Capítulo 1
andava pela rua com as mãos nos bolsos e cabeça baixa, o advogado mais renomado da agência de advocacia de Nova York, um homem com certeza atraente. Com cabelos recém-cortados baixos e castanhos, pele branca e com olhos verdes esmeralda, seu físico faria qualquer mulher delirar. Mas, naquele momento, , o advogado/pegador, estava com o seu humor nos piores dias, apesar de ser de família nobre e nunca ter passado por dificuldades na vida, ele estava triste e sozinho. O rapaz não se agarrava à nenhuma mulher, dizia que não era homem para compromisso. Mas, no fundo, se sentia solitário, com os seus dois irmãos casados e ele o único que estava encalhado.
andava devagar com o vento frio passando em seu rosto, como uma navalha, às vezes ele fechava os olhos para sentir dor do vento frio. chegou à loja de conveniências e entrou, fazendo um sino tilintar acima da porta. A loja não era grande, apenas dois balcões com biscoitos e uma geladeira com várias bebidas, no balcão do caixa haviam chicletes e, mais atrás, o que tanto procurava. Cigarros. Às vezes, quando estava com mau humor, fumava, mas ele tinha consciência de que aquilo o fazia mal, por isso não fumava com frequência.
- Um Marlboro, por favor. – Pediu se aproximando do caixa.
O rapaz lhe entregou o cigarro e ele pagou, logo atrás dele entrou uma mulher, que aparentava ter a mesma idade que ele, estava de sobretudo preto com meia calça da mesma cor e um cachecol bege, cabelos castanhos um pouco mais claros que os dele, uma bolsa preta e saltos agulha pretos, mas mesmo assim ficava mais baixa que ele. Ela passou por ele, com os saltos fazendo barulho pelo chão, parou na frente do caixa e pediu o mesmo que . O rapaz continuou andando para fora do estabelecimento, parando em uma parede abaixo de uma marquise, encostou-se e pôs um pé na parede, enquanto o outro permaneceu no chão. Ele acendeu o cigarro com um isqueiro, que também havia comprado na loja, e começou a fumar. Não demorou muito para a mulher que estava na loja saísse. Ela o avistou e parou ao seu lado.
- Olá. – Ela disse pousando suas costas na mesma parede que ele, porém cruzando as pernas – Você tem isqueiro?
- Tenho. – disse e acendeu o cigarro da mulher, que estava em sua boca, e ele percebeu seus olhos azuis marcantes – Isso faz mal sabia?
- Sabia. – Ela disse dando um sorriso travesso para o rapaz – O que faz aqui à uma hora dessas nesse dia congelante?
- Só andando. – Respondeu olhando para o outro lado da rua – E você? Não acha perigoso, uma mulher bonita e sozinha pela Madison?
- Acho muito perigoso. Mas não estou mais sozinha. – Deu um trago no cigarro e deu uma risada – Cansei. Estava trabalhando e quis espairecer o estresse.
- Aliás, sou . . – Disse dando um trago no cigarro e olhando em seguida para ela.
- Então você é o advogado que liberou o Ethan Johnson, o homem que foi acusado de matar a ex-namorada? – Disse ela olhando-o com espanto.
- Foi. Aquele caso teve mais repercussão do que eu achava que fosse ter. – Disse ele olhando para a rua: – O rapaz tinha um álibi, mas ele é tão azarado que o álibi morreu dias antes do julgamento. O que me deu um pouco de trabalho, porque todas as pistas que a infeliz deixou giravam até ele. Mas quando na verdade, o verdadeiro assassino era o porteiro, que era apaixonado por ela. Bizarro.
- Você é bem mais alto ao vivo. – Disse ela, dando uma risada sendo seguida por ele – Sou . .
- Obrigado. – Ele disse e deu mais um trago no seu cigarro, acabando com o mesmo – Vou indo. Não quero atrapalhar a sua noite, e, aliás, foi um prazer.
Ele deu um tchau para ela, que sorriu de volta. Ele seguiu em frente e pôs as mãos no bolso novamente, abaixando a cabeça. o viu daquela maneira e se sentiu na obrigação de perguntar.
