Capítulo Único
Obs. Satiríase é o desejo sexual excessivamente forte no sexo masculino.
O hospital para crianças com câncer de Washinton DC tinha os melhores profissionais do mercado, com oncologistas de primeira linha, enfermeiros treinados para qualquer tipo de situação e psicólogos ótimos que visavam além da recuperação física da criança, a sua saúde mental. Acontece que, dentre tantos profissionais, um em questão se destacava: null null, o oncologista mais odiado e ao mesmo tempo amado do hospital.
null null sempre foi o típico rico, filho de papai, que seguiu a profissão escolhida pela sua família. E as escolhas de sua família, o fizeram perder coisas (e pessoas) extremamente importantes. Mas agora, com seus 30 anos, ele não precisava mais da família para lhe dizer o que devia ou não fazer. null fazia e falava o que bem entendesse e quisesse, e daí provinha o ódio e desgosto de boa parte do hospital para com ele. Dentre as poucas pessoas que gostavam de null, um era seu melhor amigo, null null, também oncologista. E null null era o tipo de cara que vivia falando, e no momento null o escutava falar sobre um assunto muito comum entre homens: sexo.
— É normal gostar de sexo, Chaz, todo homem gosta, mas você já ouviu falar daquela frase: Tudo em excesso faz mal? Pois é, ser um satiríaco não é normal, e não é bom para sua saúde mental e muito menos para o seu pau. — continuou tagarelando como um papagaio e null só pensava em como queria que null calasse a boca. — É normal fazer sexo todos os dias, mas você faz muito mais do que apenas uma vez por dia. Isso vai acabar comprometendo sua saúde mental...
— Cara, para de falar sexo e saúde mental nas mesmas frases, isso não combina.
— Você devia me escutar.
— Fazem exatos trinta minutos que você fala sem parar, não consigo me lembrar de porra nenhuma. — null reclamou e passou as mãos pelos cabelos castanhos. Estava cansado de null falar sobre os problemas de ser satiríaco.
— Cara, eu só quero seu bem. — null falou em um null de voz chateado. — Sugiro que você se consulte com alguma psicóloga ou psicólogo daqui. Faça algumas sessões, sabe?
— Faça-me rir, todo mundo aqui me odeia. E não vou falar sobre isso com uma pessoa desconhecida, não mesmo.
— Bem, você se lembra da doutora Maison?
— Aquela velha cacarenta? null, você está bêbado? Aquela múmia não sabe o que é transar há muito tempo. Aquela boceta deve estar cheia de teias, isso sim.
— Está vendo, se você não passasse tanto tempo se preocupando em transar ou pensando na transa, saberia que a doutora Maison se aposentou. — null soltou um grito de comemoração e null rolou os olhos. — Uma nova psicóloga foi colocada em seu lugar, e tem quase um mês! Ela é nova e não se dá bem com quase ninguém daqui. Pelo que falaram, ela é meio antissocial, você devia marcar uma consulta com ela.
null ponderou por alguns instantes, afinal, se marcasse a consulta, deixaria null feliz e o homem também pararia de encher o seu saco com esse assunto. Por outro lado, não confiava na mulher para falar abertamente sobre sexo com ela. Como dizer para outra pessoa que era satiríaco? No fundo da consciência de null, ele sabia que isso não era normal e que era pouco aceito na sociedade em que viviam. Mas ele suspirou pesado e respondeu:
— Tudo bem, marque uma porra de uma consulta. Vamos ver se essa psicóloga tem colhões o suficiente para lidar com isso.
Os olhos de null se abriram com a claridade vinda da janela de seu consultório. Havia dormido em trabalho outra vez. Colocou as mãos ao redor do rosto e apoiou os cotovelos na mesa. Estava exausta, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Simplesmente estava cansada da vida idiota que levava, e não sabia o que fazer para reverter essa situação. null apenas rodava em círculos junto de seus problemas.
— Ok, null, liste. — Falou consigo mesma e começou a escrever numa folha de papel em branco com sua caneta com de rosa.
Motivos para minha vida estar uma droga:
1. Meu noivo me deixou.
2. Meu irmão pequeno está com câncer.
3. Meu noivo cansou de mim.
4. Estou sem transar há meses.
5. Esse hospital é horrível.
Motivos para minha vida não estar tão ruim:
1. Meu noivo era chato e não me fazia tão feliz.
2. Meu irmão tem câncer benigno.
3. Saiu da merda que era San Francisco.
Pelo visto, haviam mais contras do que prós, e isso fez com que null suspirasse entediada. Quando sua vida iria finalmente mudar? Quando iria aparecer aquele cara que tanto falam em filmes e livros? O que faz o coração bater mais forte, as pernas bambearem, as mãos suarem e agir como uma garotinha em seu primeiro encontro. Onde diabos, estava esse cara?
Suspirou irritada e prendeu os cabelos em um coque. Não, não iria começar a fantasiar o príncipe encantado que esperou durante toda a sua vida. Com certeza não existia esse cara que ela procurava. Não podia existir. Não se lembrava de sentir isso com ninguém, e provavelmente nunca sentiria. Pelo visto, o amor que tanto escutara seus pais dizerem não existia. Ou talvez apenas o amor de família existisse. Porque amava seu irmão. Sem nenhuma dúvida.
Escutou algumas batidas em sua porta e murmurou um audível “entre”. Era null.
— Ei, null! — Sorriu animada para ele. Era o único médico que fazia questão de tratar bem. Não sabia se era por ele ser tão bonito e gentil, ou por ele ser tão legal com ela também.
— E aí, null. — null se sentou na cadeira de frente para ela. — Tenho um pedido de amigo para fazer.
— Bem, então faça. — Sorriu nervosa. Se ele a chamasse para sair provavelmente faria uma lista de prós e contras e já podia imaginar qual ganharia...
— Sei que você só consulta as crianças do hospital, mas... — Ah que ótimo, era sobre trabalho, null pensou, precisou se segurar para não suspirar de frustração. — Você podia abrir uma exceção para mim, certo?
— Claro, você quer uma consulta?
— Quero, mas é para o meu amigo, ele está com alguns problemas e eu sugeri você, depois de algumas horas insistindo ele aceitou.
— Então é só você preencher essa ficha, ou então pedir para ele preencher e me entregar. Tenho uma vaga para daqui a três dias, às 10h da manhã.
— Ótimo, null. — null sorriu. — Muito obrigada mesmo.
