Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

Mais uma vez fez o mesmo caminho de volta para a casa, ouvindo uma música qualquer em seu celular enquanto olhava a estrada pela janela do ônibus, desejando profundamente que ele estivesse esperando ela quando chegasse em casa, mas ela sabia que quem estaria esperando ou ligaria para ela era .
Tudo o que ela queria naquela noite era vê-lo. Sentir o toque de suas mãos grandes em sua pele frágil, sentir os lábios quentes dele sob os seus, sentir inúmeros arrepios enquanto os lábios deles deslizam por suas costas. Ela queria senti-lo de toda a forma possível, mas não era isso o que estava planejado para a noite, e ela sabia disso.
A garota suspirou fundo, abrindo sua bolsa e procurando pelo seu tão adorado remédio. Retirou um comprimido da cartela e o engoliu a seco, o que lhe causou uma vontade terrível de vomitar, odiava ter que tomar seus remédios sem água, mas ela não tinha outra opção naquele momento e ela precisava desesperadamente desse remédio para acalmá-la e fazê-la esquecer as coisas por um dia. Ótimo, agora vou relaxar e depois beber um bom vinho, pensou a garota, pois sabia os efeitos que o remédio lhe dava quando misturado com bebida, a deixava totalmente fora de si, e mesmo correndo altos riscos pelo remédio ser tarja preta, ela não se importava nem um pouco com a sua vida, ela queria mesmo é estar fora de si, estar chapada o tempo todo e esquecer da existência de .
Estava tão perdida em seus pensamentos que nem notou quando o ônibus parou na esquina de sua rua. cambaleou pelos bancos do ônibus sem se importar muito com os demais passageiros, mas, seus amigos notaram seu estado de total relaxamento, ela definitivamente não estava em si. Despediu-se de algumas pessoas que conhecia da faculdade e desceu do ônibus, entrando em sua rua deserta, apenas iluminada pelos postes.
A garota tentou se concentrar em , mas seus pensamentos sempre se desviavam para .
- Por que, ? Por que você, ? – a garota gritou, não se importando se seus vizinhos tivessem ouvido, no momento, ela não se importava com nada.
Abriu os portões brancos de sua casa e entrou pela porta dos fundos. Encontrou sua gata no sofá, fez um carinho na cabeça da mesma, respirou fundo e partiu direto para o seu quarto.
Pegou o celular e foi para a lista de contatos. Lá estava o nome dele, . Como ela queria poder ligar para ele e dizer o quanto precisava dele naquele momento, mas ela simplesmente não podia, então tratou logo de procurar pelo nome de e discar o numero do seu ex e atual namorado, se é que ela considerava como seu namorado.
- Alô? – Disse um aparentemente chapado por causa da voz.
- ? – Disse receosa.
- Oi, , já chegou da faculdade? – Pelo tom de voz, a garota percebeu que ele estava mesmo chapado.
- Sim, você vem me buscar? – Disse ela, mexendo freneticamente os pés no chão e procurando por alguma blusa mais decente para vestir em seu armário.
- Claro, já estou indo – Finalizou , o que fez desligar o aparelho celular e foi logo pegando a primeira blusa que lhe apareceu no meio da bagunça de seu armário.
Vestiu uma blusa preta com um decote bem vistoso, passou um pouco de perfume, retocou a maquiagem e foi até a cozinha, agarrando logo uma taça grande e misturou vodka com energético e bebeu o líquido como se fosse água, ela queria mesmo esquecer do maior problema de sua vida.

Ouviu a buzina da moto de e saiu de fininho pela porta da frente e trancou a mesma junto com o portão e colocou o molho de chaves no bolso de sua calça jeans. - Aí está minha linda garota – Ouviu dizer ao se aproximar, recebendo um breve beijo em sua bochecha.
- Ei – Disse a garota, forçando um sorriso e pegando o capacete que lhe oferecera. A garota subiu na moto e os dois partiram para o parque central da cidade.

