Última atualização: 20/01/2018

Capítulo Unico

Vidinha de Balada Liberdade é poder ser você mesmo, sozinho ou acompanhado. Mas toda essa vidinha de balada pareceu pouco demais pra que eu continuasse nela sozinho. Depois de conhecer em uma dessas noites. Todas as vezes que eu ia na mesma balada, mesmo bar. Era apenas para encontra-la. E toda aquela insistência encarando-a agora, nesse vestido branco e com o sorriso mais lindo do mundo e me tendo como motivo. Tinha valido a pena. Eu a tinha pra mim. E cumpri o que disse depois do nosso décimo sexto encontro. Pelas minhas contas e péssimas lembranças <<<<<<<<<<<<<<< - Eu preciso te beijar agora.
- Existe algo impedindo? – Ela o questionou e sorriu sapeca.
- Na verdade sim, eu não quero ter que rodar todas as baladas pra te encontrar; Quero te ter pra mim. – Ele continuou falando. E ela esboçou um semblante confuso. – Eu quero namorar você, . E não debocha.
- Eu não estou debochando, tampouco negando, mas você não acha que o pedido podia ter sido mais romântico ou pelo menos não em um momento pós sexo?
- Vai namorar comigo sim.
- Ah vou?
- E se reclamar vai casar comigo, com comunhão de bens.
- E o que você quer meu?
- Seu coração.
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- Eu fiz um longo e tedioso discurso de votos. Mas pra sorte de vocês, essa mulher bagunçou o meu papel e minha vida também. Nunca fui de me apegar. Minha vida sempre foi bagunçada demais. Libriano e indeciso; Festeiro e bebia a rodo. Mas ai ela apareceu na minha frente. Bagunçando minha vida e fazendo com que, logo eu, indeciso horrores tivesse certeza de uma coisa. Eu a queria pra mim. Fez com que minha vida de festas continuasse, mas em parceria. Fez com que eu arrumasse minha bagunça pra me encaixar na dela. E hoje eu estou aqui cumprindo minha promessa. E me lembrando de tudo que passamos durante esses dois anos. Quando eu te encontrei no Beb’s eu não imaginei que aquela garota louca seria minha esposa. Eu não imaginava nem que ia me casar.
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O bar estava lotado, as luzes piscavam incensáveis e a musica ecoava. Beb’s era um dos meus bares preferidos. Mulheres, modão e bebida. Tinha alguma coisa melhor? Eu desconhecia. Tocava alguma musica sertaneja altíssima. E alguns rostos conhecidos passavam por mim enquanto eu os cumprimentava. Avistei uma garota que dançava a musica como se fosse algum ritmo que fosse dançável. Ao menos, não sozinho. Ela ria com as duas amigas que as acompanhavam. E não pude deixar que reparar no sorriso. Ela não tinha o corpo que impuseram como perfeito nos dias atuais. E era linda. O cabelo na altura dos seios caiam em ondas pretas. E o batom escuro destacou o sorriso, e que sorriso. Eu queria agarra-la. Mas eu já tinha visto pelo menos dois ou três homens se aproximando e ela falava algo baixo e ria e o carinha logo saia dali. Mas eu não ia perder a oportunidade de tentar.
- Eu posso falar com a moça do sorriso bonito?
- Depende. – Ela riu, era o mesmo sorriso que ela dava para os outros homens.
- Vai me negar a oportunidade de dançar um modão desses com você?
- Uma musica não me parece tão mal. – Engatamos em uma dança enquanto eu pousei uma mão na sua cintura e a outra segurou sua mão. Ela sabia dançar incrivelmente. E eu não era ruim. A cintura se mexendo. Os sorrisos quando eu a girava brincando em algum trecho da musica. E a musica acabou.
- Viu, não foi tão ruim.
- Não mesmo. – Ela riu.
- Agora eu posso conversar com a moça? Ou pedir um beijo?
- Conversar é aceitável. O beijo por agora não.
- Adoraria só conversar. – Eu pisquei. – Será que as meninas me emprestam a amiga de vocês? Quero conhecê-la melhor. Sabem como é, gamei na dança da menina do sorriso bonito.
- Pode me chamar de .
- me parece impessoal demais, prefiro sorriso bonito.
- Está tentando me paquerar?
