Última atualização: 23/09/2020

Capítulo 1

Minha melhor amiga tinha feito um esforço enorme para me tirar da casa, e esse era o único motivo pelo qual eu estava dentro desse táxi agora, a caminho de uma festa. Um dos nossos amigos tinha convocado essa “reuniãozinha” em uma das boates mais badaladas de Nova York, e convidou boa parte do grupo dos nossos amigos de faculdade, era tipo um reencontro de 5 anos dos formados.
Fazia um bom tempo que eu não saía de casa, eu me encontrava em um estado de sofrência, não era fácil descobrir que você estava desperdiçando sua vida, quatro anos para ser mais específica, ao lado uma pessoa que simplesmente não era nada do que você imaginava, aquilo me fazia questionar tudo à minha volta agora, e a vontade de socializar com as pessoas ia diminuindo cada vez mais. Eu passava a maior parte dos meus dias fora do trabalho, sentada no meu sofá envolta com minhas melhores cobertas, acompanhada unicamente do meu sorvete favorito, mas a Luiza chegou me encontrando naquela situação e acabou me convencendo a sair daquele estado pelo menos por uma noite, com o argumento de que seria muito rude da minha parte não atender a um reencontro com meus colegas de faculdade.
Para falar a verdade o que me convenceu mesmo foi quando ela falou que eu poderia esfregar na cara da Maddison, minha “inimiga” da faculdade, minha posição como Diretora de Marketing do New York Times, eu não era normalmente uma pessoa amostrada e superficial desse jeito, mas a garota pedia por uma atitude assim da minha parte, por todos os anos de faculdade que eu tive que aguentar seus comentários maldosos e agressividade-passiva; e ainda merecia qualquer grosseria da minha parte por algo ainda mais recente, mas evitei esses pensamentos agora porque não importa quanto tempo passasse, eles sempre machucavam.
“Acho que eu vou precisar de uma ou duas horas no mínimo pra deixar você apresentável pro público”, lembrei de ouvir minha amiga fazendo o comentário engraçadinho enquanto íamos por meu quarto
“Então acho melhor eu ficar em casa”, lembrei de responder ao que ela imediatamente mudou de atitude, se apressando para me arrumar antes que eu desistisse.
Com um pouco de esforço extra na parte da maquiagem, fomos capazes de esconder meu olhar cansado pelas noites mal dormidas. Era difícil me acostumar a dormir sozinha de novo depois de já ter me apegado ao calor e aos braços de uma pessoa me envolvendo durante as noites, mas eu tinha que me lembrar que aqueles eram os braços de um mentiroso, e nesse caso, era bem melhor dormir sozinha do que mal acompanhada.
Eu achava um pouco demais o vestido preto curto e brilhante que a Luiza tinha me forçado a vestir, principalmente considerando o decote profundo que ele tinha na região dos seios, mas ela disse que eu deveria me acostumar porque logo eu voltaria à “caça”, como ela gostava de se referir, eu considerei o que ela disse e me deixei levar a raiva subindo dentro de mim, eu não podia continuar sofrendo em casa por alguém que não me merecia e que aparentemente nunca mereceu.
Foi nesse espírito que eu cheguei ao táxi, mas com o passar do tempo, o sentimento ia se esvaindo e o nervosismo se abatia à medida que nos aproximávamos do nosso destino, eu olhava para fora da janela na tentativa de me distrair, mas tudo que eu via ainda me lembrava o idiota do meu ex-namorado, e como se o universo estivesse brincando com a minha cara, passamos em frente ao “Devocion Café”, e justamente aquele em que havíamos tido o nosso primeiro encontro. Memórias me invadiram como uma onda, derrubando as barreiras que eu tinha instalado para não pensar em nada disso hoje, logo as memórias escalaram para o dia do nosso término.

