Capítulo Único
(Aurora – Lucky)
Antes que Gancho entrasse em sua nau novamente, ele parou à beira da praia e virou-se de costas ao mar, deixando seu olhar mirar sobre a ilha. Havia feito um estrago, era inegável. Algumas árvores, mais adentro da mata, ainda pegavam fogo e o silencio que reinava naquele pequeno pedaço de terra no meio do Pacífico era ensurdecedor. Os olhos do garoto brilhavam de orgulho pelo seu feito – sabia que, onde quer que seu pai estivesse, ele também estaria orgulhoso. O sorriso em seu rosto diante da destruição que seu pessoal causara era de pura satisfação. Gancho estava satisfeito, feliz e orgulhoso do genocídio que causara no lugar que, aos poucos, era engolido pela escuridão da noite, sem ter as fadas – e guardiãs – da natureza para iluminá-lo junto à lua e às estrelas, com sua magia secular.
O rapaz estava preparando-se para embarcar de volta em seu navio quando um guincho murmurado se fez presente em sua aguçada audição. O capitão maneou a cabeça em negativa, tentando convencer-se de que estava imaginando coisas e deu mais alguns passos em direção à porta de sua embarcação quando o mesmo barulho invadiu sua mente de novo, dessa vez acompanhado de um soluço. Em um reflexo rápido, digno do um marinheiro experiente, sacou a espada da bainha acoplada ao cinto de sua calça e a empunhou, fazendo com que a lamina refletisse, em um brilho surreal, os últimos reflexos do pôr do sul. Sua postura estava tesa e sua respiração entrecortada enquanto todos os seus sentidos eram aguçados em estado de alerta, deixando-o pronto para reivindicar qualquer contra-ataque.
“Gancho? Algum problema?”, gritou , o mais fiel de sua matilha marujos da polpa da embarcação.
“Shush, !”, o capitão guinchou, indicando que o mais velho deveria manter-se em silencio. O subordinado não hesitou em obedecê-lo e ocupou-se em fazer um nó na corta que segurava a vela, desaparecendo as vistas de Gancho. “Tem alguém aí?” a voz do rapaz soou rouca e grave e ele tentava manter-se calmo ao respirar fundo, prendendo o ar em seus pulmões por alguns segundos e liberando-o por entre seus lábios, repetindo o processo por algumas vezes.
Deu, então, meia volta e tornou-se a dirigir-se em direção à pequena floresta que cerceava a praia, seguindo o som que ouvira anteriormente. Seus cabelos, tão escuros quanto a noite que cairia em questão de minutos, grudavam em sua testa em decorrência dos resíduos de suor que havia ficado em sua derme em decorrência da luta que travara há pouco com os seres que habitavam a pequena ilha e, vez ou outra, ele afastava sua franja dali, como se aquilo fosse deixar seu olhar ainda mais atento ao seu redor.
E, de novo, o guincho estava lá. Parecia ser uma mistura de murmúrio com alguma reza ou uma súplica e isso fez Gancho sorrir – o sofrimento daquelas criaturas era seu elixir. O capitão seguiu sua audição e adentrou mais alguns metros na mata, indo em direção à fonte do barulho. Em nenhum momento abaixou sua espada e a manteve empunhada em sua mão direita, com a firmeza que um capitão deveria ter enquanto sua canhota segurava o gancho que havia pertencido ao seu pai. Queria honrá-lo de alguma maneira. Queria que sua história de luta e conquista não fosse apagada dos anais. Queria representa-lo e ser tão poderoso e temido quanto. Por essas razões, quase ninguém se referia ao capitão como – seu verdadeiro nome. Todos o conheciam como Guincho, o segundo de sua linhagem, o primogênito do mais temido pirata do Pacífico que havia sido morto por Peter Pan. havia prometido que faria jus ao sangue que corria em suas veias e que vingaria a morte do seu pai.
E era exatamente isso que ele fazia ao percorrer todas as ilhas mágica dos sete mares. O capitão Gancho não se importava em assaltar navios reais, roubando os tesouros de um reino e um povo. ia além. Ele massacrava e aniquilava populações mágicas inteiras, em um genocídio que tinha como combustível a vingança, afinal, haviam tirado dele o direito de ter um pai.
crescera órfão. Não foi uma infância fácil, uma vez que o paradeiro de sua mãe sempre fora desconhecido no vilarejo litorâneo que crescera. Quando James Hook – o primeiro e único capitão Gancho antes dele – e Peter Pan duelaram pela Terra do Nunca, tinha seus nove anos e havia começado a viajar com seu pai pelo mar adentro. Era apenas sua segunda viagem a bordo do Jelly Roger. O pequeno , como era chamado por toda a tripulação e pelo seu pai, estava descobrindo os segredos do grande navio e sequer havia o explorado por inteiro quando Peter encurralou o velho gancho na Terra do Nunca – a mais famosa ilha mágica dos sete mares – matando-o com a ajuda de algumas pessoas.
Desde então, o desenvolvimento de havia se tornado algo pautado em vingança. Treinara com os marinheiros da tripulação do Roger para se tornar o melhor em lutas com a espada e o mais habilidoso e ágil lutador da região. Estudara com a mulher de um deles para que tivesse conhecimentos básicos em medicina caseira e tivera aulas com a avó de para que soubesse tudo sobre geografia, disciplina importante para o seu desenvolvimento como pirata e navegador. No fim, seus conhecimentos eram guiados apenas com o esplendor de sua personalidade. Apesar da fama que carregara de seu pai, era doce e gentil com as mulheres e crianças de seu povoado e sempre ajudava os comerciantes locais que não hesitavam em fazer negócios com o Jelly Roger. O ódio dele, como Gancho, era direcionado a apenas uma pessoa, com um nome e sobrenome conhecido e que o assombravam desde sua primeira infância: Peter Pan.
Destemido e com a espada empunhada, o capitão adentrou ainda mais a mata, sentindo sua audição ser completamente dominada pelo silencio assombroso ao qual ele deixara a ilha, minando com sua fonte de magia e dizimando seus seres mágicos, um a um. Os animais, em um puro instinto de proteção, haviam se escondido pela mata, buscando proteção de um predador que não os queria de fato. O único barulho que se fazia presente, junto a respiração irregular de Gancho, era o pisar de suas botas de couro nos galhos secos que, pouco a pouco, cobriam a areia macia e fina da praia até que essa fosse substituída por terra fértil que alimentava, agora, uma floresta sem vida e em chamas.
E aquele maldito guinchar.
Era um grunhido abafado, quase inaudível. Se não fosse o Gancho, com todos os seus cinco sentidos aguçados e preparados, de certo ele não o teria escutado. Em passos lentos, aproximou-se de onde vinha o barulho, percebendo um arbusto poupado pelo fogo que seus homens abriram em alguns pontos da ilha.
Uma tosse fraca e baixa acompanhou um grunhido de dor – era claramente uma manifestação de algo ferido e Gancho apressou seus passos na direção dos barulhos. Deu a volta no arbusto, arregalando brevemente os olhos ao deparar a figura frágil e imóvel de uma das criaturas pelas quais a ilha se mantinha viva: a pequena fada. O brilho dourado que a acompanhara falhava, deixando-a com a tez pálida, como se nenhuma gota de sangue corresse por suas veias. Era uma cena que tinha de tudo para causar satisfação em , mas nenhum sorriso desenhou-se em seus lábios.
Por que ela estava sozinha?
Sua curiosidade fora aguçada, atiçada por um detalhe que poderia ter passado desapercebido. Era ela. Era a Sininho. Era o braço direito de Pan.
A sua Sininho.
11 anos antes.
Seu filho, , permanecia escondido atrás de alguns barris. Seu pai havia ordenado que ficasse ali e que não saísse por nada e ele, como o bom marinheiro que já era, o obedeceu prontamente. Seus olhos pequenos, escuros e amendoados espiavam atentos entre uma brecha e outra a luta e, internamente, ele torcia pelos seus. Crescera ouvindo histórias sobre Pan e como ele saqueava as cidades praianas para sustentar-se junto aos seres mágicos nas ilhas mágicas que faziam parte do complexo mágico com núcleo na Terra do Nunca. Crescera ouvindo histórias sobre como Peter Pan sequestrava crianças e as levava para a terra do nunca, em uma promessa vã de que elas jamais cresceriam ali e se manteriam crianças para sempre. No entanto, era tudo lenda. Como ele sustentava tais promessas, ninguém sabia. Onde? Menos ainda.
O pequeno garoto, filho de Gancho, permanecera ali, encolhendo-se ao máximo para manter qualquer parte de seu corpo protegida sob o breu que pairava pela cidade, iluminada, apenas, pelas chamas das embarcações parceiras do Jelly e a luz da lua que encontrava-se em sua fase minguante, formando um sorriso melancólico no céu praticamente encoberto por densas e cinzentas nuvens – como se o destino estivesse rindo da situação que se desenhava ali na praia.
