05. Death of a Bachelor

Postada em: 11/01/2018

Capítulo Único

- Até que enfim, cara! - fez uma cara de alívio que não entendi bem. - Achei que não viria mais.
- Claro que viria, eu confirmei no grupo. - eu tinha certeza que tinha confirmado a minha presença na casa dele para a noite de videogame com os outros. - Só demorei porque fui levar a na casa da para o tal chá de lingerie e as meninas só liberaram a ida dela agora. – expliquei, mesmo sabendo que não era necessário, já que a namorada dele também estava no tal chá.
- , você devia ter ficado lá. - disse assim que o cumprimentei. - Desse jeito não vai dar pra te defender quando me perguntarem se você é gay.
- Alguém já te perguntou se eu era gay? - ri fraco. Não acreditei que isso tinha acontecido e ele nunca tinha me contado.
- Mais de uma vez. - ele concordou com a cabeça e riu alto. - E como te defender quando você prefere ir a uma noite de videogame só com homens quando você podia estar com a sua noiva que está ganhando lingerie sexy?
- Cala a boca e me paga logo, . Você perdeu a aposta, aceite. - estendeu a mão para esperando a nota de 50 que entregou emburrado.
- Vocês apostaram sobre mim? - ri da cara de . - Acho é pouco. Nunca furei com vocês.
- Mas está prestes a furar. - Mark apareceu no corredor e nos cumprimentamos.
- Não sei por quê. - peguei a lata de refrigerante que me entregou.
- Porque você vai casar no final de semana que vem. - Fred gritou da sala. - Quem é o próximo a perder? Já cansei de ganhar do Mark. - continuou gritando como se estivéssemos longe dele.
- Só pra constar, homens não são permitidos em chá de lingerie. - dei um tapinha no ombro de enquanto íamos todos para a sala do videogame.
- Palhaçada. - ele murmurou e deu uma risada alta de propósito.
- O que tem eu me casar na semana que vem? - perguntei ao cumprimentar Fred.
- As coisas vão ser diferentes e você vai começar a furar com a gente. - rolei os olhos.
- Isso é ridículo, as coisas vão ser diferentes, mas eu vou ser o mesmo. Não vejo razão para furar com vocês. - pegou o outro controle do videogame e sentou ao lado do Fred. Me sentei com e Mark no outro sofá e abri a minha lata de coca-cola.
- Você diz isso agora, mas é só lembrar do Joe. - Fred disse e os outros balançaram a cabeça em concordância. - Vivia falando isso e depois que se casou quantas vezes encontrou a gente?
- Uma. - respondi depois de puxar na lembrança.
- Exatamente. - Mark respondeu. - E mesmo assim foi só porque a Maressa tinha programa de mulher com as namoradas de vocês.
- Depois disso nunca mais. - Fred emendou e me lançou um olhar de “viu só”, mas se desconcentrou e ganhou dele.
- Próximo! - gritou da mesma forma que Fred tinha feito mais cedo.
- Me dá isso aqui. - peguei o controle da mão de Fred e me sentei no lugar ocupado por ele anteriormente. - Vocês estão falando isso só para me desconcentrar no jogo e me fazer perder. - escolhi meu time e começamos a jogar.
- Não se iluda, . Você vai perder de qualquer jeito. - cantou vitória, mas eu fiz o primeiro gol da partida alguns segundos depois.
- O que disse? Não entendi. - o zoei e os outros zoaram e riram ainda mais.
- Aproveite a noite, . - Mark disse e não tirei os olhos da tela. - Essa é a sua despedida do videogame. Vamos sentir sua falta. - falou com um tom falsamente triste.
- Ah, cala a boca! - reclamei e joguei uma almofada na direção deles, ainda olhando o jogo, mas foi distração suficiente para que fizesse um gol.
- Ei, eu não fiz nada. - reclamou ao receber a almofada na cara.
- Parem de me atrapalhar. - pedi rindo e tentando marcar mais um gol antes que o tempo acabasse.
- Olha o tempo, vai acabar. - Fred fingiu ser um narrador. - está na frente, fez um passe brilhante, driblou o jogador de e é gol! - gritou empolgado.
- Tchau, . - puxou o controle da mão dele e o mesmo levantou emburrado do sofá.
- Eu deixei o ganhar. - soltou com desdém. - Afinal, é o último dia dele mesmo. - deu de ombros se justificando.
- Essa é boa! - Fred e Mark falaram ao mesmo tempo e riram na cara de .
- Pela milésima vez, parem de dizer que é meu último dia. Eu não estou morrendo. - bebi mais um pouco do refrigerante enquanto escolhia o time dele.
- Mas está casando, o que é praticamente a mesma coisa. - Mark riu alto, adorando não ser o alvo da zoeira naquela noite, e eu não ia deixar barato.
- E você conclui isso dada a sua vasta experiência, eu suponho. - ele abriu a boca para me responder, porém fui mais rápido e continuei. - Os seus relacionamentos amorosos têm em média a duração de o quê? Três meses? - e todos passaram a zoá-lo. Mark não conseguia levar um namoro até o quarto mês e parecia que não queria que ninguém mais se comprometesse.
- Vai à merda, . - mostrou o dedo do meio, mas só sorri e olhei para a TV vendo que estava prestes a iniciar a partida.
- Agora é sério, gente, chega disso. - pediu sabendo que se eu me estressasse de verdade eu iria embora e aí sim eles podiam me esquecer por um bom tempo. - Não é o fim do mundo e mesmo se vier a acontecer ele não vai deixar de ser meu amigo por isso, agora parem de encher o saco e assistam o mestre ganhar. - iniciou a partida.
- O mestre no caso sou eu. - falei convencido, com meu time no ataque.
- Você fala isso porque sabe que a vai estar com a e vocês vão sair em casal! - Mark reclamou e eu me segurei para não rir.
- Mark, para. Você não espera que o prefira fazer algo com você do que com a , né? - o encarou com a sobrancelha erguida. - Por favor, até eu escolheria sair com a se a minha outra opção fosse você.
- Ah, é? - a expressão em seu rosto era de choque. - Vai lá então, no tal chá de lingerie dela.
- Ei, ei, ei! Pode parar com a palhaçada! É da minha noiva que vocês estão falando. Como que eu vou me concentrar e ganhar aqui se vocês não calarem a boca? - não queria mais que o assunto girasse em torno disso.
- Você não vai ganhar, simples assim. - disse e então levei um gol.
- Veremos. - me empenhei no jogo e os outros finalmente mudaram de assunto, mesmo assim eu perdi a partida por três a dois.
Fomos revezando nos jogos e só paramos quando as pizzas chegaram, era como um ritual, toda noite de videogame era sempre acompanhada de pizza. Quando terminamos de comer e colocamos o lixo para fora, voltamos a jogar. Mesmo sem ninguém ter tocado novamente no assunto do meu casamento ou da nova pessoa que eu me tornaria depois de casado, o assunto não deixou minha mente naquela noite. Será que eu estava realmente fadado a me tornar um homem que deixaria de lado tudo o que gostava de fazer e viveria em função de ? Não fazia sentido, nós já estávamos juntos há quatro anos e eu reconhecia as mudanças que nós dois passamos nesse tempo, mas nada que nos transformasse nas pessoas que eles insistiram que seríamos.
Me despedi pouco mais de uma da manhã, quando recebi uma mensagem de dizendo que já havia terminado e que eu podia ir quando quisesse. Eu poderia ter ficado mais com meus amigos, mas os preparativos do casamento durante os últimos dias me deixavam cansado e eu queria aproveitar as horas de sono, já que o dia seguinte era domingo.

