04. Antídoto

Capítulo Único

estava chateado, levar as sobrinhas para a pracinha sempre era chato, iria sempre ter aquela mãe cuidadosa, a mulher que conversa sem parar, o pai desinteressado, o casal apaixonado aquelas pessoas que estão ali por estar, sempre iria existir as crianças gritando sem parar e seus sobrinhos pedindo dinheiro seja pra brincar ou comprar algo, pra ele era algo chato, sem graça e que custava além de tempo dinheiro. A caminho do parque uma antiga amiga, coincidência, mera coincidência, apenas algo passageiro, linda ela estava com aquele vestido florido, sorrindo, nossa, aquele sorriso mexia com ele. Acompanhada ela não estava, nem por bobeira indicava estar, algo ela estaria fazendo ali, iria encontrar namorado? Amigo? Amigas? O que ali fazia era a questão, mas quando se viu sentado e observando uma menina que aproximou dela e sorriu.
- Mãe? Ela é mãe? Será? - Murmurou.
A dúvida lhe dominou e a vontade de ir falar com ela também, mas ela foi mais rápida na questão de ir, ele olhou primeiro mas ela foi mais rápida em falar, pois ele apenas olhou e continuou olhando, ela chegou.
- Posso sentar?
- Sim, claro que pode, eu… eu estou só, com meus sobrinhos e eles estão ali e… eles estão, estão brincando - Deu um sorriso acanhado e continuou - Quanto tempo né?
- Sim, muito tempo, como tem estado ?
- Nossa você lembra meu nome, tenho estado bem e você?
- Óbvio que lembro, você não lembra o meu?
- Como esquecer? Claro que eu lembro .
- Ele lembra mesmo - Falou sorrindo e se divertindo com aquele jeito sem graça dele agir - Que bom que não esqueceu de mim.
- Esquecer de você? Nunca! - Falou sorrindo, pois era um modo tão fofo dela falar, um jeito muito extraordinário de mostrar suas atitudes, ela era fantástica - Você vem aqui sempre?
- Bom, eu venho trazer minha sobrinha por isso venho quando possível, mas quase todo final de semana estou aqui e você?
- Eu? Sempre que posso, sempre que estou disponível venho trazer meus bolinhos.
- Bolinhos? - Falou ela estranhando o apelido.
- Sim, meus sobrinhos, os apelidos deles são bolinhos, mas sua sobrinha é muito linda.
- Obrigada e seus bolinhos também, aliás, muito fofo o apelido.
- Ah, eles vivem comendo bolos e doces e são fofos desse jeitinho, então, bolinhos são os apelidos mais apropriados.
- Verdade - Sorrindo sem parar falou, e aquele sorriso em sua mente o mais lindo possível…
A conversa perdurou até ela ver a hora e foi embora, sua sobrinha virou amiguinha dos meninos e ele, ele ainda não estava acreditando que aquela era a da sua infância, ele rapidamente pegou o telefone e ligou para seu grande amigo e perguntou tudo mais sobre a caminho de casa, acho que aquela foi a ida ao parque mais longa da sua história com seus sobrinhos, com a melhor conversa possível e o melhor sorriso de companhia, até sua cunhada estranhou e seu irmão nem tanto, quando já sabia que só podia ser amigos ou melhor, mulheres, a única alternativa para seu irmão demorar tanto em um lugar que não gosta de ir.
- Cunhada, pode deixar, vou levar sempre que posso os meninos para a pracinha.
- Você?! Nossa, o que aconteceu?
- Nada, eu apenas gostei de levar os meninos, vou levar mais vezes, apenas isso, sempre que puder, quase todos os finais de semana, todos se der, agora vou pro meu quarto, eu preciso falar com alguém - Saiu saltitando e sorrindo feliz da vida.
Naquele instante quando entrou no quarto apenas o seu sorriso ali perdurava e sentado na cama lembrava das palavras que ouviu.
- Namorado? Não, eu tô solteira...
Essas palavras ecoavam em sua cabeça como o canto de um pássaro, um lindo pássaro, em seguida pediu seu número de telefone como um grande amigo, mas com uma vontade de ser mais que isso.
Como poderia algo tão radical acontecer em pouco tempo, vamos apenas esperar, disse a si mesmo se jogando na cama em seguida com um longo suspiro e um belo sorriso em seu rosto.