De repente, o tilintar de um guizo fez-se audível em meio aos urros dos que guerreavam mais à frente. Era quase imperceptível, mas captara a audição de . O menino olhou para os lados em busca da fonte do barulho, mas não encontrara nada. Franziu o cenho, adquirindo uma expressão de dúvida. Tinha imaginado?
Tin-tin.
Não tinha. Lá estava, mais uma vez. Levantou-se com cuidado, olhando ao seu redor. Deixara cair alguma coisa? Era algum parceiro de Pan vindo ao seu encontro?
E mais uma vez, nada encontrou.
Tornou-se a sentar encolhido atrás dos barris quando, mais uma vez, escutou aquele tilintar mais próximo ainda de seus ouvidos, seguido de uma risada divertida. Fingiu não ter escutado e manteve-se parado onde estava, movendo, apenas, o seu abdômen no ritmo afoito de sua respiração. Não iria cair nessa de novo.
E lá estava o guizo, seguido de mais uma risada divertida.
“Ah! Te peguei!”, em um movimento rápido, capturou a coisinha em suas mãos, prendendo-a entre seus dedos. Era uma figura humana, mas pequena. Era do tamanho de seus dedos. Cabia perfeitamente na palma de suas mãos. O menino ergueu sua nova prisioneira até a linha de seus olhos, examinando-a com olhos atentos. Mas o quê? “O q-que é você?” perguntou mais para si mesmo do que para o ser em suas mãos, deixando que seu olhar escrutínio a checasse mais uma vez. As lendas que os marinheiros de seu pai contavam durante as noites de bebedeira eram reais, todas elas. Peter Pan era real, as fadas eram reais... A Terra do Nunca era real.
“E-eu não consigo respirar” a voz baixa e fina da fada fez-se presente em um sussurro, despertando o pequeno de seus próprios pensamentos. O cenho do menino mantinha-se franzido em total desconfiança. A essa altura, o menino tinha esquecido da batalha que acontecia ao seu redor.
“Desculpa!”, o menino exclamou, afrouxando o aperto ao redor da pequena fada. Apesar de escuro, seu cabelo brilhava como todo seu ser, vibrando em uma luz dourada que denunciava toda a mágica que havia em seu ser. A pequena respirou fundo, inflando seus pulmões com uma lufada generosa de ar e expirou tudo de uma vez em um suspiro único. “O que é você?” ele perguntou, tombando sua cabeça alguns graus à esquerda, deixando que a expressão de desconfiança em seu semblante desse espaço à uma expressão de total curiosidade.
“Uma fada. E-eu não tenho outro nome, mas o Pan me chama de Sininho” a fadinha falou, desviando o olhar dos olhos grandes, escuros e amendoados de . O menino soltou-a no chão, próximo aos seus pés e observou-a dali.
“Eu sou , mas pode me chamar de ” ele disse, apresentando-se cordialmente.
A partir dali, envolvera-se completamente em uma atmosfera completamente alheia à luta que seu pai travava com o garoto. A fada contou-lhe da Terra do Nunca, contou-lhe de Peter e falou sobre seus poderes. O som do guizo que o pequeno ser mágico emitia era, na verdade, sua risada e era o motivo de seu nome.
descobriu que Sininho não era seu nome de verdade, mas sim um que Peter escolhera para ela assim que ele decidiu abriga-la na Terra do Nunca. Com isso, descobriu, também, que as fadas eram crianças que fugiam para a Terra do Nunca, em busca da felicidade eterna em forma de uma infância que não acabaria mais, assim como Peter.
“E q-qual é seu nome de verdade?” perguntou, sentindo-se curioso pela história da nova amiga. Aquele novo mundo lhe fascinara de tal modo que seus olhos brilhavam, refletindo a luz da lua em seus orbes com ainda luminosidade.
Antes que a fada – e sua nova amiga – pudesse lhe responder, um grito raivoso, alto e em bom som cortou a atmosfera que envolvia os dois, como uma espada cortaria o tecido denso de uma cortina em um palco. , assustado, encolheu-se ainda mais atrás dos barris que, agora, estavam todos ao chão, quebrados, com seu conteúdo – vinho que tendia a envelhecer e transformar-se em vinagre para as ceias festivas do vilarejo – vazando pelo chão, espalhando-se por toda a areia fina e, até então, branca.
O cérebro de não conseguia processar o seu entorno com precisão. Seu coração estava tão acelerado que os batimentos cardíacos zuniam em seu ouvido, deixando o ambiente quase mudo. Ao mesmo tempo em que sentia a pele do rosto queimar em vergonha por ter sido pego e descoberto ali – que tipo de pirata ele seria se não soubesse sequer se esconder direito? – ele sentia-se pálido e fraco, completamente assustado e indefeso.
“Ora, ora. O que temos aqui?” a voz de Pan ecoou pelo vilarejo e ninguém se movia. Nem ele e sua trupe de moleques, nem a gangue do Capitão Gancho. Peter Pan estava extremamente perto. A lamina de sua espada reluzia o brilho das tochas ao redor de ambos e era como se estivessem só eles ali. “É seu novo amigo, Sininho?” o garoto direcionou seu questionamento enfadonho e mergulhado em ira à sua companheira, que aproximou-se cabisbaixa, lançando um último olhar a antes de alçar voo e alcançar a altura dos olhos de Peter. “Vai mudar de lado, é isso? Esqueceu quem sou eu, garota?” Peter Pan questionou, deslizando a ponta afiada de sua espada pela silhueta da fada. tremia. A fada maneou a cabeça em negativa, tragando seco enquanto tentava diluir a bola de saliva que se formara em sua garganta. “Não? Devo mata-lo, então?” uma risada sarcástica saltou-lhe os lábios avermelhados e machucados nos cantos, marcados por sangue que era resultado de um dos socos que recebera do Capitão Gancho. Sem deixar que a fada lhe respondesse, assumindo a retórica de sua pergunta, Peter Pan empunhou sua espada, erguendo-a ao céu e direcionando-a para a criança encolhida no canto.
A cena que se seguiu acontecera em questão de segundos, mas interpretou-a com uma velocidade destoante à realidade. Cada detalhe fora captado por sua razão e, também, por sua emoção, provendo-lhe emoções e memórias que o perseguiriam pelo resto da sua vida. Momentos após a investida de Pan contra sua figura pequena e desprotegida, seu pai intercedera, saindo do transe e do cuidado que o momento lhe exigira até então. Sininho fora jogada violentamente para o lado, caindo sobre a areia e guinchando de dor pelo impacto. O urro do garoto da Terra do Nunca fez até mesmo o mais cruel dos piratas que viviam a bordo do Jelly Roger perguntar-se como era possível uma criança deter tanto ódio. fechou os olhos e esperou que a dor a espada lhe cortando a tez e a carne invadisse e dopasse seus sentidos, fazendo seu sangue vazar e seus órgãos entrarem em pane. A criança esperou que a lamina lhe atingisse o coração ou lhe cortasse a cabeça.
E esperou.
E esperou.
E nada.
Esperara por nada mais que cinco segundos, talvez. A dor não lhe atingiu. Teria sido assim tão rápido? Já estava morto?
O pequeno arriscou abrir um de seus olhos, curioso em saber se existiria vida após a morte e se, de fato, estava morto apenas para encontrar a figura de Peter Pan ofegante e seus olhos arregalados, completando sua expressão estupefata e surpresa – a mesma expressão que acompanhava cada um ali.
Os instantes que se seguiram foram os mais doloridos da vida de . Abrira os olhos em tempo de ver o corpo de seu pai, praticamente sem vida, tombar a centímetros de sua distância, fazendo com que um grito de dor escapasse dos lábios do mais novo enquanto sua visão era completamente nublada por suas lágrimas quentes que desciam em filetes grossos por suas bochechas.
“PAPAI!” chamou-o, arrastando o corpo franzino para perto de seu pai. “Acorda. Papai. Tá tudo bem. Por favor, por favor” implorou em um pranto que comovera a todos os companheiros de seu pai, conhecidos por não deterem emoção alguma. O choro do menino era alto e doído. Seu corpo inteiro tremia em decorrência dos soluços que lhe intensificavam o pranto. Doía ainda mais do que se a maldita lamina de Peter Pan tivesse lhe acertado o coração.
E foi nesse dia que , o do Jelly Roger morreu para o mundo, junto com o primeiro capitão Gancho.
E um novo capitão Gancho nasceu.
Todos os sentimentos de , a partir dali, eram volatilizados pela violência que presenciara, pela forma abrupta que sua figura familiar e paterna lhe havia sido roubada. crescera e educara-se com base na vingança.