Eu me sentia como um cronômetro em contagem regressiva. Era como se o tempo fosse marcado em função do casamento, que seria sábado de manhã, e já era quarta-feira. Os meus pais e os de chegariam na cidade na quinta-feira e nesse mesmo dia teríamos um jantar com nossos familiares mais próximos. Tanto a minha despedida de solteiro como a de seriam na sexta à noite e essa noite era praticamente a única sem compromissos relacionados ao casamento.

Estacionei o carro em frente à empresa de decoração que ela trabalhava e a esperei para almoçarmos. Nós não tínhamos o hábito de almoçarmos sempre juntos já que nossos horários na maioria das vezes eram incompatíveis, mas nos últimos dias nos esforçamos para que isso acontecesse. Nossas famílias estavam sempre dando palpite sobre a comida da festa, assim como a decoração e a opinião deles sobre o casamento não ser na igreja era sempre relembrada. Eu mesmo não tinha tomado muitas decisões, queria que fosse do jeito que queira, sabia que isso me faria feliz e sabia também que as intromissões das nossas mães a desgastavam muito, então tentava me encontrar com ela desde que percebi que ela se sentia melhor sobre as decisões tomadas sabendo que eu a apoiava.
- Problemas? - perguntou me dando um beijo na bochecha assim que entrou no carro e me acordou dos meus pensamentos.
- Não, estava pensando em qual seria a probabilidade de você se desligar de tudo isso e ir comigo ao baseball hoje à noite. - entrelacei nossos dedos e beijei a mão dela, já seguindo para um de nossos restaurantes favoritos.
- Seria maravilhoso, mas infelizmente eu combinei com a minha irmã de irmos ao SPA hoje. - ela fez um biquinho. - Prometo que vamos juntos no próximo.
- Ah, fala sério que a é quem tá atrapalhando minha noite. - neguei com a cabeça, mas tinha um sorriso no rosto. - Bem que fui avisado sobre cunhada…
- Avisado sobre o quê? E por quem? - ela questionou, com os braços cruzados.
- Eu estou só brincando com você. - apertei a coxa dela e ela deu um tapinha na minha mão.
- disse que é melhor eu relaxar, já que minha mãe chega amanhã. - balançou a cabeça como se isso adiasse o que estava por vir.
- A se superou nessa, vou até dar os parabéns quando a encontrar. - ri fraco.
- Bobo. - ela empurrou meu ombro de leve. - Por que não chama algum dos meninos para ir ao jogo com você? Posso até chamar a para o SPA, aí o pode ir com você.
- Não, passe o tempo com a , ela vai gostar. Pode deixar que eu vou falar com os meninos. - estacionei na área de manobristas e entreguei a chave para um deles.
- Tomara que alguém vá com você ou vou me sentir culpada. - ela passou o braço pela minha cintura e eu passei o meu pelos ombros dela.
- Não se preocupe com isso, o que não me falta é coisa para fazer. - dormir era uma opção, mas preferi não dizer.
- Então escolha bem o que vai fazer, pois é sua última noite sem compromisso antes do casamento. - ela sorriu, assim como todas as vezes que ela ouviu essa palavra nos últimos dias.

