Capítulo Único
Looking at it now, it all seemed so simple.
28 de Março de 2009
- Pode, por favor, parar de ser insuportável e vir até aqui? – insistia, enquanto caminhava rapidamente à sua frente com uma long neck na mão. A música estava insanamente alta e a festa estava incrivelmente animada, até se dar conta de que eram muitas garotas ao redor de e que seu coração estava cada vez menor. Apesar de seu melhor amigo, ele parecia desconhecer os efeitos que tinha sobre ela e o quão fácil era pra ele magoá-la sem perceber.
- , estou falando com você! – ele finalmente a alcançou e passou à sua frente, encurralando-a contra a parede suja da casa.
- O que foi? – ela perguntou evitando olhar em seus olhos. Queria desesperadamente sair dali.
- O que foi pergunto eu! Porra, está cada vez mais difícil entender o que se passa na sua cabeça. É sempre a mesma coisa, . Uma hora está tudo bem e de repente não está e você nem sequer me fala o porquê.
- Está tudo bem, . Eu só quero tomar um ar. – tentou se desvencilhar da praga à sua frente, mas mais uma vez foi impedida.
- Por favor, só... me diz. – ele parecia aflito. O olhar dele voava sem parar por seu rosto, provavelmente buscando algum sinal que nunca encontraria.
respirou fundo e decidiu que teria que ser como tirar um band-aid. Rápido e indolor.
- Eu quero você.
When we decided to move the furniture so we could dance, baby, like we stood a chance…
15 de Junho de 2009
- Será que você não consegue parar quieto um minuto? – estava largada no sofá da casa de há horas e eles já haviam assistido a todos os filmes da coleção, que ele considerava altamente qualificada para um domingo à tarde.
- Na verdade, é bem difícil. – ele se jogou ao lado dela e a roubou um selinho. – O que você quer assistir agora?
- Ai, sinceramente? Nada. – fez um bico e ele riu da careta inocente da namorada.
- Ok, vou reformular a pergunta. O que você quer fazer agora?
Ela pensou por pelo menos três segundos antes de responder.
- Eu queria dançar.
- Dançar? – arqueou as sobrancelhas e assentiu. – Justo.
Levantou-se, e sem que pudesse contestar começou a afastar os móveis que decoravam a sala, deixando o ambiente parcialmente vazio.
- Venha. – estendeu a mão pra namorada, que começou a rir no segundo seguinte e a pôs de pé. Seguiu até a caixinha de som, onde plugou seu celular e durante alguns segundos procurou incessante uma música específica. não conteve o riso alto quando I Wanna Dance With Somebody começou a reverberar pelas paredes do cômodo.
- Houston agora? – ele fez uma pequena careta de ofendido e depois balançou a cabeça, a tomando nos braços e começando a cantar com a voz baixa enquanto rodopiava com a namorada sobre seus pés:
- Clock strikes upon the hour and the sun begins to fade. Still enough time to figure out how to chase my blues away – sorriu ao ouvir a voz esganiçada do rapaz cantar de forma tão contida o começo da canção, mas não demorou a se juntar a ele.
- I've done alright up to now, it's the light of day that shows me how and when the night falls, loneliness calls - deu-lhe um beijo na ponta do nariz e então tomou fôlego o suficiente enquanto rodava pra gritar o refrão:
- Oh wanna dance with somebody, I wanna feel the heat with somebody. Yeeeeeeah wanna dance with somebody, with somebody who loves meeeeee.
- Yeeeeeeeeeeeeah I wanna dance with somebody, with somebody who loves me – seguiu e assim que terminou a primeira ponte da música, ouviu em alto e bom som pela primeira vez:
- Eu amo você.
E a música seguiu tocando enquanto não havia mais nada além dele e dela e os dois corações dançando em perfeita sincronia.
When you started crying, baby, I did too.
6 de Janeiro de 2010
- Tô esquecendo alguma coisa? – ele perguntou coçando a cabeça e fazendo aquela careta extremamente fofa que sempre fazia ao ficar sem graça. E naquela hora se lembrou de quanta coisa ele tinha se esquecido. Lembrou de todos os sorrisos, de todos os conflitos, de todos os planos, das promessas, de todo o clichê e de repente, veio uma vontade de gritar a plenos pulmões que sim, que ele estava esquecendo tudo, que ele já havia se esquecido dos dois, dos seus nós sem desatar, que ele estava se esquecendo de acordá-la do pesadelo e que, por Deus, ele estava se esquecendo dela!
