Capítulo único
I see moon when you are looking at the sun
O telefone ficou mudo, assim como seu coração.
Era exatamente 19h30 do dia 23 de setembro, o dia e a hora em que haviam marcado aquele telefonema, seis meses atrás. A respiração ofegante de Natália já podia ser ouvida. Passou os últimos meses pensando no momento em que poderia, finalmente, ter aquela conversa com Murilo. Culpava-se por resumir sua vida apenas a essa ligação, pois sabia que não era saudável, embora não conseguisse fazer muita coisa para mudar o rumo de seus pensamentos. Aquele era, afinal de contas, seu marido. E aquele também era o futuro de seu relacionamento em jogo.
— E então, Murilo?
Natália queria dizer mais coisas, queria não ser direta, mas, ao mesmo tempo, queria tirar aquele peso de suas costas, queria saber como deveria levar a vida, afinal, um ser de quatro meses e meio dependia totalmente dela. Por vezes, pensava se era pelo bebê que estava se sujeitando àquela situação. Por vezes, pensava que ainda era o amor que sentia por Murilo falando mais alto.
Não saberia responder.
— Eu não sei, Natália...
— Murilo, você teve seis meses pra pensar. Você precisa me dizer o que quer.
— E a pesquisa? Está dando tudo certo?
Murilo era mestre na arte de desconversar, e Natália achou melhor respirar fundo e ceder ao bate-papo informal e despreocupado do marido.
— Sim. Quando Joana não chora, pedindo colo ou leite, eu consigo algum progresso. Mas tem sido bem difícil. Você ouviu dizer que a UNESP não pretende pagar nosso 13º? Se isso acontecer, com certeza, entraremos em greve. Eu em casa, com essa licença-maternidade, não posso fazer muita coisa... Você entende o porquê eu preciso que você me diga o que decidiu?
— Eu sinto muito a sua falta, Natália. Sinto muito também por não ter tido tempo ainda de voltar ao Brasil e conhecer minha filha. Eu queria nunca ter te colocado nessa posição de enfrentar tudo sozinha, mas você precisa entender que...
— Que o seu pós-doc na Austrália é mais importante que Joana?
— Não foi isso que eu disse, Natália.
— Mas é exatamente como você tem se comportado no último ano. Você consegue entender que tem uma criança aqui que depende de mim e de você pra sobreviver? Você entende que minha vida se baseia em ficar acordada, cuidando dela e cuidando da minha pesquisa, que tem que estar pronta quando a licença-maternidade acabar? Que tem alunos naquela UNESP que dependem de mim pra conseguirem uma bolsa pra sobreviver? E por que eu tenho que enfrentar tudo isso sozinha? E por que eu dou conta de enfrentar tudo isso sozinha, e você, não?
— Porque você nos ama.
Natália riu, irônica. Sentia como se estivesse vivendo o pior dos tempos, na mais plena escuridão, apesar de ter um raio de sol particular que amava sorrir para caretas e brincar com os próprios pezinhos. Joana era sua única felicidade, e que felicidade! Ainda assim, sentia-se esgotada, sem vida, cansada e prestes a desistir, enquanto Murilo estava na Austrália, curtindo a vida de estudante de pós-doutorado, saindo aos fins de semana com os amigos novos, surfando em praias paradisíacas e se bronzeando como jamais havia feito no Brasil.
— Eu te amo, Murilo, mas preciso de você comigo, aqui, no Brasil, neste momento. Eu preciso de você comigo. Eu sinto sua falta como nunca achei que fosse sentir...
