Capítulo Único
Eu iria ser demitida.
Era só isso que eu pensava desde que meu chefe decidiu se aposentar e deixar seu lindo, sexy e gostoso filho para cuidar do restaurante.
Aquilo não daria certo, e eu percebi isso antes mesmo de saber quem era.
Numa noite de pouco movimento, Charles, meu agora "ex chefe", acabou dispensando alguns funcionários, e nós que ficamos fazíamos de tudo. Desde à parte do caixa até a execução da receita. Eu como cozinheira chef do restaurante, acabei indo atender a "mesa do filho do dono". Ainda não sabia qual dos quatro garotos à mesa era o herdeiro , até ouvir comentários sobre "como minha bunda ficava marcada no meu uniforme" ou como "papai não gostaria de saber que estou indo até um banheiro com a imagem da chef na cabeça".
Como boa funcionária, temendo pelo meu emprego, obviamente não reclamei sobre o possível assédio e nem comentei isso com ninguém, afinal, não sabiam que eu estava ouvindo conversas alheias escondida, e nem poderiam saber.
Desde o fatídico dia, quando ainda como suposto cliente, fazia questão de deixar estampado em seu lindo rostinho, que aguardava apenas uma oportunidade para me arrastar para o motel mais próximo. Nunca dei muita bola e o evitei o máximo possível, mas quando Charles saiu do restaurante, ignorar não era mais uma opção.
Se eu pensei em me demitir? Não mais. Meu problema real era Charles descobrir que eu dava mole pro seu filho. Quando ele tornou-se meu chefe... Bem, esse problema não existia mais. Mas ele tinha uma namorada. Não podia simplesmente sair dando em cima de suas empregadas.
Não sou mais uma adolescente irresponsável que sobrevive de festas e mesada dos pais. Não sou rica, apenas ganho o suficiente para bancar meus confortos. Preciso do emprego para sobreviver, mas também para alimentar meu ego, que sempre vai as alturas quando vejo onde se perde o olhar, do meu agora, chefe.
- Um macarrão ao molho branco para a mesa seis. - disse e então me apressei para fazer o molho, dando instruções à Kelly para preparar o macarrão. - Está precisando de alguma coisa, ? - ele perguntou daquele jeito, agora não mais tão cafajeste como antes, e eu apenas neguei com a cabeça, sem dar muita atenção.
Mesmo que nunca tenha me dito diretamente, estava escrito em seus olhos o quanto tínhamos química. Isso mesmo, no passado. Suas ações falavam bem mais do que palavras. Mas de um tempo pra cá, comentários como "belas pernas " após eu trocar o uniforme foram substituídos por "parabéns pela nova receita ". Isso mesmo, o cara que eu mais desejava na face da terra resolveu me dar um gelo e desistir de mim. O que era certo, já que ele agora estava noivo. Mas na minha cabeça, não parecia tão certo assim.
Não tinha do que reclamar, afinal, eu ainda tinha medo do meu chefe e nunca tive a oportunidade de conhecer .
- ESTÃO ESPERANDO O QUE? MOLHO BRANCO. MESA SEIS! - Glauce, noiva de entrou na cozinha gritando e eu contei de dez para baixo. Ele deve foder muito mal pra essa garota estar sempre de mau humor.
- Está pronto. - coloquei o macarrão no prato e espalhei o molho, passando em seguida por Glauce, dando um torto sorriso, que foi acompanhado mais discretamente por .
Entreguei o prato ao garçom e voltei ao fogão, vendo que o casal mela-cueca não estava mais no meu local de trabalho. Acho que a garota não ficou muito contente com o sorrisinho dele, mas bem que ela já devia estar acostumada! Agradeci por eles terem saído dali, até Kelly voltar me dizer que eles estavam discutindo, como de praxe. Mas dessa vez eu sentia que era por minha culpa. Com isso temi, pelo meu emprego. Mais a noite logo se transformou numa fria madrugada e meu expediente acabou.
Cheguei em casa pronta para assistir uma maratona de alguma série que estivesse passando. Comprei algumas coisas no supermercado, com isso, quando cheguei, já beirava as duas da manhã. Não, não é por eu ser cozinheira que minha cozinha estaria recheada de ingredientes e receitas experimentais. Eu sempre apelo para fast foods. O problema de trabalhar até tarde, é que eu durmo tarde, e consequentemente, acordo tarde. Com isso, minha casa está sempre com a dispensa vazia e um acumulo anormal de travesseiros em todos os ambientes.
Preparei aquela maravilhosa lasanha de quinze minutos e me joguei no sofá, observando a sala. Mesmo com a comodidade que uma baguncinha básica nos promove, nunca gostei de estar num ambiente sujo e mal cuidado, então agia sempre de forma responsável deixando a casa sempre limpa.
Saltei do sofá em um pulo percebendo que meu celular berrava pedindo por atenção. Dica, jamais deixem Radiohead no último volume. Atendi reconhecendo o nome no visor e me beliscando em seguida. Eram três e vinte, em ponto, porque raios meu ex chefe estaria me telefonando?