- Acho que não. Tudo o que tirei do guarda roupas coloquei dentro da mala vermelha e o que estava nas prateleiras está na preta – falou, olhando pra qualquer coisa que não fosse aqueles olhos.
- Então até depois. – ele disse, indo se despedir com o já de costume beijo na testa e antes que ele se aproximasse mais, levantou a cabeça. Olhando firmemente em seus olhos, com os próprios já cheios de lágrimas.
- Não faz isso – ele pediu, quando viu que ela estava prestes a chorar. Mas não chorou.
- O quê? Você acha mesmo que eu vou chorar de novo na sua frente pra que você me olhe com olhos caridosos? Eu realmente quero chorar, mas pela primeira vez não é por você. – ele engoliu seco quando ela estirou o dedo indicador e cutucou seu peito com força. – É por toda essa situação ridícula de portas abertas e malas prontas na mão de alguém, que eu jurei que nunca iria embora. É por todo esse nosso constrangimento em falar um com o outro como se fossemos dois desconhecidos. É por todo esse clima pesado, por ter que dizer às pessoas que perguntam o porquê de isso tudo, que “não estava dando certo”. Quando sim, estava tudo, TUDO dando certo até você fazer dar errado. – levantou a voz nessa última parte e quando deu por si, já chorava descontroladamente. – É por te odiar tanto e não conseguir te odiar nem um pouquinho sequer. Então não me venha com seus cuidados e delicadezas ao se despedir de mim, quando ao pegar essas malas no chão e bater essa porta, você vai sair definitivamente da minha vida, sem delicadeza alguma. – virou as costas e bateu com força a porta do banheiro, como se ela fosse culpada por toda a tensão dentro daquele apartamento. Jogou tanta água no rosto pra acabar com a vermelhidão de seus olhos que já não sabia mais o que era lágrima e o que era água.
Fechou a torneira e sentou encostada na porta, com os olhos bem abertos e as duas mãos tampando os ouvidos. Eu não queria ver quando ele saísse e também não queria ouvir quando ele batesse a porta.
Remember when we couldn’t take the heat? I walked out and said I’m setting you free.
17 de Abril de 2010
Ele não tirava os olhos dela.
Era como um maldito imã, um peso em seu coração a cada balançar do seu cabelo. A situação toda estava difícil demais, sufocante demais e ele não prestava sequer atenção ao que o pai do noivo falava. Era ela do outro lado do salão e o conjunto de olhos intensos, sorriso largo e vestido vermelho era o motivo de toda a sua distração.
não soube dizer quantas horas de festa se passaram sem que ele conseguisse se concentrar em outra coisa, mas quando o DJ resolveu tocar aquela música, soube que não dava mais pra ficar parado. Atravessou o salão e sutilmente tocou a mão de , que se virou assustada e paralisou ao vê-lo tão perto.
- Por favor. Só essa.
O tom de Whitney já ecoava pelo ambiente de forma limpa e contagiante, enquanto os dois rodopiavam como haviam feito há mais de um ano atrás.
O peito de estava inflado com uma tristeza pesada e densa e ela torcia, rezava e implorava pra que aquela dança não a fizesse sofrer mais do que já estava sofrendo.
- I need a man who'll take a chance on a love that burns hot enough to last, so when the night falls my lonely heart calls – foi a única coisa que disse antes de virar-se e deixá-lo sozinho no meio da pista.
"E a música seguiu tocando enquanto não havia mais nada além dele e dela e os dois corações dançando, dessa vez em uma sincronia melancólica."
28 de Março de 2009
- Pode, por favor, parar de ser insuportável e vir até aqui? – insistia, enquanto caminhava rapidamente à sua frente com uma long neck na mão. A música estava insanamente alta e a festa estava incrivelmente animada, até se dar conta de que eram muitas garotas ao redor de e que seu coração estava cada vez menor. Apesar de seu melhor amigo, ele parecia desconhecer os efeitos que tinha sobre ela e o quão fácil era pra ele magoá-la sem perceber.
