Fanfic finalizada.

Capítulo Único

- VOCÊ É MUITO IDIOTA! RIDÍCULO!
Ah, mais um daqueles maravilhosos dias…
Novamente, mas como se ninguém soubesse, Sebastian estava me perturbando.
Dessa vez, ele simplesmente resolveu que seria engraçado jogar macarrão em meu cabelo.
E a idiota aqui revidou.
Por que eu nunca aprendo?
Isso é exatamente o que ele sempre quer!
Ver-me alterada!
E fazia as coisas mais idiotas impossíveis para isso!
E eu, a patinha boba e inocente, SEMPRE caía!
Saí pisando duro em direção ao meu dormitório com as meninas, torcendo para que ninguém viesse ao meu encontro porque só o que queria era enfiar a cabeça no chuveiro e não sair de lá nem tão cedo.
Surpreendentemente para o tempo que havia feito no dia anterior, estava um dia lindo. Como o nosso acampamento sobrevivia de dias ensolarados e atividades ao ar livre, ficar frio e chover – por mais que eu gostasse daquele tempinho – não eram nadinha produtivos.
Inclusive, eu queria muito ir nadar.
Será que alguém toparia?
Correríamos o risco de ficar resfriados?
Sim, bem sério.
Mas… Vale a pena, né?
Ri sozinha pensando em todas as outras vezes que aquilo já havia acontecido e perdi a aproximação da pessoa que se prostrou à minha frente.
- AI! - por causa do susto inicial, acabei gritando.
Não acreditei quando finalmente raciocinei quem era.
- Ai, garoto, me deixa em paz! - por algum motivo, Sebastian havia me seguido até o dormitório.
O que diabos aquela peste queria comigo?
Óbvio que ele estava rindo da minha cara de tédio ao vê-lo nem se mover.
- Vim propor um acordo – disse, me fazendo levantar a sobrancelha em dúvida. Duvidava muito que algo que prestasse poderia sair daquela boquinha de veludo… Que só sabia falar merda…
- Que seria…? - minha curiosidade me vencia, essa era uma das características da qual eu não me orgulhava, mas tinha muita preguiça de simplesmente mudar.
- Eu paro de te perturbar… Se… - sorriu, aquele sorrisinho endiabrado de quem sabe que vai mexer com os seus neurônios. - Se você espalhar o boato de que a minha boca é a melhor que já beijou!
Ao ver minha expressão, ele gargalhou, sonoramente caçoando de mim.
- TÁ MALUCO?! Aí que vão me perturbar!
Sebastian parou de rir, mas não largou seu sorrisinho enviesado em momento nenhum.
Chegou seu rosto mais perto do meu, deixando nossas respirações se misturarem, e eu, boba, não me afastei.
Eu falei, né?
Que vivo praticamente as mesmas situações sempre e não aprendo a lidar com elas? Pois então.
Mas ao invés do que eu achava que aconteceria, aquele garoto insuportável pegou minhas bochechas e as apertou quase incomodamente, fazendo meus lábios virarem “boquinha de peixe”.
- Eu não ficaria com você nem se você fosse a última mulher hétero desse acampamento, docinho – debochou, largando meu rosto, ocasionando em mim uma grande cara de cu para ele.
- Olha bem pra minha cara e vê se eu gastaria saliva enfiando minha preciosa língua nessa tua boca nojenta! - comecei a rir de sua expressão e me afastei. - Fora que você não aguentaria, meu bem… Sou areia demais pro seu caminhãozinho! - gargalhei, entrando no dormitório e trancando a porta, o deixando lá fora resmungando.
- Nina? - alguém chamou meu nome quando eu estava terminando de vestir a roupa limpa no banheiro.
Gritei um “já vou” e tirei a toalha do cabelo, a pendurando e finalmente saindo daquela sauna que tinha se transformado o banheiro do dormitório.
- Qual o problema, Carl? - perguntei ao homem que estava no meio do meu quarto. Carl era ninguém menos do que o diretor de todo o acampamento e uma das minhas pessoas favoritas no mundo.
Ele sempre foi amigo dos meus pais, e quando meu pai se foi ele forneceu todo apoio que podia a uma viúva e uma garotinha de 15 anos que, apesar da idade, não conseguia aceitar que seu pai havia ido para o céu.
Ele virou basicamente um segundo pai para mim, ele e mamãe chegaram a tentar ficar juntos mais de uma vez mas descobriram que funcionavam melhor como amigos.
Bom, era uma pena, porque eu shippava até demais.
- Eu fiquei sabendo que você e Sebastian brincaram de guerrinha de comida hoje no refeitório. Isso é verdade? - perguntou, com uma sombra de riso na voz.
Eu não sabia por que ele sempre ia confirmar comigo, se ele sabia que aquele tipo de coisa tinha uma probabilidade enorme de realmente acontecer quando se tratava de nós dois.
- O que você acha? - perguntei sarcástica, o fazendo finalmente rir.
- Acho que eu vou ser obrigado a dar suspensão para vocês dois – disse ainda rindo, me fazendo erguer uma das sobrancelhas sem entender se falava sério ou era só uma zoeira.
- Ué, mas por que daria? Eu sou sua sobrinha do coração, e aquele lá é só uma mosquinha insignificante! Nada com o que se preocupar!
Carl começou a rir ainda mais, revirando os olhos, provavelmente já esperando uma sentença parecida da minha parte.
- Tô falando sério, Nina – coçou a cabeça, parecendo agora um pouco sem graça. - O povo do Acampamento já tá começando a falar que você é a minha queridinha porque mesmo que vocês briguem sempre eu nunca dei nenhum castigo para os dois.
- Ué, e eu não sou? - sorri angelical, apenas querendo implicar com ele.
- Sempre foi – ele riu -, e esse é justamente o problema. Eu tô falando sério agora, se vocês não pararem de brigar, ainda mais com essas briguinhas de criança, eu vou ser obrigado a dar um castigo. Para os dois.
Revirei os olhos, não lhe dando ouvidos, e o presenteei com um beijo na bochecha antes de sair do quarto.
- Vamos logo! - chamei, falando baixinho, mas carregando minhas amigas pelas mãos.
- Calma, cacete! Você me aperta! - essa foi Sam, a delicadeza em pessoa (cof cof).
- Amiga, vai dar ruim, eu tô sentindo isso – e essa foi Sophie.
Eu acho engraçado que eu consegui fazer amizade com duas meninas de personalidades praticamente conflitantes e nos fiz virar um trio porreta, daqueles que não se vê em qualquer lugar.
Sophie era calma, quase introvertida, de fala mansa, pensamento sempre positivo e romântica até o último fio de cabelo.
Já Sam era completamente o contrário; chegava a ser uma peste, implicante, mau humorada quase sempre – mas normalmente de brincadeira – e insistente em todos os aspectos – até os piores.
Eu gosto de dizer que sou uma mistura e meio termo das duas.
- Calem a boca vocês duas, senão aí mesmo que vão achar a gente, suas mongas!
Estávamos nos escondendo nos arbustos a fim de passar pelo dormitório de Carl para chegarmos ao lago.
Iriamos nadar peladas, ou quase isso.
Eu estava rindo de ansiedade e nervoso, e torcia para que ninguém houvesse tido a mesma ideia que eu.
Chegando à beira do lago, tiramos nossas roupas e ficamos apenas de calcinha e sutiã e pulamos na água.
Não gritamos, não fizemos alarde – além do barulho de nossos corpos na água – e nem levamos luz.
Tudo que nos denunciasse era enxotado dali.
Mas um holofote brilhou na minha cara assim que voltei à superfície.
Olhei para a beirada para tentar ver quem era, mas a pessoa abençoada estava com a lanterna à sua frente, me impossibilitando de ver seu rosto.
Provavelmente bem programado.
- Bonito… Que bonito, hein… - ouvi aquela voz que arrepiaria minha espinha até o fim da minha vida.
- Sai daqui! - quase berrei, mas me forcei a apenas falar um pouco mais alto de forma que de uma distância segura ele ouviria.
- Só se for com a sua roupa! - Sebastian disse de volta, se abaixando e pegando algumas peças.
Eu torci para que ele tivesse pego as erradas.
As meninas me olhavam com igual espanto, uma vez que conforme eu chegava mais perto da margem, mais ele se distanciava com a roupa na mão.
Naquele momento, eu realmente não estava me importando que ele me visse de roupas íntimas, eu só estava torcendo para todos os deuses para que ele tivesse errado meu jeito de me vestir.
Mas infelizmente isso não aconteceu.
Ao chegar à margem abraçando meu corpo, uma vez que o vento frio me atingia e eu estava toda molhada, constatei que as roupas nas mãos de Sebastian eram realmente as minhas.
Quase chorei de desgosto ao notar que, além disso, ele estava com um sorriso enorme na cara.
- Devolve minhas roupas – pedi, tentando manter a calma ao invés de sair correndo atrás dele igual à louca histérica que eu me sentia.
- Não – riu na minha cara – Vai ter que me pegar pra isso.
E saiu andando.
Sebastian não saiu correndo, gargalhando nem nada disso.
Mas do momento que você tem 1,63 de altura e o homem tem 1,80, bem… Vocês já podem imaginar que ele anda muito mais rápido do que eu.
Comecei a ir atrás dele, puta da vida, sentindo mais frio do que nunca e torcendo para que ninguém mesmo resolvesse se levantar àquela hora e me visse desfilando daquele jeito.
- Sebastian, me devolve isso! - pedi, ainda mais irritada, vendo ele se distanciar com meu short e cropped em mãos.
- Vem pegar, vem – estendeu na minha direção por apenas 2 míseros segundos, mas então riu e começou a andar mais rápido.
- Porra! - xinguei, tentando acompanhá-lo, dessa vez sim vendo-o rir. - Me dá, imprestável!
Com meu xingamento, por algum motivo, ele parou.
Mas eu não estava preparada para a parada brusca, então meu corpo bateu com tudo no dele, me fazendo desequilibrar e começar a cair para trás.
Comecei a xingar imediatamente as leis que diziam que tudo que puder dar errado, dará.
Porque eu iria cair tranquilamente em folhas, mas meu cabelo ficaria cheio delas, assim como minhas costas e bunda todas.
Seria algo chato pra cacete de limpar.
Mas Sebastian me segurou pela cintura antes que eu tombasse.
Por reflexo, segurei em sua blusa.
Enfiei o rosto em seu peito sem pensar, a adrenalina correndo pelo meu corpo pelo susto do quase tombo.
Seu cheiro era uma mistura de sabão para lavar roupa e um perfume fraco.
- Tudo bem? Já pode me soltar – sua voz irônica entrou pelos meus tímpanos e pela primeira vez em não sei nem quantos verões eu não quis lhe dar uns tapas.
Levantei o rosto para olhá-lo nos olhos e fiz que sim com a cabeça, porém nenhum de nós se soltou.
Nós nos encaramos longamente e no segundo seguinte nossas bocas se encontraram.
Era uma sensação estranha.
Aquela de beijar um alguém que você nunca se imaginou fazendo tal coisa.
Ou sequer se dando bem.
E tudo por culpa da adrenalina!
Senti todo meu corpo se arrepiar quando suas mãos apertaram a pele da minha cintura e levei as mãos aos seus cabelos, os puxando levemente enquanto nossas línguas se enroscavam e nós lutávamos pelo controle do beijo.
Uma de suas mãos desceu para a minha bunda e eu realmente não liguei, pois apesar de molhado meu corpo estava começando a esquentar.
Sua outra mãos subiu para meus cabelos e os embolaram em um rabo de cavalo improvisado e os puxaram apenas levemente.
Grunhi em sua boca.
Mordi seu lábio inferior, o sentindo devolver o carinho mas soltando minha pele devagar.
Levei uma das mãos para seu queixo e passei as unhas por ali, nos empolgando mais com nosso amasso.
Se nos parassem muito bruscamente, eu tinha certeza de que não lembraria meu nome com facilidade.
Nossas bocas se separam por alguns segundos e ele desceu sua boca com beijos pelo meu pescoço e colo, me fazendo apertar seus cabelos novamente.
Depois voltou seu rosto para a minha orelha, lambeu o lóbulo e o soprou, me fazendo grunhir novamente.
- Não sabia que você era tão gostosa… - Sebastian murmurou do nada no meu ouvido, me fazendo me dar conta de com quem eu estava.
O empurrei tão do nada para longe que ele não esperava, então me largou com facilidade.
Minhas roupas estavam esquecidas no chão ao seu lado, então aproveitei para pegá-las.
Olhei para sua expressão simultaneamente safada e confusa, virei de costas e saí andando dali.
EU HAVIA BEIJADO SEBASTIAN STAN!