Destruiria ilha mágica por ilha mágica, até destruir Peter Pan.
Atualmente
E, então, a fada estava ferida.
Por sua culpa, talvez.
Gancho, então, olhou para os lados, certificando-se de que nenhum de seus homens havia o seguido e que ninguém testemunharia seu ato de misericórdia e, com cuidado, abaixou-se perto da fada, mantendo os lábios em uma linha fina e discreta, com seu semblante indecifrável. Cutucou-a com seu dedo indicador, arrancando-lhe uma arfada de dor e suspirou baixinho, tomando-a em suas mãos calejadas com o maior cuidado possível. Havia crescido como um homem rústico e sua sensibilidade havia ficado, intrinsecamente, ligada ao seu lado infantil, à sua criança interior. Os únicos traços de sensibilidade que haviam em sua figura masculina era o rosto liso, em total divergência com seus marujos e os olhos amendoados, pretos e escuros como a noite bem como o cabelo castanho que cobria-lhe parcialmente o olhar. Queria ser lembrado como filho de seu pai, como o filho de Gancho, mas não queria que sua imagem se misturasse a de seu pai no imaginário popular da sua região. Queria fazer sua própria história, trilhar suas próprias conquistas.
olhou para os lados mais uma vez e enfiou a pequena criatura no bolso de sua camisa, acomodando-a entre o tecido de seda enquanto a fadinha soltara um resmungo de dor, sem dar indícios de que sua consciência havia sido recobrada por completo.
O menino, então, apressou o passo de volta à sua nau e ordenou que zarpassem, deixando o que restara da ilha para trás junto com o questionamento que lhe atingira pela primeira vez em anos: será que o que estava fazendo era o certo?
Dentro da embarcação e algumas milhas longe da ilha, trancou-se em sua cabine, deixando-a à meia luz de algum lampião que permanecia aceso por ali. Dera instruções para sua equipe de retornar à cidade e deixou com que seu braço direito, , guiasse a embarcação de volta para casa – seja lá o que casa significava para cada um dos marinheiros à bordo e para ele, o Gancho – enquanto ele tirava seu tempo em seus aposentos, acompanhado de uma garrafa de whisky.
Na penumbra de seu quarto, desfez-se do gancho que carregava consigo antes de enfiar a mão dentro do bolso de sua blusa, puxando a pequena fada para fora e segurando-a, mais uma vez, em suas mãos calejadas, manejando-a com cuidado entre seus dedos compridos. Deu alguns passos longos em direção à sua cama e acomodou a figura pequena e mágica, mas ainda humanoide, sobre a seda que lhe servira como lençóis. A fada estava como antes. Permanecia inconsciente, mas seu corpo tremia conforme o ar lhe inundava os pulmões e alguns gemidos de dor lhe escapavam por entre os lábios a cada vez que seu corpo o expulsava dali, num movimento que deveria ser involuntário e indolor. abaixou-se ao lado da cama, mantendo seu lábio inferior parcialmente preso entre seus dentes frontais e respirou fundo. Não fazia ideia do que fazer com a fada ali. Não fazia ideia de como curá-la ou se, ao menos, havia cura.
Permaneceu daquela maneira até que um muxoxo fez-se presente no ambiente. Não era como os gemidos de dor da pequena criatura ali na cama. Era mais alto, como uma tentativa de fala. Seus sentidos milimetricamente treinados para serem aguçados como o de um bom pirata despertaram-no do devaneio que havia entrado e o garoto debruçou-se sobre sua cama, a fim de enxerga-la mais de perto.
“Sininho?”, chamou-a pelo nome que conhecia em um tom de sussurro, como se utilizar sua voz no tom normal fosse machuca-la de alguma forma. Examinou a fada com o olhar atento, tentando identificar algum ferimento mais grave e exposto. Nada. Mas a fada novamente murmurou. Dessa vez, o murmúrio foi seguido por uma tosse carregada, denunciando o pulmão cheio e sensibilizado. novamente mordeu seu lábio inferior. Arrastou-se por mais alguns centímetros sobre sua cama, debruçando-se ainda mais sobre o colchão e trazendo seu rosto para perto da fada. Era exatamente como ele se lembrava. O vestido azul, a pele delicada e os cabelos presos em um coque alto. Nada havia mudado. Com cuidado, o rapaz guiou sua mão até a menina e acariciou-a na altura dos braços com a parte externa de seus dedos, fazendo uma prece interna e silenciosa para que ela acordasse. Ela não poderia morrer. Não assim, não agora. Não por sua culpa.
“T-tae?” a voz fraca e baixa da fada soou pelo ambiente da cabine do capitão, capturando os ouvidos do menino. Automaticamente, o rapaz abriu seus olhos e fixou-os na criatura à sua frente, tentando organizar seus pensamentos que pareciam ser inundados pela forma com que seu coração bombeava seu sangue, fazendo seu ouvido zunir. A menina tossiu, sentando-se brevemente na cama enquanto Gancho permanecia atônito, tendo dificuldade em acreditar que ela havia o chamado pelo apelido.
E então, ela já não era mais uma fada com quinze centímetros de altura e asas.
Acontecera tudo muito rápido e o cérebro de tivera dificuldade em assimilar tudo. Em uma hora, ela era a criatura mágica que ele guardara na memoria, mantendo-a viva em seus pensamentos e sonhos por anos e, no instante seguinte, ela era a figura de uma mulher sentada em sua cama, completamente nua. As vistas de vacilaram no instante em que a pequena fada começou a irradiar, de forma endógena, uma luz branca que aumentava ainda mais. Qualquer olho humano permaneceria sensível à forma luminosa que tomara conta da pequena criatura ali e seria mentira dizer que não desesperou-se diante do que acontecia diante dos seus olhos. E se ela estivesse... morrendo?
O ímpeto do garoto, por mais que fosse de gritar por ajuda enquanto sua traqueia fechava-se pelo pânico inerente em todo seu ser, foi afastar-se da cama, jogando seu corpo sobre o assoalho da cabine, caindo sentado ao chão, apoiando-se apenas em suas mãos. Semicerrou seus olhos para que seus orbes não ficassem machucados pela luz e, por alguns instantes, tudo o que podia sentir era a atmosfera ao seu redor tremer e parecer congelar, como se um vento do norte tivesse atingido o Jelly Roger em cheio, fazendo a nau movimentar-se violentamente conforme as ondas quebravam em seu casco rudimentar.
Da mesma forma que começou, a luz e o enlevo de sensações que tomaram o corpo do pirata junto com a atmosfera foi embora, dando lugar aos sentidos embaralhados do rapaz enquanto a figura da fada, agora no corpo de uma mulher, permanecia sobre a cama, com uma expressão confusa.
não conseguira desviar o olhar da mulher a sua frente. Ela era sua Sininho, mas com o tamanho de um ser humano normal – ou quase isso.
“Como isso é...?” o garoto deixou a pergunta se externalizar de sua mente em um tom incrédulo, totalmente compatível com a expressão surpresa que se desenhara em sua face. Seu cenho estava franzido e suas sobrancelhas, grossas e expressivas, mantinham-se praticamente unidas pelos sulcos formados em sua testa. Seus olhos estavam arregalados e era possível ver seus orbes movimentando-se de um lado a outro, examinando o ambiente ao seu redor afim de compreender o que tinha acontecido.
“? É você mesmo?” a garota perguntou sem preocupar-se com sua nudez. Permanecera há tanto tempo entre os seres mágicos, que a vergonha por sua feminilidade e intimidade simplesmente sumira. Ela levou suas mãos à sua boca, cobrindo seus lábios que se mantinham abertos formado um “o” surpreso enquanto sentia seus olhos marejarem. Era ele, bem ali à sua frente. Vivo.
O motivo de sua condenação estava vivo.
E Sininho não poderia estar mais feliz.
Gancho não se moveu na cabine, no entanto. Permanecera ali, sentado ao chão, incrédulo e estático enquanto suas sinapses tentavam interpretar e decifrar cada nova informação que recebia. O pomo de adão em sua garganta movia-se de cima a baixo enquanto ele tentava, por diversas vezes, tragar sua própria saliva com a intenção de dissipar a secura em sua garganta.
“Q-quem é você?” ele perguntou e odiou-se por isso. Era óbvio que ele sabia quem era ela. Era óbvio que ele reconheceria aqueles olhos em qualquer forma, humana ou não, mágica ou não. Sentiu-se tolo.
A fada, então, deixou seu olhar correr por sua nova forma, observando seus pés e suas mãos em tamanhos humanos e seu corpo, nu, completamente às vistas do capitão à sua frente. Encolheu-se um pouco sobre o colchão, fazendo as molas do mesmo abaixo do seu corpo rangerem pelo movimento. A menina puxou os lençóis para cima de seu corpo, cobrindo parcialmente enquanto mantinha seu olhar fixado no rapaz em sua companhia. Ele havia crescido tanto...
