Finalizada em: 22/04/2021

Capítulo Único


Um ano atrás

O dia começou ensolarado e sem previsão alguma de chuva, mudando, assim, os planos do casal para aquele sábado que reuniria toda a família. O que antes seria um jantar, passou a ser um almoço no quintal bem arrumado que eles se orgulhavam tanto.
Mais tarde, próximo ao horário marcado, tudo já estava no seu devido lugar: uma mesa posta só para as comidas perto da churrasqueira, refrigerantes e cervejas na geladeira para os convidados e a piscina cheia de boias coloridas para as crianças se divertirem enquanto os adultos comem e bebem.
Os primeiros convidados começam a chegar, aquele tio, conhecido pela sua pontualidade em todos os eventos, com seus agregados e com uma torta para sobremesa a tiracolo para mais tarde. Não demorou muito para todos chegarem e preencherem o quintal, o que causou uma surpresa para os anfitriões do almoço.
Mas por que mesmo com a casa cheia e o clima aparentar ser de celebração, o ambiente parece tão pesado?
, a anfitriã, foi quem recebeu todos os convidados, mesmo não concordando com o propósito daquele evento, por isso foi chamar quem teve a ideia de juntar a família toda.
, já tá bom de você descer. — ela falou, entrando na suíte dela e do marido, na maior calma possível. — Por incrível que pareça, todo mundo chegou cedo dessa vez, além do seu tio.
estava sentado na beira da cama, já pronto, mas um pouco confuso com o que estava sentindo. Foi ele quem quis repetir o “ritual”, como ele chamava, mas, ao mesmo tempo, não era de toda vontade que o fazia.
— Amor, me prometa uma coisa. — ele pediu assim que sua esposa se sentou ao seu lado na cama, segurando a sua mão. — Se eu voltar dessa operação e for mandado para outra, não me deixe mais fazer isso como hoje.
— Eu não gosto do clima, mas eu entendo porque você faz. — ela disse e apertou a mão dele — E acho que todo mundo se sente mais reconfortado, querendo ou não. Vamos?
Ele respirou fundo e se levantou junto com a esposa.
— Vamos.

Já no final da tarde, depois de passar o dia bebendo e conversando com seus familiares, alguns começaram a se retirar. O primeiro foi o irmão mais velho de , acompanhado da esposa e mais três filhos pequenos, um deles dormia nos braços do pai, cansado de brincar a tarde toda com os irmãos e com as outras crianças na piscina.
— Irmão, boa sorte nessa, a gente se vê daqui a pouco. — seu irmão, como deu para perceber, não era de muitas palavras, mas dava para notar a voz embargada e a vontade falar tudo o mais rápido possível para não se emocionar na frente de .
— Até daqui a pouco, então. — deu um sorriso um pouco triste para o irmão e se despediu com um abraço um pouco torto, já que o mais velho segurava o filho.
— Deem um abraço no tio de vocês. — ele pede para as crianças, elas correm para , que precisa se ajoelhar para receber o carinho dos pequenos.

Depois de todos irem embora, a casa ficou num breve silêncio, só com o casal, mas não demorou muito até colocar uma música para tocar na sala, enquanto o marido reabastecia as taças de vinho na cozinha.
— Até tô achando a casa estranha nessa calmaria. — ela comentou quando apareceu na sala com as taças.
— Também notei isso assim que as crianças foram embora. — ele disse, soltando um leve riso em seguida. — Elas trazem mais vida, né?
Sempre que tinha oportunidade, ele reafirmava o seu desejo de ter filhos, igual ao seu irmão. “Encher a casa”, como ele sempre diz.
— Já entendi aonde você quer chegar, mas a gente discute isso de novo só quando você voltar. — pausou para beber um pouco do vinho. — Prometo.
Não estava nos planos dela ter filhos agora, bem quando começou sua carreira profissional como advogada e ainda precisava de um tempo até se estabelecer como gostaria.
— Você e seus planos de deixar tudo para depois… Você sabe o que eu penso sobre.
— Amor, por favor, vamos esquecer, pelo menos pelo resto da noite, que você vai ficar fora de casa por um tempo? — ela pediu enquanto passava um de seus braços pelo pescoço do marido. — Você ainda nem foi embora e eu já quero que você volte.
apenas balançou a cabeça de leve, concordando com ela. E estava certa. Hoje era a última noite deles juntos e não era hora de remoer um assunto que, querendo ou não, assombrava o casal nos últimos dias.
Ele largou as duas taças de vinho de lado, depois de tirar da mão da esposa, numa mesinha que ficava ao lado do sofá e voltou toda a sua atenção à bela mulher com quem casou uns anos atrás, depois de poucos anos de namoro. Eles se conheceram daquele modo simples e que agora parece até antigo: no bar. Ela, ainda uma estudante na faculdade e ele, um soldado que tinha acabado de se alistar no exército.
— Você sabe que eu vou pensar em você a todo momento, não sabe? — ele declarou, enquanto abraçava pela cintura e apoiava o rosto na curva do pescoço dela. Como ele sentiria falta daquilo…
— Ah, sei sim. — ela falou num tom convencido, mas de brincadeira. — E eu vou ficar te esperando, como sempre.
— Sempre?
— Sempre.