Flashback…

Tinha sido mais um dia duro de trabalho, eu estava exausta e grata por ter sido liberada mais cedo hoje, cumprimentei o porteiro na entrada do prédio e peguei o elevador, eu não sei explicar bem o que era, mas eu sentia que algo estava errado, quase como se eu pudesse pressentir o que estava por vir. Algum instinto em mim mandou que eu entrasse em casa sem fazer barulho, e foi o que eu fiz. Ao chegar na sala de estar, me surpreendi com um par de saltos extremamente altos e exagerados que não combinavam nem um pouco com o meu estilo, eu parei por alguns segundos, sem reação, minha mente trabalhando a mil por hora, tentando achar uma explicação para aqueles sapatos ali que não fosse a mais óbvia que minha consciência gritava, a qual eu não queria acreditar de jeito algum. Ouvi vozes e segui pelo corredor, desejando que nada daquilo fosse o que eu estava pensando, então ouvi a voz de James e meu coração se partiu.
- Você tem que ir, ela pode chegar a qualquer momento…
- Quando você vai contar para ela, hein, Jay? - ouvir a voz da Maddison definitivamente foi algo inesperado, eu me sentia enjoada só com a ideia dos dois juntos, meu namorado e a pessoa que fez da minha vida um inferno na faculdade. Eu sentia que podia vomitar.
- Não vou! Ficou louca!? - ele disse, sua voz ficando mais alta à medida que meu coração se afundava no meu peito.
- Pensei que não íamos fazer isso escondidos para sempre. - eu ouvi a voz esganiçada da Maddison enquanto eu só prestava atenção a tudo aquilo, com descrença, a ficha ainda não tinha caído. Simplesmente porque eu não queria acreditar que aquilo era verdade.
- E não vamos…
- Já faz o que? Quase dois anos que você me enrola, dizendo que vai contar… Eu não pensei que ia demorar tanto quando a gente começou com isso.
- Eu ainda preciso dela, você sabe, e ela é uma garota legal, não quero magoá-la mais que o necessário.
- Corta essa, James, você não está nem aí para ela, nunca esteve, você só a usa. - a outra disse, com sarcasmo.
- Tá, mas não é porque eu não a amo, que ela não merece um pouco de compaixão.
- Por mim, aquela trouxa pode sofrer.
- Eu vou contar na hora certa, meu amor, mas, por enquanto, eu ainda preciso da ajuda dela.
Aquele foi o estopim, escancarei a porta do quarto, dando de cara com uma cena que eu jamais esqueceria, meu namorado estava com uma toalha envolta da cintura e ela só de lingerie na frente dele, eu os encarei com descrença por alguns segundos, meu estômago revirava, depois de ouvir aquela conversa eu sentia náuseas, os dois me encaravam assustados. Dei meia volta, agradecendo por eles terem usado o quarto de hóspedes e não o nosso - quer dizer -, meu quarto, pelo menos essa decência eles tiveram.
- , espera! Não é o que você está pensando!
- Ah, não é? Me desculpe, eu devo ter confundido um pouco as coisas, a situação não estava clara o suficiente, acho que faltava ela estar em cima de você para eu poder dizer que você estava me traindo, né? – falei, me surpreendendo com o tom calmo na minha voz, mas isso era porque eu havia carregado meu tom de cinismo enquanto pegava uma mala, colocando as roupas do meu namorado, agora ex, lá dentro.
- Eu posso explicar! - ele disse, passando as mãos de modo nervoso pelos cabelos. - Só me deixa explicar!
- Não tem o que explicar, eu entendi tudo… - falei e por um segundo eu pensei em deixar as coisas assim, mas não dava, então explodi. - Na verdade, não! Tem algumas coisas que eu não entendo! E que eu NUNCA vou entender! Como você passa quatro anos ao lado de uma pessoa fingindo amá-la? Como você podia dormir com ela?! Logo ela, James! Essa garota fez da minha vida um inferno na faculdade e você sabia! Como você planejava uma vida e um futuro comigo, enquanto me enganava desse jeito? Você é doente, James, doente…
- … - ele começou, mas eu o silenciei com um gesto, não queria ouvir uma palavra que saísse da boca dele, já que eram todas mentira.
- Eu não sei se me magoa, ou se me trás mais alívio, saber que você nunca foi nada, nada do que eu pensei que você fosse, porque no fim, foi tudo uma mentira, uma ilusão.
- , por favor, eu te amo! - ele afirmou, sua voz desesperada, eu terminei de jogar as roupas dele na mala, a fechando.
Fechei meus olhos com força ao ouvir mais aquela mentira saindo dos lábios dele.
- Eu queria muito ser uma daquelas pessoas superiores e desejar seu bem agora, mas na verdade, eu espero muito que vocês dois se fodam. - falei com um tom calmo, apesar da intensidade das palavras. Ele me encarou, em choque.
Maddison não era burra de ficar ali para a briga, fugiu como a covarde que era, acompanhei ele até o elevador enquanto ele praticamente implorava para que eu não fizesse isso, pedindo milhões de desculpas. A cena era lamentável.
- Eu vou deixar o resto das suas coisas na portaria amanhã, se você não passar para buscar, o caminhão do lixo vai recolher.
- Você está cometendo um erro. - ele teve a audácia de falar.
- Não, não estou. – respondi, fria. A vontade de chorar era insuportável, mas eu segurei minhas lágrimas até o momento em que ele foi embora, ele não merecia ver minhas lágrimas. - O único erro que eu cometi, foi ter deixado você entrar na minha vida.
As portas metálicas se fecharam. Voltei para dentro do apartamento, e antes de entrar em colapso chorando, liguei para o porteiro, proibindo a entrada de James no prédio.