- Charles? - perguntei, e por educação... - Aconteceu alguma coisa? - perguntei também.
- Não. - a voz por trás da linha me fez saltitar por dentro. - Não é o Charles, .
- ? - perguntei sabendo que era ele mesmo, mas tinha que controlar meu nervosismo e a porcaria da minha calcinha que insistia em ficar molhada, só de ouvir sua voz... Bem, eu sei que a culpa não é da calcinha, tá.
- Sim. Escuta, você tá ocupada? Eu posso falar com você? - já está falando não é? - Pessoalmente? - pareceu ler minha mente.
- Agora? - eram quase três e meia da manhã de uma sexta-feira a noite.
- É tarde, né? Mas eu to sem sono agora.
- Tá, eu também estou. - menti. - Pode vir, precisa do endereço?
- Não, não. Até mais - e desligou antes que eu pudesse dizer mais.
Recapitulando tudo:
Duro dia de trabalho? Ok.
Chefe brigando com a noiva por minha culpa? Ok.
Droga da dispensa vazia? Oh, infelizmente.
Ligação inesperada em plena madrugada? Certo também.
querendo falar algo urgente, tendo em mãos o endereço da minha casa? Pois é.
Com tudo isso em mente, corri para o banheiro, nervosa com a situação e tomei um banho quente. Tirei meu pijama confortável e coloquei um vestido florido, com uma calcinha minúscula e uma evidente falta de sutiã . E sim, estava tentando seduzi-lo. Tudo por meu emprego... E meu ego, claro.
Vi um carro conhecido parar em frente à minha garagem e me preparei psicologicamente para abrir a porta. Quando vi que já não podia mais adiar o inevitável encontro e demissão, a abri encontrando um bem arrumado e, por incrível que pareça, tímido.
- Pode entrar. - abri mais a porta, e com um sorriso discreto, ele passou por ela, me cumprimentando com um abraço, ousado da parte dele. Preciso dizer que me excitei ao sentir os bicos dos meus seios participarem daquele delicioso contato entre os panos? - O que o trás aqui, ?
- Estava precisando tomar alguma coisa com alguém. Tive um dia cheio. - esperei que continuasse. Tranquei a porta e o indiquei um sofá. - Eu terminei com a Glauce, . Definitivamente. - eu realmente me choquei ao ouvir, e tive certeza que ele notou. Ele sentou no sofá com a cabeça baixa, e eu, sem dizer nada, corri para a cozinha, voltando em seguida com uma garrafa de cerveja. Ridículo fazer esse papel de amiguinha, eu sei, mas era apenas o que eu poderia oferecer.
- Eu sinto muito por vocês. - enchi um copo com a bebida e dei a ele, que bebeu longos goles ainda olhando pra mim. Muito sexy ver o líquido escorrendo pelo canto de sua boca, eu realmente fiz certo em trazer aquela cerveja...
- Sei que não sente, nem eu sinto na verdade. - ele sorriu e eu também, concordando com a frase em um aceno de cabeça. - Mas ela não era certa pra mim. Nunca foi. Ela só apareceu no momento certo, quando eu precisava desesperadamente tirar uma pessoa da cabeça. - Confessou e eu me arrepiei. Ele esbanjava sinceridade. - Não era justo com ela, assim como não era comigo. Eu precisava reverter essa situação.
- O que aconteceu? - a curiosidade atacou e eu perguntei.
- Ela queria uma coisa que eu não podia dar, sabe. Nunca pensei em ter um filho, na verdade nem sei se quero um. Não nessa fase da minha vida. E ela não me amava, só queria arranjar uma maneira de me prender a ela. - pelo menos ele não era tolo.
- Têm medo de se prender a alguma coisa e acabar não vivendo no tempo certo né? Coisa de homem.
- Pois é. Coisa de homem. - ele concordou me analisando milimetricamente e eu bebi quase todo o conteúdo do copo em um só gole. Aquela coisa não estava me refrescando, daqui a pouco eu levanto e ligo o ar condicionado.
- E por que em vez de afogar suas mágoas num bar qualquer, resolveu vir até a minha casa? Não querendo ser rude, , mas nunca fomos amigos.
- Em um bar, eu acabaria arranjando uma garota burra, pouco sexy e ruim de cama . - a forma com que ele pronunciou meu apelido foi tão sexy que, por pouco, não me derreti ali mesmo. - E eu estava num bar. - Ele sorriu desconsertado - E é exatamente por isso que eu estou aqui, provavelmente seria algo que eu jamais faria sóbrio. - respirou fundo. - Eu sei que sempre acabei sendo por vezes babaca com você, mas é meu jeito. É como se eu tivesse que estragar tudo sempre pra continuar vivendo, sabe.
- Você não estragou nada, . - Disse, e por fim era tudo verdade. - Mas nada disso justifica você aparecer na minha casa no meio da madrugada assim. Eu ainda estou tentando entender.