Nove meses atrás

Mesmo depois de alguns anos nesse trabalho, os primeiros meses para ainda eram difíceis de se acostumar. São nesses meses que ele sempre se pergunta o que está fazendo ali e por que inventou de se alistar ao exército anos atrás. Quem o conhecia bem, estranhou muito quando ele tomou essa decisão de uma hora para a outra. Não porque ele não fazia o perfil para seguir a carreira militar, mas porque sabiam do seu enorme desejo de ter uma vida tranquila, para não dizer pacata. E até agora tudo que ele não teve foi o sossego de ficar em casa por muito tempo, junto da sua família.
Então, por que continuar nisso?
Ele sentia falta da esposa, dos irmãos, dos sobrinhos, que nesse tempo em que ele estiver fora, vão mudar muito a ponto de assustá-lo quando ele retornar para casa, como sempre acontecia.
Nesse dia em especial, ele estava ainda mais reflexivo do que o normal por conta do que aconteceu mais cedo com um dos seus amigos. Ele foi baleado e se encontrava na ala médica, em estado grave. E não poder dividir essa angústia com ninguém, fazia ficar pior ainda. Todo mundo soube o que aconteceu, mas, pelo visto, ninguém podia comentar sobre. Não que isso fosse uma regra explícita, mas era o que sempre acaba acontecendo. O único motivo que ele pensou para esse silêncio dos outros companheiros do grupo era para não os atrapalhar na missão em que eles estavam. Por esse e outros motivos, todos os que voltavam para casa ficavam tão esgotados e traumatizados.
Isso já deu para mim, pensou, já deitado no dormitório.


Sete meses atrás

— Sargento , correspondência para você!
Abriram a porta do dormitório e avisaram isso tão rapidamente que ele não viu quem era. Com um aviso desse, levantou-se num pulo e foi logo atrás do que chegou para ele. Numa sala bem arrumada, mesmo com tanta tranqueira, deu de cara com um soldado, muito mais novo que ele, provavelmente era sua primeira vez ali, arrumando todas as cartas que chegaram. Assim que o viu, prestou continência.
— Sargento . — ele se identificou ao rapaz e logo recebeu sua correspondência — Obrigado. — e se retirou da sala, ansioso para ler com calma o que recebeu.
Assim que voltou ao dormitório, abriu rapidamente o envelope logo depois de reconhecer a caligrafia no papel.

Oi, amor!
Bom dia, boa tarde, boa noite (algum desses vai funcionar para quando você ler isso).
Primeiro, queria falar o óbvio, mas é preciso ser dito (ou escrito): estou com MUITA saudade, não vejo a hora de você voltar. É muito estranho ficar nessa casa sozinha, parece até que ela é bem maior do que realmente é. Talvez você esteja certo, tá na hora de encher essa casa.
Segundo, espero que você esteja bem. Todo dia seu irmão me liga para saber como você está, mesmo eu avisando que não tenho nenhuma informação sobre você. Ah, e não comente isso com ele, ele pediu segredo.
Ele começou um hobby novo, junto com a Elizabeth, pelo que entendi foi a terapeuta de casal que recomendou. E adivinha o que é?! Aulas de dança. Isso mesmo. Já avisei que na próxima festa, eles vão abrir a pista de dança.
Ah, isso também é segredo. Elizabeth que contou para mim.
Seu irmão é um homem cheio de segredos. Por favor, não seja assim!
Sei que ainda faltam uns meses ainda e isso tá me deixando um pouco surtada.
Que o tempo passe super rápido e você volte logo para casa!