Não havia muito movimento naquela sexta, apenas algumas pessoas passando de carro e encarando , mas ela já estava acostumada com os olhares para ela, já não gostava nada daqueles olhares, principalmente quando seus melhores amigos olhavam para ela, mas o que ele podia fazer se escolhera justo uma das garotas mais lindas da cidade para namorar? Se é que considera isso um namoro.
O garoto a abraçou por trás e lhe entregou um copo de vinho, o que fez a garota quase pular de alegria, afinal, álcool era tudo o que ela precisava no momento. Um dos amigos de estava enrolando um cigarro de maconha, o que deixou ainda mais animada, a ponto de começar a rir pela primeira vez na noite, o que fez se animar também. foi a primeira a tragar o baseado, puxou a fumaça com tanta força, que esse gesto a fez tossir imediatamente, despertando a passageira curiosidade de . sentiu a cabeça começar a girar e seu corpo ficar mais leve, passou a mão por seus cabelos, deixando os fios macios do mesmo deslizarem perfeitamente pelos seus dedos e mordeu seu lábio inferior para abafar um riso sem motivo. Ouviu alguma música de algum carro começar a tocar e passou a se movimentar exatamente no ritmo da mesma, o que fez os garotos em volta ficarem hipnotizados com tanta beleza e sensualidade.
aproximou-se da mesma e a abraçou forte. Virou o rosto da garota para si e juntou seus lábios de uma forma urgente.
A garota cedeu ao beijo daquele que tanto a desejava, afinal, ela gostava de , apesar de não ser paixão, e tão pouco amor, mas ela gostava do rapaz, afinal, ele fora seu primeiro namorado quando a garota tinha apenas treze anos.
entrelaçou seus dedos no cabelo de com vontade, deixando a língua dele dominar a sua, ela simplesmente amava homens no comando, embora fosse totalmente o contrário. tinha todas as qualidades que gostava. Era bravo, ciumento, dominador, explosivo e decidido, tudo o que mais apreciava em um homem, já era sensível, indeciso, um tanto quanto lento, muitas vezes que tinha que tomar atitude, se não ele não fazia nada, um pouco inexperiente, carinhoso, preocupado, dedicado e cavalheiro. realmente não sabia o porquê diabos foi se apaixonar por e por que raios ele não saia mais de sua cabeça.
Ao deparar-se pensando em , afastou com um pouco de força de si, passou as mãos pelo cabelo e sentiu uma vontade terrível de chorar. foi até a garota e a abraçou, perguntando se tinha acontecido alguma coisa.
A vontade de era dizer “Sim, aconteceu que eu me apaixonei por e não sei como sair dessa, não sei quando esse sentimento vai me deixar e se ele vai me deixar, nenhuma droga no mundo é capaz de me livrar de , entende isso ?”, mas ela apenas ficou calada e engoliu o choro, dizendo que estava um pouco zonza, mas na verdade tudo o que ela precisava naquele momento era .
resolveu recompor-se, ela não se deixava ser tão fraca, muito menos por causa de homem. Aprendera desde cedo que os homens de alguma forma vão embora, pois cresceu sem seu pai, e aprendeu da maneira mais difícil que nenhum cara é capaz de ter algo sério com ela, todos fogem, exatamente igual ao seu pai, ela costuma os chamar de covardes e queria odiar do fundo de sua alma mortal essa espécie, mas era tarde demais para pensar em odiar alguém, pois ela já amava e odiava ao mesmo tempo e o amaldiçoava por ter feito ela se apaixonar, ficar tão cativada com tudo o que ele fez, ela simplesmente odiava esse sentimento e a maneira como a deixou, sem dizer uma palavra, uma única explicação, ele preferiu ficar solteiro que ao lado dela, ele não gostava dela o suficiente para assumir alguma coisa séria, e gostava dele o suficiente para qualquer coisa.
Os dois estava há semanas sem trocar uma palavra, mas parecia que vinha sendo um longo ano desde sua ultima conversa. não suportava mais pensar em tudo relacionado à , então resolveu dar mais um longo trago no baseado que ainda rodava entre os amigos de , até sentir seu corpo totalmente amortecido e sua mente totalmente anestesiada.
percebeu a situação de e resolveu tirá-la daquele lugar, antes que algum carro pudesse atropelá-la.
A garota subiu na moto de e começou a rir por causa do seu capacete, o que fez o garoto rir junto antes de dar partida na moto e sair em alta velocidade pelas ruas da cidade.
Segurou-se firme no rapaz e sorriu, ela gostava da adrenalina que a moto lhe causava, gostava de velocidade e de correr riscos, coisas que ela só tinha com .