- Uma vez eu estava meio irritado com Glauce. Acabamos brigando no restaurante, acabei ficando no meu carro pra esfriar a cabeça. Era fim do seu expediente e você parecia muito feliz naquele dia. Eu não sabia que era seu aniversário, me desculpe...
- Você não tinha obrigação de saber. - Respondi, ainda tentando entender até onde aquela conversa ia chegar.
- Naquele dia eu senti algo diferente. Me peguei sorrindo com você, sem ao menos saber porque. E então eu vi que, mesmo que passando o dia juntos, eu não a conhecia. E mesmo sem a conhecer, você me fazia bem. E então resolvi parar de ser um babaca. Eu só vim até aqui porque precisava te confessar uma coisa.
- Estou ouvindo. - Respondi, curiosa pra saber onde bêbado chegaria com essa história. Ele sorriu daquela forma que eu era acostumada. Seu jeito cafajeste que eu tanto sentia falta.
- Você é gostosa. Foi tudo que consegui pensar quando te conheci. - Suas palavras estavam emboladas, e eu achava graça. - Nunca saiu da minha cabeça o que eu deveria fazer para conseguir te levar pra cama. Você me confundia, enlouquecia. E não me dava a mínima bola. - Ele riu. - Trouxe uma mulher pra tentar te fazer ciúmes, mas não funcionou. Acontece que eu sempre fui o único apaixonado nessa história...
- Calma aí, . - Tive que o interromper. - Apaixonado?
- Eu não sei. - Confessou em um sussurro. - E é isso que vim fazer aqui. Eu só precisava te provar. Saber o que tanto me confunde.
- Não é assim que você vai conseguir sexo fácil, . - Me agarrei a ideia do cafajeste que ele sempre havia sido. - Não é assim que vai me fazer cair na sua lábia. Você é meu chefe no restaurante, não pense que vai me persuadir na minha própria casa.
- Porque você não me disse não? - Disse, deixando-me perdida. - Quando perguntei se podia te encontrar? - Ele realmente havia me pego nessa.
- Não sei. - Confessei.
- Eu não vim atrás de sexo. Pelo menos não havia passado nada pela minha cabeça, até ver você assim. - Analisei minha vestimenta. E então desembestei a falar besteiras.
- Achei que você ia me demitir.
- Eu realmente devo ter bebido muito. - ele sussurrou alto o suficiente para que eu ouvisse claramente. - Deve ser a bebida agindo.
- Ou o tesão acumulado. - olhei em seus olhos para falar e vi suas íris, antes tímidas, se transformarem em algo mais sensual... Estávamos de volta ao jogo de sedução do qual eu, inegavelmente, assumi sentir falta.
- Eu não vou conseguir tirar você da minha cabeça. Mas não sei como vou lidar com isso amanhã.
- A gente não precisa pensar nisso agora. - Eu estava realmente perdida, enquanto assumia querer . Nem eu estava me entendendo no momento. Pouca coisa na minha vida teve uma carga tão sincera como essa conversa. Algo indefinível, entre a sinceridade e a sensualidade. Uma coisa entre o físico e o sentimento. Não era amor, mas também não era puro desejo. E foi quando percebi que essa noite seria um novo passo na relação entre e eu. Estávamos certos que iríamos avançar na relação patrão-funcionária. Naquela madrugada, uma hora ou outra, acabaríamos transando e explicações seriam dadas. Não seria a única vez. Mas a racionalidade ainda predominava. Eu estava pensando apenas por mim, não poderia ser tão clara em relação a outra pessoa. E mesmo não amando, eu tinha medo de ser só aquela noite.
- Não sei se deveria. Você a amava, . Querendo ou não, sua atitude era uma traição pior do que se você realmente transasse com outra mulher.
- Eu não a amava. Eu era apenas um preguiçoso, cansado de enfrentar a noite para procurar alguém. Ela era meu sexo fixo, . Você pode não acreditar, mas eu passei a criar uma situação entre nos dois, você e eu, na minha cabeça. E mesmo sendo divergente à vida real, eu me apaixonei pela mulher que você é. Me apaixonei pela mulher firme que você é. Eu realmente me apaixonei por você. Você pode não acreditar. Pode me mandar embora ou pode me usar a noite toda. Mas você precisa saber que foi a única mulher na minha vida, que mais que tudo, eu me esforcei para amar. - e então eu entendi e aceitei a situação. Eu também queria o amar, mas sempre havia bloqueado o canal que levaria tal informação ao meu cérebro.
- Você sabe que pode amar a mulher que quiser. Só de reconhecer o em seu sobrenome, tenho certeza que qualquer uma se jogaria de quatro em sua cama . - ele se aproximou, trocando de sofá para o mesmo que eu, e colocando a mão possessivamente em uma das minhas pernas, alisando-a em círculos. Ele sorria de um jeito tão misterioso que eu poderia jurar que iria acordar desse transe e perceber que ele era apenas fruto da minha imaginação. Eu disse transe? Que sugestivo!
- Você e uma cama é a única coisa que consigo pensar concretamente no momento - ele sorriu e eu cruzei as pernas para o outro lado, vendo seus olhos acompanharem o movimento da barra do meu vestido.