As semanas se passavam e sempre que podia levava os meninos ao parque, mantendo ali sua promessa e sentindo cada vez mais seu coração palpitar nos encontros com ela, ali naquele banco de praça, perto daquela grande árvore era seu ponto de encontro, era seu lugar mágico ao seu lado, o mais lindo e importante lugar, querendo apenas saber como tudo iria ficar, ele sorriu e naquele clima de flores caindo, de brisa mediana e aquele belo sorriso ao seu lado não resistiu ao beijo, com seus corpos se aproximando e os sorrisos em seus rostos se tocando, um beijo, um malicioso e doce beijo dali saiu e o que era apenas pra ser amizade terminou em ambos se apaixonando mas apenas um belo conhecido da vida se tornou dependente dessa paixão e cada vez mais os sorrisos se tornaram costume e os finais de semana se tornaram um vício, os abraços e a divisão de calor naquelas noites de brisa forte no parque.
Até que ela não apareceu mais, ela simplesmente não dava notícias nem falava, ela não respondia as mensagens, nem aparecia naquele parque, ela simplesmente deixou o lugar especial e sumiu, ninguém sabia o que tinha acontecido, ninguém sabia como havia acontecido, apenas sabiam que aquela doce garota não aparecia mais naquele parque a semanas.
- Xeque-mate, ela me deu um belo de um xeque-mate e foi embora, mesmo que o jogo não tivesse acabado com esse xeque-mate, ela se foi - Disse ele triste com o seu irmão ao lado e assim ditando-se em seu colo para receber o seu consolo - A desapareceu, e eu como louco quero correr atrás dela, mas quero esquecê-la também, quero que ela apareça e mude minha vida mas quero que ela suma de vez com as memórias desses últimos meses, que foram apenas 2 se encontrando em alguns dias, outros finais de semana, mas que não deixaram de ser especiais, quero sentir o seu calor, seu beijo, quero ouvir sua voz e aquele jeito malicioso e risonho dela, que até se bater uma folha em seu rosto seu sorriso vai estar ali, se um louco passar dançando a gargalhada dela não se segura e ela sorriu de uma uma forma que não tem como você não rir junto, ela é a louca mais louca que já conheci, a menina que tá me fazendo mudar e sentir o meu mundo mudar, ela é incrível irmão e é o que me dói, pois por ela ser tão incrível não consigo esquecer e hoje procuro um antídoto pra isso, pois foram semanas com ela, e hoje está sendo apenas 2 semanas sem e já sinto falta dela.
- Não existe antídoto para o amor, não existe nada que possa mudar o que você sente apenas o tempo, mas fora o tempo não há remédio, não há nenhum remédio, você apenas vai com o tempo melhorar, mas já foi na casa dela? Ela pode estar doente, ou algo parecido com isso então vai lá e tenta falar com ela, isso pode ajudar.
- Eu irei, mas não sei bem se pode terminar bem.
- Apenas tente, você vai conseguir.
- Obrigado , eu vou tentar.
Ele realmente se animou por não ter sido abandonado, mas se entristeceu, se ela estiver doente e não puder falar no telefone? Ou se ela foi levada pra longe? O que aconteceu com a menina que me viciou em seu beijo, ele assim pensava.
Chegando na casa dela ele viajou em sua própria mente e louco acordou se deparou com uma súbita em sua frente.
- Ai que susto! Quem é a senhora?
- Boa tarde, sou a tia de e você quem é?
- Sou um grande amigo dela e gostaria de saber se ela está em casa.
- Ela saiu agorinha, faz uns 10 ou 5 minutinhos.
- Sabe se ela volta logo?
- Não, não deve voltar logo, ela saiu para resolver algumas coisas.
No mesmo momento ali, seu sorriso sumiu, ele simplesmente desapareceu ela não estava doente pelo contrário estava bem, ela não tinha viajado, ela estava em casa, ela podia ver suas mensagens… mensagem...
- Senhora, sabe informar se ela está com o celular?
- Não levaram ele a poucos dias, ela está sem.
- Sério? - No mesmo momento um sorriso brotou em seu rosto - Obrigada tia - Foi embora rapidamente para casa sorrindo.
- Meu Deus, que tipo de louco vai embora assim, sem mais nem menos e ainda sai sorrindo por uma mulher ser assaltada? Amigo? Vou falar com sobre esses loucos que ela chamam de amigos. Eu em. Tia? Quem ele tá chamando de tia? Sou mais nova que ele se brincar, tá de brincadeira mesmo esses meninos né? - Entrou em sua casa mas sorriu - Ele deve ser o carinha do parque que ela tanto fala, háhá...