- ! – Ela chamou-o e deu uma corridinha até ele, que se virou rapidamente para ela. – Por que você parece tão triste?
- Eu? – Ele respirou fundo e olhou para os lados disfarçando – Eu só... Sinto-me infeliz. Às vezes, acho que não deveria viver tão sozinho.
- Mas ninguém deveria. – Ela olhou para os lados e voltou a olhar para ele com um sorriso brincalhão. – Quer saber? Vou recuperar a sua noite.
- Vai fazer o quê? – Ele olhou-a incrédulo.
- Vou salvar a sua noite. Vamos viver hoje, sem se importar com o amanhã. – Ela falava com um entusiasmo na voz olhando para ele, que tinha ainda a expressão confusa.
- Como? – Disse ele, retirando as mãos dos bolsos e balançando a cabeça – Mas e a sua noite? Hoje é sexta-feira e...
- A minha noite só esta começando. – Disse andando até ele e pegou o braço dele, segurando-o – E a sua também.
- Ei, calma! – Disse quase caindo, por ela tê-lo puxado tão bruscamente.
- Vamos nos divertir! – Ela disse, dando pulinhos entusiasmados na calçada e ele riu.
Os dois seguiram para o carro de , que estava mais próximo que o carro de . Ela ligou o motor e retirou o sobretudo, que desvendou uma saia preta rodada e uma blusa social branca de manga. Os dois seguiram em direção à BlackStar, uma boate muito famosa em Nova York.
Ela parou em frente à boate e começou a se arrumar, desceu sem o sobretudo, dobrou as mangas da blusa até o cotovelo e abriu os botões da blusa amostrando mais os seios. , que estava de blazer e por baixo uma blusa branca gola “V”, calça jeans e um coturno. parou na frente dele e desarrumou os cabelos do mesmo.
- Se solta. Divirta-se. – Disse dando corridinhas até a porta da boate, que arrancou vários olhares de homens que estavam ali perto.
seguiu para a boate, parando atrás dela e logo em seguida entraram. A boate por fora não parecia tão grande, porém quando entravam ela aumentava consideravelmente de tamanho. Várias pessoas dançavam ao som de músicas eletrônicas, que soavam relaxantes para os dois.
puxou para o centro da pista de dança e começou a dançar, balançando todo o corpo e pulando. a achava cada vez mais louca, mais uma louca boa. Ela doou a sua noite para o rapaz sair da sua depressão. Os dois dançaram a noite toda e beberam até cansar, se sentia mais relaxado e mais feliz. Estar ao lado de alguém que quer o seu bem é muito bom.
Os dois saiam, um atrás do outro, da boate. estava elétrica, seus cabelos estavam soltos e molhados de suor, mas o seu cheiro ainda estava doce. Era algo que ele não conseguia distinguir, um cheiro... Conhecido, porém ele não conseguia saber qual era o cheiro.
- Ah! – Ela se virou para ele, andando de costas para a rua e de frente para o rapaz, que estava radiante – Sua aparência está bem melhor.
- Pode ter certeza. – Disse – E obrigado por dizer que estava feio.
- Não disse feio, ! – Disse, rindo e segurando no braço do rapaz – Sério! Mesmo. Só estava acabado. Só isso...
- Ok. Seus planos de elogios só melhoram. – Disse colocando a mão livre no rosto.
- ! – Ela disse se agarrando na cintura do rapaz.
- Ok... Eu entendi. Só estava me aproveitando. – Disse, agarrando a menina em um abraço. – Aliás, que cheiro é esse... É...
- Morango. – Interrompeu, puxando uma caixa de chicletes do bolso da sua saia e o mostrou ao menino – Amo esse chiclete. Amo morango.
- Nossa... – Disse olhando-a – Você é louca.
- Não sou não... – Disse se soltando do rapaz e indo em direção ao carro – E mesmo se for. Mais louco é quem me segue.
- Pode me deixar em casa... – Disse , entrando no carro e pegando seu celular.
- Quem disse que acabamos, bobão? – perguntou com um sorriso travesso no rosto – Isso é muito bom!