Te amo demais! Saiba que estou pensando em você. ❤

Beijos,


No momento que termina de ler a carta escrita pela esposa, ele reler para se apegar ainda mais aos detalhes. Claro que o que mais o chama a atenção foi quando ela concordou em ter filhos, o que ele tanto esperava e ela nem o esperou voltar para casa para contar essa novidade. E depois algo cômico para aliviar tudo isso que ele está vivendo: imaginar o irmão em uma aula de dança. Ele era a pessoa mais sem coordenação que existia e saber que ele estava fazendo aulas foi uma novidade que ele não esperava.
E assim eram as cartas de , sempre descontraída, até mesmo por papel. Ele sabia que se estivesse com algum problema, ela não contaria. Ela nunca contou, porque, como ela mesma disse: “O que você vai fazer para mudar estando em outro continente?”. E aquilo era a mais pura verdade.


Cinco meses atrás

Numa sexta-feira comum para , ela chegou em casa de madrugada depois de trabalhar até tarde e, de lá, sair com as, nem tão mais novas, colegas de trabalho. Como ainda se considerava uma novata no escritório, ela sentia uma necessidade de sempre ficar um pouco mais depois do expediente acabar. Seja para mostrar serviço à chefe, ou para, na verdade, evitar ficar tanto tempo em casa sozinha.
Não que ela se achasse tão dependente assim do marido, ou que não gostasse da sua própria companhia, mas, infelizmente, tinha dias piores que não conseguia aproveitar o tempo sozinha por ficar tão preocupada com ele e a falta de notícias só piorava o seu estado.
Porém, naquele dia foi diferente. Ela aproveitou a noite com as amigas e chegou bem mais relaxada e tranquila em casa.
E, assim que entrou na cozinha, viu uma pilha de correspondências na bancada. Provavelmente sua mãe passou por ali mais cedo e pegou tudo que tinha na caixa dos correios para ela. Sim, essa era uma novidade dos últimos meses, a mãe aparecia do nada na sua casa. De primeira, ela até estranhou, mas depois viu o quanto foi bom as duas terem se aproximado mais.
Contas, contas e mais contas.
E uma carta dele.

, meu amor!

Recebi sua carta e, como sempre, me fez um bem danado no meio dessa loucura toda que estou vivendo aqui. Não vejo a hora de voltar e te ver de novo. E também quero ver meu irmão dançando, acho que até eu voltar, ele já estará bem avançado nas aulas de dança.
A gente poderia acompanhá-los, o que você acha?
Ah, mas isso é segredo do meu irmão, né? Quem sabe até lá ele não me conta sobre isso…
Como anda no trabalho? Você não falou nada sobre isso na sua carta. Espero que esteja gostando, sei o quanto você batalhou para conseguir esse emprego.
Falando em emprego…
Quando eu chegar, te conto uma novidade, algo que preciso fazer quando chegar em casa. Só não falo por aqui porque não gosto, você já me conhece.
Deixando o trabalho de lado, quero dizer o quanto fiquei FELIZ com a sua decisão! Não vejo a hora da casa estar cheia de crianças.
Espero que todos pareçam com você.
Ah, e quanto aos segredos, não se preocupe. Até se fosse o caso de eu querer esconder algo, o que não é, eu não conseguiria. Você me conhece muito bem.

Amo tanto você!
Contando os dias para voltar para você.