Fim do Flashback…

A vontade de chorar se misturou com a raiva, como eu podia ser tão burra para não perceber a traição? Não foi uma vez, não foram duas ou três. Ele me traiu por dois anos! E ainda com uma vadia como a Maddison, não duvido que eles terminaram no dia seguinte. Bufei e tentei tirar isso da cabeça, já teria que encarar a loira em alguns minutos, não passaria esse momento me torturando também.
Voltei meu olhar para Luiza e não pude evitar sorrir, ela estava cantando as músicas da rádio sem se importar com o que o taxista pensaria. Esse é um dos motivos de eu admirar tanto minha melhor amiga, ela não se importava com o que acham dela e sempre fazia o que tinha vontade… Queria ser um pouco mais assim.
- O que foi? Vamos nos divertir, eu juro.
- Eu sei Lu, só pensei em uma coisa…
- Se você tiver pensado no James, eu juro que te jogo desse táxi.
- Não vamos falar dele.
- Não poderia concordar mais. - e abriu a porta, só então me fazendo perceber que havíamos parado em frente à boate Lavo.
- Você não me contou que seria na Lavo!
- O Matheus tem seus contatos. - e como se não fosse nada, ela pagou o taxista e saiu, me deixando com olhar de boba, e um taxista emburrado quase me fuzilando para eu sair.
- Desculpa. - sai o mais depressa possível, quase caindo ao tentar me equilibrar naqueles saltos 15, só a Luiza para me fazer usar isso mesmo. - O pessoal já chegou?
- O Matheus e a Chloe estão lá dentro, não sei sobre os outros. - deu de ombros, segurando minha mão e me puxando para a frente da fila, enquanto ouvíamos alguns xingamentos. - Oi, Luiza e , estamos na lista vip. - arqueei minhas sobrancelhas e o armário, quer dizer, o segurança verificou a lista em suas mãos, logo em seguida abrindo a fitinha vermelha que ficava entre ele e as outras pessoas. - Obrigada.
Lá dentro estava mais lotado do que do lado de fora, o que me surpreendeu, já que a fila para entrar devia estar dando voltas e voltas no quarteirão. Fui puxada para o bar e logo que reconheci os cabelos vermelhos de Chloe, dei uma corridinha para abraçar minha amiga. Fazia meses que não nos víamos, já que a ruiva havia se mudado para a Califórnia, e, consequentemente, se afastado um pouco do grupo.
- , você está linda! - olhei para minha roupa e sorri, eu realmente estava linda. O vestido mostrava os pontos certos do meu corpo e o salto vermelho combinava perfeitamente com a cor do meu batom.
- Obrigada, Chloe, você também! - não era mentira, a garota ficava linda de qualquer jeito.
- Eu estou me sentindo de lado.
- Eu também, Lu.
- Awn, vocês sabem que amamos vocês. - abracei Matheus e sorri para o grupo. Sentia falta de ir à casa de Lu todas as tardes e ficar ouvindo músicas, dançando e cantando com os três. A vida tinha nos levado para caminhos diferentes, mas nunca perdemos o contato, conversamos pelo menos 2 vezes por semana no grupo do whatsapp, e temos reuniões mensais, na qual fazíamos vídeo chamada com Chloe para não perder a tradição.
- Acho que vocês foram as últimas a chegar, todo mundo veio. - parou para pensar um pouco e assentiu - É, todo mundo veio.
- Fiquei surpresa em sermos chamados, não é como se tivéssemos feito parte disso quando mais novos.
- Acho que eles só queriam reunir para conversar sobre a vitória na vida deles. - Matheus revirou os olhos e eu sorri fraco com isso. - Pelo menos nesse lugar, não precisamos sentar e conversar, qualquer coisa é só falar que vai pegar um drink e sumir.
- Sempre soube que você era um gênio, Theus!
- Não olhem agora, mas tem certas vadias vindo em nossa direção. - não me surpreendi ao ver que as vadias a quem Lu se referia eram Maddison, Hannah e Laila, mas me surpreendi ao notar a roupa que elas usavam. Se eu já achava o meu vestido curto, me sentiria totalmente exposta com aqueles pedaços de pano que cobriam o corpo das três, podia jurar que qualquer movimento em falso, veria o útero de uma delas.
- Oi, meninas. - Laila olhou para Matheus e continuou. – E, Theus, é claro. - mordeu o lábio, me fazendo revirar os olhos. Não era segredo para ninguém que Matheus era lindo, mas também não era segredo que ele era gay! Ou ela era burra, ou era sonsa… Na verdade, acho que ela era os dois.
- Estão se divertindo?
- Acho que podemos nos divertir mais sozinhos…
- Vocês deviam provar essa bebida, é deliciosa. - foi o mais cordial possível, se dirigindo às outras duas e ignorando totalmente a investida de Laila. Me segurei para não rir da cara de indignação da morena, mas o meu sorriso sumiu quando a voz de Maddison ecoou pelo local.
- Sim, vou pegar duas, meu acompanhante está louco para provar uma dessas. – disse, me olhando fixamente, e eu não ousei quebrar o contato. Será que ela estava falando do James? Não… Mas… Será? - Quero dois Manhattan. - pediu ao barman e logo em seguida cochichou para mim. - É a bebida favorita dele. - naquele momento eu tive certeza de que ela estaria com meu ex. O flashback da noite da minha promoção veio em minha mente.