- Obrigada por terem vindo. - agradeci aos meus dois padrinhos.
- Imagina, cara. - Spencer me abraçou. - Hoje é seu último dia livre antes do grande dia, não é? - meu amigo de infância já estava casado há dois anos.
- É sim. - confirmei e retribui o abraço dele.
- Então vamos curtir uma boa noite com um bom baseball. As cervejas são por minha conta. - Spencer caminhou para o bar e então se aproximou.
- Acho que nunca vi o Spencer tão animado. - nos cumprimentamos.
- Acho que ele estava louco para sair de casa. A vida dele mudou muito depois que ele casou e teve a Luna. - assim que terminei de falar percebi que era a segunda vez que imagem de uma vida “acabar” com o casamento vinha a minha mente.
- Não pensa nisso, . - tinha a capacidade de saber o que se passava na minha cabeça. - Se sua vida mudar vai ser porque você quer e encontrou algo melhor.
- Você tem razão. - concordei e tentei mudar de assunto. - E por que a não veio?
- Queria aproveitar o tempo para terminar a surpresa que ela está preparando para o casamento. - levou as mãos ao rosto em seguida, se dando conta de que não devia ter dito isso. - Ai merda!
- Fica tranquilo, eu não sei de nada. - pisquei com um olho para ele e andamos até as nossas cadeiras. Spencer nos encontrou logo em seguida e entregou uma garrafa de cerveja para cada um.
Los Angeles Dodgers contra Texas Rangers não era tão emocionante quanto Yankees contra Mets, mas ainda sim havia sido uma noite divertida. O jogo havia sido decidido somente no final e em alguns momentos me senti como um adolescente sem preocupações, apenas curtindo uma noite com amigos e com nosso esporte preferido. Em outros as palavras de Spencer ecoavam em minha mente, último dia livre. Era como se depois do casamento minhas únicas opções fossem ser um presidiário ou um defunto.
A vitória foi dos Dodgers e como ainda estava cedo resolvemos parar para comer antes de irmos para nossas casas. Os sanduíches estavam ótimos, no entanto, quando eu menos esperava Spencer soltava algum comentário me levando de volta à ideia de que um casamento tinha muito mais contras do que prós.
- Não lembro quando foi a última vez que comi batata frita. - ele riu. - Aproveite, , a tendência vai ser comer só coisas saudáveis. Principalmente depois de filho.
- Ah, mas muita coisa boa deve ter acontecido também depois que casou e depois que teve a Luna. - quis ser positivo e eu sabia muito bem o que ele estava fazendo. Ele queria a felicidade da e queria a minha também.
era amigo da antes mesmo de eu conhecê-la. E foi ela quem apresentou sua amiga, , ao . Então um dia estávamos num bar, comemorando a inauguração da nossa gravadora, apenas eu, e e então a viu passando atrás de nossa mesa e a chamou. Por ironia do destino, o cara que ela encontraria tinha avisado que não conseguiria ir ao encontro depois de deixá-la esperando por quase duas horas e ela estava indo embora quando a convidou para sentar com a gente.
Me questionei várias vezes naquela noite como nenhum dos dois nunca tinha me apresentado a ela, era super engraçada, divertida e simpática. Nós tínhamos tanta coisa em comum que e foram embora e nós dois continuamos no bar conversando e nos conhecendo e foi só quando eu estava com muita vontade de beijá-la que entendi que ela não estava num encontro aleatório e que tinha ganhado um bolo do próprio namorado.
Achamos melhor encerrar a noite por ali, ia contra todos os meus princípios beijar uma garota que estava em um relacionamento. Nos despedimos e não trocamos telefone, pois não faria sentido. Por oito meses não ouvi nada sobre ela e então, na festa de aniversário de , fui surpreendido pela presença dela. Naquela noite ela me contou que o relacionamento havia acabado há pouco mais de dois meses e embora todo aquele tempo tivesse passado, a sensação era de que a noite em que nos conhecemos era recente. A vontade de beijá-la ainda existia e naquela noite não havia nada para impedir.
Começamos a sair e logo nos assumimos como namorados, um ano e onze meses depois aceitou meu convite para deixar o apartamento dela e morar na casa comigo e seis meses depois aceitou meu pedido de casamento. Mesmo tendo marcado o casamento dez meses depois, o tempo passou numa velocidade extraordinária e estava prestes a acontecer. Em todo esse tempo nunca tivemos uma briga de verdade e era por isso que era tão estranho ouvir as pessoas dizendo o quanto minha vida estava prestes a mudar, nunca tentou mudar quem eu era e eu não tinha dúvidas sobre ela ser a mulher da minha vida.
Eu estava de carona com , nos despedimos de Spencer e fizemos o caminho até minha casa em silêncio. Amanhã minha família chegaria e eu sabia que a chance de ter problemas era bem grande. Eles simplesmente não conseguiam guardar as opiniões para eles mesmos e o mesmo acontecia com algumas pessoas da família da , eu já tinha perdido as contas de quantas vezes alguém soltou um comentário sobre ela conseguir um cara melhor.
- Cara, não fica pensando nisso não. - quebrou o silêncio do carro. - Você não tomou nenhuma decisão por impulso, se tem algo em você que melhorou depois que você começou a ficar com a foi não agir sem pensar. Não deixa esses comentários te deixarem assim.
- Não estava pensando nisso. - respondi e deixei os pensamentos das famílias de lado.
- Pode até não estar pensando nisso agora, mas sei que isso está na sua cabeça. - concordei com um aceno, não havia por que mentir. - E eu sei que essas coisas não vão ser assim com vocês, estão juntos há uns quatro anos e já moram juntos esse tempo todo.
- É o que eu venho pensando, na verdade. Não vejo como as coisas poderiam mudar tão drasticamente só pelo fato de oficialmente estarmos casados.
- Nem eu. - apertei o ombro dele em sinal de apoio. - Eu não ia falar isso agora porque não queria tirar o foco do seu casamento… - ele fez um suspense e o encarei com um sorriso, esperando pela bomba que viria. - Foi vendo você e a juntos que eu acreditei que um casamento pode dar certo e decidi pedir a em casamento.
- Você o quê?! - gritei dentro do carro e ele riu, visivelmente feliz. - Não acredito! - o abracei, feliz pela notícia.
- Não conta para ninguém! - pediu e eu concordei. - Eu ainda não fiz o pedido, estou esperando o seu casamento passar, mas já escolhi o anel.
- Eu estou muito feliz com isso, sério. - meu sorriso era enorme. - A vai surtar. Não vou falar nada. - garanti.
- Vai mesmo. Mas mudando de assunto, viu como você ficou empolgado com a ideia do meu casamento? Não tem motivos para você ficar colocando essas merdas na sua cabeça, .
- Quer me explicar o que eu e a temos a ver com a sua decisão? - eu tinha plena consciência de que não éramos o casal modelo, a podia até ser, mas eu era todo errado.
- Ah, você sabe, a única experiência perto que tive foi o casamento dos meus pais e eu nunca tinha visto como algo positivo, já que praticamente destruiu os dois. - havia me contado a história da família dele. - E vendo vocês dois juntos, morando juntos e se dando tão bem quanto se davam quando moravam separados, vendo vocês com a organização do casamento eu vejo que pode dar certo e não ser o pesadelo que tenho em mente.
- Mas você sabe que a é meio avessa a isso, né? - ela não fazia questão de esconder a opinião.
- Eu não quero que seja nada diferente, só quero passar o resto da minha vida com ela. - ele estava apaixonado mesmo, éramos dois idiotas, porém idiotas sortudos.
- Fico feliz que a culpa dessa decisão seja nossa.
- Assunto morreu, a acabou de chegar. - vimos ela se despedir de e sair do carro. - Nos vemos na sexta, sua despedida de solteiro te espera.
- Até sexta. - me despedi e saí do carro.
me esperou na entrada de casa e acenou para , que deu partida e arrancou em seguida.
- Você parece feliz, como foi o jogo? - ela me abraçou e eu respirei fundo sentindo o seu perfume.
- Foi bom, você também parece feliz e está muito cheirosa. Como foi o SPA? - devolvi a pergunta, evitando tocar em qualquer assunto que não deveria.
- Foi super relaxante, sinto que vou dormir como um bebê. - caminhei com ela até o quarto e me joguei na cama ao seu lado.
- Que bom, porque o sossego acaba amanhã quando nossas mães chegarem. - fiz uma careta e ela suspirou. - Vou tomar um banho. - saí da cama e quando voltei ela já tinha adormecido, deitei ao seu lado e depois de apagar a luz, a abracei e dormi logo em seguida.