E depois de mais um sorriso, se levantou para sair da sala. null fez uma careta frustrada enquanto olhava para alguns papéis em cima de sua mesa e null acabou vendo. Deu um sorriso divertido.
— Vejo você mais tarde. — Então null o olhou e recebeu uma piscada.
Será que ele seria capaz de fazê-la sentir o tão sonhado amor? Não custava tentar. Então começou a fazer mais uma lista de prós e contras.
Motivos para sair com null Gostoso e Gentil null:
Três dias haviam se passado desde que null aceitara o pedido de null para ir em uma consulta, e bem, finalmente havia chegado o grande dia. Eram quase 10h da manhã e ele continuava em sua sala. Estava nervoso, afinal, como ele iria falar da sua vida sexual extremamente ativa para uma mulher que ele nem conhecia. Como?
Bufou irritado e vestiu seu jaleco branco. Então saiu de sua sala no sétimo andar e pegou o elevador que o levaria para o quinto. Encontrou null no caminho.
— Está querendo saber se vou ou não? — null perguntou em um null brincalhão e seu amigo rolou os olhos.
— Dá um tempo.
— Espera, você estava saindo da sala da psicóloga?
— O nome dela é null.
— Oh, não acredito! Você está a fim da psicóloga! Ela é bonita?
— Eu não estou a fim da null, só estávamos conversando.
— Claro que estavam. — deu um sorriso malicioso. — Agora deixe-me ir para a consulta, e não se preocupe, não irei furar o seu olho.
Mas quando o homem adentrou a sala da psicóloga, foi impossível não querer furar o olho do amigo. Afinal, que mulher era aquela? Seus olhos eram de um null verde como a grama, a pele era branca como a parede atrás de sua mesa, e seu cabelo preto estava preso em um coque no alto da cabeça. Ela deu um sorriso de lado para null e se levantou para cumprimentai-lo. E Deus, ele não conseguia tirar os olhos das pernas cobertas pela calça jeans ou da blusa com um decote quase imperceptível escondido pelo jaleco. Engoliu a seco e estendeu a mão para ela.
— Sou a doutora null null, você deve ser o doutor null null. — A sua voz melodiosa e séria se pronunciou na sala despertando null.
— É um prazer, null tem me falado bastante de você. — Disse e o aperto de mão acabou.
— null tem me falado de você também. — Ela sorriu de lado e voltou a se sentar.
— null? Vocês são tão íntimos assim? — Sorriu para ela também.
— Ele cuida de meu irmão.
— Seu irmão tem câncer?
— Graças a Deus é benigno.
— Que sorte.
E então null apenas a observou pegar uns papéis, provavelmente procurando a ficha dele. E ela era bonita. Muito bonita mesmo. Não podia deixar de imaginar como seria despir aquela mulher que mais parecia uma menina. Arrancar aquele jaleco e aquela blusa. Puxar aqueles cabelos pretos. Sentir aquela boca rosada em seu...
— null?
O homem arregalou os olhos e limpou a garganta antes de responder:
— É, um momento, quantos anos você tem?
— 24.
— Ahh.
— O que o traz até aqui, null?
— null acha que tenho um problema.
— E você acha que é um problema?
— Se for um, tenho orgulho.
— Então, você gosta de ter esse problema e não quer resolvê-lo?
— Exato.
— Sendo assim, não temos nada a fazer aqui.
Mas null conseguia imaginar muitas coisas para eles fazerem ali. Tantas coisas que poderiam ser feitas naquela mesa, naquela cadeira, naquele balcão e até mesmo na fria lajota do chão. E ele gostava do som da voz dela, conseguia até mesmo imaginar como ficaria quando ela gemesse pedindo por mais. Imaginava ela suada enquanto seus corpos se juntavam em um só. E não conseguiu deixar de imaginar as curvas que estavam escondidas por detrás daquele maldito jaleco.
Sua calça começou a ficar apertada em um lugar específico.
— Você quer saber qual o meu problema, Dra. null? — null deu um sorriso de lado para a mulher na sua frente. — Sou satiríaco... — O sorriso continuou em seu rosto enquanto null apenas arqueou as sobrancelhas em um null de surpresa, logo suas bochechas ficaram coradas. — E se você quer saber também, consigo pensar em muitas coisas para fazermos aqui.
Ele observou ela ficar em silêncio por um tempo e depois suspirar lentamente. Estava achando engraçado a mulher estar toda desconcertada por apenas um frase boba como essa. Sempre que falava algo assim para as enfermeiras e era respondido por frases mais obscenas ainda. Pelo visto ela não era safada. Talvez fosse tímida. Ou na pior das hipóteses, ter namorado.
— Dr. null, creio que nossa consulta tenha sido o suficiente. — Sua voz estava esganiçada. — Preciso atender pacientes com reais problemas.
— É uma pena, pois eu estava começando a imaginar você me examinando. Marcarei a próxima consulta em breve, até mais.
null se levantou rapidamente e sem ao menos olhar para null uma última vez, saiu do consultório.
null rolou em sua cama pela milésima vez durante a noite. De um jeito estranho, não conseguia parar de pensar no doutor de olhos castanhos null null e em como tudo nele a fazia querer senti-lo dentro de si. O sorriso metido que ele lhe dera, podia jurar que era o sorriso mais bonito que já havia visto. E as coisas que ele falou... null apenas não conseguia deixar de imaginar como seria bom realmente fazer tudo o que ele disse que conseguia pensar em fazer.
Fazia uma semana desde a consulta, e ela não havia mais visto o homem, apesar de desejar muito. Até mesmo passara algumas vezes em frente à sua sala com a desculpa de estar indo até a sala de null, mas não olhara para o seu consultório, onde as paredes eram de vidro, para saber se ele estava ali ou não. Não daria a ele esse gostinho.
Bufou irritada e se levantou da cama. Calçou suas pantufas e foi para o quarto de seu irmão, Davi. Davi era um menino de cinco anos, que havia adquirido um tumor no fígado, mas o tumor era benigno, e após um tratamento eficiente com o doutor null, ele iria para San Francisco, sua cidade natal dali a dois dias. E null moraria sozinha pela primeira vez em toda a sua vida.
Se deitou na cama ao lado de Davi, que já dormia e começou a encarar a parede verde água do quarto. Talvez fizesse mais tarde uma lista de prós e contras para null e depois compararia com a de null.
Quando entrou em seu consultório na manhã seguinte se deparou com null sentado em sua cadeira. O homem usava uma camisa social branca e sem o jaleco. O cabelo caía na testa e cobria um pouco suas sobrancelhas, totalmente desleixado, e lindo, null não conseguia deixar de o desejar.