Oh, but when you’re gone, all the lights go out
Natália tinha certeza de seu amor por Murilo. Sabia que era com ele que queria formar uma família e, assim, o tinha feito. Precisava agir como a mulher madura que era para poder fazer com que seu outro raio de sol particular viajasse o mundo para voltar para casa e completar sua felicidade. Queria viver a vida de uma família convencional. Mais do que isso, precisava de Murilo para educar Joana e lhe dar tudo de melhor existente no mundo. Sem Murilo, sentia-se perdida. Era exatamente esse o seu medo. Não sentia que era boa o suficiente para cuidar de uma criança sozinha, pois aquela era uma tarefa muito difícil. Por vezes, chorava, junto com Joana, durante toda a madrugada, tão perdida e assustada quanto a bebê em seus braços. Era como se o responsável por apagar e acender as luzes do coração de Natália fosse Murilo, e não estava errada em pensar assim, já que o tinha escolhido como família. Confiava nele e, o pior, contava com ele, afinal, não foram esses os votos do marido no dia do casamento? “Na alegria e na tristeza...”?
— Você sabe que eu também sinto sua falta, Natália...
— Mas...
— Não preciso te dizer o que vem depois desse “mas”, você já sabe. Essa é uma oportunidade única. Quando o governo me bancaria com uma bolsa integral na Austrália, no meio dessa crise toda? Nunca!
— Quando você poderia ver a primeira gargalhada da Joana novamente? Quando você poderia vê-la engatinhar e andar pela primeira vez? Você é um adulto, Murilo. Um adulto com uma família, com uma filha! Você tem que assumir suas responsabilidades de pai! Eu não fiz essa criança sozinha!
— Mas eu sei que você dá conta de cuidar dela sozinha, Natália. Eu confio em você.
— Mas eu não!
E Natália chorava, neste momento, assim como Joana começava a choramingar no berço, indicando que acordava daquela soneca.
— Murilo, você tem ideia do quão difícil é cuidar de uma criança? Realmente, você não faz ideia, mesmo, mas poderia se colocar no meu lugar? Eu quis ter uma família com você. Eu quis que você fosse o pai dos meus filhos. Eu não quis passar por nada disso sozinha. Você foi embora e me deixou aqui, perdida, sem saber o que fazer, como um cego perdido em um tiroteio. Eu nunca fui mãe antes. Eu também preciso de ajuda, e adivinha só! Eu também falho.
— Eu não sei, Natália.
Come back to me, baby. We can work this out.
— Volte ao Brasil, Murilo! Eu e Joana precisamos de você. Nós podemos encontrar alguma outra bolsa pra você mais à frente. Nós podemos te ajudar a reorganizar sua pesquisa do pós-doc. E você, de quebra, vai ver sua filha crescer. Ela tem seus olhos, Murilo, e isso acaba comigo.
Natália chorava um choro dolorido ao mesmo tempo em que sentava-se ao lado do berço e brincava com as mãozinhas de Joana para que a criança risse e deixasse seu chorinho manhoso de lado. Nunca imaginou que fosse capaz de amar tanto alguém como amava a filha. Daria tudo para estar com ela. Daria tudo para vê-la sorrindo e feliz. E sentia-se plena. Pensava se sentir plena desde muito nova, embora percebesse, só agora, que precisava de outra pessoa para completar sua plenitude, e esta pessoa era Joana, de quatro meses e meio, sete quilos e trezentas gramas.
— Joana precisa de você, Murilo. Você pode ser o pai mais maravilhoso do mundo, e eu te garanto que essa sensação de ser pai não tem como ser comparada com mais nada. Você é exatamente o que Joana precisa como pai.
Murilo não havia respondido nada. O telefone estava mudo. Natália torcia para que ele estivesse comovido, pensando no que ela havia dito. Por um segundo, se achou uma idiota por implorar para que o marido voltasse, porque, pensando melhor, ela conseguiria seguir sua vida sem ele tranquilamente, mas, logo em seguida, pensou que estava fazendo aquilo por Joana, pois queria que sua filha tivesse uma vida plena e, se possível, pelo menos, uma família.
— Desculpe-me, Natália.
E, então, Murilo desligou o telefone.