O garoto decidiu ir até sua casa e convencer a dormir com ele por aquela noite, então estacionou a moto em frente a mesma e ajudou a descer. O que não estava nada planejado era que morava na rua de trás de , mas estava tão chapada na hora que nem percebeu esse pequeno detalhe.
entrou para verificar se sua mãe já estava dormindo e deixou sozinha na rua com uma garrafa de cerveja em mãos.
A garota começou a virar em círculos com os braços abertos, hora dava um gole na cerveja, hora voltava a virar até o momento em que percebeu que a cerveja havia acabado e sem pensar duas vezes a garota joga a garrafa para trás e no mesmo instante ouve um forte barulho e freio de carro sendo acionado. olhou para trás e simplesmente congelou. Ela pensou estar tendo uma alucinação por causa das drogas, mas no instante seguinte a porta do carro se abre e sai um furioso do mesmo.
- Ficou maluca, garota? Você quase quebra o vidro do meu carro – disse sem notar que era quem jogara a garrafa em seu carro.
A garota não disse nada, ela estava frágil demais na presença dele para pronunciar uma sílaba sequer, foi então que percebeu que era que estava ali, bem a sua frente.
- ? – O garoto disse com os olhos arregalados, incrédulo ao ver o estado da garota.
Ela não conseguiu se conter e soltou uma longa gargalhada de deboche pelo o acontecido. Na mente dela, ela estava falando azar não ter acertado a garrafa na sua cabeça e sim no seu carro, hoje não é o meu dia de sorte mesmo, mas ela só conseguia rir de seus próprios pensamentos, o que deixou seriamente assustado.
- Você está bem? O quanto bebeu hoje? – disse olhando diretamente nos olhos vermelhos da garota.
fez sua melhor cara de ironia e balançou a cabeça negativamente.
- , , há semanas que não nos falamos e sua primeira frase é perguntar o quanto eu bebi? – Disse ela, rindo em seguida.
- Eu perguntei se você estava bem antes – deu de ombros, os dois adoravam desafiar-se, era um tipo de passatempo para eles.
- E é da sua conta como eu estou? – Perguntou ela com o mesmo sorriso sarcástico de antes nos lábios.
Antes que pudesse retrucar com a garota, aparece por trás de e vê os dois conversando.
Tudo fez sentido para naquele momento. estava com , por isso estava chapada daquele jeito, e o garoto não sabia direito o porquê, mas uma pontinha de ciúmes atingiu-o bem no fundo do peito.
- E aí, ? – foi até , esticando sua mão em direção ao rapaz para cumprimentá-lo.
- Ei, cumprimentou o rapaz com um pouco de desgosto, apesar de que ele não podia mostrar que estava desgostoso com aquela cena, não na frente de dois chapados prestes a rir da cara dele.
- Vamos, ? Minha mãe já dormiu – Disse apertando a cintura da garota.
estava paralisava e ainda mantinha os olhos em . Não sabia o que fazer, nem como agir diante dos dois, tudo o que ela queria naquele momento é ser invisível ou passar a não existir mais, tudo seria bem mais fácil se fosse desse jeito, mas quem disse que na vida alguma coisa é fácil?
- Você vai com ele? Você vai com o seu ex? – simplesmente não aguentou e perguntou para , sentindo uma ponta de raiva brotar dentro de si.
- Eu... Eu não sei – disse abraçando a si mesmo.
- Como assim não sabe? Você vai comigo – insistiu.
- Ela não pode ir com você, não percebe o estado dela? Ela tem que ir para a casa, tomar um bom banho e dormir – Disse .
- Eu posso dar um banho nela e colocá-la para dormir – Retrucou .
- No estado em que você está? Desculpa, mas não dá para confiar.
vai comigo.
- Não, ela vai comigo, – Finalizou puxando pela cintura.
parou e o encarou seriamente, por mais que dar uma de superior para fosse a melhor saída, ela realmente não estava afim de cair nas graças de naquele noite. O melhor era ir embora e esquecer essa noite miserável.
- , é melhor eu ir para a casa, nem você e nem eu estamos em condições de nos virar, é melhor eu ir com ele - Custava para pronunciar o nome do sem sentir um frio congelar sua boca do estômago.
simplesmente deu as costas a eles e entrou em sua casa, tentando ignorar toda aquela situação desconfortável que acabara de passar.
A garota sentia as pernas tremerem enquanto caminhava até tão conhecido carro de .
O garoto abriu a porta para que ela pudesse entrar e ela o fez, tão delicadamente que fez suspirar por alguns segundos ao lembrar-se do lado bom da garota, de como ela era quando estava sóbria, dos planos que a garota fazia, do jeito como ela ria e do jeito como ela o fazia rir a todo o momento. Sem dúvidas a companhia de era a mais agradável do mundo para . O garoto acordou de seus devaneios e entrou no carro, dando partida no mesmo, rumo à casa de .