- , estou falando com você! – ele finalmente a alcançou e passou à sua frente, encurralando-a contra a parede suja da casa.
- O que foi? – ela perguntou evitando olhar em seus olhos. Queria desesperadamente sair dali.
- O que foi pergunto eu! Porra, está cada vez mais difícil entender o que se passa na sua cabeça. É sempre a mesma coisa, . Uma hora está tudo bem e de repente não está e você nem sequer me fala o porquê.
- Está tudo bem, . Eu só quero tomar um ar. – tentou se desvencilhar da praga à sua frente, mas mais uma vez foi impedida.
- Por favor, só... me diz. – ele parecia aflito. O olhar dele voava sem parar por seu rosto, provavelmente buscando algum sinal que nunca encontraria.
respirou fundo e decidiu que teria que ser como tirar um band-aid. Rápido e indolor.
- Eu quero você.
When we decided to move the furniture so we could dance, baby, like we stood a chance…
15 de Junho de 2009
- Será que você não consegue parar quieto um minuto? – estava largada no sofá da casa de há horas e eles já haviam assistido a todos os filmes da coleção, que ele considerava altamente qualificada para um domingo à tarde.
- Na verdade, é bem difícil. – ele se jogou ao lado dela e a roubou um selinho. – O que você quer assistir agora?
- Ai, sinceramente? Nada. – fez um bico e ele riu da careta inocente da namorada.
- Ok, vou reformular a pergunta. O que você quer fazer agora?
Ela pensou por pelo menos três segundos antes de responder.
- Eu queria dançar.
- Dançar? – arqueou as sobrancelhas e assentiu. – Justo.
Levantou-se, e sem que pudesse contestar começou a afastar os móveis que decoravam a sala, deixando o ambiente parcialmente vazio.
- Venha. – estendeu a mão pra namorada, que começou a rir no segundo seguinte e a pôs de pé. Seguiu até a caixinha de som, onde plugou seu celular e durante alguns segundos procurou incessante uma música específica. não conteve o riso alto quando I Wanna Dance With Somebody começou a reverberar pelas paredes do cômodo.
- Houston agora? – ele fez uma pequena careta de ofendido e depois balançou a cabeça, a tomando nos braços e começando a cantar com a voz baixa enquanto rodopiava com a namorada sobre seus pés:
- Clock strikes upon the hour and the sun begins to fade. Still enough time to figure out how to chase my blues away – sorriu ao ouvir a voz esganiçada do rapaz cantar de forma tão contida o começo da canção, mas não demorou a se juntar a ele.
- I've done alright up to now, it's the light of day that shows me how and when the night falls, loneliness calls - deu-lhe um beijo na ponta do nariz e então tomou fôlego o suficiente enquanto rodava pra gritar o refrão:
- Oh wanna dance with somebody, I wanna feel the heat with somebody. Yeeeeeeah wanna dance with somebody, with somebody who loves meeeeee.
- Yeeeeeeeeeeeeah I wanna dance with somebody, with somebody who loves me – seguiu e assim que terminou a primeira ponte da música, ouviu em alto e bom som pela primeira vez:
- Eu amo você.
E a música seguiu tocando enquanto não havia mais nada além dele e dela e os dois corações dançando em perfeita sincronia.
When you started crying, baby, I did too.
6 de Janeiro de 2010
- Tô esquecendo alguma coisa? – ele perguntou coçando a cabeça e fazendo aquela careta extremamente fofa que sempre fazia ao ficar sem graça. E naquela hora se lembrou de quanta coisa ele tinha se esquecido. Lembrou de todos os sorrisos, de todos os conflitos, de todos os planos, das promessas, de todo o clichê e de repente, veio uma vontade de gritar a plenos pulmões que sim, que ele estava esquecendo tudo, que ele já havia se esquecido dos dois, dos seus nós sem desatar, que ele estava se esquecendo de acordá-la do pesadelo e que, por Deus, ele estava se esquecendo dela!
- Acho que não. Tudo o que tirei do guarda roupas coloquei dentro da mala vermelha e o que estava nas prateleiras está na preta – falou, olhando pra qualquer coisa que não fosse aqueles olhos.