- Se você quiser. - então ele se levantou, sorrindo, cego pela mesma luxuria que me envolvia.
Em um segundo estávamos na sala, e no outro, em meu quarto. Em um segundo desunidos, e no outro, quase se tornando um só.
Não sei quem deu inicio ao beijo, mas, sinceramente, não queria que terminasse mais. Por mais urgente que fosse, parecia que era mais que um beijo, era uma transmissão de sentimento. Eu poderia estar entendendo tudo errado, mas o errado no momento estava sendo perfeito.
Me perdi tanto pensando, que só pude perceber que ele tinha me deitado, quando braços fortes me agarraram por trás e uma plástico de camisinhas foi arremessado ao meu lado na cama. Haviam mãos nos meus seios, nas minhas coxas e bunda, e era tão rápido que eu realmente considerei quantas mãos tinha.
O puxei pra cima de mim e me livrei daquela camiseta que me privava de ver seu peitoral, realmente clichê, mas sim, era esculpido pelos deuses. Meu vestido, em poucos segundos, escorregava por minhas pernas, assim como um delicioso lubrificante inundava minha roupa íntima.
E meu corpo todo ansiava pelo seu. Então, de uma vez só, ele se livrou de todas as roupas íntimas que nos separavam e, devidamente protegido, me invadiu. Quando pensei que ele fosse o responsável pelo mau humor de Glauce, estava tremendamente enganada. Em uma só investida, havia me feito esquecer todos os caras que já haviam ido pra cama.
Eu tinha plena certeza que os vizinhos conseguiam escutar o barulho que estávamos fazendo, mas eu realmente não conseguia me preocupar com a reputação que teria no prédio.
Comecei a sentir uma gostosa formigação no ventre e me preparei para um poderoso orgasmo, mas antes de atingi-lo, vi diminuindo os movimentos. Quando pensei que ele fosse me pedir para implorar, ele apenas nos virou, me fazendo ficar por cima.
- Fica comigo. - Sussurrou, olhando em meus olhos. Eu não sabia em que implicava essa frase, então só acenei com a cabeça e o fiz chegar ao ápice, não antes do que eu.
Levantei da cama, levando sua camisinha junto comigo. Quando voltei do banheiro, ele parecia já estar dormindo. Como uma garota boba, me aninhei em seus braços e ouvi meu nome ser sussurrado. Que ele tivesse bons sonhos ao menos, porque minha mente estava completamente bagunçada. Dormi sem sonhar.
Acordei meio perdido. Flashes da noite passada me confundiam entre o real e a ficção. Só tive certeza mesmo de onde estava, quando, movido por um péssimo cheiro, segui até a cozinha encontrando
- Era para ser um ovo frito. - ela sorriu engraçado, tímida talvez e eu num impulso, a beijei. Engraçado como em cenas assim você não se importa com o que acontece ao redor. Que o teto desabasse, eu estava muito bem ali nos braços dela. Ela pareceu corresponder muito bem a meu impulso, então não hesitei em prosseguir. Apoiando-a sobre a mesa, transmiti todo sentimento que conseguia através daquele beijo.
- Eu deveria demiti-la por errar ao fritar um ovo. - ela, envergonhada, escondeu o rosto em meu ombro. Eu estava me sentindo maravilhado, como nunca pensei estar. - Mas eu perderia mais do que você.
- Eu perderia meu ganha-pão, . O que seria pior que isso? - Ela me abraçou com as pernas, me trazendo pra mais perto de si, acordando quem eu me lembrava de ter trabalhado muito bem na outra noite.
- Como eu poderia tocar um restaurante sem você e essa cara linda? - Ela riu. Quando eu pude imaginar que seria esse cara que se diverte em falar coisas bobas, não sei. Como pude perder tanto tempo também nem queria considerar. Eu podia ter as mais infinitas dúvidas sobre como tudo correria a partir dali, mas acima de tudo, ela ainda era minha única certeza.
Era só isso que eu pensava desde que meu chefe decidiu se aposentar e deixar seu lindo, sexy e gostoso filho para cuidar do restaurante.
Aquilo não daria certo, e eu percebi isso antes mesmo de saber quem era.
Numa noite de pouco movimento, Charles, meu agora "ex chefe", acabou dispensando alguns funcionários, e nós que ficamos fazíamos de tudo. Desde à parte do caixa até a execução da receita. Eu como cozinheira chef do restaurante, acabei indo atender a "mesa do filho do dono". Ainda não sabia qual dos quatro garotos à mesa era o herdeiro , até ouvir comentários sobre "como minha bunda ficava marcada no meu uniforme" ou como "papai não gostaria de saber que estou indo até um banheiro com a imagem da chef na cabeça".
Como boa funcionária, temendo pelo meu emprego, obviamente não reclamei sobre o possível assédio e nem comentei isso com ninguém, afinal, não sabiam que eu estava ouvindo conversas alheias escondida, e nem poderiam saber.