Por causa da lua de mel, eu havia combinado com a e com o que trabalharia até sexta normalmente. Nós não tínhamos uma equipe muito grande e eu não queria sobrecarregar ninguém, mas isso queria dizer que teria que lidar com as nossas famílias sozinhas até a hora que eu chegasse. Mesmo não tendo nenhuma religião e não frequentando nenhuma igreja, eu rezei bastante para que o caos não se instalasse. Liguei para ela na hora do almoço e fiquei aliviado por saber que todos estavam se comportando e que ela não estava surtando. O resto do dia passou rapidamente, como vinha acontecendo e logo eu estava entre meus familiares. Nós havíamos decidido que seria interessante ter esse momento com eles, já que no dia seguinte estaríamos com nossos amigos. Subi e tomei um banho rápido, já que os outros convidados daquela noite não demorariam a chegar e já estava pronta. Vesti uma calça preta e uma camisa social azul marinho, que combinava com o vestido da . Nós tiramos algumas fotos no jardim e ela estava tão feliz que foi impossível não ser contagiado por toda aquela alegria. A contragosto a mesma foi desaparecendo à medida que os convidados chegavam, fazendo comentários totalmente desnecessários ou quando o álcool já falava por outros. - Nossa, querido, você está com umas olheiras enormes! - minha avó disse assim que a cumprimentei. - Você não está dormindo nada, aposto que ela não está cuidando bem de você. - olhei para os lados agradecendo por não estar ali, quanto mais chateações eu pudesse evitar, melhor.
- Não é nada disso, eu tenho insônia desde os 16 anos e a senhora sabe. - devolvi, mas ao me olhar no espelho percebi que meus olhos estavam mais fundos do que eu me lembrava.
- Insônia é o que os adultos têm quando estão passando por crise financeira. - ela disse com o dedo apontado em minha direção. - Vou falar com o seu pai para depositar uma quantia generosa na sua conta. - falou decidida.
- Vó, não tem ninguém em crise financeira. - afirmei na esperança de que ela entendesse.
- Não precisa mentir para mim, . A sua avó pode estar velha, mas ainda sabe das coisas. Seu emprego não deve pagar muita coisa e o dela menos ainda. Bem que eu disse que você devia arranjar… - a interrompi ao ver se aproximando de nós.
- Aproveite a noite, vovó. - sorri falsamente. - Preciso falar com os outros convidados. - e puxando pela mão fomos à mesa dos familiares recém chegados da família dela. - , quase não te reconheci! - um dos primos da me cumprimentou, depois de dar um abraço super apertado nela.
- Vou tirar a barba para o casamento. - avisei já que isso parecia uma preocupação para vários ali.
- Não é a barba, algo em você está diferente… Você não parece o mesmo, está bem magro e parece solitário. - forcei um riso alto. - Eu perdi peso sim, estou praticando esgrima. - falei mantendo um sorriso falso, antes que mais especulações fossem feitas. Não era surpresa para ninguém que ele tinha uma queda, ou melhor, um abismo pela e eu não entraria no jogo dele.
- Se eu te conheço, diria que não quer se casar. - cruzei meus braços vendo que ele não me deixaria em paz. - E não tiro sua razão, cara. Aposto que um casamento exige muito e a merece o mundo, você deve estar ficando louco.
- Engano seu, não exige mais do que eu posso dar e isso é o suficiente para ela. - disse sério.
- Talvez você devesse deixar de ser tão egoísta e pensar um pouco nela, em tudo que ela vai abrir mão ficando com um cara como você. - ele falou num tom mais baixo, quase como uma ameaça.
- Um cara como eu? - repeti suas últimas palavras, completamente incrédulo. - E suponho que o cara ideal seja alguém como você. - o sorriso se iluminou em seu rosto.
- Sabia que você era inteligente. - ele piscou e me deu as costas. Fiquei parado ali por algum tempo, até que me tirou do transe com um beijo rápido.
- Pensando em mim? - ela me abraçou e eu confirmei com a cabeça.
- Sempre. - a beijei com vontade, substituindo todas as coisas na minha mente pelas sensações que sentia ao beijá-la.
- Uau! - parou ao nosso lado e nos separamos. - Arrumem um quarto, tem idosos aqui que não podem ver essas coisas. - ela fez um sinal indicando os meus pais e sogros e rolou os olhos, me fazendo rir. Minha mãe puxou , dizendo que ela precisava ver algo na cozinha já que o jantar estava prestes a ser servido e foi junto com a mãe dela. - E então, filho? Preparado para ser enforcado? - meu pai passou o braço pelos meus ombros e apertou.
- Alguém se prepara para isso? - meu sogro soltou no mesmo tom debochado que meu pai havia usado. - Não estou indo para a forca, pai. - contestei, era exaustivo ouvir tantos comentários desse tipo. - Maneira de dizer, porque querendo ou não quando você percebe já está vivendo em função da outra pessoa. - ele explicou e eu tentei pensar o que meu pai poderia gostar de fazer que foi impedido pela minha mãe ao longo dos anos.
- É como se você usasse uma coleira sem nem perceber. - o pai da concordou e logo foi chamado pela minha sogra. - Viu só. - ri fraco.
- Talvez seja diferente com vocês, jovens. - ele deu de ombros tentando amenizar os comentários anteriores. - Esqueça isso e preocupe-se com o seu jantar. está te chamando. - apontou para onde minha noiva estava e fui até ela.
O jantar estava pronto para ser servido e, portanto, era o momento ideal para aqueles que gostariam de fazer alguma homenagem ou discurso. foi a primeira a pedir a palavra, disse o quanto estava feliz por sua irmã estar se casando e quão grata ela era por eu ser um namorado tão bom para e um cunhado ótimo para ela. Depois os pais de falaram e os meus também, todos nos enchendo de elogios e nos desejando várias coisas para a nova etapa que estava chegando. Por fim foi a nossa vez de agradecer a todos pela presença e tudo mais.
O restante da noite foi tranquilo e agradável, o jantar estava delicioso, assim como a sobremesa e aos poucos os convidados foram se despedindo e se retirando. Quando deitei percebi o quanto estava cansado e acabei adormecendo antes mesmo de se deitar.