“Eu sou a... Sininho.” a garota falou rapidamente, tossindo logo em seguida. Seu corpo pequeno tremeu pelo movimento brusco que seu pulmão fazia para expulsar as cinzas que ela possivelmente tinha aspirado e compadeceu-se com aquilo. Ele tinha ateado fogo na ilha mágica, ele queria matá-la, ele não pensou na consequência dos seus atos. Odiou-se por aquele momento e por todos os outros que se seguiram.
“Como isso é... possível?” ele questionou mais uma vez, ajoelhando-se ao chão e engatinhando em direção a cama. Não se aproximou muito, no entanto. Queria que ela continuasse a se sentir sã com ele ali. Não queria assustá-la.
“Foi v-você que... matou a ilha?” o olhar da fada era triste. O tom de sua voz era carregado por lástima, embargada pelo choro que teimava em queimar bem ali, na sua traqueia, fazendo seus lábios tremularem. não respondeu. Não em voz alta. Abaixou sua cabeça e mirou seu olhar no assoalho de sua cabine. Apoiou suas mãos em seus joelhos e não ousou erguer seus ombros para a menina a sua frente. Pela primeira vez na vida, sentiu-se envergonhado pelo homem vingativo e cruel que se tornara.
“E-eu...” ele começou a falar, tentando justificar-se. Não conseguiu. Que justificativa teriam seus atos para ela?
“Por que?” Sininho não precisara ouvir uma resposta para a sua pergunta anterior. A linguagem corporal do capitão Gancho à sua frente era nítida, clara como a água do alto Pacífico. Seu coração despedaçou-se em milhões de pedacinhos. Não esperava que a criança que a fizera se virar contra Peter Pan tivesse se tornado um homem tão amargurado. Não esperava isso do seu .
, então, soluçou. Com isso, o olhar da fada pode capturar uma lágrima cair sobre o colo do garoto, solitária em seu percurso e quando ele finalmente conseguiu olhá-la nos olhos novamente, ela percebeu o quanto daquela criança ainda estava ali, presente no quarto em sua companhia.
“Vingança.”, ele disse simplesmente com a voz tremula. Seu lábio inferior vacilara algumas vezes enquanto ele sustentava o olhar da garota com o seu. Sentia-se sujo, imundo e, pela primeira vez, arrependido. Era a primeira vez que uma situação o encurralava num canto escuro e sozinho, fazendo-o aplicar uma autorreflexão sobre seus atos nos últimos anos. Era a primeira vez que sentia-se envergonhado. “Pan.” A sílaba que compunha o sobrenome do seu inimigo saltou de sua boca com o peso do veneno de uma cascavel. cuspiu no chão de sua cabine, em algum canto, tentando se livrar do amargor que surgia em sua boca toda vez que tocava naquele maldito nome. Maldito Peter Pan.
O nome do menino que nunca crescera também não causava boas reações na fada, Gancho pode perceber. A garota encolheu-se ainda mais sobre a cama, apoiando seus pés sobre o colchão e trazendo seus joelhos para próximo de seu tórax, encolhendo-se e cobrindo-se pelo lençol enquanto apoiava seu queixo em seu braço. Por alguns segundos, desviou o olhar do dele e sentiu sua figura queimar sobre o olhar de . Maldito Peter Pan.
“Ah... E-eu... Entendo”, disse por fim. Quem era ela para julgar o garoto, afinal? Talvez fosse tonta demais para que o fogo da vingança não a consumisse por completo. Talvez fraca demais. Mas ela o compreendia. Muito bem. “Depois daquele dia, ele me exilou em Upolu – a ilha que você derrubou. Para ele, ajuda-lo foi um ato de traição imperdoável. E eu... Eu não era ninguém sem ele por aqui, sem ele na Terra do Nunca eu não passava de uma tola.” A fada confessou, tossindo logo em seguida. manteve-se parado, sustentando o olhar da menina enquanto umedecia seus lábios com a ponta da língua vez ou outra.
“O que ele te fez, Sininho?” ele perguntou, tragando seco logo em seguida. Não sabia se queria ouvir a resposta.
E então, ela lhe contou. Toda a verdade por trás da figura de Peter Pan saltou pelos lábios da fada como uma fábula de Esopo da realidade. Qualquer leigo ou cético duvidaria das palavras da menina, mas sabia muito bem que aquilo era verdade. Que aquela história fazia parte da sua história, da história de seu pai, da história do Capitão Gancho como um todo. Seu nome não era Sininho. Era Moon , de Busan. Era filha de um comerciante litorâneo que negociava com banqueiros e piratas e mantinha boas relações com todos. Querido por toda a província, casou-se com a filha de um de seus negociantes e juntos, tiveram a pequena . O sobrenome, transcrito para o inglês, nunca acertara tanto ao descrever a menina. A pele alva e os cabelos negros lhe davam o ar de que havia sido banhada pela lua durante toda sua gestação. Os olhos, amendoados e cintilantes, pareciam ter sido feitos para refletir a luz da grande deusa da noite.
conheceu Peter Pan quando tinha doze anos. Tinha problemas para dormir desde que sua babá lhe contara alguma lenda de terror e permanecia acordada por boa parte da noite, quieta em sua cama, esperando que o sono viesse e lhe levasse para a terra dos sonhos. Certa noite, escutara um barulho no fim do corredor. Ignorou-o. Mas o barulho não cessava. Pelo contrário, tornava-se ainda mais alto e funcionava, para a menina, como o encanto de uma flauta enfeitiçada. Era música para seus ouvidos. Curiosa, a garotinha saltou da cama e, agarrada ao Freddie, seu cachorro de pelúcia, guiou-se para fora do seu quarto, esgueirando-se pelo corredor. Lá estava, o menino sem sombra que Nana havia falado. Mas ele não era aterrorizante como nas histórias. Ele era... Normal. Uma criança de sua idade. Sem sombra.
A presença da filha do comerciante logo chamou a atenção do garoto sem sombra que não hesitou em se aproximar dela. Seus cabelos eram alaranjados e seu rosto era pontilhado por diversas sardas que formavam constelações em sua pele. Era tão diferente do que ela estava acostumada. Ele apresentou-se em sua língua natal sem precisar, de fato, abrir a boca para falar alguma coisa. Havia entrado na mente da pequena e, de lá, tinha livre acesso a tudo o que queria.
Após algumas noites, vindo lhe visitar e levando-a para passear pelas ilhas da Terra do Nunca, levando, como pagamento, parte do dinheiro que seu pai deixava em casa, Peter Pan prometeu leva-la embora para um lugar onde ela jamais cresceria. A proposta era tentadora aos ouvidos da pequena. Não precisaria ouvir sua Nana falar sobre como ela precisava se portar como mocinha ou como ela precisava se preparar para menstruar. Seria livre e criança para sempre, como nos livros que seu pai lhe trazia.
não hesitou em ir com Peter. Ele lhe dera uma ilha inteira – Upolu – para que ela pudesse absorver sua magia bem como todo ser mágico na Terra do Nunca. E mais: por ser sua favorita, Pan lhe transformou em uma fada. Guardaria os segredos e magia de uma das ilhas mais fortes do complexo e jamais cresceria, afinal, teria quinze centímetros para sempre.
Peter Pan parecia um bom garoto, até o momento em que a menina, apelidada de Sininho por ele, sentira saudade de casa. Ele proibiu-a de voltar à Busan e a manteve presa à sua ilha em sua forma humana como castigo. Ele mentira para ela quando dissera que ela poderia ver seu pai quando bem entendesse. Mentira para ela quando dissera que ela não cresceria; havia crescido ainda assim. Aos poucos, com o passar dos anos, deixara de ser criança e tornara-se algo parecido com sua mãe, com sua babá.
O apogeu de sua revolta com Peter Pan foi quando, em uma luta contra um dos inúmeros piratas com quem o garoto que nunca cresce havia comprado briga, Sininho deixou-se compadecer pela figura isolada e solitária de um menino no meio de toda aquela balbúrdia. Era ele, seu . Esgueirou-se para longe de onde o grupo, de forma generalizada, lutava e voluntariou-se a ser companhia da criança que não tinha mais do que a sua idade quando havia sido levada por Peter sem saber que aquela escolha selaria o destino de ambos: o seu e o de .