Dois meses atrás


Naquele sábado ensolarado, tinha um almoço marcado com suas amigas do escritório e já estava praticamente pronta para sair de casa, com uma roupa bem básica e fresquinha para aguentar o calor que aquele dia prometia.
Enquanto colocava os brincos, a campainha tocou e ela pensou que seria Emma, que combinou de dar uma carona para ela. Desceu as escadas um pouco apressada para não deixar a amiga esperando por muito tempo e, assim que abriu a porta, levou um susto. Não era Emma, era um homem e, pela farda, um oficial.
— Senhora ? — ele perguntou, com uma voz grossa de modo direto.
— Sou eu. — ela assentiu tentando manter a calma, mas até mesmo sem querer, ela logo pensou no pior.
Certeza que era uma notícia ruim sobre , para avisarem a ela pessoalmente na sua casa.
— Posso entrar para falar com a senhora? Prometo que serei breve.
— Claro, pode entrar.
— Tenente Reed. — ele se apresentou e estendeu a mão para ela, seguindo bem a formalidade de sempre de um militar. — Desculpa aparecer assim sem avisar, mas é um assunto importante.
— Aconteceu algo com o meu marido? — ela perguntou, um pouco afobada e nervosa com o que poderia ser.
— Sim, senhora . — ele começou. — Antes de contar o que ocorreu, adianto que o Sargento já está recebendo todos os cuidados possíveis.
Ele está vivo! pensou e respirou aliviada.
— O que aconteceu, então? Ele corre risco de vida? Onde ele está agora? — ela tentou, mas não conseguiu segurar todas as perguntas que apareceram na sua cabeça. — Posso visitá-lo?
— Ocorreu uma explosão em uma de nossas bases, justamente a que seu marido ficava. O último boletim médico informava que ele passou por uma cirurgia de emergência e agora está na UTI, mas que está estável, não se preocupe.
já estava preocupada.
— Posso vê-lo?
— Sim, era o que eu vinha propor para a senhora. Se quiser acompanhar seu marido enquanto ele estiver internado, podemos te levar até lá, mesmo que não possa ficar lá na UTI, mas pelo menos estará no mesmo país que ele.
— Eu vou, que horas é o voo?
— Podemos ir agora, se quiser.
— Só preciso de dez minutos.

Não demorou muito para arrumar uma mala pequena com o essencial para a viagem de última hora. Não era assim que ela esperava rever o marido depois de tanto tempo longe. Enquanto trocava de roupa para se livrar das roupas leves que vestia, seu celular tocou.
— Alô?
, tô aqui na sua porta, está pronta?
Era Emma. Por um momento, o almoço com as amigas desapareceu totalmente da sua memória.
— Emma, mil desculpas, mas não poderei ir. Vou viajar daqui a pouco.
— Viajar? Como assim, de uma hora pra outra? — a amiga perguntou, confusa.
está hospitalizado, vou pra lá pra ficar com ele. — ela disse rapidamente, querendo acabar logo com aquela conversa. Ainda estava muito nervosa e, quando falou o que estava acontecendo em voz alta, fez ficar pior ainda.
— Meu Deus, ! Posso ajudar com algo? — falou assustada.
— Obrigada, mas só o que eu posso fazer agora é ir pra onde ele está. Tenho que desligar, estão me esperando pra ir o mais rápido possível.
— Ah, claro, amiga. Notei agora o outro carro aqui perto da sua casa. — ela disse. — Boa viagem, espero que tudo dê certo.
— Eu também espero, Emma.

Poucas horas depois, ela e o Tenente Reed estavam no avião. Ele se ocupava durante o voo com muitas revistas, que comprou antes de embarcar. , no entanto, não conseguia se concentrar em nada. Qualquer música que ela tentava escutar no fone de ouvido a irritava, principalmente as músicas com letras mais animadas e felizes, e outras lembravam .
Infelizmente ainda não estavam nem na metade do voo.

Depois de tantas horas de voo, eles finalmente chegaram em um hotel.
— Não tem como eu vê-lo agora, né? — perguntou, mesmo já sabendo a resposta para sua pergunta. Eles estavam no elevador, cada um com a chave do seu quarto.
— Só amanhã no horário de visitas, senhora . — ele respondeu, pacientemente. — O melhor é a senhora descansar agora.
— Tudo bem. — ela concordou enquanto saía do elevador. — Obrigada pela companhia, Tenente Reed.
Ela só esperou o homem responder algo para seguir pelo corredor na direção oposta à dele para o seu quarto.
Assim que entrou, largou a pequena mala num canto do cômodo e se jogou na cama do jeito que estava. Tudo aquilo que aconteceu durante o dia acertou em cheio e, até ela estranhou, adormeceu em poucos minutos.