O caminho de volta foi silencioso e cheio de recordações, a presença de ambos traziam memórias, como uma foto antiga que quando você vê, pode se imaginar no lugar e todas as coisas que fez naquele momento, era assim que os dois se sentiam.
estacionou lentamente o carro em frente a casa da garota, reconhecendo o tão famoso portão de grades brancas e a casa toda em tom azul com janelas também em tom de branco.
fuçou em seu bolso e não conseguia achar as chaves de sua casa.
- Merda – Indagou a garota, levando uma das mãos até a testa.
- O que aconteceu? – Perguntou .
- Perdi minhas chaves, agora vou ter que esperar amanhecer na calçada até minha mãe abrir o portão.
- Relaxa, eu espero junto com você – Disse calmamente, tentando tranquilizar a garota.
não disse nada, apenas abriu a porta, ameaçando sair do carro, mas a segurou pelo braço.
- Eu não vou te deixar sozinha, ficou louca? Dormiremos no carro até amanhecer – Disse o garoto.
soltou o ar pesadamente de seus pulmões, cruzando os braços sobre o peito.
- Tudo bem – Deu-se por vencida – Mas vamos esperar na praça da rua de cima da minha casa.
- Você quem manda – Disse ele com um sorriso bobo nos lábios, o que fez sorrir involuntariamente.
deu partida no carro e virou a rua, dando a volta na praça e estacionando o carro em baixo de uma árvore.
Os dois foram para o banco de trás e encostou delicadamente a cabeça da garota em seu braço, deixando-a apoiada no mesmo. o abraçou pela cintura, enquanto sentia o garoto acariciar seu braço com as pontas dos dedos.
Naquele momento tudo parecia perfeito, adorava ficar horas e horas sem dizer uma palavra ao lado de , apenas inalando seu perfume e sentindo suas carícias, era a melhor coisa no mundo para ela.