“Q-quando ele matou seu pai, ele me expulsou de sua vida e me trancou na ilha. Eu nunca mais o veria, eu não era mais digna de estar na presença de Peter Pan, já que ele não era mais o único garoto na minha vida. A mágica da ilha me manteve viva, na forma de fada, durante todos esses anos. Todos os seres vivos na Terra do Nunca formam um ecossistema que Pan conseguiu decifrar e moldar a seu bel prazer. Sem a ilha, eu não consigo mais ser... a Sininho. Sem a ilha, eu sou só... a menina perdida de Busan.” terminou de contar sua história, tornando a fixar seu olhar no capitão da Jelly Roger. A menina mordeu seu lábio inferior e o manteve preso entre seus dentes frontais. Não conhecia como Gancho, não sabia se ele, como capitão e herdeiro do temido pirata que assombrara sua comunidade mágica, era confiável, mas precisou contar sua história para alguém, precisou conta-la ao seu menino.
Ambos permaneceram imersos no silencio sepulcral da cabine do navio por alguns momentos. Longos momentos, cabe ressaltar. continuava a reavaliar sua postura por vingança e, conforme lhe contava sua história, o arrependimento por ter feito sua vida girar em torno de fazer com que Peter Pan sofresse tudo o que ele sofria se dissipava e o veneno da vingança volta a agir em seu ser, nublando seus pensamentos e deixando-o sedento pelo sofrimento do amaldiçoado menino que jamais crescia. A menina esfregou seus olhos com as costas de suas mãos, tentando afastar as lágrimas que caíam pelo seu rosto enquanto ele, Gancho, permanecia com seus lábios unidos em uma linha reta e seu maxilar trincado.
“Eu passei a minha vida inteira caçando-o, ” ele a chamou pelo seu verdadeiro nome pela primeira vez, fazendo com que parte do interior da menina se derretesse ao ouvir seu nome escorrer pela voz de como o mel fazia em uma colmeia cheia. A voz dele era rouca, grossa, grave, mas acolhedora. Transmitia-lhe paz. Ele havia envelhecido tão bem. “A minha vida inteira eu prometi que iria mata-lo. Depois que ele apunhalou o meu pai, na frente de todos os seus marinheiros e na minha frente, eu jurei que o caçaria até o inferno. Eu morreria, talvez, mas morreria vingando-me de todo o mal que ele me fez, de todo o mal que ele fez aos meus” o garoto confessou, buscando justificar suas atitudes para a garota ali, sentada a sua frente. A garganta do menino queimava enquanto ele tentava segurar o choro, enquanto ele tentava manter sua imagem à semelhança de seu pai: um homem que nunca chorava, que nunca falhava.
A menina mexeu-se sobre a cama, desencostando-se da parede atrás de si enquanto se curvava em direção ao rapaz ajoelhado à beirada da mesma. Sem saber direito o que fazia, a fadinha guiou suas mãos até os braços dele e os envolveu com seus dedos machucados e finos, acariciando-os por toda a extensão por cima da seda delicada e anil que compunha sua blusa até alcançar os pulsos do rapaz. Mais uma vez, o olhar de ambos permaneceu unido, sustentando-se um ao outro em momentos em que as palavras pareciam insuficientes em qualquer idioma. puxou-o pelos pulsos, fazendo com que ele se erguesse do chão e sentasse sobre a cama, junto a si.
“Perdoe-me, . E-eu não sabia que meus atos lhe afetariam tanto. E-eu n-não...” ele começou a desculpar-se, sentindo seu coração bater em um ritmo desesperado dentro de sua caixa torácica. Parecia que aquele órgão, bem como todos os outros, sucumbiriam ao desespero que dopava seu ser naquele momento e explodiria em zilhões de pedacinhos, literalmente e figuradamente falando. Não se sentia tão frágil e exposto assim desde... a morte de seu pai.
Naquele instante, deixara de ser o segundo Capitão Gancho do Jelly Roger e era apenas . O menino que precisava ser salvo mais uma vez.
Seus pensamentos, barulhentos como se houvesse um enxame de vespas dentro de seu crânio, foram completamente silenciados no instante em que a menina colou seus lábios aos deles. Antes disso, sentira as mãos geladas e delicadas da menina segurarem seu rosto e o puxarem para perto, fazendo com que ambas as bocas se unissem em um choque desesperado, mas delicado. Como se tivessem sido moldadas para pertencerem uma à outra, as bocas dos dois se encaixaram como peças de um quebra cabeça e o rapaz fechou seus olhos, deixando com que seus sentidos fossem aguçados pela forma com que ela lhe tocara. Sua audição conseguia captar a forma com que seu coração – e o dela, talvez – batia desesperado em seu peito, a ponto de explodir – não mais de desespero. Seu tato, por vez, captava o corpo dela de diferentes formas: as mãos dela em seu rosto, segurando-o e prendendo-o próximo ao seu, a boca dela colada à sua e, logo menos, a forma com que a língua quente e áspera da menina pontilhava seus lábios, lambendo-os enquanto buscava alguma passagem para que aquele ósculo não se resumisse apenas ao encaixar de lábios. arfou, entreabrindo sua boca e deixando que ela aprofundasse o beijo ao trespassar sua língua e guia-la de encontro à dele, acariciando-a como se fossem velhas conhecidas.
Ele a beijou calmamente, sem pressa alguma. Queria continuar a embebedar-se na forma com que a menina o beijava. Queria continuar a sentir seus sentidos serem inebriados, um a um, pela forma com que ele a sentia. Queria continuar a sentir-se em casa daquela forma, mesmo se estivesse em alto mar. Ela inclinou-se sobre ele, diminuindo ainda mais a distância que havia entre os dois e o respondeu à altura, suspirando delicadamente ao senti-lo mordiscar seu lábio inferior. Apesar de sua natureza sistemática e um tanto quando rústica, era, naquele momento, uma pessoa completamente diferente. Não era o assustador e temido Capitão Gancho. Era apenas ele, , em sua essência mais delicada e sensível possível e ela sabia disso. Era assim que ela lembrava-se dele, era daquele modo que ela queria senti-lo.
"Shush... Não precisa pedir perdão a mim, ." ela sussurrou ao partir o beijo, colando sua testa à dele enquanto suas respirações se misturavam por ali. Em contrapartida, deslizou suas mãos pelo rosto do rapaz, traçando um caminho pelo pescoço dele, tocando-lhe os ombros, o peitoral reto e teso e o abdômen, fazendo-o encolher diante de seu toque mesmo que estivesse protegido por suas vestes, em total divergência com o que acontecia com ela. Ao alcançar o pé da barriga do pirata, a fada procurou as mãos dele com as suas e segurou-as, entrelaçando seus dedos aos dele. Queria tanto senti-lo perto. “Eu acho que, no final das contas, você me libertou”.
A confissão da menina o pegara de surpresa, fazendo com que o pirata congelasse bem ali, na frente dela. Pela primeira vez em anos, ele sentira-se libertado, sentira-se sortudo. Um sorriso nasceu nos lábios de , genuíno e sincero e ele não conseguia se lembrar da última vez que havia sorrido daquela maneira. De certo, acontecera antes da morte do seu pai, em alguma tarde de domingo em sua cidade natal. Fazia tempo que não se sentia puramente feliz daquela maneira.
O rapaz não hesitou e procurou-a novamente com sua boca, capturando os lábios macios e mornos da garota em um beijo urgente. Queria senti-la ainda mais perto, queria prover a ela tudo e todas as sensações que ela lhe causava desde então. Deixou a razão e toda a racionalidade de lado no instante em que fechara seus olhos, sentindo seus cílios longos tocarem a pele sensível abaixo dos seus olhos e apertou sua mão na da garota, que correspondera imediatamente. Uma onda de arrepios correra o seu corpo de uma vez só, como um curto circuito que começara no pezinho de sua nuca, descendo por toda a sua espinha e espalhando-se por cada nervo seu, dando-lhe o sentimento de que estava vivo. não se acanhara. Nunca tinha sido beijada daquela maneira – ou de qualquer outra –, mas encontrava-se em um estado de êxtase por ter tido seu primeiro beijo roubado e dado, em um paradoxo maravilhoso, pelo seu pirata. Afinal, se não fosse ele, não seria mais ninguém.
Ambos permaneciam perdidos em si mesmos naquele beijo que demandava urgência e intensidade pela forma com que as línguas se tocavam e o gosto um do outro tomava seus paladares, deixando de serem gostos únicos para se tornarem gostos partilhados, gostos deles dois. Antes que o ar pudesse lhes faltar em seus pulmões, a garota deslizou sua boca pelo queixo de , trilhando um caminho quente e úmido de beijos até seu maxilar, onde tratou de trilhá-lo, alterando os beijos com pequenas lambidas. O agrado da menina fez com que , ainda de olhos fechados, mordesse seu lábio inferior e desfizesse do entrelace entre seus dedos destros, guiando sua mão direita à cintura da menina, apertando a pele desnuda sob sua palma quente e áspera. Era tão macia, tão certa. A fada continuou a beijar-lhe pela linha do maxilar, indo e voltando com sua boca por ali por alguns momentos até que fizesse do pescoço dele seu novo alvo. Arrastou a ponta gelada do seu nariz pela pele caramelada do pirata, inalando por ali e sentindo o perfume dele -- uma essência parecida com âmbar, talvez -- dopar seu olfato, embebedando aquele sentido e fazendo-a suspirar.