— Gosta do que vê? — Ele deu um sorriso convencido para ela antes de levantar e ir em sua direção. Passou direto e fechou a porta. — Eu pensei em marcar outra consulta, mas quem não adora uma surpresa, não é? — null continuou calada ainda absorvendo toda aquela situação. — O gato comeu sua língua, null? Eu sei de outra coisa que eu poderia comer também.
— Por que está fazendo isso? — Perguntou, claramente afetada.
— Porque você não sai da minha cabeça desde aquele dia.
Ela queria poder dizer que havia acontecido o mesmo. Que ela não parava de pensar naqueles olhos castanhos e naquela voz. Queria poder gritar para que ele parasse de falar e começar a agir. Mas apenas lançou um olhar indecifrável para null.
Ele se aproximou perigosamente de null e abaixou um pouco a cabeça para olhar em seus olhos. Ela umedeceu os lábios nervosa. null alternou os olhares entre os lábios e os olhos sem conseguir se decidir. E ainda havia o maldito quase imperceptível decote. Aquela mulher era o sonho de qualquer cara, não admirava que null estivesse tão impressionado com ela, não parava de falar em null um segundo sequer. Ah droga, null. Se afastou rapidamente recebendo um olhar confuso.
— Acabei de lembrar que tenho uma consulta com um paciente marcada para agora. — Disse rápido. — Vejo você por aí.
— Acho que vou chamá-la para sair. — null anunciou assim que adentrou o consultório de null, que apenas rolou os olhos discretamente.
— Talvez eu devesse lhe lembrar que você tem uma namorada. — null disse irritado.
— Ah, demos um tempo há quase um mês, não vou morrer para a vida por causa disso. — Deu de ombros e null bufou.
Não devia estar se sentindo assim, devia estar é feliz, já que null parecia realmente animado com null, mas seu egoísmo era tanto que não conseguia deixar de sentir raiva, frustração ou inveja. Tudo o que mais queria era poder fazer algo que os impedisse de sair. Sabia que não era justo com null, porém, precisava comer null primeiro que ele, uma leve questão de honra.
— Hum, e para onde você está pensando em levá-la?
— Para um café no Hard Rock.
— Legal, cara.
E então, null começou a planejar as maneiras de fazer com que aquele encontro desse errado.
null sorriu sozinha ao reler pela bilionésima vez o papel rosa que estava em cima de sua mesa quando chegara. null era sempre um amor com ela, claro que ele iria chamá-la para sair. E o Hard Rock era uma ótima cafeteria. Já que ambos eram amantes de café, null já conseguia ver coisas em comum. Pegou um grampeador e grampeou o recado junto com a lista de prós e contras de null. Talvez adicionasse mais coisas nela depois do encontro. Espera, era um encontro?
Deu uma gargalhada alta e feliz enquanto se levantava de sua cadeira. Iria até o local onde seu irmão estava sendo examinado, pois null com toda certeza estaria lá. Fez seu caminho pensando em mil formas de diálogos para ter com null, quando entrou no quarto de Davi e viu que ao invés de null, era null quem estava ali.
— null? — Sua voz saiu nervosa e ela não entendeu o porquê. Mas aí ele dirigiu aqueles olhos castanhos para os seus e deu aquele sorriso torto e metido, e ela entendeu o motivo.
— Como vai, null? — Respondeu descontraído. — Soube que null lhe chamou para sair.
— Hum... é... ele chamou sim, hã, o que você tá fazendo aqui? — Gaguejou e se odiou por não conseguir falar uma frase completa. Era só o null null.
— Você está bem? Parece um pouco nervosa. — Continuou com o maldito sorriso na cara fazendo null começar a se irritar.
— null, você está vermelha. — Davi se pronunciou pela primeira vez. — Você já conhece o doutor Chaz?
— Chaz? — Disse confusa e viu null fechar os olhos.
— É meu apelido.
Ficou calada enquanto via null terminar de tirar as amostras de sangue. Ele não usava o jaleco, deixando seus braços cobertos pela blusa social branca serem o foco de null. Ela podia perceber o quanto eram musculosos, assim como todo o resto deveria ser. E a vontade de tocar neles era grande. Só conseguia pensar em como seria ter aqueles braços fortes a envolvendo durante a noite, durante o dia, durante a tarde... null null ficava mais bonito a cada dia que se passava, isso era um fato. Ou talvez, fosse apenas null que se interessava pelo homem mais e mais toda vez que o via.
— null, podemos conversar a sós por um minuto? — A voz de null a despertou de seus pensamentos impróprios e ela acenou positivamente com a cabeça.
Eles foram para o corredor, onde, por incrível que pareça, não havia ninguém e se postaram um defronte ao outro.
— Algo de errado com Davi? — Perguntou e umedeceu os lábios.
— Não quero que saia com null está noite. — Disse o homem seriamente.
— O que? Você está louco?
— Acho que estou, null, você tem tirado a minha sanidade desde aquele dia em seu consultório.
— null, você está sob o uso de alguma substância ilícita?
— Não como se não sentisse o mesmo. — Sua mão parou na cintura de null e a apertou com uma força imensa. — Percebo os olhares que você me dá.
— O olhar que eu lhe dirijo é extremamente profissional e...
null não conseguiu terminar a frase depois que as mãos dele começaram a desabotoar o jaleco que ela vestia. Respirava fundo e apenas olhava para o rosto daquele homem, completamente diferente de todos que já havia conhecido. Seu coração estava acelerado e suas mãos estavam suando. Ela fazia um esforço enorme para respirar e então, depois de desabotoar completamente o jaleco, null se virou e foi embora. Deixando uma null pálida e com as pernas bambas.
Parecia que finalmente havia encontrado o homem que a faria sentir tudo o que sempre quis sentir. Mas pelo visto, ele estava longe de ser um príncipe encantado.
null estava no quinto andar, esperando que null saísse de seu consultório para poder impedi-la de ir no Hard Rock com null. Estava com raiva. Ele era melhor do que null, mil vezes. Devia ter tido mais colhões e demonstrado interesse na mulher antes do amigo. Tudo bem que null havia visto-a primeiro, mas foda-se. null null seria sua.
Cansou de esperar e se levantou de uma cadeira na qual estava sentado. Pouco se importava, iria invadir a sala de null e provar para ela com quem deveria sair. E esse alguém com certeza não era null.
— null? — A mulher exclamou surpresa e arregalou os olhos quando viu o homem entrar em sua sala.