Flashback…

Era noite de sábado e estávamos no quarto de hóspedes da casa de Lu. Tivemos um jantar incrível com alguns amigos e minha melhor amiga decidiu abrir a garrafa de Whiskey em comemoração à minha promoção no The New York Times. James havia sugerido fazer um coquetel para os presentes e voltou com algumas bebidas que logo identifiquei como Manhattan, ele já havia me contado sobre seu amor pela bebida, então fiquei feliz de realmente experimentá-la junto a ele, mas depois de 3 copos, me encontrava alterada, e por isso, decidimos encerrar a noite.
- Sabe, acho que você conquistou eles com o drink.
- Ah, por favor, , eu já conquistei seus amigos há muito tempo. – sorriu, se aproximando de mim.
- Ah, é? – disse, passando a língua entre os lábios e olhando para o loiro em minha frente.
- Aham, e digo mais, ainda vou mostrar muitos dos meus dotes para vocês.
- Não é como se eu não quisesse conhecer seus dotes. - sorri maliciosa para ele, que arqueou as sobrancelhas, entendendo o duplo sentido da minha frase e vindo em minha direção.
- Você tem que parar de provocar assim. - passou os braços pela minha cintura e um arrepio passou pelo meu corpo. Ele percebeu o efeito que tinha em mim e sorriu.
- Você devia parar de falar e começar a me most… - nem consegui terminar a frase, o garoto me beijou rapidamente enquanto eu passava as pernas em volta da sua cintura.
- A gente não precisa fazer isso.
- Você quer? - ele assentiu na mesma hora, me fazendo sorrir ao sentir que não era só eu que estava ansiosa por esse momento. - Então vamos fazer isso.
O loiro voltou a me beijar, agora me levando na direção da cama. Ele ficou por cima de mim e tirou sua própria blusa, me fazendo suspirar ao olhar seu corpo.
No fim, estávamos os dois suando, deitados um do lado do outro na cama, não conseguia segurar o sorriso e olhei para o homem ao meu lado, que tinha um sorriso nos lábios e os olhos fechados.
- Eu te amo. - mas não ouvi qualquer resposta.