Apenas alguns minutos mais tarde encontrei com as meninas.
Confesso que havia me esquecido completamente delas, e de nossa pequena e boba aventura.
- E aí! Por que demorou tanto? - Sam perguntou, provavelmente estranhando inclusive o fato de eu ainda estar só de calcinha e sutiã.
- Ahn… É… Ele correu muito – falei aleatoriamente, sem conseguir focar nelas.
Minha mente traidora ficava me fodendo e voltar para as sensações dos nossos amassos.
- Mas você acha que ele vai contar para o Carl? - dessa vez quem perguntou foi Sophie.
- Ele não vai – garanti às duas. - Afinal, ele também estava fora da cama depois das 22h, então ele também está errado – aquilo era mais para me convencer do que a elas.
Mas serviu para que parassem de fazer perguntas, então me aliviou.

eu sei o que você tava fazendo, safada!
Logo após chegarmos ao dormitório, as meninas foram tomar banho e eu só troquei de roupa e me deitei.
Recebi a mensagem de Sam depois que todas nós já estávamos quietinhas, cada uma em sua cama.
o que eu tava fazendo?” perguntei ainda por mensagem, minha mente confusa não conseguia focar em nada direito e eu não estava raciocinando mais nada àquela altura do campeonato.
dando, né! por isso chegou toda aérea e vermelha e com a calcinha torta kkkkkkkkkkk
Caralho, Sam tinha reparado!
Enfiei a cara no travesseiro e a xinguei de vários nomes diferentes antes de respondê-la:
ô meu anjo, já tentou cuidar da própria vida? Tava dando não, quem dera, nem ninguém eu tenho. E minha calcinha tava normal” desmentir tudo era a única saída, nem fodendo que eu admitiria que havia pego aquele estrume.
Mas que cheiro delicioso…
Cala a boca, Nina Streinfield!

