05. Coincidence

Finalizada

Capítulo único

null e null se conheceram ainda na escola, todos diziam que eram como alma gêmeas que deveriam ter ficado juntos antes, e null acreditava nisso com muita convicção. Ainda na escola, null havia namorado com Cecília, uma líder de torcida, assim como null. Agora, dez anos depois, null tem o desprazer de encontrar Cecília em uma cafeteria próxima ao seu trabalho – e de null.
— Ceci?! — Exclama null, se aproximando da null, acompanhado de null.
null!!! — Ela salta da cadeira e pula em null, abraçando seu pescoço, null rola os olhos. — Ah, null. — Murmura ela ao notar a presença da null.
— Oi, Cecília. — null não consegue evitar o descontentamento explícito.
— Não sabia que vocês frequentavam esse lugar! — null rolou os olhos após a falsa surpresa de Cecília, ela curtia todas as fotos que null postava naquela cafeteria. De repente, o celular de null e null toca; reunião de emergência.
— Vamos. — Diz null, desanimada, que sai caminhando antes de null a alcançá-la.
— Espera por mim, estava me despedindo da Ceci. — Diz ele, se aproximando de null, que rola os olhos.
— É claro que estava. — null podia parecer insegura, mas ela sabia exatamente os tipos de joguinhos que Cecília jogava.
Após a reunião, null e null foram para casa e null cozinhou, fazendo com que null esquecesse de Cecília um pouco. Era horrível competir com Cecília no ensino médio, e ela competia com null em realmente tudo, se apaixonar por null foi doloroso no começo, null evitava o sentimento porque odiava estar com o ex de Cecília e ter isso jogado em sua cara todos os dias, mas ela não conseguiu evitar por muito tempo. Mas 10 anos se passaram e Cecília era apenas uma curtida no instagram, não incomodava ninguém, até reaparecer. null tira Cecília dos seus pensamentos e foca no jantar que está sendo servido, null trazia uma felicidade reconfortante para ela, era bom estar com ele e o relacionamento dos dois funcionava muito bem, eles sempre foram sinceros e companheiros um do outro.
— O que achou? — Perguntou null, se referindo ao jantar.
— Muito bom. — Responde null, dando uma garfada, null suspira aliviado.
— Talvez você possa cuidar da sobremesa. — Ele sorri malicioso, fazendo null rir, sabendo exatamente o que ele queria dizer com isso.
Após o jantar, null se entrega ao calor dos braços de null, sentindo seu toque incendiar sua pele. Ela nunca se cansava dele. Quando finalmente se deitaram, tudo ao redor pareceu desaparecer por alguns segundos… até o celular de null tocar.
— Quem é? — Perguntou null, enquanto null lia a mensagem em seu celular.
— É a Ceci, ela está com um problema no carro e como não conhece ninguém aqui na cidade, precisa de ajuda. — Explica ele, já se vestindo.
— É sério que você vai me largar aqui para ir correndo atrás dela? — null cruza os braços e null rola os olhos.
— Não seja ciumenta, eu volto logo. — Ele dá um beijo em sua testa. — Prometo que assim que ajudá-la, eu estarei de volta. — Ele sai pela porta deixando null incrédula com a situação.
null não se lembra de tê-lo visto voltar na noite anterior, mas quando se levantou ele estava tomando café na mesa, enquanto lia reportagens no iPad.
— Como foi lá? — Pergunta null.
— Bom dia, querida. — Respondeu null. — Foi tudo bem.
— Que horas você voltou? — Perguntou enquanto se sentava.
— Interrogatório e eu nem ganho beijo de bom dia? — null cerrou os olhos e ele engoliu seco. — Cerca de 1h30min depois que saí, esperamos o guincho chegar e o carro ficar pronto na oficina. — null não sabia se era verdade, já que estava com raiva demais para ficar acordada esperando, mas assentiu. — E o meu beijo?
— Você não merece beijo. — Ela cruza os braços e null faz um biquinho, fazendo-a rir. — Tá bom. — Ela finalmente se rende e dá um beijo de bom dia nele.
— Agora sim!
Nos dias seguintes, se tornou comum Cecília ligar sempre que eles estavam indo deitar, seja indo dormir ou fazer sexo, parecia que ela tinha um sexto sentido que sabia o que estava acontecendo. null estava irritada com toda a situação, e descontava sua raiva no apontador automático de lápis do escritório.
null? — Ela escuta uma voz chamando seu nome de longe e finalmente volta sua atenção para null, fotógrafo responsável pela campanha que ela estava trabalhando. null, percebendo que a mulher não escutou uma palavra do que ele havia dito, não consegue conter uma leve risada. — Você está bem? — Perguntou ele.
— Sim, tudo bem. — Ela sorri.
— Pode me acompanhar? — null tem um sorriso sapeca no rosto, null assente e o acompanha para o estúdio, acreditando se tratar de algo sobre a campanha. Chegando no estúdio, no andar de cima, ela observa o cenário de um parque montado para as fotos que haviam sido feitas para a campanha.
— O cenário ficou realmente muito bom. — Ela sorri, analisando tudo.
— Ficou mesmo. — null se aproxima e ela se vira para ele. — E temos sorvete de verdade. — Ela se surpreende ao ver o homem segurando dois sorvetes em suas mãos, estendidas para ela, que sorri e pega um deles.