— Vou te mostrar com quem você deve sair ou não.
— Você é louco, completamente satiríaco, precisa de ajuda! — Ela exclamou e null apenas deu o tão já conhecido sorrido metido e torto.
— Repetindo, vou te mostrar com quem você deve sair ou não. E devo lhe informar, que ficará caladinha.
Dito isso, ele a empurrou no primeiro canto sólido que encontrou, sendo assim, a mesa. Uma pressão entre a pélvis de null e a barriga de null a fez arrepiar animadamente com o que estaria por vir! A mulher já sentia-se molhada com o toque irradiante do homem sobre sua pele. Ele por sua vez, dedilhava os dedos sobre a nuca dela, fazendo um carinho gostoso, dava mordidinhas naquela região e logo após demorados chupões. Desceu as mãos para a blusa fina que a garota vestia e a retirou, sendo ajudado por ela, que sem pensar duas vezes, levantou as mãos demonstrando o quão estava ansiosa!
null fitou os seios fartos de null e sentiu sua boca salivar! Incríveis, era a única palavra que vinha a sua cabeça para descrevê-los. Sem pestanejar, tocou um deles com a palma da mão, sendo o tamanho suficiente para envolvê-los e ainda assim, retirar um gemido rouco da garganta da mulher que já se entregava a ele. E ele amava isso, ah como amava!
Massageou os seios dela, ainda por cima do sutiã, e sentiu uma forte ereção se manifestando fortemente. E pelo visto, null também percebeu, dito que seus gemidos se intensificaram de santinha envergonhada para uma vadia se manifestando. Ao mesmo tempo que dava leve sugadas sobre o colo dela, null passou as mãos por suas costas acariciando levemente enquanto procurava o fecho do sutiã, e, quando achou, não pensou duas vezes senão em abri-los. Deixando aquele pedaço de pano, que no momento era insignificante, cair do chão, ele envolveu os bicos com a língua, causando em null uma sensação que há tempos não sentia, fazendo com que ela se entregasse cada vez mais abrindo suas pernas dando espaço para null pressionar-se mais ainda nela. Suas mãos firmes apertavam a fina cintura dela, sua pélvis pressionava sua barriga e sua língua massageava divinamente os seios da garota, que urrava gemidos de prazer enquanto arranhava a nuca do rapaz.
Trocando de posições, null agora puxava a blusa de null apressadamente para cima, sugando ferozmente sua boca em um beijo feroz:
– Você é sujo! Acha que vai conseguir me convencer de sair com ele ou não, com esse joguinho barato? – ela disse arranhando seu peitoral.
– Para falar a verdade...– ele se interrompeu enfiando suas mãos em nos fios da moça puxando fortemente, de forma com que seus pés flutuassem por pouco e ela sentisse uma dor aguda, dessa forma as posições foram trocadas novamente e ele a deu um selinho. –Eu tenho certeza!
Dessa forma, abaixou as calças e a calcinha de null, que só restou aceitar, até porque o momento estava á levando a loucura, e afastou suas pernas bruscamente com as mãos. null se abaixou e fungou seu sexo, botando a língua pra fora e sugando o mesmo fazendo com que a mulher em cima de si gritasse. Ele chupava, sugava, beijava, lambia e fazia tudo o que tinha direito na entrada da mulher:
– Fala agora, null! – ele dizia, enquanto a estimulava com a língua. – Com que você irá sair? – disse utilizando dois dedos para "abrir" e enfiar sua língua lá dentro, provando uma sensação deliciosa, e provocando o mesmo á null. – Diga, null, com minha boca nesta linda boceta, com você gritando meu nome e indo ao céu com a minha língua. Diga, com quem você irá sair? – perguntou enfiando dois dedos em sua entrada e retirando em seguida, repetindo o processo.
– Eu...v-vou com...– a garota não tinha forças pra continuar. Estava entregue e null sabia disso, porém, iria continuar aproveitando dessa fragilidade.
– Poxa, não vai falar? – perguntou. – Que pena, vou ter mesmo que apelar?
– Saia! Já disse que não...n-nã.. – antes de terminar a frase, o homem chupou seu clitóris de forma com que as pernas da garota bambeara, e se não fossem as fortes mãos de null, ela iria direto ao chão. – Eu vou com você! Eu juro que irei com você, sempre! null nunca foi uma opção para mim, agora, por favor, não pare! Me faça gozar, null!
A partir do momento em que aquelas palavras entraram no ouvido de null, ele se apoiou melhor em seus joelhos e sugou a mulher como nunca havia feito com outra antes. A lambuzava com sua saliva, beijava seu clitóris e dava leves mordidinhas a levando aos céus. Enfim, a mulher soltou o famoso líquido branco em sua boca, e ele sugou todo e qualquer resquício que encontrou.
Subindo novamente de encontro ao seu rosto, com um sorriso sapeca nos lábios, ele tomos os lábios da garota com veracidade criando uma luta entras as línguas, ela continha uma delicadeza com a medida certa de pressão, já ele, continha agressividade com a medida certa de localização dos melhores locais para tocar. Sem quebrar o beijo, ele abaixou suas calças juntamente com a cueca, tirou do bolso uma camisinha, que null, cheia de si, se prontificou em abri-la mas ficou trêmula antes de colocá-la, recebendo um leve empurrãozinho de null.
Com apenas um braço, ele derrubou todos os pertences de null da mesa e empurrou seu corpo soado junto ao dela para cima do objeto. Dando beijinhos no pescoço e massageando os seios da garota, null abriu as pernas dela se posicionando no meio. Com precisão e experiência, ele sabia como e onde proporcionar prazer a ela. E foi isso que ele fez, penetrou seu todo o pênis em sua entrada, sentido-a tremer por ele, e logo em seguida retirou. Fez isso mais duas vezes até receber um resmungo de raiva por parte da mulher. Enfim, penetrou tudo e fez os famosos movimentos vai e vem enquanto deixava a marca de suas mãos na coxa dela.
– Vire-se! – sem entender bem a intenção do rapaz, null se virou e prontificou-se em empinar a bunda, recebendo um estalo na mesma e resmungando de dor e prazer!
null penetrou-a e continuou com a série de tapas na bunda, porém ela não ligava, estava achando ótimo ser submissa a ele de tal forma. Ela chegou ao ápice primeiro, porém ainda recebeu estocadas até null, enfim, chegar também.
— Então acho que chegamos à um acordo. — null deu mais um sorriso metido e observou a mulher respirar ofegante. — Venha comigo, e lhe mostrarei mais prazeres do que os que experimentou aqui.