foi o último padrinho a me deixar na salinha de espera, eu estava agoniado indo de um lado para o outro até que apareceu pedindo para que eu fosse até o cômodo onde estava se preparando para a cerimônia. - Sabe que não posso ir, . Dá azar ver a noiva antes do casamento. - repeti a frase que já tinha ouvido várias vezes desde que escolheu o vestido. - Não se preocupe, ela não está vestida de noiva ainda, só vai se vestir depois que vocês conversarem. - ela me garantiu e me empurrou para a escada.
Tudo aquilo era estranho, já devia estar pronta, os convidados já estavam chegando. Subi as escadas de dois em dois degraus para ir mais rápido e bati de leve três vezes na porta, esperando que ela autorizasse minha entrada. A porta se abriu lentamente e entrei no cômodo procurando por ela, mas ela não estava ali. Chamei-a mais de uma vez e não a encontrei. Se aquilo era uma pegadinha, eu não estava gostando nada. O vestido estava pendurado, dessa vez fora da capa de proteção e ele era muito elegante. Eu mal podia esperar para ver naquele vestido e foi então que senti algo estranho no ar. Me virei procurando alguém, já que a sensação era a de estar sendo vigiado, mas não tinha ninguém ali. E quando eu menos esperava, senti algo se enrolando em meu pescoço e me deixando com dificuldade de respirar. Olhei meu reflexo no espelho e percebi que era a cauda do vestido dela que sozinho se enrolava cada vez mais em meu pescoço, apertando com mais força. O ar estava me faltando, eu estava suando frio e sentia meus batimentos cada vez mais acelerados em meu peito e eu ia desmaiar a qualquer momento e então, em meio à agonia, ouvi alguém me chamando ao longe, senti meu corpo sendo chacoalhado até que finalmente consegui abrir os olhos. Sentei na cama em um só movimento e respirei fundo várias vezes tentando me acalmar. Havia sido só um pesadelo, levei as mãos ao meu pescoço percebendo que eu estava bem. Olhei para os lados confirmando que eu estava em meu quarto, na minha cama. - Está tudo bem? - perguntou enquanto passava os dedos pelo meu cabelo, visivelmente preocupada. - Está sim, foi só um pesadelo. - sorri e tentei a tranquilizar. - Isso é que dá eu dormir antes de você vir para a cama. - deitei novamente e ela fez o mesmo depois de apagar o abajur. - Pode voltar a dormir. - a abracei e notei que ela o fez em questão de segundos, já para mim aquela foi uma noite longa. Toda vez que fechava meus olhos a cena se repetia, uma vez e outra e quando consegui dormir já era quase hora de acordar.