Desde o fatídico dia, quando ainda como suposto cliente, fazia questão de deixar estampado em seu lindo rostinho, que aguardava apenas uma oportunidade para me arrastar para o motel mais próximo. Nunca dei muita bola e o evitei o máximo possível, mas quando Charles saiu do restaurante, ignorar não era mais uma opção.
Se eu pensei em me demitir? Não mais. Meu problema real era Charles descobrir que eu dava mole pro seu filho. Quando ele tornou-se meu chefe... Bem, esse problema não existia mais. Mas ele tinha uma namorada. Não podia simplesmente sair dando em cima de suas empregadas.
Não sou mais uma adolescente irresponsável que sobrevive de festas e mesada dos pais. Não sou rica, apenas ganho o suficiente para bancar meus confortos. Preciso do emprego para sobreviver, mas também para alimentar meu ego, que sempre vai as alturas quando vejo onde se perde o olhar, do meu agora, chefe.
- Um macarrão ao molho branco para a mesa seis. - disse e então me apressei para fazer o molho, dando instruções à Kelly para preparar o macarrão. - Está precisando de alguma coisa, ? - ele perguntou daquele jeito, agora não mais tão cafajeste como antes, e eu apenas neguei com a cabeça, sem dar muita atenção.
Mesmo que nunca tenha me dito diretamente, estava escrito em seus olhos o quanto tínhamos química. Isso mesmo, no passado. Suas ações falavam bem mais do que palavras. Mas de um tempo pra cá, comentários como "belas pernas " após eu trocar o uniforme foram substituídos por "parabéns pela nova receita ". Isso mesmo, o cara que eu mais desejava na face da terra resolveu me dar um gelo e desistir de mim. O que era certo, já que ele agora estava noivo. Mas na minha cabeça, não parecia tão certo assim.
Não tinha do que reclamar, afinal, eu ainda tinha medo do meu chefe e nunca tive a oportunidade de conhecer .
- ESTÃO ESPERANDO O QUE? MOLHO BRANCO. MESA SEIS! - Glauce, noiva de entrou na cozinha gritando e eu contei de dez para baixo. Ele deve foder muito mal pra essa garota estar sempre de mau humor.
- Está pronto. - coloquei o macarrão no prato e espalhei o molho, passando em seguida por Glauce, dando um torto sorriso, que foi acompanhado mais discretamente por .
Entreguei o prato ao garçom e voltei ao fogão, vendo que o casal mela-cueca não estava mais no meu local de trabalho. Acho que a garota não ficou muito contente com o sorrisinho dele, mas bem que ela já devia estar acostumada! Agradeci por eles terem saído dali, até Kelly voltar me dizer que eles estavam discutindo, como de praxe. Mas dessa vez eu sentia que era por minha culpa. Com isso temi, pelo meu emprego. Mais a noite logo se transformou numa fria madrugada e meu expediente acabou.
Cheguei em casa pronta para assistir uma maratona de alguma série que estivesse passando. Comprei algumas coisas no supermercado, com isso, quando cheguei, já beirava as duas da manhã. Não, não é por eu ser cozinheira que minha cozinha estaria recheada de ingredientes e receitas experimentais. Eu sempre apelo para fast foods. O problema de trabalhar até tarde, é que eu durmo tarde, e consequentemente, acordo tarde. Com isso, minha casa está sempre com a dispensa vazia e um acumulo anormal de travesseiros em todos os ambientes.
Preparei aquela maravilhosa lasanha de quinze minutos e me joguei no sofá, observando a sala. Mesmo com a comodidade que uma baguncinha básica nos promove, nunca gostei de estar num ambiente sujo e mal cuidado, então agia sempre de forma responsável deixando a casa sempre limpa.
Saltei do sofá em um pulo percebendo que meu celular berrava pedindo por atenção. Dica, jamais deixem Radiohead no último volume. Atendi reconhecendo o nome no visor e me beliscando em seguida. Eram três e vinte, em ponto, porque raios meu ex chefe estaria me telefonando?
- Charles? - perguntei, e por educação... - Aconteceu alguma coisa? - perguntei também.
- Não. - a voz por trás da linha me fez saltitar por dentro. - Não é o Charles, .
- ? - perguntei sabendo que era ele mesmo, mas tinha que controlar meu nervosismo e a porcaria da minha calcinha que insistia em ficar molhada, só de ouvir sua voz... Bem, eu sei que a culpa não é da calcinha, tá.
- Sim. Escuta, você tá ocupada? Eu posso falar com você? - já está falando não é? - Pessoalmente? - pareceu ler minha mente.
- Agora? - eram quase três e meia da manhã de uma sexta-feira a noite.
- É tarde, né? Mas eu to sem sono agora.
- Tá, eu também estou. - menti. - Pode vir, precisa do endereço?
- Não, não. Até mais - e desligou antes que eu pudesse dizer mais.
Recapitulando tudo:
Duro dia de trabalho? Ok.
Chefe brigando com a noiva por minha culpa? Ok.
Droga da dispensa vazia? Oh, infelizmente.