No dia seguinte, seguimos com a vida normal.
Confesso que estava ansiosa para encontrar com Sebastian e descobrir como ele agiria na minha presença, mas ele estava sumido pelo acampamento e nem sequer passava perto das atividades que eu estava fazendo.
Lá pela hora do almoço, finalmente me reuni de volta com as meninas – eu ajudava na cozinha – e nós fomos comer, nos sentamos na mesa de sempre mas eu estava com pouca fome, então peguei pouca comida.
- Que isso, amiga? Entrou de dieta? - Sam caçoou, com seu famoso prato de pedreiro.
- Ué, não. Por quê? - perguntei, ainda avoada demais para conseguir raciocinar rapidamente.
- Pegou pouca comida – Sophie explicou inocentemente, mas Sam reparou que eu estava lerda e deu aquele sorrisinho enviesado que dizia que sabia no que eu não conseguia parar de pensar.
- Ah… Tô sem fome, comi coisa ainda pouco lá na cozinha – não deixava de ser verdade – E tô com sono também.
- Por que? Não dormiu? - aquela voz enrouquecida perguntou ao meu ouvido, arrepiando todos os pelos da minha nuca.
Mas por reflexo, me virei tão rápido que senti meus cabelos baterem em sua boca, o fazendo tossir e se afastar rindo.
Fiquei com vontade de rir com ele, mas me segurei.
- E se eu não tiver dormido? O que você tem a ver com isso? - perguntei, pondo a mão na cintura só para tentar enraivecer ainda mais minha expressão.
- Bom, você sabe… Tem que curar a insônia com uma boa noite de atividades selvagens – sorriu grandemente, me fazendo revirar os olhos, apesar de sentir minhas bochechas esquentarem.
Ainda bem que eu não ficava vermelha com facilidade.
- Ridículo – desdenhei me virando de volta para as meninas, vendo-as rir. - Sabe, qualquer coisa pode me chamar que eu te ajudo com os seus… Problemas.
Tão rápido quanto havia feito da primeira vez, eu me virei e arregalei os olhos.
- Nem em sonho! - exclamei, torcendo para que ele não comentasse nada em frente a ninguém.
- Talvez em sonho, né, docinho? - piscou e riu, saindo andando com seu grupinho, todos tão idiotas e crianções quanto ele.
Me virei de volta para a mesa e bufei, rolando os olhos.
- O que foi isso? - Sam perguntou e eu a olhei confusa, mas até Sophie parecia ter entendido o sentido de sua pergunta.
Perdi alguma coisa?
- Isso o que?
- Essa tensão sexual entre vocês dois! Isso nunca tinha acontecido – sua voz estava com uma sombra de riso, e o que ela disse me deixou mortificada.
Aquilo realmente tinha acontecido?
- Não teve tensão nenhuma! Para de imaginar coisas, garota! - exclamei, pegando uma batatinha de meu prato e tacando em sua direção.
Ela começou a rir e me deu língua depois de desviar da minha comida, e então voltamos a um papo saudável.

Eu estava concentrada desenhando alguns movimentos de dança – o que? Isso me ajuda a pensar nos passos! - quando um hálito e uma voz se fez presente no meu sistema, me deixando toda arrepiada.
- E aí, docinho? Pronta pra perder pra mim na Batalha? - não sei de onde aquele garoto surgiu, mas me deu um susto.
- Jamais! Não sei de onde tirou que isso vai acontecer! - fui obrigada a gargalhar de nervoso.
- Ué, obviamente do fato de que meu grupo é mais preparado que o seu – riu também, cruzando os braços e se afastando um pouco.
Rolei os olhos, sabendo que ele estava claramente tentando me intimidar ou deixar claro o quanto era bonito – ambas as opções eram irritantes.
- Você não vê, não é? - como Sebastian estava com o joelho apoiado em meu banco, eu apenas cheguei meu corpo um pouco mais perto do seu e consequentemente nossos rostos ficaram mais próximos – Você nunca vai chegar aos pés do Lasses, aceita, meu anjo! Seu grupinho só é ridículo mesmo – abri um sorriso enorme de quem não tinha falado nada demais e me afastei, me virando e voltando a olhar para o meu desenho.
Mas o que aconteceu foi rápido demais.
Sebastian simplesmente deixou um beijo rápido e quente na parte que estava descoberta do meu pescoço pelo rabo de cavalo de lado.
Todo meu corpo se arrepiou e eu me virei para ele de olhos arregalados, mas ele só sorria.
- Tá maluco, porra?! - nervosa? - E se alguém vê? Deus me livre – mas quem me dera, completei mentalmente.
Vi-o rir da minha cara descaradamente.
- Isso é o que veremos amanhã.
O vi ir embora, mas continuei olhando em sua direção em choque pelo formigamento da pele onde seus lábios haviam encostado.
Ele estava a fim de me irritar mais do que o normal, não era possível.
E estava conseguindo.

O dia seguinte chegou e com ele eu estava nervosa pela Batalha.
Bom, acho que até agora não expliquei como exatamente o Acampamento funciona, não é mesmo?
Nós passamos 1 mês naquele lugar maravilhoso, cercado de natureza, mas não é somente para disputarmos.
Alternando dias, nós temos aulas teóricas sobre várias coisas da música e nos dias que não temos aula temos que ajudar nas atividades de recreação e de lazer do acampamento.
As vezes fazemos fogueiras e apenas nos sentamos e conversamos, mas não podemos ir dormir tarde pois o dia seguinte sempre começa cedo – entre 8 e 9 horas da manhã, no máximo.
Dentro desse mês, a cada semana, nós temos uma Batalha, e cada semana tem um tema diferente.
Quem a ganha acumula pontos e esses pontos contam na hora da apresentação final, tanto na em grupo como a individual, mas é facultativo dançar/cantar no que chamados de Final Show.
E, bom, nossos pontos estavam um pouco abaixo dos do grupinho ridículo de Sebastian, por isso eu estava tão nervosa e preocupada.
O tema dessa semana foi algo bem subjetivo – como você deixa que as pessoas te vejam? Com a alma despida ou mais reservadamente?
Não bastava dançar, tinha que se vestir “a caráter”.
Como somos ousadas, eu e as meninas inventamos de colocar blusões que pareciam ser nossos corpos à mostra – sendo que era apenas um desenho.
Eu achava aquelas blusas sensacionais, só nunca tinha achado um modo de usá-la sem parecer completamente desproporcional ao momento.
Disputamos com todos os outros grupos e por muito pouco não vencemos, mas ficamos em segundo.
Somente uma coisa estava me consolando: não havíamos perdido para o grupo de Sebastian.
Pelo menos isso.
Olhando aleatoriamente pelo salão, acabei o focando.
A quem eu quero enganar? Eu estava o procurando mesmo!
Que vida…
Mas em minha defesa, eu só queria ver aquela carinha de fracassado para guardar na memória.
Mas ele também estava me encarando.
Piscou, sorriu e mandou um beijo.
Eu rolei os olhos, segurando o riso, e lhe mandei um belo dedo do meio.
Ele jogou a cabeça para trás e começou a rir, e eu me forcei a olhar para o lado contrário.
Eu estava sorrindo.
Ai, que merda…
Meu olhar encontrou com o de Sam e ela me olhava sugestiva e risonha.
Engoli o sorriso, a vendo gargalhar da minha cara de cu.

