguia os movimentos dela como se dependesse daquilo. Fez a mesma coisa com a outra alça, e quando ele achou que o vestido iria cair, ela virou de costas e ele bufou. Uma gargalhada foi ouvida e então o vestido caiu lentamente pelo corpo dela. Ela não vestia sutiã, estava agora, ali, parada em sua frente, com o vestido em seus pés e com uma calcinha de renda preta, bem pequena, por sinal.
Ele a puxou para si, deixando que ela ficasse no meio de suas pernas, passou os dedos por ela de cima à baixo, fez um caminho na barriga e parou em seus seios. Gostava de aproveitar cada parte igualmente, quando ele contornou o mamilo, escutou um gemido e sorriu, eles mantinham o contato visual, tornando aquele momento mais intenso. Antes que ele pudesse continuar o que estava fazendo, ela pegou suas mãos e negou com a cabeça.
- Ainda não acabei meu show. – disse, divertida, e então se abaixou, ficando de joelhos em sua frente. Por um momento, ela massageou seu pênis por cima da calça e fechou os olhos, jogando seu corpo para trás, ficando apoiado em seus cotovelos, com um movimento rápido, ela abriu o zíper da calça e colocou sua mão por dentro de sua cueca. Dessa vez, ele gemeu alto e voltou a abrir os olhos.
Se soubesse que acabaria com uma mulher daquele nível assim que o Medusa fosse inaugurado, teria feito aquilo antes.
Ele levantou um pouco para abaixar um pouco a calça e aliviar aquela pressão que estava sentindo. Com agilidade, ela tirou o pênis de dentro da cueca e o contornou com a língua. gemeu novamente e fechou os olhos, aproveitando aquele toque. O toque quente da língua dela não foi nada comparado ao momento em que ela o colocou dentro da boca e começou com os movimentos de vai e vem, alternando com os toques de suas mãos.
- Você vai gozar para mim, ? - ela sussurrou e ele não respondeu nada. Ela intensificou os movimentos de vai e vem com a mão e continuou o encarando. - Não escutei, . – disse, com um tom mais alto. - O gato comeu a sua língua, foi? - e então ela o colocou na boca novamente e se contorceu, fechando as mãos no edredom que havia ali.
Não demorou muito para a respiração dele ficar descompassada e ela sorriu com aquilo antes de tirar sua boca do membro dele.
- Ainda não escutei, . - sua voz saiu rouca e ele gemeu em resposta. Estava anestesiado com os toques que recebia, a mistura de movimentos vai e vem, toques suaves, toques mais firmes, sugadas, ele sabia que não iria aguentar por muito tempo. Ela gemeu ainda com seu pau na boca e ele sentiu aquela vibração por todo o seu corpo e deixou que ele relaxasse mais ainda. Ela o tirou da boca e voltou com os movimentos de vai e vem, quando ele abriu os olhos, ela o encarava com um sorriso no rosto. Quando ela fez menção em levantar, a única coisa que saiu de sua boca foi um “não para”. Ela levantou a sobrancelha em resposta e sugou a cabeça de seu pau, ele gemeu, sentia todos os músculos prontos para liberarem toda aquela energia acumulada da noite toda.
Um barulho alto fez com que se assustasse e abrisse os olhos rapidamente. Estava sozinho em seu quarto, jogado na cama. A cabeça pesava mais do que qualquer coisa e ele gemeu em resposta ao giro que seu quarto deu.
- Caralho, , achei que estava morto. - Mason apareceu na porta do quarto e o encarava. - O que aconteceu? Que cara é essa?
O tom que ele usava parecia alguns decibéis acima do normal e se jogou na cama novamente.
- Que horas são? - perguntou e respirou fundo. Não lembrava qual a última vez que sentiu uma dor de cabeça como aquela.
- Quase duas da tarde. - Mason respondeu. - Por isso que eu vim até aqui, achei que estava morto. - ele riu e resmungou alguma coisa que nenhum deles entendeu.
- Você está com cara de quem precisa de um banho. Bora, e depois nós vamos sair para comer. Oliver vai nos encontrar lá.
- Lá onde?
- No lugar que a gente vai comer.
- E onde é?
- Não sei, por isso que eu falei para você tomar banho. Nós vemos isso depois. - Mason parecia meio impaciente, e na verdade estava. Estava morrendo de fome.
levantou a contragosto, olhou ao redor do quarto e a única coisa que achou foi sua camisa preta jogada na cadeira. Ainda usava a calça da noite anterior, não era possível que tudo fosse um sonho, era?
Levantou ainda meio relutante e foi em direção ao banheiro, tomaria um banho gelado para ver se o corpo relaxava depois daquele sonho ou daquela lembrança e torcia para que sua cabeça melhorasse. Não havia indícios ali de que alguém fora ele estivesse no apartamento, duvidaria que no restante tivesse, já que seu paletó estava ali no quarto, no mínimo teria jogado a roupa de qualquer forma pelo apartamento. Na verdade não lembrava de ir para casa na noite anterior, a última coisa que lembrava era da dança da mulher e como ela o olhava.
Saiu do chuveiro se enrolando na toalha e quando voltou para o quarto, Mason não estava mais ali, mas havia um remédio para dor de cabeça e um copo de água na cômoda. Tirou o remédio da embalagem e virou o copo de água de uma vez. Se fosse como das outras vezes, em minutos estaria melhor.
- Quer dizer que nosso amigo está com amnésia? - Oliver tirou sarro do amigo e lhe mostrou o dedo do meio. - Sério que você não lembra de sair com uma puta gostosa do Medusa ontem? - tentava ler o amigo para ver se ele estava ou não lhe zoando com aquele comentário. A mulher do sonho era loira? Não, ela era morena. Ou era loira e usava uma peruca? Não tinha ideia.
- Vocês chegaram a ir para casa? - Mason o encarou e deu de ombros. - O apartamento estava arrumado demais para dizer que uma mulher passou por lá.
Ótimo, pensou , aquilo era um maldito sonho. Um puta sonho erótico com alguém que provavelmente ele nunca mais iria ver.
- Por que estamos falando de mim, mesmo? - perguntou, colocando uma garfada de ovos com bacon na boca.