O hospital para crianças com câncer de Washinton DC tinha os melhores profissionais do mercado, com oncologistas de primeira linha, enfermeiros treinados para qualquer tipo de situação e psicólogos ótimos que visavam além da recuperação física da criança, a sua saúde mental. Acontece que, dentre tantos profissionais, um em questão se destacava: null null, o oncologista mais odiado e ao mesmo tempo amado do hospital.
null null sempre foi o típico rico, filho de papai, que seguiu a profissão escolhida pela sua família. E as escolhas de sua família, o fizeram perder coisas (e pessoas) extremamente importantes. Mas agora, com seus 30 anos, ele não precisava mais da família para lhe dizer o que devia ou não fazer. null fazia e falava o que bem entendesse e quisesse, e daí provinha o ódio e desgosto de boa parte do hospital para com ele. Dentre as poucas pessoas que gostavam de null, um era seu melhor amigo, null null, também oncologista. E null null era o tipo de cara que vivia falando, e no momento null o escutava falar sobre um assunto muito comum entre homens: sexo.
— É normal gostar de sexo, Chaz, todo homem gosta, mas você já ouviu falar daquela frase: Tudo em excesso faz mal? Pois é, ser um satiríaco não é normal, e não é bom para sua saúde mental e muito menos para o seu pau. — continuou tagarelando como um papagaio e null só pensava em como queria que null calasse a boca. — É normal fazer sexo todos os dias, mas você faz muito mais do que apenas uma vez por dia. Isso vai acabar comprometendo sua saúde mental...
— Cara, para de falar sexo e saúde mental nas mesmas frases, isso não combina.
— Você devia me escutar.
— Fazem exatos trinta minutos que você fala sem parar, não consigo me lembrar de porra nenhuma. — null reclamou e passou as mãos pelos cabelos castanhos. Estava cansado de null falar sobre os problemas de ser satiríaco.
— Cara, eu só quero seu bem. — null falou em um null de voz chateado. — Sugiro que você se consulte com alguma psicóloga ou psicólogo daqui. Faça algumas sessões, sabe?
— Faça-me rir, todo mundo aqui me odeia. E não vou falar sobre isso com uma pessoa desconhecida, não mesmo.
— Bem, você se lembra da doutora Maison?
— Aquela velha cacarenta? null, você está bêbado? Aquela múmia não sabe o que é transar há muito tempo. Aquela boceta deve estar cheia de teias, isso sim.
— Está vendo, se você não passasse tanto tempo se preocupando em transar ou pensando na transa, saberia que a doutora Maison se aposentou. — null soltou um grito de comemoração e null rolou os olhos. — Uma nova psicóloga foi colocada em seu lugar, e tem quase um mês! Ela é nova e não se dá bem com quase ninguém daqui. Pelo que falaram, ela é meio antissocial, você devia marcar uma consulta com ela.
null ponderou por alguns instantes, afinal, se marcasse a consulta, deixaria null feliz e o homem também pararia de encher o seu saco com esse assunto. Por outro lado, não confiava na mulher para falar abertamente sobre sexo com ela. Como dizer para outra pessoa que era satiríaco? No fundo da consciência de null, ele sabia que isso não era normal e que era pouco aceito na sociedade em que viviam. Mas ele suspirou pesado e respondeu:
— Tudo bem, marque uma porra de uma consulta. Vamos ver se essa psicóloga tem colhões o suficiente para lidar com isso.
Os olhos de null se abriram com a claridade vinda da janela de seu consultório. Havia dormido em trabalho outra vez. Colocou as mãos ao redor do rosto e apoiou os cotovelos na mesa. Estava exausta, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Simplesmente estava cansada da vida idiota que levava, e não sabia o que fazer para reverter essa situação. null apenas rodava em círculos junto de seus problemas.
— Ok, null, liste. — Falou consigo mesma e começou a escrever numa folha de papel em branco com sua caneta com de rosa.
Motivos para minha vida estar uma droga:
1. Meu noivo me deixou.
2. Meu irmão pequeno está com câncer.
3. Meu noivo cansou de mim.
4. Estou sem transar há meses.
5. Esse hospital é horrível.
Motivos para minha vida não estar tão ruim:
1. Meu noivo era chato e não me fazia tão feliz.
2. Meu irmão tem câncer benigno.
3. Saiu da merda que era San Francisco.
Pelo visto, haviam mais contras do que prós, e isso fez com que null suspirasse entediada. Quando sua vida iria finalmente mudar? Quando iria aparecer aquele cara que tanto falam em filmes e livros? O que faz o coração bater mais forte, as pernas bambearem, as mãos suarem e agir como uma garotinha em seu primeiro encontro. Onde diabos, estava esse cara?
Suspirou irritada e prendeu os cabelos em um coque. Não, não iria começar a fantasiar o príncipe encantado que esperou durante toda a sua vida. Com certeza não existia esse cara que ela procurava. Não podia existir. Não se lembrava de sentir isso com ninguém, e provavelmente nunca sentiria. Pelo visto, o amor que tanto escutara seus pais dizerem não existia. Ou talvez apenas o amor de família existisse. Porque amava seu irmão. Sem nenhuma dúvida.
Escutou algumas batidas em sua porta e murmurou um audível “entre”. Era null.
— Ei, null! — Sorriu animada para ele. Era o único médico que fazia questão de tratar bem. Não sabia se era por ele ser tão bonito e gentil, ou por ele ser tão legal com ela também.
— E aí, null. — null se sentou na cadeira de frente para ela. — Tenho um pedido de amigo para fazer.
— Bem, então faça. — Sorriu nervosa. Se ele a chamasse para sair provavelmente faria uma lista de prós e contras e já podia imaginar qual ganharia...
— Sei que você só consulta as crianças do hospital, mas... — Ah que ótimo, era sobre trabalho, null pensou, precisou se segurar para não suspirar de frustração. — Você podia abrir uma exceção para mim, certo?
— Claro, você quer uma consulta?
— Quero, mas é para o meu amigo, ele está com alguns problemas e eu sugeri você, depois de algumas horas insistindo ele aceitou.
— Então é só você preencher essa ficha, ou então pedir para ele preencher e me entregar. Tenho uma vaga para daqui a três dias, às 10h da manhã.
— Ótimo, null. — null sorriu. — Muito obrigada mesmo.
E depois de mais um sorriso, se levantou para sair da sala. null fez uma careta frustrada enquanto olhava para alguns papéis em cima de sua mesa e null acabou vendo. Deu um sorriso divertido.
