Finalizada.
    

 

 

                            

Capítulo Único

— Às vezes sinto que eu não consigo chegar perto o suficiente de você, sinto isso mais durante a noite, mesmo que seja quando estou mais próximo de você… — dizia para o desenho que pintou para ele, da mulher com quem vinha sonhando por pelo menos 3 meses seguidos, cada sonho era uma "história" diferente, mas em todos elas estava e pelas características, ela não era de lá, talvez de algum país da América Latina ou da Espanha ou Itália, ele não sabia ao certo, tinha "visto" ela em seus sonhos em muitos cenários, a única certeza que ele tinha era que ela não era coreana. — Se eu pudesse estar no seu lugar? Será que seríamos próximos? Será que eu te acharia? Imagina, você vivendo a minha vida e eu a sua? Eu saberia onde te encontrar finalmente e estaríamos mais perto do que jamais estivemos… — O sonho vinha a seu encontro e ele não queria dormir, queria curtir um pouco mais olhando para ela, naquela realidade, não em um sonho, era sempre frustrante acordar e ter a noção de que ela era um grão de areia em toda aquela extensão de praias e desertos que existiam no mundo. — Estaríamos mais próximos do que jamais estivemos? — Repetiu a última frase em forma de pergunta e meio desconexo, não conseguia mais lutar contra o sono.

Do outro lado, não aguentava mais sonhar com ele também e embora soubesse quem era, afinal, o grupo em que ele fazia parte era a sensação global, era difícil ter sonhos tão "reais" com um famoso tantas noites seguidas, sem conseguir saber nem que cheiro ele tem na vida real.
— Eu sinto isso mais durante a noite. — disse tudo que vinha passando nos últimos meses, para a amiga que tinha ido passar umas férias com ela naquele país tão distante da "casa" delas. — Nunca na linha do tempo certa sabe, cada noite é uma loucura diferente. — Respirou fundo e percebeu que a amiga estava em um sono profundo bem ao seu lado da cama. Ainda estava com Jetleg, mesmo que estivesse vivendo em um país menos longe que o Brasil, ainda sim, para era difícil todas aquelas horas de diferença no país em que resolveu que iria morar. — Isso é ótimo, sonhando com um cara que é o centro das atenções, que me mantém rolando nas profundezas, agora a minha melhor amiga resolve que minhas loucuras são chatas o suficiente para ela dormir. — Riu quando constatou que ela também precisava descansar, afinal, ainda não estava totalmente de férias, ainda tinha mais 4 dias de trabalho pela frente. Resolveu que iria dormir, mas já foi pensando e se preparando para saber que o veria sim, que teriam os melhores momentos juntos, mas que seria breve, afinal, os sonhos com ele eram sempre assim, iludiam seu coração e acabavam, eles sempre acabavam.

— Eu te mantenho bem ao meu lado, apenas no meu sonho. — disse a ela durante aquele sonho, que os dois estavam tendo juntos, eles não sabiam é claro, mas sempre sonhavam as mesmas coisas, do mesmo jeito e na mesma intensidade.
— Eu te vejo em vermelho, azul, verde. — disse a ele em resposta. — Aqui, nesse nosso mundo de fantasia e na vida real também, você está sempre na minha visão, na visão do mundo, é claro. — Aquele era um sonho diferente, era a primeira vez que eles "conversavam" sobre estarem sonhando um com o outro, ao mesmo tempo que parecia bem real.
— Se eu pudesse estar no seu lugar, ficaríamos mais  próximos do que jamais estivemos, eu te reconheceria, saberia onde te encontrar, finalmente. — Aquele era um desejo mútuo, e eles desejavam de todo o coração todas as noites.
— Estaríamos mais próximos do que jamais estivemos. — Ela respondeu e antes que qualquer coisa pudesse acontecer, o sonho se dissolveu em uma escuridão.