As horas se passaram e o sol estava quase aparecendo quando percebeu que adormecera, então ela tratou logo de soltá-lo lentamente e abrir delicadamente a porta do carro.
Ela não poderia ficar mais nem um segundo ali. Era tudo muito perfeito para a vida dela, e ela lembrou-se de que os homens sempre vão embora e ele iria destruir o coração dela mais uma vez, se ela ficasse mais próxima, o sentimento só ia crescer e ela não saberia como suportar aquilo, não poderia lidar com tudo outra vez, então ela simplesmente foi embora.
Os pés descalços no asfalto lhe dava certo alívio, pois ninguém ouviria seus passos. A garota girou lentamente a fechadura do portão de sua casa e percebeu que ainda estava trancado, então ela se lembrou de sua tia que morava na mesma rua e sempre estava acordada. Era a tia mais incrível do mundo, cujo marido a traiu e ela o odeia do fundo da alma.
Foi correndo pelas calçadas até chegar ao portão da casa de sua tia e adentrou-o, explicando para a tia que perdeu a chaves de casa. Sua tia lhe ofereceu um bom chá e deixou a dormir em seu sofá enquanto amanhecia o dia lá fora.

acordou e deparou-se sozinho no carro. Saiu imediatamente do mesmo e procurou por pela praça, mas nem sinal da garota. Então ele enfrentou a dúvida que brotava em sua mente fugiu.
Desanimado, o garoto voltou para o carro e deu partida em direção a sua casa, sem saber o porquê de ter ido embora, sem saber que ela não conseguia lidar com sentimentos que a controlavam o tempo todo. E assim, sem saber de nada, partiu.


abriu os olhos e percebeu que o sol já havia nascido faz tempo, provavelmente era umas cinco horas da tarde, ela percebera isso ao notar a cor do céu através da janela da casa de sua tia. A garota levantou-se meio zonza, colocou a mão sobre a cabeça, fez uma careta e pequenos flashes da noite passada lhe vieram à memória.
Inclinou seu corpo em uma tentativa de se levantar e pegou o celular que estava em seu bolso para ver as horas e percebeu que estava tarde e que provavelmente ela estava atrasada. Notou que havia duas ligações perdidas de e uma de , então, ela balançou a cabeça negativamente, pois havia um terceiro número não citado que talvez a empolgasse um pouco mais.

A garota passara um tempo conversando com sua tia e as duas decidiram que seu primo a levaria para a festa. Após uma refeição deliciosa, voltou para a sua casa e tomou um longo banho. Assim que chegou até seu quarto, a garota correu até seu armário, vestindo uma meia arrastão preta e um vestido colado preto e verde, junto com uma sandália preta aberta na frente. Foi até a penteadeira e colocou seus brincos de argola e se maquiou apressadamente, passando perfume em seguida e ainda pensando porque raios essa festa tinha que começar às três da tarde.
Ouviu a buzina do carro de seu primo embaixo da janela do seu quarto e saiu apressadamente, mandando um beijo no ar para sua mãe que a elogiou assim que a viu. Ela estava estonteante.
Entrou no carro e cumprimentou seu primo e mais um amigo que estava de brinde no carro e os três seguiram rumo a festa.
Não demorou muito até chegarem ao local tão esperado por eles, que estava devidamente lotado.
Entraram na fila e acenou para um conhecido, na verdade, um de seus ex casos e aproveitou para furar fila assim que avistou sua prima junto com seu namorado. Chegou às portas da imensa mansão e foi recepcionada por um garoto que tentou inutilmente passar uma cantada em , mas a garota estava mesmo afim de pegar um copo que eles sempre distribuem nessas festas e ir encher a cara de vodka.
Desceu os degraus que davam para a imensa piscina e foi logo entrando na fila para pegar vodka. Juntou-se a sua prima e seu namorado, quando ouviu a música começar a tocar, e foi bebendo o líquido em seu copo com um pouco de pressa, pois a garota tinha sede quando acordava.
Antes mesmo que o seu copo de vodka chegasse a metade, a garota olhou para o lado para ver o movimento, deparando-se com descendo os degraus da escada que dava para a piscina. Os raios fracos de sol de fim de tarde iluminavam seu rosto, e só pensava em como ele estava lindo em sua camisa polo branca junto com sua calça jeans e all star brancos.
- Merda – Disse ela baixinho, amaldiçoando de todas as formas a beleza do rapaz.
A garota passou a ficar inquieta e beber ainda mais vodka. Sua prima com o namorado dela perceberam a agitação da garota, mas nem perguntaram o porquê, o simples fato do álcool estar começando a agir no corpo de menosprezava qualquer curiosidade sobre ter algo a mais incomodando a garota.
Ela olhava atentamente para o lado contrário do de , tentando de alguma forma não ter que encará-lo, mas tudo foi por água a baixo quando sentiu uma mão firme em sua cintura.
O doce cheiro do perfume tão conhecido por ela invadiu suas narinas e ela soube que naquele momento ela respirou pela primeira vez no dia.
A garota olhou para o lado e deparou-se com perigosamente perto dela. O garoto não hesitou e lhe deu um breve beijo na bochecha e um longo abraço em seguida.
- Que bom que você está bem – Disse o garoto aparentemente confortado.
Ter os braços de em volta de sua cintura parecia que tudo era como deveria ser. Essa sensação era assustadora demais para a garota, então sem dizer nada ela o afastou delicadamente, pois se ficasse mais um segundo nos braços do garoto não ia querer mais sair.
Sem hesitar, o garoto foi para a fila de bebidas e sentiu um alívio estranho, pois não sabia o que era melhor: tê-lo por perto ou mantê-lo longe.