XXXXX

Ele correu para sua casa, logo quando percebeu seu chegar na avenida parou, respirou fundo e viu o quão cansado e suado estava. Mas mesmo assim não quis parar, correu rapidamente, faltava apenas 1 quarteirão, e em sua mente martelava apenas uma coisa “Tem que funcionar”.
Chegando em casa ele pegou um papel e uma caneta e começou a escrever, no mesmo momento que seu irmão chegou e viu aquela cena lhe perguntou o que estava acontecendo.
- , ela estava em casa, mas tinha saído então não estava doente, mas está sem celular, por isso não respondia minhas mensagens.
- Então você vai enviar uma carta?
- Sim!
- O que tem escrito? - Disse curioso sobre, o que será que o irmão escreveu nesta carta de tão importante? Ou que conquistaria aquela garota?
- Apenas algumas palavras, então, agora você pode me deixar sozinho? Por favor?
- Sim, claro, já que é tão importante, eu nem quero saber mesmo - Dando um sorriso um pouco falso logo bateu com a mão no ombro do seu irmão - Seja o que for saiba que estou aqui.
- Obrigada irmão, logo você vai saber, pois se não existe antídoto como você disse, existe chances e atitudes que posso tomar.
- Isso aí garoto, tô contigo - foi embora deixando o irmão sozinho e imaginando como ele entregaria aquilo a ela, pela sua tia talvez ou não? A dúvida que o mata.
- Vou deixar com a tia dela e torcer para ela receber é seja o que Deus quiser - Murmurou ele.
Em meio a tudo isso percebeu o que tinha enfrentado por aquela garota, o que tinha feito com ela e o que fez por ela, ele chorou, correu, mas realmente recebeu apoio, ele em meio a ela sorria, percebeu que o antídoto para o amor não existia, pois o tempo é doloroso, o remédio não existe e um novo amor, este é incerto.

XXXXX

Na casa dela, pôs a carta no correio, colocou seu nome e o remetente, Osvaldo. Agora sua única escolha era esperar, depender do tempo e esperar. Voltou para casa e deitou em sua cama, férias mais loucas que essa estava por acontecer, mas um sorriso melhor que este em seu rosto, não existiria mais em sua vida.

XXXXX

No dia seguinte ela abriu o correio e viu carta por carta, contas e mais contas, colocou na mesma e as deixou, tomou um banho, se deitou, no dia seguinte veria cada uma, estava cansada e sentindo falta de .
- Se pelo menos soubesse onde ele mora, se pudesse o encontrar, porque naquele dia não foi? Mesmo com a mensagem sendo enviada? - Deu um longo suspiro e foi dormir, precisava dormir, aquele sono a faria bem.
No dia seguinte assim que acordou olhou as contas e por último uma simples carta, com o remetente de , como foi possível que não tinha visto aquela carta ontem? Abriu rapidamente para ver e ler.

“ Oi , você está bem? Faz um tempo que não aparece no parque, fui até sua casa e você não estava, pensei que poderia estar doente por isso me preocupei, te liguei várias vezes e enviei mensagens também e você não respondeu, sua tia me disse que foi assaltada, me senti bem e mal ao mesmo tempo, bem por você não estar me ignorando e mal por não estar ao seu lado para te defender desse assalto.
Lembra quando cantei aquela música no parque ali, debaixo daquela árvore? Ela foi feita pra você, mas não imaginaria que seria tão sério cada palavra nela escrita, eu gosto de você e parece que não existe antídoto, quero muito te encontrar, fui no parque várias vezes e você não estava, fui lá e como louco fiquei atrás de você e nada, queria realmente te encontrar naquele mesmo lugar, o nosso lugar, ali te pedir em namoro e ser feliz com você todas as noites, mesmo que cansado ou por chamada de vídeo, eu tentaria chegar no horário marcado, passaria o dia inteiro pensando em você, mais do que já penso, você já sofreu tanto com amor como na última vez me falou, você não falou besteira você foi sincera comigo, e eu senti que estava gostando de você ali, queria te dizer na próxima vez que te encontrasse no mesmo lugar em que nos beijamos pela primeira vez, mas você não apareceu e é por isso que todos os dias vou ao parque, para ver se te encontro, seja de manhã ou a noite, vejo as crianças brincando, as senhoras reclamando ou conversando, vejo os tios, os pais e as mães, eu vejo tudo, observo tudo e tenho a esperança de te encontrar neste momento, em cada momento, não fui mais na sua casa com um pouco de medo, talvez você pense que sou obsessivo, mas é porque sem você os meus finais de semana não tem graça, os meus dias não tem esse seu sorriso. os meus momentos contigo são tão importantes, até tentei achar um antídoto, mas só existe você, o meu antídoto é você.”

Nesse mesmo momento em que leu a carta saiu correndo em direção ao parque, não se importava com a reunião que tinha ou com o seu cabelo bagunçado, ela queria vê-lo, ver a pessoa que igualmente gosta dela, que sorri com ela e que a transforma na melhor pessoa do mundo quando está ao seu lado, que transforma literalmente seu mundo, sua voz é a mesma mas o que sai da sua boca não, seu sorriso é mais brilhante e verdadeiro, seu rosto fica um pouco vermelho e sem falar nas cosquinhas que sente no coração quando está perto dele, ele gosta dela e ela gosta dele, o que o fez perceber que o melhor dos antídotos para qualquer tipo de dor é o amor.




Fim.



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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