A claridade que entrava pela janela era de um ângulo que não lembrava que seu apartamento projetava. Mas sua cabeça doía tanto que não ligou de imediato para aquela particularidade. O que achou mais estranho aquela manhã foi um peso estranho sob seu corpo e umas lambidinhas no rosto, um ronronar calmo, porém com a paciência e a fome se esgotando. Seria uma cena típica da manhã, mas acontecia que ele não tinha um gato, quando abriu os olhos, avistou uma parede lilás com uma janela que ele também não conhecia e um cheiro de um desinfetante que ele também não conhecia.
Pensou que era mais um sonho, então fechou novamente os olhos e descobriu que estava mesmo vivendo aquela situação quando o gato começou a miar e arranhar onde estava com a pata, doeu de verdade e quando ele abriu os olhos, o felino alaranjado estava lá, em cima do corpo dele, miando alto. levantou em um salto, estava assustado, se lembrava de ter dormido em seu apartamento e não tinha bebido nada para que alguém pudesse transportar seu corpo até um lugar como aquele sem que ele percebesse, quando ficou em pé sentiu uma coisa estranha, fora toda aquela cena, seu corpo estava mais leve e quando deu de cara com o espelho enorme que estava no canto entre a parede da janela e a da cama, percebeu que vestia um babydoll verde militar, super curtinho e mais estava em um corpo de mulher, uma mulher que ele sabia quem era, mas que ele conhecia muito bem, era ela! A mulher com quem sempre sonhava.
Não precisou se beliscar para saber que aquilo não era um sonho, o gato mordeu seu tornozelo e ele sentiu os dentinhos perguntando a sua pele, então percebeu que aquilo, embora fosse estranho, era real. Resolveu ir até a cozinha e procurar a comida daquele gato para que ele parasse de perturbar a vida dele e ele pudesse pensar, ao botar os pés para fora do quarto deu de cara com uma outra mulher, que estava sentada na sala de estar, mexendo em alguma coisa no notebook.
— Bom dia , caiu da cama? — Ela perguntou animada olhando para ele carregando o gato.
— Esse gato não me deixou dormir. — Respondeu esticando o gato para cima, para que ela soubesse de quem estava falando.
— Mochi, eu não falei para você não acordar a mamãe? — Ela foi até onde eles estavam e pegou o gato do colo dela. — Olha , sua casa é uma zona e eu não achei o potinho para colocar a comida dele, por isso ele está com fome e foi te acordar, eu disse para ele não ir, mas você sabe, gatos não falam a nossa língua.

Assim que ela disse aquilo, percebeu que ela não falava coreano, era uma língua diferente que ele por uma razão nada científica entendia perfeitamente, claro que nada naquela situação era muito científica, mas né?!

? — balançava a mão na frente do rosto de . — Mulher, onde está o pote desse gato, o bichinho está com fome. — E se dependesse de ele continuaria, afinal, ele não sabia nem quem ele era direito, imagina onde estavam as coisas naquele lugar.
— Ãan, eu não sei...— Foi andando até a cozinha e pegou dois potinhos de plástico que achou no armário. — Vamos usar esses. — Colocou os dois no chão, um já com água e o outro vazio.
— Você está bem? Não se lembra onde quarta a comida do seu próprio gato? — disse indo até o armário lateral e pegando uma latinha de comida e colocando no outro potinho. — O que aconteceu? Sonhou com aquele homem de novo? , eu apoio todas as loucuras que você inventa, mas sabe, essa é impossível, o cara só é um dos artistas mais grandes da atualidade e eu te amo, mas a gente sabe que somos duas Who's, não sabe? Não deixe que esse lance te atormente, vamos, vamos sair hoje e beijar umas bocas asiáticas e…
— Pera aí. — Ele disse mais para si mesmo do que para interromper aquela mulher que estava vendo pela primeira vez na vida. — É isso, o sonho. — Começou a caminhar até o quarto, não podia sair na rua ou resolver qualquer coisa vestido daquele jeito. — É isso! Eu vou encontrar com ela. — Continuou falando enquanto era seguido pela mulher.
, você está louca? — Colocou a mão na testa dela quando conseguiu alcançar o corpo.
— É simples, você não entende? — Ele vestia uma camiseta por cima da roupa de dormir mesmo. — Eu vou até a empresa e lá eu encontro com ela e aí talvez essa loucura termine. — Estava agitado enquanto procurava uma calça.
— Que? Que empresa? Ela quem? Do que você está falando? — parecia desesperada, era uma atitude extremamente estranha da mulher.
— Na H…
— Não termine essa frase! — interrompeu o raciocínio. — E como vai falar com ele? Vai invadir o prédio, ou você acha que os seguranças vão deixar você entrar só porque você sonha com ele todas as noites? Se poupe desse ridículo, , a gente não tem mais idade para isso! — O tom dela era diferente, era um mix de realidade, verdade e tristeza também.
— Tem razão, preciso de um celular. — Ele ainda precisava resolver aquilo, então, como sabia seu número de cabeça, teve outra ideia.
— O seu está no criado mudo, bem ali. — apontou para o aparelho sob o móvel.
— Deve ter uma senha que eu não sei qual é! — pensou alto e rápido. — Me empresta o seu?
Mesmo relutante, emprestou o aparelho, queria saber até onde aquela loucura ia. Viu a mulher digitar alguma coisa e seu semblante mudar para o de alívio de forma repentina.