— Vejo você mais tarde. — Então null o olhou e recebeu uma piscada.
Será que ele seria capaz de fazê-la sentir o tão sonhado amor? Não custava tentar. Então começou a fazer mais uma lista de prós e contras.
Motivos para sair com null Gostoso e Gentil null:
Três dias haviam se passado desde que null aceitara o pedido de null para ir em uma consulta, e bem, finalmente havia chegado o grande dia. Eram quase 10h da manhã e ele continuava em sua sala. Estava nervoso, afinal, como ele iria falar da sua vida sexual extremamente ativa para uma mulher que ele nem conhecia. Como?
Bufou irritado e vestiu seu jaleco branco. Então saiu de sua sala no sétimo andar e pegou o elevador que o levaria para o quinto. Encontrou null no caminho.
— Está querendo saber se vou ou não? — null perguntou em um null brincalhão e seu amigo rolou os olhos.
— Dá um tempo.
— Espera, você estava saindo da sala da psicóloga?
— O nome dela é null.
— Oh, não acredito! Você está a fim da psicóloga! Ela é bonita?
— Eu não estou a fim da null, só estávamos conversando.
— Claro que estavam. — deu um sorriso malicioso. — Agora deixe-me ir para a consulta, e não se preocupe, não irei furar o seu olho.
Mas quando o homem adentrou a sala da psicóloga, foi impossível não querer furar o olho do amigo. Afinal, que mulher era aquela? Seus olhos eram de um null verde como a grama, a pele era branca como a parede atrás de sua mesa, e seu cabelo preto estava preso em um coque no alto da cabeça. Ela deu um sorriso de lado para null e se levantou para cumprimentai-lo. E Deus, ele não conseguia tirar os olhos das pernas cobertas pela calça jeans ou da blusa com um decote quase imperceptível escondido pelo jaleco. Engoliu a seco e estendeu a mão para ela.
— Sou a doutora null null, você deve ser o doutor null null. — A sua voz melodiosa e séria se pronunciou na sala despertando null.
— É um prazer, null tem me falado bastante de você. — Disse e o aperto de mão acabou.
— null tem me falado de você também. — Ela sorriu de lado e voltou a se sentar.
— null? Vocês são tão íntimos assim? — Sorriu para ela também.
— Ele cuida de meu irmão.
— Seu irmão tem câncer?
— Graças a Deus é benigno.
— Que sorte.
E então null apenas a observou pegar uns papéis, provavelmente procurando a ficha dele. E ela era bonita. Muito bonita mesmo. Não podia deixar de imaginar como seria despir aquela mulher que mais parecia uma menina. Arrancar aquele jaleco e aquela blusa. Puxar aqueles cabelos pretos. Sentir aquela boca rosada em seu...
— null?
O homem arregalou os olhos e limpou a garganta antes de responder:
— É, um momento, quantos anos você tem?
— 24.
— Ahh.
— O que o traz até aqui, null?
— null acha que tenho um problema.
— E você acha que é um problema?
— Se for um, tenho orgulho.
— Então, você gosta de ter esse problema e não quer resolvê-lo?
— Exato.
— Sendo assim, não temos nada a fazer aqui.
Mas null conseguia imaginar muitas coisas para eles fazerem ali. Tantas coisas que poderiam ser feitas naquela mesa, naquela cadeira, naquele balcão e até mesmo na fria lajota do chão. E ele gostava do som da voz dela, conseguia até mesmo imaginar como ficaria quando ela gemesse pedindo por mais. Imaginava ela suada enquanto seus corpos se juntavam em um só. E não conseguiu deixar de imaginar as curvas que estavam escondidas por detrás daquele maldito jaleco.
Sua calça começou a ficar apertada em um lugar específico.
— Você quer saber qual o meu problema, Dra. null? — null deu um sorriso de lado para a mulher na sua frente. — Sou satiríaco... — O sorriso continuou em seu rosto enquanto null apenas arqueou as sobrancelhas em um null de surpresa, logo suas bochechas ficaram coradas. — E se você quer saber também, consigo pensar em muitas coisas para fazermos aqui.
Ele observou ela ficar em silêncio por um tempo e depois suspirar lentamente. Estava achando engraçado a mulher estar toda desconcertada por apenas um frase boba como essa. Sempre que falava algo assim para as enfermeiras e era respondido por frases mais obscenas ainda. Pelo visto ela não era safada. Talvez fosse tímida. Ou na pior das hipóteses, ter namorado.
— Dr. null, creio que nossa consulta tenha sido o suficiente. — Sua voz estava esganiçada. — Preciso atender pacientes com reais problemas.
— É uma pena, pois eu estava começando a imaginar você me examinando. Marcarei a próxima consulta em breve, até mais.
null se levantou rapidamente e sem ao menos olhar para null uma última vez, saiu do consultório.
null rolou em sua cama pela milésima vez durante a noite. De um jeito estranho, não conseguia parar de pensar no doutor de olhos castanhos null null e em como tudo nele a fazia querer senti-lo dentro de si. O sorriso metido que ele lhe dera, podia jurar que era o sorriso mais bonito que já havia visto. E as coisas que ele falou... null apenas não conseguia deixar de imaginar como seria bom realmente fazer tudo o que ele disse que conseguia pensar em fazer.
Fazia uma semana desde a consulta, e ela não havia mais visto o homem, apesar de desejar muito. Até mesmo passara algumas vezes em frente à sua sala com a desculpa de estar indo até a sala de null, mas não olhara para o seu consultório, onde as paredes eram de vidro, para saber se ele estava ali ou não. Não daria a ele esse gostinho.
Bufou irritada e se levantou da cama. Calçou suas pantufas e foi para o quarto de seu irmão, Davi. Davi era um menino de cinco anos, que havia adquirido um tumor no fígado, mas o tumor era benigno, e após um tratamento eficiente com o doutor null, ele iria para San Francisco, sua cidade natal dali a dois dias. E null moraria sozinha pela primeira vez em toda a sua vida.
Se deitou na cama ao lado de Davi, que já dormia e começou a encarar a parede verde água do quarto. Talvez fizesse mais tarde uma lista de prós e contras para null e depois compararia com a de null.
Quando entrou em seu consultório na manhã seguinte se deparou com null sentado em sua cadeira. O homem usava uma camisa social branca e sem o jaleco. O cabelo caía na testa e cobria um pouco suas sobrancelhas, totalmente desleixado, e lindo, null não conseguia deixar de o desejar.