As horas passaram quando percebeu que estava no quarto copo de vodka. Ela já não estava sóbria e gostava disso, apesar de tentar distrair-se, a garota olhara outra vez na direção de e então reconheceu ao lado de e a garota achou um tanto estranho, pois até semanas atrás ele estava namorando e ela não conseguia entender porque diabos ele estava naquela festa.
A garota terminou de beber a vodka e sentiu alguém esbarrando nela ao passar, mas foi tão forte que a garota quase desequilibrou, ficando a centímetros da piscina.
- Só podia ser – A garota revirou os olhos ao perceber que foi quem esbarrou com toda a força na garota.
- Covarde – Ela gritou alto, tanto, que fez virar para trás e encará-la, furioso.
- Foi para mim esse covarde? – Disse ele enquanto se aproximava dela.
- Tem algum outro covarde por aqui? – Disse ela encarando-o de volta.
- Você tá doida? Perdeu a noção? – Disse ele já em um estado de alta tensão.
A garota não disse nada por um momento, apenas deu seu sorriso sarcástico que sabia muito bem que irritava , aliás, irritava qualquer ser humano que estivesse furioso com ela.
- Você esbarra em mim e nem para pedir desculpa você consegue prestar – Disse ela, fazendo pouco caso do garoto.
- Escuta aqui – disse, parando por alguns segundos para respirar antes de começar a falar novamente – Foi você quem não me quis, e você sabe o porquê, não tenho que gritar aqui para ele ouvir, então não venha pensando que eu vou correr atrás, que eu vou ficar te cumprimentando como se nada tivesse acontecido, porque eu não vou – Finalizou ele.
- Que seja – Disse ela, dando as costas ao garoto.
Por um momento pensou em jogar na piscina de tanta raiva que ficou da garota, mas ele não ia fazer cena naquele momento, não podia mostrar para o mundo do que ele era capaz, ainda mais porque agredir uma mulher não era perdoável aos olhos de ninguém, então ele simplesmente retomou o fôlego e continuou andando no lado contrário da garota.