Fim do Flashback…

Fechei os olhos com força por um segundo, para me livrar das memórias que insistiam em voltar para me atormentar a cada segundo. Aceitei a bebida que a Chloe tinha me estendido, e sem nem parar para analisar o que era, simplesmente virei todo o conteúdo do copo, recebendo um olhar preocupado da Luiza e um olhar de comemoração do Theus. Para ele, beber era sinônimo de diversão e era isso que ele pensava que eu estava fazendo, quando na verdade, eu só queria afogar aquelas memórias de toda minha estupidez.
Matheus pegou na minha mão, me levando até a pista de dança, eu decidi não pensar em mais nada e simplesmente curtir com meu amigo. Foi então que eu vi os dois em um dos sofás no canto do salão, Maddison estava sentada no colo do James. Por mais que eu já esperasse por aquilo depois de ouvir ela pedindo a bebida favorita dele, eu não esperava ter essa visão, eu achei que o lance entre eles não iria pra frente depois do nosso término, e essa era só mais uma prova da minha estupidez, porque claramente eles continuavam juntos. Através do salão o olhar dela encontrou o meu, um sorriso de escárnio brotou em seus lábios e ela foi rápida em puxar o James para um beijo, que na minha opinião, ia um pouco além do que era considerado decente em um espaço público. Mas, de novo, era da Maddison e do James que estávamos tratando aqui, decência não se encaixava entre as qualidades deles. Fui rápida em desviar o olhar, de repente, eu não me sentia tão afim de dançar.
- Eu vou pegar uma bebida! - avisei ao meu amigo por cima do barulho da música, ele não se importaria se eu o deixasse, já que a Luiza e a Chloe já tinham se juntado a gente.
- Experimenta o barman, ele é uma delícia! - Theus completou, conseguindo me fazer rir, apesar do que eu tinha acabado de ver, ele simplesmente irradiava alegria e era difícil ficar perto dele sem um sorriso no rosto, rindo de todas as piadas maliciosas que ele fazia.
Fui em direção ao bar e sentei em um dos banquinhos, pedindo um drink ao barman, que como meu amigo disse, era uma delícia, mas infelizmente não fazia meu tipo. E fora que, se meu amigo disse que ele era uma delícia, era porque ele provavelmente já tinha provado, e seria estranho se eu ficasse com o mesmo cara que ele. Mas pensar no barman ajudou a me livrar da cena que eu tinha acabado de ver, isto é, até que o infeliz veio se sentar ao meu lado.
- Boa noite, . - ouvir a voz dele tão de perto enviou um calafrio pela minha coluna, mas não era a sensação que uma vez eu pensei ser “amor”, era repulsa.
Continuei encarando minha frente, não dando atenção a ele. Eu mantive uma expressão indiferente, tomando um gole da minha bebida.
- Ah, qual é, amor? Vai me ignorar assim? - ele disse com a voz meio rouca, fechei os olhos com força ao ouvir a palavra amor saindo da boca dele quase como se aquilo doesse em mim.
- Não me chame assim, você perdeu esse direito. - falei friamente.
- Desculpa, é que você está tão linda, eu não consegui evitar lembrar dos dias em que você era minha. - eu não acreditava que eu tinha que ficar ali parada para ouvir isso, qualquer sombra de amor que eu pudesse sentir por ele desapareceu, tudo que eu sentia era náusea por um dia ter me deixado enganar.
- Eu não sei o que eu tinha na cabeça. - falei em voz alta.
- Você me ama, . Volta para mim. - eu não acreditava mesmo nisso agora, não pude evitar, simplesmente joguei a cabeça para trás, rindo de verdade. Aquilo só podia ser piada, mas ele se mantinha sério, voltei meu olhar para ele.
- Você só pode estar de brincadeira... - falei por fim, sarcasmo encobria minhas palavras.
- Eu nunca falei tão sério.
- Você está com a Maddison, eu vi. - apontei o óbvio.
- Ah… - ele suspirou. - A Maddison não é nem metade da mulher que você é. - ele disse.
- Bom, nisso concordamos. – concedi. - Mas mesmo assim, você me trocou por ela.
- Eu fui um idiota.
- Parece que hoje estamos concordando em várias coisas, pois é, você é mesmo um idiota! E mais idiota ainda por achar que eu voltaria com você. - tomei mais um gole da minha bebida, enquanto ele me analisava com o olhar.
- Eu sei que você ainda me ama.
- Engraçado que essa é a segunda vez que você fala isso, é como se você estivesse tentando se convencer de uma mentira, você menos que qualquer outra pessoa, poderia saber o que amor é… Por muito tempo, sim, eu achei que amasse você, mas agora eu vejo que não… Eu nunca te amei, James. Por um tempo, você me deixou em pedaços, mas agora eu percebo que você nunca foi nada para mim. - ele me encarava com algo próximo de mágoa nos olhos. - Não me olhe assim, você tão pouco tinha sentimentos por mim.
Foi só nesse momento que eu me senti livre, uma realização súbita me atingiu, eu estava cansada daquele mesmo velho amor, era hora de dar um basta nisso. Eu não precisava sofrer, porque em realidade, eu não estava perdendo nada. Levantei do banquinho, James me encarava meio surpreso, provavelmente achava que seria fácil me ter de volta, que era só ele chamar que eu iria correndo.
- Se eu fosse você, aproveitaria seu tempo com a Mad, não vai demorar muito até ela achar alguém mais interessante e te largar. - soltei esse último veneno porque ele merecia, e voltei para pista de dança com meus amigos.
No mesmo momento “Same Old Love” começou a tocar. Deixei que a batida me envolvesse enquanto eu dançava e cantava.

Take away your things and go
(Pegue todas as suas coisas e vá embora)
You can't take back what you said, I know
(Você não pode retirar o que você disse, eu sei)
I've heard it all before, at least a million times
(Eu já ouvi tudo isso antes, ao menos um milhão de vezes)
I'm not one to forget, you know
(Eu não sou uma fácil de esquecer, você sabe)


Depois de alguns segundos, percebi o quanto aquela música se encaixava com aquele momento.

I don't believe, I don't believe it
(Eu não acredito, eu não acredito que)
You left in peace, left me in pieces
(Que você partiu em paz, me deixou aos pedaços)
Too hard to breathe, I'm on my knees right now, 'ow
(Muito difícil tomar o fôlego, eu estou de joelhos agora)


Por um momento pensei nos dias em que eu chorei, no colo de Lu, pensando no quanto eu precisava do James

I'm so sick of that same old love, that shit, it tears me up
(Estou tão cheia desse mesmo velho amor, essa merda me despedaça)
I'm so sick of that same old love, my body's had enough
(Estou tão cheia desse mesmo velho amor, meu corpo já aguentou o bastante)
Oh, (that same old love)
(Ooh, desse mesmo velho amor)
Oh, (that same old love)
(Ooh, desse mesmo velho amor)


A pessoa que eu achava que passaria o resto da minha vida, na verdade foi a que me destruiu. Ele me prometeu o céu, mas acabou me tirando o chão.