O assunto mudou da água para o vinho, se concentraram em falar da noite de estreia do Medusa, de como tudo saiu como eles haviam pensado, de como as críticas haviam sido boas para eles e o pessoal já estava preparado para o próximo show.
O show havia sido o ápice da noite, foram só elogios e a única coisa ruim que escutaram foi que foi ruim para quem não assistiu o show, uma vez que mandaram muito bem.
Não gravar, era uma regra da casa, pelo menos naquele primeiro dia, ainda não sabiam como seriam os outros dias, se a regra iria valer para todos os dias que a casa fosse aberta ou só quando tivessem alguns shows, na verdade, eles ainda não haviam pensado sobre aquilo, mas a opção mais válida era sem gravar, assim eles iriam conseguir chamar mais clientes, uma vez que a curiosidade é um grande chamativo. Sem gravar, sem fotos, sem telefone, sem dúvida alguma aquilo iria chamar a atenção pelo menos nas primeiras vezes.
Um mês havia se passado e lá estava novamente naquele mesmo lugar, dessa vez não sentia suas mãos suando ou seu corpo todo querendo entrar em combustão. Estava tranquila, seria mais uma noite em que ela iria dançar, nada novo sob o sol e muito menos sobre suas noites.
Carlotta gritava alguma coisa que ela não fazia questão nenhuma de escutar, estava terminando sua maquiagem, que diferente da outra noite, era bem mais simples e menos carregada. Passou um rímel, um contorno, um iluminador e um lápis de boca. Ótimo, pensou ao se olhar no espelho e sorriu. Os cabelos castanhos caiam como uma cascata por suas costas, os cachos estavam quase terminando de abrir por completo, e era exatamente aquilo que ela queria. Faltava menos de 30 minutos para Medusa abrir e só faltavam mais alguns ajustes em sua roupa e então ela estaria pronta.
Estava com um maiô prata aberto, e pedraria, quase do mesmo estilo da outra roupa, uma vez que a pedraria caia em vários babados por todo seu corpo. Por cima iria vestir um casaco de pele bege, não entendeu bem de onde saiu aquele figurino, mas não podia negar que havia amado o casaco e estava contente em poder vesti-lo. Arrumou o cabelo pela última vez e colocou seu quepe, novamente não havia entendido a referência, mas se sentia bem com aquela roupa.
- Sparkers. - escutou Carlotta dizendo e então se virou para a mulher. - Mudanças de planos, preciso de você na metade da noite no meio do público. - disse com os olhos grudados nela e sentiu uma súplica vindo deles, mesmo que Carlotta não dissesse com palavras.
- Ok. - se sentiu derrotada.
- Não se preocupe, é por pouco tempo. Depois você pode dançar. - abriu um meio sorriso, mas que sumiu do mesmo modo que apareceu. Carlotta não era de demonstrar seus sentimentos quando se tratava de trabalho, na verdade ela não era de demonstrar seus sentimentos nunca, mas com era diferente, ela tinha um carinho pela menina assim como ela tinha pela mulher.
sabia que ficar entre o público ela teria que servir bebidas, sentar no colo dos homens, às vezes até dançar para eles. Essa última parte não era de toda ruim, o que lhe incomodava era ter que aguentar os toques deles, que nem sempre eram dos mais cuidadosos, haviam pessoas que só porque colocavam uma nota de 100 dólares em sua calcinha achavam que poderiam fazer o que bem quisessem. Talvez com outras, não com ela.
Deu uma última olhada antes de caminhar até os casacos e o colocar, que uma força maior lhe ajudasse nessa primeira metade da noite, que ela não tinha ideia de quanto tempo iria durar, mas torcia para não arranjar nenhuma confusão.
- Hoje seremos eu, você e a Baby. - escutou alguém atrás de si falar e olhou no reflexo do espelho. Sassy estava parada com uma roupa bem parecida com a sua , mas era composta de uma maiô vermelho super colado em seu corpo e o casaco de pele era preto. Sempre invejou Sassy, a conhecia de outros locais, e se fosse homem com toda certeza iria querer uma dança daquela mulher. Sassy emanava coragem, poder, os grandes olhos verdes falavam por si só. Ela estava com um delineado que dava mais vida aos seus olhos e a boca marcada de vermelho, dando mais volume aos lábios. - Eu estou suja? - a morena perguntou e Spark negou com a cabeça, levando os pensamentos para outro lugar.
- Desculpa. - ela mordeu as bochechas por dentro. - Não tem nada sujo nem fora do lugar. Como sempre, Sassy. - respondeu com um sorriso, fazendo a outra sorrir.
- Soube que os donos vão estar aí novamente. - Spark sentiu o tom de malícia naquela frase. - E eles escolheram a dedo quem estaria fora dos palcos hoje. - deu de ombros como se não quisesse nada, e então arrumou os seios por dentro do maiô, fazendo com que eles parecessem maiores naquela roupa colada.
- Como assim? - Baby apareceu do nada. Pelo menos Spark não tinha visto de onde ela surgiu.
- Ora, minhas caras, essa noite vamos trabalhar para os patrões.
- Mas nós sempre trabalhamos para eles. - Baby disse e Sassy rolou os olhos.
entendeu o que estava acontecendo, mas não entendia o porquê dela. Tudo bem que o show da primeira noite havia sido um show e tanto, havia se sentido atraída pelo homem para quem ela havia feito aquela dança? Com toda certeza! Mas sabia que em quesito de beleza haviam outras mulheres bem mais bonitas que ela.
As três foram mandadas para o segundo andar, onde apenas os vips iam, do lado contrário dos quartos escuros. Sassy conversava animadamente, quase no colo de um homem, enquanto Baby brindava com um casal.
Como da primeira vez, o lugar estava cheio, e óbvio que para ela aquilo era maravilhoso, quanto mais interação, mais gorjeta elas iriam lucrar, e mais dinheiro para o estabelecimento e consequentemente para os seus salários.
Estava bebendo alguma coisa que ainda não sabia o que era, o gosto era suave, a cor, bem, ela não conseguia saber que cor era, sabia que era bem clarinho. Não era ruim, mas queria que fosse um pouco mais forte.