Novamente, eu estava concentrada desenhando como seria minha posição quando a música parasse em uma batida específica quando um sopro se fez presente na pele do meu pescoço.
Virei o mais rápido que consegui e passei a caneta no braço da pessoa – que obviamente, era Sebastian.
- Você me riscou! - ele parecia simultaneamente chocado e divertido.
- Você me assustou! - devolvi feito uma criança e ele começou a rir.
- Sempre bom argumentar com você, docinho. Muito educativo – caçoou, pegando minha bochecha e a apertando, embora sem muita força.
Soltei meu rosto de sua mão com força, pondo minha melhor expressão brava na face.
- Não tem nada melhor pra fazer?! Vai perturbar outro! - reclamei, o fazendo rir novamente.
- Não tenho não. E é muito mais divertido te perturbar, e fazer isso – chegou mais perto, me fazendo recuar e me encurralando contra seu corpo e a mesa – eu estava sentada.
Seu rosto chegou absurdamente perto do meu e sua boca praticamente pairou sobre a minha.
Do nada, ele se afastou com um papel em mãos e o olhou atentamente.
Levei muitos segundos para me tocar de que parecia com o meu desenho.
Minha respiração ainda estava alterada e se exigissem uma resposta rápida, eu teria dificuldades cognitivas seríssimas.
Mas ainda assim tentei puxar minha folha de suas mãos.
Ele rapidamente se levantou enquanto analisava meus rabiscos, e entortou a cabeça um pouco para a direita, como se estivesse pensando.
Enquanto isso, eu tentei uma outra vez puxar o papel de suas mãos – obviamente sem sucesso.
Ele sorriu e só então me devolveu a folha.
Parecia ter a resposta do mundo em seus olhos.
- Não vai perguntar? - perguntou, me fazendo revirar os olhos.
- Não – resmunguei, me sentando de volta, ainda tentando me recompor.
Eu devia estar de TPM para estar cedendo a ele daquele jeito, não era possível.
- Bom, mas eu vou falar mesmo assim – Sebastian se sentou ao meu lado e eu o olhei com minha pior cara de tédio, mas obviamente ele me ignorou. - Eu acho que você devia ter alguém te segurando, então faltam mãos na cintura e um rosto tão lindo quanto o meu, ou seja, só o meu – olhei para o desenho e imaginei a cena certinho, mas para disfarçar resolvi provocá-lo:
- Tão lindo quanto você escorregando, só se for! - gargalhei de sua careta ao ver que eu tinha notado que ele havia escorregado durante a Batalha.
- Há! Você repara mesmo em mim! - começou a rir, me fazendo ficar quente de vergonha, mas amém que tinha algo em mente.
- Claro! Eu preciso de aulas do que não fazer – dei de ombros, fingindo não ser nada demais e esperando que ele fosse embora logo.
Ele riu sonoramente, e eu senti seu hálito no meu pescoço, me fazendo suspender a respiração, nervosa.
- Me engana que eu gosto, docinho. Sei que você pensa no meu beijo tanto quanto eu penso no seu corpo… - murmurou, depois se afastou e simplesmente se foi.
E eu fiquei ali, simplesmente abalada demais até para continuar um simples desenho.

Na aula de dança daquela semana foi que aconteceu o caos.
Quando entrei na sala, vi imediatamente que Sebastian estava tentando me provocar.
Então resolvi ignorá-lo.
Mas foi a pior decisão que eu tomei na minha vida.
Talvez, se eu só tivesse lhe dado um fora, ele parasse.
Mas ele provavelmente se viu instigado pela minha força de vontade em não responder nada – aquele tesão escroto que homens têm por mulheres que não ligam - ou fingem não ligar - para eles.
Decidindo que não seria ignorado, Sebastian decidiu vir chegando para dançarmos lado a lado.
E na primeira oportunidade que teve, ele forçou um encontro de quadris.
Mas sabe quando a pessoa está tão distraída que não percebe sequer quem é que está ao seu lado?
Era como eu estava.
Justamente por isso eu tropecei para o lado, xingando.
- Tá maluco?! - exclamei, me virando para o seu lado.
Ele estava sério, mas seus olhos me diziam que ele estava achando tudo muito engraçado.
- O que eu fiz? Só estava dançando, ué – deu de ombros, agora sorrindo.
Que vontade… Ugh… De esmurrar aquele sorriso e fazê-lo engolir!
Insuportável!
- Bateu em mim! Não se faça de sonso! Você é muito cínico, garoto! - exclamei, já puta.
Tudo naquele dia estava me tirando do sério, motivo esse pelo qual decidi me concentrar em uma coisa de cada vez.
- Mas eu já disse que não fiz nada! - riu, descaradamente.
Nossa…
Que vontade de amassar aquele sorrisinho na martelada…
Hoje eu estou com uns pensamentos meio homicidas, mesmo.
Por algum motivo desconhecido até por mim, meu subconsciente decidiu por mim que seria super de boas ir para cima dele para tentar lhe dar uns tapas.
Obviamente nada aconteceu como eu planejei, porque ele não devia estar esperando e deu alguns passos em falso para trás antes de me segurar firmemente.
Mas antes disso ele trombou em alguém.
Aquela trombada que você nunca imagina que vai ser prejudicial, mas que pode derrubar uma menina no chão e fazê-la cortar a testa – exatamente como naquele instante.
Como que para melhorar todo o drama da situação, ela tinha que ter pânico de sangue e desmaiar!
Amei, vida, a sua reviravolta.
E foi exatamente por esse motivo que estávamos no escritório de Carl nesse momento.
Os três em silêncio.
- Vocês têm noção do que uma briguinha boba ocasionou? - Carl nos perguntou, me fazendo bufar.
- Foi ele que começou, ficou me provocando até me desequilibrar! - reclamei, apontando para ele.
Bom, eu tinha noção que quem estava parecendo uma criancinha naquele momento era eu mesma, mas não estava ligando.
- E eu já disse a ela que não fiz nada, foi sem querer, se ela tivesse deixado eu inclusive iria pedir desculpas.
- Ah, então pede agora! - exclamei, me virando na sua direção.
- Desculpa – Sebastian nem hesitou ao falar com uma carinha de “gato do Shrek”, mas seus olhos me diziam que ele não estava nem aí.
Era mais uma provocação.
- Você é ridículo – resmunguei para ninguém me virando para frente novamente, e ouvi sua risada.
- Vocês não têm noção do quanto parecem duas crianças assim! - Carl exclamou, chamando nossas atenções de volta. - É por isso mesmo que eu vou castigar vocês, e vai ser com uma dança conjunta, uma vez que é principalmente com isso que se provocam – sorriu, como se tivesse tido a ideia mais brilhante de todas, e eu revirei os olhos, não acreditando que ele realmente faria aquilo comigo. - No Final Show só vão poder fazer apresentações solo se seus grupos se apresentarem juntos. E isso vale para todos de ambos os grupos! - falou a última frase quando viu que eu iria retrucar.
Engoli o protesto que iria fazer.
Pensando no melhor do meu grupo.
Se nos recusássemos, nenhum de nós faria a apresentação solo que tanto gostávamos.
Seria o fim para um monte deles, e isso me deixava com um sentimento horrível de culpa nos ombros.
- Estamos entendidos? - perguntou, e eu assenti e vi Sebastian fazer o mesmo.
Ele parecia melhor resignado do que eu.
- Estamos liberados? - perguntei após um período de relutância e Carl fez que sim, me fazendo imediatamente empurrar a cadeira para trás para sair dali o mais rápido possível.
- Ah! E sobre a música que vocês vão dançar… Quero ela resolvida sem brigas, senão quem vai decidir sou eu! - bufei mas, sem dizer mais nada, eu saí dali.