I'm so sick of that same old love, feels like I've blown apart
(Estou tão cheia desse mesmo velho amor, parece que já fui explodida em pedacinhos)
I'm so sick of that same old love, the kind that breaks your heart
(Estou tão cheia desse mesmo velho amor, do tipo que quebra seu coração)
Oh, (that same old love)
(Ooh, desse mesmo velho amor)
Oh, (that same old love)
(Ooh, desse mesmo velho amor)


A letra me envolvia e eu me deixava levar por ela, eu sentia como se eu estivesse me libertando do meu passado através dela. Meus quadris balançavam no ritmo da música, para a próxima parte dela, voltei meu olhar para onde eu sabia que James estava sentado me encarando, e cantei especialmente para ele, mesmo de longe nossos olhares se encontraram.

I'm not spending any time, wasting tonight on you
(Eu não vou gastar tempo nenhum, perdendo esta noite com você)
I know, I've heard it all
(Eu sei, eu já ouvi isso)
So don't you try and change your mind
(Portanto, não tente mudar de ideia)
'Cause I won't be changing too, you know
(Porque eu não irei a mudar também, você sabe)


Ri sozinha ao lembrar do que aconteceu minutos atrás, de James sentando ao meu lado e pedindo para voltar, mesmo sabendo que eu não mudaria de ideia. Uma grande coincidência, não?

You can't believe, still can't believe it
(Você não acredita, ainda não acredito)
You left in peace, left me in pieces
(Que você partiu em paz, me deixou aos pedaços)
Too hard to breathe, I'm on my knees, right now, 'ow
(Muito difícil tomar o fôlego, eu estou de joelhos agora)


Dava pra sentir o arrependimento dele mesmo à distância, embora eu não soubesse exatamente porque já que estava claro que ele nunca me amou realmente, devia ser algum tipo de obsessão, essa foi a única explicação que eu pude encontrar.
Não contive esforços para provocá-lo durante todas as danças seguintes também, não só para lhe causar ciúmes, já que isso nem estava mais na minha cabeça, mas porque eu me sentia completamente livre e esse sentimento não foi proporcionado pelo álcool ou qualquer outra coisa externa, mas sim da consciência interna de que eu sempre mereci coisa melhor do que o James.

Depois de várias danças e de ter roubado a bebida do Theus, que era puro álcool, eu precisei dar uma parada e fui até o bar, pedindo uma água para o barman. Não estava a fim de sair carregada hoje e minhas reações já estavam um pouco lentas, então provavelmente eu estava bêbada, mas quando uma voz familiar se dirigiu à mim, meu corpo se arrepiou por inteiro e o álcool pareceu sumir.
- Com licença, esse lugar está ocupado? - me virei, dando de cara com o Louis, não escondi minha reação surpresa, dando um gritinho enquanto jogava meus braços ao redor do pescoço dele, puxando-o para um abraço. Ele riu diante da minha reação, envolvendo minha cintura e intensificando o abraço.
- Meu Deus! O que você está fazendo aqui? Você não estava do outro lado do mundo?! - falei quando finalmente consegui me recuperar da surpresa, um sorriso enorme cruzava o meu rosto e era espelhado pelo sorriso dele na mesma medida, eu não o via há anos!
- Eu fui transferido de volta para Nova York, voltei de Tokyo na semana passada.
- E o que te fez abandonar sua tão amada Tokyo? Da última vez que conversamos você estava apaixonado pelo lugar. – falei, voltando a me sentar. Era verdade que fazia um bom tempo que não conversávamos, mas eu não podia imaginar um motivo que o fizesse abandonar aquele lugar, da última vez que nos falamos, ele parecia simplesmente encantado. Ele puxou um dos bancos mais para perto de mim, pedindo uma bebida ao barman, e ele então se sentou e voltou a focar seus olhos azuis e brilhantes em mim.
- Uma promoção me trouxe de volta. - ele falou simplesmente, aquilo era uma justificativa, mas conhecendo o Louis, eu sabia que não era tudo.
- Um brinde à sua promoção! - falei em tom comemorativo, erguendo minha água para brindar com o whiskey que ele bebia.
- Água, ? “Isso” é inesperado. - ele falou, abrindo um sorriso de lado, claramente tirando onda com a minha cara.
- Você fala como se eu fosse uma alcoólatra! – reclamei, indignada, fazendo ele rir.
- Era quase isso, eu lembro de todas as vezes que tive que te levar de volta para casa depois das noites de festas na faculdade, mas você provavelmente não lembra de nada.
Parei por um segundo, encarando-o, ele estava certo. Na maioria dos casos, eu não era capaz de me lembrar de nada, só lembrava de acordar na minha cama com uma dor de cabeça enorme, mas tinha uma dessas noites que eu me recordava perfeitamente.

Flashback...