— Gosta do que vê? — Ele deu um sorriso convencido para ela antes de levantar e ir em sua direção. Passou direto e fechou a porta. — Eu pensei em marcar outra consulta, mas quem não adora uma surpresa, não é? — null continuou calada ainda absorvendo toda aquela situação. — O gato comeu sua língua, null? Eu sei de outra coisa que eu poderia comer também.
— Por que está fazendo isso? — Perguntou, claramente afetada.
— Porque você não sai da minha cabeça desde aquele dia.
Ela queria poder dizer que havia acontecido o mesmo. Que ela não parava de pensar naqueles olhos castanhos e naquela voz. Queria poder gritar para que ele parasse de falar e começar a agir. Mas apenas lançou um olhar indecifrável para null.
Ele se aproximou perigosamente de null e abaixou um pouco a cabeça para olhar em seus olhos. Ela umedeceu os lábios nervosa. null alternou os olhares entre os lábios e os olhos sem conseguir se decidir. E ainda havia o maldito quase imperceptível decote. Aquela mulher era o sonho de qualquer cara, não admirava que null estivesse tão impressionado com ela, não parava de falar em null um segundo sequer. Ah droga, null. Se afastou rapidamente recebendo um olhar confuso.
— Acabei de lembrar que tenho uma consulta com um paciente marcada para agora. — Disse rápido. — Vejo você por aí.
— Acho que vou chamá-la para sair. — null anunciou assim que adentrou o consultório de null, que apenas rolou os olhos discretamente.
— Talvez eu devesse lhe lembrar que você tem uma namorada. — null disse irritado.
— Ah, demos um tempo há quase um mês, não vou morrer para a vida por causa disso. — Deu de ombros e null bufou.
Não devia estar se sentindo assim, devia estar é feliz, já que null parecia realmente animado com null, mas seu egoísmo era tanto que não conseguia deixar de sentir raiva, frustração ou inveja. Tudo o que mais queria era poder fazer algo que os impedisse de sair. Sabia que não era justo com null, porém, precisava comer null primeiro que ele, uma leve questão de honra.
— Hum, e para onde você está pensando em levá-la?
— Para um café no Hard Rock.
— Legal, cara.
E então, null começou a planejar as maneiras de fazer com que aquele encontro desse errado.
null sorriu sozinha ao reler pela bilionésima vez o papel rosa que estava em cima de sua mesa quando chegara. null era sempre um amor com ela, claro que ele iria chamá-la para sair. E o Hard Rock era uma ótima cafeteria. Já que ambos eram amantes de café, null já conseguia ver coisas em comum. Pegou um grampeador e grampeou o recado junto com a lista de prós e contras de null. Talvez adicionasse mais coisas nela depois do encontro. Espera, era um encontro?
Deu uma gargalhada alta e feliz enquanto se levantava de sua cadeira. Iria até o local onde seu irmão estava sendo examinado, pois null com toda certeza estaria lá. Fez seu caminho pensando em mil formas de diálogos para ter com null, quando entrou no quarto de Davi e viu que ao invés de null, era null quem estava ali.
— null? — Sua voz saiu nervosa e ela não entendeu o porquê. Mas aí ele dirigiu aqueles olhos castanhos para os seus e deu aquele sorriso torto e metido, e ela entendeu o motivo.
— Como vai, null? — Respondeu descontraído. — Soube que null lhe chamou para sair.
— Hum... é... ele chamou sim, hã, o que você tá fazendo aqui? — Gaguejou e se odiou por não conseguir falar uma frase completa. Era só o null null.
— Você está bem? Parece um pouco nervosa. — Continuou com o maldito sorriso na cara fazendo null começar a se irritar.
— null, você está vermelha. — Davi se pronunciou pela primeira vez. — Você já conhece o doutor Chaz?
— Chaz? — Disse confusa e viu null fechar os olhos.
— É meu apelido.
Ficou calada enquanto via null terminar de tirar as amostras de sangue. Ele não usava o jaleco, deixando seus braços cobertos pela blusa social branca serem o foco de null. Ela podia perceber o quanto eram musculosos, assim como todo o resto deveria ser. E a vontade de tocar neles era grande. Só conseguia pensar em como seria ter aqueles braços fortes a envolvendo durante a noite, durante o dia, durante a tarde... null null ficava mais bonito a cada dia que se passava, isso era um fato. Ou talvez, fosse apenas null que se interessava pelo homem mais e mais toda vez que o via.
— null, podemos conversar a sós por um minuto? — A voz de null a despertou de seus pensamentos impróprios e ela acenou positivamente com a cabeça.
Eles foram para o corredor, onde, por incrível que pareça, não havia ninguém e se postaram um defronte ao outro.
— Algo de errado com Davi? — Perguntou e umedeceu os lábios.
— Não quero que saia com null está noite. — Disse o homem seriamente.
— O que? Você está louco?
— Acho que estou, null, você tem tirado a minha sanidade desde aquele dia em seu consultório.
— null, você está sob o uso de alguma substância ilícita?
— Não como se não sentisse o mesmo. — Sua mão parou na cintura de null e a apertou com uma força imensa. — Percebo os olhares que você me dá.
— O olhar que eu lhe dirijo é extremamente profissional e...
null não conseguiu terminar a frase depois que as mãos dele começaram a desabotoar o jaleco que ela vestia. Respirava fundo e apenas olhava para o rosto daquele homem, completamente diferente de todos que já havia conhecido. Seu coração estava acelerado e suas mãos estavam suando. Ela fazia um esforço enorme para respirar e então, depois de desabotoar completamente o jaleco, null se virou e foi embora. Deixando uma null pálida e com as pernas bambas.
Parecia que finalmente havia encontrado o homem que a faria sentir tudo o que sempre quis sentir. Mas pelo visto, ele estava longe de ser um príncipe encantado.
null estava no quinto andar, esperando que null saísse de seu consultório para poder impedi-la de ir no Hard Rock com null. Estava com raiva. Ele era melhor do que null, mil vezes. Devia ter tido mais colhões e demonstrado interesse na mulher antes do amigo. Tudo bem que null havia visto-a primeiro, mas foda-se. null null seria sua.
Cansou de esperar e se levantou de uma cadeira na qual estava sentado. Pouco se importava, iria invadir a sala de null e provar para ela com quem deveria sair. E esse alguém com certeza não era null.
— null? — A mulher exclamou surpresa e arregalou os olhos quando viu o homem entrar em sua sala.
— Vou te mostrar com quem você deve sair ou não.