- Eu estou conversando com você. Leve como quiser. – Pisquei pra ela e fomos conversar. Passamos bons minutos conversando ou horas. Não percebi bem. No final ela sorriu e se despediu, dizendo que esperava me ver mais vezes. E eu também queria, e como queria. E pela primeira vez sai daquele bar sem nenhuma mulher no banco de passageiro. Mas na cabeça..
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Sair com no banco de trás do carro daquela igreja parecia surreal. Nos despedimos de algumas pessoas e sorrimos pra alguns que acenavam. Eu a encarei de lado e vi ela sorrindo.
- Vai ficar babando, cowboy?
- Eu estou pensando em todas as vezes que eu te quis pra mim e agora estou aqui. Com você completamente minha.
- Eu fui sua desde a primeira arrochada no Beb’s, .
- E eu não fui avisado disso porque?
- Valeu a pena te ver pedindo minha mão ao som de Henrique e Juliano no meu show preferido.
- Ser um aspirante a cantor sertanejo tem lá seus lucros.
- Você ainda vai ser reconhecido, amor.
- Aos poucos, quem sabe. – Eu sorri e lembrei do nosso pedido de casamento.
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Todos os festivais de Goiás eram maravilhosos. Mas o Vila Mix era insubstituível. amava todos aqueles cantores reunidos em um único festival. E eu faria a abertura do festival. Não era aquela multidão toda por mim. Mas iam ouvir meu som e isso já era um bom sinal. Eu abriria o festival e logo em seguida viria Henrique e Juliano . Agradeci mentalmente por ser um aspirante a cantor sertanejo e chequei se tudo que eu tinha conseguido combinar estava dando certo. Eu cantaria e logo desceria para o camarote pra aproveitar com .
...
Foram quatro musicas, duas covers e duas autorais. Logo em seguida Henrique e Juliano entraram no palco anunciando a chegada.
- Alô Goiás. Vocês estão prontos? – O publico gritou e eles continuaram. – O show hoje começa de forma diferente. Esse meu amigo tem seus próprios sucessos, mas hoje o pedido é por nossa conta. Tem uma moça no meio do camarote. A . Ele pediu pra tocarmos uma musica pra ela. O publico se remexeu procurando e seu rosto passou no telão esquerdo. Sorrindo. Minha garota
Oi, tudo bem.
Que bom te ver.
A gente ficou coração gostou e não pra esquecer.
- A garota roubou o coração do nosso cantor aqui.
Desculpa a visita, eu só vim te falar.
Tô afim de você e se não tiver cê vai ter que ficar.
Eu vim acabar com essa sua vidinha de balada
E dar outro gosto pra essa sua boca de ressaca.
- A parte especial vem agora. Cantem conosco!
Vai namorar comigo sim.
Vai por mim igual nós dois não tem
Se reclamar cê vai.. – A musica foi interrompida e Henrique soltou uma gargalhada vendo o publico ficar confuso.
- Agora é com você meu amigo. Namorar ela já aceitou, sem reclamar. E casar, será que vai também?
O telão continuava focando no rosto dela e os seguranças a ajudaram a descer de lá e chegar até o palco.
- Eu te disse que queria me casar com você um dia. E esse dia chegou. Você aceita casar comigo? – Perguntei e ela não sabia se ria ou se morria de vergonha. Então apenas sorriu e acenou a cabeça tampando a boca como se desacreditasse no que eu disse. E no mesmo clima eles reiniciaram a musica de onde tinham parado.
Se reclamar cê vai casar também
Com comunhão de bens
Seu coração é meu
E o meu é seu também.
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Eu não tinha perdido nada da minha vida entrando naquele casamento. Eu tinha ganhado uma parceira. Porque relacionamento não é perder nada. É ganhar uma companhia pra tudo que faz. Porque liberdade era ser quem eu quisesse. E eu era feliz com minha garota.




FIM.



Nota da autora: Oi bebês! Foi curtinha, mas quando a história é pra ser uma unica coisa. Não vejo motivo pra estendê-la. Obrigada por lerem!!!.





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