Após dançar com algumas amigas que encontrara aos arredores do quintal daquela mansão, decidira falar com e revelar a ele tudo o que sentia, afinal, ele não tinha ideia de como ela se sentia.
Começou a caminhar em direção a ele, quando viu o corpo de tomar a sua frente, fazendo o corpo da garota colidir com o corpo do rapaz.
- O que me surpreende disso tudo é eu não ter derramado minha bebida – Foi a primeira coisa que conseguiu dizer para o atraente rapaz a sua frente.
não disse nada, apenas envolveu seu braço na cintura da garota e puxou o corpo da garota para si.
estava confusa, afinal, ele é o melhor amigo de e isso não era legal, então, ela simplesmente o empurrou com certa gentileza, mas o bastante para manter o corpo do rapaz afastado do seu.
- Você não quer isso também? – finalmente perguntou.
- Não – Ela olhou para os lados um tanto insegura, apesar de que ninguém estava realmente notando a presença dos dois ali – Não parece certo e eu preciso fazer uma coisa antes, sinto muito – Finalizou a garota, deixando surpreso, mas ao mesmo tempo fascinado por ela.
A garota finalmente conseguiu chegar até , que estava conversando com algumas pessoas desconhecidas por ela, mas ela precisava fazer isso, era agora ou nunca.
- , podemos conversar a sós? – Disse ela um tanto apreensiva.
O garoto a encarou espantado, ele podia jurar que era a última coisa que podia ver fazendo, então, ele acenou positivamente com a cabeça e seguiu até o jardim da frente daquela mansão.
A garota parou seu corpo de frente ao de , sentia o vento gélido da noite tocar sua pele e passou as mãos sobre os braços, antes de começar a falar.
- Ouça, , eu preciso ser honesta com você, eu preciso contar sobre o que eu sinto, eu sei que sempre escondo as coisas, mas eu acho que deveria conversar com você – Suspirou fundo ao terminar de dizer as palavras que custavam a sair de seus lábios.
- Tudo bem, , eu sei como se sente – Foi a vez do rapaz se pronunciar.
- Sabe? Como? – disse em um tom de surpresa.
- Sei porque eu também sinto o mesmo.
Por mais que essas palavras fossem exatamente as sete palavras que ela queria ouvir durante todo o tempo em que esteve com , parte dela teria que seguir de acordo com suas convicções.
- Isso não vai ser fácil de falar, ou mesmo de fazer, mas, eu não posso ficar com você – Disse , para a surpresa de e até dela mesma.
- Como assim? – Perguntou o rapaz, confuso.
- Quando você me deixou sem nenhuma explicação, apenas para ficar solteiro e curtir com os amigos, você fez uma parte dentro de mim ficar brava, triste – Ela pausou por um momento, olhando diretamente para os olhos do rapaz – Eu não posso deixar isso acontecer de novo. Veja, todos os homens que entraram em minha vida, saíram com tanta facilidade de quando entraram, todos me abandonaram, inclusive você e eu não posso deixar isso acontecer comigo, não mais, eu não posso me permitir sentir essas coisas de novo.
- Mas, , comigo vai ser diferente – O rapaz disse e tocou o rosto da garota, mas a mesma afastou-se de imediato.
- Então, por que você fez exatamente o que todos fizeram? – Perguntou ela, encarando-o seriamente.
- Porque eu também estava com medo de sentir essas coisas, assim como você está agora, mas eu posso te garantir que eu vou ser diferente de todos.
- Por que eu não acredito nisso? – Disse a garota.
- Porque você está com medo de se deixar permitir ser feliz uma vez na vida – O garoto disse em um quase imploro – Você tem que acreditar em mim, .
- Sinto muito, , mas essa é a minha decisão final.
Antes que ela pudesse ouvir qualquer outra influência para fazer ela ficar com ele que pudesse falar, ela lhe deu as costas e caminhou portão a fora, deixando o rapaz inconsolado e totalmente confuso, o bastante para não segui-la e a fazer mudar de ideia, ele podia esperar até amanhã, quando ela estivesse sem álcool na cabeça para ter essa conversa novamente com ela.

andava pelas ruas nos arredores da mansão um tanto pensativa, por um lado ela gostaria de acreditar que pudesse ser diferente de tudo o que ela já viu, mas ao mesmo tempo, a garota sabia que era inconstante demais para o rapaz e que eventualmente ela iria machucá-lo, assim como ele a machucou.
Viu um carro vermelho andando lentamente ao seu lado e curiosa, a garota simplesmente parou de andar e o carro ao seu lado fez o mesmo. deu a volta por trás do mesmo e abriu a porta do banco passageiro e o adentrou.
- E então, conseguiu? – Disse a tão familiar voz masculina ao lado dela.
- Sim, tenho o número e a senha do cartão dos dois e eles realmente acreditam que estou apaixonada por – A garota sorriu e balançou a cabeça negativamente, debochando da inocência dos rapazes daquela cidade.
- Você é sempre tão inteligente, e essa é uma das inúmeras razões pelas quais eu te amo, .
- Você pode contar comigo sempre, meu amor – Disse a garota, depositando a mão sobre o rosto do rapaz e o acariciando de leve – Eu também te amo, – Ela sorriu feito boba para o seu amado – Obrigada por ter me salvado de mais um homem que não quis ficar.
- Tolos eles, eu sempre quis ficar – Disse , selando seus lábios nos lábios da garota.
Agora eles podiam seguir com seus planos, agora eles podiam morar em uma cidade em um estado completamente diferente. O rapaz ligou o carro e assim os dois partiram, dando início a um começo feliz de um trágico fim.

I’m a hurricane





Fim



Nota da autora: Eu tinha escrito essa fic (era para ser uma long fic) muitos e muitos anos atrás e nunca consegui terminar, então, achei uma ótima ideia para essa ficstape! Espero que gostem e perdão por ser tão pequena. Beijos.




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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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