Eu havia apagado durante a maior parte do trajeto até em casa, o Louis tinha me trazido de volta pra casa depois da Luiza ter me largado na casa do Blake, onde estava acontecendo uma festa em comemoração à vitória do time de futebol americano da nossa faculdade. Minha amiga tinha me deixado para aproveitar a noite com o carinha que ela estava conhecendo melhor, então eu não podia culpá-la tanto, mas ela sempre fazia isso, por sorte eu encontrei o Louis, que se ofereceu para me levar.
Eu lembro de ter acordado nos braços dele ainda no elevador do meu prédio, mas foi só quando chegamos no quarto que eu tive coragem de abrir os olhos. Realmente ele tinha me deitado na cama, todos os seus toques eram cuidadosos e cheios de carinho, meu coração batia acelerado no meu peito e a proximidade dele enviava ondas de calor pelo meu corpo. Ele percebeu que eu tinha aberto os olhos, então dançou com seu olhar pelo meu rosto até parar nos meus olhos. Eu não sei explicar direito o que me deu, mas eu me sentei na cama, ficando ainda mais perto dele, selei nossos lábios passando minhas mãos ao redor do seu pescoço. O beijo começou suavemente, a princípio eu percebia toda a sua tensão e resistência através de seus toques cuidadosos, mas algo dentro de mim queria queimar, entreabri meus lábios dando clara permissão para ele aprofundar o beijo. Com um suspiro de desistência, ele o fez, passando aos mãos ao redor da minha cintura com firmeza, e eu me perdi no toque dele, seus lábios passaram a descer, traçando um caminho pelo meu maxilar até o meu pescoço. Minhas mãos afundaram em seus cabelos, puxando os fios levemente, eu me sentia completamente tomada por ele, de um jeito bom, ninguém nunca havia me feito sentir daquele jeito antes, mas tudo acabou muito mais cedo do que eu esperava, ele se afastou, balançando a cabeça em negação.
- Louis? – chamei, preocupada.
- Eu não posso fazer isso. - ele disse.
- Por quê? – perguntei, confusa.
- Você não vai se lembrar de nada disso amanhã… - ele sorriu tristemente.
Minha cabeça estava embaralhada, lutando com sentimentos que eu não entendia, meu corpo estava em chamas, meu coração cheio de um sentimento que eu nunca senti antes, e que eu não sabia descrever, mas minha mente estava obscura, talvez eu não tivesse mesmo discernimento do que estava acontecendo.
- Boa noite, . - foi a última coisa que ele disse, antes de ir até a porta, me deixando sozinha no quarto.
Não demorou até que eu caísse no sono, aquilo tudo que tinha acontecido parecia um sonho, por isso, no dia seguinte, eu preferi nem comentar sobre. E assim o tempo passou.

Fim do flashback.