“... Eu quero você.” a voz de Gancho era baixa o suficiente para que o pedido fosse escutado por sua companheira, fazendo-a corar e sorrir – nessa ordem. A mordida que a menina depositara ali, na curva do encontro entre o pescoço e ombro do rapaz, fora resposta suficiente para que ele soubesse que ela também o queria.
Em questão de segundos, a pequena distância entre os dois tornara-se praticamente nula. O pirata puxou a fada para seu colo, acomodando-a sobre suas coxas. Eram, agora, uma bagunça de mãos, pernas, batimentos cardíacos acelerados, respirações descompassadas e afobadas e lábios inchados. O cabelo da menina caía por seus ombros, emoldurando o rosto dela de um modo que não poderia maravilhar-se ainda mais.
Ambas as mãos do garoto foram à cintura de , apertando a região entre seus dedos enquanto ele ocupava-se em beijar-lhe por todo o pescoço, sugando a pele da região para dentro da sua boca e distribuindo pequenas marquinhas por ali antes que trilhasse beijos pela clavícula da fada simultaneamente ao movimento que suas mãos faziam no corpo da mesma, elevando-as e guiando-as em direção aos seios da mesma. já estivera com garotas antes, é claro, mas nenhuma noite o fazia sentir-se do modo que se sentia naquele momento.
As pequenas mãos da fada foram em direção à camisa que o garoto usava. A menina admirou-se, por alguns segundos, pela forma com que a seda anil unia-se à pele beijada pelo sol do rapaz, destacando-a ainda mais. Seus dedos distraíram-se com os botões que permaneciam fechados, abrindo-os um a um enquanto ele continuava a adorá-la do busto para cima, fazendo-a arfar baixinho antes de morder seu lábio inferior com força. Não demorou muito para que ela abrisse a camisa dele por completo, revelando o tórax definido e moreno do pirata, deixando seu olhar pesar por ali por alguns momentos enquanto sua mente ia longe. Era tão lindo. Os músculos tesos do peitoral de destacavam-se conforme ela empurrava a camisa por seus ombros, deslizando-a por seus braços e abandonando-a por ali, no colchão, e ela deixou que seu olhar corresse sua nova descoberta. não conteve o ímpeto que tivera de guiar suas mãos ao abdômen de e ela o fez, tocando-o de baixo à cima, de cima à baixo, arranhando-o com suas unhas curtas em alguns momentos, fazendo com que ele encolhesse sua barriga e soltasse uma risada anasalada logo em seguida, capturando a atenção da menina mais uma vez. “Você é lindo, ”, ela elogiou-o, chamando-o pelo apelido daquela forma que ele acabara de descobrir que o derretia e ele não se conteve. A puxou para mais perto, apertando sua cintura com destreza e precisão ímpar, fazendo com que os seios dela colidissem com seu peitoral, fazendo-a descobrir ali um novo estímulo, uma nova área a ser explorada. A forma com que a pele quente do pirata roçava em seus seios deixava seus mamilos enrijecidos, denunciando completamente a excitação da fada, fazendo-a corar com a exposição repentina.
“Você gosta assim?” ele perguntou ao ouvi-la gemer baixinho e manhosa enquanto distribuía alguns beijos pelo pescoço da moça, rindo logo em seguida. Ela assentiu com a cabeça, envergonhada demais para responder-lhe em alto e bom som. Para bom entendedor, meia palavra basta e foi isso que ficou claro para no instante em que ele envolveu os seios da menina com suas mãos, cobrindo-os por completo com seus dedos longos. Eram tão mornos, tão macios. Tinham o formato e o tamanho ideal para caberem em suas mãos, como se tivessem sido feitos à sua medida. Os polegares do rapaz foram rápidos em alcançarem os mamilos dela e ele tratou de deslizar ambos, simultaneamente, de um lado a outro, estimulando-a naquele local com destreza, deixando os bicos ainda mais rijos sob seu tato, fazendo-a gemer mais uma vez.
estalou sua língua em seu palato e guiou sua boca ao seio esquerdo da menina, libertando-o apenas para que pudesse abocanhá-lo. entrou em êxtase no momento em que a boca quente, úmida e aveludada do rapaz a envolveu por ali, fazendo com que ela encolhesse os dedos dos pés em um reflexo praticamente involuntário. A destra de permanecia na mama oposta da garota, apertando-a com menos cuidado e um tantinho mais de violência enquanto ele circundava a aréola da mama esquerda de com sua língua, umedecendo-a antes que se dispusesse a circundar o bico rijo e mordiscá-lo com seus dentes frontais, fazendo com que a menina fechasse seus olhos e apertasse-os com força ao mesmo tempo em que mordia seu lábio inferior. Céus, ele era tão bom naquilo. Em reflexo, a menina guiou sua destra até a cabeça do pirata, embrenhando seus dedos por entre os fios de cabelo dele e puxando-os após arrastar seus dígitos por seu couro cabeludo, fazendo-o arrepiar mais uma vez. acabou arfando de forma abafada no seio da fada e passou a suga-lo, deslizando seus lábios por todo o contorno do busto antes de distribuir pequenos chupões por aquela região, avermelhando-a com sua boca. Arrastou seus lábios quentes e molhados por todo o vale que havia entre os seios dela e alcançou o oposto, libertando-o do toque bruto de sua destra e abocanhando-o tal qual fizera com o anterior. Com uma calmaria invejável, ocupou-se em circundar a aureola e o mamilo esquerdo da menina com sua língua, antes de mordiscá-lo e puxá-lo um tantinho para si, fazendo com que se remexesse inquieta em seu colo e grunhisse manhosa, fazendo-o sorrir satisfeito. A mão esquerda da menina corria livremente pelos ombros, tórax e abdômen do pirata, como se seus dígitos fossem capazes de memorizar cada detalhe do menino, fazendo-o arfar algumas vezes entre um chupão e outro.
O volume no meio das pernas de Gancho ficava maior a cada toque da menina, deixando sua calça de couro ainda mais apertada para todo seu tamanho. Em algum momento, deixara de estimular o seio da menina com sua mão e guiou ambas para a cintura da menina, apertando-a sob a ponta de seus dedos e fazendo com que o corpo dela pressionasse sua ereção, deixando-a ciente de sua excitação.
Ao contrário do que ele imaginou, a nova descoberta não acanhara – apenas a atiçara ainda mais, fazendo com que ela descesse suas mãos pelo abdômen dele, alcançando o pé de sua barriga e deixando com que seus dedos brincassem com o limite imposto pelo cós de sua calça enquanto sua mente era completamente entorpecida por um turbilhão de sensações que não havia sentido antes em nenhum momento da sua vida. Não daquela maneira, não com aquela intensidade.
“...”, ralhou com a voz rouca e embebida em tesão ao sentir a expectativa e a ansiedade crescerem em seu ser, nublando seus pensamentos. Seu cacete pulsou dentro de sua calça no instante em que a menina o apertara por cima do tecido, esfregando a região logo em seguida. Ela o levaria a loucura naquela noite. ergueu seu olhar à menina, guiando sua destra à canhota dela e passou a guiar seus movimentos, fazendo com que ela continuasse a esfregar sua ereção por cima do couro de sua calça.
sorriu lascívia, completamente maliciosa ao percebê-lo tão grande e grosso por sua causa e aquilo a instigava completamente. Queria que seu pirata se sentisse da mesma forma que ela. Queria que ele entrasse em combustão com seus toques bem como ele fazia com ela. levou suas mãos até a braguilha de sua calça e ocupou-se, por alguns segundos, em abri-la, desafivelando o cinto e deslizando o zíper para baixo, apressando-se em liberar seu caralho de todo aquele aperto incomodo. A menina saltou de seu colo, pisando seus pés descalços no assoalho gélido e preocupou-se em retirar as botas do rapaz – utensílios pesados, de couro grosso –, jogando-as em qualquer lugar da cabine. Logo em seguida, ela preocupou-se em enrolar seus dedos no cós da calça dele, fazendo com que o menino erguesse seu quadril para que ela pudesse deslizar a peça de roupa por suas pernas, deixando-a ao chão também.
E lá estava ele: completamente nu para ela. O olhar atento da fada correu todo o corpo do pirata, memorizando visualmente sua pele dourada, seus músculos torneados e tensionados de tesão, sua boca inchada e seus olhos luxuriosos. Não demorou para que o olhar da garota esbarrasse na excitação do rapaz: seu caralho duro, completamente ereto e em riste tombado sobre o pé da barriga dele, totalmente marcado por veias grossas e com sua glande brilhando de excitação. não soube distinguir quanto tempo ficara ali parada admirando o rapaz daquela forma e só teve seu transe cessado no instante em que o viu envolver seu pau com sua canhota, apertando sua extensão roliça entre seus dedos antes que passasse a movimentá-los em um vai-e-vem ritmado e lento que a faz, involuntariamente, lamber os lábios. manteve seu olhar preso e atento ao rostinho da menina, capturando todas as feições da menina.