Natália ficou estática, olhando para o nada, seu coração batendo tão forte ao mesmo tempo em que era comprimido por um sentimento que não podia ser nomeado de outra coisa, a não ser angústia e decepção.
Desta vez, ela estava realmente sozinha. Seria a única família de Joana. A única pessoa a lhe dar carinho, amor, comida, brinquedos, colo, atenção, fraldas... Tudo! Natália e Joana eram a família uma da outra. Não havia mais marido, não havia mais pai. Nunca houve pai. Mas sempre houve uma mãe. Mãe batalhadora que, mesmo sozinha, faria o possível e o impossível para cuidar de Joana.
Pegou a criança do berço e a beijou ternamente, sussurrando baixinho um pedido de desculpas por ter arranjado um pai tão “não pai” para a filha. E, ali, naquele momento, fez sua promessa de vida:
— Joana, minha criança, seu pai não vai poder te dar um abraço ou um beijo, nem um carinho ou um brinquedo, mas eu vou. Você é minha meta de vida, a partir de agora. Nada será mais importante que você. Eu vou ser tudo e mais um pouco que você quiser e vou te oferecer tudo e mais um pouco que você precisar. Eu nunca vou te abandonar. Seu pai não vai poder te dar uma boa vida recheada de amor, mas eu vou. Eu te amo!
I can be the one.
O telefone ficou mudo, assim como seu coração.
Era exatamente 19h30 do dia 23 de setembro, o dia e a hora em que haviam marcado aquele telefonema, seis meses atrás. A respiração ofegante de Natália já podia ser ouvida. Passou os últimos meses pensando no momento em que poderia, finalmente, ter aquela conversa com Murilo. Culpava-se por resumir sua vida apenas a essa ligação, pois sabia que não era saudável, embora não conseguisse fazer muita coisa para mudar o rumo de seus pensamentos. Aquele era, afinal de contas, seu marido. E aquele também era o futuro de seu relacionamento em jogo.
— E então, Murilo?
Natália queria dizer mais coisas, queria não ser direta, mas, ao mesmo tempo, queria tirar aquele peso de suas costas, queria saber como deveria levar a vida, afinal, um ser de quatro meses e meio dependia totalmente dela. Por vezes, pensava se era pelo bebê que estava se sujeitando àquela situação. Por vezes, pensava que ainda era o amor que sentia por Murilo falando mais alto.
Não saberia responder.
— Eu não sei, Natália...
— Murilo, você teve seis meses pra pensar. Você precisa me dizer o que quer.
— E a pesquisa? Está dando tudo certo?
Murilo era mestre na arte de desconversar, e Natália achou melhor respirar fundo e ceder ao bate-papo informal e despreocupado do marido.
— Sim. Quando Joana não chora, pedindo colo ou leite, eu consigo algum progresso. Mas tem sido bem difícil. Você ouviu dizer que a UNESP não pretende pagar nosso 13º? Se isso acontecer, com certeza, entraremos em greve. Eu em casa, com essa licença-maternidade, não posso fazer muita coisa... Você entende o porquê eu preciso que você me diga o que decidiu?
— Eu sinto muito a sua falta, Natália. Sinto muito também por não ter tido tempo ainda de voltar ao Brasil e conhecer minha filha. Eu queria nunca ter te colocado nessa posição de enfrentar tudo sozinha, mas você precisa entender que...
— Que o seu pós-doc na Austrália é mais importante que Joana?
— Não foi isso que eu disse, Natália.
— Mas é exatamente como você tem se comportado no último ano. Você consegue entender que tem uma criança aqui que depende de mim e de você pra sobreviver? Você entende que minha vida se baseia em ficar acordada, cuidando dela e cuidando da minha pesquisa, que tem que estar pronta quando a licença-maternidade acabar? Que tem alunos naquela UNESP que dependem de mim pra conseguirem uma bolsa pra sobreviver? E por que eu tenho que enfrentar tudo isso sozinha? E por que eu dou conta de enfrentar tudo isso sozinha, e você, não?