- Sparkes.. - escutou Baby lhe chamar e virou o corpo, a encarando. O casal a encarava de volta e ela sorriu para eles e concordou com a cabeça suavemente quando Baby disse para ela se juntar à eles.
- Você está tão sozinha ali. - o homem disse com um tom suave e ela arregalou os olhos. - Uma mulher bonita não deve ficar sozinha, se junte a nós. - ele indicou o espaço vazio no sofá. Ela se sentou sem pensar muito, na verdade não estava sendo paga para pensar e sim agir.
- Pegue uma taça e brinde conosco. - a mulher disse, sorrindo, e então ela olhou para o homem, que tinha um sorriso no rosto indicando que ela fizesse o que a mulher disse.
- Como estava dizendo... - Baby pigarreou e todos voltaram a atenção para ela. - Spark é uma das melhores, se não a melhor dançarina que eu conheço. - arregalou os olhos para a amiga enquanto a outra sorria. - Foi ela que deu aquele show na primeira noite. Vocês estavam aqui na noite de estreia?
- Ele estava, eu infelizmente não pude vir. - a mulher respondeu sem graça.
- Quem sabe hoje não seja a noite de sorte de vocês? Spark pode mostrar o dom dela. – disse, passando a língua nos lábios e então ela entendeu o que estava acontecendo ali. Estava desacostumada a tentar arrancar dinheiro dos clientes, era mais fácil estar dançando nos palcos enquanto o dinheiro literalmente chovia em cima de si.
Ambos vibraram em resposta e Spark sorriu, levando o copo aos lábios. Cruzou as pernas lentamente, dando uma bela visão de suas coxas, uma vez que quando estava em pé, o casaco acabava cobrindo um pouco mais abaixo de sua bunda. O homem suspirou enquanto a mulher a encarou de cima abaixo e bebeu um gole da bebida.
Não conseguia negar que aquele champagne era mil vezes melhor do que aquilo que estava bebendo antes. Óbvio que a bebida delas tinha menos álcool, bem como elas eram instruídas a não passar dos limites para que não desse problema nenhum. Elas podiam beber o quanto quisesse enquanto estavam com os clientes, mas dentro das normas. Sabiam bem que algumas meninas acabaram perdendo o emprego por falta de cuidado com os cumprimentos das regras.
- Oh, é claro. - o homem riu, tirou algumas notas do bolso do paletó e colocou no bolso do casaco de Spark, que o encarava, não fez menção de olhar para a quantidade que havia ali, sorriu em resposta e ele fez a mesma coisa.
Uma música nova começou a tocar e Spark virou o resto do conteúdo do copo e levantou o corpo quase em câmera lenta. Ofereceu a mão para que Baby pegasse e ela aceitou sem pestanejar, S. sorriu e virou a menina de costas enquanto ela batia palmas no ritmo da música. Dance do Big Sean tocava nos autos falantes e algumas meninas faziam lapdance enquanto as que estavam nos palcos faziam uma coreografia que S. achou que com toda certeza não foi ensaiada antes.
S. passou as mãos no corpo de Baby, fazendo o casaco de pele subir e mostrando a bunda coberta apenas por uma pequena fenda que o maiô tinha. Deu um tapa na mesma, fazendo a menina dar um pulinho e o homem rir.
Baby virou de frente para o casal e desceu lentamente, passando as mãos pelo corpo de Spark enquanto ela rebolava ao ritmo da música. Subiu fazendo a mesma coisa, passando os dedos em todos os lugares, tendo plena certeza de que o homem queria estar em seu lugar, e era exatamente aquilo que ela queria. Quando chegou na parte superior, contornou a parte amostra dos seios sem tirar os olhos do homem. Baby sabia muito bem que Spark não gostava que os clientes a tocassem, então aproveitava daquilo para poder fazer os clientes a desejarem ainda mais. As pedrinhas penduradas faziam cócegas em seus dedos, seguiu a alça do maiô até chegar no casaco de pele e o empurrou pelos ombros, fazendo com que ele caísse aos pés da mulher.
Spark estava arrepiada com aquele toque suave, o que fazia com que ela abrisse um sorriso, e quando o casaco caiu no chão, foi seu momento. Ela viu como a mulher a encarou quando suas coxas apareceram, seria ela mesma que ganharia uma dança. Deu um passo até ficar bem próxima da mulher, virou de costas rebolando em sua frente e foi até o chão de forma sensual. Dançou daquela forma por alguns segundos antes de virar de frente para eles e apoiar suas mãos dos dois lados do corpo da mulher e subir lentamente bem perto de seu corpo.
O homem segurou seu braço e quando ela pensou em falar alguma coisa, Baby já havia sido mais rápida.
- Com toque, o preço sobe. - disse meiga, com um sorriso sacana no rosto. O homem tirou uma nota do bolso e lhe entregou. Baby guardou no bolso. Spark tirou o quepe e colocou na cabeça da mulher e ela riu, arrumando o cabelo enquanto a outra continuava a dançar. Por um breve momento pensou em continuar nela, mas com toda certeza o homem lhe daria muito dinheiro se ela o provocasse direito. Rodou até que ficasse a alguns centímetros das pernas do homem e sorriu maliciosa. Segurou as duas coxas dele e abriu suas pernas, sem nenhuma cerimônia se colocou ali no meio. Por um breve momento, ela massageou o interior da coxa dele chegando bem perto da virilha, o que o deixou desnorteado por um breve momento, até que ele levou as mãos para a cintura dela e ela riu. Ele entendeu aquilo e voltou as mãos para o lado do corpo. Da mesma maneira que ela abriu as pernas dele, ela as fechou e se sentou em seu colo. Passou as mãos pelo pescoço do mesmo, arranhando seu pescoço e chegando até a sua nuca, onde puxou os cabelos para trás, fazendo ele deitar com a pressão.
Ela rebolava em cima dele, ora com movimentos lentos e suaves, ora se esfregando, mostrando para o que ela estava ali. No momento em que ela pensou em voltar com os movimentos suaves, ele segurou sua cintura, fazendo mais pressão para ela continuar aquele movimento. S. tirou as mãos do cabelo dele e passou a segurar suas mãos. Fez com que ele a largasse e levou seus braços para cima de sua cabeça enquanto ainda movimentava seu corpo em cima dele.