— Alô! — disse quando alguém atendeu seu celular do outro lado da linha.
— Alô, ? — Era a voz dele, mas ele sabia que não era ele. reconhecia o número da amiga de longe, até porque, era um número diferente.
— Não, sou eu o . — Ele respondeu e viu a cara de espanto de olhando para ele.
— Meu Deus, então a gente trocou de corpo mesmo, como isso aconteceu, Meu Deus. — estava desesperada e ele entendia, talvez estivesse sozinha na casa dele e mesmo ele estando do mesmo jeito, ainda tinha uma amiga lá com ele e ela não.
— Como aconteceu eu não sei, mas eu estou indo para aí, não saia de casa, ligue para a empresa e diga que não está se sentindo muito bem, precisamos resolver isso e eu finalmente sei onde te encontrar. — era a chance deles, claro que se encontrariam e tudo mais, mas também para que entendessem o que estava acontecendo.
— Tá bom, não demora, por favor! Sei que está longe, mas eu vou esperar.

Eles desligaram e ficou olhando estranha para ele.

— Quando a voltar, ela te explica. Vocês tem um carro ou…?
— Eu nem vou perguntar! — Ela respirou fundo. — Bilhete do metrô? — Estendeu pra ele o objeto.
— Posso pedir um Uber no seu aplicativo? — Sorriu!
— Pede no seu…
— Mas eu não sei a senha. — Ele disse olhando para ela.
— Tá aqui a sua senha. — Pegou a mão do corpo de e deu um apertão na ponta, fazendo protestar. — Aproveita e leva ele com você, porque do jeito que você está estranha é capaz de se perder pela rua. — Ela disse no mesmo tom de antes, mas também preocupada.

Não demorou muito para que o carro de aplicativo entrasse no condomínio, , quer dizer, no corpo dele tinha autorizado a entrada do carro que parou no estacionamento e só subiu depois que o motorista Já tinha deixado o local, o dia estava uma loucura, não precisava que alguém vazasse nenhuma informação sobre os dois.

Quando se viram frente a frente foi como se estivessem se olhando no espelho, foi uma sensação estranha e ao mesmo tempo completa, finalmente tinham se encontrado, nem que fosse daquela forma. Ficaram paralisados por um tempo era uma energia muito forte que os rondava e quando finalmente se tocaram, outro apagão, os corpos simplesmente caíram no chão e as consciências foram "desligadas". O apagão durou menos de cinco minutos, mas para eles parecia que tinha durado uma eternidade.