— Porque você nos ama.
Natália riu, irônica. Sentia como se estivesse vivendo o pior dos tempos, na mais plena escuridão, apesar de ter um raio de sol particular que amava sorrir para caretas e brincar com os próprios pezinhos. Joana era sua única felicidade, e que felicidade! Ainda assim, sentia-se esgotada, sem vida, cansada e prestes a desistir, enquanto Murilo estava na Austrália, curtindo a vida de estudante de pós-doutorado, saindo aos fins de semana com os amigos novos, surfando em praias paradisíacas e se bronzeando como jamais havia feito no Brasil.
— Eu te amo, Murilo, mas preciso de você comigo, aqui, no Brasil, neste momento. Eu preciso de você comigo. Eu sinto sua falta como nunca achei que fosse sentir...
Oh, but when you’re gone, all the lights go out
Natália tinha certeza de seu amor por Murilo. Sabia que era com ele que queria formar uma família e, assim, o tinha feito. Precisava agir como a mulher madura que era para poder fazer com que seu outro raio de sol particular viajasse o mundo para voltar para casa e completar sua felicidade. Queria viver a vida de uma família convencional. Mais do que isso, precisava de Murilo para educar Joana e lhe dar tudo de melhor existente no mundo. Sem Murilo, sentia-se perdida. Era exatamente esse o seu medo. Não sentia que era boa o suficiente para cuidar de uma criança sozinha, pois aquela era uma tarefa muito difícil. Por vezes, chorava, junto com Joana, durante toda a madrugada, tão perdida e assustada quanto a bebê em seus braços. Era como se o responsável por apagar e acender as luzes do coração de Natália fosse Murilo, e não estava errada em pensar assim, já que o tinha escolhido como família. Confiava nele e, o pior, contava com ele, afinal, não foram esses os votos do marido no dia do casamento? “Na alegria e na tristeza...”?
— Você sabe que eu também sinto sua falta, Natália...
— Mas...
— Não preciso te dizer o que vem depois desse “mas”, você já sabe. Essa é uma oportunidade única. Quando o governo me bancaria com uma bolsa integral na Austrália, no meio dessa crise toda? Nunca!
— Quando você poderia ver a primeira gargalhada da Joana novamente? Quando você poderia vê-la engatinhar e andar pela primeira vez? Você é um adulto, Murilo. Um adulto com uma família, com uma filha! Você tem que assumir suas responsabilidades de pai! Eu não fiz essa criança sozinha!
— Mas eu sei que você dá conta de cuidar dela sozinha, Natália. Eu confio em você.
— Mas eu não!
E Natália chorava, neste momento, assim como Joana começava a choramingar no berço, indicando que acordava daquela soneca.
— Murilo, você tem ideia do quão difícil é cuidar de uma criança? Realmente, você não faz ideia, mesmo, mas poderia se colocar no meu lugar? Eu quis ter uma família com você. Eu quis que você fosse o pai dos meus filhos. Eu não quis passar por nada disso sozinha. Você foi embora e me deixou aqui, perdida, sem saber o que fazer, como um cego perdido em um tiroteio. Eu nunca fui mãe antes. Eu também preciso de ajuda, e adivinha só! Eu também falho.
— Eu não sei, Natália.
Come back to me, baby. We can work this out.
— Volte ao Brasil, Murilo! Eu e Joana precisamos de você. Nós podemos encontrar alguma outra bolsa pra você mais à frente. Nós podemos te ajudar a reorganizar sua pesquisa do pós-doc. E você, de quebra, vai ver sua filha crescer. Ela tem seus olhos, Murilo, e isso acaba comigo.