- Sem toques lembra? Isso vai ter consequências. - disse em seu ouvido e deixou uma mordida no lóbulo de sua orelha.
Com a mesma destreza que sentou, ela levantou do colo dele assim que a música acabou. Ele suspirou e ajeitou o volume de sua calça que estava bem aparente. Ele tirou algumas notas do paletó e entregou para Baby, que pegou sorrindo.
Abaixou para pegar seu casaco e sentiu alguém lhe encarando. Levantou o corpo e olhou em direção aos olhos que comiam seu corpo, e ali nas escadas estava parado. O mesmo olhar do dia de abertura estava lá, os olhos tão brilhantes como antes.
Ele abriu os braços e um sorriso brotou em seus lábios.
- Martin, Vivien. - ele disse, olhando para o casal com quem ela estava.
- Veja só, se não é a estrela do local. - a mulher disse, levantando e indo abraçar o homem.
- Nem perto de ser uma estrela. - respondeu ainda com o sorriso no rosto. Não demorou muito para que Mason aparecesse por ali também. Não cumprimentando só o casal que estava ali, como o homem que Sassy conversava, que só naquele momento Spark viu que se tratava de Oliver.
- Vocês estão de parabéns! - o homem voltou a falar. - Não só pelo local, como pelas dançarinas. - a mulher deu uma leve risada ao seu lado. - Essas belezinhas me levaram pelo menos uns 500 dólares. – disse, causando risadas em todos.
- Nunca vi esse homem gastar dinheiro tão rápido. - a mulher comentou e negou com a cabeça.
- Ossos do ofício. - deu de ombros com um ar sacana. - Mas fico feliz em saber que elas estão fazendo bem seus trabalhos. - ele olhou para as duas e sorriu. Sassy ainda estava mais atrás deles com Oliver.
Sassy havia sumido com Oliver fazia algum tempo, Baby continuava animadamente uma conversa com o casal e mais algumas pessoas que estavam junto agora, Spark estava cansada de ficar sentada sustentando alguns sorrisos, havia interagido até aquele momento, mas estava em seu limite, queria estar em cima de algum palco dançando, liberando toda aquela energia que tinha dentro de si. Pediu licença e levantou do sofá, atraindo alguns olhares, mas logo em seguida voltaram todos a conversar. Todos menos um, seguia cada movimento da mulher.
Spark desceu as escadas, mas antes trocou algumas palavras com Bouncer, que estava parado na escada, e os dois riram, se sentiu incomodado com aquilo, diferente de quando ela estava sentada, aquela risada pareceu verdadeira, e por algum motivo ele queria ter sido o motivo da risada.
Havia passado um bom tempo com a mão apoiada nas coxas da mulher, foi algo automático depois dele pedir para que ela se sentasse ao seu lado. Martin até zuou que para o chefe ela não cobrava, e então ele se tocou sobre a regra dela, sem toques. Tirou um maço generoso do bolso e entregou para a mulher, que apenas encarou aquele dinheiro todo em sua mão e abriu um sorriso, negando com a cabeça. Ele insistiu, e com muito custo, porém com um movimento certeiro, ela tirou o dinheiro das mãos dele e guardou no bolso do grande casaco de pele que estava ao seu lado. “Regras são regras” foi o que ele havia dito para ela e então todos sorriram.
Ficou mais um tempo ali, fingindo que estava escutando o papo, até balbuciava algumas respostas, mas nada que realmente ele estivesse prestando atenção.
- Já volto. Vou ver se está tudo em ordem. - comentou e não esperou nenhuma resposta. Ajeitou o terno no corpo e desceu as escadas assim como a mulher fez minutos antes. Não tinha ideia de para onde ela tinha ido, e não tinha como sair simplesmente perguntando para as pessoas, sabia que aquilo iria causar um burburinho, e de certa forma meio desnecessário.
Caminhou lentamente até a porta externa e abriu, sendo recebido por um vento gelado. Se certificou que não havia ninguém saindo atrás de si antes de fechar. Quando virou, Spark estava ali, com os cabelos voando em todas as direções enquanto ela tentava inutilmente arrumar eles em volta de sua mão. Ele riu e ela levou um susto, percebendo que havia mais alguém fora ela ali.
- Não queria te assustar, desculpa. - disse, a encarando ainda de longe. Ela continuava olhando para cima, onde ele estava, mas agora já havia conseguido domar os cabelos e conseguia ver quem estava ali.
- Sem problemas. - ela deu de ombros, mostrando que estava tudo bem. Tinha uma mão ao lado do corpo com um cigarro nela. Sabia que tinha a área dos fumantes, mas preferia não fumar na frente dos outros.
- Tudo bem? – perguntou, descendo as escadas sem perder o contato visual com a mulher. Já não sentia mais o vento gelado, aquela troca de olhares foi capaz de esquentar tudo.
- Tudo. - ela abriu um sorriso. - Você precisa de alguma coisa? – perguntou, sem graça.
- Não, tudo certo. - concordou com a cabeça e ela fez a mesma coisa. Quando ela ousou a se mexer, voltou a falar. - Está fugindo de mim?
Spark riu sem graça.
- Teria algum motivo?
- Me diga você. - passou a língua pelos lábios. - Teria motivo para tal coisa?
- Não. - ela negou com a cabeça, jogando o cigarro no chão e o apagando. Estava inteiro, e ele percebeu aquilo. Ela se abaixou, pegando o cigarro do chão.
Teria sido mais fácil apagar na parede, pensou ele, porém não disse nada.
- Ótimo. - respondeu com um sorriso de lado e ela retribuiu, ainda sem jeito. - Você sabe que tem uma área de fumantes lá dentro, não sabe? - jogou com um tom não tão sério, provavelmente ela sabia daquela informação.
- Sim, é só que… - por um momento ela pensou se continuava a falar, o olhar que ele a lançou para que ela continuasse fez com que ela suspirasse. Não costumava falar sobre si enquanto estava trabalhando. - Não acho que seja certo fumar juntos com os clientes. – disse, porém não toda a verdade.
- Mas de certa forma isso faz com que eles gastem mais, não? - achou que precisava puxar assunto, queria conhecer um pouco mais aquela mulher.