- Aonde vamos? – Aindan questionou, não obtendo resposta. Apenas um sorriso e uma arrancada de carro.
dirigia animada pelas estradas de NY, logo após eles saírem, ela ligou o rádio.
- O que é isso? – Disse confuso com a música que a morena havia colocado.
- Música. – Disse ela, aumentando o volume e começando a cantar a música – Eu amo essa música! Canta comigo!
- This goes out to you, this is dedicated to you – cantava, olhando para , que ria da menina.
- Para mim? – Disse , entrando no ritmo da música.
Dedicated to you, dedicated to you, dedicated to you – continuou a cantar e a seguiu.
It was such such a mellow, mellow, mellow day
When you walk by, the sun shine
Mellow, mellow, mellow Day
cantavam gesticulando para , que fazia caras e bocas. continuava dirigindo e estava seguindo em direção ao Brooklyn.
And it all started when she said
Hey hey hey, smacking that strawberry bubblegum
You really got me when you said
Hey hey hey, popping that strawberry bubblegum
Os dois já cantavam animadamente pelas ruas do Brooklyn e já estavam perto da praia de Coney Island. As luzes das ruas cintilavam pela madrugada de NY, pessoas jovens e até mesmo idosos passavam por ali naquele horário. Já beiravam às 3h da manhã e havia um número considerável de pessoas pelas ruas. Assim como também espalhadas pela praia e pelo calçadão.
- Então, quer dizer que você me trouxe para o Brooklyn? – Disse , parando com a porta entreaberta e olhando para a menina por cima do carro – Ótima escolha.
- Eu só amo assistir o amanhecer daqui. – Disse a menina olhando para o horizonte, onde as nuvens da madrugada banhavam o céu, as estrelas e a lua iluminavam todo o céu.
- Deve ser incrível. Não costumo sair assim... – Comentou – Apenas com meus irmãos e sobrinhos. Às vezes.
- Eu venho aqui quando posso... É tão calmo. – Disse se apoiando por cima do carro.
- Então... – fechou a porta do carro – Você além de ter fissura por morangos, também gosta de músicas que contenham morango?
- Essa é especial... – Disse se sentando no capô do carro e fez o mesmo, enquanto continuava olhando para o horizonte – Na fazenda dos meus pais, na Itália, eles têm uma plantação de morangos. Sempre fui acostumada a comer morangos e a amá-los. Mas os amava mais por serem algo que meus pais fazem.
- Isso é... Incrível. – Disse , deslumbrado com a moça.
- Não os vejo com frequência, meu trabalho atrapalha demais. Escutar essa música me faz parecer estar lá, perto deles. – Disse olhando para , que a olhava atentamente.
- Entendo. Meus pais moram aqui em NY e meus irmãos também. – Disse ele olhando para – É bom estar perto. Não sei como estaria se não estivesse com eles...
- Meus irmãos moram espalhados pela Europa. – Disse com um sorriso nos lábios, que exalava um cheiro doce, o mesmo cheiro doce da boate. Morangos. – Tenho 10 irmãos. 7 homens e 3 mulheres.
- Nossa! – deu uma risada e sendo acompanhado pela menina, que já gargalhava – Eu tenho dois, uma mulher e outro homem. Já acho a família grande.
- Minha família é italiana, já viu não é? Família grande e calorosa. – Disse, rindo mais um pouco e notando que o céu já se iluminava devagar.
Ela se encostou em , que a envolveu com um braço e o outro colocou na frente do corpo da menina, os dois estavam colados um no outro. Sem perceber os dois estavam bem mais próximos do que esperavam. se sentia diferente perto da “desconhecida” que mal entrou na sua vida e já estava lhe causando várias sensações que nem nunca havia sentido antes. Seu coração acelerava com cara olhar, cada sorriso, cada toque. E o mesmo acontecia com , que não conseguia entender, o porquê do seu impulso da noite anterior, de chamar um completo desconhecido para sair e levá-lo para dentro de seu carro e, o pior, gostar dele aos poucos, sentido borboletas no estômago a cada vez que ele se aproximava de modo carinhoso para perto da morena.