“Vem cá, ” ele chamou-a, parando de masturbar-se e atraindo a atenção da menina para seu rosto. Segurou nas mãos dela e tornou a puxá-la para a cama, deitando-a na cama, acomodando-a sobre o seu colchão de molas, fazendo-as ranger pelo movimento brusco de ambos. Instintivamente, sentiu o colchão recepcionar suas costas, fazendo-a relaxar na cama enquanto ela mantinha-se com as pernas entreabertas, deixando o espaço perfeito para que pudesse encaixar-se ali.
E foi o que ele fez. Apoiando seu braço sobre a cama, o garoto ajeitou-se em cima da menina e encaixou-se entre suas pernas, deixando com que seu cacete roçasse no baixo ventre e virilha da fada, fazendo-a arfar baixinho. Estava tão quente entre as pernas que, com certeza, não iria querer sair dali tão cedo. Seus rostos estavam próximos o suficiente para que ela pudesse sentir o hálito e a respiração quente dele esbarrar em seus lábios, fazendo-a pontilha-los com sua língua para umedecê-los. , por sua vez, não conseguia desviar o olhar do rosto de sua Sininho. Os olhos dela pareciam uma imensidão negra pronta para traga-lo e, a essa altura, ele pouco importava em ser tragado pela garota.
Novamente, o pirata inclinou seu rosto em direção ao dela e capturou seus lábios em um ósculo calmo, mas intenso. Tornou a sentir o gosto dela misturar-se ao seu, permeando seu paladar enquanto suas salivas se misturavam numa bagunça de lábios e línguas. Enquanto a beijava, deixou sua mão direita vagar pelo corpo da garota, correndo suas curvas e descobrindo, mais uma vez, sua pele, sentindo-a pegar fogo sob seus dígitos a cada toque. Conforme suas línguas se tocavam, acariciando-se em massagens sem ritmo algum, o garoto tratou de deslizar seus dedos pelo baixo ventre da fada, brincando com seus pelos pubianos ao acariciar o monte de Vênus da menina, sentindo o quão quente sua garota poderia estar. Quente e molhada. O toque do capitão era, inicialmente, tímido e contido. Mantinha-se por ali, acariciando a virilha da garota e, vez ou outra, traçava desenhos abstratos no interior de suas coxas até que ele passara a tocá-la mais intimamente lá. Seu toque começou lento, vagaroso. Queria conhecê-la, desfrutá-la e devorá-la sem pressa. Queria que sua mente fosse capaz de armazenar, em detalhes, aquele momento. Sentiu a boceta de latejar sob seu indicador ao mesmo tempo em que sua boca abafara um gemido da menina. Seu pau pulsou em reação.
Com cuidado e idolatria, o pirata cessou o beijo ao sugar o lábio inferior da fada para si, mordiscando-o antes de soltá-lo. Arrastou sua boca quente pelo queixo da garota, mordendo-o antes de traçar um caminho por sua garganta, lambendo-a ali a ponto de deixa-la molhada com sua saliva e continuou seu caminho em direção ao busto dela. Beijou-lhe por entre os seios, mantendo seu olhar preso ao dela numa confidencia mútua. assentiu com a cabeça, entregando-se a ao arquear suas costas e levar sua mão esquerda até o topo da cabeça do menino, acomodando seus dedos por entre os fios.
O capitão Gancho continuou a cortejá-la, beijando-lhe o abdômen na altura de seu estomago, seu umbigo e, quando deu por si, roçava os lábios pelo baixo ventre da menina, deliciando-se com cheiro. guiou sua destra até seu pau duro e voltou a masturba-lo, afim de aliviar-se enquanto preparava sua garota. Com sua canhota, continuou a acariciar a boceta da garota, dedilhando por entre seus lábios íntimos, alcançando sua entradinha e subindo em direção ao seu ponto de prazer externo que, a essa altura, encontrava-se inchado e pulsante, fazendo-o salivar.
“...” chamou-o com a voz arrastada, manhosa e ele tornou a erguer seu olhar ao dela, fixando-o em seu rostinho enquanto aproximava sua boca da intimidade da garota, beijando-a lentamente antes de deixar com que sua saliva se derramasse por ali, umedecendo-a ainda mais.
“Tão quente, . Tão úmida. Deliciosa” elogiou-a, descrevendo a região entre as pernas da menina e suspirou profundamente, circundando a cabeça de seu caralho com seu polegar ao senti-la cuspir mais pré-gozo, sentindo sua excitação umedecer-se gradualmente também. Abocanhou-a ferozmente, sentindo a excitação da menina tomar-lhe os lábios e ele arfou, lambendo-a entre suas dobrinhas íntimas, subindo sua língua até o clitóris de e pressionando-o com a ponta do músculo enrijecida e quente, levando-a às estrelas. A fada remexeu-se inquieta sobre a cama e puxou os cabelos de , sem se importar com a força que impusera no ato. Iria explodir se não extravasasse, de alguma forma, o tesão que sentia ao tê-lo lhe devorando daquela forma. roçou sua boca vagarosamente por sua boceta, tocando os grandes lábios e depois subiu novamente até que encontrasse o lugar perfeito para encaixa-la por ali e chupar de uma vez toda sua boceta. Ao chupa-la, deslizou sua língua por toda sua extensão mais uma vez, desde o clitóris até sua entradinha quente e molhada e ficou a passa-la por ali, subindo e descendo, umedecendo ainda mais e tocando os pontos mais sensíveis da intimidade da fada. sentiu sua intimidade contrair-se diante dos estímulos do mais velho, piscando de tesão para o garoto enquanto ela tentava conter seus gemidos. Uma onda de prazer correu cada célula do corpo da garota assim que o fez, arrancando um gemido mais longo e ainda mais manhoso e, então, fechou seus olhos, aproveitando a sensação de ter os lábios do pirata roçando em uma região tão sensível e quente, deixando-a ainda mais excitada. Ao senti-lo devorá-la daquela maneira, a fada não se contive e tombou seu corpo contra o colchão, deliciando-se com o prazer que o pirata lhe proporcionava, fazendo-a apertar seus olhos e impulsionar seu quadril contra o rosto dele apenas para que pudesse sentir ainda mais da sua boca em uma região tão sensível e quente, deixando-a ainda mais excitada. Ao senti-lo devorá-la daquela maneira, a fada não se contive e tombou seu corpo contra o colchão, deliciando-se com o prazer que o pirata lhe proporcionava, fazendo-a apertar seus olhos e impulsionar seu quadril contra o rosto dele apenas para que pudesse sentir ainda mais da sua boca em uma região tão sensível, despertando todas as suas células e terminações nervosas para a excitação que corria seu corpo naquele momento.
, por sua vez, alternava seu olhar com o rosto da menina, capturando as feições de prazer e tesão na forma com que a menina fechava seus olhos, apertando-os com força enquanto mantinha sua boca entreaberta, gemendo despudoradamente enquanto sentia-o comê-la daquela maneira. O pirata pode sentir a mão e os dedos da garota se embrenhando em seus fios de cabelo e empurrando sua cabeça contra sua boceta, fazendo sua boca prensar-se contra seus grandes lábios enquanto sua língua se movia conforme se mexia sobre a cama, fazendo com que sua boceta deslizasse pelos lábios dele, deixando com que ela controlasse aquele ritmo por certo tempo. Enquanto a menina tinha o controle da situação, decidindo-se para qual, encaixados ali, ele a ouvia gemer alto, sentindo-se satisfeito por fazê-la preencher a atmosfera daquela maneira.
O garoto firmou seus braços em volta das coxas dela, empurrando-as um tantinho para cima com seus, deixando-a ainda mais exposta para si, cessando os movimentos do quadril dela de forma deliberada, apenas para que ele pudesse reaver o controle da situação, fazendo-a ficar quietinha para que pudesse voltar a provocá-la com a maneira que sua língua se movia devagar por toda a extensão da boceta dela. Por vez, ele desceu sua língua até a entradinha da menina, contornando-a em movimentos lentos e precisos, vez ou outra pincelando a fenda íntima da menina bem devagar, esfregando o músculo áspero e quente por aquela região, sentindo o mel da garota tomar-lhe o paladar por completo. Vez ou outra, o menino alternava seus movimentos e passava a deslizar sua língua para cima e para baixo bem em cima do clitóris inchado e pulsante de , passando toda sua língua por ele antes de chupar aquele ponto de prazer para si, prendendo o que podia entre seus lábios e puxando até o extremo, soltando apenas quando o mesmo escapasse por entre os lábios e estalasse, fazendo-a arfar em prazer. Assim, tornava a deslizar sua boca por sua boceta, dessa vez descendo até sua entradinha novamente, pincelando-a bem devagar e a contornou para que pudesse tomar um ritmo mais intenso entre uma pincelada e outra, podendo sentir seu melzinho se misturar com minha saliva ali, fazendo escorrer pela boceta e as coxas da menina, deixando-a ainda mais melada e babada em sua própria excitação enquanto ele continuava a apertá-las cada vez mais, fazendo seus dedos se afundarem na pele alva da garota de forma que ficassem marcados ali.