- Sim. - ela pareceu pensar por um momento e ele riu. - É diferente você ir fumar com um cliente e ir fumar com os clientes. - conseguiu colocar seus pensamentos no lugar.
- Entendi. Bom, se quiser, te deixo sozinha para fumar. Se bem que, aparentemente, você já acabou. - apontou para o cigarro inteiro na mão dela enquanto falava.
- Não, tudo bem. Só não estava esperando que alguém fosse aparecer, e bom, eu não fumo. - ela fez uma careta e riu.
- Mas você estava com um cigarro em mãos.
- Nem tudo o que reluz é ouro. - a mulher deu de ombros. - O frio e a fumaça me dão uma certa liberdade para pensar. - deu de ombros.
Fazia sentido, já que ela apagou o cigarro inteiro, pensou , porém não entendia o porquê alguém iria gastar com cigarro, já que não fumava.
Por um momento, ninguém disse mais nada, conseguia ver que ela estava um tanto quanto desconfortável naquela situação.
- Você se importa se eu fumar? – perguntou, tirando um cigarro do bolso, e ela negou com a cabeça. Levou o cigarro até a boca e pegou o isqueiro, acendendo o mesmo. A mulher observava todos os movimentos dele. percebeu e riu. Ela piscou várias vezes e balançou a cabeça.
- Desculpe. Melhor eu entrar.
- Não, tudo bem se quiser ficar. Eu sei que a minha beleza pode ser um pouco desnorteante. - ele tentou quebrar aquele clima que se instalou e ela riu. - Você não é muito de falar, não é?
- Em tese, eu sou paga para dançar, e não falar. - aquelas palavras saíram de uma maneira que ela não conseguiu controlar e de certa forma até se achou grosseira por aquilo.
- Vou deixar isso anotado.
- Céus, desculpa. - ela negou com a cabeça. - Se quiser, eu falo a noite inteira, mas só não me mande embora.
- Mandar você embora? - ele pareceu surpreso.
- Eu acabei de ser grossa com você, e bom, você é meu patrão, no mínimo eu teria que estar jogada aos seus pés.
- Ah. - deixou escapar uma risada. - Mas o anotado foi justamente por hoje você ter sido tirada dos palcos e colocada com os clientes. - ela riu, sem graça, e negou com a cabeça.
- É por isso que eu evito falar com os clientes. - ela ergueu o dedo como se apontasse para ele enquanto falava.
- Ainda bem que eu sou seu patrão. - ele segurou um riso e ela rolou os olhos.
- O que torna essa situação mais vergonhosa ainda.
- Vergonhosa para quem?
- Para mim? – disse, rindo.
- Pense nisso como um quebra gelo.
- Só se esse gelo quebrado eu martelar na minha cabeça. - gargalhou.
Ela era bem diferente do que ele estava pensando, não que tivesse alguma opinião formada sobre ela antes, mas de certa forma aquelas provocações que naquele momento ele viu que não passavam do personagem que ela interpretava enquanto estava em cima dos palcos, e por um lado ficou sem jeito, principalmente depois que a lembrança do sonho lhe veio à cabeça. O jeito que ela brincava com ele, que o colocou na boca, caralho, pensou , lembrando dos toques e se perguntando se ela de verdade seria tão bom ou melhor do que no sonho.
Enquanto ele fumou, ficaram os dois ali fora, sabia pouco sobre a mulher em sua frente, mas de uma coisa ele tinha certeza: queria descobrir quem ela era. Mas isso talvez não fosse tão fácil.
Um mês se passou desde aquela aproximação entre os dois e por algum motivo ele não tinha mais visto Spark pelo local. Na primeira vez que ela não apareceu, ele não falou nada, afinal, não queria que ninguém ficasse achando alguma coisa, sabia muito bem como os amigos eram, se ele perguntasse da mulher, logo eles iriam levar uma coisa à outra: ela era a mulher do sonho que havia tido. Por mais que tivesse passado um bom tempo do acontecimento, eles não eram dos que esqueciam as coisas facilmente, principalmente se eles pudessem zoar com tal fato.
Na semana seguinte, ela não apareceu também. Teve que segurar a língua por mais um dia, mas sua vontade era de perguntar para Carlotta se havia acontecido alguma coisa, vai ver que ela tinha pedido demissão depois do encontro dos dois.
Não, ela não tinha cara de quem pedia demissão, pelo menos era nessa possibilidade em que ele estava se agarrando. O lugar estava quase para abrir quando ele chegou, e a imagem do último encontro não saia de sua cabeça.
Flashback ON
Terminou de arrumar o cabelo, passando o pente para arrumar os fios, e estava pronto. Iria ao Medusa um pouco antes para resolver algumas papeladas, torcia para que a mulher estivesse lá naquela noite, tinha lhe comprado um presente e estava ansioso para ver qual seria a reação dela. Na verdade, não sabia se era do gosto dela, Carlotta havia dito que aquilo talvez lhe pudesse agradar e então ele disse que seria aquele mesmo. Confiava na mulher, afinal ela conhecia a outra muito mais do que ele.
Pegou as chaves do carro junto com a carteira e chamou o elevador. Não demorou para que ele chegasse, apertou o botão da garagem e esperou o seu destino final. Dessa vez, ninguém entrou no elevador junto, o que ele agradeceu, não que não fosse alguém educado, mas estava com a cabeça em outro lugar para pensar em bater papo furado com seus vizinhos.
Havia ligado o carro e o som de seu celular se fez presente, como estava ligando ao Bluetooth, atendeu pelo botão do volante.
- Alô?! - atendeu sem olhar para o número ou o nome que estava na tela e sim prestando atenção em todos aqueles pilares que já conhecia de olhos fechados.
", querido, sou eu, Margaret", a voz se fez presente e ele suspirou aliviado e abriu um sorriso, assim como sabia que a senhora do outro lado da linha também tinha.
- O que devo a honra de sua ligação? E me desculpe pelo tom hostil.
"Não tem problema.” Sabia que pela maneira que ela respondeu, havia abanado a mão no ar como se realmente não ligasse. “Amanhã estarei fora da cidade, e, bom, tenho uma encomenda para você aqui."