- Tem que ser mais teen, senão ninguém vai gostar! - retruquei, o vendo fazer uma careta de desagrado.
- Que teen o que, é coisa de mané – reclamou, me fazendo rir da imbecilidade do que ele havia dito. - O que? É mesmo, que nem o seu namoradinho! - rolei os olhos.
- Já cansei de falar que ele não é o meu namorado, então vou só te ignorar – respirei fundo, voltando a abrir meu papel com as minhas opções de música. Algumas eu já conseguia até imaginar a coreografia. - O que você acha de…?
- Nossa, olha a bunda daquela gata – Sebastian me interrompeu tão abruptamente que levei um tempo para me dar conta de que nem prestar atenção em mim ele prestava mais.
Quando olhei em sua direção, seu olhar estava direcionado e extremamente focado na bunda de uma das garotas de uma das outras bandas.
A garota não vestia nada demais, mas sua bunda realmente era grande.
Isso não mudava o fato de que ele tinha deliberadamente me ignorado e que naquele momento tinha me deixado puta pra caralho.
Dei o tapa o mais forte que consegui em sua nuca, fazendo sua cabeça voar para frente e o queixo encostar-se ao pescoço.
Sua cara chocada ao se virar para mim foi hilária, o que ocasionou em mim soltando a gargalhada mais inoportuna da minha vida.
- Tá maluca?! - foi o que ele reclamou, massageando onde eu tinha batido.
- Nossa, doeu tanto assim, nenê? - zombei, rindo mais, e ele fez uma careta.
- Não entendi o que eu fiz para merecer isso – sua carinha me deixaria confusa se ele realmente não entendia, se não fossem seus olhos, tão malditamente zombeteiros, me dizendo que ele estava me sacaneando.
- Eu estava falando com você e você só me ignorou. Eu gosto de atenção, sabe? E nós temos coisas importantes pra resolver! Eu também não escolhi estar com você, então vamos só cooperar, sim?
Ele ficou alguns segundos me olhando inexpressivamente, até dar de ombros.
- Não faz diferença, nenhuma música vai casar com a gente – desdenhou, dessa vez pegando o celular.
Foi a minha vez de simplesmente o olhar inexpressivamente.
Pensei em mil alternativas, desde lhe dar outro tapa, jogar seu celular longe até rezar para uma força divina para que eu conseguisse forças para bater com sua cabeça na parede.
Mas ao invés disso, fiz o que sabia que o mataria de raiva e de curiosidade:
- Ok – foi só o que respondi, guardando a folha e me levantando.
Vi sua expressão desconfiada me seguir lentamente enquanto eu ajeitava minha roupa, já um pouco amassada pelo tanto de tempo sentada, até eu começar a andar.
Quando eu já estava a uma distância razoável, ouvi-o perguntar alto:
- Onde você vai? - foi impossível não sorrir, mas eu sequer me virei para respondê-lo.
- Não faz diferença, você não entenderia – lhe falei alto de volta e fiz um tchauzinho ainda de costas, rindo baixinho, continuando minha caminhada até a sala de Carl.

Ele realmente não entenderia. E ficaria puto. Mas como ele não queria colaborar e eu duvidava que com seu grupo fosse ser diferente, então foi a única alternativa que tive.
Joguei o papel tranquilamente na mesa ao seu lado; ele estava no mesmo lugar de meia hora antes, somente distraído. Parecia jogar um joguinho no celular.
- Que isso? - perguntou curioso, me fazendo sorrir. O incentivei com os olhos a abrir o papel, ainda sem falar nada.
Foi o que ele fez.
- Que merda é essa? Eu não vou dançar isso! - exclamou, jogando o papel amassado de volta à mesa.
- Bom, você já não tem mais escolha, e nem eu. Quem escolheu foi o Carl e não, eu não contribuí. Ele simplesmente pensou em uma musica aleatória, eu acho – dei de ombros – Não faz mais diferença, né? Vamos ter que nos suportar até o fim do acampamento, e bom… Eu queria fazer isso do melhor jeito possível, ok? Vamos nos reunir amanhã, no…
- Campo de futebol, 10 horas – disse a contragosto, bufando e revirando os olhos. Ele parecia uma criancinha contrariada daquele jeito – Não vai ser fácil, meu grupo não vai gostar nada.
- E você acha que o meu vai? Eles não são tão passionais quanto eu, então vai ser uma merda. Mas a gente supera – sorri falsamente em sua direção.
Carl tinha tirado todo o restinho de paciência que me sobrava me dando um esporro gigante que eu nem entendi por que foi dado já que ele já tinha nossa música pronta, mesmo.
Fui embora dali, só querendo um banho e minha cama, apesar de ainda ser cerca de 19h18.

Como tínhamos marcado relativamente cedo, aproveitei para me preparar psicologicamente para pelo menos tentar continuar com minha paciência intacta até o final do dia.
Obviamente eu descobriria em algum ponto do dia que falharia, mas ok, acontece, né?
Já estávamos há exatas 1 hora e 37 minutos discutindo sobre começo, meio e fim de coreografia e NADA havia casado ainda.
Nossos passos eram muito suaves para os passos muito mais brutos do que os do grupo de Sebastian.
Mas aquela discussão já estava me dando dor de cabeça, fora a fome que não me largava.
Passei as mãos no rosto e decidi, pelo bem de todos e do meu estômago, que o melhor seríamos almoçar de uma vez.
Cada um foi para um canto, e depois de quase uma hora e meia voltamos para nosso ponto de encontro.
E a discussão se iniciou novamente.
Algumas pessoas já tinham mostrado seus pontos de vista da música, mas nenhum tinha agradado a todos em uníssono.
Mas só o fato de já estarmos nos ouvindo já era um progresso.
- Ah, mas não dá pra fazer aqueles passos de mulherzinha, né? Fica muito… Feminilizado – Dexter, um dos garotos do grupo de Sebastian, soltou isso do nada.
Confesso que tinha me desligado um pouco do momento, mas eu pude sentir Sam espumar do meu lado.
- Passos de mulherzinha são o que eu vou dar na sua cara, sambando – cuspiu com raiva.
- Eu deixo você cair na minha cara também, gata – piscou na direção da minha amiga, e eu juro que pude senti-la rosnar.
Minha vontade era de rir de sua expressão bravinha, mas ao invés disso segurei seu braço e fiz que não com a cabeça quando ela olhou para mim, sinalizando que não valia a pena.
- Você tá discutindo com uma criança amiga, não vale a pena, sabe? - ouvi todos ao nosso redor rirem e sorri para ela, cúmplice.
Quando olhei para Dexter, ele fazia uma careta contrariada.
- Não mexe com a gente, garoto, não tem ideia de onde tá amarrando seu burrinho – avisei, o fazendo rir grandemente, claramente debochando.
- Espera! É claro! - Sophie falou alto ao meu lado, e sorriu. - Uma disputa!
- Como assim? - Sam estava tão confusa quanto eu.
Aliás, só quem sabia sobre o que estava falando era a própria Sophie.
- Então, nós somos dois grupos, né? - todos fizeram caretas de obviedade para ela. - Só tô tentando deixar claro! Eu pensei em uma competição de grupos, tipo um tentando ser melhor que o outro, e no final descobrindo que são melhores juntos, entenderam?
Todos ficamos em silêncio.
Era uma boa ideia, afinal.
- Bom… Mas a coreografia vai ter que casar. Então de qualquer modo, mesmo que disputemos como sempre gostamos, ainda assim vamos ter que ensaiar juntos. Todos topam? - perguntei, vendo-os começar a concordar um por um.
O último foi Sebastian, que ainda não tinha se pronunciado.
- E aí? - perguntei, o fazendo me olhar.
Seu olhar intenso quase me fez recuar ou desviar, mas optei por não fazê-lo.
Ele sorriu.
- A ideia não é ruim, mas… - bufei, já sabendo que ele colocaria o defeito que fosse para que fizéssemos do jeito dele. - Mas eu tenho que ser do melhor grupo, óbvio! - exclamou, fazendo todos rirem, inclusive eu.
Só para constar que, no meu caso, era só um riso de alívio, viu?
Ele continua sendo insuportável!
- Vai sonhando! - exclamei, o fazendo alargar o sorriso.