— Já tá na hora, posso entrar pra vê-lo? — perguntou, impaciente.
Naquela manhã, chegaram um pouco antes do horário de visita começar para conversar com o médico responsável por . Depois de informar tudo e tirar as dúvidas dela, deu o tempo para o horário de visita começar.
— Claro. só lembre das recomendações, por favor. — o médico disse.
Assim que entrou, seguindo o médico à sua frente, ela logo sentiu o frio que aquele local fazia. Estava ansiosa para ver o marido depois de tanto tempo, só não pensava que seria nessas condições.
E lá estava ele, não tão deitado porque a cama estava um pouco inclinada. Com a cabeça toda enfaixada e com um pijama do hospital.
— Sargento, olha só quem chegou pra te ver. — o médico anunciou para ele, até então ele não tinha visto a esposa, que estava atrás do médico. — Vou deixar vocês à sós. — ele disse baixo para ela e sai do cômodo.
Até aquele momento, tinha se segurado muito para não se desmanchar em lágrimas, principalmente enquanto o médico explicava toda a situação do .
Mas quando ela viu de perto como ele estava, ela não se segurou mais. Primeiro, por lembrar que por pouco ela não perdeu o amor da sua vida. E segundo por ficar até um pouco aliviada por ver que, tirando alguns detalhes, ele parecia bem à sua frente.
— Amor! — ele exclamou, com muita dificuldade. Dava para ver como estava surpreso em ver a esposa ali. Os últimos dias para ele pareciam confusos, ele não lembrava de praticamente nada.
— O médico disse que você não pode falar muito. — ela logo o alertou, preocupada. — Vim assim que soube o que aconteceu. Meu Deus, ! Assim que o tenente bateu na porta lá de casa, eu achei que tinha te perdido. — tentou respirar fundo e enxugou as lágrimas que caíam.
— Eu não lembro do que aconteceu. — ele admitiu — Talvez seja até melhor assim.
Eles ficaram se encarando por um tempo, apenas observando as mudanças que aconteceram um no outro nos últimos meses.
— Você cortou o cabelo. — pontuou — Gostei, tá linda. — sorriu para a esposa.
— Obrigada… Eu cortei algumas vezes durante esse tempo. — ela piscou o olho para ele. — Queria tanto te dar um abraço, mas disseram que não pode. — comentou cabisbaixa.
— Deixa só eu ficar novo em folha que eu não te largo mais.
— Eu não vejo a hora. Fico tão preocupada com você… Te amo demais.
— Meu amor, não precisa se preocupar, eu já tava decidido a sair disso, quando acabasse essa missão. E depois disso que aconteceu, não tenho mais dúvida alguma.
— Ainda bem, eu não aguentaria isso tudo de novo!
— Mas em que mais eu posso trabalhar?
Ficaram durante o resto do horário de visita pensando em quais outros empregos ele se encaixaria bem, depois que saísse do exército, definitivamente.


Hoje

Depois de algumas semanas em recuperação, teve alta do hospital e foi liberado para voltar para casa, mas com mil recomendações para seguir ainda mesmo fora do hospital. E assim que eles chegaram em casa, as visitas começaram a aparecer, todos preocupados com ele e querendo matar a saudade ao mesmo tempo.

Após alguns dias, , junto dos outros familiares, organizaram outra reunião de família, mas dessa vez com outros ares, bem diferentes do último que aconteceu na mesma casa um ano atrás.
Mais tarde, depois que o último convidado foi embora, recolhia toda louça suja que foi usada no jantar, enquanto a observava de longe, sentado no sofá da sala.
— Por que não deixa pra arrumar isso amanhã?
— Você sabe que eu não consigo dormir sabendo que o estado da casa é esse. — ela falou como se fosse óbvio, enquanto colocava os pratos na máquina de lavar louças. — Parece até que não me conhece.
— Eu só queria aproveitar que agora estamos sozinhos...
— Calma, já tô acabando.
! — apressou a esposa, só por implicância.
, deixa de ser impaciente. — exclamou assim que entrou na sala, se sentando ao lado do marido.
— É que ainda não matei a saudade que tava de você. — disse puxando-a para um abraço. — Nossa, eu contava os dias para estar assim de novo.
— Eu também, meu amor. — deu um beijo rápido nele. — E agora mais feliz ainda porque você não vai mais embora.
— Ah, daqui não me tiram nem à força! — falou e puxou para um beijo cheio de paixão e carinho.

“I've waited so long just to come hold you”


Fim



Nota da autora: Sem nota.





Outras Fanfics:
Young Dumb Thrills [McFly/Em Andamento]


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