- Mas eu não encomendei nada. - por um momento ele pensou se realmente havia encomendado alguma coisa sem que estivesse lembrando, mas não, definitivamente não tinha feito encomenda nenhuma.
"Eu sei, são por conta da casa!" a empolgação que ela tinha na voz causava algo bom em , era a figura feminina que mais se aproximava de uma mãe para ele. "E eu sei muito bem que o senhor não gosta de comemorar seu aniversário, mas não tinha como eu deixar que ele passasse em branco. Então como não estarei na cidade, deixo meu presente antecipado."
- Você sabe que não precisava se incomodar comigo.
"Sim, por isso que eu fiz porque eu quis!"
riu. Não tinha como competir com aquela mulher.
- Estou alguns minutos da confeitaria, já chego aí. – disse, virando o volante e dando sinal para o outro lado, saindo do caminho inicial.
"Obrigada, ." E então ela desligou. Margaret e sua mania de nunca se despedir nas ligações. Não levaria mais de 10 minutos para chegar na confeitaria se o trânsito estivesse ao seu favor, e se não estivesse, estava tudo bem também. Tempo ele tinha de sobra.
Parou na vaga de sempre, o lugar estava como o de costume: cheio.
Desceu do carro e escutou duas pessoas conversando, olhou ao redor mas não tinha ninguém visível. Na verdade, o homem estava mais gritando do que falando. nunca entendeu como alguém conseguia falar naqueles tons, dava para contar nos dedos das mãos quantas vezes havia levantado a voz, tinha um jeito tão calmo que era difícil ser tirado do sério. O rapaz falava tão rápido que ele mal conseguia entender o que ele estava falando. Não que estivesse tentando saber, mas era inevitável escutar. Foi caminhando até as escadas, mas parou quando conseguiu ver o casal que conversava.
O homem tinha uma de suas mãos apoiada na parede, ficando de frente e prendendo o corpo da menina entre o seu e a parede. Enquanto a mulher tinha as duas mãos apoiadas em seu peito, tentando o afastar. Ele falava bem perto de seu rosto, que estava inclinado para o lado. Seus olhares se cruzaram e ele não saiu do lugar.
Mesmo as alturas consideravelmente diferentes, ela não se deixava intimidar pelo homem que gritava em seu ouvido e não pensou antes de começar a andar até os dois. Ela movimentou a cabeça imperceptivelmente, mas isso não foi capaz de fazer parar de andar.
O homem percebeu que a atenção já não estava mais voltada para si e então virou a cabeça, observando o que a mulher olhava. Sua expressão já não era uma das melhores, e vendo o outro caminhar até eles não melhorou em nada. Os dois se encaravam e parou em uma distância considerável dos dois.
- Lo conoces? - perguntou o homem, apontando com a cabeça em direção a , e depois se virou para a mulher, que concordou com a cabeça. - Posso ajudar? - perguntou na língua que conseguia entender e não na outra que falava com ela.
- Queria saber se está tudo bem aqui. - disse sem nenhuma emoção e desviou o olhar para a mulher.
- Todo es maravilloso. - respondeu da mesma maneira sem emoção nenhuma naquela língua que ele não entendia, mas não aceitou aquela resposta. Não pela maneira que eles estavam.
- Não se preocupe. - respondeu a mulher dessa vez. A voz dela estava calma, do mesmo modo que estava em sua última conversa. deixou os ombros relaxarem por alguns segundos. - Joe, por favor. - ela pediu, fazendo ele virar a cabeça para ela. - Hablaremos de eso más tarde. - ela franziu os lábios e continuou encarando o homem em sua frente sem piscar. Pegou uma chave do bolso e o entregou. O homem bufou e então saiu de cima dela.
- ¿Quién es él? ¿Tu proxeneta? - não sabia por que, mas sentiu uma raiva subir por seu corpo com aquelas palavras que ele nem sequer havia entendido, mas do modo que sairam da boca dele, não era coisa boa.
Ela negou e o homem riu, incrédulo.
- Más tarde. - ele repetiu as palavras da mulher e saiu, pisando duro. Nenhum dos dois se mexeu até que Joe já não tivesse mais sob o olhar deles.
- Me desculpe. - ela disse, sem graça.
- Você está bem?
- Sim. Na verdade, já estou acostumada. - ela deu de ombros e sorriu minimamente. arregalou os olhos, a encarando. Ela queria dizer aquilo que ele entendeu? - Céus, não.. - ela balançou a cabeça como se pudesse ler os pensamentos dele, mas na verdade ela só leu a expressão mesmo. - Joe nunca me bateu. Ele tem essa pose de machão, mas quem o conhece sabe que ele é uma boa pessoa. - ela sorriu.
- Mesmo?
- Sim, já vi meu irmão batendo em alguns caras que já mexeram comigo, mas nunca em mim.
Irmãos, eles eram irmãos. Por uma fração de segundos, processou aquela informação que lhe foi muito útil.
- Ele não é daqui, não é?! - ela negou. - Você também não? - ela não parecia ter sotaque, pelo menos ele não percebeu.
- Eu sou, meu irmão nasceu na Espanha.
- Ah. E eu posso saber do que ele me chamou? De namorado que não foi.
Ela riu, sem graça, e então ele entendeu.
- Ah! - coçou a nuca enquanto ela ria. - Ok, por isso que ele pronunciou daquela forma.
- Assim como meus pais, Joe nunca gostou do que eu faço. Apesar deles terem metade do meu salário para os ajudar em casa. - ela deu de ombros.
- Eles sabem que você dança em casas noturnas?
- Aham.
- Uau.
- O quê?
- Nada. Quer dizer, é corajoso da sua parte dizer isso a eles.
- Na verdade, não foi uma escolha minha contar.
- Por quê?
- Você deve ter coisa melhor para fazer do que saber da minha vida, . - ela coçou a nuca, sem graça, e depois ajeitou os cabelos em um coque alto. - Além do mais, Carlotta deve estar atrás de mim uma hora dessas, disse que vinha pegar uma encomenda e já voltava. Porém.. Bom, você chegou para ver.
pensou por um momento sobre o que ela sempre disse sobre não se envolver com clientes, ela não se envolvia, pois assim passaria uma imagem menos pior do que fazia para os pais? Fazia sentido, a mulher era uma dançarina e não uma acompanhante. Havia uma grande diferença entre aqueles dois trabalhos, e ele agora sabia que não colocaria mais a mulher naquelas situações. Lembrava bem de como ela havia ficado sem graça ao estar no meio de todos, apesar de fazer um excelente trabalho.