- Então até depois. – ele disse, indo se despedir com o já de costume beijo na testa e antes que ele se aproximasse mais, levantou a cabeça. Olhando firmemente em seus olhos, com os próprios já cheios de lágrimas.
- Não faz isso – ele pediu, quando viu que ela estava prestes a chorar. Mas não chorou.
- O quê? Você acha mesmo que eu vou chorar de novo na sua frente pra que você me olhe com olhos caridosos? Eu realmente quero chorar, mas pela primeira vez não é por você. – ele engoliu seco quando ela estirou o dedo indicador e cutucou seu peito com força. – É por toda essa situação ridícula de portas abertas e malas prontas na mão de alguém, que eu jurei que nunca iria embora. É por todo esse nosso constrangimento em falar um com o outro como se fossemos dois desconhecidos. É por todo esse clima pesado, por ter que dizer às pessoas que perguntam o porquê de isso tudo, que “não estava dando certo”. Quando sim, estava tudo, TUDO dando certo até você fazer dar errado. – levantou a voz nessa última parte e quando deu por si, já chorava descontroladamente. – É por te odiar tanto e não conseguir te odiar nem um pouquinho sequer. Então não me venha com seus cuidados e delicadezas ao se despedir de mim, quando ao pegar essas malas no chão e bater essa porta, você vai sair definitivamente da minha vida, sem delicadeza alguma. – virou as costas e bateu com força a porta do banheiro, como se ela fosse culpada por toda a tensão dentro daquele apartamento. Jogou tanta água no rosto pra acabar com a vermelhidão de seus olhos que já não sabia mais o que era lágrima e o que era água.
Fechou a torneira e sentou encostada na porta, com os olhos bem abertos e as duas mãos tampando os ouvidos. Eu não queria ver quando ele saísse e também não queria ouvir quando ele batesse a porta.
Remember when we couldn’t take the heat? I walked out and said I’m setting you free.
17 de Abril de 2010
Ele não tirava os olhos dela.
Era como um maldito imã, um peso em seu coração a cada balançar do seu cabelo. A situação toda estava difícil demais, sufocante demais e ele não prestava sequer atenção ao que o pai do noivo falava. Era ela do outro lado do salão e o conjunto de olhos intensos, sorriso largo e vestido vermelho era o motivo de toda a sua distração.
não soube dizer quantas horas de festa se passaram sem que ele conseguisse se concentrar em outra coisa, mas quando o DJ resolveu tocar aquela música, soube que não dava mais pra ficar parado. Atravessou o salão e sutilmente tocou a mão de , que se virou assustada e paralisou ao vê-lo tão perto.
- Por favor. Só essa.
O tom de Whitney já ecoava pelo ambiente de forma limpa e contagiante, enquanto os dois rodopiavam como haviam feito há mais de um ano atrás.
O peito de estava inflado com uma tristeza pesada e densa e ela torcia, rezava e implorava pra que aquela dança não a fizesse sofrer mais do que já estava sofrendo.
- I need a man who'll take a chance on a love that burns hot enough to last, so when the night falls my lonely heart calls – foi a única coisa que disse antes de virar-se e deixá-lo sozinho no meio da pista.
"E a música seguiu tocando enquanto não havia mais nada além dele e dela e os dois corações dançando, dessa vez em uma sincronia melancólica."
FIM
Nota da autora: Olha eu aqui de novo! HAHAHHAHHAHHA Gente, acho que foi essa foi a fic mais rápida que eu já escrevi na vida. Na verdade, a That me sugeriu de última hora que eu tentasse algo com OOTW e aí decidi fazer uma oneshot, embora gostaria de ter conseguido escrevê-la como short, pois é a minha música favorita do 1989.
Mesmo assim, espero que vocês gostem e qualquer coisa, estou sempre à disposição.
Beijinhos e até a próxima.
Outras Fanfics:
Small Bump - Mcfly/Em andamento
Everlasting – One Direction/Finalizadas
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Mesmo assim, espero que vocês gostem e qualquer coisa, estou sempre à disposição.
Beijinhos e até a próxima.
Outras Fanfics:
Small Bump - Mcfly/Em andamento
Everlasting – One Direction/Finalizadas
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