Desde o dia que Carl me enfiou naquela roubada, já tinha se passado uma semana e eu estava com os nervos à flor da pele.
Naquele dia tudo, exatamente tudo estava me irritando horrores.
Eu estava com vontade de socar tudo à minha frente, inclusive a carinha de neném (cof cof) do Sebastian.
Justamente porque tinha percebido que eu não estava com paciência, ele estava cheio de gracinhas.
Ficava forçando uma intimidade que sinceramente, eu tinha medo de ter com ele – coloca a mão em meu ombro, puxava minha cintura, passava a mão em meu cabelo…
Eu sempre o olhava com uma expressão que poderia derretê-lo se minha visão fosse de raio laser, o que infelizmente não era verdade naquele momento, e ele só ria!
Ria como se fosse a coisa mais normal do mundo desmanchar meus cachos!
Ah, mas ele merecia uns tapas mesmo!
Se eu dissesse que não me dava uns calafrios e arrepios, eu estaria sendo hipócrita, mas como o certo era eu não sentir nada, tentei não demonstrar nada disso para ninguém.
Bufei pela milionésima vez no dia, encontrando erros na coreografia onde claramente não estava tão dessincronizado assim.
Ninguém pode me julgar, ok? Nem eu mesma, praticamente.
Estávamos a menos de uma semana para o festival final e eu ainda tinha que decidir minha roupa e minha música para a apresentação!
E nenhum dos dois tinha acontecido!
Acho que não deixei claro, não é?
Temos participações finais individuais sim, mas quase ninguém opta por ela, seja por vergonha ou por não querer mesmo.
Mas eu era uma das poucas que queria.
Queria mesmo.
Amava me apresentar nas danças finais.
Mas naquele momento estava quase desistindo, por pura e simples falta de inspiração.
Cocei meu couro cabeludo com brutalidade, irritada, quando Stan chegou por trás de mim do nada.
Eu mais senti sua presença, então me virei, e ele me olhava curioso.
- Algum problema? - perguntou, parecia ingenuamente curioso e preocupado.
Mas de ingênuo aquele garoto não tinha nada.
- Além de você? Muitos – sorri debochada e ele riu, balançando a cabeça em uma negativa.
- Não sei por que ainda tento… - murmurou sozinho e se virou para sair.
- O que? Tenta o que? Forçar intimidade que não existe? Não é porque a gente é par na dança que você é meu amigo, ok?
Ah, eu não disse isso…
Pois é, disseram que a música e minha relação turbulenta com Stan casaram, então nós iríamos dançar juntos.
E foi algo uníssono.
Aparentemente Sam tinha feito todo mundo virar contra mim pois ninguém queria trocar o par, então me conformei e começamos a ensaiar juntos.
- Garota, alguém já te disse que você tá um porre hoje? Pois eu faço esse sacrifício! Você tá um saco! Ninguém aguenta mais levar patada sua de graça!
O olhei feio, sabendo que era somente a verdade, mas não abaixaria a guarda.
Não para ele.
- Você que é insuportável! Não para de me irritar um segundo sequer! - retruquei.
- Garota, cala a boca que minha paciência com você acabou!
- Vem calar, então! - falei de volta, e somente nesse momento notei que estávamos mais perto do que eu gostaria de desejar.
Estávamos sozinhos nas arquibancadas do campo de futebol, onde estávamos ensaiando até então – teríamos que procurar um local fechado no dia seguinte –, todos nossos amigos já haviam ido embora.
Aquilo foi o verdadeiro perigo.
Eu verdadeiramente não sabia por que tinha ficado até mais tarde do lado daquele… Ugh!
Nossas respirações alteradas batiam um no rosto do outro e Stan me encarava tão fixamente que eu me senti arrepiar.
Parecia que queria me engolir inteira, e não era de um modo ruim.
Quando me dei conta, nossos lábios estavam grudados.
Uma de suas mãos em meu cabelo e a outra na minha cintura me puxaram para mais perto.
Grunhi em sua boca, só então admitindo para o meu interior que sim, eu estava sentindo falta de sua boca.
E apesar de ter sido só um beijo anteriormente, não mudava o fato de que eu sentira falta da textura de seus lábios.
Quando pensava nisso anteriormente, eu queria me bater até aquela vontade sair de dentro de mim.
Mas não naquele momento.
Naquele momento, eu só agarrei seus cabelos e inclinei meu corpo para trás, o levando junto comigo.
Acabei deitada no banco de concreto, seu corpo em cima do meu e no meio das minhas pernas.
Se não fossem os postes de luz, estaríamos na absoluta escuridão.
Apertei seus fios entre meus dedos e gemi quando sua mão começou a subir por mim coxa e esquentar minha pele ao ponto de eu me sentir pegar fogo.
Tinha vontade de arrancar minha blusa de qualquer jeito e tacá-la longe por causa do calor que estava sentindo, mas Sebastian fez isso primeiro.
Ver seu peito nu despertou em mim outro sentimento, um mais ardente ainda.
Era uma das primeiras vezes que eu o olhava daquele jeito, realmente o desejando inclusive desde antes.
Desci minhas mãos por sua pele e fui as acompanhando com os olhos, e quando o olhei de volta, sua boca estava desenhada em um sorriso ladino.
Nem liguei para o fato de que ele estava claramente debochando de mim, somente para o fato de que eu queria muito beijá-lo de novo e que sua boca estava apetitosamente vermelha e inchada.
Levei uma das mãos à sua boca, passeei o dedo indicador em seu lábio e observei seu sorriso afrouxar.
Só então ele pareceu notar a intensidade do meu olhar.
Suspirou, me fazendo olhar de volta para seus olhos, esfregou nossos narizes me deixando ainda mais desnorteada.
- Quer ir pro quarto? - seus olhos me diziam que ele já esperava que eu fugisse, mas não era o que eu tinha vontade de fazer.
Fiz que sim com a cabeça, surpreendendo tanto a ele quanto a mim mesma, e então nós nos levantamos dali e fomos em direção aos dormitórios.
Por sorte, naquela noite estava acontecendo uma festa que iria até quase metade da madrugada, então os dormitórios estavam vazios.