Flashback OFF
De certa forma, eles haviam se aproximado com aquela conversa, descobriu mais sobre a vida pessoal dela, de como ela trabalhava para se sustentar e ainda mandava uma quantia para seus pais no fim do mês, sobre o incidente que levou os dois se aproximarem naquele dia, soube que o irmão dela tinha vindo mais uma vez ver se ela estava bem e se já havia largado aquela vida, já que não era digna de uma mulher de respeito.
Ela dançava desde pequena em competições, inclusive já tinha participado de várias com o irmão, mas ele tinha largado aquela vida e ido ajudar o pai na loja que eles tinham.
Ficar presa naquela loja foi algo que ela nunca quis, e dançar fazia com que ela tivesse menos tempo para ajudar a família com aquilo, e ainda sim trazer dinheiro para dentro de casa. Foi em um desses concursos que ela conheceu uma amiga que disse que dançar à noite trazia vários benefícios, inclusive da quantia alta de dinheiro, óbvio que ela aceitou o convite depois da insistência e dos grandes planos que a mulher alegou conseguir fazer com o que ganhava. No começo, ela gostava, era uma escola de dança de dia e uma casa noturna no período na noite, a cada cliente com que ela dançasse, ganhava uma quantia, e se fosse boa o suficiente, ela ganhava gorjeta de cada um deles. Mas isso mudou depois de um tempo, o dono do estabelecimento viu um potencial na mulher que poucas tinham, e foi então que depois de um ano dançando no mesmo lugar, a sua ruína veio.
O homem queria que ela dormisse com os clientes, fazendo com que eles gastassem mais e consecutivamente rendessem mais dinheiro para ele. Ela não aceitou, não era aquele tipo de mulher, de certa forma admirava as que conseguiam, não tinha problema nenhum com sexo, mas não iria fazer com aquelas condições. E foi assim que teve que pedir para seu irmão ir lhe buscar, pois o dono do estabelecimento dizia que ela não poderia sair de lá até cumprir as suas ordens.
Quando chegaram em casa, Joe estava transtornado com a ideia da irmã se deitar com um qualquer em troca de dinheiro, seu pai não ficou muito longe de ter a mesma reação, a mãe por outro lado se sentia traída por ver a filha naquelas condições. Sempre tentou dar tudo do bom e do melhor, e isso adiantou para quê? Para transformar a filha em meretriz.
Assim como ele agora sabia da história dela, ela sabia a dele. Diferente da história dela, a dele não tinha muita emoção, nasceu e cresceu naquela cidade, boa parte de seu dinheiro veio da família de sua mãe, porém seu pai sempre trabalhou duro para ter suas coisas e ambos lhe ensinaram aquilo, que por mais que ele viesse de uma família com dinheiro, aquilo não caía do céu, sempre teve tudo do bom e do melhor e as coisas que gostava ele tinha porque mereceu. Ambos lhe ensinaram a ser uma pessoa humilde e que fizesse por merecer, pois sabiam muito bem que nem todos tinham o dinheiro que eles tinham, e precisavam batalhar muito para conseguir sobreviver e levar uma vida sem tantas preocupações.
A ligação que se fez presente no primeiro contato entre os dois se manteve ativa em todos os momentos, e de certa forma, sentia aquele sentimento ali agora, seria aquilo dizendo que Spark estava ali?
Os três sempre estavam de olho em possíveis problemas a surgir, mesmo que cada um tivesse uma função principal na divisão do local, cuidado nunca era demais. caminhava observando e fazendo algumas notas mentais, gostava de falar com quem trabalhava para entender como estava sendo o trabalho de cada um e se teria como melhorar ou fazer alguma coisa diferente. Apesar de prestarem muita atenção no feedback dos clientes, manter o clima bom entre os empregados valia muito mais do que qualquer feedback.
- Pediram para lhe entregar este papel. - um barman disse, aparecendo em sua frente do nada. pegou o papel da mão do homem e agradeceu, dando alguns passos antes de abrir o papel.
Obrigada.
Era a única coisa escrita naquele papel, a caligrafia estava escrita em perfeição com uma caneta vermelha que jurava que brilhava naquela luz. Um sorriso brotou em seus lábios e por um momento desejou que tivesse mais coisa escrita naquele pedaço de papel, na verdade, desejou que ela falasse aquela palavra pessoalmente. Mas só pelo fato dela estar ali naquela noite e provavelmente usando o que ele lhe comprou, já estava valendo. Mesmo que não tivesse nome ou alguma assinatura, ele sabia bem de quem era aquele obrigada. Spark não teve chances de usar o presente que ele a comprou na outra noite, na verdade, ele nem havia lhe entregue, achou que não era o melhor momento, ainda mais depois de saber que o irmão dela estava na cidade e ainda achava que ele era seu cafetão.
usou todo o tempo que tinha antes da casa abrir para olhar todos os cantos e até mesmo alguns papéis que estavam em cima da sua mesa, no andar de baixo que tinha somente para resolver qualquer problema do lugar. O relógio estava prestes a dar meia noite e então o show iria começar de verdade. Na verdade, a casa já estava aberta desde às 23h, porém, quem ele queria ver só estaria nos palcos depois da 00h.
Guardou tudo o que precisava guardar e chaveou a gaveta. Levantou da cadeira e andou até a porta, também a trancando assim que saiu. A luz já estava mudando, indicando que o show estava prestes a começar. Subiu as escadas mais rápido do que conseguia, torcendo para seus pés lhe acompanharem, e seguiu em direção ao bar. Pediu uma dose dupla de whisky e foi em direção ao seu lugar preferido, a primeira mesa.
A música começou a tocar e as mulheres começaram a aparecer, mas a única que tinha sua total atenção não estava ali. Onde estaria Spark? Ela havia lhe respondido, não? Estaria ela com algum outro cliente? Virou todo o conteúdo que tinha em seu copo de uma vez e continuou olhando para as mulheres dançando em cima dos palcos.