Ligação inesperada em plena madrugada? Certo também.
querendo falar algo urgente, tendo em mãos o endereço da minha casa? Pois é.
Com tudo isso em mente, corri para o banheiro, nervosa com a situação e tomei um banho quente. Tirei meu pijama confortável e coloquei um vestido florido, com uma calcinha minúscula e uma evidente falta de sutiã . E sim, estava tentando seduzi-lo. Tudo por meu emprego... E meu ego, claro.
Vi um carro conhecido parar em frente à minha garagem e me preparei psicologicamente para abrir a porta. Quando vi que já não podia mais adiar o inevitável encontro e demissão, a abri encontrando um bem arrumado e, por incrível que pareça, tímido.
- Pode entrar. - abri mais a porta, e com um sorriso discreto, ele passou por ela, me cumprimentando com um abraço, ousado da parte dele. Preciso dizer que me excitei ao sentir os bicos dos meus seios participarem daquele delicioso contato entre os panos? - O que o trás aqui, ?
- Estava precisando tomar alguma coisa com alguém. Tive um dia cheio. - esperei que continuasse. Tranquei a porta e o indiquei um sofá. - Eu terminei com a Glauce, . Definitivamente. - eu realmente me choquei ao ouvir, e tive certeza que ele notou. Ele sentou no sofá com a cabeça baixa, e eu, sem dizer nada, corri para a cozinha, voltando em seguida com uma garrafa de cerveja. Ridículo fazer esse papel de amiguinha, eu sei, mas era apenas o que eu poderia oferecer.
- Eu sinto muito por vocês. - enchi um copo com a bebida e dei a ele, que bebeu longos goles ainda olhando pra mim. Muito sexy ver o líquido escorrendo pelo canto de sua boca, eu realmente fiz certo em trazer aquela cerveja...
- Sei que não sente, nem eu sinto na verdade. - ele sorriu e eu também, concordando com a frase em um aceno de cabeça. - Mas ela não era certa pra mim. Nunca foi. Ela só apareceu no momento certo, quando eu precisava desesperadamente tirar uma pessoa da cabeça. - Confessou e eu me arrepiei. Ele esbanjava sinceridade. - Não era justo com ela, assim como não era comigo. Eu precisava reverter essa situação.
- O que aconteceu? - a curiosidade atacou e eu perguntei.
- Ela queria uma coisa que eu não podia dar, sabe. Nunca pensei em ter um filho, na verdade nem sei se quero um. Não nessa fase da minha vida. E ela não me amava, só queria arranjar uma maneira de me prender a ela. - pelo menos ele não era tolo.
- Têm medo de se prender a alguma coisa e acabar não vivendo no tempo certo né? Coisa de homem.
- Pois é. Coisa de homem. - ele concordou me analisando milimetricamente e eu bebi quase todo o conteúdo do copo em um só gole. Aquela coisa não estava me refrescando, daqui a pouco eu levanto e ligo o ar condicionado.
- E por que em vez de afogar suas mágoas num bar qualquer, resolveu vir até a minha casa? Não querendo ser rude, , mas nunca fomos amigos.
- Em um bar, eu acabaria arranjando uma garota burra, pouco sexy e ruim de cama . - a forma com que ele pronunciou meu apelido foi tão sexy que, por pouco, não me derreti ali mesmo. - E eu estava num bar. - Ele sorriu desconsertado - E é exatamente por isso que eu estou aqui, provavelmente seria algo que eu jamais faria sóbrio. - respirou fundo. - Eu sei que sempre acabei sendo por vezes babaca com você, mas é meu jeito. É como se eu tivesse que estragar tudo sempre pra continuar vivendo, sabe.
- Você não estragou nada, . - Disse, e por fim era tudo verdade. - Mas nada disso justifica você aparecer na minha casa no meio da madrugada assim. Eu ainda estou tentando entender.
- Uma vez eu estava meio irritado com Glauce. Acabamos brigando no restaurante, acabei ficando no meu carro pra esfriar a cabeça. Era fim do seu expediente e você parecia muito feliz naquele dia. Eu não sabia que era seu aniversário, me desculpe...
- Você não tinha obrigação de saber. - Respondi, ainda tentando entender até onde aquela conversa ia chegar.
- Naquele dia eu senti algo diferente. Me peguei sorrindo com você, sem ao menos saber porque. E então eu vi que, mesmo que passando o dia juntos, eu não a conhecia. E mesmo sem a conhecer, você me fazia bem. E então resolvi parar de ser um babaca. Eu só vim até aqui porque precisava te confessar uma coisa.
- Estou ouvindo. - Respondi, curiosa pra saber onde bêbado chegaria com essa história. Ele sorriu daquela forma que eu era acostumada. Seu jeito cafajeste que eu tanto sentia falta.
- Você é gostosa. Foi tudo que consegui pensar quando te conheci. - Suas palavras estavam emboladas, e eu achava graça. - Nunca saiu da minha cabeça o que eu deveria fazer para conseguir te levar pra cama. Você me confundia, enlouquecia. E não me dava a mínima bola. - Ele riu. - Trouxe uma mulher pra tentar te fazer ciúmes, mas não funcionou. Acontece que eu sempre fui o único apaixonado nessa história...