O tempo passou, os dois já estavam quase dormindo e o sol já brilhava no céu de Nova York, um sol confortante e várias pessoas começavam a aparecer pelo calçadão, correndo com seus cachorros ou famílias com pais e filhos corriam pela beira da praia, sorridentes e felizes. Idosos e casais se aninhavam nos cantos da praia e os comerciantes começavam a abrir o comércio. Não demorou muito para o celular de começar a tocar. O que fez o rapaz revirar os olhos.
- Meu Deus, não posso viver em paz nessa vida. – Disse e riu, ajeitando seus cabelos e continuava imersa em seus pensamentos sobre o rapaz ao seu lado.
- ? Oi? Está me ouvindo? – Dizia uma voz, conhecida pelo rapaz, do outro lado da linha. – Onde você está?
- Liza? – Disse desconfiado por sua irmã estar ligando àquele horário – Estou no Brooklyn, com uma amiga.
- Brooklyn? ?! – Disse mais alto do outro lado da linha.
- Liza. Não grita. Sou adulto, posso vir ao Brooklyn quando quiser. – Disse olhando para , que admirava o céu azul.
- Tudo bem. Tudo bem... Só que você disse que iria sair conosco hoje. George está aqui. E nada feliz pelo seu sumiço. – Disse com o tom de voz mais calmo, o que não era de seu costume.
- Ah, Liza. Esqueci. – passou a mão no rosto e olhando novamente para , que agora o encarava. – Estarei pronto em uma hora. Não estou longe de casa... Vou levar a minha amiga.
- Que seja. Mas anda logo. As crianças querem chegar ao Central Park ainda hoje. – Disse Elizabeth, como se isso fosse algo extraordinário.
- Até logo, Liza. – Disse e a sua irmã desligou.
- Meus irmãos. Chegaram de viagem e queriam sair... Já tinha prometido isso. – Explicou, coçando a nuca – Só que eu esqueci. E minha irmã não é daquelas que perdoam fácil.
- Entendo... – voltou a olhar para o mar – Vamos, então. Não quero atrapalhar.
- Queria que você fosse comigo... – disse, olhando para a menina que já estava a uma distância dele considerável – Se você não tiver compromissos, claro.
- Acho melhor não ir. – Disse, ainda olhando as famílias passando pela orla da praia – É sua família. E, aliás, nossa noite foi ótima. Foi muito bom arejar a cabeça...
- O quê? – Disse se virando até ela – Nem sei como te agradecer por ter me arrastado para uma noite fora da rotina e tê-la transformado na melhor de todas para mim.
- Eu te levo até a Madison. – disse, entrando no carro seguida pelo rapaz.
sabia o que deveria fazer algo, sabia que deveria dizer a ela para ficar, para passarem mais um tempo juntos e para ficar com ele para sempre. Não que ele acreditasse em amor à primeira vista, mas ele realmente não podia deixá-la ir assim, sem mais nem menos. E ela também sabia que deveria ter aceitado a oferta, quando ele a ofereceu, quando ainda havia tempo. Mas agora acabou, deixar isso para trás é o melhor a se fazer.
Eles chegaram a Madison Street, que estava mais movimentada que na noite anterior e bem mais alegre do que antes com certeza. Eles ficaram paralisados, nenhum dos dois sabia exatamente o que fazer, ninguém saberia no lugar deles. se virou para , que o olhou com um sorriso nervoso, nada parecida com a menina determinada e sem preocupações da noite anterior.
- . – Disse – Olha. Quero muito que você vá. Então aceita, por favor.
- Sim. – Ela começou a gargalhar para o rapaz, que havia suspirado depois de ter respirado bem fundo com a resposta da menina – Eu vou, mas antes quero trocar de roupa e, de preferência, tomar um banho.