O show estava bom, não era um dos melhores que ele já tinha visto, mas o que prendia sua atenção não estava ali.
- , pediram pra você dar uma olhada no quarto VIP. - Mason bateu em seu ombro e um vinco se formou no meio de suas sobrancelhas e ele levantou, tentando não chamar a atenção. Riu com aquele pensamento, óbvio que ele não iria atrapalhar ninguém, ninguém estava prestando atenção nele.
Subiu as escadas e Bouncer estava parado na frente de uma das portas da área VIP, assim que viu , ele indicou a porta com a cabeça, e quando ele estava perto o suficiente, abriu a porta. O quarto estava vazio, ou pelo menos foi isso que pensou. Novamente Bouncer indicou o quarto com a cabeça e então ele entrou ali. Ouviu a porta se fechando atrás de si. Aquele era o maior dos quartos, todos eles eram à prova de som justamente para nenhum engraçadinho tentar alguma coisa, mas por precaução, havia um botão do pânico para que as meninas pudessem chamar alguém caso algo acontecesse. A luz ambiente caiu, deixando uma luz avermelhada assim como estava fora do quarto.
Spark saiu do banheiro quando os primeiros acordes de uma música se intensificaram no quarto. Ela usava o corpete que ele havia lhe comprado. Assim como as outras duas vestimentas, ele era cheio de pedras, mas diferente das outras, aquelas haviam pedras verdadeiras sobre o tecido. Um corpete preto com pedras pratas e pretas que havia caído perfeitamente em seu corpo.
Ela se movia no ritmo da música, que depois de um tempo ele entendeu que era Crazy In Love, mas com uma versão muito diferente da original. Ela deixou que a máscara que estava em seu rosto caísse no chão e continuou movimentando o corpo até chegar bem perto dele. Sua boca estava muito mais chamativa que antes, com um batom vermelho dando mais volume para ela, e ela vendo que ele encarava sua boca, sorriu. A mesma tentação da primeira noite se fez presente e ambos sorriram. Spark passou as mãos pelos ombros dele e deu a volta em seu corpo, deixou que as mãos percorressem todo o corpo do homem enquanto ela ia até o chão, e quando subiu, seus dedos fizeram o mesmo caminho, mas dessa vez parando na camisa branca que ele usava. Com um movimento, puxou a barra da camisa de dentro da calça e começou a abrir os botões. observava cada movimento que ela fazia e, de repente, quando ela tocou os dedos em sua barriga, ele soltou o ar que nem sabia que havia prendido.
Em questão de segundos ele havia sido jogado sentado na cama enquanto ela estava de pé em sua frente.
Ela virou de costas e tocou todo seu corpo conforme o ritmo da música, arranhava o pescoço e gemia de vez em quando no momento que sua unha ficava mais intensa em sua pele. Ela rebolou algumas vezes antes de ficar de joelhos em sua frente, apoiando as mãos em suas coxas, e suspirou. Ela apertou as mãos ali antes de levantar e inclinar seu corpo um pouco mais para frente, ele conseguia sentir a respiração bater em seu rosto. Mais uma vez ela virou de costas e apoiou o corpo para frente, empinando a bunda bem na frente dele, conteve um impulso de espalmar as mãos ali.
- Você quer me tocar, ? - a voz dela saiu rouca e baixa devido à sua posição, e ele engoliu em seco. Ela passou as mãos pelas pernas e chegou até sua bunda, onde ela apertou e fincou as unhas. - Você quer, não quer? - e então ela se virou de frente para ele. Colocou as mãos em seu pescoço e foi subindo até os cabelos dele. - Você está se controlando para não me tocar, ? - ela estava o provocando e ele estava gostando aquilo.
O modo que ela balançava seu corpo de um lado para o outro, para frente e para trás. O sorriso sacana em seus lábios, o modo em que ela o estava seduzindo, ora com toques leves, ora com uns mais precisos.
- Nem todo o dinheiro do mundo pagaria pelas coisas que eu queria fazer com você neste momento. – disse, apertando as mãos no lençol.
- Hmm. - ela gemeu em resposta e então passou as pernas por sua cintura, mas não sentou em cima dele, estava apoiada na cama. Seus corpos estavam prestes a se tocarem, queria aquilo desde o primeiro dia, e ele sentia que ela também.
- Se eu fosse você, eu pararia neste momento. - suas mãos se firmaram mais ainda no que estava segurando.
- Mas eu nem comecei. - ela fez um bico e se sentou em cima dele, os dedos brincando com seus cabelos faziam com que ele segurasse um gemido. - Eu sei que você está me olhando porque eu tenho o que você precisa. - sussurrou em seu ouvido e fez a menção em levantar, mas ele foi mais rápido e a segurou pela cintura. Ela reagiu àquele toque, chegando mais perto dele, deixando seus seios quase na altura de sua boca.
- Pensei que você não se envolvia com clientes. - foi a vez dele sussurrar e ela riu.
- Sorte a minha que você é meu patrão. - e foi aquilo que bastou para que puxasse aquela mulher para si e trocasse de posição, fazendo com que ela ficasse deitada na cama enquanto ele ficava por cima. Colocou sua boca na dela com uma urgência e um desejo que ele estava deixando guardado até o momento certo. Era como soltar um animal enjaulado que sabia muito bem o que tinha que fazer. Naquela noite, nada mais importava, contanto que ela continuasse ali na cama com ele.
Fim!
Nota da autora: Me desculpem por ter cortado o barato, mas eu estou querendo fazer uma shortfic maior para esse casal e achei que seria uma boa terminar assim; eles merecem uma continuação, não é? Enfim, muito obrigada por chegado até aqui, se gostou deixe um comentário, quero saber o que você achou, ou uma sugestão. Isso me ajuda muito nas futuras histórias.
Nota da beta: A gente sabia que as regras iam mudar, né? hahahah Eu passei a fic toda ansiosa depois daquele sonho dele, meu Deus hahahah adorei! <3
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Nota da beta: A gente sabia que as regras iam mudar, né? hahahah Eu passei a fic toda ansiosa depois daquele sonho dele, meu Deus hahahah adorei! <3