Natália chorava um choro dolorido ao mesmo tempo em que sentava-se ao lado do berço e brincava com as mãozinhas de Joana para que a criança risse e deixasse seu chorinho manhoso de lado. Nunca imaginou que fosse capaz de amar tanto alguém como amava a filha. Daria tudo para estar com ela. Daria tudo para vê-la sorrindo e feliz. E sentia-se plena. Pensava se sentir plena desde muito nova, embora percebesse, só agora, que precisava de outra pessoa para completar sua plenitude, e esta pessoa era Joana, de quatro meses e meio, sete quilos e trezentas gramas.
— Joana precisa de você, Murilo. Você pode ser o pai mais maravilhoso do mundo, e eu te garanto que essa sensação de ser pai não tem como ser comparada com mais nada. Você é exatamente o que Joana precisa como pai.
Murilo não havia respondido nada. O telefone estava mudo. Natália torcia para que ele estivesse comovido, pensando no que ela havia dito. Por um segundo, se achou uma idiota por implorar para que o marido voltasse, porque, pensando melhor, ela conseguiria seguir sua vida sem ele tranquilamente, mas, logo em seguida, pensou que estava fazendo aquilo por Joana, pois queria que sua filha tivesse uma vida plena e, se possível, pelo menos, uma família.
— Desculpe-me, Natália.
E, então, Murilo desligou o telefone.
Natália ficou estática, olhando para o nada, seu coração batendo tão forte ao mesmo tempo em que era comprimido por um sentimento que não podia ser nomeado de outra coisa, a não ser angústia e decepção.
Desta vez, ela estava realmente sozinha. Seria a única família de Joana. A única pessoa a lhe dar carinho, amor, comida, brinquedos, colo, atenção, fraldas... Tudo! Natália e Joana eram a família uma da outra. Não havia mais marido, não havia mais pai. Nunca houve pai. Mas sempre houve uma mãe. Mãe batalhadora que, mesmo sozinha, faria o possível e o impossível para cuidar de Joana.
Pegou a criança do berço e a beijou ternamente, sussurrando baixinho um pedido de desculpas por ter arranjado um pai tão “não pai” para a filha. E, ali, naquele momento, fez sua promessa de vida:
— Joana, minha criança, seu pai não vai poder te dar um abraço ou um beijo, nem um carinho ou um brinquedo, mas eu vou. Você é minha meta de vida, a partir de agora. Nada será mais importante que você. Eu vou ser tudo e mais um pouco que você quiser e vou te oferecer tudo e mais um pouco que você precisar. Eu nunca vou te abandonar. Seu pai não vai poder te dar uma boa vida recheada de amor, mas eu vou. Eu te amo!
I can be the one.
Fim
Nota da autora: (29/12/2017) Olá, pessoas! Como estão? Essa história fugiu de tudo que eu já escrevi na vida. Sabia desde o início que queria trabalhar com o tema intercâmbio pra poder usar o jogo de palavras de “eu vejo a lua enquanto você vê o sol”, mas enquanto sentei pra fazer meu rascunho pensei “porque não usar a letra da música no sentido figurado também?”. Achei um tema bem importante a ser tratado e espero que tenha conseguido tocar vocês de alguma forma. Espero também que vocês tenham gostado! Qualquer coisa colem no meu Twitter que é @_mesaventures Nos vemos na próxima!
Outras fanfics:
Garotos não choram — primeira fic no site
My Psycho Killer Girl — segunda fic no site
Em Fogo — terceira fic no site
Uma Estória da Realeza — quarta fic no site (essa é restrita!)
Quebrando a porra do protocolo — quinta fic no site
Controlla — sexta fic no site (essa também é restrita!)
14.Been You — sétima fic no site
18.All in it — oitava fic no site
• Victorious (entra no site nas próximas semanas) – nona fic no site
Caminha comigo (entra no site nas próximas semanas) – décima fic no site
Qualquer erro nesta atualização são apenas meus. Para avisos e/ou reclamações, somente no e-mail.
Outras fanfics:
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• Victorious (entra no site nas próximas semanas) – nona fic no site
Caminha comigo (entra no site nas próximas semanas) – décima fic no site