- Quantos dedos tem aqui? - perguntou, mostrando dedos que era impossível eu ver com a faixa preta amarrada em meus olhos.
- Já disse que não sei, . Não estou enxergando nada. - repeti pela terceira vez.
- Então entra no carro. - disse e eu cruzei os braços, fazendo cara de cu e esperando que ele percebesse que eu não tinha condições nem de chegar ao carro.
- Vem, . - apareceu e me guiou até o carro. Sentei no banco do passageiro e depois de me ajudar a colocar o cinto de segurança fiquei esperando pelos outros.
e ficaram responsáveis pela organização da minha despedida de solteiro e fizeram tanto suspense que eu só poderia tirar a venda quando chegássemos no lugar. A única coisa que eu tinha pedido era que não fosse algo para me deixar numa situação ruim com a e havia me garantido que tinha conversado com a e organizado a minha despedida de acordo com o que teria na da , para que fosse justo e ninguém se magoasse com ninguém.
Sem enxergar eu não saberia dizer quanto tempo o trajeto durou, mas eu tinha a impressão de que não havia demorado tanto, não havíamos saído da cidade nem nada do tipo, até porque bares com strippers não eram exatamente escondidos em Las Vegas. Mesmo depois do carro estacionado, não me deixaram tirar a faixa dos meus olhos, continuaram me guiando e soube que estávamos dentro do lugar pelo barulho, música e pela diferença de temperatura.
- Finalmente! - exclamei quando enfim desataram o nó e tiraram o pano do meu rosto.
- Boa noite, cavalheiros. - uma mulher morena de cabelos longos e lisos, vestindo apenas um biquíni prateado apareceu. - Vocês têm reserva?
- Temos sim, uma mesa para seis, é uma despedida de solteiro. - andou atrás dela até uma bancada e cerca de dois minutos depois estávamos em uma mesa bem de frente para o palco, onde deduzi que aconteciam as apresentações.
- Drink da noite para . - outra garota com o mesmo tipo de biquíni apareceu trazendo um drink colorido demais. - Nossos mais sinceros desejos de que aproveite a sua última noite de liberdade. - ela disse num tom propositalmente sexy enquanto desceu as mãos pelo tronco. Ri descrente e meus amigos já explodiram em gargalhadas, visivelmente satisfeitos em me verem nessa situação.
- Não finja que não gosta, . - Spencer falou levantando sua cerveja. - Você sabe o quanto já aprontou e essa cara de menino comportado não engana ninguém. - Todos gritaram e levantaram as bebidas.
- Que essa seja uma noite memorável em sua vida! - desejou e até eu levantei meu copo e brindei com eles, virando o conteúdo todo de uma vez.
Eu já tinha aprontado bastante na vida, isso não era segredo para ninguém, talvez nem mesmo para os meus pais, mas eu estava numa fase que não via sentido em ser esse tipo de pessoa mais, mas não ia estragar o que os garotos tinham planejado. De tempos em tempos garotas passavam rebolando em nossa mesa e Fred e Mark não estavam nem um pouco preocupados em gastar o dinheiro colocando nas calcinhas delas, Mark até mesmo ganhou uma dança sensual quando a nota depositada foi mais alta e nós só sabíamos rir e assistir aos desfiles.
Bebida atrás de bebida e eu percebi que não estava ficando bêbado, era como se a cada instante eu ficasse mais e mais consciente sobre a minha condição enquanto noivo e o sentimento de que não estava aproveitando nada ali. Usei a desculpa de ir ao banheiro, lavei meu rosto na esperança de tirar aquele sentimento ruim e quando voltei me sentei em uma mesa para dois, um pouco afastada da mesa em que estava com meus amigos.
- Me traz uma dose de whiskey, por favor. - pedi para a loira que passou, deixando uma gorjeta com ela quando trouxe minha bebida. Bebi tudo de uma vez, sentindo o gosto forte que há muito não sentia e pedi mais uma dose. Talvez pedisse logo a garrafa.
- Queria acreditar que você está sentado aqui por não conseguir lembrar onde é a nossa mesa. - puxou a cadeira em minha frente e se sentou com uma cara não muito boa.
- Eu só estava pensando um pouco. - me justifiquei.
- Pensando em besteira, aposto. - me encarou esperando que eu contasse.
- Não é besteira, . E se eu estiver privando de conhecer alguém que seja melhor para ela do que eu sou? - bebi o resto do copo evitando olhá-lo.
- Viu, besteira. Presta atenção no que você acabou de dizer. - ele balançou a cabeça demonstrando sua incredulidade em ouvir aquilo. - Se a não visse em você o que ela quer na vida dela, ela não estaria com você, . Larga de paranóia. Ela te ama.
- Amor não é suficiente às vezes. - ele se levantou bruscamente.
- Não vou nem te dar corda. Bebe mais até ficar um bêbado legal porque você está chato pra caramba! - sinalizou duas doses para uma das garotas e me fez beber as duas seguidas. - Agora faz uma cara boa e curte a sua noite, .
Segui atrás dele até a nossa mesa, mas quando ia me sentar uma ruiva segurou minha mão, diferente das outras o seu biquíni era dourado.
- Me contaram que hoje é sua despedida de solteiro, gatinho. Hora de curtir com estilo. - ela piscou sexy e me puxou pela mão.
Os caras gritaram muito e me zoaram, mas finalmente o álcool estava fazendo efeito e eu estava parando de pensar tanto nas coisas. Subi ao palco ainda guiado por ela, que me fez sentar em uma das três cadeiras, só então percebi que outros dois caras também estavam subindo no palco, eu não ia passar vergonha sozinho.
Uma música que eu não conhecia começou a tocar e as dançarinas entraram no palco, demonstrando muita sensualidade logo de cara. Imediatamente pensei se estaria nas mesmas condições que eu e a ideia de imaginar um cara se esfregando nela ou dançando em cima dela como as dançarinas faziam conosco não foi uma boa. “Não pensa, . Não pensa.” repeti em minha mente e me deixei aproveitar aquela noite, não aproveitei como Fred e Mark, já que estavam solteiros, mas ao final da noite estávamos todos alegres demais e eu me sentia mais leve.
me deixou em casa e eu percebi que estava morrendo de sono, mas me recusava a deitar na cama depois de ter passado grande parte da noite naquele bar. Tomei um banho rápido, me concentrando em estar relaxado, pois em algumas horas seria o grande momento. Sorri sozinho ao perceber que estava certo o tempo todo e que todas as outras coisas eram bobagens. Isso ficou mais evidente pela falta que senti de tê-la ali na cama comigo. tinha dito que só poderíamos nos ver agora na hora do casamento e eu tinha concordado, sabia que me surpreenderia. E foi ao constatar que realmente não me via sem ela que eu dormi.