— Por favor,  se eu estiver sonhando, não me acorde do meu sonho. — murmurou para ela mesma como um mantra de olhos ainda fechados, tinha tateado seu corpo e sentiu que tinha voltado ao normal.
— Eu acho que estou perdendo o controle sobre a minha mente, está tudo fora do controle, o que está acontecendo? — Escutou a voz de e graças a Deus falava a língua dele. Abriu os olhos e o viu sentado no chão, longe de seu corpo. — Graças a Deus, você está viva! — Ele correu e a abraçou de forma impulsiva e involuntária, pensou que ela tinha se machucado com a queda, sabia que tinham desmaiado.
— Meu Deus! — disse em um salto quando percebeu que estava abraçando seu corpo. — Isso é real mesmo? — Caiu no choro e se agarrou ainda mais ao corpo dele. — Por que você apareceu na minha vida desse jeito? Porque tivemos essa conexão, como chegamos até aqui, como nossas almas trocaram de corpo? — Ela estava com aquelas perguntas desde acordou naquela cama hiper confortável e se viu no espelho no corpo dele.
— Eu também não sei, mas acredito em almas gêmeas, embora não acredite em muita coisa, mas sei lá, pessoas com conexões forte, de outras vidas, não sei, ninguém vai acreditar no que aconteceu e a sua amiga deve achar que você pirou, mas estamos aqui e eu sinto como se fosse a coisa certa, a única coisa que faltava para minha vida entrar finalmente nos eixos, era você que faltava. — Ele não conseguia segurar a emoção, era um sentimento avassalador, parecia que estava no olho do furacão, mas era o melhor sentimento que já tinha sentido.
— Eu, como? — também sentia a mesma coisa, mas para ela as coisas eram muito mais embaixo, ele era um dos homens mais cobiçados no mundo e a mente dela estava tão embaralhada que não sabia se estava entendo direito o que ele falava.
— Eu sei que foi assim tão repentino, mas sabe o tempo não espera por ninguém, tudo que tem que acontecer, não acontece na véspera, eu também não entendo, mas eu estou muito feliz de finalmente te encontrar. — Ele olhou no fundo dos olhos dela e ali, as almas se conectaram, como se fosse uma única alma dividindo aqueles dois corpos.
— Mas nada entre a gente pode ser real, você é você e eu sou eu, nossas vidas e nossos tempos são diferentes, eu sei que é real, mas eu não quero que seja, se for real vai ser mais cruel, do que sonhar com você todas as noites sem poder te tocar. — Ela estava um pouco desesperada. — Saber que você também sente isso por mim, vai me machucar mais quando eu tiver que ir embora e isso tudo acabar, porque vai acabar, né?! Você não pode se envolver em um relacionamento, eu não quero estragar a sua carreira, ou não quero me meter no meio dos seus fãs, na verdade eu nem sei porque estou falando isso, sendo que nem sei se daríamos certo ou se tentariamos alguma coisa. — Ela suspirou tão profundo que ele pode sentir o peso dentro daquelas palavras.
— A gente não sabe mesmo no que esse encontro vai dar, mas eu quero estar com você, eu quero ficar mais perto de você, eu preciso, eu não quero me contentar com sonhos, nos quais eu acordo com gostinho de quero mais, eu quero poder te procurar e te encontrar quando quiser, eu quero sentir seus lábios de verdade e saber se seu gosto é tão bom quanto é no sonho. — Ele passou uma das mãos para o rosto dela, acariciando o local. — Eu posso te beijar? — Perguntou sem rodeios, se dando conta de que aquela era a coisa que mais queria no mundo, ele sempre imaginava no beijão que dariam se eles se encontrassem.
só balançou a cabeça positivamente e então grudou seus lábios aos dela, iniciando um beijo cheio de expectativas, de urgência e com um fundo de saudade, como se já tivessem feito aquilo muitas e muitas vezes em suas vidas.

alguns anos depois...

— Ah, eu aposto que você pensou, amor. Aposto que você pensou que eu iria embora, ha? — Ele começou o discurso, estava nervoso, mas o grande dia tinha chegado e ele não podia estar mais feliz, depois que encontrou aquela mulher, nunca mais tinha deixado a felicidade ir embora e finalmente realizaria o sonho de ter a sua família. — Mas o tempo vai parar quando você e eu fazermos nossos lábios se tocarem, amor, quando ouvirmos o "pode beijar a noiva", um novo tempo vai começar e a gente vai seguir junto. — não sabia o que falar, ela só sabia chorar e pensar que aquilo era o maior sonho realizado - literalmente - da sua vida.



FIM.



Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Eu absolutamente amo essa história e como ela veio de forma até mim, ai ai eu gosto da reação da amiga dela e do Namjoon todo perdido hahahaha eu adorei escrever e espero que tenham gostado de ler também!
ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.   



 

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