Já ia dar 2 horas da manhã quando eu decidi ir para o meu dormitório.
Ia avisar isso a Sebastian, mas quando coloquei a mão em sua barriga notei sua respiração extremamente ritmada.
Fiquei com pena de acordá-lo, então só deixei um beijo simples em seus lábios – por puro impulso, eu juro –, coloquei minhas roupas e fui deitar.
Estava toda dolorida, e tinha plena noção que no dia seguinte me sentiria ainda pior com relação àquelas dores loucas em lugares tão específicos.
Sorri enquanto caminhava pelo lugar e ouvia a cantoria ao longe, prendi meu cabelo de qualquer jeito e me abracei, sentindo vento frio castigar meu corpo pouco coberto.
Quando entrei no quarto, tomei um banho rápido e me deitei, me cobrindo até o pescoço e fiquei ali mais vários minutos pensando nas últimas coisas que tinham acontecido naquele acampamento.
Sorri feito idiota e, ainda com aquele sorriso no rosto, apaguei.

Estávamos há dois dias do final do Acampamento e eu tentava a todo custo não pensar nem na minha apresentação e nem no fato de eu simplesmente ter me apaixonado por Sebastian.
Ele continuava sendo irritante, uma peste, conseguia me irritar toda santa vez que nos encontrávamos, mas…
Eu não sabia o que havia acontecido.
E nem minhas amigas nem os amigos dele podiam saber.
Para eles, nossa inimizade continuava e nossa semi-amizade era única e exclusivamente por conta da dança.
Não que eu ligasse muito, porque naquele momento, não ligava.
Queria mais era que a antiga eu se explodisse em mil pedaços, e queria chutar o balde e falar para todos que estávamos juntos.
Mas por algum motivo, não conseguia juntar coragem o suficiente.
E mesmo quando estávamos conversando de um hipotético futuro, ele não tocava no assunto, então eu acabava sempre adiando.
Justamente naquele momento, estávamos atrás da arquibancada enquanto ríamos da nossa última encenação no refeitório.
- Você é muito idiota, por que jogar arroz no meu cabelo? Sério, você tem problemas? - apesar de estar reclamando, eu estava rindo enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro.
- Ninguém manda ficar me provocando, já que eu não te beijo te irrito. Quer coisa melhor? - seu sorrisinho esperto me dava vontade de apertá-lo até o fim da vida, mas só o que eu fiz foi rir.
- Cala a boca, meu cabelo é sagrado, eu se fosse você parava de jogar comida nele… Senão já sabe… - ameacei, embora levianamente.
- Ah, não! Nada de me proibir de puxar seu cabelo! É a melhor coisa do mundo!
Todo meu corpo se arrepiou e eu revirei os olhos, porém ainda sorrindo.
- Então para de jogar comida nele, cacete! - exclamei e ele riu, me segurando pela cintura e me encostando à parede de concreto.
Suspirei, seus lábios se encostaram aos meus e nós começamos um beijo calmo.
Segurei em seus cabelos, como gostava de fazer, e sorri.
Senti o sorriso ser retribuído.
- Mas o que…? - ouvimos uma voz chocada e nos separamos rapidamente, ofegante, nos virando na direção do som.
Era Ellen, uma amiga em comum dos dois grupos, mas que dançava no meu.
Ela olhava de mim para ele e então de volta para mim tão confusa que seu cérebro parecia ter dado um nó.
Sorrimos, sem graça.
- Por que você tá beijando ele, se disse que ele é insuportável? - perguntou, coçando a cabeça, ainda tentando entender.
- Eu… É… Isso foi antes! - exclamei, o olhando rapidamente mas voltando meu olhar para ela.
- Mas a gente estava falando disso ontem! Eu lembro bem, você disse que só suportava ele por causa do concurso porque ele é muito irritante e você é areia demais pro caminhão dele – riu, mas então ficou quieta.


XxxX

Se Nina tivesse olhando para Ellen, saberia que a garota ficou confusa com a troca intensa de olhares entre os dois.
Se Sebastian dissesse que não ficou mexido, ele estaria mentindo.
Por mais que os dois tivessem combinado de despistar os amigos até o final do Acampamento, ele não esperava que ela falasse aquele tipo de coisa.
E ao olhar pelos olhos dela, além de arrependimento, estava tristeza.
Então sim, ela havia dito.
Suspirou, porém pondo um sorriso debochado no rosto.
Doeria fazer aquilo, mas se era para acabar com tudo, que fosse de uma vez.

XxxX

- Ah, Ellen, foram só uns beijos. Nada demais, nada como um relacionamento. Ela também é insuportável, você sabe, né? Mas fazer o que se tem uma boca tão gostosa?
Ouvir aquilo foi como uma punhalada no meu peito.
Eu sabia que ele estava se escondendo por baixo da mágoa, mas eu não tinha como lhe julgar, também não reagiria bem se ouvisse aquele tipo de coisa, ainda mais vindo de outra pessoa.
Fiquei ali, chocada, enquanto o assistia ir embora sem nem olhar para trás.
Meu coração doeu, e eu fiz uma cara feia para Ellen.
- Não podia ter ficado quieta?! - reclamei, sem nem pensar na repercussão que aquilo tomaria, e saí dali.
Sem sequer me importar.