- Eu te sigo com o meu carro. – Ele disse, indo em direção ao seu carro e arrancou com o dela, e ele logo atrás.
seguiu para a sua casa, que não era tão longe de lá. Era uma casinha simples no Greenwich Village, que era rodeado por árvores e famílias, muito diferente do local onde morava, que era bastante movimentado por carros e nunca dormia. parou o carro e fez o mesmo, parando logo atrás dela. Ela saiu do carro e o olhou com um sorriso. se sentiu paralisado por um tempo, aquele sorriso não se comparava com nenhum dos outros que a moça havia dado durante a noite que tiveram, aquele era diferente, era sincero e verdadeiro. Algo que ela tem sido com ele por todo o tempo. O que o fazia estar cada vez mais cativado com a moça.
saiu do carro e, com as mãos nos bolsos, a seguiu até a escada de sua casa. A frente da casa era simples, assim como as outras casas daquela rua, tinha árvores e muitas flores, que rodeavam as paredes até o chão de terra, as paredes eram de tijolos vermelhos, que davam um ar familiar ao local. abriu sua bolsa e pôs as chaves na porta, quando abriu a porta um labrador enorme quase a derrubou escada abaixo e, mesmo assim, o sorriso da menina não se desfez.
- Oh! – Disse se equilibrando novamente – Se acalme, Fred. Se acalme.
- Nossa! – Disse a ajudando a se levantar – Ele é enorme.
- Fred é meu desde que eu cheguei à NY. Comprei-o quando ainda era um filhote. – Disse, entrando na casa, jogando as chaves e a bolsa em uma mesinha de canto próxima a porta.
A casa era, assim como o lado de fora, simples, porém aconchegante. As paredes eram de um tom de vermelho, parecido com os tijolos do lado de fora, a sala e a cozinha eram praticamente compiladas e bem pequenas. Havia uma escada logo que chegavam da porta e outra porta próximo aos sofás, esta era transparente e dava para ver um quintal por trás da casa, onde Fred já estava se divertindo. Todos os móveis eram bem rústicos e as cores bem fechadas.
- Você pode ficar sentado ali no sofá. Não vou demorar. – Disse, subindo a escada e retirando os saltos ao mesmo tempo.
ficou parado, encarando cada detalhe daquele lugar, nada parecido com a sua realidade ou com nada que já havia visto. Tudo para ele era cheio de luxo e coisas modernas, apenas a casa de sua irmã era mais familiar, por conta das crianças que precisavam de mais espaço. Ele se aproximou do sofá e se sentou ali. O sofá parecia bem confortável, bem mais do que ele achava ser. Ao se encostar ao sofá seus olhos se fecharam automaticamente e se lembrará de que não havia descansado do seu dia de trabalho estressante.
- ? – balançou-o no sofá e assustando-o. – Você está bem?
- Ah... Estou um pouco cansado, meu dia, ontem no trabalho, foi um pouco estressante demais. – Ele disse, esfregando os olhos e a olhando.
Ela estava impecável, vestindo um jeans justo com uma regata que modelava perfeitamente seu corpo, por cima havia um cadigan amarelo e ela estava com os cabelos presos em um rabo de cavalo, com all stars brancos de pano nos pés. se sentou ao lado do menino e ajeitou o cabelo do mesmo.
- Você está um pouco acabado. – Ela disse e riu com a lembrança da noite anterior – Bem mais agora.
- Se continuar mexendo no meu cabelo, eu acho que vou voltar a dormir – Disse, fechando os olhos devagar e a menina parou instantaneamente de mexer.
- Vamos, . – Disse se levantando e puxando-o pelos braços – Você tem que ir. Sua irmã está te esperando.
- É verdade. – Disse se espreguiçando e olhando a menina, melhor dessa vez – Vamos.
Eles seguiram em direção ao carro de , os dois entraram e seguiram para o apartamento de , na Upper East Side, um dos bairros mais caros de NY. estava deslumbrada com o luxo do hotel de e o rapaz olhou-a de maneira divertida. Os dois seguiram em direção à porta do apartamento de , com o rapaz na dianteira e a menina logo atrás, ainda deslumbrada com a visão do hotel.
- Pode entrar. – Disse, dando espaço para a menina entrar antes dele – Não liga para a bagunça. Não sou do tipo... Organizado.
- Percebe-se. – Comentou, retirando uma blusa de cima do sofá para que ela pudesse se sentar.