“...” a garota ronronou o nome do pirata, fazendo-o cessar seus movimentos e erguer seu olhar a ela por trás de sua franja.
O menino levantou-se, deixando com que ela tornasse a vislumbrar seu peitoral rígido e teso e ele voltou a encaixar-se entre suas pernas, roçando sua pele quente à dela, prensando seu pau contra a boceta dela, sem penetrá-la de fato. A menina pode sentir seu próprio cheiro no rosto do garoto e corou diante daquilo, sentindo-se um tantinho mais excitada por aquela descoberta. A coloração avermelhada em suas bochechas não passou desapercebida pelo pirata e ele fez questão de roçar seus lábios aos dela, partilhando com o sabor que havia no meio de suas pernas. Enquanto a provocava com a boca, movimentou seu quadril contra o dela, fazendo com que seu caralho deslizasse por entre os lábios íntimos da fada. “Eu te quero, ...”, ele confessou num tom provocativo, prensando ainda mais seus corpos sem que desviasse seu olhar o dela. Gancho levou sua destra até seu rosto dela, tomando-o entre meus dedos enquanto arrastava seu polegar por seu rosto e, posteriormente, contornava os lábios dela, perdendo-se naquele momento deles por alguns instantes, sentindo-se imensamente feliz, completo e sortudo.
De fato, eram os seres mais sortudos daquela madrugada naquele oceano.
Com sua destra, guiou seu pau até a entrada da menina, pressionando sua glande por ali enquanto a sentia apertar aquela região sensível de forma involuntária, fazendo-o respirar fundo e suspirar logo em seguida, contendo um gemido rouco que ele mantivera preso em sua garganta. Esperou um pouco, tendo a certeza de que a menina não voltaria atrás, tendo a certeza de que aquilo não era mais um sonho ou de que não havia sido morto por Peter Pan e voltou a si no momento em que a garota fincou seus dedos na carne tesa de seus braços, assentindo com a cabeça antes de beijar-lhe o queixo. Ela o queria também. Tanto quanto ele a queria, talvez.
Sem esperar mais, o pirata deixou com que toda a extensão de sua ereção a penetrasse aos poucos, escorregando para o interior quente, aveludado, macio e úmido da menina enquanto obrigava as paredes da boceta dela acomodarem-no por completo, comportando todo seu tamanho, volume e grossura, fazendo-o, finalmente, soltar o gemido que outrora havia prendido. Sentiu as veias de seu caralho pulsarem dentro da menina e voltou a toma-la pelos lábios, convidando-a para mais um ósculo naquela noite, sentindo a tez macia dela pegar fogo abaixo de si – como se ele estivesse em diferente temperatura. Ambos ardiam e queimavam, mas não era ruim. Pelo contrário, era delicioso. Ao senti-la piscar ao redor de seu cacete, passou a movimentar seu quadril em movimentos languidos e lentos de vai-e-vem, indo e vindo com sua excitação para dentro e para fora da menina, escapando quase que por inteiro apenas para que pudesse se forçar para dentro dela novamente. A lentidão das primeiras estocadas logo fora substituída pela rapidez e intensidade das que se seguiram, evidenciando a urgência que o menino tinha em senti-la.
Conforme se movia contra o interior de , o pirata sentiu sua boca desencaixar-se da ela e o beijo aprofundado com línguas e salivas resumiu-se, apenas, a um encostar bagunçado e afoito de lábios antes que se separassem e ele mantivesse, apenas, ambas as testas encostadas. Sentia a respiração da menina vir de encontro ao seu rosto e não demorou muito para que os gemidos baixos e manhosos da garota preenchessem seus ouvidos, entrando em sincronia com o barulho dos corpos se chocando a cada bombada que dava na boceta apertada e quente da fada. Agora, mais do que nunca, tinha certeza de que ela era seu paraíso. E ela se sentia da mesma forma.
Sentindo seu baixo ventre vibrar com o prazer que tomava conta de si naquele momento, envolveu-o pelos ombros com seus braços, fincando suas unhas nas costas do seu capitão enquanto o puxava para mais perto. O cheiro dele, nesse momento, era agressivo e suave. Os traços de sua colônia continuavam ali, dopando-a em seu olfato enquanto um novo cheiro fazia-se presente na atmosfera. O cheiro de sua pele queimando, de seus hormônios fervendo, o cheiro do seu sexo e aquela conclusão a fez morder seu lábio inferior com força e cravar seus dentes por ali, fazendo a pele delicada latejar. Na intenção de extravasar o tesão, prazer, excitação, felicidade e toda e qualquer sensação que era potencializada ao máximo naquele momento, a fada passou a arranhá-lo em sua pele lisa e macia, traçando sulcos por toda a extensão das costas do rapaz com suas unhas curtas enquanto soltava seu lábio inferior e passava a gemer de forma ritmada, acompanhando-o a cada estocada. “Puta merda, !” exclamou baixinho, capturando a atenção dele por alguns instantes.
“Porra, !” ele grunhiu, arfando baixo enquanto continuava a movimentar-se contra ela, sentindo o espaço da boceta da menina cada vez menor ao redor de seu pau, lhe dando total ciência do que estava por vir. Internamente, agradeceu por aquilo. Queria fazê-la gozar na mesma intensidade em que queria gozar. Seu ápice não estava longe, tampouco, e poderia afirmar isso pela forma com que seus músculos começavam a ser rendidos por pequenos espasmos, fazendo-o investir ainda mais força e intensidade na forma com que a fodia.
“Hmm... Mais, , por favor... Mais!” a garota pediu, fazendo com que todos os sentidos de entrassem em catarse e ele perdesse o fio da meada que o mantinha preso à racionalidade. O garoto, agora, mantinha seu rosto na altura da orelha, fazendo-a ouvi-lo arfar, gemer e grunhir, tendo os pelinhos daquela região ouriçados a cada vez que ele respirava fundo. As mãos dele, grandes e firmes, desceram de sua cintura até seu quadril, ao qual ele não hesitou em apertar com vontade, puxando-a ainda mais contra sua pélvis, querendo fundir-se – literalmente – contra a menina.
Mais, mais, mais.
Mais quente.
Mais forte.
Mais fundo.
Mais apertado.
“!”
“!”
Ambos exclamaram ao mesmo tempo, em uma sincronia a qual o universo julgou invejável e rara. Um espiral de sensações atravessou ambos os corpos como uma onda elétrica acompanhada de calor, fazendo com que as mentes dos dois ficasse completamente em branco por alguns segundos. Ela gemeu alto, sentindo sua boceta ficar ainda mais apertada ao redor do caralho do garoto em cima de si enquanto o seu gozo escorria denso e quente por entre seus grandes lábios internos, melando as bolas de enquanto ele continuava a movimentar-se contra seu corpo trêmulo, fazendo com que aquela sensação intensa de prazer se prolongasse um tantinho mais na menina. Não demorou mais do que alguns milésimos de segundos para que ele alcançasse em seu clímax, sentindo sua porra ferver para fora de seu caralho enquanto sua glande parecia pegar fogo, derramando-se contra as paredes da boceta de enquanto seu corpo tremia sobre o dela. Não demorou para que o torpor e a euforia dos orgasmos de ambos se tornasse cansaço e deixou seu corpo tombar sobre o da menina, permanecendo assim por alguns instantes antes de deslizar para o colchão, desencaixando-se da intimidade dela e puxando-a para seus braços.
Que sorte tê-la ali.
Que sorte estar ali.
Fim.
Nota da autora: oi, meninas! não vou me estender muito, mas quero deixar aqui, de antemão, meu agradecimento por quem se arriscou a ler 04. Lucky até o fim. A ideia surgiu do nada e, depois de anos, marca meu retorno à escrita e ao site. Acho que finalmente consegui superar alguns demônios que me travavam na hora de escrever. Sobre fanfic: eu sempre achei que toda história tem dois lados e que nem tudo é o que parece ser. Recontar uma história, criar outros pontos de vistas e essa coisa toda sempre me fascinou e foi daí que nasceu esse capitão Gancho. Eu espero que vocês tenham gostado. See y'all!
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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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