Eu estava há dois dias tentando falar com Sebastian, mas ele não parava para me ouvir ou então sumia.
Eu já estava ficando puta.
- Nina! - Carl me gritou me dando um susto, mas eu parei e me virei na sua direção. - Tá ocupada?
- Eu tava… Indo ao banheiro – mentira – O que você quer?
- É verdade os boatos que estão correndo no Acampamento?
- Que boatos? - eu estava tão por fora assim?
- Que você e Sebastian se pegaram? Quando foi que isso aconteceu? - perguntou, me fazendo dar um tapa na minha própria testa.
- É, tio, é. Assim que você nos colocou juntos – sorri, sem graça. - Mas isso ninguém sabe.
- Gente… - fez uma carinha confusa, que me fez rir. - E vocês estão juntos?
- Bom… No momento, não – cruzei os braços. - Eu realmente preciso ir. Tem algum problema?
Ele negou com a cabeça, sorrindo.
- Sempre soube que vocês faziam um casal bonito. Espero que levem isso daqui pra vida.
Eu sorri.
“Eu também espero”, pensei.
Continuei o procurando por mais meia hora, mas dessa vez ele realmente havia sumido completamente.
Bufei, frustrada, e resolvi ir para o dormitório.
Não havia muito o que eu pudesse fazer até a hora da apresentação, de qualquer modo.
Chegando lá, me joguei na minha cama de qualquer jeito e fiquei inanimada.
- Tá viva? - recebi uma cutucada na costela que, além de doer, me deu um susto da porra.
Dei um salto, caindo de bunda no chão, o que fez Sam começar a rir.
- Sabia que tava devendo, mas não sabia que era tanto! - exclamou, ainda rindo, me fazendo resmungar; agora por conta da junção bunda + costela doendo.
- Dá licença? Tá invadindo meu espaço pessoal – reclamei, a fazendo rir mais uma vez e se sentar na minha cama.
- Você tá muito mal humorada, mana. Vamos sair pra beber antes da apresentação?
Rolei os olhos com a ideia de jerico da criatura.
- Claro que não! E se tonta eu cair e me esborrachar, tudo vai dar mais errado ainda…
- Mais errado ainda? - ela exclamou, sem entender.
- Eu acho que o Sebastian não vai querer dançar com a gente – dei de ombros, como se não fosse nada. Era coisa pra caralho sim. - Não tiro a razão dele, mas ele não quer nem me escutar… - bufei frustrada, fazendo minha amiga rir.
Sim, eu ainda estava no chão e ela na cama.
Por que eu continuei no chão? Não faço a mínima ideia…
- Vocês dois se gostam pra caralho, não é? - perguntou retoricamente.
- Só posso dizer por mim, e sim – cocei a sobrancelha, sem graça.
Digamos que Sam sempre foi minha melhor amiga naquele lugar, mas se fosse para escolher alguém para conversar daquele assunto em especial, eu provavelmente escolheria Sophie, porque ela era bem mais suave e romântica no geral, e me dava uma esperança maior sobre o mundo.
Sam, quando gostava, gostava de verdade. Mas era mais como eu: muito racional.
Então geralmente ela falava na cara da pessoa, doesse a quem doesse, o quanto ela estava fodida.
Realmente, não era exatamente o que eu estava querendo naquele momento.
Porque foi Sam quem me acodiu:
- Se ele não gostasse de você, não teria ficado chateada com o que você disse pra Ellen – a olhei sem entender de onde ela havia tirado tudo aquilo, visto que eu não tinha contado nada. - O que?! Você estava mandando áudio, eu estava acordada, calhou de eu ouvir. Vi que você ficou bem chateada, e sei que você já está tentando, mas não creio que ele simplesmente vá se recusar a dançar.
Fiquei alguns segundos pensando, querendo realmente acreditar em suas palavras.
- Tá, mas de qualquer modo eu não sei como consertar. Como pedir desculpas… Sabe?
Ela confirmou com a cabeça.
- Te entendo. Então faz o seguinte: eu vou fazer ele ir para a apresentação, você só se preocupa em ficar pronta, ok? - acenei com a cabeça, sem entender o que ela ia fazer, mas a agradecendo imensamente.

Eu estava me remoendo de nervosismo, dessa vez de tudo junto, havia juntado a apresentação com o fato de que eu queria falar com Seb logo…
Eu estava quase comendo minhas unhas.
Sam me mandou para o camarim das meninas e eu fui sem questionar muito, mas ainda queria muito saber o que ela diria que o convenceria a conversar comigo.
Do nada, em um rompante, a porta se abriu.
Eu, que estava andando de um lado para o outro no local, parei.
Nossos olhos se encontraram e meu estômago embrulhou.
Eu queria vomitar.
Ele estava lindo demais.
Eu queria chorar.
- Você não estava…? - ele parecia ofegante, e a porta foi batida rapidamente.
Pudemos ouvir, chocados, a chave girando do lado de fora.
- Filha da mãe! - Seb reclamou alto, me dando um susto.
A gargalhada de Sam me surpreendeu.
- Me agradeçam fazendo muitos filhinhos! Vocês têm meia hora, NO MÁXIMO!
Nos olhamos novamente e eu engoli em seco.
Justamente quando estava cara a cara com Sebastian, não sabia como começar.
- Então… - começamos os dois juntos, e eu ri.
- Fala você primeiro.
- Ia falar pra você falar logo porque eu tenho que acabar de me arrumar pra minha apresentação. E aí?
Ai, essa doeu.
Fiquei o olhando alguns segundos, chocada.
- Olha, desculpa, tá? Mas não precisa me tratar assim, como se eu fosse sua inimiga. Ou sei lá, uma pedra no seu sapato – reclamei, mordendo o lábio, metade raiva e metade tristeza. - Eu entendi que eu estou errada, levei gelo o máximo que você conseguiu, mas me tratar mal é sacanagem.
Sua expressão suavizou, e ele passou a mão na testa.
- Desculpa, eu… Eu tô nervoso. E chateado.
- Olha, o que eu disse pra Ellen… Eu realmente disse, mas nada daquilo era verdade! Você lembra que a gente combinou de despistar eles? E estava todo mundo começando a desconfiar, nós passávamos muito mais tempo do que parecia juntos! Foi aí que eu disse aquilo, mas… Nunca deveria ter dito – murmurei arrependida.
- Eu acho que eu acabei ficando mais chateado porque acho que por mais que me enchessem o saco, eu não conseguiria dizer nada remotamente parecido de você - suspirou, sorrindo fracamente. - Enfim…
- Eu sei! Sou eu quem age impulsivamente nessa merda!
Ele confirmou com a cabeça, e nós ficamos em silêncio.
- Bom, de qualquer modo… Isso vai ter que acabar, né?
Meu coração errou uma batida.
- Por que? - perguntei, sem entender.
- O Acampamento tá acabando… Nós não moramos pertinho…
Eu fiquei o olhando.
- Então é assim que você pensa? Que não vale a pena insistir? - perguntei chateada.
- Eu não… Eu não sei! - exclamou, parecendo perdido. - Achei que era o certo, mas não sei mais.
- Você gosta de mim? - fui direta.
Por mais que doesse, eu queria ouvir. Queria que ele fosse sincero comigo para que pudéssemos seguir adiante, seja como fosse.
Sua cabeça se movimentou lentamente em uma afirmação, fazendo meu coração acelerar.
Sorri, levando meu corpo para perto do seu e segurei em sua blusa.
- Pois eu também. E não me importo se isso acabar alguma hora, contanto que aproveitemos os momentos. Ainda temos mais 3 dias aqui, depois vemos o que fazemos, pode ser?
Seu sorriso se alargou e seus dedos tocaram minha bochecha.
- Você tá tão linda, não queria te desarrumar…
- Um beijo não desarruma ninguém – ri, sentindo logo em seguida seus lábios se apossarem dos meus.

A apresentação foi um sucesso.
Nós realmente encenamos como se fôssemos grupos totalmente rivais – o que já não era mais verdade – e nossos passos foram tão sincronizados que parecíamos ter ensaiado há semanas.
Minha coreografia com Sebastian tinha ficado tão real que eu conseguiria sentir de longe a intensidade.
(ASSISTA A COREOGRAFIA DELES AQUI: https://www.youtube.com/watch?v=biQw9LD7YO8) – Considerando que Nina é Demi Lovato e Sebastian é Jordan Francis do grupo adversário.
No final de tudo, orgulhosos de todo o cenário e a sincronia, prometemos que dançaríamos juntos outras vezes.

E esse foi um real relato de um dos melhores Acampamentos que tive em toda minha vida.
A cada 6 meses ele acontecia, e agora eu tinha um motivo além da dança para voltar àquele lugar maravilhoso.






Fim.



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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