— Que demais! — Exclama ela.
— Não sei o que está te deixando aérea, e não precisa me dizer, só toma o sorvete e observa a paisagem – falsa – enquanto relaxa um pouco. — null tem um sorriso largo nos lábios.
— Obrigada, null. — Ela se senta em uma cadeira e faz exatamente o que ele disse.
De noite, null está tomando banho enquanto seu celular toca, null se aproxima e desbloqueia quando se depara com fotos de Cecília de lingerie. null sai do banho e sorri para null.
— Quem é? — Pergunta ele, null coloca o celular próximo ao rosto de null.
— Que porra é essa? — Ela estava furiosa, null rapidamente pega o celular da mão de null.
— Eu não sei, amor, talvez ela tenha enviado errado. — Ele enxuga o cabelo com uma toalha.
— Sem essa! Desde que ela chegou nessa droga de cidade você perdeu o seu bom senso e fica correndo atrás dela feito um cachorrinho, e agora isso? Não vê o que ela está tentando fazer? — null cruza os braços.
— Você é quem parece estar tentando transformar o passado em presente. — null dá de ombros.
— Eu? Claro que sou eu! Você acha que não percebo ela puxando o saco de todos os seus amigos em comum? — null começa a caminhar em direção à sala. — Vai me deixar falando sozinha???
— Vou! — Responde ele, com firmeza. — Amanhã eu tenho que ir para Palm Springs e não preciso aguentar suas crises de ciúmes, vou dormir no sofá-cama. — null pensa em várias coisas para gritar com ele, mas decide ignorá-lo. Dormir se tornou algo difícil, sendo tomada por tanta raiva e mágoa por ter sido deixada falando sozinha, mas quando se deu conta, o dia já havia amanhecido.
— Jesus! — Exclamou null quando null entrou no estúdio para supervisionar a sessão de fotos. — Você está péssima! O que aconteceu?
— Nada. — null sorri. — Perdi o sono de noite. — null não se convence, mas volta ao trabalho. null se senta na cadeira de equipe, enquanto enviava várias mensagens para null. O que se estendeu até o anoitecer, todos foram embora e ela continuou sentada no estúdio, dessa vez, ligava para null e não era atendida.
null? — Ela escuta a voz de null na porta do estúdio. — Não faz bem trabalhar tanto. — Diz ele, se aproximando dela.
— Acho que meu relacionamento já era. — Murmura ela, ao abrir o instagram. Cecília estava em Palm Springs e ela tinha certeza que o braço que apareceu no story dela, era de null. Mas o que mais a surpreendeu, foi a cor e o corte de cabelo de Cecília, que estavam exatamente iguais ao dela. — Até meu cabelo ela copiou. — Ela ri, mostrando para null.
— Ele está ligando. — Diz null, ao perceber a chamada na tela, null respira fundo e atende.
Oi amor, meu celular morreu. — Diz null do outro lado da linha.
— Nossa, que surpresa! — Exclama null. — Consegue me explicar essa coincidência do destino?
Que coincidência?
— Cecília está em Palm Springs. — Um silêncio ensurdecedor tomou conta da ligação, quando null fez menção a responder, null o interrompeu. — Diz a ela que ela conseguiu o que queria. Vou mandar suas coisas para a casa de seus pais, não volte para a minha casa depois da viagem, aproveita seu remember com ela. — null desligou, e sentiu seu peito apertar, quase com falta de ar.
— Ei, você está bem? — null se aproximou dela, percebendo a dificuldade em respirar. null deixou as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, conseguindo recuperar o fôlego. null pensou em dizer algo, mas apenas ficou ali em silêncio, com a mão nas costas de null, acariciando como se dissesse “vai ficar tudo bem”.
Algumas semanas se passaram e null se mostrou uma boa companhia, apesar de claramente estar interessado em null de outra forma, ele respeitava seu tempo e espaço, sendo apenas uma companhia a se apreciar. null gostava da companhia dele, era uma coisa boa em meio a confusão que havia se estabelecido em sua vida.
Os meses se passaram e null levou null para conhecer paisagens verdadeiras, e null se descobriu uma aventureira. Ela sentia que o destino estava mostrando que havia uma vida sem null, e mesmo sem conseguir pensar muito nisso, havia outros homens além dele. null disse que esperaria o tempo que fosse até ela estar preparada e aquilo era reconfortante, o riso era fácil e ele ajudou com que ela descobrisse como apreciar a própria companhia. Ela percebeu que nunca havia ficado sozinha desde o ensino médio, e era um dos motivos para não corresponder à null ainda, ela estava descobrindo a felicidade por conta própria. Enquanto isso, Cecília voltou aos holofotes cantando e terminou com null novamente. Aparentemente, isso serviu apenas para null se libertar, então parte dela era grata à Cecília.



Fim!



Nota da autora: oii gente, tudo bem? espero que sim! espero que tenham gostado, vou deixar meu insta de autora, pra vcs conferirem minhas outras fics, beijinhoss!

Nota da scripter:
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.