Não imaginei que ficaria uma pilha de nervos como eu estava, observando os minutos no relógio passarem lentamente. e Spencer eram meus padrinhos e eram os autorizados pelo cerimonial a me ajudarem na preparação. Claro que eles praticamente só beberam e eu fiz tudo sozinho, eles fizeram as poses para as fotos e tentavam me distrair. Era estranho voltar a me ver sem barba, mas eu sabia que me preferia assim, mesmo que ela não admitisse.
Os meninos foram obrigados a descer, segundo a cerimonial os convidados já esperavam no jardim e a cerimônia não demoraria muito a começar. Um de cada vez me abraçou antes de me deixar ali e eu fiquei parado na porta, tomando consciência do que estava prestes a acontecer e era assustador, mas não era ruim. De onde eu estava pude ver as madrinhas deixando o quarto da noiva, primeiro e depois . As duas com vestidos da mesma cor, que mesmo tendo ouvido o nome várias vezes eu não me lembrava.
Não me aguentei de ansiedade e sabendo que não fazia diferença me verem ou não, desci as escadas para dar uma olhada em como tudo estava. Praticamente todos estavam ali, o campo estava maravilhoso, a decoração estava melhor do que eu esperava e eu mal podia esperar para ver a reação de .
- , a quer falar com você. - apareceu no corredor em que eu estava, me assustando.
- Agora? Mas não posso vê-la agora, ela deixou isso bem claro. - rolei os olhos achando aquilo besteira.
- Agora, ela não se vestiu, disse que precisa falar com você antes. - procurei algum sinal de brincadeira no rosto dela, mas ela falava sério e isso me fez subir rapidamente a escada. Imediatamente me lembrei do meu sonho.
Não esperava ser enforcado pelo vestido, mas tive um pressentimento ruim e balancei a cabeça. A porta estava apenas encostada e bati só para anunciar minha presença.
- Entra. - ela disse e o maquiador terminou de passar algo no rosto dela. - Pode nos dar um instante, Benneth? - ela pediu e o maquiador assentiu e se retirou.
- Até de roupão você fica maravilhosa. - tentei descontrair sentindo que ela estava tão tensa quanto eu, mas ela nem mesmo sorriu. - O que foi, ? - perguntei sentindo meu coração bater forte.
- , você tem certeza que quer fazer isso? - ela perguntou com cautela e mesmo assim eu senti como se estivesse sendo apunhalado.
- Como assim, ? - a sensação de um fora nessa altura do campeonato era assustadora.
- Você tem certeza que quer se casar? - ele repetiu e comecei a me sentir desesperado.
- Claro que tenho! - respondi com toda a confiança que tinha. - Você não quer? - demorou uns segundos até que ela falasse.
- Quero, mas não quero que você queira por mim. - ela desviou o olhar de mim para a janela e eu me aproximei, fazendo com que ela me olhasse. - Eu quis que fosse apenas impressão minha, mas nessa última semana você estava diferente. Minha intuição não costuma falhar e ela me faz acreditar que você não está certo sobre esse passo na sua vida. E não te culpo, eu te entendo, nós somos novos, mas se for esse o caso, eu prefiro que a gente cancele o casamento agora, antes que eu me veja de noiva. - ela segurou as lágrimas e eu estava sem palavras. Se ela sentia isso, por que não havia simplesmente falado comigo?
- , se tem uma coisa que eu quero fazer nesse minuto é casar com você, talvez te beijar, mas estragaria sua maquiagem. - ela sorriu. - Eu realmente tive uns momentos estranhos essa semana, mas nenhum deles era sobre você porque eu não tenho a menor dúvida de que é com você que quero passar o resto da minha vida. - respirei fundo enquanto decidia se falava tudo ou não. - O que aconteceu foi que ouvi várias coisas que me fizeram questionar se isso era o melhor a fazer, se era o melhor para você e pela primeira vez eu me vi inseguro em relação a tudo isso. - confessei me sentindo um pouco idiota.
- Você é o melhor para mim, . E eu tenho essa certeza agora como nunca tive antes. - e mesmo com o risco de estragar a maquiagem ela me beijou e eu retribui apaixonadamente.