- Bom, a cozinha é ali – Disse apontando para a esquerda, onde se encontrava uma abertura na parede e no fundo uma bancada de mármore preto – Ali o banheiro – Apontou para outro lado, onde se encontrava uma porta branca – E a televisão, vídeo game... Pode ficar a vontade. Não pretendo demorar.
- Claro. – Disse colocando os pés por cima da mesa de centro – Estou em casa.
O rapaz riu e seguiu em direção à escada, que ficava atrás do sofá onde se encontrava. ficou passando os canais da televisão durante um bom tempo, até firmar em um, que estava passando um filme de romance qualquer. Ela continuou da maneira que estava quando saiu e continuou assistindo ao filme. , após poucos minutos, desceu as escadas de bermuda e sem camisa, com um chinelo e secando os cabelos recém-molhados pelo banho.
- ? – Disse ele, que fez a menina olhar para trás e parar bem no peitoral do rapaz, onde se encontravam músculos perfeitamente aparentes, que eram de deixar qualquer uma de boca aberta – Que filme é esse?
- Ah... P.S Eu te Amo. – Respondeu, balançando a cabeça, tentando tirar todo e qualquer pensamento sobre o tanquinho do amigo da sua cabeça – Vamos?
- Vamos. – Disse, pegando a camisa que estava no sofá e, finalmente, tampando o que poderia denominar de “um pedaço de mau caminho”, naquele momento.
Os dois seguiram novamente para o carro, que estava no estacionamento do prédio de e várias pessoas passavam por ali naquele momento. Até o estacionamento é de luxo. Os dois entraram no carro e seguiram para o Central Park, onde Elizabeth já os esperava junto com George, seu outro irmão.
- Então quer dizer que você é rico? – perguntou, olhando para o rapaz que estava dirigindo.
- Mais ou menos. – Respondeu, olhando de relance para a menina e lhe lançava um sorriso de lado. – Eu trabalho muito.
- Percebi. Seu estresse não é em vão. – Disse olhando para frente e avistando o Central Park.
O Central Park naquele dia estava, especialmente, cheio de famílias felizes e muitas crianças, que corriam e brincavam por toda parte, o verde do local estava ainda mais exuberante do que da última vez em que estivera por lá. Seus olhos brilhavam, como estava feliz por ir à um lugar que mais se assemelhava a sua casa na Itália. Com campos verdes e longos, céu limpo e brilhante, e o doce e inconfundível aroma de morangos.
- Você está bem? – Disse , com os olhos preocupados sobre a menina.
- Sim. – Disse olhando para cada pequeno detalhe daquele lugar, como se fosse a última vez que visitaria esse local – Só... Lembro-me de casa. Tenho um pouco de saudades da calmaria da Itália.
- Imagino... – Disse a olhando – Vamos.
- Vamos. – Disse abrindo a porta do carro e se pondo para fora.
Os dois caminhavam lado a lado pelo gramado do parque e, pouco a pouco, avistavam mais crianças se divertindo a luz do sol com bolas e outras fazendo piquenique. Os olhos de estavam cada vez mais brilhantes e não podia deixar isso passar, ele a observava, como se ela fosse uma pequena escultura, que, com sua grande riqueza de detalhes, se impunha devagar e, ao mesmo tempo, frágil, como porcelana, como se pudesse ser quebrada a qualquer momento e que ele tinha a obrigação de cuidar.
- Liza! – disse, indo em direção a irmã, que estava próximo à uma árvore, que fazia um pouco de sombra sobre ela e os outros.
observava os irmãos de . Elizabeth, a mais velha dos irmãos, tinha, ao contrario de , cabelos dourados como o mel, seus olhos eram ainda mais verdes que os de e seu corpo era perfeito, como o de uma modelo, os cabelos chegavam à sua cintura e estavam presos em uma trança e haviam flores espalhadas por toda extremidade do cabelo, ela vestia um vestido verde esmeralda até o joelho, que fazia com que seus olhos ficassem ainda mais em destaque. Perto dela estava quem ela pensava ser George, que se parecia muito com , cabelos castanhos e olhos verdes, que eram marca daquela família. Ele tinha uma barba mal feita e um sorriso que contagiava a qualquer um, vestia uma bermuda jeans e uma blusa preta social, dobrada até os cotovelos e aberta até o início do peitoral. As crianças eram ainda mais encantadoras, os filhos de Elizabeth, como a havia mostrado eram uma menina que tinha os cabelos da mãe, dourados como o mel e cheio de cachos, e um menino mais velho que a menina que tinha cabelos também dourados e curtos, porém olhos cor de mel. O irmão de , George, tinha apenas um filho, que aparentava ter mesma idade que os outros dois, ele tinha cabelos castanhos, como o do pai, e olhos azuis.