- Calma aí, . - Tive que o interromper. - Apaixonado?
- Eu não sei. - Confessou em um sussurro. - E é isso que vim fazer aqui. Eu só precisava te provar. Saber o que tanto me confunde.
- Não é assim que você vai conseguir sexo fácil, . - Me agarrei a ideia do cafajeste que ele sempre havia sido. - Não é assim que vai me fazer cair na sua lábia. Você é meu chefe no restaurante, não pense que vai me persuadir na minha própria casa.
- Porque você não me disse não? - Disse, deixando-me perdida. - Quando perguntei se podia te encontrar? - Ele realmente havia me pego nessa.
- Não sei. - Confessei.
- Eu não vim atrás de sexo. Pelo menos não havia passado nada pela minha cabeça, até ver você assim. - Analisei minha vestimenta. E então desembestei a falar besteiras.
- Achei que você ia me demitir.
- Eu realmente devo ter bebido muito. - ele sussurrou alto o suficiente para que eu ouvisse claramente. - Deve ser a bebida agindo.
- Ou o tesão acumulado. - olhei em seus olhos para falar e vi suas íris, antes tímidas, se transformarem em algo mais sensual... Estávamos de volta ao jogo de sedução do qual eu, inegavelmente, assumi sentir falta.
- Eu não vou conseguir tirar você da minha cabeça. Mas não sei como vou lidar com isso amanhã.
- A gente não precisa pensar nisso agora. - Eu estava realmente perdida, enquanto assumia querer . Nem eu estava me entendendo no momento. Pouca coisa na minha vida teve uma carga tão sincera como essa conversa. Algo indefinível, entre a sinceridade e a sensualidade. Uma coisa entre o físico e o sentimento. Não era amor, mas também não era puro desejo. E foi quando percebi que essa noite seria um novo passo na relação entre e eu. Estávamos certos que iríamos avançar na relação patrão-funcionária. Naquela madrugada, uma hora ou outra, acabaríamos transando e explicações seriam dadas. Não seria a única vez. Mas a racionalidade ainda predominava. Eu estava pensando apenas por mim, não poderia ser tão clara em relação a outra pessoa. E mesmo não amando, eu tinha medo de ser só aquela noite.
- Não sei se deveria. Você a amava, . Querendo ou não, sua atitude era uma traição pior do que se você realmente transasse com outra mulher.
- Eu não a amava. Eu era apenas um preguiçoso, cansado de enfrentar a noite para procurar alguém. Ela era meu sexo fixo, . Você pode não acreditar, mas eu passei a criar uma situação entre nos dois, você e eu, na minha cabeça. E mesmo sendo divergente à vida real, eu me apaixonei pela mulher que você é. Me apaixonei pela mulher firme que você é. Eu realmente me apaixonei por você. Você pode não acreditar. Pode me mandar embora ou pode me usar a noite toda. Mas você precisa saber que foi a única mulher na minha vida, que mais que tudo, eu me esforcei para amar. - e então eu entendi e aceitei a situação. Eu também queria o amar, mas sempre havia bloqueado o canal que levaria tal informação ao meu cérebro.
- Você sabe que pode amar a mulher que quiser. Só de reconhecer o em seu sobrenome, tenho certeza que qualquer uma se jogaria de quatro em sua cama . - ele se aproximou, trocando de sofá para o mesmo que eu, e colocando a mão possessivamente em uma das minhas pernas, alisando-a em círculos. Ele sorria de um jeito tão misterioso que eu poderia jurar que iria acordar desse transe e perceber que ele era apenas fruto da minha imaginação. Eu disse transe? Que sugestivo!
- Você e uma cama é a única coisa que consigo pensar concretamente no momento - ele sorriu e eu cruzei as pernas para o outro lado, vendo seus olhos acompanharem o movimento da barra do meu vestido.
- Se você quiser. - então ele se levantou, sorrindo, cego pela mesma luxuria que me envolvia.
Em um segundo estávamos na sala, e no outro, em meu quarto. Em um segundo desunidos, e no outro, quase se tornando um só.
Não sei quem deu inicio ao beijo, mas, sinceramente, não queria que terminasse mais. Por mais urgente que fosse, parecia que era mais que um beijo, era uma transmissão de sentimento. Eu poderia estar entendendo tudo errado, mas o errado no momento estava sendo perfeito.
Me perdi tanto pensando, que só pude perceber que ele tinha me deitado, quando braços fortes me agarraram por trás e uma plástico de camisinhas foi arremessado ao meu lado na cama. Haviam mãos nos meus seios, nas minhas coxas e bunda, e era tão rápido que eu realmente considerei quantas mãos tinha.
O puxei pra cima de mim e me livrei daquela camiseta que me privava de ver seu peitoral, realmente clichê, mas sim, era esculpido pelos deuses. Meu vestido, em poucos segundos, escorregava por minhas pernas, assim como um delicioso lubrificante inundava minha roupa íntima.