Corei ao me lembrar de uma das festas da faculdade. Eu lembrava claramente daquele dia, e eu sabia que não tinha sido um sonho, mas nunca tive a coragem para realmente perguntá-lo sobre isso.
Os olhos do Louis se prendiam nos meus e ele me encarava com curiosidade, provavelmente achando graça em minha reação.
- Deixe isso para lá, eu sou uma nova mulher agora. – disse, cruzando os braços e fazendo cara feia para ele.
- Que pena, eu amava aquela .
- Isso porque você ainda não conheceu essa. - pisquei pra ele e recebi um sorriso de volta.
- Adoraria conhecê-la…
- E você vai. – sorri, antes de me endireitar no banco para tirar a dúvida que estava me incomodando. – Mas, falando sério agora, Lou… Por que você voltou?
Foquei meus olhos nele, analisando sua expressão que passou de um sorriso levemente sexy para algo mais sério e centrado. O silêncio pairou entre nós, mas não como algo desconfortável.
Alguns longos segundos se passaram até que ele voltou a me olhar nos olhos. Sua resposta foi simples e ainda assim, provocou um efeito avassalador em mim.
- Eu voltei por você. - ele respondeu simplesmente, e seus olhos brilhavam com sinceridade. - meu coração acelerou no peito e eu ergui as sobrancelhas em surpresa, endireitando mais ainda meu corpo.
- O quê…? – perguntei, levemente confusa, ainda que entre as palavras que ele tinha dito não fossem para se confundir o significado do que ele queria dizer. “Ele estava de volta por mim”, e por mais que no meu coração aquilo fizesse pleno sentido, a minha mente precisava entender o porquê. - Por que por mim?
- Não acho que você se lembra dos nossos dias de faculdade, . - sorriu fraco. - Eu meio que era apaixonado por você.
- Você era? - minha voz saiu baixa e distante. Eu tentava mergulhar nas lembranças do passado, me perguntando como eu não tinha percebido aquilo antes.
- Sim, e eu achei que tinha passado, mas quando eu soube que você tinha terminado seu namoro, eu me senti de volta ao campus... - ele levantou o olhar para mim e me senti hipnotizada por aquele ato. - Eu vou soar como um canalha agora, eu sei que faz pouco tempo, mas eu precisava estar perto de você antes que você seguisse em frente e eu te perdesse de novo.
- Louis… - eu sussurrei simplesmente, porque eu não sabia o que dizer. - Por que você não disse nada antes? – falei depois de me recuperar, encontrando minha voz novamente, ele teve toda a chance de me dizer isso durante todos esses anos que nos conhecíamos.
- Eu tentei, , acredite, mas nunca era a hora certa. E quando eu finalmente criei coragem suficiente e tinha decidido que eu contaria de todo jeito, você apareceu com o James, e sinceramente, eu pensei que não ia durar, mas acabou durando e eu não consegui ficar para ver vocês dois juntos.
- Eu sinto muito, Lou… E-eu...
- Ei, está tudo bem.
- Eu não queria te machucar.
- Você nunca me machucou. - ele garantiu com um sorriso e eu consegui sorrir de volta.
- Eu realmente não sei o que dizer.
- Você não tem que dizer nada, não esperava chegar aqui e te contar assim, mas você perguntou, e… Quer saber? Sinto muito, eu não devia…
- Fico feliz que me contou, Louis. - cortei o moreno, sorrindo verdadeiramente pra ele. - Realmente é pouco tempo, não faz nem um mês e por mais que o James tenha me machucado, foram quatro anos juntos. - vi quando o sorriso do meu amigo desapareceu e ele abaixou a cabeça, me fazendo segurar seu braço com a intenção de chamar sua atenção. - Mas eu sei que sinto uma coisa quando estou com você. Não sei o que é, mas é uma sensação boa e eu realmente queria que você ficasse aqui. - olhei em seus olhos e senti um arrepio ao encarar o azul mais bonito que já vi. - Comigo.
O sorriso que ele me lançou foi capaz de aquecer totalmente meu coração. Não era como os sorrisos maliciosos de James, era de carinho, de ... Amor. Passei os braços pelo pescoço dele e sorri quando senti uma de suas mãos apertando minha cintura. Me aproximei dele e logo nossos lábios estavam colados, inicialmente em um selinho, mas logo Louis pediu e eu cedi passagem para aprofundar o beijo. O beijo era calmo, mas não deixava de mostrar a vontade de ambos, senti Louis sorrir e sorri junto, quebrando o beijo.
- Quer sair daqui? - perguntei quando comecei a sentir um certo “calor” entre as minhas pernas, recebendo apenas um aceno positivo como resposta. Segurei sua mão e o puxei em direção ao ponto de táxi, com certeza teriam vários essa hora, considerando que estávamos saindo cedo. – 15, Central Park West, por favor. - disse e me surpreendi com a cara dos dois homens dentro do veículo.
- Você mora de frente para o Central Park? – assenti. - E não achou importante me contar em uma das ligações? Eu te fiz uma tour pelo meu apartamento em Tokyo, ! - percebi o senhorzinho arregalar ainda mais os olhos enquanto ia em direção ao meu prédio. Não duvidava que em sua cabeça fossemos dois mafiosos. Ri sozinha com esse pensamento e senti a mão de Louis em cima da minha coxa, fazendo com que eu me segurasse para não soltar um suspiro. Mordi o lábio enquanto o observava fazer círculos com os dedos, sem ao menos notar o efeito que tinha sobre mim. Bom, se ele notava, escondia muito bem.
- Louis… - o moreno me olhou com a maior cara de inocente no mundo, mas não ousou parar. Se o simples toque desse homem me fazia sentir assim, o que será que…
- Senhorita? Chegamos. - estranhei ao notar o tempo de viagem, mas não reclamaria, meu corpo realmente estava pedindo por Louis. Vi o homem entregar uma nota ao taxista e me retirei do veículo, dando uma corridinha para o elevador, que graças a Deus, já estava no térreo. Cliquei no 7º andar e esperamos quietos, mas assim que fechei a porta do meu apartamento, senti Louis me prensar contra a mesma, soltando um gritinho de susto.
- Calma, Lou, temos a noite toda. - e sorri maliciosa para o meu “amigo”.
- E iremos aproveitá-la completamente. - sorriu de volta e me puxou pra perto, me beijando ferozmente dessa vez…
E ele realmente estava certo quando disse que íamos aproveitar a noite toda, porque quando acordei na manhã seguinte, a primeira coisa que percebi foi que já eram 14 horas, a outra coisa que percebi foi o braço de Louis me abraçando por trás. Sorri sozinha.
Era um sentimento incrível estar com ele, e com certeza esse era só o início da nossa história. Não que eu estivesse apaixonada por Louis… Pelo menos, não ainda.


Fim!



Nota da autora: Sem nota.


Nota da beta: Eu amei taaaaaaaaanto esse final, é maravilhoso saber que ela tem alguém ali por ela, e tem a chance de se dar super bem depois de algo tão horrível quanto o que aconteceu! Você fez uma relação perfeita com a música, eu amei demais, sério! Parabéns <3

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