- Essa é minha amiga, . – Disse , puxando -a pelas mãos.
- Ah! Olá, ! – Elizabeth disse, com o sorriso encantador que qualquer um se apaixonava – nunca nos apresentou amigas... Esse é um bom começo.
- Ah! Claro. – concordou, apertando as mãos da irmã de .
- , esses são Elizabeth e George, meus irmãos. – Disse o rapaz, apresentando os irmãos a menina. Eles a cumprimentaram e, logo em seguida, foram atrás de seus filhos, pois já era hora deles comerem um pouco.
- Eles são lindos. Demais. – comentou, olhando para , que caiu em gargalhadas para a menina – Sério. Me senti uma bruxa.
- Para de palhaçada. Você é linda. – Disse, olhando-a de cima a baixo – De verdade.
- , , venham! – Elizabeth chamou-os, que estava próximo as crianças que brincavam no gramado.
Eles seguiram em direção a eles e, quando chegaram, começaram a brincar com os outros. brincava com a pequena Sarah, filha de Elizabeth, junto com ela. E os meninos jogavam bola no gramado. Aquela atmosfera fazia se lembrar dos seus tempos de criança, brincando com seus irmãos e correndo pelas plantações de morangos...
O dia correu bem, todos brincavam e se divertiam muito, ficou com as meninas durante um tempo, mas foi ficar com os meninos, pois como ela mesma disse “Tenho alma de homem, com 7 irmãos homens tive que aprender alguma coisa”. Ela brincava de bola e de correr, o que lhe rendeu vários tombos e risadas. O dia já chegava ao fim e sol estava se pondo, Elizabeth e George decidiram ir para casa, enquanto os dois ficaram durante mais um tempo conversando e rindo sobre os acontecimentos do dia.
- Foi muito bom... – disse, andando pelo parque com ao seu lado.
- Foi. Meus irmãos são mestres em fazer dias serem divertidos. – Ele concordou e deu uma gargalhada, batendo com os ombros nele.
- Bom... Está na hora de ir. – avisou, avistando o estacionamento e o carro de – O dia foi incrível. As 48h estão sendo incríveis.
- Sim. 48h, né? – disse se aproximando do carro, junto com – Foram incríveis. Você se tornou uma grande amiga.
- Com certeza. – Ela disse quando os dois já estavam de frente um para o outro.
Aquela palavra “grande amiga”, estava incomodando , ela não sabia o porquê, mas estava a incomodando, como se houvesse um espinho em suas mãos e ela estivesse apenas apertando. se aproximou ainda mais de , ele não estava sentindo se aproximar, apenas se aproximava, parecia que eles tinham um imã, que os aproximava ainda mais.
- ... – parecia estar entorpecida com o perfume do rapaz – O que...
- Não sei... – Respondeu a olhando nos olhos – Mas parece a coisa mais certa que eu já fiz na minha vida.
Ele a puxou pela cintura e a outra mão foi para a nuca da menina, que estava por um lado surpresa com aquela atitude, mas feliz por ele a ter tomado. encostou seus lábios devagar, como um beijo doce, cheio de sentimentos e desejos, seguia o ritmo do rapaz e sentia vários choques de prazer a cada beijo, a cada toque.
- O que nós... – ia perguntar, com os braços entrelaçados na cintura do rapaz.
- Não sei. Só sei que eu gosto. E gosto muito. – disse, sorrindo e em seguida deu um beijo na testa da menina, que sem saltos batia com a cabeça em seu peitoral.
- O que vamos fazer? – perguntou se desprendendo do rapaz, que lhe segurou ainda mais forte, para que ela não conseguisse se soltar.