E meu corpo todo ansiava pelo seu. Então, de uma vez só, ele se livrou de todas as roupas íntimas que nos separavam e, devidamente protegido, me invadiu. Quando pensei que ele fosse o responsável pelo mau humor de Glauce, estava tremendamente enganada. Em uma só investida, havia me feito esquecer todos os caras que já haviam ido pra cama.
Eu tinha plena certeza que os vizinhos conseguiam escutar o barulho que estávamos fazendo, mas eu realmente não conseguia me preocupar com a reputação que teria no prédio.
Comecei a sentir uma gostosa formigação no ventre e me preparei para um poderoso orgasmo, mas antes de atingi-lo, vi diminuindo os movimentos. Quando pensei que ele fosse me pedir para implorar, ele apenas nos virou, me fazendo ficar por cima.
- Fica comigo. - Sussurrou, olhando em meus olhos. Eu não sabia em que implicava essa frase, então só acenei com a cabeça e o fiz chegar ao ápice, não antes do que eu.
Levantei da cama, levando sua camisinha junto comigo. Quando voltei do banheiro, ele parecia já estar dormindo. Como uma garota boba, me aninhei em seus braços e ouvi meu nome ser sussurrado. Que ele tivesse bons sonhos ao menos, porque minha mente estava completamente bagunçada. Dormi sem sonhar.
- Eu deveria demiti-la por errar ao fritar um ovo. - ela, envergonhada, escondeu o rosto em meu ombro. Eu estava me sentindo maravilhado, como nunca pensei estar. - Mas eu perderia mais do que você.
- Eu perderia meu ganha-pão, . O que seria pior que isso? - Ela me abraçou com as pernas, me trazendo pra mais perto de si, acordando quem eu me lembrava de ter trabalhado muito bem na outra noite.
- Como eu poderia tocar um restaurante sem você e essa cara linda? - Ela riu. Quando eu pude imaginar que seria esse cara que se diverte em falar coisas bobas, não sei. Como pude perder tanto tempo também nem queria considerar. Eu podia ter as mais infinitas dúvidas sobre como tudo correria a partir dali, mas acima de tudo, ela ainda era minha única certeza.
Fim
Nota da autora: (03/06/2021) Clique aqui para seguir à página da autora.
Alguém acabou percebendo que essa fanfic é total baseada na minha short favorita? The Cake?
Depois que eu li, realmente não acreditei nas semelhanças. Meu saudoso cérebro confundiu toda a situação, mas a essência é a mesma. Nossa personagem de The Cake é "cozinheira", nosso personagem tenta esconder o desejo pela garota porque não era simplesmente chegar na garota e dizer querer transar com ela, há uma situação sentimental envolvida nisso. E a tensão sexual e o romancezinho?
Voltei com uma "sequencia de fairy hands" imaginando muito o que teria que fazer para que não ficasse no mesmo ponto que a primeira, mas não consigo fugir dessa parte emocional. Os PP's sempre acabam levando um passado junto, porque simplesmente não consigo "criar" um personagem de momento. Mas, definitivamente, adoro essa coisa de deixar o leitor imaginar coisas.
Eu espero que vocês me dêem mais ideias para nossas doces mãos de fada. Pensei em algo como uma costureira e uma boxeadora para as próximas, mas depende de vocês... E aí?
Edit1: Depois de vários anos, mais uma mudança por aqui. Pra quem acompanha minhas histórias, deve ter cansado de ver esse mesmo comentário em todas as fics, mas eu realmente precisava reescrever. Transformar todo aquele erotismo numa história mais bem construída. Mais uma vez, obrigada pela atenção.
Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Alguém acabou percebendo que essa fanfic é total baseada na minha short favorita? The Cake?
Depois que eu li, realmente não acreditei nas semelhanças. Meu saudoso cérebro confundiu toda a situação, mas a essência é a mesma. Nossa personagem de The Cake é "cozinheira", nosso personagem tenta esconder o desejo pela garota porque não era simplesmente chegar na garota e dizer querer transar com ela, há uma situação sentimental envolvida nisso. E a tensão sexual e o romancezinho?
Voltei com uma "sequencia de fairy hands" imaginando muito o que teria que fazer para que não ficasse no mesmo ponto que a primeira, mas não consigo fugir dessa parte emocional. Os PP's sempre acabam levando um passado junto, porque simplesmente não consigo "criar" um personagem de momento. Mas, definitivamente, adoro essa coisa de deixar o leitor imaginar coisas.
Eu espero que vocês me dêem mais ideias para nossas doces mãos de fada. Pensei em algo como uma costureira e uma boxeadora para as próximas, mas depende de vocês... E aí?
Edit1: Depois de vários anos, mais uma mudança por aqui. Pra quem acompanha minhas histórias, deve ter cansado de ver esse mesmo comentário em todas as fics, mas eu realmente precisava reescrever. Transformar todo aquele erotismo numa história mais bem construída. Mais uma vez, obrigada pela atenção.
Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.