— Você é louco, completamente satiríaco, precisa de ajuda! — Ela exclamou e null apenas deu o tão já conhecido sorrido metido e torto.
— Repetindo, vou te mostrar com quem você deve sair ou não. E devo lhe informar, que ficará caladinha.
Dito isso, ele a empurrou no primeiro canto sólido que encontrou, sendo assim, a mesa. Uma pressão entre a pélvis de null e a barriga de null a fez arrepiar animadamente com o que estaria por vir! A mulher já sentia-se molhada com o toque irradiante do homem sobre sua pele. Ele por sua vez, dedilhava os dedos sobre a nuca dela, fazendo um carinho gostoso, dava mordidinhas naquela região e logo após demorados chupões. Desceu as mãos para a blusa fina que a garota vestia e a retirou, sendo ajudado por ela, que sem pensar duas vezes, levantou as mãos demonstrando o quão estava ansiosa!
null fitou os seios fartos de null e sentiu sua boca salivar! Incríveis, era a única palavra que vinha a sua cabeça para descrevê-los. Sem pestanejar, tocou um deles com a palma da mão, sendo o tamanho suficiente para envolvê-los e ainda assim, retirar um gemido rouco da garganta da mulher que já se entregava a ele. E ele amava isso, ah como amava!
Massageou os seios dela, ainda por cima do sutiã, e sentiu uma forte ereção se manifestando fortemente. E pelo visto, null também percebeu, dito que seus gemidos se intensificaram de santinha envergonhada para uma vadia se manifestando. Ao mesmo tempo que dava leve sugadas sobre o colo dela, null passou as mãos por suas costas acariciando levemente enquanto procurava o fecho do sutiã, e, quando achou, não pensou duas vezes senão em abri-los. Deixando aquele pedaço de pano, que no momento era insignificante, cair do chão, ele envolveu os bicos com a língua, causando em null uma sensação que há tempos não sentia, fazendo com que ela se entregasse cada vez mais abrindo suas pernas dando espaço para null pressionar-se mais ainda nela. Suas mãos firmes apertavam a fina cintura dela, sua pélvis pressionava sua barriga e sua língua massageava divinamente os seios da garota, que urrava gemidos de prazer enquanto arranhava a nuca do rapaz.
Trocando de posições, null agora puxava a blusa de null apressadamente para cima, sugando ferozmente sua boca em um beijo feroz:
– Você é sujo! Acha que vai conseguir me convencer de sair com ele ou não, com esse joguinho barato? – ela disse arranhando seu peitoral.
– Para falar a verdade...– ele se interrompeu enfiando suas mãos em nos fios da moça puxando fortemente, de forma com que seus pés flutuassem por pouco e ela sentisse uma dor aguda, dessa forma as posições foram trocadas novamente e ele a deu um selinho. –Eu tenho certeza!
Dessa forma, abaixou as calças e a calcinha de null, que só restou aceitar, até porque o momento estava á levando a loucura, e afastou suas pernas bruscamente com as mãos. null se abaixou e fungou seu sexo, botando a língua pra fora e sugando o mesmo fazendo com que a mulher em cima de si gritasse. Ele chupava, sugava, beijava, lambia e fazia tudo o que tinha direito na entrada da mulher:
– Fala agora, null! – ele dizia, enquanto a estimulava com a língua. – Com que você irá sair? – disse utilizando dois dedos para "abrir" e enfiar sua língua lá dentro, provando uma sensação deliciosa, e provocando o mesmo á null. – Diga, null, com minha boca nesta linda boceta, com você gritando meu nome e indo ao céu com a minha língua. Diga, com quem você irá sair? – perguntou enfiando dois dedos em sua entrada e retirando em seguida, repetindo o processo.
– Eu...v-vou com...– a garota não tinha forças pra continuar. Estava entregue e null sabia disso, porém, iria continuar aproveitando dessa fragilidade.
– Poxa, não vai falar? – perguntou. – Que pena, vou ter mesmo que apelar?
– Saia! Já disse que não...n-nã.. – antes de terminar a frase, o homem chupou seu clitóris de forma com que as pernas da garota bambeara, e se não fossem as fortes mãos de null, ela iria direto ao chão. – Eu vou com você! Eu juro que irei com você, sempre! null nunca foi uma opção para mim, agora, por favor, não pare! Me faça gozar, null!
A partir do momento em que aquelas palavras entraram no ouvido de null, ele se apoiou melhor em seus joelhos e sugou a mulher como nunca havia feito com outra antes. A lambuzava com sua saliva, beijava seu clitóris e dava leves mordidinhas a levando aos céus. Enfim, a mulher soltou o famoso líquido branco em sua boca, e ele sugou todo e qualquer resquício que encontrou.
Subindo novamente de encontro ao seu rosto, com um sorriso sapeca nos lábios, ele tomos os lábios da garota com veracidade criando uma luta entras as línguas, ela continha uma delicadeza com a medida certa de pressão, já ele, continha agressividade com a medida certa de localização dos melhores locais para tocar. Sem quebrar o beijo, ele abaixou suas calças juntamente com a cueca, tirou do bolso uma camisinha, que null, cheia de si, se prontificou em abri-la mas ficou trêmula antes de colocá-la, recebendo um leve empurrãozinho de null.
Com apenas um braço, ele derrubou todos os pertences de null da mesa e empurrou seu corpo soado junto ao dela para cima do objeto. Dando beijinhos no pescoço e massageando os seios da garota, null abriu as pernas dela se posicionando no meio. Com precisão e experiência, ele sabia como e onde proporcionar prazer a ela. E foi isso que ele fez, penetrou seu todo o pênis em sua entrada, sentido-a tremer por ele, e logo em seguida retirou. Fez isso mais duas vezes até receber um resmungo de raiva por parte da mulher. Enfim, penetrou tudo e fez os famosos movimentos vai e vem enquanto deixava a marca de suas mãos na coxa dela.
– Vire-se! – sem entender bem a intenção do rapaz, null se virou e prontificou-se em empinar a bunda, recebendo um estalo na mesma e resmungando de dor e prazer!
null penetrou-a e continuou com a série de tapas na bunda, porém ela não ligava, estava achando ótimo ser submissa a ele de tal forma. Ela chegou ao ápice primeiro, porém ainda recebeu estocadas até null, enfim, chegar também.
— Então acho que chegamos à um acordo. — null deu mais um sorriso metido e observou a mulher respirar ofegante. — Venha comigo, e lhe mostrarei mais prazeres do que os que experimentou aqui.
Fim.
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