Ela estava perfeita como eu sabia que estaria e o vestido não era nem um pouco parecido com o do sonho de noites atrás. O sorriso de felicidade e ao mesmo tempo nervoso estava tanto no meu rosto como no dela. A cerimônia foi emocionante, os nossos votos foram tão sinceros que tocaram alguns convidados. chorou mais que a própria irmã. Luna entrou com as alianças e esse foi o momento mais fofo.
Fotos e mais fotos, dança e um buffet excepcional. Eu estava muito feliz e extremamente satisfeito com aquele dia, e por mais que tivesse ouvido versões e experiências dos meus familiares e de alguns amigos, nada se comparava. Era sim um dos melhores dias da minha vida e eu sabia que seria inesquecível.

Passados cerca de três meses do casamento eu constatei que todos os conselhos, se é que podemos chamar assim, não estavam nem certos e nem errados e que a vida de casado só faz sentido depois que se casa. Acabei diminuindo os encontros com meus amigos e com as amigas dela, algumas vezes porque simplesmente queríamos aproveitar um momento juntos. Não deixamos de ver ninguém pelo fato de estarmos casados, na verdade nos esforçamos mais para estarmos juntos aonde nos convidavam, fosse para um videogame ou para um jogo de baseball no estádio.
Quanto às festas? Descobri que elas ficaram muito melhores depois de casado, pois sabíamos exatamente quem queríamos que estivesse conosco e o que queríamos que as festas tivessem. E se me perguntarem se a morte de um solteiro leva ao felizes para sempre, eu digo que talvez não, mas leva a uma vida cheia de risadas e bons momentos.

“The death of a bachelor
Oh oh oh, seems so fitting for
Happily ever after
How could I ask for more?
A lifetime of laughter
At the expense of the death of a bachelor”


FIM



Nota da autora: E aqui estou eu com mais um ficstape! (Acho que já posso ser internada! hahaha)
Eu fiquei muito triste quando vi que não ia participar desse ficstape e quando surgiu uma vaga eu voei para entrar e mesmo com prazo menor me esforcei ao máximo para ficar como imaginei quando li a letra. Me digam o que acharam, por favor!
Quero agradecer à Mari que organizou o ficstape porque eu sou apaixonada pelo álbum e também as minhas amigas que apoiaram a ideia e me incentivam sempre! <3
Se quiserem conhecer outras fics minhas, é só dar uma passadinha no grupo do facebook!
Beijos e até a próxima!




Ficstape Death Of A Bachelor


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