- Viver. – Disse a prendeu em seus braços, como se ela pudesse escapar com um pequeno esforço das suas mãos. – Because your flavor is so original... My little strawberry bubblegum.
Os dois continuavam ali por mais um tempo, aquilo tudo era tão mágico. Parecia um conto de fadas, mas eu posso lhe garantir que aconteceu de verdade e que esses dois, trabalhadores com suas vidas compromissadas e cheias de estresse, se apaixonaram em 48h, onde tudo começou por causa de um maço de cigarros e um isqueiro. Na Madison Street. Em Nova York. Hoje em dia, eles estão bem mais felizes, por estarem juntos, agradece até hoje por ter insistido para que a menina fosse com ele para o Central Park e ela agradece até hoje por ter aceitado. Porém, tudo continua o mesmo, o que mudou foi apenas o que mais ama no mundo, além de , aquele seu aroma de morango espalhado pela casa, com seus chicletes de morango. continuava e amava estar com . E tudo foi se ajeitando, aromas de morangos e casas luxuosas. Bem, eles eram felizes, e continuam felizes.
EPÍLOGO
- Tudo bem, amor. – respondeu, passando por ele e lhe dando um selinho nos lábios – Alice! Devagar.
Eles haviam acabado de chegar de viagem, estavam na Itália. Depois daquele dia, no Central Park, muitas coisas aconteceram e uma delas foi o casamento de e . Dois anos depois de eles estarem juntos, eles decidiram se casar. O pedido foi feito em grande estilo, o anel estava dentro de uma fruteira com morangos, chorou e riu ao mesmo tempo. Depois de um tempo veio a Alice, a pequena filha dos dois que trás alegria a todos na família. Foi aos 3 anos da pequena que eles resolveram fazer a viagem para a Itália, na casa da família de .
- ! Minha filha! – Disse a mãe da menina que desde o seu casamento não a via mais – Como está grande essa menina! Estava morrendo de saudades.
- Eu também, mãe. – Disse a abraçando e estava logo atrás.
- Olá, ! Como foi a viagem filho? – Disse a mãe de , que o puxava para um abraço caloroso.
- Foi ótima! – Disse com um sorriso nos lábios – Onde está o Sr. Geovane?
- Está com os filhos por aí. Você sabe, né querido? Não é sempre que todas as crianças estão por aqui. – Dizia Sra. Sandra, mãe de .
e foram arrumar as coisas no quarto em que ficariam com Alice. Logo após terminarem de se arrumar, e arrumar as coisas, eles desceram as escadas em busca de onde estava toda a família. Eles estavam todos reunidos na sala de estar, mas puxou o marido para fora de casa.
- ? Onde estamos indo. – perguntou, desconfiado da esposa.
- Está na hora de uma das coisas mais bonitas nesse lugar e apenas de uma parte da fazenda da para ver e sentir de verdade. – Disse, guiando-o para as plantações de morango.
O aroma doce de morangos já estava preenchendo suas narinas e, a cada passo que andavam entre a plantação, as memórias de se ativavam e ela se lembrava cada vez mais da sua infância. Eles chegaram ao ponto mais alto da plantação de morango, onde se podia enxergar toda a fazenda.
- Apenas aprecie. – Disse, parando na frente do marido e ele a abraçou por trás na cintura – É o por do sol mais lindo da sua vida.
- Com a pessoa que eu mais amo em toda a minha vida. – Disse lhe dando um beijo no topo da cabeça. – Você tinha razão, esse lugar é incrível.
- Eu te amo. – Disse se virando de frente para ele.
- Eu te amo muito. My little strawberry bubblegum. – Disse a beijando apaixonadamente em seguida.
E assim eles viveram, com brigas, desentendimentos, mas tudo isso era fraco para o tamanho do amor que eles tinham. E quem iria imaginar, que aqueles dois que foram juntos para a balada tentar relaxar iriam acabar se apaixonando. Bom, às vezes, o destino utiliza de pequenos motivos e situações cada vez mais inusitadas para lhe dar o amor da sua vida. É bom ficar de olhos abertos... E de ouvidos abertos.
Continua...
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